Adriana Varejão no MAR

07/dez

Encerrando o ciclo de comemorações pelos cinco anos do Museu de Arte do Rio, Centro, Rio de janeiro, RJ, todos sob a gestão do Instituto Odeon, uma bandeira de Adriana Varejão será hasteada na instituição no próximo sábado, 08 de dezembro, às 17h.

 

Com o intuito de aumentar a visibilidade do MAR na Praça Mauá e marcar o museu como a embaixada da arte no Rio, a diretora executiva da instituição, Eleonora Santa Rosa, convidou a artista para criar uma bandeira de quase 20 metros para reativar o mastro do prédio, nunca antes utilizado desde a sua inauguração, em 2013.

 

A experiência é nova para Adriana Varejão. “Essa é minha primeira bandeira. Minhas inspirações foram a Pequena África, região do MAR, e o corpo da mulher. Por isso, uso um búzio que remete a casa e ao universo feminino, além de ter uma forte relação com o mar lembrando a chegada dos Africanos à região”, explica.  A bandeira tomou forma através das mãos de uma costureira que atende ao lado do museu.

 

Adriana é carioca e uma das artistas brasileiras de mais destaque na cena contemporânea, no Brasil e no exterior. Realiza exposições individuas desde 1988, sendo a última este ano na Victoria Miro Gallery, em Veneza, Itália.

 

Na exposição Mulheres na Coleção MAR, aberta ao público em 16 de novembro no Museu de Arte do Rio, a artista participa com cinco obras: as pinturas “Monocromo “Jiaguwen” (2011) e “Polvo Portraits – Amazônia” (2014), as fotografias “Mêlée de Guerriers Nus – Redux” (2005) e “Contingente” (2000), e “Tintas Polvo” (2013), uma caixa de madeira com tampa de acrílico, contendo tubos de tinta a óleo em bisnagas de alumínio.

 

 

Sobre o Museu de Arte do Rio – MAR

 

Uma iniciativa da Prefeitura do Rio em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o MAR tem atividades que envolvem coleta, registro, pesquisa, preservação e devolução à comunidade de bens culturais. Espaço proativo de apoio à educação e à cultura, o museu já nasceu com uma escola – a Escola do Olhar -, cuja proposta museológica é inovadora: propiciar o desenvolvimento de um programa educativo de referência para ações no Brasil e no exterior, conjugando arte e educação com base no programa curatorial que norteia a instituição. O MAR é gerido pelo Instituto Odeon, uma organização social da Cultura, selecionada pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro por edital público. O museu tem o Grupo Globo como mantenedor.

 

A Escola do Olhar conta com patrocínio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, da Dataprev e One Health via Lei Municipal de Incentivo à Cultura. A Aliansce apoia as visitas educativas – Partiu MAR via Lei Rouanet. A Verde apoia o programa de Formação com Professores da Escola do Olhar via Lei Rouanet. A Vivo patrocina o programa de cultura MAR de Música 2018 através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. O MAR conta também com o apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, e realização do Ministério da Cultura e do Governo Federal do Brasil por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

 

 

Serviço

 

Entrada: R$ 20 I R$ 10 (meia-entrada) – para pessoas com até 21 anos, estudantes de escolas particulares, universitários, pessoas com deficiência e servidores públicos da cidade do Rio de Janeiro. O MAR faz parte do Programa Carioca Paga Meia, que oferece meia-entrada aos cariocas e aos moradores da cidade do Rio de Janeiro em todas as instituições culturais vinculadas à Prefeitura. Apresente um documento comprobatório (identidade, comprovante de residência, contas de água, luz, telefone pagas com, no máximo, três meses de emissão) e retire o seu ingresso na bilheteria. Pagamento em dinheiro ou cartão (Visa ou Mastercard).

 

Bilhete Único: R$ 32 – R$ 16 (meia-entrada) para cariocas e residentes no Rio de Janeiro, mediante apresentação de documentação ou comprovante de residência. Serão considerados documentos comprobatórios aqueles que contenham o local de nascimento, tais como RG, carteira de habilitação, carteira de trabalho, passaporte etc.  Serão considerados comprovantes de residência os títulos de cobrança com no máximo 3 (três) meses de emissão, como serviços de água, luz, telefone fixo ou gás natural, devidamente acompanhado de documento oficial de identificação com foto (RG, carteira de habilitação, carteira de trabalho, passaporte etc.) do usuário.

