Na Galeria Roberto Alban

18/jun

Um dos mais importantes artistas de poemas visuais do Brasil, o baiano Almandrade abre exposição na Roberto Alban Galeria, Ondina, Salvador, Bahia, com parte representativa da produção do artista, selecionada pelo curador francês Marc Pottier, integrando a mostra “Entre a Palavra e o Conceito”.

 

 

Situado entre a geometria e o conceito, entre a forma e a palavra, entre o rigor espacial e a poesia, assim caminha a obra do artista plástico Antonio Luiz Morais de Andrade, o Almandrade, expoente baiano da arte conceitual e, hoje, um dos grandes nomes das artes visuais brasileiras, com uma produção respeitada nacional e intencionalmente. Com cerca de 40 anos de atividade artística, Almandrade dispensa apresentações. Seu trabalho, iniciado em meio ao vigor criativo que marcou a produção artística da década de 1970, tem um traço muito particular: representa a própria universalidade da arte, alternando-se entre a estética construtivista européia e a arte concreta e experimental (também conhecida como neoconcretismo) que explodiu no Brasil na década de 1950, sustentada por nomes como Amilcar de Castro, Lygia Clark, Ferreira Gullar e Helio Oiticica, entre outros.

 

 

Almandrade teve o mérito reconhecido pelos próprios expoentes do movimento no Rio de Janeiro e São Paulo – Lygia Clark e Helio Oiticica, por exemplo – e conquistou o respeito crítico. Suas obras, alvo de pelo menos 30 exposições individuais, já participaram de quatro edições da Bienal de São Paulo e hoje integram importantes coleções particulares do Brasil e do exterior, além de museus como Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu Nacional de Belas Artes (RJ),Pinacoteca Municipal de São Paulo, Museu Afro (SP) e Museu Nacional (DF), Museu de Arte do Rio Grande do Sul, entre outros.

 

 

 

Entre a Palavra e o Conceito

 

 

A mostra “Entre a Palavra e o Conceito ”ocupará as três salas expositivas da Roberto Alban Galeria ,onde poderão ser vistos os diversos suportes e linguagens utilizados pelo artista. Poemas visuais, desenhos, pinturas , projetos de instalações ,esculturas, objetos. Alguns desses trabalhos de época são documentos de uma década situada entre o AI-5, de 1968, e a abertura no início dos anos 1980. Na trajetória do artista existe a marca forte de uma produção que se reinventa,flertando com o contemporâneo, com o pensamento e com a estética universal.

 

 

 

De 18 de junho a 18 de julho.

Presença de Jean Boghici

09/jun

Nome fundamental do mercado de arte brasileiro, Jean Boghici, nascido em 1928, na Romênia, chegou ao Brasil em 1948 fugindo da Segunda Guerra na Europa, clandestino em um navio francês, após em anos em fuga ao lado de amigos judeus.  Iniciou suas atividades nos anos 1960, quando abriu, no Rio de Janeiro, a galeria Relevo. Jean Boghici, foi um dos maiores colecionadores de arte do país e pioneiro no mercado de arte brasileiro. Ao longo do tempo colecionou obras de artistas como Volpi, Guignard e Di Cavalcanti, mas também investiu em nomes como Antonio Dias, Ivan Serpa, Vegara e Rubens Gerchman. À frente da galeria que leva seu nome, em Ipanema, Boghici tinha um rico acervo, com trabalhos de Modigliani, Lucio Fontana, Rodin, Alexander Calder e Maria Martins, entre outros. Ajudou a formar duas das maiores coleções de arte brasileira, como as de Gilberto Chateaubriand e Sergio Fadel, e trouxe ao país obras de artistas internacionais como Corneille. O MAR, Museu de Arte do Rio, homenageou-o com a exposição intitulada “O Colecionador”, com quadros representativos do modernismo, do surrealismo, da pintura primitiva, da abstração informal, da abstração construtiva, da nova figuração e da pintura russa; sendo estes os maiores interesses de Boghici em termos de movimentos artísticos. Com 136 obras, de nomes como Tarsila, Lygia Clark, Di Cavalcanti, Brecheret, Kandinsky e Rodin, entre outros grandes artistas dos últimos séculos, a mostra recebeu 258 mil pessoas de março a setembro de 2013.

