Uma proposta para repensar o consumo.

11/dez

A Galatea tem o prazer de compartilhar que a artista Dani Cavalier integra a exposição Dar nome ao futuro, junto de Nathalie Ventura, no Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF), no Rio de Janeiro. Com abertura no dia 11 de dezembro e curadoria de Ana Carla Soler, a mostra ocupa cinco salas do segundo andar do CCJF – duas destinadas a Dani Cavalier e três destinadas a Nathalie Ventura – e integra o programa Clima de Mudança da instituição, voltado a promover diálogos entre arte, sociedade e as urgências ambientais do presente, em sintonia com os debates da COP 30.

Em uma das salas expositivas, Dani Cavalier apresenta a série As Pensadoras: 15 telas tramadas monocromáticas que questionam a invisibilidade das mulheres no pensamento ocidental. Na segunda sala, exibe Gira, um mural colorido de 7,5 metros de comprimento que convoca o movimento e simboliza o presente de uma mulher que cria futuro a partir do resíduo.

A artista afirma que a relação entre “dar nome ao futuro” e as pautas da COP 30 está no modo como suas obras transformam resíduos em novas possibilidades. Ao trabalhar com retalhos industriais de Lycra descartados por fábricas de moda praia do Rio de Janeiro (que são entrelaçados sobre o chassi), Dani Cavalier propõe repensar consumo, gênero e o valor das práticas artesanais, deslocando saberes femininos historicamente marginalizados para o espaço institucional e para uma discussão ambiental de escala internacional.

Até 1º de março de 2026.

A mais abrangente retrospectiva de Vik Muniz.

O Centro Cultural Banco do Brasil e o Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC_Bahia) têm o prazer de convidar para a exposição “A Olho Nu”, de 13 de dezembro a 29 de março de 2026, a maior e mais abrangente retrospectiva de Vik Muniz. Com curadoria de Daniel Rangel, “A Olho Nu” reúne mais de 200 obras, de 37 diferentes séries, com quatro esculturas feitas recentemente, especialmente para esta mostra em Salvador. O patrocínio é do BB Asset, com a Lei de Incentivo Federal à Cultura, do Ministério da Cultura, e produção é da N+1 Arte Cultura. De junho a agosto “A Olho Nu” esteve no Instituto Ricardo Brennand, em Recife, onde recebeu mais de 70 mil visitantes. No MAC_Bahia, o público verá obras fundamentais do artista, de diferentes fases de sua trajetória, desde os anos 1980 até os dias de hoje. Especialmente para esta exposição em Salvador ele criou as esculturas “Queijo”, “Patins”, “Ninho de ouro” e “Suvenir #18”, todas da série “Relicário”.

“Essa é a primeira grande retrospectiva dedicada ao trabalho de Vik Muniz, com um recorte pensado para criar um diálogo entre suas obras e a cultura da região”, destaca o curador Daniel Rangel. Ele explica que a mostra segue uma linha do tempo que revela a evolução de sua criação artística: das esculturas iniciais à transição para a fotografia, chegando às séries atuais. Logo na entrada do MAC_Bahia, o visitante será recebido pelas esculturas – ponto de partida da exposição e núcleo essencial para compreender o processo criativo do artista. A maior parte dessas peças pertence à série “Relicário”, não exibida desde 2014 e decisiva para entender a passagem do artista do objeto para a fotografia. O recorte curatorial privilegia montagens feitas para serem fotografadas, e revela como o uso de objetos cotidianos aproxima sua obra da arte pop e popular.

Daniel Rangel observa que, ao iniciar sua carreira com esculturas, Vik Muniz passou a explorar massa, volume, volatilidade e suas relações com a percepção. A necessidade de fotografar esses trabalhos para registro despertou seu interesse pela fotografia – inicialmente por insatisfação com imagens produzidas por terceiros. Ao assumir a câmera, percebeu que podia construir cenas pensadas exclusivamente para serem fotografadas, marco que definiu um novo rumo para sua criação. Essa virada – a fotografia como registro à tridimensionalidade concebida para a lente – é um dos eixos centrais da exposição.

