Conversa e visita mediada no CCBB SP.

04/jul

Como parte da exposição “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil”, será realizada neste sábado, dia 05 de julho, às 17h, uma conversa com os artistas Leda Catunda, Sérgio Lucena e Simone Michelin, com mediação do curador-adjunto da exposição Tálisson Melo, no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. Ampliando ainda mais as discussões em torno da exposição, no dia 12 de julho, às 15h30, será realizada uma visita mediada na mostra com a curadora-adjunta Amanda Tavares. Ambos os eventos são gratuitos e abertos ao público.

Na conversa “Fullgás 80’s: entre pintura e multimídia”, os artistas Leda Catunda, Sérgio Lucena e Simone Michelin falarão sobre as suas experiências no mundo das artes durante a década de 1980. Sérgio Lucena trabalha com pintura, assim como Leda Catunda, que utiliza outras materialidades. Já Simone Michelin é artista multimídia, trabalha com fotografia, vídeo e arte digital. A conversa também mostrará um pouco da diversidade regional que está presente na exposição, uma vez que os artistas nasceram em diferentes estados brasileiros: Leda Catunda em São Paulo, Sérgio Lucena na Paraíba e Simone Michelin no Rio Grande do Sul.

Nas artes visuais, a Geração 80 ficou marcada pela icônica mostra “Como vai você, Geração 80?”, realizada no Parque Lage, em 1984. A exposição no CCBB entende a importância deste evento, trazendo, inclusive, algumas obras que estiveram na mostra, mas ampliando a reflexão. “Queremos mostrar que diversos artistas de fora do eixo Rio-São Paulo também estavam produzindo na época e que outras coisas também aconteceram no mesmo período histórico, como, por exemplo, o “Videobrasil”, realizado um ano antes, que destacava a produção de jovens videoartistas do país”, ressaltam os curadores. Desta forma, “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil” terá nomes de destaque, como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Daniel Senise, Leonilson, Luiz Zerbini, Leda Catunda, entre outros, mas também nomes importantes de todas as regiões do país, como Jorge dos Anjos (MG), Kassia Borges (GO), Sérgio Lucena (PB), Vitória Basaia (MT), Raul Cruz (PR), entre outros.  Para realizar esta ampla pesquisa, a exposição contou, além dos curadores, com um grupo de consultores de diversos estados brasileiros. “Fullgás”, que já foi um grande sucesso no CCBB Rio de Janeiro e no CCBB Brasília, fica em cartaz no CCBB São Paulo até 4 de agosto de 2025. Em seguida, será exibida no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte, de 27 de agosto a 17 de novembro.

Giros e afetos por vinte artistas.

31/out

A galeria Nara Roesler São Paulo apresenta, a partir de 31 de outubro, a exposição “Giros e Afetos, Arte Brasileira 1983-1995″, com aproximadamente 40 obras criadas neste período por 20 artistas: Amelia Toledo, Angelo Venosa, Antonio Dias, Brígida Baltar, Cao Guimarães, Carlito Carvalhosa, Carlos Zílio, Cristina Canale, Daniel Senise, Fabio Miguez, José Cláudio, Karin Lambrecht, Leda Catunda, Leonilson, Marcos Chaves, Paulo Bruscky, Rodrigo Andrade, Sérgio Sister, Tomie Ohtake e Vik Muniz.

As obras foram selecionadas por Luis Pérez-Oramas e o núcleo curatorial da Nara Roesler, e têm diferentes tamanhos, técnicas e pesquisas, em pinturas, aquarelas, desenhos, esculturas e bordados, que mostram que “…entre voltas e afetos, ainda que compartilhando o mesmo momento histórico, e, embora aparentemente semelhantes, os artistas e suas obras são únicos e irrepetíveis, e cada um deles inaugura uma temporalidade específica”.

Para os curadores, “…em sua tentativa ilusória de se tornar científica, a história da arte esquece que, durante séculos, suas realizações foram reguladas, explicadas e sustentadas por uma teoria dos afetos, também chamada de teoria das paixões”. No percurso proposto, o público poderá ver o que aproxima e o que distancia esses trabalhos.

Até 18 de janeiro de 2025.

Os anos 1980 no CCBBRio.

01/out

O CCBB RJ inaugura a exposição “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil”, um panorama da década de 1980 no Brasil.