Decio Vieira livro e exposição no MAR

03/jun

A FGV Projetos lançou o livro “Decio Vieira”, primeira publicação sobre a vida e obra do importante artista neoconcretista brasileiro, idealizada pelo diretor Cesar Cunha Campos. O lançamento foi realizado no MAR, Museu de Arte do Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, junto à inauguração da exposição com obras do pintor, organizada por Paulo Herkenhoff. A partir de uma pesquisa desenvolvida ao longo de dois anos, “Decio Vieira” reúne 200 imagens e apresenta as diversas fases e experiências do artista, incluindo suas primeiras exposições, as amizades, leituras e influências, com destaque para Ivan Serpa e Alfredo Volpi. A obra também valoriza a iniciativa da Fundação Getulio Vargas, que na década de 1940 formou uma geração de artistas por meio do Curso de Desenho de Propaganda e de Artes Gráficas, onde em 1946, Decio Vieira iniciou sua carreira artística.
A publicação, a primeira sobre o artista, tem textos assinados por Paulo Herkenhoff, diretor cultural do MAR, e colaboração de Frederico Morais, e é um percurso pela vida e obra do artista, por meio de suas diversas experiências e formas de expressão. Com 428 páginas e mais de 200 fotos, o livro apresenta as suas diversas fases e contextualiza as primeiras exposições, amizades, leituras e influências, com especial destaque para Ivan Serpa. Apresenta também a colaboração de Alfredo Volpi, a partir da parceria que estabeleceram ao trabalhar juntos no painel Dom Bosco, no Palácio dos Arcos, em Brasília, em 1966. Além disso, inclui o artigo inédito “Decio Vieira e o neoconcretismo: vigor e lirismo”, escrito pelo crítico de arte Frederico Morais, coordenador dos cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro enquanto Decio lecionava na instituição, nos anos 1970.
“O parco conhecimento do significado histórico da trajetória de Decio Vieira revela as dificuldades de se mapear o projeto construtivo em profundidade e o apego aos principais nomes já consagrados pelo sistema da arte. Espera-se, com essa publicação e a mostra, que a produção do artista venha a ser melhor conhecida e que novos estudos de sua obra possam ser estimulados”, afirma Paulo Herkenhoff.

 

 

Sobre o artista

 

Ainda na década de 1950, Decio Vieira participou do movimento neoconcreto e assumiu a liderança do Grupo Frente, considerado um marco no movimento construtivo das artes plásticas no Brasil e composto por nomes como Hélio Oiticica, Lygia Clark, Lygia Pape e Antonio Bandeira. A partir da segunda metade dos anos 1960 o artista viu sua carreira se consolidar com uma exposição individual no Hotel Copacabana Palace e o trabalho com Volpi no afresco Dom Bosco, para o Palácio dos Arcos, em Brasília. Já na década de 1970, Decio criou um projeto de educação artística para crianças na Rocinha e começou a lecionar no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, nos cursos coordenados pelo crítico de arte Frederico Morais, autor de “Decio Vieira e o neoconcretismo: vigor e lirismo”, artigo inédito a ser lançado como um dos capítulos da publicação da FGV Projetos.  Decio Vieira esteve entre os artistas que, na década de 1950, estavam ligados aos movimentos concreto e neoconcreto, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Esteve ao lado de Alfredo Volpi, Antonio Bandeira, Aluísio Carvão, Lygia Clark, Anna Bella Geiger, Fayga Ostrower, Abraham Palatnik e Ivan Serpa, que lideraram o Grupo Frente, considerado um marco no movimento construtivo das artes plásticas no Brasil.

 

 

Até 09 de agosto.

No Museu de Arte do Rio/MAR

29/mai

O Museu de Arte do Rio, MAR, Centro, Rio de Janeiro, RJ, exibe a exposição “Tarsila e Mulheres Modernas no Rio”. Por meio de 200 peças (entre pinturas, fotografias, desenhos, gravuras, esculturas, instalações, documentos, material audiovisual e objetos pessoais), a exposição explicita a maneira pela qual a atuação de figuras femininas foi fundamental no que diz respeito à construção das sociedades carioca e brasileira, entre os séculos 19 e 20, nas mais diversas áreas – como artes visuais, literatura, música, teatro, dança, medicina, arquitetura, esporte, religião, política etc. Hecilda Fadel, Marcelo Campos, Nataraj Trinta e Paulo Herkenhoff assinam a curadoria da mostra.

