Adriana Varejão no MALBA

09/abr

 

Chama-se “Adriana Varejão: Historia en los márgenes”, retrospectiva dos 22 anos de carreira da artista, agora no MALBA, Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina. Nascida no Rio de Janeiro, Adriana Varejão tornou-se um dos nomes mais importantes e valorizados da arte contemporânea brasileira. Foram selecionadas 40 obras especialmente para esta ocasião, oriundas do acervo da artista, coleções particulares e institucionais.

 

Suas obras encontram-se em museus como o Guggenheim, NY; Tate Modern, Londres; Fondation Cartier pour l´art Contemporain, Paris; Fundación “La Caixa”, Barcelona e Inhotim Centro de Arte Contemporânea, Brumadinho, MG, Brasil. Participou de quase uma centena de exposições entre mostras coletivas e bienais internacionais. Entre as exposições individuais realizadas, destacam-se: Centro Cultural de Belém, Lisboa, Portugal; Hara Museum, Tóquio, Japão; Fondation Cartier, Paris, França; MAM-São Paulo, São Paulo, SP, Brasil e MAM-Rio, Rio de Janeiro, Brasil.

 

“Margem remete a mar, mas também àquilo que está fora do centro”, daí o título da mostra. Para Adiana Varejão, “a história é algo vivo, o passado não é fechado nem morto, mas está sendo constantemente recriado, e essa é uma das principais motivações do trabalho”. A exposição foi realizada pelos museus MAM-SP e MAM-Rio e a curadoria é de Adriano Pedrosa.

 

Até 10 de junho.

Vik Muniz: Espelhos de papel

27/mar

Vik Muniz inaugura a sua primeira mostra na Galeria Nara Roesler, Jardim Europa, São Paulo, SP, espaço que passou a representá-lo no Brasil desde o ano passado e no qual ele inicialmente estreou, em novembro último, no papel de curador, assinando uma coletânea dedicada à Op-art. “Espelhos de papel”, a nova exposição, com onze obras inéditas, é a primeira individual de Muniz em São Paulo desde 2010.

 

As obras apresentadas pertencem à nova série “Imagens de Revista 2”, na qual o artista vem trabalhando nos últimos dois anos. Tendo mais uma vez a fotografia como objeto final de sua produção, Vik volta a se apropriar dos fragmentos de revistas., utilizando papéis rasgados, criteriosamente escolhidos a partir de imagens de publicações variadas. “Elas precisam ser rasgadas para parecerem mais acidentais, como se tivessem caído ali como confetes”, diz ele sobre o processo de colagens.

 

Vik Muniz joga com os limites da representação, recompondo imagens de obras referenciais que já fazem parte do repertório visual do espectador. A série atual parte do constante interesse do artista pelas ilusões de ótica e pelas brincadeiras, que ele diz explorar igualmente a sério. Vik conta que em visitas a museus observou que os espectadores, às vezes, se moviam para frente e para trás, numa espécie de transe, enquanto exploravam a fronteira mágica entre conceito e objeto. Para ele, justo nesse ponto de transição dá-se o encontro que considera o sublime em arte: “Esses são os momentos que contêm em sua transcendência a própria natureza da representação”.

 

Em seu texto de apresentação da mostra “Espelhos de papel”, o jornalista Christopher Turner observa que, à primeira vista, as obras parecem familiares, uma galeria de imagens famosas.“Mas quando olhadas de perto elas não são o que parecem”. Cada quadro é uma colagem composta por centenas de imagens artisticamente arrumadas de acordo com a gradação de cores: “Esse vertiginoso mosaico de imagens superpostas, que dissolvem o plano do quadro numa multiplicidade de pontos focais, foi escaneado e ampliado para que o espectador possa ver os cabelos, as fibras e até a celulose do papel cortado nas bordas”, escreve Turner.

