Acontece na Casa Museu Eva Klabin

15/abr

Baseada no livro “Um Teto Todo Seu”, de Virginia Woolf, a exposição “Uma Casa Toda Sua” está em cartaz até 23 de junho na Casa Museu Eva Klabin, Lagoa, Rio de Janeiro, RJ.

A curadora Isabel Portella une Eva Klabin e Virginia Woolf em um pensamento comum, convidando catorze artistas mulheres com discursos e poéticas bastante diversos para trazer propostas instigantes e interferências no espaço. São elas: Bel Barcellos, Carolina Kaastrup, Claudia Hersz, Daniela Mattos, Dora Smék, Julie Brasil, Karola Braga, Lyz Parayzo, Mariana Maia, Marlene Stamm, Panmela Castro, Patrizia D’Angello, Sani Guerra e Simone Cupello (foto).

O livro “Um Teto Todo Seu” é uma coletânea de palestras de Virginia Woolf ministradas em faculdades de Cambridge, em 1929. Na obra, a autora reflete sobre as condições sociais da mulher e sua produção literária, bem como as dificuldades para que elas tenham uma posição de destaque e possam se expressar livremente, características ainda presentes nos dias de hoje. Virginia Woolf defende que a mulher precisa ter domínio sobre a sua vida e autonomia financeira para poder criar.

No período em que o livro foi publicado, Eva Klabin tinha apenas 25 anos, mas já adotava os princípios de Virginia Woolf. Ao mesmo tempo que vivia intensamente suas viagens e estudos, ela também precisava de um espaço privado, um pedaço do mundo onde sua individualidade existisse isoladamente. Na casa da Lagoa – onde hoje funciona a Casa Museu – Eva Klabin reuniu peças vindas de civilizações e épocas diversas para conservá-las ao alcance dos olhos, no lugar onde vivia.

“O que proponho é uma exposição só com artistas mulheres independentes. Mães solo, mulheres negras, lésbicas, trans, periféricas, deficientes, idosas e mulheres livres que fazem seus trabalhos com garra e força, independentes de críticas e do mundo fálico dos curadores homens que habitam o nosso cenário artístico atual. No encontro da arte com tantos desejos e conquistas, celebremos a figura de mulheres que ousaram transgredir, oferecendo à vida o que têm de mais íntimo e sagrado”.

Isabel Portella – curadora

Coletiva na Simone Cadinelli

18/mar

A Simone Cadinelli Arte Contemporânea reúne em exibição coletiva artistas mulheres de diferentes gerações, estilos e trajetórias.  “Passeata”, que inaugura no dia 18 de março, na galeria Simone Cadinelli Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, é uma exposição que convida o público a vivenciar as plataformas poéticas de 15 artistas mulheres do panorama da arte contemporânea brasileira. Desde a consagrada Anna Bella Geiger a novos nomes como Ana Hortides e Marcela Cantuária, a curadora Isabel Sanson Portella propõe um passeio por várias gerações, estilos e gênero, como é o caso da artista “gender fluid” (não-binária) Lyz Parayzo.

 

“São diferentes vozes e mídias de expressão, mas o que predomina é o pulsar da liberdade conquistada, do direito de levantar bandeiras e mostrar a que vieram. Longe está o tempo em que o espaço artístico, cultural e social era ocupado exclusivamente por artistas homens. Preconceitos de gênero e ausência de reconhecimento mantiveram as mulheres fora do cenário artístico por séculos. Mas a trajetória das conquistas femininas no decorrer dos últimos 100 anos foi marcada por lutas e crescentes vitórias. Não é o fator gênero que define os atributos artístico-estéticos das obras, mas sim o potencial criativo de quem as executa”, afirma Isabel Sanson Portella.

 

Amanda Baroni, Fernanda Sattamini, Helena Trindade, Laura Gorski, Leandra Espírito Santo, Livia Flores, Patrizia D’Angello, Renata Cruz, Roberta Carvalho, Sani Guerra e Ursula Tautz completam a coletiva que fica em cartaz até o dia 29 de maio. No dia da abertura, a artista visual Roberta Carvalho fará uma exibição de vídeo mapping, com imagens de ribeirinhos da floresta amazônica, pesquisadas desde 2007 pela artista, no jardim da vila que faz parte do imóvel que abriga a galeria, que no mês de março inaugura um novo espaço dedicado a palestras e encontros com colecionadores, críticos, artistas, arquitetos e pesquisadores. A programação é bastante diversificada e ainda abrange visitas guiadas.

 

“Nosso objetivo, com essa coletiva, é lançar o olhar sobre a produção das mulheres na arte contemporânea. A proposta aqui é conduzir o visitante em um passeio por diferentes suportes, experiências profissionais e fases variadas de criação, evidenciando as potencialidades de cada artista selecionada”, analisa Simone Cadinelli.

 

 

Descrições das obras e algumas curiosidades

 

Amanda Baroni – Série “Elementos da Natureza” -Fotografia.Moradora da Maré, a jovem fotógrafa Amanda Baroni, desenvolveu a série fotográfica “Elementos da Minha Natureza” buscando inter-relacionar arte, danças urbanas e natureza com o espaço de favelas cariocas (Complexo da Maré, Mangueirinha e Morro da Providência). Este projeto conecta os quatro elementos, fogo, terra, água e ar, com os dançarinos Felipe e Thamires Cândida, do Passinho, Luana Luara, do Hip Hop Dance, Agatha Alves, do Dance Hall e Hugo Oliveira, do House Dance, todos oriundos da periferia.

