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AGENDA CULTURAL

Celebrando a obra de Iberê Camargo

26/jul

Em setembro de 1984, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, inaugurou uma grande exposição em homenagem aos 70 anos de Iberê Camargo. Agora, além de retribuir  e celebrar as sete décadas do MARGS, “trajetórias e encontros” tem outros sentidos. A tragédia causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul ressoa no posicionamento público do artista, ligado a urgência de uma “consciência ecológica”. É pelo olhar dele que as duas instituições de memória, e enquanto sociedade, apelam a um compromisso definitivo com a preservação da arte e do meio ambiente

A Fundação Iberê Camargo e o Museu de Arte do Rio Grande do Sul inauguram a exposição “Iberê e o MARGS: trajetórias e encontros”. Com curadoria de Francisco Dalcol e Gustavo Possamai, a mostra em homenagem aos 70 anos do MARGS (27 de julho de 1954) apresenta 86 obras do artista pertencentes aos acervos das duas instituições e permanecerá em exibição até 24 de novembro. Aproximadamente 80% delas nunca foram expostas, especialmente desenhos – uma vez que as curadorias de Iberê tendem a focar nas pinturas -, juntamente com fotografias do artista, de modo a oferecer um percurso em segmentos, identificados conforme os textos que as acompanham.

O título da exposição foi inspirado em um dos mais importantes eventos no MARGS relacionados ao artista: a mostra “Iberê Camargo: trajetória e encontros”. Ela se deu no contexto das comemorações de seus 70 anos, que incluíram uma retrospectiva apresentada pelo próprio MARGS em 1984 e o lançamento do livro Iberê Camargo em 1985, considerado ainda hoje uma das mais completas publicações de referência sobre o artista. A retrospectiva ocorreu, simultaneamente, a quatro exposições individuais: em Porto Alegre, duas no Rio de Janeiro, e em São Paulo.

Nas décadas seguintes, Iberê ganhou mostras individuais, um livro monográfico, participou de inúmeras exposições coletivas e ministrou cursos. Teve também o ingresso de outras obras suas no acervo por meio de compra, transferência e doação, além de um espaço de guarda de parte de seu arquivo pessoal, o qual destinou à instituição em 1984. Foi também no MARGS que ocorreu sua despedida, com o velório público que teve lugar nas Pinacotecas, o espaço mais nobre e solene do Museu. Iberê Camargo é o artista que mais expôs no MARGS. Até o momento, foram mapeadas sete exposições individuais e mais de cem coletivas. Gustavo Possamai, responsável pela obra do artista na Fundação Iberê Camargo, lembra que aquela exposição reuniu o maior conjunto de obras de Iberê Camargo até então: “Foi um marco na trajetória de Iberê que, com mais de 40 anos de trabalho, ainda produzia em jornadas que chegavam a somar 12 horas ininterruptas pintando em pé.” A organização de uma exposição durante a maior catástrofe ambiental no estado, além de trazer novos sentidos a esta exposição, o trágico contexto do Rio Grande do Sul ressoa no posicionamento público de Iberê, um crítico ferrenho dos governantes pelo descuido irresponsável com a natureza. Agora abriga simbolicamente, como um lar temporário, parte do acervo do MARGS que foi fortemente afetado pelas enchentes.

“Comungamos do entendimento de que seria impossível a exposição se dar em uma espécie de vácuo factual e histórico, compreendendo que não poderia estar alheia à situação e ao momento em que nos encontramos. Assim, a exposição também permite “olharmos” para tudo isso através das “lentes” de Iberê, considerando que notoriamente sempre criticou duramente a falta de cuidado com a natureza, frente aos processos de dominação e destruição do meio ambiente e mesmo das cidades perpetrados pelo homem. Esperamos que os apelos que Iberê fazia à necessidade de consciência ecológica, muito antes dessa tragédia toda acontecer no Rio Grande do Sul, possam agora se renovar encontrando ainda maior ressonância hoje, face aos acontecimentos. Enquanto ainda haja tempo de agirmos para projetar alguma esperança de um futuro para esta e as próximas gerações que assuma maior responsabilidade e compromisso com o cuidado pela preservação da natureza e pelo meio ambiente”, diz Francisco Dalcol.

Sobre os acervos

O acervo da Fundação Iberê Camargo é composto, em sua grande maioria, pelo fundo Maria Coussirat Camargo, a viúva do artista. São mais de 20 mil itens doados por ela, além de mais de 10 mil incorporados após seu falecimento, ainda não processados. Iberê recebia correspondências quase diariamente e mantinha cópias das que enviava.