 

A exposição “Tarsila e Mulheres Modernas no Rio” retrata mulheres com importante atuação em seus campos, do final do século XIX até hoje, e suas contribuições para a história da arte brasileira. O visitante se depara com mulheres com uma visão moderna não apenas nas artes visuais, mas nas ciências, na saúde, na segurança pública, na música, na dança. A exposição faz uma homenagem também às mulheres anônimas que revolucionaram nossa história ao demonstrar coragem e firmeza para fazer valer seus direitos.

É a primeira vez que Tarsila é contextualizada para além do campo das artes, abordando também o período pelo qual o Brasil e o Rio passaram, de lutas pelos diretos das mulheres que assumiam seu papel na sociedade, seus corpos e desejos. Nesse contexto, a vida e a obra da artista, representada com 25 pinturas e dez desenhos, serve como ponto de partida para a mostra da qual também fazem parte outros grandes nomes como Djanira, Maria Martins, Maria Helena Vieira da Silva, Anita Malfatti, Lygia Clark, Zélia Salgado e Lygia Pape.

 

O percurso tem inicio com as mulheres retratadas por Debret no século XIX, em ilustrações que evidenciam o uso de muxarabis – treliças de madeira que ocultavam a figura feminina nos recônditos do lar. A evolução da mulher na sociedade passa pelo direito ao voto e o reconhecimento do trabalho das domésticas no Brasil – incluindo a primeira publicação de reportagem sobre o assunto nos anos de 1950. O Aterro do Flamengo e o papel feminino na arquitetura do Rio moderno estão representados por Lota de Macedo Soares e Niomar Moniz Sodré, entre outras.

 

O momento em que as mulheres despontam na música, com apresentações em night clubs – até então um ambiente predominantemente masculino –, é contado por meio das histórias e canções de grandes divas do rádio, como Marlene e Emilinha Borba. As tias do samba e a mistura entre música e religião aparecem em fotos que revelam as feijoadas e os encontros nas comunidades da cidade, antes de se tornarem acessíveis ao publico em geral nas escolas de samba. Na dança, a primeira bailarina negra do Theatro Municipal, Mercedes Baptista, e outros nomes do balé clássico e contemporâneo, como Tatiana Leskova e Angel Vianna, também fazem parte da mostra.

 

O espaço dedicado à literatura lança luz sobre outras facetas de Clarice Lispector – as crônicas femininas publicadas sob o pseudônimo Helen Palmer, o trabalho como pintora e fotos de sua intimidade registradas pelo filho. Raridades como o manuscrito de O quinze, de Rachel de Queiroz, também fazem parte da seleção. A mostra reúne ainda fotografias e recortes de jornais para contar a história de mulheres que, ao contrário das retratadas por Debret, foram às ruas para lutar por seus direitos e de seus familiares, como a Pagu, primeira presa política do país, e a viúva de Amarildo, que enfrenta a polícia na busca pelo corpo de seu marido.

 

 

Até 20 de setembro.

Op-Art em São Paulo

15/abr

O Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, apresenta, até 01 de junho, a exposição “Op-Art – Ilusões do Olhar”, um vasto panorama da optical art, ou arte ótica, e sua influência no Design, Arquitetura, Mobiliário, Moda, Cinema e Publicidade. Com curadoria de Denise Mattar, a mostra foi idealizada pela Fundação Oftalmológica Dr. Rubem Cunha, e tem patrocínio da Allergan do Brasil e Acuvue.