A mostra apresenta também as obras “Oklahoma”, “Menino 2” e “Neurônios 2”, só vistas anteriormente em uma exposição do artista em Nova York, em 2022, e recentemente no Instituto Ricardo Brennand. O percurso expositivo se encerra com a série “Dinheiro vivo” (2023), criada em parceria com a Casa da Moeda do Brasil a partir de fragmentos de papel-moeda. O vasto repertório de materiais utilizados por Vik – que vai literalmente do lixo ao dinheiro – sustenta a poética da ilusão e da mimetização que marca sua produção, sempre permeada por humor, crítica social e surpresa. Elementos que, segundo o curador, “seduzem o olhar e convidam o público a despir-se de uma visão tradicional, permitindo enxergar tudo ‘a olho nu’”. “Vik Muniz é um ilusionista”, resume Daniel Rangel. “Um mágico na construção de imagens que não existem, mas que se tornam reais, fazendo do espectador cúmplice de um fazer artístico que nos captura como em uma mágica.”.

Transformando a paisagem em arte.

10/dez

Galerias Hugo França e Nara Roesler, apresentam em  Trancoso, Porto Seguro, Bahia, a partir do dia 12 de dezembro a exposição “Sul da Bahia”, com fotografias de Cássio Vasconcellos (1965, São Paulo) produzidas na região, durante um período de imersão dedicado exclusivamente ao projeto. A mostra reúne trabalhos de duas séries centrais na trajetória do artista: “Viagem Pitoresca pelo Brasil”, inspirada nos artistas viajantes do século XIX – como Rugendas, Debret e Clarac – em que revisita o olhar desses cronistas visuais ao registrar as florestas e paisagens naturais da região, revelando sua exuberância e diversidade; e “Aéreas”, desenvolvida ao longo de muitos anos, com composições que exploram o território visto do alto.

Em “Sul da Bahia” estarão obras inéditas, como os corais de Itacolomi, uma nova imagem de praia e vistas aéreas do Quadrado e da região de Trancoso. Essas fotografias revelam a busca contínua do artista por um Brasil poético e visualmente surpreendente, em que técnica e sensibilidade se unem para transformar a paisagem em arte.

Em cartaz até fevereiro de 2026.

Paço Imperial exibe Gilberto Salvador.

O Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Geometria Visceral”, com um panorama da mais recente produção de Gilberto Salvador. Com curadoria de Denise Mattar, serão apresentadas cerca de 40 obras, entre pinturas, esculturas e vídeos, que ocuparão todos os três salões do segundo pavimento do Paço Imperial. Há 17 anos sem expor no Rio de Janeiro, o artista tem uma forte relação com a cidade, tendo criado, inclusive, obras que retratam a paisagem carioca. Preocupado com a acessibilidade, o artista, que tem dificuldade de locomoção devido à paralisia infantil que teve aos 9 meses de vida, criou duas esculturas táteis, que poderão ser tocadas pelos visitantes. “Eu acho fundamental o público ter essa experiência”, afirma o artista.

A exposição será uma oportunidade para o público carioca ter contato com a obra deste importante artista, que tem mais de 60 anos de trajetória e nunca deixou de trabalhar, mesmo diante de tantas adversidades. “Vale observar que a obra de Salvador, integrante essencial da cena artística paulista, é hoje pouco conhecida no Rio de Janeiro, em grande parte devido às dificuldades de locomoção do artista, cadeirante, pouco afeito a evocar suas limitações físicas, e, exatamente por isso, um exemplo de resiliência e coragem. Com isso, a exposição reveste-se também de um caráter de ineditismo, oferecendo ao público carioca a oportunidade rara de descobrir um artista, na madura plenitude de sua produção”, afirma a curadora Denise Mattar.

Os recortes nas obras, destacando as formas, também são outra característica marcante do trabalho do artista, assim como as cores fortes e vibrantes, que fazem referência à brasilidade. “Quando eu era criança uma das coisas que mais me impressionava eram os cartazes que havia na porta dos cinemas, com uma cena pintada na madeira e recortada como se ela estivesse ganhando vida. Esse fator se repetiu durante todo um percurso da minha obra e, ao mesmo tempo, ganhou um elemento de pintura muito forte que é o cromatismo, que são cores vibrantes, que tem a ver com a nossa questão tropical. O Brasil tropical é colorido, a nossa flora é colorida”, diz o artista, que trabalhou muito tempo com paisagismo. “Linhas geométricas, volumes fragmentados e composições calculadas evocam a sua formação como arquiteto e sua capacidade de construir mundos visuais nos quais o rigor formal é permeado por uma inquietação subjetiva. Por vezes seu trabalho se apropria de elementos da fauna, da mitologia indígena e do imaginário popular para compor um léxico visual brasileiro que propõe uma síntese entre memória coletiva e fabulação individual, explodindo em cor, ritmo e densidade simbólica”, ressalta a curadora.

