Prova de Artista/Fortes D’Aloia & Gabriel

18/dez

Já está aberta ao público a exposição “Prova de Artista” que encerra a programação 2017 da Fortes D’Aloia & Gabriel. A mostra permanecerá em cartaz até 24 de fevereiro na Galeria, Vila Madalena, São Paulo, SP. “Prova de artista” traz obras assinadas por Cabelo, Cristiano Lenhardt, Jac Leirner, Leda Catunda, Lucia Laguna, Luiz Zerbini, Mauro Restiffe, Odires Mlászho, Pedro França, Rodrigo Cass, Rodrigo Matheus e Sara Ramo.

 

Prova de Artista toma o título de empréstimo do termo originário da gravura – as provas de artista são as cópias que o autor reserva para si, à parte da edição final de uma obra – para investigar a relação de intimidade que o artista mantém com o próprio trabalho. Concebida e organizada pela equipe da Fortes D’Aloia & Gabriel, a coletiva reflete o desejo de desvelar questões próprias do fazer artístico que muitas vezes ficam restritas aos bastidores da produção.

 

Ao debruçar-se sobre as decisões que levam o artista a reconhecer a obra já em seu estado final ou compreendê-la como experimento de sua vivência no ateliê, a exposição promove a redescoberta de obras como Retalhos de Plástico (1996) de Leda Catunda. Tido pela artista como um estudo, o trabalho permanecia inédito e “esquecido” até então, podendo agora adentrar novos territórios semânticos. Rodrigo Cass exibe, em sequência, quatro vídeos realizados entre 2006 e 2007. São seus primeiros flertes com essa mídia, cuja mise-en-scène caseira revela um vínculo íntimo e afetivo. Contents (2017), uma pintura de concreto sobre linho, também desenvolve essa noção ao reinterpretar a pauta de seu caderno de anotações com alguns conceitos-chave que norteiam sua pesquisa.

 

Em conjunto, os trinta desenhos Sem título (2017) de Cabelo denotam um ritmo intenso de produção, excerto de uma série de 140 estudos a óleo realizada em apenas três dias. Antes de ganharem painéis, telas e murais de maior escala, seus seres híbridos convivem com anotações processuais, onde o próprio artista assinala a intensidade de sua práxis ao afirmar em um dos desenhos: “não paro”. A palavra também é explorada nas Cartas para Poemas Automáticos (2012) de Odires Mlászho, nas quais fragmentos de clichês tipográficos se mesclam ao fundo reticulado para dar origem a composições abstratas.

 

Retrato (2008) de Luiz Zerbini representa um ponto de virada em sua carreira e exemplifica sua diversificada investigação pictórica. Exibida originalmente como parte de uma instalação no Centro Universitário Maria Antonia (São Paulo, 2008), a obra é uma grande tela negra que vai à divisa da problemática da representação na pintura: sua superfície reflexiva é preenchida por vultos do entorno.

 

Jac Leirner apresenta duas obras que demonstram um contínuo compromisso de explorar os materiais até o limite. Osso 008 (40 Desenhos) (2008) é concebida a partir dos estudos de sua série com sacolas de plástico, enquanto Timeline (2008-2014) é feita com aparas de papel de outra obra, elegidas e agrupadas por inscrições das datas. De maneira análoga, os Desenhos (2016) de Lucia Laguna ganham forma a partir das sobras materiais de sua atividade: são colagens com as fitas utilizadas nas suas telas que traduzem de forma autônoma a abstração desenvolvida nas pinturas. Sara Ramo, por sua vez, cria esculturas de gesso pedra em Matriz e a Perversão da Forma (2015) a partir das máscaras de papel presentes em seu vídeo Os Ajudantes (2015).

 

O Radiador Bruto 5 (2017) de Cristiano Lenhardt é parte de um série iniciada em 2014. Retiradas do mundo em seu estado cru, a obra revela uma curiosa abstração espontânea, cuja geometria flerta com o aspecto randômico de outros trabalhos do artista. Em processo similar, Rodrigo Matheus instala a carcaça de um aparelho antigo de ar-condicionado no canto superior de uma das paredes da Galeria. Potencializado pela ambiguidade permissiva do teste, o corpo estranho adere ao espaço e instaura-se entre a dúvida e a possibilidade do pertencimento real.

 

A série Vermeer (1997-2002) de Mauro Restiffe esgarça os limites da metalinguagem ao explorar as possibilidades de presença de uma mesma fotografia em diferentes contextos. Se Vermeer (1997) apresentava uma pintura entrecortada de Johannes Vermeer no museu, Wrapped Vermeer (1999) é a foto da foto de 1997 embrulhada em plástico bolha, enquanto em Hanging Vermeer (2002) a mesma reaparece pendurada no laboratório fotográfico. Essa última, editada pela primeira vez especialmente para esta exposição, é apresentada com uma sequência de folhas de contato fotográficas que explicitam diferentes momentos da série e o processo de escolhas do artista.