A exposição “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil” será inaugurada no dia 02 de outubro como parte das comemorações pelos 35 anos do CCBB RJ. Com Raphael Fonseca como curador-chefe e Amanda Tavares e Tálisson Melo como curadores-adjuntos, a mostra, inédita, apresentará cerca de 300 obras de mais de 200 artistas de todas as regiões do país, mostrando um amplo panorama das artes brasileiras na década de 1980. Completam a mostra elementos da cultura visual da época, como revistas, panfletos, capas de discos e objetos icônicos, ampliando a reflexão sobre o período. “Fullgás”, assim como a música de Marina Lima, deseja que o público tenha contato com uma geração que depositou muito de sua energia existencial não apenas no fazer arte, mas também em novos projetos de país e cidadania. Uma geração que, nesse percurso, foi da intensidade à consciência da efemeridade das coisas, da vida”, afirmam os curadores.

A exposição ocupará todas as oito salas do primeiro andar do CCBB RJ, além da rotunda, e será dividida em cinco núcleos conceituais cujos nomes são músicas da década de 1980: “Que país é este”(1987), “Beat acelerado”(1985),”Diversões eletrônicas”(1980), “Pássaros na garganta”(1982) e “O tempo não para” (1988). Na rotunda do CCBB haverá uma instalação com balões do artista paraense radicado no Rio de Janeiro Paulo Paes.  A mostra aborda o período de forma ampla, entendendo que seus questionamentos e impulsos começaram e terminaram fora do marco temporal de dez anos que tradicionalmente constitui uma década. Desta forma, a exposição abrange o período entre 1978 e 1993, tendo como marcos o final do Ato Institucional 5 e o ano posterior ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. “Consideramos para a base de reflexões este arco de quinze anos e todas as suas mudanças estruturais e culturais para pensarmos o Brasil: do fim da ditadura militar ao retorno a uma democracia que, logo na sequência, lidará com o trauma de um impeachment”, contam os curadores, que selecionaram para a exposição obras de artistas cujas trajetórias começaram neste período.

Nas artes visuais, a Geração 80 ficou marcada pela icônica mostra “Como vai você, Geração 80?”, realizada no Parque Lage, em 1984. A exposição no CCBB entende a importância deste evento, trazendo, inclusive, algumas obras que estiveram na mostra, mas ampliando a reflexão. “Queremos mostrar que diversos artistas de fora do eixo Rio-São Paulo também estavam produzindo na época e que outras coisas também aconteceram no mesmo período histórico, como, por exemplo, o “Videobrasil”, realizado um ano antes, que destacava a produção de jovens videoartistas do país”, ressaltam os curadores. Desta forma, “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil” terá nomes de destaque, como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Daniel Senise, Leonilson, Luiz Zerbini, Leda Catunda, entre outros, mas também nomes importantes de todas as regiões do país, como Jorge dos Anjos (MG), Kassia Borges (GO), Sérgio Lucena (PB), Vitória Basaia (MT), Raul Cruz (PR), entre outros.  Para realizar esta ampla pesquisa, a exposição contou, além dos curadores, com um grupo de consultores de diversos estados brasileiros.

Até 27 de janeiro de 2025.

Brasileiros e portugueses.

24/set

“Ação à Distância”, exposição coletiva na Kubikgallery Lisboa, com curadoria de Luisa Duarte & Bernardo de Souza tem abertura anunciada para o dia 03 de outubro na Calçada Dom Gastão, n. 4, Porta 45. 1900 – 194, Lisboa, Portugal.

A exibição conta com obras dos artistas Alexandre Canonico, Artur Lescher, Dan Coopey, Daniel Frota de Abreu, Emmanuel Nassar, Flávia Vieira, Gonçalo Sena, Leda Catunda, Manoela Medeiros, Paloma Polo, Pedro Vaz, Salomé Lamas, Sara Ramo e Vera Mota.

Panorama sobre a década de 1980.

10/set

 

Com nome inspirado na música dos irmãos Marina Lima e Antônio Cícero, a exposição “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil” vai ser inaugurada em 02 de outubro, no CCBB, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Marina Lima autorizou o uso do título como também amou a homenagem dos curadores Raphael Fonseca, Amanda Tavares e Tálisson Melo, já que a música está completando 40 anos em 2024. “Fullgás”, assim como a música de Marina Lima, “…deseja que o público tenha contato com uma geração que depositou muito de sua energia existencial no fazer arte assim como em novos projetos de país e cidadania – uma geração que, nesse percurso, foi da intensidade à consciência da efemeridade das coisas, da vida”, dizem os curadores.