 
“Op-Art – Ilusões do Olhar” é a primeira mostra abrangente, realizada no Brasil, sobre esse movimento, surgido no final da década de 1950. A exposição conta com mais de 200 itens, que estarão divididos em três módulos temáticos: 1. Design gráfico, mobiliário e objetos; 2. Obras de arte; e 3. Moda, cinema e publicidade. A lista de artistas participantes inclui alguns dos mais importantes e expressivos representantes do movimento no Brasil e no exterior, dos concretistas aos contemporâneos, mostrando como, na era digital, a Op-Art voltou a ser uma referência. Estarão em exposição, por exemplo, trabalhos dos designers Alexandre Wollner, Almir Mavignier e Antonio Maluf; dos estilistas: Alceu Penna, Versace, Gareth Pugh, Martha Medeiros e Sandro Barrros; além dos artistas plásticos Abraham Palatnik, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Hércules Barsotti, Hermelindo Fiaminghi, Luiz Sacillotto, Angelo Venosa, Hilal Sami Hilal, Julio Le Parc, Victor Vasarely e Carlos Cruz-Diez.

 
Com expografia de Guilherme Isnard, que utilizará efeitos de luz e profundidade para acentuar as características da mostra, OP-Art terá um espaço interno para a Fundação Oftalmológica Rubem Cunha que realizará, durante o período expositivo, a medição da acuidade visual a estudantes atendidos pelo Educativo MCB. “O desconhecimento de problemas visuais é um dos principais elementos responsáveis pela evasão escolar no Brasil”, afirma o Dr. Marcelo Cunha, da Fundação Rubem Cunha. “Dessa forma, a exposição Op-Art – Ilusões do Olhar cria um evento único, associando design, arte e moda a uma causa social”, conclui o médico.

 

 
Conteúdos da exposição por módulos:

 
1: Op-art no Design gráfico, mobiliário e objetos

 
Cartazes originais de Rubem Ludolf, Alexandre Wollner e Antonio Maluf; design gráfico da Tricot-lã, década de 1960, Adolpho Leirner;  cerca de 50 objetos entre pratos, canecas, xícaras, luminárias, mouse-pads, skates, almofadas e relógios de parede de designers brasileiros e estrangeiros; mobiliário de Zanine Caldas, Abraham Palatnik e Julien Pecquart;  exemplos de arquitetura Op-Art no Brasil e no mundo, em projeções; projeto original de Raymundo Colares para pintura em prédio no Rio de Janeiro.

 
2 : Arte

 
Cerca de 30 trabalhos, entre pinturas, esculturas e objetos de artistas brasileiros, pinturas de Lygia Clark, Hélio Oiticica, Aluísio Carvão, Luiz Sacillotto, Mauricio Nogueira Lima, Hércules Barsotti, Hermelindo Fiaminghi, Geraldo de Barros, Lothar Charoux, Ivan Serpa, Ubi Bava, Hilal Sami Hilal, entre outros; esculturas e objetos de Abraham Palatnik, Mary Vieira, Raymundo Colares, Paulo Roberto Leal, Angelo Venosa, entre outros. Artistas estrangeiros: Julio Le Parc, Victor Vasarely, Carlos Cruz-Diez, entre outros.

 
3: Moda, Cinema e Publicidade

 
Vestido de noite de Alceu Penna e Hercules Barsotti, 1960; vestidos criados especialmente para a mostra pelos estilistas Sandro Barros e Martha Medeiros; roupas vintage como capa de chuva em vinil, vestidos curtos, blusa Versace; projeção com fotos de roupas de época e dos desfiles de Givenchy (2010),Louis Vuitton (2013), Mark Jacobs (2013), Gareth Pugh (2014), entre outros; acessórios vintage e contemporâneos: bolsas, óculos, sapatos, lenços etc.; publicidade: Pond’s, Ferrari, Avon, entre outras, apresentados em vídeo;  cinema: “The Responsive Eye”, de Brian de Palma e “Anémic Cinema”, de Marcel Duchamp.

 

 
Sobre a OP-Art

 
A Op-Art surgiu no final da década de 1950, e despontou internacionalmente a partir da exposição “The Responsive Eye”, organizada pelo MoMA, de Nova York, em 1965. Descendente de movimentos como o Suprematismo, Construtivismo e Concretismo, seus trabalhos têm como principais características a repetição de formas simples, o uso do preto e branco, os contrastes de cores vibrantes e as luzes e sombras acentuadas. A ambiguidade entre primeiro plano e fundo gera ilusões de movimento e profundidade. As obras da Op-Art criam um espaço tridimensional, que não existe, mas parece tornar-se real. Tais efeitos despertaram uma nova relação com a obra de arte, exigindo do público uma verdadeira participação.