 

O conjunto de fotografias digitais C-print em grandes formatos, que constitui a montagem da Galeria Nara Roesler, foi selecionado pelo próprio Vik Muniz. A mostra “Espelhos de papel” inclui composições a partir das pinturas de Monet, Coubert, de Kooning e Wilhelm Eckersberg, entre outras. Os trabalhos foram produzidos nos estúdios do Brooklyn, em Nova York, e da Gávea, Rio de Janeiro, cidades entre as quais o artista se divide atualmente.

 

Para a crítica e curadora Luisa Duarte, “…sua obra abriga uma espécie de método que solicita do público um olhar retrospectivo diante do trabalho. Para “ler” uma de suas fotos, é preciso indagar o processo de feitura, os materiais empregados, identificar a imagem, para que possamos, enfim, nos aproximar do seu significado. A obra coloca em jogo uma série de perguntas para o olhar, e é nessa zona de dúvida que construímos nosso entendimento”.

 

Simultaneamente à mostra solo de Vik Muniz, a Galeria Nara Roesler apresenta, na programação paralela do projeto Roesler Hotel, a individual “Atacama: 1234567” – da curadora chilena Alexia Tala, que traz pela primeira vez ao Brasil a obra do artista britânico Hamish Fulton.

 

Sobre o artista

 

Vik Muniz nasceu em 1961, em São Paulo, SP. Vive e trabalha em Nova York e Rio de Janeiro. Participou de inúmeras bienais, como da 49ª Bienal de Veneza, Itália, 2001; 24ª Bienal Internacional de São Paulo, Brasil, 1998; Bienal de Arte Contemporânea de Moscou, Rússia, 2009, entre outras. “Vik”, no Centro de Arte Contemporânea de Málaga, Espanha, 2012; “Relicário”, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, Brasil, 2011; e “Vik Muniz”, no Nichido Contemporary Art, em Tóquio, Japão, 2010, são suas mais recentes exposições individuais. Algumas das mostras coletivas de que participou são: “Swept Away”, no Museum of Arts and Design, em Nova York, 2012, e “Pure Paper”, na Rena Bransten Gallery, em São Francisco, 2011, ambas nos Estados Unidos; “Fragments latino-américains’, na Maison de l’Amérique Latine, em Paris, França, 2010; e “Surface Tension”, no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, Estados Unidos, 2009. Suas obras integram acervos como os do Centre Georges Pompidou, em Paris, França; Guggenheim Museum, em Nova York, Estados Unidos; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madri, Espanha; e Inhotim – Instituto de Arte Contemporânea, em Brumadinho, MG, Brasil.

 

De 2 de abril a 11 de maio.

Sete artistas na Almacén

25/mar

A mostra coletiva “Cor Matéria”, que a Almacén Galeria de Arte, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, exibe 25 obras de diferentes cores, texturas e formatos de sete artistas exclusivos do cast da galeria. Entre os expositores, os nomes de Cássio Lázaro, Guilherme Secchin, Herton Roitman, Luiz Badia, Silvio Baptista, Wagdy Radwan e Walter Goldfarb.

 

Pretos, brancos ou coloridos os traçados e cortes impressos nas obras dos artistas da Almacén Galeria de Arte fizeram do espaço, uma grife no mercado de arte contemporânea na cidade do Rio de Janeiro exibindo a sensibilidade de pintores, escultores e fotógrafos renomados desde 1986, ano em que foi inaugurada. A exposição atual celebra a excelência de quase três décadas no segmento. Coube ao curador Alexandre Morucci a tarefa de tornar uniforme a diversidade de estilos e formas dos sete artistas selecionados para a exposição.

 

“Ao trazer um recorte de matizes cromáticos basais, ligadas à natureza primordial da composição pictórica, podemos ressaltar o coeficiente matérico da cor, como um ponto importante de ligação entre estes artistas. Ratificados sob o aspecto matéria que a cor (cor-pigmento versus cor-luz) atua em suas obras, podem reafirmar particularidades que consolidam as identidades autônomas de suas obras” diz o curador.

 

Até 20 de abril.