“O casal fotografou e catalogou a maioria das obras produzidas por ele, além de reunir uma extensa quantidade de materiais, como entrevistas, críticas e notas, praticamente tudo o que se referia a Iberê na imprensa. Os amigos tiveram um papel fundamental nessa compilação, contribuindo com materiais publicados no exterior e de norte a sul do Brasil. Tome-se a biblioteca de Iberê: ela foi verdadeiramente fundida com a biblioteca de Dona Maria, a ponto de ser difícil determinar quem adquiriu ou leu determinado livro, inclusive os mais técnicos, pois ambos os consultavam. Os documentos cobrem toda a trajetória artística de Iberê, incluindo aspectos de sua vida doméstica, desde agendas para a manutenção da casa até carteirinhas de vacinação dos gatos acompanhadas de receitas para dietas felinas”, recorda Ricardo Possamai.

Já o Acervo Artístico do MARGS possui 75 obras do artista, adquiridas a partir de 1955, no ano seguinte à sua criação, por meio de compra, doação e transferência entre instituições do Estado. O conjunto contempla seis pinturas a óleo, além de obras em papel (gravura e desenho). O Acervo Documental do Museu conta com uma extensa documentação sobre o artista, reunindo jornais, revistas, publicações, textos, documentos, fotografias, correspondências, convites e catálogos de exposições. Esse conjunto inclui, em grande parte, os arquivos pessoais que o próprio Iberê destinou ao MARGS, em 1984, para fins de guarda, preservação e disponibilização para pesquisa, aos quais se somam documentos colecionados pelo Museu ao longo de 70 anos até aqui.

Arte Sonora Ano 15

Projeto idealizado pelo duo de artistas e professores, Franz Manata e  Saulo Laudares, completa 15 anos com ocupação de dois meses  na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ.  A programação inclui exposições, performances, roda de sample, palestras, exibição de vídeos, happening e uma série de ativações artísticas. O projeto ARTE SONORA, celebra seus 15 anos até o dia 29 de setembro. Para marcar a data, a dupla Manata e Laudares elaborou um extenso programa de ocupação e um grande happening de encerramento.

O Arte Sonora é parte da prática artística de Manata e Laudares. O projeto teve início em 2009 como um curso na EAV e, ao longo dos anos, constituiu uma relevante plataforma de discussão, bem como um banco de dados sobre arte e som. Em parceria com nomes de referência em suas áreas de atuação – como Arto Lindsay, Fausto Fawcett, Cildo Meireles, Ricardo Basbaum e Katia Maciel – o Arte Sonora já assumiu diversos formatos: mostras, workshops, publicações, programas de rádio e residências que abordam o universo sonoro e a influência da música no trabalho de artistas, críticos e pensadores da cultura contemporânea.

“O Arte Sonora é um projeto de formação de natureza pioneira. Quando iniciamos, pouquíssimo se falava sobre essa interseção entre arte e som, e hoje podemos afirmar que todos os artistas ligados a esta atividade estão, de alguma forma, conectados ao projeto. Por lá passaram mais de 250 pessoas. E fechar esse ciclo de 15 anos no Parque Lage, onde tudo começou, faz muito sentido pra nós”, afirma Franz Manata.

A exposição nas Cavalariças, curada pela dupla, reúne obras de um grupo de 17 artistas de diversas regiões do Brasil e de fora do país que, com abordagens muito diversas, investiga a poética do som e suas múltiplas manifestações: Bruno Qual, Caio Cesar Loures, Denise Alves-Rodrigues, Eduardo Politzer, Gabriel Ferreira, Jean Deffense, Juliana Frontin, Leandra Lambert, Leandro Araujo, Leliene Rodrigues, Manata Laudares, Marta Supernova, Marcelo Mudou, Marco Scarassatti, Pedro Victor Brandão, Ulisses Carvalho e Vivian Caccuri.

“Achamos pertinente reunir na exposição os artistas que se destacaram ao longo desses 15 anos de Arte Sonora e que contribuíram para a construção de uma nova cena”, comenta Saulo Laudares. “Um dado interessante é que todos os trabalhos selecionados versam sobre o som, mas não necessariamente emitem áudio. Há, por exemplo, partituras, pinturas e objetos escultóricos apresentados com legendas expandidas de caráter descritivo-poético”.

A abertura contou com uma série de performances em frente às Cavalariças. Entre elas o “Circular Som Sistema”, um triciclo tunado (um módulo de som autônomo que percorre a cidade) idealizado pelo artista Bruno Qual, que possibilita que até 20 pessoas participem de uma roda de sample. Ao longo dos dois meses de ocupação, serão lançados 14 novos programas de podcasts, de forma a expandir o projeto para o ambiente virtual. Incluindo aí um programa histórico com o compositor e multiartista Fausto Fawcett, que produziu uma ópera própria para o Arte Sonora.