 

Com Environ (2017), Pedro França ocupa o segundo andar da Galeria criando um ambiente distópico em tons verdes e azuis de chroma key. As peças são ambivalentes e podem ser lidas tanto como esculturas autônomas quanto como objetos de cena cuja presença converge no trabalho em vídeo que completa a instalação. Usando as superfícies de chroma key para inserir efeitos visuais, o artista continuará editando o vídeo ao longo da mostra, oferecendo uma obra em mutação que se coloca incessantemente à prova.

 

 

A galeria cumprirá o recesso de fim de ano: fechada entre 22 Dezembro 2017 e 07 Janeiro de 2018. No Carnaval: fechada entre 10 e 14 Fevereiro de 2018.

Leda Catunda em Portugal

14/set

As obras presentes na exposição individual de Leda Catunda a partir de 16 de setembro na Kubik Gallery, Porto, Portugal, são essencialmente pinturas-objeto organizadas em várias camadas de tecidos recortados e sobrepostos. Nos tecidos finos e transparentes é possível visualizar imagens e estampas, refletindo naturezas diversas, variando entre abstrações simples e ornamentais e figurações do universo pop, presentes no quotidiano.

 

“As suas imagens de casais amorosos, retiradas da internet e que remetem para situações idílicas, são tão planas quanto as etiquetas e rótulos daquilo que consumiu na sua estadia no Porto. São epítomes de momentos sem densidade, sem história, desterritorializados. É a sua exposição crua e direta, no conforto da “maciez” da forma que as torna perturbadoras, precisamente porque reveladoras de um desconforto provocado pela sobreposição de significados que se anulam. A convergência da sedução visual com a denúncia de platitude vivencial contemporânea cria um potencial eminentemente disruptivo na discursividade destas obras. Obrigam-nos a olhar para além da pele, para o forro mais ou menos desvelado das nossas inquietações, dúvidas e desorientações perante o real”. (*)

 

(*) Retirado de “A Dúvida Orgânica” – texto alusivo à exposição “Leda e a Espessura do Real” de Leda Catunda, autoria de Miguel Von Hafe Pérez.

 

 

Sobre a artista

 

Leda Catunda nasceu em São Paulo em 1961, onde vive e trabalha. Entre suas exposições individuais, destaca-se a mostra “Pinturas Recentes”, no Museu Oscar Niemeyer (Curitiba, 2013) que itinerou para o MAM Rio (Rio de Janeiro, 2013); “Além de Leda Catunda: 1983-2008”, retrospectiva realizada na Estação Pinacoteca (São Paulo, 2009). Uma das expoentes da chamada “Geração 80”, a artista esteve nas antológicas “Como Vai Você, Geração 80?”, Parque Lage (Rio de Janeiro, 1984); e “Pintura como Meio”, MAC-USP (São Paulo, 1983). Sua carreira inclui ainda participações em três Bienais de São Paulo (1994, 1985 e 1983), além da Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2001) e da Bienal de Havana (Cuba, 1984). Sua obra está presente em diversas coleções públicas, como: Instituto Inhotim (Brumadinho); MAM Rio de Janeiro; Fundação ARCO (Madrid, Espanha); Stedelijk Museum (Amsterdam, Holanda); além de Pinacoteca do Estado, MAC-USP, MASP, MAM (todas em São Paulo).

 

Às 18h30min

Performance de Vinicius Massucato, “Um Ciclone Tropical”.

Biquínis no CCBB-Rio

17/mai

A exposição “Yes! Nós temos biquíni”, no CCBB Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta os aspectos sociais, históricos e culturais de uma criação revolucionária no mundo da moda e a sua devida apropriação pelos brasileiros, transformando-a em objeto de desejo do mundo todo. O traje nasceu na França, em 1946, mas originou-se há séculos, como mostram as preciosas tangas marajoara do período pré-colombiano. Do pesado traje de banho do século 19 às novas modelagens do século 21, a exposição ressalta as mudanças de comportamento e conquistas da mulher nesse período, os padrões de beleza e sua relação com a arte. A curadoria é de Lilian Pacce.

 

A mostra reúne cerca de 120 obras, entre looks icônicos e históricos de moda praia, fotografias, pinturas, esculturas, vídeos, ilustrações, instalações, artefatos históricos e amplo material iconográfico. Performances, debates e um ciclo de cinema também fazem parte da programação da exposição, que ocupará o 2º andar do Centro Cultural.  A exposição é patrocinada pelo Banco do Brasil.          

 

“A moda, para além de seu propósito inicial que é vestir o corpo, sempre esteve relacionada a questões sociais, culturais, políticas e econômicas. Esta exposição traz uma diversidade, que sempre buscamos para a programação do CCBB e apresenta um diálogo entre o elemento de maior representação brasileira na moda mundial com obras de arte contemporâneas que desafiam o visitante a interpretar essas associações”, comenta o gerente-geral do CCBB Rio, Fabio Cunha.

