Ocupação Artística na Casa Europa.

12/set

A Casa Europa, showroom de arquitetura localizado na Avenida Europa, São Paulo, recebe até 27 de setembro a Ocupação Artística – Uma visita à Casa do Colecionador, concebida pela curadora e galerista Juliana Mônaco. A ação apresenta uma experiência que integra Arte, Arquitetura e Design, propondo um mergulho no universo de quem transforma o próprio lar em um espaço vivo de contemplação, afeto e sofisticação.

O projeto parte da ideia de que a casa de um colecionador é marcada pela presença essencial da arte, incorporada ao projeto arquitetônico e ao design de interiores. Nessas residências, as obras não são apenas complementos decorativos, mas elementos que definem a atmosfera dos ambientes e refletem a identidade de quem as escolhe.

Na Casa Europa, os visitantes encontrarão ambientes especialmente preparados para simular esse cotidiano, mostrando como pinturas, esculturas, fotografias e objetos dialogam com móveis, cores, texturas e iluminação, tornando-se parte intrínseca da vida diária. Mais do que uma mostra tradicional, a Ocupação Artística aproxima a arte da intimidade da vida real, além dos espaços institucionais como galerias e museus.

Participam da ação os artistas Amanda Colangelo, Amanda Rigobeli, Bruna Fernandes, Cris Campana, Crys Rios, Drykat, Érica Nogueira, Erika Martins, Emanuel Nunes, Fabiana Bruno, Felipe Manhães, Flavio Ardito, Germano, Helena Emediato, Junior Aydar, Lidiane Macedo, Lola Albonico, Luh Abrão, Luiza Whitaker, Marcia Menezes, Maria Figueiredo, Maurizio Catalucci, Mila Alonso, Nancy Safatle, Rita Constantine, Sadhana, Sandra Quinto, Suzy Fukushima, Tomaz Favilla e Violeta Vilas Boas.

Tensões entre visão e som por Valeska Soares.

11/set

A exposição Tableau, de Valeska Soares, na Fortes D’Aloia & Gabriel, Galpão, Rua James Holland 71m Barra Funda, São Paulo, SP, apresenta obras novas e recentes que exploram temas como ausência, presenças fantasmagóricas, impermanência e erotismo. O título alude à dimensão narrativa do trabalho de Valeska Soares, em que cada obra funciona como um fragmento de uma trama maior. O significado permanece aberto à interpretação, mas os enigmas e ambiguidades tecem uma rede de alusões que conectam e aprofundam muitas de suas preocupações conceituais de longa data: as tensões entre visão e som, memória e apagamento, objeto e desejo.

A mostra é composta por três núcleos distintos. Na série Blindface (2025), um desdobramento de sua produção anterior Doubleface, Valeska Soares utiliza imagens descartadas de nus femininos, montando-as de verso para frente sobre chassis e cortando a tela para revelar fragmentos de paisagens e corpos. A obra lida com visibilidade e ocultamento: o que é mostrado está sempre em relação com o que é escondido ou apagado. Na instalação calling (2025), um sino de bronze fundido no formato de uma maçã está suspenso sobre uma grande mesa de madeira. Um mecanismo oculto põe o sino em movimento em intervalos irregulares, produzindo um tilintar suave que rompe brevemente o silêncio. A obra se desdobra no tempo, sugerindo um chamado ou sinal que permanece sem resposta. A transformação da maçã em sino combina ideias de atração e interrupção, marcando o tempo através do som em vez do movimento.

Em outra parte da exposição, esculturas de bronze de utensílios domésticos, como uma vassoura, uma brocha e um rodo, são apresentadas em posições estáticas e improváveis. Esses objetos parecem animados, mas intocados, sugerindo uma ruptura com sua função original. Em Upside-down (2024), um vaso de bronze é invertido, equilibrando-se sobre suas flores e folhas, subvertendo um objeto decorativo familiar e transformando-o em uma estrutura que resiste ao uso para o qual foi concebida. Em conjunto, as obras da exposição apontam para deslocamentos sutis na forma como percebemos o trabalho, a memória e a presença no espaço doméstico.

Até 18 de outubro.

Formas humanas e geológicas.