Sobre os idealizadores:

Franz Manata é artista, curador e professor da EAV Parque Lage. Saulo Laudares é artista e DJ produtor. O duo começou suas atividades em 1998, a partir da observação do comportamento e da cultura da música eletrônica contemporânea. Os artistas vêm realizando programas de residência e participando de mostras individuais e coletivas, dentro e fora do país.

ARTE SONORA ANO 15 | Programação:

Exposição nas Cavalariças da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, entre 25 de julho e 29 de setembro, com curadoria dos artistas e professores Franz Manata e Saulo Laudares, com 17 artistas de várias regiões do Brasil e outros países, sendo eles: Bruno Queiroz, Caio Cesar Loures, Denise Alves-Rodrigues, Eduardo Politzer, Gabriel Ferreira, Jean Deffense, Juliana Frontin, Leandra Lambert, Leandro Araujo, Leliene Rodrigues, Manata Laudares, Marcelo Mudou, Marco Scarassatti, Marta Supernova, Mary Fê, Ulisses Carvalho e Vivian Caccuri.

Roda de Sample. Na abertura do evento o Circular Som Sistema conduziu, com seu triciclo tunado, um sistema de som autônomo que permite a conexão simultânea de 20 participantes, com artistas da mostra e aberto aos interessados (as) em participar;

Exposição virtual. Site com podcasts já realizados pelo programa ARTE SONORA ao longo dos anos, lançará, semanalmente, programas gratuitamente. Serão 14 podcasts inéditos, entre eles: Arto Lindsay, Fausto Fawcett e Bruno Queiroz, Janete El Haouli, Jocy de Oliveira, Katia Maciel e 40 poetas, Leandra Lambert, Marco Scarassatti, Ricardo Basbaum (2 episódios), Pedra Pomes (Marta Supernova e Anicca) e o coletivo Teto Preto.

Sessão de vídeos, 29 de agosto, das 19h às 21h, no auditório da Escola. A sessão será voltada para os trabalhos sonoros que tem o vídeo como suporte. O evento contará com trabalhos inéditos de artistas de várias regiões do Brasil e dos EUA e Europa, desenvolvidos durante os encontros presenciais e virtuais. Participam da mostra: Denise Alves-Rodrigues, Eliane Terra, Felipe Mussel, Julio Santa Cecília, Leliene Rodrigues, Luísa Sequeira, Mary Fê, Marco Scarassatti e Sama.

Entrevistas conduzidas por Franz Manata, com dois artistas e pesquisadores renomados do campo da arte sonora. Em pauta, a influência da matéria sônica presente na pesquisa de cada um deles:

Dia 1º de agosto, no auditório da EAV: Alberto do Campo (Berlim/AL) – artista e professor de arte gerativa e computacional no Institute for Time-Based Media, da Universidade de Berlim.

Dia 15 de agosto, em formato híbrido (entrevistador e público no auditório da EAV e entrevistado na Austrália, online): Rees Archibald (Austrália) – artista sonoro que realiza instalações, composições e performances.

Happening de encerramento, dia 27 de setembro, das 15h às 23h. Live performances inéditas, apresentação de um lineup com Vivian Caccuri e Thiago Lanis, Ed Marola (AKA Eduardo Politzer), Marcelo Mudou e Savio de Queiroz, Gabriel Ferrera e Leandro Araujo, FormigANTI, Azullllllll, Peko, DJ Frontinn (aka Juliana Frontin) e Marta Supernova.

Joana Vasconcelos na Baró Mallorca

24/jul

A primeira exposição de Joana Vasconcelos na Baró Galeria, está em cartaz em Palma de Mallorca, Espanha, até 31 de agosto. A exposição oferece uma visão abrangente da vasta obra de Joana Vasconcelos, apresentando instalações, esculturas, pinturas e desenhos recentes realizados ao longo dos últimos 10 anos, procurando destacar os principais temas na carreira da consagrada artista internacional.

José Patrício sob curadoria de Paulo Herkenhoff

O Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugura em 03 de  agosto, a exposição “Agitações pelo número”, exibição individual do artista José Patrício (1960, Recife), conhecido pela combinação de centenas e até milhares de peças de dominó que provocam um intenso efeito óptico. A mostra ocupará três salas no Paço Imperial com mais de 70 obras, em curadoria de Paulo Herkonhoff, com trabalhos criados principalmente nos últimos dez anos.