 

O percurso começa com uma explicação sobre a criação do engenheiro francês Louis Réard, que ousou diminuir a calcinha de cintura alta e revelar o umbigo da mulher – símbolo do vínculo e da ruptura entre duas vidas, zona erógena, centro do corpo humano e do mundo, como se percebe na obra Um.Bigo, de Lia Chaia. Réard queria que sua ideia fosse tão explosiva quanto os primeiros testes nucleares no atol de Bikini – daí surge o nome da peça. Ilustrando modas, modismo e rupturas, uma linha do tempo mostra a evolução do traje de banho, com peças originais desde o século 19 até hoje, looks que sintetizam a imagem de cada década assim como as mulheres que fizeram a fama do biquíni ao longo da história.

 

Na sala seguinte, o visitante descobre que historicamente, apesar de ser uma criação francesa, o crédito pela invenção do biquíni poderia caber aos índios brasileiros e sua forma de cobrir o corpo. Tangas marajoaras datadas do período pré-colombiano, cedidas pelo Museu de Arqueologia e Etnologia – USP, mostram que os trajes já eram usados por aqui muito antes do descobrimento, mas não eram percebidos como “roupa” sob o prisma da moral dos colonizadores portugueses. A sala se completa com obras de artistas nascidos em outros países, mas que escolheram o Brasil para viver, como Claudia Andujar, John Graz e Maureen Bisilliat, que representam o encantamento dos estrangeiros com nossa cultura, e também biquínis inspirados na cultura indígena.

 

Temas fundamentais nos dias atuais, o empoderamento feminino e questões ligadas aos padrões de beleza impostos pela sociedade fazem parte do debate proposto pela exposição. A reflexão sobre o corpo e a praia acontece na próxima sala por meio do diálogo das obras de Marcela Tiboni, Claudio Edinger e Elen Braga com criações dos estilistas Amir Slama, Isabela Frugiuele (Triya) e Adriana Degreas, além da escultura de Tiago Carneiro da Cunha. Já a relação entre moda e arte é tratada pela inspiração mútua e parcerias inusitadas – Beatriz Milhazes, Glauco Rodrigues e Jorge Fonseca para Blue Man, J. Carlos para Salinas, Gonçalo Ivo e J. Borges para Amir Slama, Maria Martins para Adriana Degreas. No centro da sala, em destaque, Stripencores, obra de Nelson Leirner de 1967 que ganha um quinto elemento criado especialmente para a mostra.

 

A praia como território geográfico, social e até virtual surge em cenas do dia a dia nas imagens captadas pelas lentes de Alair Gomes, Cartiê Bressão, Fernando Schlaepfer, Frâncio de Holanda, German Lorca, Julio Bittencourt, Otto Stupakoff, Pierre Verger, Rochelle Costi,  Thomaz Farkas e Willy Biondani, além de vídeo de Janaína Tschape e de escultura de Eder Santos. Como contraponto, o trabalho elaborado por nomes que ajudaram a criar a identidade da moda praia brasileira (e projetá-la mundialmente) surge em imagens icônicas: Dalma Callado em foto que alavancou sua carreira internacional nos anos 1970, feita por Luiz Tripolli, e Gisele Bündchen clicada por Jacques Dequeker no início dos anos 2000, já famosa – e ainda Antonio Guerreiro, Bob Wolfenson, Claudia Guimarães, Daniel Klajmic, Klaus Mitteldorf, Marcelo Krasilic, Miro e Vavá Ribeiro.

 

Mas muito antes dos editoriais de moda, era o ilustrador e figurinista Alceu Penna quem “ditava” tendências na extinta revista “O Cruzeiro” com “As Garotas do Alceu”, verdadeiras it girls da época. A praia é vista também pelo traço das ilustrações de Carla Caffé, Filipe Jardim e Paulo von Poser. A sala traz ainda uma videoinstalação com grandes momentos da moda praia nas semanas de moda no Brasil, e uma série de manequins com biquínis e maiôs de caráter excepcional, seja pela construção, modelagem, material ou pela criatividade em si – prova de que o biquíni é a peça mais brasileira de todas.

 

Na última sala, o visitante é convidado a compartilhar experiências de praia, diante das obras de Cássio Vasconcellos, Katia Maciel e Leda Catunda – e da pergunta que fica: qual é a sua praia? “A força de uma peça tão pequena como o biquíni brasileiro, basicamente quatro triângulos de tecido, está diretamente ligada ao emporaderamento feminino ao longo do último século e vai muito além da praia em si. A exposição pretende mostrar essas interfaces, seu impacto nas conquistas da mulher e o lifestyle criado em torno dele”, diz a curadora Lilian Pacce, autora do livro O Biquíni Made in Brazil. A cenografia é assinada por Pier Balestrieri, com comunicação visual de Kiko Farkas, consultoria de arte contemporânea de Sandra Tucci, coordenação geral e produção executiva da Com Tato Agência Sociocriativa.  

 

 

Palestra – A Revolução Feminina na Areia

 

31/05/2017, às 18h30 – Painel sobre as mudanças sociais que acompanharam a evolução dos trajes de moda praia e as conquistas femininas.