A Fortes D’Aloia & Gabriel, Barra Funda, São Paulo, SP, exibe a exposição Onda Avalanche Vulcão, uma série de fotografias colaborativa de Mauro Restiffe e Maria Manoella.

Este novo conjunto de obras apresenta uma exploração sensível da relação entre o corpo humano e a paisagem natural. A série reúne retratos íntimos e eróticos junto a fotografias dos vastos ambientes percorridos pelos artistas, registrando o desejo e o tempo como elementos centrais da criação de imagens. Juntas, essas fotografias estabelecem um diálogo simbólico entre a corporeidade e as forças da natureza.

As imagens mostram corpos revelados e sugeridos que operam como metáforas para os processos de transformação observados no mundo físico. Montanhas cobertas de neve, cachoeiras, gêiseres e formações rochosas aparecem ao lado dessas figuras, evocando ideias de desejo e erupção por meio de suas transformações viscerais. Tanto o sexo quanto essas paisagens selvagens implicam certo grau de volatilidade e incontrolabilidade. No centro da série está a ênfase na experiência sensorial como forma de apreensão do mundo. O erotismo se manifesta a partir da textura e da luz, em diálogo com o drama físico do contato amoroso e da presença atmosférica. A esfera íntima do envolvimento tátil e das sugestões de toque e sensação interagem com as amplas dimensões físicas e temporais das paisagens, moldando correspondências sensuais entre formas humanas e geológicas.

Um livro de artista homônimo, publicado pela Familia Editions, foi lançado no dia da abertura.

Manobras Contemporâneas.

Antecipando as comemorações da a.thebaldigaleria, que faz 40 anos em 2026, exposição propõe diálogo entre as obras de Armarinhos Teixeira, Evandro Soares, Marcelo Solá e Rafael Vicente, sob curadoria de Vanda Klabin.

Com pesquisas artísticas completamente distintas e naturais de diferentes estados do Brasil, Armarinhos Teixeira, Evandro Soares, Marcelo Solá e Rafael Vicente estarão reunidos no dia 11 de setembro, quando inauguram a coletiva “Manobras Contemporâneas”, com curadoria de Vanda Klabin, na a.thebaldigaleria, Casa Shopping, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ.

O diálogo proposto entre seus trabalhos, no entanto, revela particular conexão através de uma sinuosidade contemporânea: cada artista introduz sua própria investigação, questionando o espaço e os materiais em suas produções. Seja através da pintura, escultura ou instalação, cerca de 40 obras revelam um tensionamento poético entre forma, matéria e conceito, convidando o espectador a refletir sobre as fronteiras da arte atual.

“A arte contemporânea protagoniza experiências que estabelecem o nervo das suas inquietações que ela apresenta no seu interior, com seus descompassos, atritos e ambiguidades. A exposição coletiva “Manobras Contemporâneas”, composta por quatro artistas em diálogo, fazem parte desse mapeamento poético. Seus trabalhos são direcionados para um universo de práticas artísticas multidirecionadas e interrogativas, na qual cada artista anuncia o seu embate entre o modo de ser e de fazer. Está presente um acidentado percurso entre as obras, dado que as fronteiras entre os diferenciados trabalhos se fluidificam, se entrelaçam e perdem as suas linhas demarcatórias, pois estão situadas num lugar intervalar, com suas infinitas modulações”, afirma a historiadora e curadora Vanda Klabin.

Sobre os artistas.

Armarinhos Teixeira vive e trabalha em São Paulo. Nos anos 1980, deu início às oficinas de arte no Centro Cultural São Paulo e, mais tarde, aprimorou-se nas oficinas de arte da USP-SP. Desde os anos 1990, estuda a morfologia dos elementos que estão entre a cidade, a mata e as áreas áridas. Numa via de expressão de intensidade, a construção de novos amparos que se espalham como uma miragem contemporânea. A partir daí, cria em extensão esculturas, instalações, desenhos e interrogativas em outras mídias apresentando Bioarte. Armarinhos Teixeira cria pontes entre a arte e a ciência. Ocupando o território da Bioarte, busca a incorporação de uma compreensão do mundo vivo, ambientalmente sustentável e potencialmente regenerativo. A integração de processos artísticos e naturais determina o conceito da Bioarte.