São mais ou menos 300 obras de artistas, como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Daniel Senise, Leda Catunda e Leonilson, e também de outros, de todas as regiões do país, como Jorge dos Anjos (MG), Kassia Borges (GO), Sérgio Lucena (PB), Vitória Basaia (MT), Raul Cruz (PR), apresentando um amplo panorama sobre a década de 1980. Além dos quadros, a mostra incluirá elementos da cultura visual da época, como revistas, panfletos, capas de discos e objetos.

A “Geração 80″ ficou marcada com a mostra “Como vai você, Geração 80?”, no Parque Lage, em 1984. “Queremos mostrar que diversos artistas de fora do Rio e São Paulo também estavam produzindo na época e que outras coisas também aconteceram no mesmo período histórico, como, por exemplo, o “Videobrasil”, um ano antes, que destacava a produção de jovens videoartistas do país”, completam os curadores.

Leda Catunda e a Paisagem selvagem

09/ago

A Fortes D’Aloia & Gabriel apresenta até 05 de outubro, “Paisagem selvagem”, a nova mostra de Leda Catunda na Carpintaria, que marca o retorno da artista ao Rio de Janeiro uma década após sua última exposição individual na cidade, no Museu de Arte Moderna. Os trabalhos apresentados mostram uma inflexão barroca na sua pesquisa, onde o acúmulo de elementos têxteis e citações imagéticas que caracteriza sua obra é intensificado por uma multiplicação de procedimentos e ornamentos e pela proliferação de formas de língua, saliências, barrigas estofadas e abas de tecido de todas as cores. Refletindo sobre o fluxo de estímulos visuais e digitais, Leda Catunda se debruça sobre nossa exposição incessante aos ícones, signos e emblemas da cultura de massas.

Acrescentando uma gama de referências paisagísticas a essa dimensão tipicamente contemporânea, a artista abre caminho para uma paradoxal junção de natureza e artifício, desierarquizando pretensões de gosto e registros altos e baixos num processo onívoro e voraz. Nesses híbridos de pintura e objeto, motivos históricos como o santo católico em São Tomás (2024) convivem com as logomarcas e gráficos ready-made de um trabalho como Paisagem selvagem II (2024). Em Cinema (2024), estampas de camisetas com imagens de filmes cult, como “Lolita” ou “De volta para o futuro” formam a superfície de um volume almofadado, numa compilação de referências reunidas pela artista que entrelaça o lado afetivo da memória com os objetos e produtos da indústria cultural.

A produção de formas curvas, serpentinadas, enrugadas, enroladas, dobradas, acumuladas, antitéticas e labirínticas alcança o volume máximo em “Paisagem selvagem II”, citada acima, e “Caprichosa” (2024), onde toda essa cornucópia visual se dispõe em um tableau de cenas fragmentárias. Nestas obras a tendência maximalista e cumulativa deste corpo de trabalho se condensa de maneira enfática.

Desde sua última mostra individual no ICA Milano, em 2023 na Itália, a ênfase de Leda Catunda sobre o drapeado, o caimento, a costura e a estamparia fazem da indumentária, da silhueta e da fisionomia humanas material de composição plástica e conceitual, principalmente em trabalhos como “Sete saias” (2024).

“O excesso de imagens em tudo que nos cerca gera uma forte ilusão de velocidade. Seja no âmbito virtual, na internet, ou real nas irriquietas superfícies que revestem as cidades, nas ruas, edifícios ou mesmo nas roupas das pessoas, essa visualidade pungente parece provocar a sensação de um encurtamento do tempo. Assim nos tornarmos ansiosos do porvir, de um futuro que nos surpreenda mesmo sem que tenhamos podido optar, escolher. Nessa nova realidade nada acontece, tudo flui. E, desta maneira a vida segue o fluxo louco dos acontecimentos repentinos. A adaptação implica noutra sorte de raciocínio, numa modificação do sistema associativo para reencontrar capacidade de leitura deste novo real e assegurar espaço para novas ideias e novos destinos.” – Leda Catunda

A exposição é acompanhada por um ensaio crítico de Carlos Eduardo Riccioppo, Professor Doutor do Departamento de Artes da Universidade Estadual Paulista – Unesp.