 

 

A palavra da curadora

 

Yes! Nós Temos Biquíni explora as conexões entre moda, arte, comportamento e história a partir do final do século 19, quando ir à praia era como tomar remédio: tinha apenas função terapêutica. Desde então, a praia se tornou um espaço democrático de lazer, onde convivem jovens e velhos, ricos e pobres, magros e gordos, atletas e sedentários, branquelos, bronzeados e gente de todas as cores com seus “corpos de praia”.

 

Acima de tudo, a exposição pretende mostrar a força da menor peça do vestuário feminino: o biquíni. E mais do que isso: o biquíni made in Brazil que, numa rara virada de jogo, se tornou objeto de desejo mundo afora. Apesar de ter sido criado na França, o Brasil se apropriou tão bem da peça que se tornou referência em moda praia; o Rio de Janeiro, seu melhor cenário, e a Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, sua maior musa, seguida pela modelo Gisele Bündchen.

 

De um exemplar autêntico de 1895 (um vestido de lã com bloomer), passando pela conquista do maiô de perninha até chegar ao mínimo fio-dental, nota-se como os modelos de cada época refletem as respectivas conquistas da mulher – muitas vezes tema de grandes escândalos, seja com a atriz brasileira Leila Diniz expondo sua barriga de grávida num biquíni em 1971, seja com a prisão da nadadora olímpica australiana Annette Kellermann em 1907 por usar o então maiô masculino. A pesquisa deixa claro também que os protagonistas da história, tanto criadores como criaturas, não se deram conta da relevância de seus atos e do impacto que provocariam na sociedade e na arte ao longo do século 20.

 

E através da arte, o biquíni ganha outras perspectivas. A exposição cria diálogos e contrapontos entre arte e moda, de onde surgem texturas, cores e emaranhados ao mesmo tempo que levam para a praia do Rio de Janeiro o despojamento, a diversão, o despudor, o corpo solto. A obra Stripencores de Nelson Leirner de 1967 ganha um quinto elemento, o biquíni, criado especialmente para a mostra.

 

Os vários modos de estar e de ocupar estes territórios de liberdade que a praia, o sol, o mar e o biquíni permitem são retratados em obras de suportes variados como fotografia, pintura, escultura, vídeo, ilustração. De cada um deles surge uma interpretação, uma discussão ou o simples ato da contemplação.

 

As paisagens, a natureza, o comportamento ao ar livre e a apropriação de espaços geográficos, sociais e até virtuais indicam que o biquíni pode se apresentar de muitas formas, mas sempre traz consigo a busca da liberdade feminina e sua relação com o próprio corpo.

Lilian Pacce

   

   

De 17 de maio a 10 de julho.

Leda Catunda – I love you baby

21/dez

Ainda que tardiamente, discute-se hoje a grande discrepância entre a representação feminina e masculina nos acervos, museus e publicações de arte relativos às produções modernas e contemporâneas. Particularmente no Brasil, o fato chama atenção uma vez que é possível traçar um resumo da arte do século XX, tendo artistas mulheres como um dos pilares: Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Lygia Clark, Mira Schendel, Tomie Ohtake e Anna Maria Maiolino são alguns exemplos.

 

O projeto “Nossas Artistas”, criado pelo Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, parte desta percepção e propõe uma sequência de mostras individuais dedicadas a artistas que fizeram e fazem a história da arte brasileira. Leda Catunda, São Paulo SP, 1961, inaugura o programa com a exposição “I love you baby”, sob curadoria de Paulo Miyada, também curador do Instituto Tomie Ohtake. Egressa da geração 80, Catunda é exemplar, segundo Miyada, da potência de uma obra que não se pode (ou deve) explicar exclusivamente pelo gênero da artista ou por qualquer generalização do “universo feminino”.

 

A mostra reúne mais de uma centena de trabalhos, realizados de 2003 a 2016, entre pinturas, colagens, gravuras, desenhos e objetos, além de obras feitas especialmente para as paredes das salas do Instituto. Neste conjunto, o uso do desenho como estrutura pictórica estabelece uma síntese inédita do transbordamento de imagens e matérias recorrente na obra de Catunda. Como uma catalizadora da cultura material, a artista constrói reflexões sobre assuntos tais como o consumo, as várias estridentes linguagens comportamentais, a efemeridade e a espetacularização, a partir da utilização de elementos cotidianos, como toalhas, tapetes, lonas, plásticos, camisetas, janelas, fórmicas, entre outros.

 

Nesses novos trabalhos, a artista ressalta ainda o auto-espetáculo fertilmente disseminado pelo uso das novas tecnologias. “Recentemente, ao deixar-se elaborar frente à sua pesquisa pictórica e à transformação gradual das noções de gosto, da moda, do popular, do consumo e do ornamento, a artista levou sua obra a entrar em potente ressonância com o mundo habitado por “pessoas imagens”, histericamente dedicadas a arrasar no look, tirar foto no espelho e, claro, postar no facebook”, explica Miyada.