Evandro Soares nasceu no sertão de Piritiba (1975), no povoado Largo do Piritiba da região da Chapada Diamantina, na Bahia. Aos dois anos de idade, Evandro Soares se muda para o Morro do Chapéu com sua família e por lá conclui os seus estudos fundamentais, iniciando vida profissional como aprendiz de serralheiro. Aos dezenove anos, já habilidoso em seu ofício, vai para Goiânia, cidade que muito contribuiu para que se encontrasse como o artista que já era. Foi frequentando  exposições, conhecendo artistas da cidade e visitando museus e ateliês que evoluiu em seu processo de criação. Em 2012, é premiado na Bienal Naïfs do Brasil em Piracicaba, São Paulo, e no ano seguinte participa do Salão de Arte Contemporânea de Jundiaí, onde também é premiado. Este foi o começo de uma longa trajetória que o projetaria no circuito nacional e internacional de arte.

Marcelo Solá nasceu em Goiânia (1971), onde vive e trabalha. Possui sua obra orientada para a nova área limítrofe do desenho, um desenho-pintura, às vezes desenho-instalação, ou com a inserção de objetos, sempre como atividade ampliada, quase obsessiva, e que vem adquirindo características fora do gênero. Sua produção vem atraindo a atenção da crítica mais inteligente, e o artista possui obras em coleções públicas tais como do MAM – SP, MAR – RJ e Museu de Arte de Recife – PE.

Rafael Vicente nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, RJ (1986). Realiza um trabalho artístico bastante influenciado pela paisagem urbana. Rafael Vicente faz uso notável das perspectivas e de uma paleta de cores que remete ao ambiente de grandes metrópoles.  Suas pinturas se iniciam em telas e se expandem pelas paredes, invadindo o espaço expositivo. É bacharel em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ, frequentou o curso de Análise e inserção na produção contemporânea com Iole de Freitas EAV,  Parque Lage, Rio de Janeiro. O artista também cumpriu residências em países como Paris (Pave D´Orsay pela Art San´s Lab), Espanha (Casa Brasil de Madri) e Moçambique, onde participou, em 2006, da Bienal Internacional realizada naquela capital, Maputo. E, em cada uma dessas mostras, sua produção teve a chancela dos mais importantes curadores do país. São nomes como os de Vanda Klabin, Fabiana de Moraes, Jorge Salomão e Marcus Lontra.

Vivian Caccuri lança livro e realiza exposição.

10/set

No sábado, 13 de setembro, a partir das 19h, Vivian Caccuri inaugura sua individual NOCETRA n’A Gentil Carioca, Centro, Rio de Janeiro. Na mesma ocasião, a artista lança o livro Criatura Som e seus Espectros (Act Editora).

A mostra, que ocupará os dois prédios da galeria, reúne um conjunto de obras inéditas e, segundo a curadora Marielsa Castro Vizcarra,”parte do desejo do artista de ir além da tendência de racionalizar cada gesto e desmantelar a falsa dicotomia entre corpo e mente, ou sentimento e pensamento. Por meio de paisagens sonoras imersivas, animações, sonogramas bordados, desenhos e esculturas, Caccuri retrata o momento fugidio em que a emoção exaltada dissolve a consciência – quando as fronteiras do eu se derretem em pura sensação e restauram um ritmo interior do tempo há muito perdido. Tais sons privados são amplificados e projetados no espaço, pareados com imagens de mulheres que se dissolvem em abstrações. Nocetra permeia o limite entre o público e o privado, e convida o público a ouvir e sentir junto.” A abertura celebra os 22 anos da Galeria com uma festa conduzida por PEKØ liveset (Vera Fischer Era Clubber), CRIS O. (Crizin da ZO, Equipe 7Rio) e Bia Marques. Na mesma ocasião, serão apresentados a Parede Gentil nº 44 (Área Indígena), de Xadalu Tupã Jekupé, e a Camisa Educação nº 92, de Ana Matheus Abbade. Para completar, teremos um bolo especial criado por Rose Afefé e Madah Sodré.