 

Política de gratuidade: Não pagam entrada – mediante a apresentação de documentação comprobatória – alunos da rede pública (ensinos fundamental e médio), crianças com até 5 anos ou pessoas a partir de 60, professores da rede pública, funcionários de museus, grupos em situação de vulnerabilidade social em visita educativa, Vizinhos do MAR e guias de turismo. Às terças-feiras a entrada é gratuita para o público geral.

 

Terça a domingo, das 10h às 17h. Às segundas o museu fecha para o público.

Novo livro de Beatriz Milhazes

05/dez

A Carpintaria, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, lança o livro “Beatriz Milhazes Colagens”, pela Editora Cobogó. Durante o evento – 05 de dezembro – 19hs – , uma conversa entre a artista e a curadora Luiza Interlenghi. É a primeira monografia dedicada às colagens da artista. A edição conta com organização e ensaio crítico de Frédéric Paul, curador do Centre George Pompidou, e entrevista realizada por Richard Armstrong, diretor do Guggenheim Museum de Nova York.

 

Durante uma residência na Bretanha, em 2003, Beatriz Milhazes ofereceu chocolates e doces para a equipe do centro de arte, pedindo que cada um lhe devolvesse os papéis das embalagens depois de comerem. Em sua mala, ela já havia trazido do Brasil toda uma seleção de embalagens. Foi desse modo que a artista iniciou um novo projeto: o de colagens.

 

Até então, a colagem era, para Beatriz, uma atividade secundária, uma espécie de rascunho das pinturas. “Ajudou a desenvolver minha linguagem sobre pintura apenas com tinta, desenhos originais criados por mim mesma, mantendo a intensidade, a lealdade das cores. Eu podia justapor e conferir as imagens antes de colá-las na tela, e também a textura da superfície era lisa”, relembra Milhazes.

 

Com o tempo, a técnica das colagens foi ganhando um rumo próprio e destaque dentro do atelier de Milhazes. “Existe uma troca muito interessante entre minhas colagens em papel e minha pintura. Cada processo tem seu próprio tempo e suas necessidades. Só precisamos ouvir”, explica a artista em entrevista dada a Richard Armstrong publicada no livro.

 

“As colagens têm uma espécie de diálogo com um diário imaginário. Os papéis colecionados vêm de uma variedade de interesses: às vezes é uma atração estética, em outras são parte de uma rotina, como embalagens de chocolate ou recortes que sobraram de impressões existentes. Por isso a construção da composição da colagem cria um diálogo que só existe na colagem”, afirma a artista.

 

Para o organizador do livro, o curador do departamento de arte contemporânea do Centre George Pompidou, Frédéric Paul, ao utilizar ingredientes descartáveis para suas colagens, Milhazes enfatiza a aceleração dos ciclos do gosto artístico. “A futilidade da guloseima e das compras são a expressão da fútil versatilidade dos indicadores de tendências. São também, seguramente, a expressão da presumida futilidade decorativa. A obra de Milhazes possui a extraordinária complexidade das coisas simples, e nos coloca diante de uma estonteante evidência plástica”, conclui Paul.

 

 

Beatriz Milhazes, Colagens
Editora Cobogó 2018
Organização: Frédéric Paul
Textos: Frédéric Paul e Richard Armstrong
Português/Inglês Capa dura
240 páginas 20 x 24 cm
ISBN: 978-85-5591-064-7
Preço de capa: R$ 125,00

Sete fotógrafos no Museu Afro Brasil

O Museu Afro Brasil, promove no próximo dia 08 de dezembro, às 12h, a abertura da exposição coletiva “Olhares Revelados”. Como sugere o nome da mostra, “Olhares Revelados” pretende desnudar aos olhos do espectador a arte da constante busca pelo sentido da imagem no fazer fotográfico. A curadoria da exposição é de Silvio Pinhatti.

 

Nos últimos anos, temos experimentado a cada instante um imenso crescimento da produção de imagens por multidões de celular em punho e redes sociais como o Instagram e o Facebook. Como é possível, num cenário como esse, valorizar a produção fotográfica e ressignificar o ofício do fotógrafo? Se hoje um senso comum afirma que ‘qualquer um’ pode produzir imagens – que vão se perder nas redes sociais num movimento praticamente sem autoria – como cristalizar a arte fotográfica com o cuidado, a atenção e o labor que ela merece? Como estender uma linha do tempo que faça jus a artistas tão fundamentais, que nos ensinaram que a fotografia é uma arte narrativa, memorável, imprescindível? Se tem se tornado tão banal a produção de imagens prolixas, é possível observar nelas uma frouxidão de sentido que sem dúvida não faz parte da fotografia como surgiu e se encorpou ao longo do século XX. Desse modo, é preciso que estejamos atentos aos artistas-fotógrafos que continuam zelando por essa arte”, afirma Pinhatti.