 

Anna Bella Geiger – “Orbis Discriptio n.33”, 1999. Gaveta de arquivo de ferro, encáustica, folha de flandres, fios de cobre, metais e gesso. A partir da década de 1990, a premiada Anna Bella Geiger emprega novos materiais e produz formas cartográficas vazadas em metal, dentro de caixas de ferro ou gavetas, preenchidas por encáustica. Suas obras situam-se no limite entre pintura, objeto e gravura.

 

Ana Hortides – “Cor de pele”, 2017. 78 bebês compostos da combinação de 12 gizes de cera de cores de pele. Ed. 3/5. Ana Hortides descobriu a existência de uma caixa de giz de cera de cores de pele produzida por uma ONG brasileira, a UneAfro, que propõe 12 cores. A partir disso, a artista derreteu os lápis, sempre combinando uns com os outros e colocou-os em moldes de bebês. A partir das misturas foram criados 78 bebês com cores e tons de pele diversos.

 

Fernanda Sattamini – Sem título, 2018. Série “Das marés e correntezas”. Cianotipia em linho e bordado. Edição única. Sem título, 2018. Série “Das marés e correntezas”. Cianotipia em linho e bordado. Edição única. Na série “Das marés e correntezas”, Fernanda Sattamini usa a técnica de cianotipia em linho desfiado, um processo artesanal de impressão fotográfica em tons azuis, que produz uma imagem em ciano. Foi descoberto em 1842 e utilizado até o século XX, é também conhecido como blueprints. O processo utiliza dois produtos químicos: Citrato de amônio e ferro (III) e Ferricianeto de potássio, que ao serem misturados se torna fotossensível e reage à luz ultravioleta. A exposição à luz provoca mudanças na cor do composto final resultando no azul da Prússia.

 

Helena Trindade – “VÍRUS (de chão)”. Escultura de teclas de máquinas de escrever e suas hastes. “Vírus” são estruturas orgânicas articuladas que se assemelham a uma espinha dorsal em movimento, criadas a partir de teclas de máquinas de escrever pelas mãos de Helena Trindade. Como a própria artista afirma privilegiar a materialidade da letra em detrimento do sentido, fazendo um jogo poético. Seu trabalho aborda diferentes aspectos do funcionamento da linguagem no tocante à sua perpétua rearticulação.

 

Laura Gorski e Renata Cruz – Sem título, da série “Dias úteis”, 2016. Fotografia. A dupla de artistas Laura Gorski e Renata Cruz apresenta um trabalho que aborda as relações entre o tempo interno e o pessoal de cada pessoa em relação ao tempo organizado pelo calendário oficial de dias considerados úteis ou não. O calendário de 21 dias úteis apresenta, por um lado, objetos ambíguos que são utilizados em momentos em que as pessoas escolhem o que fazer com o tempo ocioso. Ao lado dos objetos estão espaços internos de uma casa, submersos em um líquido escuro que também está presente na banheira em que estão as artistas. Nela, Laura e Renata compartilham um tempo poético que conseguem habitar juntas.

 

Lenadra Espírito Santo – Série “Registro”. Placas de gesso. A instalação “Registro” aborda o tema da auto-representação: é feita a partir de um mesmo molde do rosto da artista Leandra Espírito Santo, com um semi-sorriso. A partir deste molde, ela retira algumas réplicas do próprio rosto em gesso e faz placas com o mesmo material, que são reproduzidas de modo a preencher a parede da galeria, criando uma relação com a arquitetura, tanto por conta do material usado nelas (o gesso), quanto pela maneira como ocupa o espaço. Na exposição, são cerca de 30 placas.

 

Lívia Flores – “Trabalho de greve”, 2012. Escultura em tecido e gesso. Dimensões variáveis. Nessa série, a artista Lívia Flores retoma o interesse pela pesquisa de materiais e processos, desdobrando-os em sua relação com o tempo, com a história e com o trabalho coletivo ao utilizar um material (cobertor cinza/feltro) que acumula muitos usos e sentidos, tanto na vida quanto na arte. A artista acredita que este material é portador de história e condensa de forma espectral uma história de todos e de ninguém, anônima e comum, constituída pelos muitos fios das infinitas peças de roupa que algum dia já tocaram nossos corpos. Os cobertores em cinza são matéria escultórica em tensão com elementos construtivos moldados em gesso. Oscilando entre vontade construtiva, entropia e ruína, essas peças erigem-se como “contramonumentos”, cujo gesto se completa no momento de sua instalação no espaço de exibição.

 

Lyz Parayzo – Série “Slut Terrorist”. Vídeo. Flyers de prostituição (site specific) com números telefônicos e endereços de instituições de arte. “Gargantilha Lança”, 2018. Alumínio. “Top Dentado”, 2018. Alumínio. “Braceletes lança, 2018 Alumínio.  Uma das poucas artistas não-binárias presentes em coleções de museus brasileiros – está no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) e no Museu de Arte do Rio (MAR) -, Lyz Parayzo tem o corpo como principal suporte de trabalho. Em “Passeata”, a artista expõe um vídeo da performance “Slut Terrorist #5″, além dos objetos escultóricos denominados “joias bélicas”.

 

Marcela Cantuária – “Gigantes Pela Própria Natureza”, 2018. Óleo, acrílica e spray s/ tela. “Maria Bonita”, 2018. Óleo e acrílica s/ tela. Marcela Cantuária se interessa por reimaginar episódios de importância histórica através da perspectiva das mulheres, onde elas estavam nos conflitos por terras, nas guerrilhas, disputas por ideologia, no campo da estratégia, como se estivesse construindo outra versão. Assim, ela acredita que está encorajando as mulheres através de figuras femininas que em algum momento tiveram importância. Isso se reflete também nas cores vivas de seu trabalho.