 

 
Sobre a curadoria

 
Denise Mattar é uma das mais conhecidas e premiadas curadoras do Brasil. Em instituições trabalhou no Museu da Casa Brasileira, SP (1985-1987), MAM-SP (1987-1989) e MAM-RJ (1990-1997). Como curadora independente realizou de 1997 a 2014 mostras retrospectivas de Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho (Premio APCA), Ismael Nery (Prêmios APCA e ABCA), Pancetti, Anita Malfatti, Samson Flexor (Prêmio APCA), Frans Krajcberg, Mary Vieira, Maria Tomaselli, Aluísio Carvão, Abelardo Zaluar, Raymundo Colares, Hildebrando de Castro, Norberto Nicola, Aldo Bonadei, Alfredo Volpi, Alberto da Veiga Guignard. E as mostras temáticas (2004/14): “Traço, Humor e Cia”, “O Olhar Modernista de JK”, “O Preço da Sedução”, “O’ Brasil”, “Homo Ludens”, “Nippon”, “Brasília- Síntese das Artes”, “Tékhne” e “Memórias Reveladas”( prêmio ABCA), “Pierre Cardin”, “Mário de Andrade – Cartas do Modernismo”, “Projeto Sombras”, “No Balanço da Rede” e “Duplo Olhar”.

 

 
Sobre a Fundação Dr. Rubem Cunha

 
A Fundação Oftalmológica Dr. Rubem Cunha é uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo prevenir e tratar doenças oculares da população de baixa renda. Em 2007, foi reconhecida como entidade filantrópica OSCIP, faz parte da associação GIFE e do Instituto Azzi. Os recursos levantados pela Fundação, por meio de eventos socioculturais, subsidiam os custos relacionados aos exames e consultas, proporcionando aos pacientes armações e lentes de óculos, medicamentos e tratamento cirúrgico. A Fundação trabalha com os projetos: Boa Visão, Boa Educação, voltado às crianças em idade escolar; Nosso Olhar, vinculado à APAE, e Senhor Olhar, para a terceira idade, além de projetos especiais como Olhar do Sertão, realizado recentemente no interior de Alagoas. A mostra Op-Art – Ilusões do Olhar comemora os dez anos de trabalho filantrópico prestado a crianças e idosos carentes pela entidade criada pelos Drs. Rosana e Marcelo Cunha.

 

 
Até 31 de maio.

Inhotim no Itaú Cultural/SP

08/abr

O Inhotim, em parceria com o Banco Itaú e o Itaú Cultural, realiza pela primeira vez a itinerância de parte do acervo do instituto. “Do Objeto para o Mundo – Coleção Inhotim”, exposição que estreou em Belo Horizonte no ano passado, está em cartaz e pode ser visitada gratuitamente no Itaú Cultural, Paulista, São Paulo, SP. A mostra celebra cinco anos de apoio mútuo entre as instituições.

 
A mostra itinerante “Do Objeto para o Mundo – Coleção Inhotim”- deixou sua sede, em MG – e chegou a SP para ocupar três andares do Itaú Cultural. A obra “Seção Diagonal”, de Marcius Galan, instalada em Inhotim desde 2010, foi readequada para o espaço da exposição. Dividida em seis núcleos temáticos, a coletiva possibilita ao público conhecer como a arte neoconcreta influenciou decisivamente as técnicas contemporâneas.

 
Localizado em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, o instituto oferece a seus visitantes uma experiência única, na medida em que propõe uma relação espacial entre a arte e a natureza, caracterizando-se como o maior complexo museológico do país.

 
Parte desse acervo, em “Do Objeto para o Mundo” investiga quatro momentos de formação da arte contemporânea – o neoconcretismo brasileiro, a produção dos anos 1960, o grupo de vanguarda japonesa Gutai e as práticas de acionismo e de performance dos anos 1970 – e exibe obras produzidas entre 1950 e as primeiras décadas dos anos 2000. O título da exposição faz menção ao movimento de aproximação do objeto de arte à experiência cotidiana do espectador.