O nome da exposição tem a ver com o fazer artístico de Gilberto Salvador. “O que mais me chama a atenção no trabalho dele, e por isso eu dei este título de Geometria Visceral, é que todo o construtivismo, a geometria, são absolutamente permanentes na obra do Gilberto, mesmo nas primeiras obras, que tem mais o espírito da Pop Arte, há a presença marcante da geometria. Mas sempre há um contraponto de uma forma orgânica presente em toda a obra dele”, diz Denise Mattar.

 Sobre o artista.

Gilberto Salvador (São Paulo, 1946) é formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (FAU/USP). Dentre suas principais exposições individuais, destacam-se “Água + Forte”, no Museu de Arte Contemporânea de Campinas Jose Pancetti (MACC), em Campinas – SP; “Dois momentos”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo; “Gênesis”, no Museu da Casa Brasileira (MCB), em São Paulo, SP; “Reflexões Visuais”, na Galeria de Arte do SESI, no Espaço Cultural da FIESP, em São Paulo, SP; “O Reino Interior”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em São Paulo, SP, e no Museu Alfredo Andersen, em Curitiba, PR; “30 Anos de Pintura”, no Museu de Arte de São Paulo (MASP); “História natural do Homem Segundo Gilberto Salvador”, no Museu de Arte de São Paulo (MASP), em São Paulo, SP.  

Em cartaz até 1º de março de 2026.

Três artistas no Instituto Ling.

08/dez

Três mostras de artes visuais estão em cartaz no Instituto Ling, Bairro Três Figueiras, Porto Alegre, RS: Feraluz, instalação de Leandro Lima que imagina os sonhos do edifício (até 13 de dezembro); Valdson Ramos, pintura que reflete sobre iconografia religiosa e Missões Jesuíticas (até 27 de dezembro); e mezo-móbile, de Guto Lacaz, com uma instalação inédita que transforma e subverte o espaço expositivo (até 27 de dezembro). Entrada franca, de segunda a sábado, das 10h30 às 20h.

Uma exposição híbrida.

Em um ambiente de penumbra, o visitante se encontra experimentando o universo ficcional, fantástico e sombrio de duas personagens femininas que inventam mundos e sugerem viagens tanto espaciais quanto temporais. É dentro dessa atmosfera que as artistas e cineastas Darks Miranda e Mariana Kaufman apresentam “A gruta, a ilha”, exposição de audiovisual expandido que ficará em exibição a partir do dia 20 de dezembro, na galeria de arte do Sesc Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria da artista e professora Anna Costa e Silva. Tendo como base a produção em vídeo das duas artistas, “A gruta, a ilha” conta também com esculturas, objetos e instalações que, juntamente com as projeções audiovisuais, compõem o universo da exposição. Até 22 de fevereiro de 2026, enquanto estiver em cartaz, a exposição contará com uma agenda de conversas com alguns convidados de diferentes áreas, sempre aos sábados, no final de tarde. 

“A gruta, a ilha” surge de alguns pontos de contato entre as obras das artistas. Para além de exercerem uma prática artística híbrida, em diferentes mídias, Mariana Kaufman e Darks Miranda, que acaba de ganhar o Prêmio Pipa 2025, têm trabalhado em torno das ideias de imaginação e fantasia como propulsoras da invenção de outros tempos e espaços, a partir da força criadora da arte. 

Darks Miranda e Mariana Kaufman estudaram juntas no curso de cinema da UFF, em Niterói. Anos depois, se encontraram nas formações da EAV Parque Lage e na pós-graduação em Literatura e Artes Visuais, quando começaram a pesquisar artistas e pensadoras como Hito Steyerl, Tacita Dean, Wislawa Szymborska, Donna Haraway, Mary Shelley, Claire Denis e Yoko Ono e a desenvolver os trabalhos apresentados.

Diferentes gerações da arte latino-americana.

04/dez

A Galatea e a Isla Flotante têm a alegria de participar em parceria da Art Basel Miami Beach 2025. Ocupando o estande F26 no setor Galleries, o projeto é concebido como um território de diálogo entre diferentes gerações da arte latino-americana.