Colecionador de objetos e de arte popular, José Patrício trará de seu ateliê no Recife um armário-vitrine com obras de artistas do nordeste selecionadas por ele, e dispostas de acordo com sua autoria, forma ou cor. Peças de quebra-cabeças de plástico compõem a maioria das obras expostas, mas estarão também trabalhos feitos com dados, botões, dominós e também pastilhas de cerâmica provenientes de uma reforma em seu ateliê. Ao apontar o celular para as quatro obras “Vanitas QR Code” (2011-2018), em peças de quebra-cabeças de plástico sobre madeira, o público verá na internet a citação em latim “Sittibi terra Levis”: “que a terra te seja leve”.

“Agitações pelo número” ocupará as Salas Gomes Freire e sua antecâmara, e a Treze de Maio, no primeiro andar do Paço Imperial. José Patrício tem uma longa história de exposições no Paço Imperial, como as coletivas “Anna Maria Niemeyer, um caminho” (2012), “1911 – 2011: Arte brasileira e depois, na Coleção Itaú” (2011), “Tudo é Brasil” e “28º Panorama da Arte Brasileira” (2004), “Espelho cego: seleções de uma coleção contemporânea” (2001), e sua individual “Ars Combinatoria”, em 2001, em que fez uma instalação utilizando 2.500 jogos de dominó, cada um com 28 peças, totalizando 70 mil peças. José Patrício integra a Trienal de Tijuana (julho de 2024 a fevereiro de 2025), no México.

José Patrício diz que “é com alegria que retorno ao Rio de Janeiro para expor no Paço Imperial uma parte da minha produção, fruto de muitos anos de pesquisa e produção constante, baseada em princípios matemáticos e em sintonia com uma certa tradição construtiva da arte brasileira”, comemora. “Esta exposição apresenta uma série de obras que realizei nos últimos anos, a partir da curadoria de Paulo Herkenhoff, com ênfase no Número como elemento norteador da minha produção artística”, destaca.

O curador criou um percurso na exposição em que dispôs os trabalhos nas salas de acordo com suas séries, e escreveu textos que estarão nas paredes de cada um dos segmentos.

Até 20 de outubro.

Os olhos, o espelho da alma

Exposição de fotografias do colombiano David Matiz ocupam o Instituto Cervantes de São Paulo. Com mais de uma década de experiencia, David Matiz desenvolveu um estilo particular que combina a técnica fotográfica com uma narrativa visual única, focado especialmente em retratos. A inauguração acontece no dia 1º de agosto e a exposição estará aberta ao público até o dia 31 do mesmo mês.

Apaixonado por capturar a essência da alma através dos olhos, David Matiz criou uma série de retratos que refletem a profundidade e a emotividade de seus sujeitos. Esta exposição busca demonstrar como as expressões oculares podem revelar os verdadeiros sentimentos e pensamentos de uma pessoa. A metáfora poética de que “os olhos são o espelho da alma” foi uma inspiração central para ele, que utiliza sua lente para captar momentos que transcendem as palavras e as ações externas.

“Os olhos, o espelho da alma” convida os espectadores para uma experiência visual, concetando-se com as emoções e a essência interna das pessoas retratadas. Através de suas obras, David Matiz faz com que o público visitante se confronte com o olhar profundo dos sujeitos retratados, revelando uma verdade que só pode ser percebida através dos olhos. A exposição não só destaca o talento de David Matiz, mas também oferece uma oportunidade única para explorar a natureza humana sob uma perspectiva íntima e contemplativa.

Gustavo Malheiros no Museu Histórico Nacional

23/jul

A jornada de atletas olímpicos brasileiros rumo às Olimpíadas de Paris 2024 – marcadas pela histórica predominância feminina na delegação -, foram registradas pelo fotógrafo Gustavo Malheiros. O resultado poderá ser visto na mostra de fotografias em preto e branco “Olímpicos” no dia 20 de julho, no Museu Histórico Nacional, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Nessa ocasião será lançado o livro homônimo, pela Arte Ensaio Editora. Conhecido por sua longa trajetória dedicada a livros de arte autorais, além do seu trabalho no campo da moda e publicidade, este projeto teve início em novembro de 2023. A grande maioria das fotos, no entanto, foram feitas até maio de 2024. “Pegamos a estrada e nos aventuramos pelo país, documentando a vida de atletas de várias modalidades. Nossa missão era capturar não apenas a habilidade física, mas também o compromisso e a paixão que os movem. Testemunhamos sua busca pela excelência e o sonho de conquistar a medalha olímpica” afirma Gustavo Malheiros.