Cinco artistas na Pinakotheke São Paulo

20/jun

A Pinakotheke, Morumbi, São Paulo, SP, convida para a abertura da exposição “Monumental – Angelo Venosa, Beatriz Milhazes, Jorge Guinle, Leda Catunda e Luiz Zerbini”, no dia de 22 de junho de 2024, às 11h. Com curadoria de Max Perlingeiro, a exposição apresenta obras que exploram o conceito de monumentalidade, desses artistas expoentes da Geração 80, no momento em que se celebra os quarenta anos da icônica mostra realizada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, “Como vai você, Geração 80?”, com curadoria de Marcus Lontra, Sandra Magger e Paulo Roberto Leal. “Esses artistas buscaram transcender as fronteiras físicas e conceituais dos trabalhos para criar impacto e desafiar o público”, afirma Camila Perlingeiro, diretora editorial da Pinakotheke.

“A produção de obras de arte de grandes formatos na cena artística brasileira contemporânea é reflexo de uma expressão única da identidade cultural do país. Artistas brasileiros têm explorado a monumentalidade como uma forma de transmitir narrativas tanto quanto provocar reflexões sobre questões sociais, políticas e ambientais. Através de esculturas, instalações, pinturas murais e intervenções urbanas, a arte brasileira em grande escala ressoa com o público e transforma o espaço”, afirma Camila Perlingeiro no texto que acompanha a exposição.

As análise de Camila Perlingeiro

Na exposição, o destaque é “Catilina” (2019), obra tridimensional de Angelo Venosa (1954-2022), em madeira, tecido e fibra de vidro, medindo 305cmx372cm x372cm, uma grande ampulheta sustentada sobre três pernas de madeira. Do centro da escultura, coberta por fibra de vidro, a areia desce em direção ao solo, “uma metáfora para a precariedade da memória”, como assinala Camila Perlingeiro. Sobre este trabalho, o artista disse: “O tempo é assim. Ou está na frente, ou atrás. A gente só o percebe como armadilha, ou reflexão”. No texto que acompanhou a exposição “Catilina”, no Paço Imperial, Rio de Janeiro, em 2019, quando a obra foi apresentada, a crítica Daniela Name citou a famosa frase “Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?”, a pergunta de Cícero, “grande filósofo e orador romano, em 63 a.C, em um de seus discursos dirigidos contra Lucius Sergius Catilina, político corrupto e sanguinário que dedicou a vida a tentar destruir a República”. “Quão longe você vai abusar da nossa paciência, Catilina?”, a tradução culta da frase, ou como preferia Angelo Venosa: “Até quando você vai encher o nosso saco?”. “Essa ambiguidade de tempos e processos é muito forte em “Catilina”, que nos fala de ruína, de um mundo ameaçado, mas também de gênese, daquilo que ainda pode vir”, escreveu Daniela Name.

De Beatriz Milhazes (1960), a pintura “Tonga II” (1992), acrílica sobre tela, com 160cmx160cm90), “é um exemplo de como a artista se utiliza das sobreposições e formas circulares, além da exuberância gráfica e cromática”.

“Sexta-feira” (1985), em óleo sobre tela com 189cm x 340cm, de Jorge Guinle (1947-1987), “apresenta uma vontade ordenadora, com áreas bem delineadas, contornos definidos, e recortes de estampas que têm relação com planos de fundo de obras de artistas como Paul Klee ou Bram van Velde”.

Leda Catunda (1961) esgarça os limites da arte investindo em materiais como tecido ou plástico e superfícies ora vazadas, ora volumosas. “Rio Comprido” (2009), obra tridimensional em tinta acrílica, plástico e tela, medindo 420cmx310 cm, “é parte do processo de amadurecimento de sua produção”.

Luiz Zerbini (1959), artista que trabalha com diferentes suportes – pinturas, esculturas e instalações, entre outros – se utiliza de camadas de imagens da flora tropical e referências à história da arte e à cultura pop em sua obra “The Railway Surfer and the Ghost Train” (1990), pintura em óleo sobre tela com 140cmx290 cm, “um experimento entre o uso do espaço pictórico e de cores luminosas e vibrantes”, diz Camila Perlingeiro.

De 22 de Junho a 20 de Julho.

Neste sábado

26/out

A conversa com a curadora e artistas na exposição “O que há de música em você”, na Galeria Athena, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, será neste sábado, 28 de outubro, às 19h, entre a curadora Fernanda Lopes e os artistas Andro Silva, Atelier Sanitário (Daniel Murgel e Leandro Barboza), Hugo Houayek, Natália Quinderé (Seis gentes dançam no museu) e Rafael Alonso, como parte da exposição “O que há de música em você”, que, devido ao sucesso, acaba de ser prorrogada até o dia 02 de dezembro. A conversa será gratuita e aberta ao público.