 

Patrizia D´Angello – “Dramalhão”. Através do bom humor, as obras de Patrizia D’Angello inserem a questão do feminino no mundo contemporâneo, explorando a estética kitsch do exagero, do colorido exuberante, dos temas que confrontam diretamente outras formas de dominação. A mulher guerreira é também aquela que enfrenta forno e fogão, que levanta bandeiras assim como vassouras e aspiradores de pó, mas que não esquece a sua natureza e seus desejos.

 

Roberta Carvalho – Sua instalação é composta por uma imagem fotográfica e por um outro elemento, que é uma garrafa (com imagem projetada). A fotografia proposta é da série “submersos”. Seguindo a linha do trabalho desenvolvido por Roberta Carvalho, a fotografia trará o rosto de uma mulher ribeirinha projetada nas margens do rio. Seu rosto estará metade dentro d’água, metade na floresta. A garrafa, que pende ao lado da imagem, será preenchida de água: barrenta amazônica, água que pela sua opacidade funciona como tela. Nesta garrafa preenchida de água uma projeção mapeada dialoga com a imagem fotográfica.

 

Sani Guerra – “Três Picos”, 2016. Óleo e folha de ouro sobre tela. “Floresta dos cervos”, 2018. Óleo sobre tela. Em março de 2018, Sani Guerra começou uma residência artística de sete meses no Rio de Janeiro, explorando espaços que abrigam parte da Mata Atlântica, tais como a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, a Colônia Juliano Moreira (onde funciona o Museu de Arte Contemporânea Arthur Bispo do Rosário) e o Campus da Fiocruz Mata Atlântica, entre outros espaços públicos que se relacionam com a mata. Partindo dessa pesquisa, seu material histórico e o seu entorno, a artista deu início a uma série de pinturas e três delas podem ser vistas em Passeata.

 

Ursula Tautz – Sem título, 2019. Móvel em madeira, rádica, lentes redoma de vido, prumo dourado, bola de vidro. Sem título, 2019. Móvel em madeira, rádica, redoma de vidro, funil de vidro, balão de vidro, arame dourado, prumos dourados, lente. Temas recorrentes no trabalho de Ursula Tautz, antropologia, história e memória se desdobram aqui em um novo estudo que ela apresenta em criações permeadas pelo tempo e materializadas na madeira que é a base para os dois móveis em exposição. A partir do objeto-balanço desenvolveram-se duas pesquisas: do movimento pendular e do material, a madeira. A madeira remete à casa, acolhe, aconchega e protege. A rádica é um corte da raiz da árvore, já tem em si uma cartografia intrínseca. São mapas de enraizamento, de pertencimento, são também camadas de tempo, história. Os móveis-objetos oferecem o lugar almejado, imaginado, ouvido nas histórias. Indicado com um prumo, protegido na redoma, bolas de neve.

 

 

Sobre as artistas

 

Amanda Baroni teve seu primeiro contato com fotografia através do Hip Hop, do qual é participante desde 2007. Em 2012, formou-se pela Escola Popular de Fotógrafos, do Observatório de Favelas, Complexo da Maré, Rio de Janeiro. Após a formação, começou fotografando o movimento Hip Hop e se dedicou a realizar trabalhos artísticos e comerciais. Atualmente, segue documentando o Hip Hop, produzindo ensaios fotográficos e coberturas de espetáculos de dança, além de desenvolver seus projetos autorais como o “Ensaio Draw”, “Baixa Velocidade – Altas Luzes”, “B.Woman,  B.Girl”,   “ Minha imagem e semelhança” e “‘Elementos da minha natureza”. Expôs seu trabalho “B.Woman, B.Girl”, sobre as mulheres no Hip Hop, no Largo das Artes, Rio de Janeiro, e no evento Batom Battle, em Brasília. Outras atividades no campo das artes e exposições envolvem a formação em Design de Exposição no Parque Lage, em 2014, em impressão Fine Art e montagem de molduras no estúdio Barracāo de Imagens.

 

Anna Bella Geiger (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1933). Estudou Letras Anglo-Germânicas na Faculdade Nacional de Filosofia (UFRJ) e Sociologia da Arte com Hanna Levy Deinhardt na New York University e na New School for Social Research (anos 50). Realizou exposições individuais e participou de coletivas no Brasil e no Exterior, como nas Bienais Internacionais de São Paulo, Veneza e de Liverpool. Seus trabalhos integram coleções como a do MoMA (Nova York), do Centre Georges Pompidou (Paris), Tate Modern e Victoria and Albert Museum (Londres), Getty Institute (Los Angeles), The FOGG Collection (Boston) entre outras. Em 2004, Anna Bella recebeu a insígnia da Ordem do Cruzeiro do Sul, do Ministério das Relações Exteriores, e em 2010, recebeu a insígnia da Ordem do Mérito Cultural por representar a tradição, a vanguarda e as diferentes correntes de criação cultural e artística do País.

 

Ana Hortides. Nasceu em 1989 no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Artista visual e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos das Artes da Universidade Federal Fluminense (UFF – RJ) na qual se Graduou em Produção Cultural. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV). Caracterizado pela delicadeza, o seu trabalho permeia o corpo, a intimidade e a vulnerabilidade das relações.

 

Fernanda Sattamini. Sua produção explora processos experimentais e alternativos, transitando entre fotografia, gravura e objetos. Tomando como ponto de partida imagens apropriadas e suas próprias fotografias, a pesquisa que desenvolve aborda questões acerca da memória, intimidade, afetos e controle.