Em Ribeirão Preto

23/mar

A galeria Marcelo Guarnieri, Ribeirão Preto, São Paulo, SP, agora em novo endereço, inaugurou as exposições de Tomie Ohtake, Alice Shintani e Acervo Aberto #1. Após sete anos mantendo suas atividades na Rua São José, a galeria passa agora a ocupar um novo edifício na Rua Nélio Guimarães, 1290. O espaço foi ampliado visando uma maior flexibilidade expositiva, o que permitirá a realização de projetos simultâneos e a possibilidade de exibir parte do acervo.

 

A abertura contou a exposição terceira individual de Tomie Ohtake na galeria. A exposição é formada por pinturas, esculturas e gravuras de décadas distintas e a mostra é parte integrante das comemorações do centenário da artista. Tomie mantém grande vitalidade em seu processo de produção, realizando trabalhos em diversos suportes e escalas. Seus gestos são livres e com referenciais orgânicos. Desde os anos 60 há uma linha coerente e potente nas obras da artista. Em Ribeirão Preto podemos ver um de seus projetos no Teatro Pedro II, para o qual a artista desenhou a cúpula para a reinauguração da casa nos anos 90.

 

Sobre a artista

 

Tomie Ohtake vive e trabalha em São Paulo, SP. Nasceu em Kyoto, no Japão, em 1913. Veio ao Brasil na década de 30, radicando-se em São Paulo. Em 1968 naturaliza-se brasileira. Começa sua produção apenas com 40 anos de idade e a partir disso desenvolve um caminho coerente que perpassa seis décadas ininterruptas. Tomie Ohtake participou de diversas bienais internacionais como as de São Paulo, Veneza, Bienal Latino-Americana de Havana e diversas outras. Em suas exposições recentes destaca: Pinturas Cegas, na Fundação Iberê Camargo – Porto Alegre; Mulheres, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói; A Poética da Forma, Museu Oscar Niemeyer – Curitiba, dentre outras.

 

Alice Shintani / O cru e o cozido

 

Alice Shintani vem trabalhando a partir de uma idéia expandida de pintura que abrange do suporte tradicional sobre tela a intervenções pictóricas e ambientes imersivos. “Procuro criar situações que embaralhem de alguma forma esse jeito de olhar dos nossos tempos, de rotular e descartar imediatamente. A idéia é propor uma experiência que seja um tanto irreprodutível através das imagens, isto é, que você possa criar as suas próprias conexões com o trabalho ali ao vivo (e com as pessoas, com o mundo), que isso ainda valha a pena nesses nossos dias tão midiáticos.”

 

Para a inauguração da nova Galeria Marcelo Guarnieri, a artista apresenta uma série inédita de pinturas. “O Cru e o Cozido”, título que ilustra a mostra, homenageia a obra homônima do antropólogo Claude Lévi-Strauss, célebre por uma análise cuidadosa de centenas de mitos ameríndios, a partir da qual apresenta um olhar afetivo e pleno de alteridade sobre as múltiplas culturas desse Outro e, por consequência, sobre o modo como percebemos a cultura ocidental e a nós mesmos. Referências à parte, a mostra é proposta como uma experiência silenciosa e aberta ao observador participante, convidando-o a movimentar o seu próprio repertório de ideias e a sua imaginação particular.

 

Sobre a artista

 