A mostra “O que há de música em você” apresenta edições únicas de icônicas obras de Hélio Oiticica, produzidas em 1986. Elas participaram da primeira exposição póstuma de Hélio Oiticica (1937-1980), organizada pelo Projeto HO, na época coordenado por Lygia Pape, Luciano Figueiredo e Wally Salomão, que se chamava “O q faço é música” e foi realizada na Galeria de Arte São Paulo. Desde então, essas obras permaneceram em uma coleção particular, e agora voltam a público, depois de 37 anos, sendo o ponto de partida para a exposição “O que há de música em você”.

A exposição apresenta um diálogo com fotografias, vídeos, objetos e performances de outros 20 artistas, entre modernos e contemporâneos, como Alair Gomes, Alexander Calder, Aluísio Carvão, Andro de Silva, Atelier Sanitário, Ayla Tavares, Celeida Tostes, Ernesto Neto, Felipe Abdala, Felippe Moraes, Flavio de Carvalho, Frederico Filippi, Gustavo Prado, Hélio Oiticica, Hugo Houayek, Leda Catunda, Manuel Messias, Marcelo Cidade, Rafael Alonso, Raquel Versieux, Sonia Andrade, Tunga e Vanderlei Lopes. Na fachada da galeria está a grande obra “Chuá!!!”, de Hugo Houayek, feita em lona azul, simulando uma queda d´água.

Oiticica e artistas modernos e contemporâneos.

15/set

 

Em 1986, foi realizada a primeira exposição póstuma de Hélio Oiticica (1937 – 1980), organizada pelo Projeto HO, na época coordenado por Lygia Pape, Luciano Figueiredo e Wally Salomão. Para essa mostra, que se chamava “O q faço é música” e foi realizada na Galeria de Arte São Paulo, o projeto produziu edições únicas das icônicas obras “Relevo Espacial, 1959/1986” e “Parangolé P4 Capa 1, 1964/1986”,  para arrecadar fundos para a organização, catalogação e conservação das obras e documentos deixados pelo artista. Desde então, essas obras permaneceram em uma coleção particular, e agora voltam a público, depois de 37 anos, sendo o ponto de partida para a exposição “O que há de música em você”, na Galeria Athena, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria de Fernanda Lopes.

 

Icônicas para o desenvolvimento do pensamento de Oiticica, as duas obras são de grande importância – o “Parangolé”, inclusive, foi vestido por Caetano Veloso na época de sua criação. Partindo delas, e da célebre frase de Hélio Oiticica: “O q faço é música”, a exposição apresenta um diálogo com fotografias, vídeos, objetos e performances de outros 20 artistas, entre modernos e contemporâneos, como Alair Gomes, Alexander Calder, Aluísio Carvão, Andro de Silva, Atelier Sanitário, Ayla Tavares, Celeida Tostes, Ernesto Neto, Felipe Abdala, Felippe Moraes, Flavio de Carvalho, Frederico Filippi, Gustavo Prado, Hélio Oiticica, Hugo Houayek, Leda Catunda, Manuel Messias, Marcelo Cidade, Rafael Alonso, Raquel Versieux, Sonia Andrade, Tunga e Vanderlei Lopes. Na fachada da galeria estará a grande obra “Chuá!!!”, de Hugo Houayek, feita em lona azul.

 

Os diálogos, em diversas formas, seja por um aspecto mais literal da ideia de música, de movimento, seja pela questão da cor e por discussões levantadas por Hélio Oiticica naquele momento que continuam atuais. “A ideia geral é tentar pensar, como pano de fundo, como o Hélio traz questões da passagem para o contemporâneo que continuam sendo debatidas e que estão vivas até hoje de diferentes maneiras”, afirma a curadora Fernanda Lopes.

 

A relação de Hélio Oiticica com o samba e com a Estação Primeira de Mangueira é bastante conhecida, mas a curadora também quer ampliar essa questão. “Quando Hélio fala de música, ele não está se referindo só ao samba, mas também ao rock, que é o que ele vai encontrar quando chega em Nova York. Para ele, são ideias de música libertárias, pois dança-se sozinho, sem coreografia, são apostas no improviso, no delírio. Acho que a partir disso é possível fazer um paralelo com a discussão de arte, repensando seu lugar, seus limites, suas definições e repensando também a própria ideia e o papel da arte”, afirma a curadora.