A apresentação articula uma série de afinidades transversais entre práticas modernas e contemporâneas que compõem os programas das duas galerias. Os legados construtivos de Lygia Clark e Abraham Palatnik reverberam nas operações materiais de Mariela Scafati, Pablo Accinelli, Valentín Demarco e Allan Weber; a sensibilidade textual e minuciosa de Mira Schendel ressoa nas investigações pictóricas e espirituais de Rosario Zorraquín; e as figurações visionárias de Chico da Silva, Heitor dos Prazeres e Jaider Esbell reinventam as noções de narrativa, comunidade e cosmologia. Reunidas, essas obras propõem uma constelação do Sul ao Sul que imagina novas formas de pensar a modernidade, o corpo, a memória e a coletividade. O estande representa o encontro de duas jovens galerias latino-americanos com programas comprometidos com a experimentação e o diálogo. Galatea e Isla Flotante propõem uma visão da arte como uma rede de múltiplas afinidades, para além de fronteiras nacionais ou geracionais.

Com Abraham Palatnik, Adriana Varejão, Allan Weber, Ana Prata, Antonio Dias, Arthur Palhano, Carolina Cordeiro, Chico da Silva, Dani Cavalier, Dalton Paula, Frans Krajcberg, Gabriel Branco, Gabriella Marinho, Heitor dos Prazeres, Ione Saldanha, Isay Weinfeld, Ivan Serpa, Jaider Esbell, Joaquim Tenreiro, José Adário dos Santos, Lygia Clark, Lygia Pape, Mariela Scafati, Mira Schendel, Mucki Botkay, Pablo Accinelli, Rosario Zorraquín, Rubem Valentim, Tifo Terapia, Tobias Dirty, Tunga e Valentín Demarco.

Mario Amura exibe uma festa de luzes.

Em clima de celebração de ano novo, a mostra encerra o calendário de exposições de 2025 no Polo ItaliaNoRio. Do dia 11 de dezembro de 2025 a 07 de fevereiro de 2026, o público poderá apreciar no Polo ItaliaNoRio 20 obras fotográficas de formato médio, além de um vídeo-documentário de 18 minutos, retratando um dos rituais coletivos mais emblemáticos e belos do Mediterrâneo: a noite de Réveillon em Nápoles. É quando o povo napolitano transforma, por algumas horas, o temor ancestral do vulcão Vesúvio em uma festa de luz feita de centenas de milhares de fogos de artifício – tradição também cultuada na cidade do Rio de Janeiro.

As obras não descrevem: evocam nuvens, criaturas e constelações que emergem da escuridão em uma explosão de formas e cores. A exposição no Rio celebra não apenas Nápoles, mas o diálogo entre duas cidades irmãs, unidas pela mesma linguagem de luz e festa. O Réveillon de Copacabana dialoga perfeitamente com essas imagens. Assim como Nápoles, o Rio reconhece o poder simbólico dos fogos: o mar, a música, a multidão, a catarse da noite que se acende, invadida por promessas. Dois povos distantes que, nesta mesma noite, se mobilizam em torno do mesmo gesto e transformam o medo em beleza, a expectativa em esperança e a escuridão em luz.

“Os napolitanos exorcizam o temor pela erupção do vulcão, fazendo explodir em luzes e cores todo o golfo de Nápoles”, afirma Mario Amura. “Todo dia 31 de dezembro, subo o Monte Faito com uma equipe de amigos para observar esse rito coletivo. Lá do alto, a cidade se transforma em um horizonte invertido, em uma paisagem cósmica onde os fogos se tornam pinceladas de pura emoção”.

Em 2025, Nápoles completa 2.500 anos e se ilumina para se mostrar ao mundo. Nas fotografias de Mario Amura, é subvertido o imaginário iconográfico do Vesúvio, símbolo eterno de Nápoles. Enquanto nas pinturas a guache e nas obras-primas de Turner, Marlow, Volaire e Warhol o vulcão é colorido pela lava que o cobre, em “Napoli Explosion”, o Vesúvio surge como uma sombra silenciosa, submersa pela explosão dos fogos nas celebrações de Ano-Novo. “Napoli Explosion” é uma exposição em que a fotografia, a pintura e a arte pirotécnica convergem em um único e extraordinário evento. É o presente de Ano Novo que Mario Amura oferece à cidade de Nápoles”, diz Sylvain Bellenger, ex-diretor do Museu e Real Bosco di Capodimonte.