Nos últimos 15 anos, Vivian Caccuri vem desenvolvendo instalações, obras sonoras, performances, desenhos e bordados que investigam como o som pode desorientar a experiência cotidiana e inspirar novas formas de vida. Explorando a relação entre som e cultura, a prática artística de Caccuri busca destacar aspectos ativos, mas pouco reconhecidos, do som. Escreveu seu primeiro livro na Universidade de Princeton, “Music is What I Make”, publicado pela Bloomsbury NYC em “Making it Heard”, e pela editora 7 Letras como “O que faço é música”. Foi indicada para o Future Generation Art Prize e participou de exposições internacionais como a Bienal de São Paulo, a Bienal de Kochi, a Bienal de Veneza, o New Museum, o Museo Jumex e o Highline Art. Suas obras integram as coleções da Pinacoteca do Estado de São Paulo; Coleção Gilberto Chateaubriand MAM Rio; Instituto Inhotim, Brumadinho (MG); Pérez Art Museum Miami, EUA; ICA Miami, EUA, e Berggruen Collection, Berlim (Alemanha).

Gabriela Machado na Anita Schwartz.

09/set

Em cartaz na Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, a exposição Para seu olhar, de Gabriela Machado, com curadoria de Bruna Costa, marca os 35 anos de trajetória da artista. A individual reúne uma série inédita composta por cinco pinturas de grande formato e três esculturas em cerâmica, obras que exploram a relação entre gesto, corpo e espaço arquitetônico. Essa nova série resgata uma memória afetiva fundadora: a casa de fazenda do século XVIII, pertencente ao pai da artista, cujas paredes eram revestidas por afrescos de pássaros e paisagens. “Essas imagens sempre estiveram comigo. Desde pequena eu ajudava um restaurador a retocar os afrescos e hoje percebo o quanto essa experiência moldou o meu olhar. Nesta série, a parede volta com força, como lugar de memória e de corpo”, afirma a artista.

Nas telas, descritas pela artista como “quase-paredes”, a densidade dos afrescos encontra a luminosidade dos vitrais. Transparências, cores cítricas e camadas de tinta acrílica aplicadas em gestos largos constroem superfícies que parecem irradiar luz própria, fundindo memória, técnica e experimentação. “A pintura me conduz, é o vetor do trabalho. Eu nunca parto de um projeto, a obra se faz no fluxo, no gesto, na surpresa do processo”, ela explica.

A expografia, desenvolvida por Birger Lipinski & Laercio Redondo, insere as obras no espaço expositivo como se fossem parte de uma casa – metáfora que acompanha a produção de Gabriela Machado e reforça sua visão da pintura como lugar de habitação e experiência sensível. As esculturas em cerâmica, por sua vez, funcionam como âncoras no espaço, ampliando o diálogo com as pinturas.

“Se nosso corpo conseguir ser provocado por essas grandes massas de cor, a pintura torna-se, a um só tempo, parte deste mundo e dispositivo para imaginar outros”, escreve a curadora Bruna Costa no texto crítico da mostra. “Existe uma qualidade na pintura que só se adquire no acúmulo de experiência, no cotidiano da prática. Em Gabriela, essa disciplina se traduz em gestos espontâneos que surpreendem e, ao mesmo tempo, detêm o olhar do espectador”, acrescenta.

 Sobre a artista.

Gabriela Machado nasceu em Santa Catarina, em 1960, vive e trabalha no Rio de Janeiro. É formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula, 1984. Antes de se dedicar exclusivamente às artes plásticas a partir de meados dos anos 1980, participou de trabalhos de restauração na Fundação Roberto Marinho. “Morava numa casa do século XVIII com afrescos pintados por José Maria Villaronga. Meu pai gostava muito do cuidado com a recuperação dos afrescos e da arquitetura da casa. Pude assistir de perto a riqueza desse trabalho detalhado, ao longo da minha infância.” Gabriela Machado estudou gravura, pintura, desenho e teoria de arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (Rio de Janeiro). Frequentou cursos em História da Arte, ministrados pelos críticos Paulo Venâncio Filho (Da Antigüidade à Idade Média), Paulo Sérgio Duarte (Arte e Ciência, do século XV ao XIX), e cursos de Estética e História da Arte, ministrados por Ronaldo Brito, na PUC e UNIRIO (Rio de Janeiro).

Até 11 de outubro.

Uma parceria entre Flexa e Claraboia.