 

Obras em exposição 

 

Diversas relações são criadas na exposição. Obras que fazem referência mais direta ao samba, como a pintura “Duas Mulatas” (1966), de Flávio de Carvalho, e a obra de Manuel Messias, encontram-se na mostra. “São referências mais literais, de artistas que tinham no samba um lugar de ação, não uma ilustração”, conta a curadora. Ampliando a questão musical, chega-se ao movimento, à movimentação dos corpos, que está sempre associado à música. Na exposição, essas relações são criadas, por exemplo, com os trabalhos de Aloísio Carvão e Celeida Tostes. Composto por uma caixa branca contendo círculos não uniformes, separados por tons diferentes, que vão do amarelo ao vermelho, a obra “Aquário II” (1967), de Aloísio Carvão, dialoga com o trabalho de Oiticica não só por ter a cor como guia, mas também pela ideia de movimento. “Esta obra, de certa forma, também tem algo rítmico ou uma possibilidade de reconhecer isso nessas peças, uma vez que depende do vento ou de outra situação que aconteça no espaço para que as peças se movimentem”, diz Fernanda Lopes. Desta mesma forma, o trabalho de Celeida Tostes, composto por cerca de 60 peças em cerâmica, com formatos circulares vazados no meio, com variações de cores em tons terrosos, sugere um ritmo pela organização modular. Ainda na ideia de movimento, está o trabalho “Escultura mole”, dos anos 1970, de Alexandre Calder, feito em tecelagem, com uma espécie de rede, que, além de resgatar a história, por ser um elemento característico do Brasil e América Latina, remete à ideia de movimento. Na exposição, as questões sobre música estão ampliadas, e a curadora quis trazer outros aspectos, como a dimensão social do samba. “Não é só um estilo musical, existe um confronto de alguma maneira, não é só entretenimento, mas também um lugar de disputa”, afirma. Dentro deste pensamento, está na exposição um tacape (arma indígena), de Tunga. Além disso, alguns trabalhos apostam ou se valem de um desconforto, que esteve presente na figura de Hélio Oiticica. Por exemplo, quando ocorreu a exposição na White Chapel, em Londres, em 1969, muita gente adorou o fato de ele ter colocado areia de praia no chão, mas outras pessoas se incomodaram de terem que tirar o sapato, assim como houve críticas na imprensa. Remetendo a isso, estão os trabalho de Andro de Silva, com palhaços chorando, uma grande pintura de Rafael Alonso, medindo 1,30X1,70, que traz uma imagem incômoda para a vista, e três vídeos de “Sem título”, de Sonia Andrade, que causam apreensão – em um deles ela está com a mão aberta em uma superfície com um prego entre cada dedo, tentando não errar a direção do martelo; em outro, ela depila os pelos de partes do corpo, como os da sobrancelha, e no terceiro, aperta um fio em parte do rosto.

 

Sobre o Projeto HO

 

Em 1981, os irmãos de Hélio Oiticica, Cesar e Claudio, diante da urgência do desafio de guardar, preservar, estudar e difundir a sua obra, formularam o Projeto Hélio Oiticica, uma associação sem fins lucrativos com esses objetivos. Contando com a construção inicial de companheiros e amigos de Hélio Oiticica, com os quais formou-se um conselho e uma coordenação, e com fundos provenientes da venda de obras de terceiros pertencentes ao acervo da família, instalou-se o Projeto HO. Os membros do Projeto, apesar de trabalhando sem remuneração, e durante suas horas de lazer, conseguiram uma série crescente de realizações entre as quais merecem destaque a publicação do livro de textos: ‘Aspiro ao grande labirinto’ e as exposições retrospectivas realizadas em Rotterdam, Paris, Barcelona, Lisboa e Minneapolis com a edição de respectivos catálogos. Além disso, houve a participação em 16 exposições no Brasil, sendo 10 coletivas e seis individuais e 12 exposições no exterior, sendo 11 coletivas e uma individual. Em 1996, foi inaugurado o Centro de Arte Hélio Oiticica com a grande retrospectiva que havia percorrido a Europa e os Estados Unidos, posteriormente, o acervo participou de 39 exposições no Brasil, 11 individuais e 28 coletivas, e de 51 exposições no exterior, sendo 9 individuais e 42 coletivas.