 

Helena Trindade. Cores vivas e formas geométricas são as principais características do trabalho de Helena Trindade. Formada em arquitetura e urbanismo pela Universidade de Brasília em 2013, Helena optou por continuar os estudos com um Mestrado de Arquitetura em Oxford, lá Helena desenvolveu projetos de instalações espaciais, como o seu projeto final, exposto na St. John’s College ao final do curso, e de esculturas abstratas, feitas com o uso do corte a laser. No ano seguinte à conclusão do curso, em 2016, a arquiteta mudou-se para a Holanda a trabalho, onde entrou em contato com o design gráfico e aprofundou a sua experiência com projetos arquitetônicos e instalações espaciais. Dentre os trabalhos mais importantes desse período estão os projetos dos espaços elaborados para receber as exposições dos Dutch Invertuals na Semana de Design da Holanda em 2016, na Semana de Design de Milão em 2017, e no Festival D’Days em Paris, no mesmo ano. De volta ao Brasil, Helena se divide entre a arquitetura e o design. Além dos projetos arquitetônicos, ela dedica o seu tempo aos objetos confeccionados com o corte a laser, que compõem a sua marca HT.

 

Laura Gorski e Renata Cruz. Laura Gorski é nascida em São Paulo em 1982. Formada em Desenho Industrial pelo Centro Universitário Belas Artes, realizou as exposições individuais “Paragem”, na Zipper Galeria, em 2011; “Arquipélago de lugares imaginários”, no Estúdio Buck, em 2013, e “Dias úteis”, com Renata Cruz, no 20º Cultura Inglesa Festival, em 2016. Participou de residências na Alemanha e em Portugal e tem obras em coleções em Brasília, Bahia, São Paulo e Porto Alegre. Já expôs em Ribeirão Preto, Santo André, Santos, Goiás, Salvador, Campinas, Porto Alegre, Jundiaí, Rio de Janeiro, Brasília, além de Cazaquistão, Portugal, Japão e Alemanha.

 

Renata Cruz, em seu trabalho, explora as relações entre textos literários e imagens, valendo-se muitas vezes do envolvimento de diversas pessoas com suas histórias e lugares onde habitam. Em suas instalações propõe a criação de narrativas abertas no espaço, que se constroem enquanto se caminha. Formada em Comunicação Visual, UNESP, Bauru SP; Educação Artística, UNAERP, Ribeirão Preto, SP, com cursos como aluna estrangera na Facultad de Bellas Artes de la Universidad Complutense de Madrid, Espanha, atualmente participa de grupos de estudos como no Ateliê Fidalga em São Paulo.

 

Leandra Espírito Santo. Mestre e doutoranda em Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da USP, São Paulo, SP. Graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, RJ. Seu trabalho artístico transcorre por diversas mídias, como performance, fotografia, vídeo, escultura, intervenção urbana. Por meio de linguagem cômica e irônica, a artista faz reflexões sobre nossos procedimentos cotidianos, dos mais complexos aos mais comuns, investigando a relação entre a arte e as diversas técnicas e tecnologias, relativizando seus usos e pensando na relação que mantemos com elas em nível de corpo e comportamento. Em 2017, iniciou pesquisa focada nas relações entre identidade, corpo e máquina, série de trabalhos em que pensa a auto representação dentro das redes sociais. Em 2016, foi indicada ao Prêmio Pipa MAM-RJ, tendo sido finalista do Pipa Online. Em 2014, recebeu o Prêmio Estímulo no 42º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto e ganhou a Chamada Artes Visuais da Secretaria de Cultura de Niterói. Entre suas principais exposições, prêmios e eventos estão: “Instauração”- Sesc Belenzinho (SP, 2017); “Agora somos mais de mil” – EAV Parque Lage (RJ, 2016); “Quando o tempo aperta” – Palácio das Artes (BH, 2016) e Museu Histórico Nacional (RJ, 2016); “Novíssimos” – Galeria Ibeu (RJ); 37° Salão de Artes de Ribeirão Preto (SP, 2013); 2º Prêmio EDP nas Artes (SP, 2010).

 

Marcela Cantuária. A artista nasceu em 1991, vive e trabalha no Rio de Janeiro. É graduada em pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Atualmente, leciona em seu ateliê questões práticas da pintura contemporânea. Considera o viés filosófico materialista histórico-dialético como ponto de partida de sua investigação, observando, assim, o mundo e os fatos. A artista usa desde referências de arquivos digitais que gravita entre passagens históricas, frame de documentários até fotos autorais do cotidiano desigual do Rio de Janeiro. Em seu processo, muitas vezes trabalha a composição a partir do conflito entre as referências e a oposição entre as cores.

 

Lívia Flores (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1959). Pintora, escultora, videoartista. Participa do ateliê de xilogravura da Escolinha de Arte do Brasil, com José Altino (1946), entre 1974 e 1976, e estuda também com Maria Luíza Saddi (1952), em 1976. Em 1978, faz o Curso Intensivo de Arte Educação (Ciae), além de iniciar sua graduação na Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Esdi/Uerj), concluída em 1981. Entre 1979 e 1980, frequenta ateliê livre da Armação Oficinas de Arte (artes plásticas), com Marília Rodrigues (1937-2009) e Ana Cristina Pereira de Almeida. Participa de curso teórico sobre arte contemporânea com Anna Bella Geiger (1933) em 1981 e, no ano seguinte, assiste a outro curso teórico, sobre arte brasileira, com Fernando Cocchiarale. Contemplada, em 1984, com uma bolsa de estudo para a Alemanha, estuda na Academia de Artes de Düsseldorf de 1985 e 1990 e vive em Colônia até 1993. Recebe o título de mestre em comunicação e tecnologia da imagem na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1998.