 

Para o curador, ainda, “I love you baby” demonstra como Leda Catunda lida diretamente com o mundo atual, com seus encantos, fantasias, ilusões e mentiras. “A sensibilidade de Catunda nasce do convívio constante com a pintura, sua história e seus desdobramentos contemporâneos – e se expande em choque apaixonado pela abundância de imagens, marcas e estilos que rege o cotidiano de quase todo cidadão atual, dentro e fora das grandes cidades”.

 

 

 

 

Até 22 de janeiro de 2017.

Múltiplos397 Edição 2016

31/ago

O projeto “Múltiplos397” é uma iniciativa do Ateliê397, Vila Madalena, São Paulo, SP, que, desde 2010, visa estimular a produção de novas obras, promover a formação de novos públicos, incentivar o colecionismo como prática cultural e divulgar trabalhos de artistas contemporâneos. O projeto também colabora com a continuidade dos demais projetos do espaço.

 

Desde sua criação, o “Múltiplos397” lançou trabalhos de artistas com trajetórias relevantes no meio de arte brasileiro. Nas suas edições anteriores, participaram do projeto os artistas Leda Catunda, Nino Cais, Nazareno, Marcelo Amorim, Fabio Flaks, Luiz Roque e Laura HuzakAndreato.

 

Esta nova edição do “Múltiplos397” conta com dois trabalhos: “Queima”, da artista Débora Bolsoni, e “Arenito”, dos artistas Antônio Ewbank, Chico Togni e Edu Marin. Estão disponíveis para venda vinte exemplares de cada trabalho.

Trajetória da Fortes Vilaça

25/jan

A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta “Tertúlia, exposição que reúne trabalhos das mulheres artistas que integram e/ou integraram a trajetória da galeria ao longo de seus 15 anos de atuação. Obras recentes e históricas mesclam-se com documentos de arquivo – entre reportagens, fotos e postais -, a partir de uma seleção afetiva do inventário da galeria.

 

 

Em um momento em que se discute avidamente sobre a representatividade feminina na cultura, é importante celebrar o protagonismo exercido pelas mulheres na história da arte brasileira. Trata-se de uma tradição que conta com várias artistas de renome, cujas obras reverberam até hoje na cena artística, nacional e internacionalmente: Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Maria Martins, Lygia Clark, Mira Schendel, entre muitas outras. Da mesma forma, é impossível deixar de citar as inúmeras profissionais da área, que se firmaram como importantes curadoras, galeristas e acadêmicas. A história das mulheres da Galeria Fortes Vilaça abarca essas conquistas históricas e ao mesmo tempo mantém seu legado na arte contemporânea.

 

 

A exposição foi concebida pela própria equipe e apresenta obras de Adriana Varejão, Agnieszka Kurant, Alejandra Icaza, Beatriz Milhazes, Erika Verzutti, Jac Leirner, Janaina Tschäpe, Leda Catunda, Lucia Laguna, Marina Rheingantz, Marine Hugonnier, Rivane Neuenschwander, Sara Ramo, Tamar Guimarães, Valeska Soares, Tamar Guimarães, entre outras.

“Tertúlia” é um substantivo feminino que significa reunião/agrupamento de amigos ou familiares e também palestras literárias e condensa a intensão da escolha das obras e tema da exposição.

 

 

 

De 28 de janeiro até 27 de fevereiro.

 

Uma coleção particular

17/dez

A Pinacoteca do Estado de São Paulo, Estação da Luz, São Paulo, SP, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, exibe a exposição “Uma coleção particular – Arte contemporânea no acervo da Pinacoteca” que apresenta um panorama da arte contemporânea no Brasil a partir de sua coleção. Uma seleção que reúne mais de 60 obras, a maioria incorporada recentemente ao acervo da instituição e com trabalhos que vêm a público pela primeira vez – como é o caso dos empréstimos em comodato da coleção Roger Wright, parceria firmada este ano.

 

São pinturas, esculturas, vídeos, fotografias, desenhos, gravuras e instalações, realizadas de 1980 até hoje por artistas nascidos ou radicados no país. “O corte cronológico considera o processo de reorganização da vida política e cultural brasileira com o fim da ditadura militar (1964-1985), mas também leva em conta um período de reestruturação da própria Pinacoteca, que compreende, por exemplo, a reforma de sua sede, entre 1994 e 1998”, explica o curador da Pinacoteca José Augusto Ribeiro.

 

A mostra ocupa todo o primeiro andar do museu com trabalhos históricos como “Ping-ping”, de Waltercio Caldas, além das obras de Iberê Camargo, Gilvan Samico, Regina Silveira, Tunga, Leda Catunda, Beatriz Milhazes, Erika Verzutti, Rosângela Rennó, Ernesto Neto, Rubens Mano, Tonico Lemos Auad, Willys de Castro, João Loureiro, Alexandre da Cunha, entre outros artistas. Nomes de grande projeção internacional e que são referência para as novas gerações, ao lado de artistas em início de suas trajetórias profissionais, todos de diferentes regiões do Brasil. “A seleção confirma a posição da Pinacoteca como uma das instituições museológicas com uma das coleções públicas mais importantes do País”, completa Ribeiro.