Alice Shintani vive e trabalha em São Paulo, SP. Neta de imigrantes japoneses, Alice Shintani é formada em Engenharia de Computação pela UNICAMP. Realizou diversas exposições individuais entre elas “Hanafuda”, Galeria Mercedes Viegas, Rio de Janeiro, RJ, 2012; “Bakemono”, Casa Triângulo, São Paulo, SP, 2011; “Sinopse”, Galeria Mercedes Viegas, Rio de Janeiro, RJ, 2010; “Éter”, Galeria Virgilio, São paulo, SP, 2009; Galeria Marcelo Guarnieri, Campinas, São Paulo, SP, 2008; “Quimera”, Galeria Virgílio, São Paulo, SP, 2007, entre outras. Principais mostras coletivas: “Além da Forma: plano, matéria, espaço e tempo” e “O Colecionador de Sonhos”, Instituto Figueiredo Ferraz, 2012-2013; “Técnicas de Desaparecimento”, Cuba, 2012; “Rumos Artes Visuais”, Instituto Itaú Cultural, São Paulo, SP; Espaço Ecco,  Brasília, DF e Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ, 2009; “Nova Arte Nova”, CCBB RJ e SP, 2008; “Oriente, Ocidente”, Centro Cultural São Paulo, 2008; “Temporada de Projetos”, Paço das Artes, São Paulo, SP, 2007. Em 2012 recebeu premiação no “II Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea”, através de júri formado por grupo de curadores internacionais.

 

Até 27 de abril.

Milan/Nassar: Infiltrações

22/mar

Em sua quinta mostra na Galeria Millan, Vila Madalena, São Paulo, SP, Emmanuel Nassar ocupa mais que o espaço expositivo tradicional, infiltrando-se pelas demais áreas da galeria, explorando-as de forma a esfumaçar os limites autorais entre suas obras e as dos outros artistas que ocupam tais espaços. A mostra tampouco se restringe a apresentar apenas sua produção mais recente, colocando lado a lado trabalhos de diferentes períodos e em diferentes suportes (objetos, pinturas, chapas metálicas e desenhos), prezando pela ampla gama de novos significados que podem surgir a partir dessas relações.

 

Emmanuel Nassar se torna ainda mais ousado na exploração crítica dos mecanismos que sustentam o meio das artes (modus operandi que permeia sua trajetória desde os anos 1980). “Infiltrações” traz uma ampliação do repertório de apropriações e embaralhamentos de Nassar, que cita e se deixa citar por obras de outros artistas, criando uma espécie de jogo para o visitante e questionando o conceito de espaço individual, coletivo e autoral.

 

Procedimento que compartilha com uma série de artistas de sua geração, a apropriação de imagens pré-existentes, o esvaziamento de seu significado prévio e sua ressignificação (em geral como invólucro formal aberto a uma multiplicidade de significados, nenhum mais correto que o outro) são marcas do trabalho de Nassar. O artista paraense construiu seu universo poético a partir da contaminação entre a tradição erudita (especialmente a construtiva) e a imagética popular do norte do Brasil, aproximando ambas as linguagens, ao mesmo tempo em que permite que se questionem mutuamente, em espécie de eterno procedimento dialético.

 

Se, como foi dito pelo crítico Tadeu Chiarelli, Nassar esgarça “até o limite as bordas entre arte e antiarte, testando, nesse processo, a cumplicidade dos outros componentes do circuito e a complacência do espectador comum”, é justo dizer que, em “Infiltrações”, Nassar descobre novos limites tanto para essa fronteira quanto às relações que a envolvem.

 

Até 20 de abril.

Arte urbana

20/mar

 

O artista urbano Zezão abraça o Rio através de exposição individual na Athena Contemporânea, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ. A mostra, “Lembranças de um passado Adormecido”, obedece a curadoria de Vanda Klabin. Composta de 12 obras em técnicas diversas como assemblage (colagem), em madeira (cabeceiras de camas) e pinturas. Ele explica que a cabeceira é o lugar onde as pessoas avaliam os papéis exercidos, um resgate das coisas esquecidas, dispensadas e deixadas de lado. Além de lembrar a casa, que, na psicanálise, representa a mãe. Esses objetos guardam as memórias das pessoas, por isso Zezão quis fazer intervenções nesses materiais.

 

Hoje, pode-se afirmar que a produção do artista urbano Zezão, que veio da periferia de São Paulo, está conquistando o mundo através de sua arte. Primeiro, Zezão conquistou o underground, em tampas de bueiro, escombros, prédios abandonados, becos e viadutos. Ao deixar ali seu flop, ou seja, sua marca registrada, uma assinatura em azul, chamou a atenção para um mundo urbano que muitos não querem ver.