 
Com curadoria de Rodrigo Moura e Inês Grosso, o percurso da mostra contempla várias mídias e suportes, apresentando obras de artistas como Lygia Clark, Lygia Pape, Rivane Neuenschwander, Channa Horwitz, Décio Noviello, Hélio Oiticica, Cildo Meireles e Melanie Smith. No dia 02 de maio aconteceu um bate-papo com os artistas David Lamelas e Michael Smith, com mediação dos curadores.

 

 
Até 31 de maio.

No Centro de Artes Hélio Oiticica

31/mar

O Centro de Artes Hélio Oiticica, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição panorâmica “Osmar Dillon – não objetos poéticos”, composta de objetos, desenhos e documentos do artista Osmar Dillon produzidos entre 1959 e 1972. A curadoria é de Izabela Pucu com a colaboração do pintor Roberto Feitosa.

 

 
Revisão histórica

 
O Centro de Artes Hélio Oiticica apresenta uma singela exposição do arquiteto, artista e poeta Osmar Dillon (Belém, 1930-RJ, 2013), cuja obra integrava poesia e pintura resultando em trabalhos categorizados como livros-poemas e não objetos verbais. Vivendo no Rio na época da eclosão do Neoconcretismo, participou das Exposições de Arte Neoconcreta de 1960 e 1961, fundamentais para os posteriores desenvolvimentos artísticos brasileiros.

 
Embora tenha se ligado ao movimento e estado presente nestes eventos, Osmar Dillon, que parece ter sido um homem discreto, não alcançou a mesma notoriedade dos colegas Lygia Clark, Lygia Pape e Hélio Oiticica, ou Ferreira Gullar, cuja obra poética-plástica veio acompanhada de um discurso conceitual sofisticado que gerou a “Teoria do não objeto” (1960).

 
Esta exposição procura contribuir para o reposicionamento da obra de Dillon na história da arte brasileira do século XX, apoiando-se em uma pesquisa correta e reunindo trabalhos e projetos executados entre 1960-73, sendo alguns praticamente inéditos. Como aponta a curadora Izabela Pucu, as obras reunidas mostram o interesse de Dillon na relação entre palavra e visualidade. A curadoria, construída em parceria com o companheiro de vida do artista, Roberto Feitosa, dá ao conjunto um ar sutilmente amoroso e despojado, evidenciado logo no início do percurso com uma carta de Feitosa sobre/para Dillon, datilografada em papel amarelado e emoldurada. Ali ficamos sabendo que o artista era um homem muito criativo, de bons amigos e reservado, desinteressado em self-marketing e networking — o que explicaria de certo modo a pouca visibilidade que sua obra recebeu nas últimas décadas.

 
A exposição, que é curta, tem trabalhos formalmente curiosos, agradáveis e bem literais no sentido de se quererem entender como literatura, imagem e desenho. Dillon, formado em arquitetura em 1954, testemunhou o desenvolvimento da arte concreta e do design no Brasil, e tais referências são marcantes no conjunto de não objetos e livro-poemas selecionados.

 

 
A FRUIÇÃO DO TOQUE

 
Fica claro que estas obras tridimensionais feitas em madeira, papel, ferro, espelho ou acrílico, participativas ou não, expressam imagens que se completam pela matéria e sua forma, em uma pesquisa artística consonante com discursos da arte dos anos 1960-70. Bons exemplos são a escultura-poema-objeto “Arte e Sopro” (1960-1961) e o totem “Boca-Eco/Sexo-Ovo” (1970). É possível tocar em vários dos trabalhos, com e sem a orientação de um monitor, sendo essencial para a fruição dos livros-poema especialmente.

 
A mostra termina em uma sala grande com alguns desenhos e uma tela da série Devorantes, de 1969, todos de inspiração surrealistas, que não chegam a despertar grande interesse por aparentarem ser uma amostra muito pequena do que foi uma grande pesquisa do artista. Neste espaço também se encontram os desenhos/projetos da série “Estudo para um Monumento Vivencial I, II e III” (1961-1970) que dialogam de modo complexo com o horizonte e a arquitetura da recém inaugurada Brasília. Em uma parede, documentos e artigos de jornal ajudam a contar a trajetória de Dillon entre os anos 1960-70, assim como um pouco do cenário da arte de vanguarda do período.