 

Lyz Parayzo.Iniciou seus estudos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e começou a invadir galerias de arte com intervenções estético políticas. Como um vírus subverteu os protocolos de poder dos espaços institucionais borrando as fronteiras do que é oficial. Tem o corpo como principal suporte de trabalho e sua performance diária como plataforma de pesquisa. Suas bombas-plásticas desestabilizam as tecnologias heteronormativas e coloniais, são projeções anabolizadas da sua existência. Vem desenvolvendo videoinstalações com conteúdo pós-pornográfico, joias bélicas e atualmente está pesquisando as performances de gênero e classe a partir da cor em seu “Salão Parayzo”, dispositivo itinerante onde atua como manicure.

 

Patrizia D’Angello. Formada em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Unirio, também estudou na Escola de Moda da Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro. Participou de cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e foi aluna de nomes como Charles Watson, Fernando Cocchiarale, Luiz Ernesto, Franz Manata, Pedro França e Fred Carvalho. Em 2012, foi contemplada com projeto de exposição individual do Ibeu. Indicada ao Prêmio PIPA 2012. Desde 2008 Patrizia D’Angello tem trabalhado o cruzamento da fotografia com os cinco gêneros existentes da pintura: retrato, autorretrato, natureza-morta, paisagem e nu. Porém, em algumas obras é possível encontrar a interseção destes gêneros, com as quais a artista nos revela que esta formalidade pode ser subvertida. A sua preferência pela pintura a óleo, pastel seco e aquarela se dá pela possibilidade de manuseio e alterações durante o período em que está elaborando imagens com irônico realismo, a partir de referências de seus registros fotográficos ou apropriados de terceiros. Cenas corriqueiras adquirem uma determinada sofisticação com o olhar protagonista da artista, que aponta para os detalhes banais de algum canto de sua residência ou até mesmo as sobras de um prato de comida em uma churrascaria.

 

Roberta Carvalho é artista visual nascida em Belém do Pará. Estudou artes visuais na Universidade Federal do Pará (UFPA). Desenvolve trabalhos na área de imagem, intervenção urbana e videoarte. Já participou de várias exposições, coletivas e individuais, no Brasil, França, Espanha e Martinica. Foi vencedora de diversos prêmios, entre eles, o Prêmio FUNARTE Mulheres nas Artes Visuais (2014), Prêmio Diário Contemporâneo (2011) e Prêmio FUNARTE Microprojetos da Amazônia Legal (2010). Foi bolsista de pesquisa e criação artística do Instituto de Artes do Pará, por duas vezes, em 2006 e 2015. Suas obras integram acervos como o do Museu de Arte Contemporânea Casa das 11 Janelas (PA) e Museu da Universidade Federal do Pará. Dentre as exposições coletivas e festivais de arte que já participou, em destaque estão: Periscópio – zipper Galeria (São Paulo, 2016), 7ª Mostra SP de Fotografia (São Paulo, 2016), Visualismo – Arte, Tecnologia, Cidade (Rio de Janeiro, 2015), SP ARTE/FOTO (2014), Grande Área Funarte (São Paulo 2014), Pigments (Martinica, 2013), Festival Paraty em Foco (Paraty, 2012), Tierra Prometida (Barcelona, 2012), e Vivo Art.Mov (Belém, 2011).

 

Sani Guerra transita pela fotografia, escultura, instalação e pintura. As atmosferas irreais criadas pela artista revelam as estranhezas criadas por gestos não coincidentes, ângulos improváveis e estampas exageradas. Sani provoca atrito na relação entre tempo e espaço. Retrata figuras fragmentadas, organizadas a partir do universo particular da artista. Venceu o Prêmio Interações Estéticas da Funarte em 2009 e o concurso Garimpo da Revista Dasartes em 2013. Em 2008, a artista iniciou o Projeto Construção, criando peças escultóricas tendo como molde monumentos históricos e arquitetônicos. As intervenções foram exibidas no MAM, no Parque Lage e outros espaços, no Rio.

 

Ursula Tautz nasceu no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Utiliza diversos suportes em seu trabalho como fotografia, vídeo, objetos e instalações. Cursou a ESPM, além de ter frequentado oficinas da “School of Visual Arts /NY”, e a partir de 2005 a Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Em 2013 integrou o Programa Projeto de Pesquisa, coordenado por Glória Ferreira e Luiz Ernesto. Participou de várias exposições coletivas, como “Intervenções Urbanas Bradesco ArtRio 2015” e e “Aquilo que nos une” no Centro Cultural da Caixa Federal com curadoria de Isabel Portella. Além das individuais “Frestas por onde Muros escoam” reinaugurando o Jardim da Reitoria da Universidade Federal Fluminense/RJ; “Lugar familiar” no projeto Zip’Up na Zipper Galeria/SP e “Fluidostática” na Galeria do Lago (Museu da República/RJ). Foi também selecionada pelo crítico Fernando Cocchiarale para o “Programa Olheiro da Arte” e finalista do Prêmio Mercosul das Artes Visuais Fundação Nacional de Arte – FUNARTE, com seleção de Luiza Interlenghi, Jorge Luiz Miguel e Izabel Machado da Costa.

Novíssimos 2018 no IBEU

18/jul

Identidade de gênero, sustentabilidade das práticas, passado de exploração e memória da guerra vinda com a imigração são alguns temas retratados nas obras de “Novíssimos 2018”, único Salão de Arte do Rio de Janeiro, que chega à 47ª edição no dia 18 dejulho, de 18h às 21h, na GALERIA DE ARTE IBEU, Gávea, Rio de Janeiro, RJ. Com curadoria de Cesar Kiraly, a exposição deste ano conta com trabalhos em pintura, instalação, objeto, fotografia e desenho de 12 artistas: Agrippina R. Manhattan (RJ), Danielle Cukierman (RJ), Daniela Paoliello (MG), Leka Mendes (SP), Letícia Pumar (RJ), Marc do Nascimento (SP), Marina Hachem (SP), Renata Nassur (RJ), Rodrigo Ferrarezi (SP), Samantha Canovas (SP), Sani Guerra (RJ) e Willy Reuter (RJ). O artista em destaque terá o nome divulgado na noite de abertura e será contemplado com uma exposição individual na Galeria de Arte Ibeu em 2019.