 

Zezão já ganhou a admiração nacional e internacional: Em abril participa da Bienal do Livro em Frankfurt, onde foi convidado junto aos principais grafiteiros do Brasil (Os Gêmeos, Nunca, Speto, Onesto, Tinho e Alexandre Orion). A Bienal movimenta uma série de eventos na cidade, e como o grafite está em foco, sobretudo na Alemanha, pólo mundial de arte contemporânea, Zezão e os outros artistas farão uma grande exposição no Instituto Schirn-Kunsthalle Frankfurt e, além disso, assinarão intervenções pela cidade. Em maio Zezão vai pintar os canais de Londres, foi convidado pelo ex-curador da Tate Modern, Cedar Lewisohn, que já produziu uma série de livros sobre arte urbana, que incluem o trabalho de Zezão (Os Gêmeos na capa e Zezão na contra capa). Em junho participa do Hamburgo Wash Festival, evento de música arte, onde ano passado também foi prestigiado. Também em 2012 teve suas obras dentro de uma coletiva na Opera Gallery, em Londres e na Art Rio. Há dois anos ele foi convidado pelos galeristas Eduardo e Filipe Masini, da Athena Contemporânea, para ter seus trabalhos representados por eles.Vale lembrar que os trabalhos de Zezão, mesmo para galerias, são todos feitos com materiais como pedaços de carros velhos, bueiros abandonados, pedaços de barracos queimados e etc.

 

Até 27 de abril.

Individual de Maria Lynch

19/mar

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição da artista carioca Maria Lynch, uma das mais destacadas artistas de sua geração. Primeira individual da artista na galeria, a mostra, que ocupará todo o espaço expositivo, terá doze obras inéditas, produzidas especialmente para esta exposição. Serão dez pinturas em grandes dimensões, duas em formato menor, uma instalação e um vídeo.

 

No grande espaço térreo da galeria, com 200 metros quadrados, estarão oito pinturas em grande formato, em tintas óleo e acrílica sobre tela, com tamanhos que chegam a 1,80m x 2,25m. Na sala menor, também no térreo, estarão as pinturas “Espelho 1” e “Espelho 2”, feitas com a mesma técnica e medindo 1,40m x 1m.

 

Nas pinturas, com as cores fortes que são marca do trabalho da artista, há a silhueta de uma ou mais mulheres, todas brancas, que parecem estar se movimentando no meio da tela colorida.

 

“O meu trabalho gira em torno do universo lúdico e feminino, do erótico e de uma sublimação da realidade. Essas mulheres são projeções minhas e uma forma de anular o mundo pela ausência de sua identidade. Recrio uma ficção, uma alegoria de um excesso e ansiedade, junto a fragmentos do imaginário. A partir daí construí um repertório dessas formas e elementos que vão se metamorfoseando em sua morfologia, onde uma mídia contamina outra. Entre o gozo e a culpa, um paradoxo e uma ambigüidade”, explica a artista.

 

No terceiro andar da galeria, estará uma instalação, também inédita, feita em acrilon e tecido. Formada por tecidos coloridos, em tamanhos diferentes, as partes de encaixam formando uma espécie de centopéia. São três esculturas, que ocupam todo o espaço, de uma parede a outra.

 

No contêiner, que fica no terceiro andar da galeria, estará o vídeo “Um bosque chamado solidão”, produzido este ano especialmente para a exposição. “O vídeo é uma extensão do trabalho que retrato o corpo no processo de fragmentação, que vai de encontro com as lembranças da infância”, conta a artista.