“Olímpicos” apresenta cerca de 35 imagens em preto e branco selecionadas do livro, além de uma sala de projeção com outros registros. Essas fotografias revelam uma visão íntima e poética do cotidiano dos atletas, destacando a força cultural de suas jornadas pessoais rumo a Paris. Com foco especial nas atletas femininas, que serão predominantes na delegação brasileira (algo nunca ocorrido antes), a mostra celebra a graça, a resiliência e a determinação destas mulheres extraordinárias. Entre os atletas e modalidades retratados, estão: Alice Gomes (Trampolim); Bia Ferreira (Boxe); Bárbara Seixas e Carol Solberg (Vôlei de Praia); Gabriela Roncatto (Natação); Gabriel Medina (Surfe); Giulia Penalber (Luta Livre); Guilherme Costa (Natação); Guilherme Schmidt (Judô); Ingrid Oliveira (Salto Ornamental); Isaac Souza (Salto Ornamental); Isabela Abreu (Pentlato Moderno); Jade Barbosa (Ginástica Artística); Lucas Verthein (Remo); Maria Clara Pacheco (Taekwondo); Pepe Gonçalves (Canoagem); Rayssa Leal (Skate); Tota Magalhães (Ciclismo de Estrada); Ygor Coelho (Badminton). E, na Ginástica Rítmica Brasil: Bárbara Galvão, Débora Barbosa, Gabriella Castilho, Giovanna Silva, Maria Eduarda Arakaki, Maria Fernanda Moraes, Mariana Gonçalves, Nicole Duarte, Sofia Pereira. Time Rugby Brasil: Aline Furtado, Bianca Silva, Chalia Costa, Luiza Campos, Mariana Da Silva, Marina Costa.

Sobre o livro “Olímpicos”

“Olímpicos” celebra os atletas olímpicos brasileiros, documentando sua preparação para os jogos de 2024. Este é o terceiro trabalho de Gustavo Malheiros dedicado a eles, sucedendo suas coberturas para os Jogos Olímpicos do Rio 2016 e Tóquio 2020. Durante meses, Gustavo Malheiros e sua equipe viajaram pelo Brasil, capturando não apenas a habilidade física, mas também a profundidade cultural e emocional das histórias dessas mulheres inspiradoras. O livro é editado pela Arte Ensaio Editora e conta com 256 páginas (R$ 150,00).

Sobre o artista

Gustavo Malheiros é formado pela School of Visual Arts de Nova York, iniciou sua carreira como assistente do renomado fotógrafo Bruce Weber. Com um portfólio diversificado, já realizou exposições em Londres, Hong Kong, Madri, Turim, Paris e Nova York, além de Rio de Janeiro e São Paulo. No campo da publicidade, trabalhou com grandes agências como WMcCann, Lew Lara\TBWA e Giovanni DraftFCB. Suas fotografias já foram publicadas em revistas como Vogue, Trip, TPM e GQ. É autor de diversos livros, incluindo “Brazilyorkers”, “Backstage”, “Pedra e Luz”, “Ilhas Brasileiras”, “Tempestade”, “Verão Passado”, “Superação”, “O Coração do Brasil”, “Anônimos Famosos”, “Marco Zero”, “Artistas e Seus Estúdios”,  entre outros.

Conjuntos que ativam recordações

“Memórias Habitadas”: exposição coletiva do Festival Sesc de Inverno repensa memórias e arquivos através da arte. A mostra reúne obras de 21 artistas e pode ser vista nas galerias das unidades do Sesc RJ em Nova Friburgo, Teresópolis e Três Rios.

A exposição coletiva “Memórias Habitadas” já pode ser vista nas galerias das unidades do Sesc RJ em Nova Friburgo, Três Rios e Teresópolis. A mostra, que integra a programação do Festival Sesc de Inverno, reúne um grupo de artistas que se propõe pensar memórias e arquivos para além de leituras historicamente consolidadas. As obras poderão ser conferidas pelo público até outubro (veja o cronograma por unidade abaixo). A entrada é gratuita e pode ser acompanhada por mediadores. O que pode um arquivo? Como seus acervos são narrados e tutelados? Onde fica a fronteira do que aconteceu e do que foi inventado? Essas são algumas inquietações que a exposição traz ao público a partir das obras de diversos de artistas de vários estados do país.

Exibida concomitantemente nas três unidades do Sesc, “Memórias Habitadas” tem curadoria de Barbara Copque, Letícia Puri e Roberta Mathias e consultoria de Ana Paula Alves Ribeiro, e reúne trabalhos de 21 artistas: Alberto Pereira, Alessandro Fracta, Alice Yura, Asmahen Jaloul, Bruno Gari, Domeio, Eliana Alves Cruz, Gê Viana, Joelington Rios, Marina Feldhues, Mariana Maia, Mayara Ferrão, Mbé, Pérola Santos, Rona, Roberta Holiday, Rodrigo Ribeiro-Andrade, Silvana Marcelina, Tayná Uràz, Xadalu Tupã Jekupé e Yoko Nishio.