 

 

A diversidade de artistas aparece também nas 12 salas expositivas, além do Octógono e do lobby, onde o visitante encontra obras bastante diferentes e, a partir das relações sugeridas pela curadoria, consegue perceber as singularidades de cada peça. Grande parte dos artistas desta mostra compôs a programação da Pinacoteca nos últimos anos, por isso também ela faz parte do calendário comemorativo de 110 anos do museu.

 

Entre os artistas da exposição estão: Alexandre da Cunha | Almir Mavignier | Amilcar Packer | Anna Maria Maiolino | Antonio Lizárraga | Antonio Malta | Beatriz Milhazes | Carlos Fajardo | Carmela Gross | Daniel Acosta | Dudi Maia Rosa | Efrain de Almeida | Emmanuel Nassar | Erika Verzutti | Ernesto Neto | Fabio Miguez | Fabricio Lopez | Flávia Bertinato | Gerty Saruê | Gilvan Samico | Iberê Camargo | Iole de Feitas | Iran do Espirito Santo | João Loureiro | José Damasceno | Leda Catunda | Leya Mira Brander | Lorenzato | Mabe Bethônico | Odires Mlaszho | Paulo Monteiro | Paulo Whitaker | Regina Silveira | Rodrigo Andrade | Rodrigo Matheus | Romy Pocztaruk | Rosângela Rennó | Rubens Mano | Sara Ramo | Tatiana Blass | Tonico Lemos Auad | Tunga | Valdirlei Dias Nunes | Vanderlei Lopes | Vania Mignone | Veio [Cícero Alves dos Santos] | Wagner Malta Tavares | Waltercio Caldas | Willys de Castro.

 

 

Até 31 de janeiro de 2016.

Na dotART em Belo Horizonte

16/nov

A renovada Galeria dotART, bairro Funcionários, Belo Horizonte, MG, apresenta na galeria 1, a exposição coletiva “O dia se renova todo“, e na galeria 2, a primeira exposição individual do fotógrafo Fabiano Al Makul denominada “Outros olhos para ver”. No mesmo dia, lança os livros/obra “Galáxias“, de Antonio Dias e Haroldo de Campos e “Galpão Gaveta“, de Paulo Climachauska. Com 41 artistas e 50 obras a coletiva “O dia se renova todo dia” apresenta: pinturas, desenhos, fotografias, gravuras, objetos e esculturas. Os artistas foram convidados pelo curador Wilson Lazaro, diretor artístico da galeria, que exibe a primeira grande mostra e apresenta o conceito da nova identidade da dotART, desenvolvida pelo designer Felipe Taborda.

 

 

O time escalado para as duas exposições e lançamentos é composto dos mais diversos idiomas visuais: Adriana Varejao, Janaína Tschape, AnishKapoor, Leonilson, Cássio Vasconcellos, Pedro Varela, Paul Morrison, Richard Serra, FransKrajcberg, Rubem Ludolf, Tomás Saraceno, Ivan Navarro, Sarah Morris, PhilipeDecrauzat, Lygia Pape, Rubem Valentim, Rubem Ianelli, Alexander Calder, Iole de Freitas, Nelson Felix, Cildo Meireles, Michael Craig-Martin, Antonio Dias, Paulo Pasta, Paulo Climaschauska, Volpi, Andy Warhol,Wanda Pimentel, Lucia Laguna, Marina Saleme, Celso Orsini, Nelson Leirner, Anna Maria Maiolino, Paulo Campinho e Marina Rheingantz.

 

 

Sobre Antonio Dias e o livro obra “Galáxias”

 

Antonio Dias nasceu em 1944, em Campina Grande, na Paraíba e, ainda criança mudou-se para o Rio de Janeiro. Artista multimídia, tem a pintura como elemento de forte presença em seu trabalho. Em meados dos anos sessenta, ganhou uma bolsa do governo francês e foi morar em Paris. Depois de um longo período no exterior, entre Milão, na Itália, e Colônia, na Alemanha, volta, em fins dos anos noventa, a dividir seu tempo com o Brasil, onde tem residência no Rio de Janeiro. O projeto desenvolvido por Antonio Dias junto com Haroldo de Campos (1929-2003) no começo da década de setenta, leva o mesmo nome do famoso livro-poema do poeta concretista – “Galáxias”. E, mais de quarenta anos depois, ganha a participação da designer Lucia Bertazzo em sua produção. Com edição de 93 exemplares, e grande formato – 70cm x 50cm com 7cm de altura – “Galáxias” é um estojo de fibra de vidro revestido em tecido, que contém, em cada exemplar, um conjunto de 32 objetos feitos pelo artista, agrupados e acondicionados em dez caixas de madeira impressa com peles, tema presente em sua obra. Esses objetos – foram realizados manualmente – revêem a trajetória artística de Antonio Dias no período dos anos setenta. A realização de “Galáxias”, a cargo da UQ/ Aprazível Edições, demandou quatro anos de cuidadoso trabalho, com centenas de provas e protótipos, e grande diversidade de materiais empregados: tecido, acrílico, foam, plástico, algodão, pergaminho. As formas de impressão também variam entre fotogravura, tipografia, hot stamping, serigrafia e pouchoir. Metade da edição foi adquirida por colecionadores e importantes museus: MAC de Niterói (Coleção João Sattamini), MAM Rio (Coleção Gilberto Chateaubriand), Pinacoteca  de São Paulo e MoMA de Nova York.