 

Sobre a artista

 

Maria Lynch nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1981, onde vive e trabalha. Maria é formada pela Chelsea College of Art & Design, Londres, onde concluiu pós-graduação e mestrado, em 2008. Dentre suas principais exposições individuais estão: “Ocupação Macia”, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e a performance “Incorporáveis”, no MAM Rio, ambas em 2012; a mostra “Retalhos”, na Galeria Candido Mendes Ipanema, também no Rio de Janeiro, em 2006, entre outras.  As principais exposições coletivas da quais participou encontram-se a “6ª Bienal de Curitiba”, em 2011; “Presente Futuro Vol III”, no Oi Futuro, no Rio de Janeiro, em 2010; “Prêmio Funarte de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça”, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Rio de Janeiro e Performance “Incorporáveis”, no Oi Futuro, no Rio de Janeiro, em 2009; “Nova Arte Nova”, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 2008 e 2009; “Jerwood Drawing Prize”, no Jerwood Space, em Londres, em 2008, entre outras. Suas obras estão em importantes coleções públicas do Brasil, como o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o Centro Cultural Candido Mendes, a Coleção BGA, e a coleção do Ministério das Relações Exteriores – Palácio do Itamaraty, Brasília.

 

Até 20 de abril.

 

Kilian Glasner na galeria Laura Marsiaj

13/mar

 

O estilo promissor e intrigante da obra de Kilian Glasner, um dos nomes mais promissores da nova safra de artistas plásticos pernambucanos, chega ao Rio de Janeiro através da exposição individual denominada “Obscura” em cartaz na Galeria Laura Marsiaj, Ipanema. Nesta primeira exposição individual no Rio de Janeiro, o artista, que já expôs na Europa com obras em importantes instituições como a Calouste Gulbenkian de Lisboa, 2010, apresenta dez desenhos que marcam uma nova fase em sua trajetória, à começar pelo material escolhido. Desta vez Kilian utiliza o nanquim preto para cobrir quase todo o papel, revelando cuidadosamente pequenos pontos de luz que formam desenhos impactantes.

 

Em “Obscura”, Kilian Glasner propõe uma reflexão filosófica investigando a relação do homem com a luz, capturando a presença da vida na luz de cada imagem. Uma preocupação constante do artista é manter em suas obras um canal de comunicação com o público. Ele procura deixar claro seus objetivos, com o intuito de “tentar entrar numa consciência coletiva”, dosando o subjetivismo em nome de objetivos didáticos.

 

Sobre o artista

 

Kilian Glasner nasceu em 1977 na cidade de Recife, PE. Sua obra foi premiada no 39º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, 1999, quando o artista tinha apenas 22 anos. Realizou seus estudos de graduação e mestrado na École Nacionale Superieure de Beaux-Arts, em Paris, onde morou entre 2000 e 2007. Em 2009 foi contemplado pelo Programa Rumos Artes Visuais no Instituto Itaú Cultural e participou de mostras em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Branco e Brasília. No mesmo ano realizou mostra individual no Instituto Cultural Santander, em Recife. Em 2010 realizou a obra “O Brilhante Futuro da Cana-de-Açúcar”, na Fundação Calouste Gulbenkian de Lisboa. Em 2011 participou do programa “About Change the World Bank”, em Washington, além de mostra individual na galeria Moura Marsiaj, São Paulo. Em 2012 realizou individual na galeria Vitrine da Paulista, com projeto premiado pelo Instituto Caixa Cultural São Paulo. O artista mantém ateliê em Berlim e na Ilha de Itamaracá.

 

Até 06 de abril.

Ivan Serpa por Adriano de Aquino

08/mar

Ivan Serpa – Amantes, 1965

A Caixa Cultural, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição “Olhar de Artista: Adriano de Aquino lê Ivan Serpa”, trazendo a visão do pintor Adriano de Aquino sobre a trajetória de Ivan Serpa. Na curadoria, Aquino selecionou aproximadamente 80 trabalhos de Serpa, que revelam a pluralidade própria à obra do homenageado. Ao invés de privilegiar um período da carreira de Serpa ou uma linguagem com que tenha trabalhado, a mostra explora a multiplicidade de sua trajetória, tendo como ponto de partida o quadro da “Série Geomântica”, sem título, pintado em 1973. A obra não chegou a ser concluída pelo pintor e, em catálogo, ganhou a inscrição “Inacabado” entre as suas descrições técnicas. O quadro “Inacabado” aproxima duas figuras de referência para a história da pintura brasileira, Serpa e Aquino. As trajetórias de ambos ajudam a compreender as principais forças que mobilizaram o campo artístico em meados do século XX. Cada um à sua maneira, ambos são reconhecidos por sua forte sensibilidade crítica.

