Terranova, poesia em livro

29/out

Franco Terranova lança “Sombras”, novo livro com exposição no MAM, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Poeta de mão cheia, com 13 livros publicados, Franco Terranova não desenha e nem pinta. Mas foi justamente dentro deste universo que ficou conhecido. Fundador da memorável Petite Galerie, a primeira galeria de arte moderna no Brasil, que funcionou de 1954 a 1988 no Rio de Janeiro, o eterno marchand está à frente de um projeto grandioso: a publicação de um livro de poesia ilustrado com obras de arte especialmente criadas por 73 artistas plásticos.

 

Artistas participantes: Abraham Palatnik, Adriano de Aquino, Alexandre da Costa, Amélia Toledo, Angelo de Aquino, Angelo Venosa, Ana Bella Geiger, Anna Letycia, Anna Maria Maiolino, Antonio Dias, Antonio Henrique Amaral, Antonio Manuel, Artur Barrio, Ascânio MMM, Avatar Moraes, Barrão, Benevento, Carlos Fajardo, Carlos Vergara, Chica Granchi, Cildo Meireles, Cristina Salgado, Daniel Senise, Dileny Campos, Eduardo Sued, Enéas Valle, Ernesto Neto, Florian Raiss, Franco Terranova, Frans Krajcberg, Frida Baranek, Gastão Manoel Henrique, Gianguido Bonfanti, Hildebrando de Castro, Iole de Freitas, Ivald Granato, Jac Leirner, José Resende, José Roberto Aguilar, Leda Catunda, Lena Bergstein, Lu Rodrigues, Luiz Alphonsus, Luiz Aquila, Luiz Paulo Baravelli, Luiz Pizarro, Luiz Zerbini, Malu Fatorelli, Marcia Barrozo do Amaral, Marco Terranova, Maria Bonomi, Maria do Carmo Secco, Millôr Fernandes, Mo Toledo, Monica Barki, Myra Landau, Nelson Leirner, Paola Terranova, Roberto Magalhães, Rubem Grilo, Samico, Sergio Romagnolo, Serpa Coutinho, Sérvulo Esmeraldo, Siron Franco, Tino Stefanoni, Tomoshige Kusuno, Tunga, Urian, Victor Arruda, Waltercio Caldas, Wanda Pimentel, Wesley Duke Lee.

 

O time de artistas que participa de “Sombras” é forte, artistas que aceitaram sem pestanejar o convite feito por Franco Terranova há quase 10 anos. O texto de abertura é do poeta e amigo de longa data, Ferreira Gullar.

 

A  obra será lançada junto com uma exposição dos trabalhos originais. Com curadoria de Denise Mattar, a mostra apresenta as obras inéditas que estão no livro e cerca de 80 fotografias dos artistas e dos vernissages que aconteceram na Petite Galerie. “Este livro é dos artistas que, com sua generosidade, interviram em meu texto acreditando cegamente (ou quase) na qualidade dele. Muito devo aos que participaram deste projeto comigo e aos ausentes sempre presentes”, diz Franco.

 

Edição de luxo, o livro presta uma homenagem a um dos mais importantes marchands brasileiros. Os artistas utilizaram técnicas variadas sobre papel fabriano 300g. Dois filhos de Franco participam do projeto: a artista plástica Paola Terranova, responsável pela diagramação e arte final; e o fotógrafo Marco Terranova, que assina a imagem de capa da publicação. As poesias contidas em “Sombras”, segundo Franco, funcionam como uma “autobiografia inventada”, organizadas de acordo com suas lembranças afetivas. Entram flashes de sua vivência na Itália, do mundo das artes e das perdas de amigos como Millôr Fernandes, Mário Faustino, Iberê Camargo, Angelo de Aquino, Volpi, Pancetti, Avatar Moraes, Moriconi, Bruno Giorgi, Guignard, Maria Leontina e tantos outros.

 

Vindo da Itália em 1947, depois de lutar na Segunda Guerra Mundial, Terranova criou a Petite Galerie em um diminuto estabelecimento na Avenida Atlântica, em Copacabana. Seu último endereço, na Barão da Torre, fechou ao longo de três dias de 1988, num evento que Terranova batizou de “O eterno é efêmero”, com artistas criando obras nas paredes, em seguida pintadas de branco. A galeria foi berço para muitos dos principais artistas plásticos do Brasil contemporâneo. O marchand também é reconhecido por introduzir no mercado brasileiro técnicas atualizadas de marketing cultural, realizar os primeiros leilões de arte moderna e fomentar a produção cultural no país. Desde 1988, quando sua galeria fechou as portas por contingências do mercado, Terranova tem se dedicado de forma mais exclusiva a escrever poesias.