 
Ao lado desses registros, quinze poemas do artista, datilografados em papel amarelado e emoldurados, encerram o percurso de modo tocante. São composições muito simples e ritmadas, que de certa maneira concentram o pensamento que dá corpo aos trabalhos tridimensionais. Finda a visita fica a sensação de que Osmar Dillon ainda tem muito para ser estudado e exibido, sendo este só um primeiro passo, pequeno e importante, para uma revisão mais ampla de sua obra poética.
Fonte/texto: Daniela Labra/O Globo/Rio Show.

 

 
Até 23 de maio.

Mostra no MAM-Rio

25/fev

Neste sábado, dia 28 de fevereiro, o MAM Rio, Parque do Flamengo, inaugura a exposição “Ações, estratégias e situações nas coleções do MAM”, com cerca de 40 obras, pertencentes às coleções do MAM Rio, com curadoria de Marta Mestre. A mostra apresenta trabalhos realizados fora dos suportes tradicionais de arte, de 16 artistas, entre eles os brasileiros Artur Barrio, Marcia X, Marcius Galan, Cildo Meireles, Lygia Clark, entre outros. “O objetivo é mostrar o comprometimento do MAM Rio com propostas experimentais desde a década de 1960”, afirma a curadora. Fazem parte da mostra trabalhos de artistas brasileiros, alemães, americanos e de um taiwanês: Antonio Dias, Artur Barrio, Bené Fonteles, Bernd e Hilla Becher, Cildo Meireles, Dennis Oppenheim, Fabiano Gonper, José Damasceno, Joseph Beuys, Luiz Alphonsus, Lygia Clark, Marcius Galan, Moebius Jürgen, Tehching Hsieh, Waltercio Caldas e Wolf Vostell.

 

 

Até 03 de maio.

Paço Imperial exibe Amélia Toledo

08/jan

O Paço Imperial, Centro, Praça XV, Rio de Janeiro, RJ, exibe a exposição “Forma fluida”, primeira grande mostra panorâmica dedicada à obra de Amelia Toledo na cidade. A exposição reúne cerca de 60 obras – entre objetos, esculturas, pinturas e obras interativas – da artista paulista que, aos 89 anos, continua em atividade e é considerada um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira. Para comemorar seus 65 anos de atividade artística, os curadores Daniela Name e Marcus de Lontra Costa selecionaram trabalhos da década de 1950 até os dias atuais. Também será realizado um programa de arte educação e produzidos um livro-catálogo e uma série de pequenos documentários sobre a artista.

 

 

 

“O trabalho de Amélia Toledo é a entrega absoluta à pesquisa do material. Sua obra nos apresenta um fluxo que tende sempre ao infinito, um movimento que não cessa. É como se nos dissesse que a única coisa permanente é a transformação. Entre os destaques da mostra está A onda – A piscina refrescante pode ser um abismo, de 1969. É um cilindro de plástico maleável que contém água e óleos coloridos em seu interior. O movimento entre o azul e o verde simula a piscina e o abismo contidos no título. Esta é uma obra em que a vertigem está presente o tempo inteiro. Outra peça que deve mobilizar o público é o conjunto de objetos Bolas-Bolhas, uma área lotada com bolas transparentes com espuma dentro, que fazem alusão à espuma do mar, totalmente sensorial. Pode ser um ponto alto da exposição, principalmente para as crianças”, destaca a curadora Daniela Name.

 

 

 

Além de “A onda” e de “Bolas-bolhas”, fazem parte da mostra peças importantíssimas na história da artista, como “Medusa”. Nesta obra, líquidos coloridos se espalham por fios transparentes, aludindo à imensa cabeleira da personagem mitológica. O público manipula a obra, participando da reordenação de cores em seu interior. Outro ponto importante são os trabalhos da série Impulsos, em que a artista se apropria de pedras semipreciosas como jade e quartzo rosa praticamente em estado bruto para realizar esculturas.

 

 

O percurso expográfico proposto pelos curadores contempla o início da carreira da artista, trabalhos da época da ditadura – caso de “Pegada da onça” e “Faca de dois gumes”  e do livro-objeto “Divino maravilhoso” – para Caetano Veloso, de 1971. Um módulo é dedicado a joias criadas por ela, e outro à projetos públicos, como a intervenção cromática na estação Cardeal Arcoverde do Metrô Rio, de 1998.