 

 

Sobre Paulo Climachauska e o livro obra “Galpão Gaveta”

 

A obra de Paulo trabalha, sobretudo, com a operação de subtração e de retirada. Trata-se de um déficit que vai além da abstração numérica e se aproxima de questões econômicas, sociais e políticas, mesmo quando o artista elege a natureza como tema. No texto que acompanha a obra de 7 itens e 18 exemplares está escrito: “O Galpão Gaveta, este que você acabou de ler, começou a ser habitado em junho de 2012. Galpão é o lugar em que o extrato dos seres e o sumo das coisas se depositam. Eles podem ser habitados, sim!, por poéticas e por traços. É o que decidiu fazer Paulo Climachauska ao recolher réguas e compassos, telas e tintas, papéis e espelhos. Tudo colecionado dentro de seu imaginário e transformado em matéria-viva: o Galpão Gaveta.” Uma gaveta pode ser uma obra de arte? Pode. Uma não, muitas. O Galpão Gaveta, invento que se atribui ao artista Paulo Climachauska, traz dentro de si uma multidão de objetos. Vamos contar?

 

1. Um estojo em aço, pintado na cor laranja, de 50 x 40 cm (com 9 cm de altura) que contém… uma gaveta. 2. A gaveta, por sua vez, contém seis outros objetos. 3. O primeiro é uma pintura original sobre cartão telado em cada exemplar. Isso mesmo: um original em tinta acrílica, assinado no verso. 4. O Livro de Areia, revestido em tecido, traz arabescos gráficos do que se passa pela cabeça do artista. 5. Já o Livro dos Espelhos, também revestido em tecido, se entreabre num firmamento de números. 6. Outro estojo contém cinco gravuras e um surpreendente texto, todos impressos em serigrafia sobre acetato, revelando galpões em perspectiva – aqui denominados de “Catedrais”. 7. Uma dupla de esquadros em aço niquelado sai do berço da caixa e ficam de pé, como se esculturas fossem.

 

 

Sobre Fabiano Al Makul

 

Fabiano Al Makul é apaixonado, vai ao mundo pelo coração. Sua pesquisa não é sistemática.Os temas parecem escolhidos ao acaso, como se começasse sempre pela curiosidade. Pode ser uma canção musical, um encontro… e ao fim a imagem é sempre um gesto de afeto. Suas representações formam histórias, têm a ver com a liberdade que existe na ficção. Fantasias e sonhos: esse é sempre o começo do criar desse artista. Ele quer fazer você se emocionar diante das suas criações! Uma boa criação é construída com amor, por nuances de cores e lembranças de lugares. Há um momento especial onde o autor captura a passagem da vida e a coloca junto com o sentir “arte”. A beleza da imagem tem o poder da transformação de cada dia vivenciado, é realidade presente em quase todas as esferas do cotidiano, da estética. Vale lembrar a história da arte e seus segmentos, que conseguiam estabelecer-se porque havia “beleza” em todos os movimentos. A cor, o movimento e a música se unem ao desejo e à fragilidade, em momentos únicos da vida e em cada cena retratada por Fabiano nas suas composições visuais. Sua fotografia cria um frescor raro, que está nos romances, na alma da velha-guarda do samba, nas canções populares, nas viagens, nos lugares, na arquitetura e nas pessoas… cada um, quando entra em contato com sua obra, sente que ele traz à superfície um mundo híbrido, onde os limites entre as culturas, os meios ou linguagens são cada vez mais indefinidos. É com um “olhar de beleza” que poderemos ultrapassar quaisquer fronteiras ainda demarcadas e admirar, sentir e penetrar nas criações exibidas. O artista captura suas imagens no instantâneo da ação de ver, registrando com novo olhar as cenas do cotidiano e “escrevendo” textos com rimas de luz e sombra. Esse é o nosso poeta Fabiano!

 

Sobre a Galeria dotART

 
A dotART foi criada por Feiz e Maria Helena Bahmed nos anos setenta e é pioneira na divulgação e promoção da arte  em Belo Horizonte e no estado de Minas Gerais. Agora, surge a renovada Galeria dotART, que, com planejamento e pesquisa, desenvolve um plano para a carreira de cada um dos artistas que representa na região buscando as soluções mais criativas e eficientes, apoiados em pesquisa, consultoria, curadoria, publicações e gestão de projetos para as instituições.

 

A renovação acontece. Fernando Bahmed e Leila Gontijo são herdeiros de Maria Helena e Feiz, atuam no mercado de arte, e assumem a galeria trazendo novo vigor para os projetos. Luciana Junqueira, passa a fazer parte da dotART. Ao grupo, somam-se Wilson Lazaro, diretor artístico, e toda a equipe: Felipe Taborda, Francisco Santos, Hélio Dalseco, Ivanei Souza, Jéssica Carvalho, Robson Gomes e Sérgio Souto.