“Nas diferentes galerias e transbordando além de seus espaços físicos, propomos conjuntos que ativam recordações e convidam a pensarmos o que está presente, mas também o que está fora dos arquivos. As obras se conectam ao pensamento crítico da escritora Saidiya Hartman que, diante das incompletudes cristalizadas dos arquivos, nos perguntam: “o que há mais para saber?” e nos conduzem a um desaprender, a um exercício de escutas, colagens e narrativas que mesclam histórias pessoais e fabulações, onde os afetos e a beleza insurgem para contestar os silenciamentos e apagamentos dos arquivos oficiais”, declararam as curadoras.

Um dos destaques da mostra, o artista indígena Xadalu Tupã Jekupé aceitou o desafio do Sesc RJ e revisitou os arquivos do IHGB, no Rio, para compor a produção de uma obra inédita que faz parte da exposição.

“Através da pesquisa, a gente revisou esses documentos do período colonial fazendo uma releitura por meio de obras que vão circular nestas três cidades. Além de descentralizar, vamos decolonizar esse pensamento colonial que ainda habita nas instituições – e aos poucos as instituições vão se acostumando a ter esse novo olhar. Com esses espaços de exposição a gente cria narrativas e diálogos com o espectador”, disse o gaúcho da cidade de Alegrete, território da antiga missão jesuítica de Yapeyu, um dos alvos de sua pesquisa. O trabalho do artista está exposto na galeria de Artes Visuais do Sesc Nova Friburgo.

Maior evento multilinguagem do país, o Festival Sesc de Inverno acontece até 28 de julho de 24 localidades do estado do Rio de Janeiro – a maior edição de todos os tempos. São mais de 550 atrações gratuitas ou a preços populares com música, teatro, dança, literatura, cinema, circo e artes visuais. A exposição “Memórias Habitadas”, porém, poderá ser vista até o mês de outubro. Este ano, o conceito do festival celebra a multiplicidade do Brasil, representada pelo acróstico “P-L-U-R-A-L”, que busca resumir em seis outras palavras a diversidade cultural do país: P, de povos, L, de lugares, U, de união, R, de raízes, A, de artes e L, de linguagens. A programação completa pode ser conferida em festivalsescdeinverno.com.br.

Exposição “Memórias Habitadas”

Galerias do Sesc Nova Friburgo, Sesc Teresópolis e Sesc Três Rios. Artistas: Alberto Pereira, Alessandro Fracta, Alice Yura, Asmahen Jaloul, Bruno Gari, Domeio, Eliana Alves Cruz, Gê Viana, Joelington Rios, Marina Feldhues, Mariana Maia, Mayara Ferrão, Mbé, Pérola Santos, Rona, Roberta Holiday, Rodrigo Ribeiro-Andrade, Silvana Marcelina, Tayná Uràz, Xadalu Tupã Jekupé e Yoko Nishio

Curadoria: Barbara Copque, Letícia Puri e Roberta Filgueiras Mathias

Consultoria: Ana Paula Alves Ribeiro

Sesc Nova Friburgo: Av. Pres. Costa e Silva, 231

Sesc Teresópolis: Av. Delfim Moreira, 749

Sesc Três Rios: R. Nelson Viana, 327

A diversidade de linguagens de J. Cunha

18/jul

A Pinacoteca Pina Estação, Largo General Osório, Santa Efigênia, São Paulo, SP, apresenta até 29 de agosto uma retrospectiva de J. Cunha (Salvador, 1948), a maior já realizada em sua carreira. Próximo de completar exatos 60 anos de carreira, J. Cunha recebe sua maior exposição individual sob a curadoria de Renato Menezes. Com cerca de 300 itens, entre pinturas, desenhos, cartazes, estampas, objetos e documentos, “J. Cunha: Corpo tropical” exibe a trajetória do artista, acompanhando seus percursos pela Bahia e sua projeção nacional e internacional. A mostra enfatiza o caráter experimental, a diversidade das linguagens e o compromisso político do artista e de sua obra.

Códice e obras inéditas

Como ponto alto está a obra Códice (2011-2014), um painel de três por sete metros que nunca foi exposto em São Paulo e apenas três vezes apresentado ao público de forma completa. Na mostra, são apresentadas também algumas obras inéditas dos anos 1970, além de um expressivo conjunto de tecidos estampados para o bloco afro Ilê Aiyê, produzidos entre os anos 1980 e 2000.

A exposição se divide em três partes, organizadas de maneira cronológica:

Parte 1: “Made in Brasil”, onde vemos o início da carreira do artista, dividido entre a pintura e a dança, preocupado em refletir sobre o Nordeste e em criticar o avanço do capitalismo e a perda das identidades locais.