 

Sala Casa

 

No mesmo foi inaugurada a exposição “Jonas Arrabal – Ensaio sobre uma duna”, com trabalhos inéditos em diversas mídias, reunidos em conjunto, como uma grande instalação pensada especialmente para ocupar a Sala Casa da Galeria Athena. Bronze, sal, chumbo, betume e resíduos orgânicos são alguns exemplos de materiais utilizados pelo artista nos últimos anos, traduzidos aqui entre objetos e desenhos. Em sua pesquisa poética há um interesse particular sobre o tempo e a memória, numa aproximação com a ecologia, meio ambiente e a história, propondo uma reflexão sobre a transformação constante das coisas, dos lugares e como isso nos afeta e nos permite novas percepções. “Em seus trabalhos há uma operação que transita entre a invisibilidade e a visibilidade, transições e apagamentos concretos (conscientes ou não) numa aproximação com elementos da natureza, opondo materiais industriais com orgânicos, propondo novas mutações”, diz a curadora Fernanda Lopes.

 

Até 10 de novembro.

 

 

Leonilson e a Geração 80

01/ago

Há 30 anos morria precocemente um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira: José Leonilson Bezerra Dias (1957, Fortaleza – 1993, São Paulo). A Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, homenageia o artista, e ao mesmo tempo antecipa a comemoração dos 40 anos da histórica exposição “Como Vai Você, Geração 80?”, realizada em 1984, na Escola de Artes Visuais Parque Lage, reunindo 35 obras emblemáticas – 16 de Leonilson, e 19 de outros artistas que também participaram do emblemático evento como  Adir Sodré de Souza (1962), Alex Vallauri (1949-1987), Beatriz Milhazes (1960), Chico Cunha (1957), Ciro Cozzolino (1959), Daniel Senise (1955), Fernando Barata (1951), Gervane de Paula (1962), Gonçalo Ivo (1958), Hilton Berredo (1954), Jorge Guinle (1947-1987), Leda Catunda (1961), Luiz Zerbini (1959) e Sérgio Romagnolo (1957). Duas obras que serão expostas estiveram na mostra do Parque Lage: “Sonho de Valsa” (1984), de Chico Cunha, pertencente à Coleção Mac Niterói, com 5,20 metros x 3 metros, e a pintura “Metástase” (1981), de Jorge Guinle. Outra obra em grande dimensão é “Sem título (série Pindorama)”, de Hilton Berredo, uma pintura por dispersão sobre o polímero emborrachado EVA, de 3 metros de altura por 4,5 metros de comprimento.

A curadoria de “Leonilson e a Geração 80″ é de Max Perlingeiro, que destaca: “Uma das grandes revelações foi Leonilson. O artista explorava a figuração, os desenhos e pinturas da primeira fase de sua obra. O humor, a crítica social e as suas narrativas do cotidiano são marcas de seu trabalho”.

Marcus Lontra Costa – curador junto com Paulo Roberto Leal (1946-1991) e Sandra Magger (1956-2018) da icônica mostra de 1984 – foi o consultor de “Leonilson e a Geração 80″.  Ele afirma que “Leonilson foi, e ainda é, a principal referência de uma geração que, saída dos anos de chumbo da ditadura, buscava recuperar a alegria, a coragem, e a ousadia de pintar o que se via, e o Brasil que se sonhava”. “Leonilson foi o porta-voz da diversidade, de uma arte confessional, íntima, que falando de si, de seus problemas e suas questões, alcançava um nível internacional e coletivo. Leonilson foi essa referência principal, e seu reconhecimento é mais do que merecido. Ele foi a síntese da criatividade da arte brasileira dos anos 1980″.

A exposição será acompanhada do catálogo “Leonilson e a Geração 80″ (Edições Pinakotheke), com 72 páginas, imagens das obras, e textos de Max Perlingeiro, Marcus Lontra Costa, Sandra Mager, Paulo Roberto Leal e Frederico Morais.

O apoio da EAV Parque Lage, que permitiu pesquisar documentos e informações importantes em seus arquivos, foi decisivo para a realização desta exposição.

A exposição “Leonilson e a Geração 80″ estará aberta ao público, com entrada gratuita, na Pinakotheke Cultural Rio de Janeiro, das 10h às 18h, até 23 de setembro. A Pinakotheke fica na Rua São Clemente 300, Botafogo.