 

Sobre os artistas

 

Ivan Serpa, 1923-1973, nascido no Rio de Janeiro, além de pintor e desenhista, também é reconhecido pela diversidade de linguagens que experimentou em sua trajetória. Produziu colagens em papel, desenhos, guaches, híbridos de formas abstratas e figurativas. Foi celebrado como o melhor artista jovem, na I Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, com uma pintura já concreta. Na década de 1960, esteve ligado ao movimento concretista, sendo considerado o pioneiro no Brasil. Em 1953, juntamente com Lygia Clark, Lygia Pape, Franz Weissmann, Abraham Palatinik, Hélio Oiticica e Aluísio Carvão, articulou a criação de um núcleo de arte chamado Grupo Frente.

 

Adriano Aquino, em 1973, viajou para Paris, após receber do governo francês uma bolsa de estudos, por sua participação na mostra “12 desenhistas do Rio”. Participou da exposição, “Geometria sensível”, em 1978, realizada no MAM-Rio, marco principal de sua volta ao Brasil. Há mais de 30 anos, atua como gestor e articulador de políticas públicas para a cultura. O pintor nasceu mais de 20 anos depois de Serpa, em 1946, porém compartilhou com ele muitas das inquietações que conduziam o ambiente artístico na década de 1960, quando começou a produzir.

 

Até 28 de abril.

Novo museu no Rio

06/mar

Tarsila do Amaral – Sol Poente, 1929

O Museu de Arte do Rio, MAR, Zona Portuária, Rio de Janeiro, RJ, abriu suas portas ao público. Após quase três anos em obra e com uma reforma com custo estimado em mais de 76 milhões de reais, o complexo na Zona Portuária do Rio de Janeiro soma 15 000 metros quadrados, divididos por dois edifícios: o Palacete Dom João VI, de estilo eclético, que exibirá todas as exposições de seu calendário, e o prédio modernista – onde funcionou um terminal rodoviário – abrigará o programa educativo da novíssima instituição. O curador do espaço é o experiente crítico de arte Paulo Herkenhoff.

 

Foram inauguradas quatro exposições com a abertura do museu. No térreo se encontra “O Abrigo e o Terreno – Arte de Sociedade no Brasil I”, um projeto que deve se estender pelos próximos cinco anos e que investiga questões ligadas à ocupação do espaço público e à dinâmica da sociedade. Entre os artistas reunidos estão Antônio Dias, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Waltercio Caldas, Lygia Pape e Raul Mourão. A outra mostra “Rio de Imagens: uma Paisagem em Construção”, aborda a evolução da cidade ao longo de 400 anos. Com cerca de 400 peças, o acervo exibe nomes importantes da cena nacional como Lasar Segall e Ismael Nery. As outras duas mostras foram idealizadas a partir de acervos de colecionadores particulares. O marchand Jean Boghici cedeu 140 obras de artistas como Tarsila, Di Cavalcanti, Brecheret, Rubens Gerchman, Kandinsky e Morandi. Outro colecionador que cedeu obras foi Sérgio Fadel com mais de 200 obras de estilo concretista, assinadas por Amílcar de Castro, Willys de Castro, Barsotti, Carvão, entre outros.

 

Até 07 de julho – Vontade Construtiva na Coleção Fadel

Até 14 de julho – O Abrigo e o Terreno – Arte de Sociedade no Brasil I

Até 28 de julho – Rio de Imagens: uma Paisagem em Construção

Até 01 de setembro – O Colecionador: Arte Brasileira e Internacional na Coleção Boghici