 

 

 

 

Sobre a artista

 

 

 

Amélia Toledo nasceu em 1926, na cidade de Serra Negra, SP.  Em sua carreira, sempre utilizou materiais fluidos e em transformação, como líquidos, bolhas e corpos cheios de ar, que conferem à suas criações ares sinestésicos, que as aproximam de expoentes como Lygia Clark e Lygia Pape. A pesquisa da cor, própria de Hélio Oiticica, Aluisio Carvão e outros de seus contemporâneos, também é feita pela artista de modo muito peculiar, com materiais vazados e acrílicos. Outro ponto de distinção de sua trajetória é o uso de material orgânico – conchas e pedras – em uma relação entre corpo e paisagem, em trabalhos que resignificam a noção de escultura, tanto na escala pública quanto em ambientes internos. Hoje mora no bairro do Butantã, na capital paulista, e continua trabalhando em seu ateliê regularmente. Sua última exposição foi em 1999, uma retrospectiva na Galeria do Sesi, em São Paulo, e, em 2004, foi publicado o livro “Amélia Toledo: As Naturezas do Artifício”, de Agnaldo Farias.

 

 

 

Sobre os curadores

 

 

 

Daniela Name é crítica de arte. Mestre em História e Crítica da Arte pela EBA-UFRJ e doutoranda em Tecnologias da Estética pela ECO-UFRJ, tem graduação em jornalismo e escreveu no jornal O Globo sobre artes visuais entre 1998 e 2005. É autora dos livros “Almir Mavignier” (2013), “Quase/acervo – Ivan Grilo” (2013), “Norte Marcelo Moscheta” (2012) e “Espelho do Brasil – Arte popular vista por seus criadores” (2008). Trabalha como curadora independente e foi consultora em artes visuais do novo Museu da Imagem e do Som (MIS). É curadora-adjunta do Prêmio CNI Sesi Senai Marcantonio Vilaça.

 

 

 

Marcus de Lontra Costa foi o curador da histórica exposição Como vai você, Geração 80? (1984) e diretor de instituições como a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e o Museu de Arte Moderna de Recife-PE. Foi curador de dezenas de mostras, entre elas as recentes Arte e política, inaugurada em 2013, Franz Weissmann – Síntese construtiva, Pop e popular e Espelho refletido, estas últimas realizadas em 2012. Ex-Secretário de Cultura de Nova Iguaçu, Lontra é sócio-diretor da MLC.

 

 

 

 

Até  10 de março de 2015.

Rubens Gerchman na Casa Daros

28/nov

A exposição “Rubens Gerchamn – Com a demissão no bolso”, na Casa Daros, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta documentos e trabalhos de um dos mais importantes artistas plásticos do Brasil que, em plena ditadura militar, fundou e assumiu a diretoria da “Escola de Artes Visuais do Parque Lage”, função que exerceu entre 1975 a 1979, possibilitando uma área de livre criação pois além de alunos matriculados nos diversos cursos, Rubens Gerchman permitia que qualquer pessoa frequentasse a escola e seus cursos, mesmo sem estar matriculado.

 

Foi criada para esta mostra uma linha do tempo para que toda a trajetória do artista fosse apreciada. Gerchman foi figura ativa e participante dos movimentos artísticos dos anos 60 como a Tropicália e a Arte Conceitual, num período fervilhante da cultura nacional onde as diversas correntes fluíam, fosse música, cinema e artes plásticas,  revelando nomes como Caetano Veloso e Tom Zé, mas também trazendo à cena nas artes visuais Ligia Pape, Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Lygia Clark e Barrio.

 

Rubens Gerchman reformulou a Escola e escolheu colaboradores como Celeida Tostes, Helio Eichbauer, Lina Bo Bardi, Ligia Pape, Marcos Flaksman e Xico Chaves. A mostra conta com importantes vídeos com depoimentos de artistas que conviveram  e trabalharam com ele na Escola de Artes Visuais do Parque Lage: Roberto Magalhães, Luiz Ernesto e Cildo Meireles entre outros.

 

 

Até 08 de fevereiro de 2015.