 

“Novíssimos” tem como proposta reconhecer e estimular a produção de novos artistas, e com isso apresentar um recorte do que vem sendo produzido no campo da arte contemporânea brasileira, em suas variadas vertentes. Até 2017, 621 artistas já haviam participado de Novíssimos, que teve sua primeira edição em 1962. Nesta 47ª edição, a proposta curatorial tematiza a necessidade, para além da preferência, da disponibilidade para a formação de um gosto pela arte contemporânea.

 

“Muito se conversa sobre gostar ou não gostar da arte contemporânea. É difícil encontrar quem não tenha uma posição sobre isso. A curadoria de Novíssimos 2018 debate o prazer na aquisição dos meios para se ver obras ainda não selecionadas pela história da arte e as diferenciar no concernente às suas intensidades”, afirma Cesar Kiraly.

 

“Trata-se menos de dizer ‘gostei ou não gostei’ e mais de se entregar à descrição dos elementos que nos levam a sentir, em nós mesmos, o que o artista parece ter sentido ou termos a nossa própria identidade desafiada pela experiência da arte nova a que nos expomos”, completa o curador da mostra, que teve recorde de submissões este ano.

 

Entre os destaques da exposição estão os trabalhos de Agrippina Manhattan, que consistem em poemas em plotter que serão colocados na parede externa da galeria, com trechos de palavras presentes na composição química de remédios para mudança de gênero, dando origem a um poema intitulado “A Mulher Química”. A artista também criou dois painéis de LED, gerando um diálogo. Em um deles está a frase “Eu é uma palavra”, enquanto o outro contém “Eu não sou palavra”. A passagem rápida das frases constrói uma relação de conflito entre as duas colocações, gerando uma investigação da linguagem enquanto matéria. Já no conjunto de trabalhos “Antropoceno”, a artista Leka Mendes utiliza uma série de foto-objetos que são pensados como objetos arqueológicos do nosso tempo, nossas ruínas achadas por futuras civilizações. Para isto, foram utilizados escombros urbanos achados nas ruas de São Paulo, restos de reformas e entulhos nos quais a artista transfere imagens de guerra achadas na internet. Danielle Cukierman utiliza resíduos, materiais precários, industriais e da vida urbana (embalagens, carpetes, plásticos, cobertores) para apresentar um olhar que valoriza o banal. Os trabalhos de Marc do Nascimento pretendem explorar sensações e significados espaciais associados aos aspectos materiais das coisas como textura, peso, rigidez, posição, densidade, forma e função na superfície do quadro.

 

O Salão de Artes Visuais Novíssimos 2018 fica disponível para o público 19 de julho a 24 de agosto de 2018, de segunda a quinta, de 13h às 19h (às sextas, de 12h às 18h).

 

 

 

Sobre os artistas

 

 

Agrippina Manhattan– É estudante de História da Arte (UFRJ) e trabalha como arte educadora no Museu de Arte Contemporânea de Niterói – RJ. Principais exposições: Art in Process, Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ (2018); PEGA: Encontro de estudantes do Rio de Janeiro, Centro Municipal de Artes Helio Oiticica (2017); BA PHOTO, Pavilhão expositivo de Buenos Aires (2017); Carpintaria para todos, Fortes D’Aloia e Gabriel (2017); Abraçaço Coletivo, Espaço Saracura (2017); Feira Urca, Ateliê da Imagem (2017); Livro Inventado, Ateliê Oriente (2017); Semana de Integração Acadêmica do Curso de Artes Visuais, EBA-UFRJ (2016); Mostra Arte ao Vivo, EAV-Parque Lage (2016); Sara-há, Mostra de performances realizado no espaço Saracura (2016); Mostra da Oficina intensiva de perfomance, EAV- Parque Lage (2015); Intervenções Urbanas, LabIt/PROURB (2015).

 

 

Danielle Cukierman- Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Na sua pesquisa, utiliza materiais industriais e cotidianos: embalagens, carpetes, plásticos, cobertores… O uso das coisas, a obsolescência e o banal são objetos de estudo da artista. Grande parte de sua formação foi realizada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Recentemente, participou da exposição coletiva “Abre Alas’’, na Galeria A Gentil Carioca (RJ). Em 2017, participou da exposição coletiva “Abraço Coletivo’’, no Espaço Saracura (RJ), e em 2016 fez parte da coletiva “Extramuros Parque Lage”, no Solar dos Abacaxis (RJ).

 

 

Daniela Paoliello- É artista visual e faz doutorado em Processos Artísticos Contemporâneos na UERJ. Foi contemplada com o XIII Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, em 2013, através do qual publicou seu livro “Exílio”. Participou de diversas exposições coletivas em espaços como o Museu de Arte de Ribeirão Preto, Museu de Arte da Pampulha, Festival de Fotografia de Tiradentes, Galeria Graphos: Brasil, Semana da Fotografia de Belo Horizonte, entre outros. Conta com publicações em plataformas nacionais e internacionais. Nos últimos anos, vem desenvolvendo sua pesquisa em torno da autoperformance feita exclusivamente para a câmera – fotografia e vídeo – e da produção de uma autoficção.