Parte 2: “Passar por aqui”, são apresentados os 25 anos seguintes de sua carreira, dos anos 1980 a 2005, período marcado pelo aprofundamento de sua atividade gráfica.

Parte 3: “Neobarroco Afro-pop”, é apresentada a fase mais madura do artista, desde os anos 2000 até os dias atuais. Sua pintura ganha escala, sua atenção volta-se para os grafismos caboclos, ícones pop e símbolos do cangaço.

Sobre o artista

J. Cunha nasceu na Península de Itapagipe, em Salvador, em 1948. José Antônio Cunha ingressou no curso livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia aos 18 anos de idade. Foi cenógrafo e figurinista do grupo folclórico Viva Bahia, colaborou com o Balé Brasileiro da Bahia, Balé do Teatro Castro Alves e, durante 25 anos, assinou a concepção visual e estética do bloco afro Ilê Aiyê, além de decorações dos Carnavais de rua de Salvador. Artista plástico, designer gráfico, cenógrafo, dançarino e figurinista, participou de bienais, integrou exposições coletivas e realizou mostras individuais nos Estados Unidos, na África e na Europa.

A extensão da identidade de Marisa Nunes

“Liberdade Só – A Sombra da Montanha é a Montanha”: A Reflexão de Marisa Nunes sobre a Liberdade e a História” é uma imersão artística com curadoria de Juliana Mônaco na Art Lab Gallery, Vila Madalena, São Paulo, SP, que mergulha na complexa relação entre Liberdade e História. A mostra explora a busca humana pela liberdade através de uma lente pessoal e coletiva, onde cada peça reflete a profundidade das experiências da artista. Inspirada pelo poema “A bandeja de prata” de Natan Alterman. A artista investiga a metáfora “não se entrega um estado numa bandeja de prata”, utilizando-a como fundamento para suas criações e afirmando que “a sombra da montanha é a montanha” em uma representação da totalidade de sua exposição, onde cada trabalho é uma extensão de sua própria identidade. O vernissage será no dia 20 de julho e permanecerá em exibição até 05 de agosto.

A artista utiliza técnicas mistas em pintura, com sobreposições de tintas e colagens de folhas de ouro, além de esculturas em aço. Sua obra é uma manifestação da evolução pessoal e coletiva, tecendo memórias de infância, adolescência e a construção de sua personalidade adulta. As influências culturais e religiosas são evidentes em suas peças, refletindo a complexidade da busca humana pela liberdade. A exposição inclui uma instalação premiada em primeiro lugar no Bunkyo 2023, sob a orientação de Yutaka Toyota, além de 35 pinturas em técnica mista, 11 esculturas em ferro carbonado e dois painéis inéditos de 3×3 metros. As obras de Marisa Nunes são marcadas pelo uso simbólico do vermelho e do preto, representando a fumaça, o sangue e o caos das guerras que permeiam a História da Humanidade. O aço carbonado é utilizado para simbolizar a dor, enquanto as paletas leves e os cenários de paz contrastam, sugerindo a dualidade entre conflito e serenidade.

Juliana Mônaco, curadora da exposição, destaca que a arte de Marisa Nunes é uma expressão multifacetada da liberdade. Sua imersão na cultura oriental e o estudo disciplinado de temas complexos enriquecem a narrativa visual de suas obras. Cada peça é uma extensão de sua própria essência, revelando uma harmonização entre formas, cores e sentimentos que refletem a dualidade da vida.

A biografia de Marisa Nunes é um testemunho de perseverança e dedicação. A artista dedicou-se por aproximadamente três anos à criação dos painéis de grande formato que integram esta exposição. A artista apresenta um trabalho que vai além da simples representação, oferecendo ao público uma experiência imersiva e reflexiva sobre a jornada em busca de liberdade e autocompreensão.

Alban Galeria apresenta mostra de Paulo Whitaker

17/jul

A Alban Galeria, Ondina, Salvador, BA, apresenta a exposição “Paulo Whitaker – Solavanco, ou entre o cético e o racional e o místico e sensível”. Trata-se da segunda do artista na galeria, desta vez reunindo obras – pinturas e desenhos – que convergem para uma nova abordagem artística, diferente dos trabalhos produzidos nos últimos anos. Paulo Whitaker ocupa um espaço singular na produção contemporânea brasileira, sendo um artista de renome internacional, com presença em diversas bienais e obras espalhadas por vários países. A abertura da exposição acontecerá no dia 25 de julho e permanecerá aberta ao público até 31 de agosto.