 

Ao longo dos últimos 40 anos, vários artistas já passaram pela galeria: Volpi, Amilcar de Castro, Leda Catunda, Frans Kracjberg, Cildo Meireles, Fernando Lucchesi, Marcos Coelho Benjamin, Iberê Camargo, Ianelli, Siron Franco, Bruno Giorgi, Amelia Toledo, Iole de Freitas, Marina Seleme, Sara Ramo, Paulo Campinho, Eduardo Sued, Sonia Ebling, Rubem Valentim, Angelo Venosa, Alexandre Calder, Anish Kapoor, Leonilson, Adriana Varejão, Niura Bellavinha, José Bento, Fabiano AL Makul, Adriana Rocha, Regina Silveira, Gonçalo Ivo, Paulo Pasta, Nelson Felix, Daniel Senise, Iran Espirito Santo, Manfredo de Sousa, Vik Muniz, Fernanda Nanam, Cristina Canale, Ana Horta, Paulo Climachauska, Antonio Dias, Anna Maria Maiolino, Paulo Campinho, José Bechara, Judith Lauand, Hércules Barsotti, Cícero Dias, Celso Orsini, Roberto Magalhães e Wanda Pimentel, entre outros.

 

 

A partir de 25 de novembro.

Legendas: Iole de Freitas

Cassio Vasconcelos

A História da Imagem

04/nov

Os artistas Ana Elisa Egreja, Bruno Dunley, Mirian Alfonso, Pedro Caetano, Ricardo Alcaide, Tiago Tebet e Tony Camargo integram o grupo de expositores da mostra “A História da Imagem”, uma produção da SIM Galeria, Curitiba, Paraná. A curadoria traz a assinatura da artista plástica Leda Catunda.

 

 

A palavra da curadora

A História da Imagem

 

A exposição foi pensada para evidenciar a completa guinada que artistas de todas as partes puderam dar, e agora desfrutar, sobre a natureza da criação em pintura. Dizer que, no retorno da pintura nos anos 80, depois de sua suposta morte nos anos 70, todas as vertentes modernas foram pulverizadas em suas certezas e seus “ismos” já não é suficiente para compreender a complexidade das modificações, bem como a ampliação da possibilidade de alcance de novos sentidos, que vem sendo possível verificar nesse campo hoje.

 

Criar é extrair do nada, algo que não existia antes. Interessa a criação em si. Seja ela resultado de um poder inerente da espécie, ou ainda, resultado de um poder especial, autoatribuído pelo sujeito denominado artista. Em cada caso, poderá envolver tanto sonho como pesadelo, desejo, devaneio, lembrança, sublimação, redenção, purificação, resgate ou mesmo salvação, dependendo do histórico psíquico ou emocional gerador da necessidade de criar. De toda forma, não importa o motivo, sempre caberá ao artista a tarefa de realizar síntese, concentrar conteúdo e transformar, alterando, assim, as noções comuns para além dos valores padronizados.

 

Uma vez soltas das paredes do ateliê, inicia-se a etapa final, que é a da comunicação. As pinturas saem para o mundo, onde serão relacionadas, possivelmente contextualizadas, encontrando maior ou menor grau de aderência. Passando, desse modo, a pertencer ao imaginário das pessoas e a fazer parte do singular universo das coisas inventadas.  Leda Catunda, São Paulo, 2015.

 

 

De 10 de novembro a 23 de dezembro.

Leda Catunda em Fortaleza

15/set

Leda Catunda realiza curso e exposição individual com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti. A mostra “Leda Catunda Seleção de obras de 1985 a 2015”, entra em exibição no Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza, CE. A mostra consiste na exposição de várias obras de grandes formatos realizadas nos últimos dez anos, algumas inclusive que se estendem para o piso numa mistura de pintura-objeto com instalação.

 

 

O curso de “Pintura Contemporânea” será realizado entre os dias 16, 17, 18 e 19 e tem como objetivo introduzir e discutir conceitos da história da arte moderna e contemporânea através de exercícios de pintura. Serão propostos diversos procedimentos de pintura, procurando-se com isso colocar em discussão as diferentes atitudes presentes na arte contemporânea com relação a essa técnica. O workshop está dividido em 4 dias para a realização de exercícios que serão propostos aos alunos, um exercício por aula e no último dia serão discutidos os trabalhos individuais de cada participante. Na introdução de cada exercício serão apresentados os conceitos relacionados com cada tema proposto e serão rapidamente analisadas as obras de artistas que inauguraram procedimentos, introduzindo assim, novas questões no universo da pintura. Abordando manifestações desde o início da modernidade no século XIX até artistas que vem trabalhando e reformulando ações na pintura, sob ponto de vista semelhante nos dias de hoje. Inscrições: pelo e-mail cultura@bnb.gov.br ou na recepção do CCBNB. Vagas: 20 vagas.

 

 

A exposição estende-se até 24 de outubro.