08/set

A Flexa, em parceria com a Claraboia, abre sua primeira exposição em São Paulo, intitulada “Construção no Vento”. Com curadoria de Luisa Duarte, expografia de Daniela Thomas e texto de Julia de Souza, a mostra acontecerá na Claraboia, Jardim Paulista.

Em ensaio ao redor de Mira Schendel, Nuno Ramos associa a obra da artista ao que nomeia “construção no vento”. A coletiva toma o paradoxo do título enquanto imagem propulsora, fazendo-a ressoar em três eixos: Gestos mínimos, Ativar o vazio e Paisagens rarefeitas. Se características da produção de Mira Schendel surgem aqui como bússola central, o modo como #Leonilson abordava os vazios comparece como um vetor importante. Em um gesto que caminha na via oposta da assepsia vinculada ao monocromo branco na história da arte, o artista inseriu a dimensão do desejo através das suas inscrições plenas de poesia.

Ao conferir ênfase ao vazio, àquilo que se dá no limiar da visibilidade e ao campo de desejo, busca-se instaurar um contrapeso em meio à tamanha captura que conforma a atenção, a experiência do tempo e da subjetividade hoje.

“Construção no vento” é uma contradição bonita. Quando a gente pensa em construção, vem à nossa mente algo sólido e perene, já o vento é aquilo que nos mobiliza, mas não enxergamos. Essa exposição é muito sobre aquilo que não se vê, e no entanto produz efeito.”

Luisa Duarte.

Qualquer forma é outra forma.

Apartamento 61 e Simões de Assis apresentam “Qualquer forma é outra forma”, exposição coletiva que ocupa a sede da casa-galeria, e reúne 23 artistas brasileiros de diferentes gerações em diálogo com 13 nomes fundamentais do design moderno e contemporâneo com a casa modernista construída por Victor Brecheret no final da década de 1930.

Com a colaboração de galerias, ateliês e estúdios, a mostra parte da ideia de que as categorizações polarizadas que surgiram ao longo da história da arte – como abstrato e figurativo, geométrico e gestual, simbólico e material – não dão conta de abarcar a complexidade da produção contemporânea, que desafia essas oposições.

Assim, apresentamos obras que exploram sistemas diversos de construção e expressão, misturando racionalidade cartesiana, geometria orgânica, gesto intuitivo, materialidade bruta e jogos de linguagem. Em conjunto, elas ativam a arquitetura da casa e seu mobiliário, criando novas relações de escala e vibração entre corpo, objeto e espaço.

Artistas participantes.

Alexandre Canonico  Alexandre da Cunha  Amelia Toledo  Ana Hortides  Anderson Borba  Aurelio Martinez Flores  Celina Zilberberg  Claudio Cretti  Daniel Acosta  Emanoel Araujo  Estúdio Rain  Giancarlo Palanti  Ione Saldanha  Jacque Faus  Janete Costa  João Trevisan  Joaquim Tenreiro  Jorge Zalszupin  Lenora de Barros  Lina Bo Bardi  Lucio Costa  Luiz Solano  Mano Penalva  Marcelo Pacheco  Marepe  Mari Ra  Marilá Dardot  Maximiliano Crovato  Mestre Didi  Nelson Leirner  Nino Cais Niobe Xandó  Paola Muller  Rodrigo Sassi  Sergio Rodrigues  Suanê.

Revisitando a trajetória de Alberto Teixeira.

A Galeria Berenice Arvani, Jardim Paulista, São Paulo, SP, inaugura no dia 16 de setembro a exposição “Alberto Teixeira – 100 anos”, sob curadoria de João J. Spinelli. A mostra apresenta uma seleção de trabalhos que percorre diferentes momentos da produção do artista. A mostra reúne trabalhos que permitem revisitar a trajetória do artista e promover um resgate histórico de sua obra oferecendo ao público redescobrir aspectos centrais de sua trajetória e a evolução de sua linguagem pictórica ao longo de seis décadas.