 

 

Leka MendesCom produção ancorada no fotográfico, o trabalho da artista utiliza tal linguagem desdobrada por formatos, meios e abordagens variadas. Um dos principais eixos é a investigação da paisagem, que pode ser vista por meio de instalações site specific, objetos, desenhos, colagens, livros de artista e, obviamente, pela própria fotografia. Em alguns momentos, realiza viagens de imersão com fins de destrinchar algumas temáticas e interesses, o que faz sua obra ter uma relação corporal com o espaço, aproximando tal faceta fotográfica de correntes e movimentos da contemporaneidade, como a land arte a arte conceitual, entre outros. Lança mão de procedimentos como a apropriação, a desconstrução de arquivos e a fotografia de campo, reforçando os elos de sua produção, feita tanto de modo analógico como digital.

 

 

Letícia Pumar- Possui formação na área de História. Atualmente, realiza pesquisa de pós-doutorado sobre a produção e uso de imagens na arte e na ciência no Programa de História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e segue formação artística nos cursos de Pintura, de João Magalhães, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Tem procurado articular seus trabalhos de docência, pesquisa e de criação artística partindo da pergunta “afinal, o que é conhecer?”. Selecionada pela Robert Rauschenberg Foundation Archives Research Travel Fund 2018, a pesquisadora-artista fará pesquisa no acervo do artista Robert Rauschenberg em NY no final de 2018.

 

 

Marc do Nascimento– É artista visual, vive e trabalha em São Paulo. Em 2017 se formou na FAU-USP, além de ter estudado no departamento de artes plásticas da mesma universidade. Já expôs no centro cultural Maria Antônia, no MAC Ibirapuera e também no SESC Ribeirão Preto. De maneira geral, sua pesquisa consiste na exploração de sensações espaciais associadas à interação entre elementos, técnicas, e conceitos presentes no imaginário arquitetônico.

 

 

Marina Hachem  – Vive e trabalha em São Paulo. Formada em Artes Plásticas na FAAP- Fundação Armando Alvares Penteado. Em 2012, começou a trabalhar como assistente para a artista Marina Saleme. Em 2014, cursou um semestre na faculdade de arte Central Saint Martins, em Londres. Em 2015, ganhou o prêmio de 2º lugar na 47ª Anual de Arte FAAP. Em 2016, abriu sua primeira exposição individual “Entrelinhas”, com a curadoria de Maguy Etlin. No mesmo ano, participou da exposição coletiva “Um desassossego”, na Galeria Estação. Em 2018, participou da exposição “Et Tu,Arte Brute?”, na Galeria Andrew Edllin, em Nova Iorque. Entre outras exposições coletivas estão: Free Elective Exhibition, na Central Saint Martins, com curadoria de Claire Bishop (Londres, 2014), a ocupação artística “Corpoativo” (SP, 2016), Feira PARTE (SP, BR,2016), exposição “Metanóia”, na Galeria Airez (CTBA, BR, 2017), SP Arte (SP.BR,2017), 14º Salão  Nacional de Artes de Itajaí (SC,BR,2018).

 

 

Renata Nassur- É natural do Paraná. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Transitando entre desenho e pintura, e trabalhando com técnicas diversas, do óleo à aquarela, sua prática de ateliê tem como foco principal o estudo de observação de objetos tornados invisíveis no universo cotidiano, tais como pedras portuguesas, anúncios de jornais e postais. Desta maneira, o trabalho tem o propósito de conferir um status de arte à objetos ordinários que regularmente passam despercebidos ao olhar comum.

 

 

Rodrigo Ferrarezi– É fotógrafo e artista visual, com formação profissional em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista e em Fotografia pela Escola Panamericana de Artes e Design. Em 2016, teve envolvimentos em workshops e seleção de projetos com a galerista e curadora Rosely Nakagawa. Integrou o grupo de criação e fabulação de poéticas visuais do curador e editor Eder Chiodetto e da pesquisadora Fabiana Bruno, com foco no desenvolvimento de processos de narrativa imagética. Foi um dos vencedores do 2º FAPA – Fine Art Photography Awards, promovido pela Lensculture, na categoria “conceitual”, com a série “Deserto Límbico” (anteriormente intitulada “Limbus”). Com a mesma série, foi um dos artistas selecionados no XI Salão Nacional Victor Meirelles, realizado em abril de 2017, e na 1ª Bienal Art Print – Incubadora de Artistas, no mesmo período. Integrou o catálogo de novos artistas no 12º International Contemporary Artists, da I.C.A Publishing, em julho de 2017, e da coletiva “METANOIA”, na Galeria AIREZ, durante a Bienal Internacional de Curitiba em outubro de 2017.

 

 

Samantha CanovasÉ natural de Brasília, vive e trabalha em São Paulo. Mestra em Poéticas Visuais pelo PPGAV/ECA USP, e bacharel em Artes Plásticas pela UnB, desenvolve sua pesquisa poética no âmbito da pintura, instalação e têxtil com enfoque em questões como materialidade, obsessão, método, deriva e ócio. Em 2017, participou da residência artística NES, em Skagaströnd, na Islândia, e em 2012 na School of Visual Arts em Nova York. Integra mostras coletivas e salões desde 2010 em cidades como Brasília, Goiânia, São Paulo, Uberlândia e Jataí.

 

 

Sani Guerra- É licenciada em Artes Visuais, frequentou cursos livres na EAV e Desenho Industrial na Faculdade da Cidade/RJ. Principais individuais: “Superfícies”, Sesc Nova Friburgo/RJ 2010 e “Memória e Impermanência” na Galeria do Lago, Museu da República, CIGA-ArtRio/RJ 2016. Desenvolve desde 2008 o Projeto Construção premiado em 2009 pela Funarte. Principais coletivas: “Desver a Arte”, na Galeria Emmathomas/SP 2018, em 2017 participou do 23º Salão Anapolino de Arte/GO e 45º Salão Luiz Sacilloto em Santo André/SP. Venceu o Concurso Garimpo da Revista Dasartes Brasil, em 2013.