 

Até 11 de novembro.

RIO+20: SIRON FRANCO NO MAM RIO

12/jun

A exposição  “Brasil Cerrado”, de Siron Franco, que integra o hall de atividades culturais da Rio+20, foi criada especialmente para o evento, através de convite pessoal feito pela ministra do  Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Trata-se de uma videoinstalação multissensorial gratuita no MAM, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ.

 

A exposição ocupa mais de 600m2 de área montada do salão principal do museu, distribuídas em quatro salas e dois mega painéis. A mostra conta com sonorização dos espaços, aplicação de essências, presença de elementos sensoriais como água e calor nos ambientes e foi concebida para aproximar o visitante das belezas do cerrado e explicitar a urgência de sua preservação. De forma criativa e lúdica, o artista apresenta um novo e belo mundo ao visitante: insetos, flores, pássaros, animais, texturas, cores e odores do cerrado apresentados em grandes projeções com alta definição, esculturas, fotos e textos que conduzem a um passeio profundo por um universo onde a natureza é soberana. A destruição que assola o cerrado dá a tônica da segunda parte da instalação.  A sensação de perda e de urgência fica clara e o visitante passa a entender as necessidades imperativas das ações de proteção ambiental do bioma do Cerrado, o segundo maior do país. “A intenção é provocar conforto e desconforto. Apresento o acolhimento que a natureza nos proporciona e também a destruição que o homem vem causando”, afirma Siron Franco. Ao fim da visita, o público pode ver mapas da degradação, em tempo real, via satélite, diretamente do site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE.

 

Siron Franco é pintor, desenhista e escultor e nasceu em Goiás Velho, GO, passou sua infância e adolescência em Goiânia. Desde cedo, o cerrado tornou-se uma de suas paixões, marcando forte presença em seu trabalho. Dono de uma técnica impecável, Siron possui mais de 3.000 obras criadas, além de instalações e interferências, representadas nos mais importantes salões e bienais internacionais.  As serigrafias foram criadas pela Lithos, Rio de Janeiro.

 

De 12 a 23 de junho.

RANULPHO 44 ANOS

26/abr

 

A galeria Ranulpho, Bairro do Recife, Recife, PE, completou 44 anos de atividades profissionais. Mariana Albuquerque, neta do fundador da casa, doutoranda em Comunicação e Semiótica, aponta no catálogo comemorativo: “Ser um marchand vai muito além de vender e/ou comprar obras de arte. Vai muito além de ser um negociante. Ser um marchand é ter uma vida dedicada às artes, vida essa que  perpassa oitenta anos. É saber lidar com o sensível e com o inteligível juntos, e às vezes separados. Ser um marchand é acreditar no poder das artes plásticas, mesmo quando muitos o consideram um visionário. Ser um marchand é fazer da experiência da vida um percurso de cores mil. Há 44 anos. E nessa data comemorativa, a Galeria Ranulpho nos presenteia com uma exposição, como nunca dantes feita, cujo acervo contempla 44 obras de arte. Para cada ano de vida da Galeria Ranulpho, uma obra de arte. Nada mais justo. E se a “história da arte se mistura à história do homem”, a sua história certamente se mistura à um capítulo da arte brasileira. Face a efemeridade da vida, que se faça eterno o seu legado. Que venham mais anos. Ganho eu, ganha a cidade”. Para comemorar e assinalar a data, foram reunidos importantes nomes da pintura brasileira em mostra coletiva. A mostra, denominada “Exposição 44″, apresenta 44 obras de artistas tradicionais na história da galeria, entre eles: Scliar, Rebolo, Juarez Machado, josé Paulo, Siron Franco e os pernambucanos: Reynaldo Fonseca, João Câmara, Lula Cardoso Ayres, Virgolino, os irmãos Fédora e Vicente do Rego Monteiro, Brennand, Zuleno, Mário Nunes, Anete Cunha e Alcides Santos.

Até 18 de maio.