“As pinturas apresentadas aqui substituem a vibração de formas sobrepostas e sobrecarregadas – característica de trabalhos anteriores, realizados entre 2000 e meados da década de 2010 – por superfícies com um número menor de elementos, em que a maioria dos componentes está disposta lado a lado ou em justaposição”, analisa o crítico José Augusto Ribeiro, mestre em Teoria, História e Crítica de Arte pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e atualmente curador-sênior na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Segundo José Augusto Ribeiro, é comum nas obras desta fase atual do artista “que as formas se encostem, liguem-se sutilmente, pelas pontas. Os elementos são colocados, dessa maneira, em relação aberta e direta uns com os outros – autônomos e, a uma só vez, em contato. Quase como se estivessem a lembrar que a produção como um todo conduz sua marcha pelas extremidades da linguagem, a fim de estender-se ao limite, para aproximar-se de outros conhecimentos, técnicas e soluções – da colagem, da gravura, da serigrafia, da escultura”.

Paulo Whitaker, por sua vez, diz que as obras dessa mostra atestam a natureza imprevisível do seu trabalho. Como ele observa, o uso do stencil e das “máscaras” de papel é marcado por uma “inserção abrupta”, que se reforça com as próprias características de sua criação: “Sempre trabalhei no chão, fazendo pinturas que vão sujando, ficando menos limpas, manchadas, deixando aparente o processo criativo. Tudo o que a pintura passou até chegar a um resultado final fica registrado na criação. Não tenho ímpeto de esconder isso. Tudo é explicito. O uso do papel na feitura das máscaras facilita essa exposição criativa, levando aos contornos imprecisos do que pretendo evidenciar”, explica o artista, lembrando que “hoje em dia me sinto muito a vontade para revisitar o meu trabalho de 30 anos atrás, trabalhando em cima disso, ainda que com o necessário distanciamento”.

Artista renomado

Nome renomado do circuito nacional de arte contemporânea, Paulo Whitaker pode ser identificado, de certa maneira, como um integrante da Geração 80 que reivindicou um retorno à pintura, como resposta ao conceitualismo em voga até então. Ainda que estivesse geograficamente distante de nomes como Beatriz Milhazes, Daniel Senise, Leda Catunda, Luiz Zerbini e mais, o artista partilhava do mesmo senso de vocação quase única e exclusiva à prática pictórica, entendendo a pintura como um ofício diário, digno tanto de densas articulações teóricas quanto de um modelo de trabalho que o exigia (e ainda exige), rigor, dedicação plena e integral a este fazer artístico. Em seu processo, Paulo Whitaker encara a superfície da tela como um plano livre, onde formas, cores e demais elementos aparecem ao longo da feitura da obra, sem que o artista estabeleça um pensamento prévio ou defina pragmaticamente um resultado já pensado para o trabalho artístico. Em sua vasta trajetória, o artista tem sido radicalmente fiel à ideia de um processo de trabalho que viu, ao longo das décadas, o surgimento de cores mais vibrantes tomarem suas telas, ainda que tenha seguido fiel à ideia de um percurso de realização que se assemelha a uma constante resolução dos “problemas” que estas vão lhe apresentando, conforme as pinta, em seu atelier.

Sobre o artista

Nascido em São Paulo em 1958, pintor e desenhista, Paulo Whitaker formou-se em Educação Artística na Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina – Udesc/SC, em 1984.  Entre 1991 e 1992, tornou-se artista residente no Plug In, em Winnipeg, no Canadá, em E-Werk Freiburg na Alemanha e em 1999 no The Banff Centre for the Arts, também no Canadá. Neste mesmo ano participou da exposição Arte Contemporânea Brasileira sobre Papel no MAM, em São Paulo. Ao longo de sua trajetória, participou de importantes eventos internacionais, como a 3ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre; a Biennale de Montreal/Canadá, e a Bienal Internacional de São Paulo.  Em 1993, recebeu o Prêmio Gunther de Pintura do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, em 1998, no VI Salão Nacional Victor e o Grande Prêmio no Museu de Arte de Santa Catarina. Recentemente, participou das exposições: 2024-A Maior Metade, com Virgílio Neto, Galeria Index, Brasília; 2022-Uma Mão Lava a Outra, Olhão SP, collab Virgílio Neto, curadoria de Antônio Lee e, no mesmo ano, Pequenas Pinturas, Auroras SP, curadoria de Ricardo Kugelmans e Pollyana Quintella em 2021-Setas e Turmalinas, Casa de Cultura do Parque, curadoria Gisela Domschke. As obras do artista estão em acervos de importantes instituições e museus como: Museu de Arte de Santa Catarina – MASC, Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM/SP, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, MAC/USP, Museu de Arte Contemporânea do Paraná – MAC/PR, Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Älvares Penteado – MAB/Faap, Pinacoteca do Estado de São Paulo, entre outros.

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