O artista iniciou sua carreira em Portugal, explorando a aquarela para registrar paisagens do Algarve e da região praiana de Estoril. A vivacidade de seus trabalhos iniciais já chamava atenção pela composição e pelo domínio técnico da aquarela, garantindo sua participação em exposições coletivas importantes em Lisboa e Estoril. Em 1950, Alberto Teixeira e sua família emigraram para o Brasil, dando início a um novo capítulo de sua obra, marcado por novas paisagens, experiências urbanas e encontros com artistas e professores que influenciariam sua evolução estética.

Entre cursos de gravura no Museu de Arte de São Paulo (MASP) e sessões de modelo vivo na Sala de Arte da Biblioteca Municipal, sua formação técnica e teórica ganhou novos contornos. Foi também nesse período que integrou o Atelier Abstração, coletivo do qual fazia parte Samson Flexor. Entre os fundadores, manteve trocas constantes sobre o abstracionismo em um ambiente de experimentação e diálogo que abriu novos caminhos para sua produção pessoal. Como observa João J. Spinelli: “Os resultados finais foram sínteses formais e conjuntos de relações de contrastes inusitados. Tudo isso, tão diferente do que eu fazia antes na pintura, causou bastante impacto, mas vinha também com o sabor da surpresa, do inesperado, da descoberta (…) assim o assunto ou tema que tudo originara passava a ser secundário e a beleza e a harmonia passavam a ser o principal.”

Participações em Bienais de São Paulo e viagens à Europa e aos Estados Unidos permitiram a Alberto Teixeira contato direto com a produção de artistas como Paul Klee, Picasso, Hans Hartung, Mark Rothko e Karel Appel, além de experiências com movimentos como o Expressionismo Abstrato, Minimal Art e Pop Art. Esses encontros contribuíram para a ampliação de seu repertório e para a consolidação de um estilo próprio, no qual o equilíbrio entre composição, cor e transparência nas aquarelas se tornou marca registrada de sua obra. João J. Spinelli reforça a singularidade da pintura do artista: “Uma característica do trabalho de Alberto Teixeira é a fidelidade a uma linguagem do desenho e da pintura. Ela serviu desde o princípio para traduzir um sentimento de inquietação e perplexidade, quando linhas e cores procuravam assumir uma função interpretativa e de registro psicológico que se ampliaria em toda a evolução das suas realizações.” Opercurso expositivo evidencia tanto a evolução de sua linguagem quanto o diálogo constante entre tradição e inovação em sua produção, reforçando a relevância de Alberto Teixeira para a pintura brasileira e para a história do abstracionismo no país. Além de artista, Alberto Teixeira atuou como professor e formador de novas gerações, transmitindo seus conhecimentos e técnicas em instituições como a Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Sua atuação como educador, assim como seu olhar atento à história da arte, consolidou uma carreira marcada pelo estudo, pela experimentação e pelo compromisso com a reflexão estética.

Até 31 de outubro.

Arthur Palhano novo artista representado.

A Galatea anuncia a representação do artista Arthur Palhano (1996, Rio de Janeiro). Artista visual formado pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage em 2019. Sua prática é voltada à pintura, construída pela sobreposição, raspagem e escavação de camadas de tinta, em um processo que revela a historicidade das superfícies e ativa a memória inscrita nos objetos e imagens representados.

Arthur Palhano parte de imagens, de memória e objetos cotidianos – como facas, sapatos e pequenos ícones domésticos – que, ao serem transpostos para a pintura, adquirem densidade simbólica. Em suas obras, esses elementos também dialogam com categorias tradicionais da pintura, como as discussões acerca de figura e fundo e o gênero natureza-morta, para tensioná-las e ressignificá-las.

O artista está entre a seleção de obras da Galatea para a 15ª edição da feira ArtRio, que ocorre entre 10 e 14 de setembro, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. No primeiro semestre de 2026, Arthur Palhano vai realizar sua primeira exposição solo em São Paulo, na Galatea. Entre as exposições que participou, destacam-se: Pequenas pinturas III (Coletiva, Auroras, São Paulo; Partial Objects (duo com Kian Mckeown, MAMA Projects, New York, USA; Do desenho (Coletiva, Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro e Dogma (individual, Portas Vilaseca, Rio de Janeiro.

Arthur Palhano também é representado por Portas Vilaseca no Rio de Janeiro, e tem parceria com Arr Gallery, em Hangzhou, e Mama Projects, em Nova York.