Sobre o artista.

Mario Amura, nascido em Nápoles, em 1973, sua formação começou no Centro Sperimentale di Cinematografia, onde frequentou as aulas do mestre Giuseppe Rotunno. De 2000 a 2012, foi responsável pela direção de fotografia de várias obras cinematográficas apresentadas nos mais prestigiados festivais internacionais – Cannes, Berlim e Veneza. Em 2003, recebeu o Prêmio David di Donatello da Academia Italiana de Cinema pelo curta-metragem Racconto di Guerra, ambientado na Sarajevo sitiada de 1996. Desde 2005, trabalha no projeto StopEmotion, com o qual inicia uma pesquisa fotográfica voltada para a fragmentação da linearidade do tempo cronológico em picos emocionais. O tempo, assim, se purifica, deixa de ser uma medida e se torna um objeto concreto cuja essência é a visibilidade das emoções. Com a técnica do StopEmotion, reuniu material fotográfico na Bósnia, Índia, China rural, Camboja, Sri Lanka, América Latina, Inglaterra e França. Seus projetos de fotojornalismo são marcados pela necessidade de amadurecimento ao longo de extensos períodos de tempo, permitindo que a experiência se deposite em cada imagem. Desde 2007, trabalha no projeto Fujenti, que se encontra em andamento. Napoli Explosion é um projeto iniciado em 2010 e ainda em evolução.

A pesquisa visual de Oskar Metsavaht.

A Galeria Filomena recebe a exposição “Neotropical – fragmentos de memória”, de Oskar Metsavaht, com curadoria de Marc Pottier, apresentando um conjunto de pinturas e fotografias que revisitam as paisagens e atmosferas de Ipanema. A mostra nasce do diálogo contínuo entre a produção do artista e o espaço, que reúne obras desenvolvidas especialmente para seus ambientes.

Em “Neotropical”, Oskar Metsavaht retorna a registros em 16mm e a imagens de seu próprio arquivo, reorganizando memórias que atravessaram décadas. Ao ampliar esses fragmentos para além do registro inicial, ele explora texturas, luzes e movimentos que revelam uma Ipanema simultaneamente real e subjetiva – um território onde natureza e vida urbana se combinam em permanente transformação.

As pinturas evocam a estética dos filmes antigos, com preto e branco pontuado por intervenções sutis de cor. Nas fotografias, gestos, ritmos e detalhes do cotidiano ganham novas camadas quando revisitados à distância do tempo. A série, que já passou por instituições no Brasil e no exterior, retorna agora em nova configuração, articulando diferentes momentos da pesquisa visual do artista.

Ao ocupar a Galeria Filomena, “Neotropical – fragmentos de memória” propõe um percurso que convida o visitante a atravessar memórias, atmosferas e temporalidades reinterpretadas por Oskar Metsavaht – um olhar que transforma lembranças em paisagem e paisagem em reflexão sensível.

Até 03 de março de 2026.

 

Maxwell Alexandre Miami Beach Convention Center.

02/dez

Durante a Art Basel Miami Beach, Maxwell Alexandre apresenta um projeto solo no Kabinett. Club: Looking Up From Inside reúne retratos, paisagens e pinturas panorâmicas inéditas de sua série mais recente.

Clube, centrada na coreografia social que estrutura o Clube de Regatas do Flamengo, teve destaque ao longo deste ano em individuais do artista na Delfina Foundation, em Londres, e no Pavilhão Maxwell Alexandre 5, no Rio de Janeiro. 

Desenvolvidas desde 2020, a série inverte regimes consolidados pela história da arte ocidental e parte do lugar de acesso conquistado por Maxwell para abordar seus frequentadores, sua paisagem e seus códigos visuais. “Clube se tornou algo literal e metafórico ao mesmo tempo. São todos esses espaços aos quais agora tenho acesso, espaços marcados pela branquitude. Ao pintar figuras brancas, compartilho esse desconforto com o público, porque eles também se perguntam: “Porque ele está pintando isso?” assim como fiz com a favela, agora coloco um espelho diante dos espaços que habito” comenta Maxwell em entrevista à curadora Erin Li.