 

 

Willy Reuter- É formado em arquitetura pela Universidade Santa Úrsula e  trabalha há 10 anos como Produtor de Arte na empresa Rede Globo. No Parque Lage estudou com Luis Ernesto, Charles Watson e Daniel Senise entre outros. Na Austrália fez as primeiras exposições coletivas e individuais. Ganhou primeiro lugar em um concurso de pintura patrocinado pela Anistia Internacional. De volta ao Rio de Janeiro, participou da coletiva “Posição 2004”, na EAV Parque Lage, MARP- Museu de Arte de Ribeirão Preto, 17° Salão de Praia Grande e 17° Salão UNAMA, em Belém do Pará. As últimas exposições individuais foram no Centro Cultural Correios, na Fundação de Artes de Niterói e na Galeria Coleção de Arte, com curadoria de Marcus Lontra. Tem trabalhos nas coleções de Chico Buarque de Holanda, Miguel Falabella e Renata Ceribelli, entre outros. Em coleção pública tem trabalhos no Centro Cultural Correios, Rio de Janeiro.

 

 

 

De 18 de julho a 24 de agosto.

Desver a Arte

14/mai

A palavra de ordem é diversificar. É com este espírito que a Emmathomas Galeria, Jardins, São Paulo, SP, exibe “Desver a Arte”.  Sob a gestão do artista, colecionador e empresário Marcos Amaro e direção artística do curador Ricardo Resende, a galeria voltou ao mercado de arte com uma proposta mais ousada e inovadora, rompendo amarras e apresentando ao público um corpo de artistas diverso.

 

A exposição “Desver a Arte” marca essa reabertura da Emma, com os 16 artistas representados: ao lado do já consolidado pintor e escultor Gilberto Salvador, por exemplo, Mundano, um dos grafiteiros mais atuantes da cidade de São Paulo. Às delicadas esculturas e cerâmicas da japonesa Kimi Nii, somam-se os objetos imbuídos de narrativa surrealista do paulistano Hugo Curti. Os ambientes e as pinturas realistas em três dimensões de Alan Fontes, contrapõe-se às telas de atmosfera fantástica de Sani Guerra.

 

“De gerações diferentes, de diversas linhagens, vertentes e suportes, são artistas com interesses também incomuns. A galeria ousa mostrar essas diferenças experimentais plásticas e poéticas de cada um dessa família artística, características que se faz visível na diversidade do que é visto na arte contemporânea”, afirma o curador Ricardo Resende.

 

Além dos artistas já citados, comparecem Alex Flemming, Armando Prado, Carl Emanuel Wolff, Carlos Mélo, Francisco Klinger Carvalho, Isabelle Borges, Jens Hausmann, Katia Salvany, Marcia Grostein e Paula Klien.

 

 

Última semana, até 19 de maio.

Graphos: Brasil, mulheres

25/mar

A Graphos:Brasil, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou duas exposições que têm a temática feminina como eixo central: a individual da escocesa Clare Andrews e a coletiva “Mulheres, chegamos!” com a participação do elenco feminino da galeria, além de cartazes do grupo Guerrilas Girls.

 

Clare Andrews apresenta as pinturas da série”Deeds not Words” nas quais relata um dos mais importantes momentos na luta das mulheres  pela conquista de seus  direitos na sociedade, o movimento sufragista. Clare Andrews apresenta 40 trabalhos em óleo sobre tela inspirados no conjunto de manifestações realizadas por mulheres no final do século XIX em luta pelo direito ao voto e em “sufragettes” como Emily Wilding Davison – mártir do movimento após ter sido golpeada pelo cavalo do rei no Derby da Inglaterra em 1914.

 

A segunda  exposição, “Mulheres, chegamos!”, traz pinturas, esculturas, fotografias, instalações e cartazes das artistas Anna Bela Geiger, Bettina Vaz Guimarães, Cristina Ataíde, Daniela D’Arielli,  Gabriela Noujaim, Liliana Porter, Monica Barki, Monica Potenza, Sani Guerra e Susana Anágua. Nesta mostra o público também vai poder conferir a arte provocativa das Guerrilas Girls, coletivo norte-americano, que utiliza performances e cartazes com apelo pop  para questionar o lugar da mulher na sociedade contemporânea, particularmente das artistas mulheres. A exposição apresenta 25 cartazes do grupo fundado em 1985 e que até hoje mantém sigilo sobre a identidade de suas integrantes, utilizando máscaras de gorila durante as aparições públicas em alusão a benfeitores anônimos como Batman e Homem-Aranha. Famosas em todo o mundo por sua arte engajada e de humor irônico, as ativistas participaram da 51ª Bienal de Veneza e de diversas exposições e apresentações ao redor do mundo.

 

“Observando a coleção de  posters feitos pelas Guerrilas Girls e o mote principal de sua luta – a  dificuldade das artistas mulheres se fazerem presentes nos museus, instituições e, principalmente, nas galerias de arte norte-americanas – me dei conta de que nós, diferentemente do mercado estrangeiro, damos bastante espaço às nossas artistas (só no time da Graphos temos 11) porque consideramos que artista é substantivo e/ou adjetivo de dois  gêneros. Não faz diferença, quando se trata de qualidade e expressão, se os criadores da beleza são homens ou mulheres”, declara o galerista e curador, Ricardo Duarte.

 

 

Até 12 de abril.