 

“Olhares Revelados” reúne 87 fotografias de sete fotógrafos brasileiros: Andrea Fiamenghi, Eidi Feldon, Gil Rennó, Lucila de Avila Castilho, Paulo Behar, Pedro Sampaio e Tuca Reinés. Para além do ofício que une os sete profissionais, os artistas selecionados possuem em comum o afeto e a celebração do fazer fotográfico tal qual o mesmo se popularizou no século 20, buscando por meio da fotografia a beleza, a comunicação e a impressão de sentido à imagem.

 

 

 

Sobre os artistas

 

Andrea Fiamenghi
Nascida em São Paulo, Andrea Fiamenghi vive em Salvador, na Bahia, desde os quatro anos idade. Sua paixão pela fotografia a fez encontrar-se com a obra de Pierre Verger, grande fotógrafo e antropólogo francês, residente em Salvador. Do encontro com a obra e sob a influência do mestre, começa a retratar o povo nas ruas de Salvador e a desenvolver pesquisas. Na mostra “Olhares Revelados”, Andrea apresenta imagens da Cerimônia Águas de Oxalá e as festas do calendário religioso do Terreiro Iiê Axé Opô Aganju.

 
Eidi Feldon
Designer e fotógrafa, Eidi Feldon fez orientação de fotografia com Claudia Andujar nos anos 1970, e desde então sempre esteve de máquina em punho. Em “Olhares Revelados”, Feldon mostra registros da série “Thesaurus – O Lugar da Observância”, que reúne fotos que nos falam de um vestígio de tempo passado, mas também de um conjunto de circunstâncias do presente, que antevê os aspectos disruptivos de uma civilização que atravessa o seu momento mais pungente de deterioração ecológica.

 

Gil Rennó
Há quinze anos vivendo na Serra da Mantiqueira, Gil Rennó vem fotografando a fauna e a flora locais, sua gente, seu comércio e seus hábitos. Na exposição “Olhares Revelados” o artista apresenta fotografias de duas manifestações da cultura popular local cruciais para a população da Serra da Mantiqueira. São elas as comemorações da Festa de Treze de Maio no bairro do Quilombo em São Bento do Sapucaí, e a Via Sacra no município de Gonçalves (MG), em que a população faz uma peregrinação em volta da pedra do Cruzeiro.

 
Lucila de Avila Castilho
Nascida em São Paulo, em 1957, a artista é especialista em fotografia de viagem. Segundo o fotógrafo André Douek: “Na fotografia de Lucila identificamos os elementos, as estações e as criaturas. Estamos diante das cenas da gênesis”. Na exposição “Olhares Revelados”, Lucila apresenta imagens da Escócia, Chile, Itália e Islândia.

 

Paulo Behar
Com diversas fotos publicadas pela National Geographic e BBC Brasil, Paulo Behar procura registrar as belezas da natureza e vida selvagem, com um olhar que busque impactar e emocionar o espectador. Na mostra “Olhares Revelados”, o artista mostra fotografias da natureza selvagem encontradas em lugares como Chile, Cananéia (SP), Cubatão (SP), Pantanal do Rio Negro (MS), Poconé (MT), Barão de Melgaço (MT), Jardim (MS), Miranda (MS), Porto Jofre (MT).

 

Pedro Sampaio
Paulistano de 27 anos, acostumado à vida da metrópole e com formação multidisciplinar, Pedro Sampaio fotografa a resistência cultural dos que vivem à margem da globalização nos centros urbanos. Em suas viagens para Cuba, Irã, Líbano, países desacreditados pela imagem dos noticiários ou comunidades brasileiras isoladas da grande mídia, a fotografia lhe permitiu registrar aquilo que testemunhava.

 

Tuca Reinés
O premiado fotógrafo Tuca Reinés exibe retratos feitos na aldeia de Jerusalém, província de Laikipia, centro do Quênia, África. Com cerca de 300 habitantes, a aldeia congrega três das principais etnias do norte do país: Samburu, Turkana e Borana.

 

 

Até 13 de janeiro de 2019.

 

Tinho e os brinquedos na Movimento

27/nov

Colorida, lúdica e ao mesmo tempo reflexiva, a nova exposição de Tinho – um dos grandes nomes da arte urbana no Brasil – faz uma homenagem à infância. Estes instigantes trabalhos aprofundam as ideias contidas na obra “Mar de Brinquedos” – tela que compõe a série “Sete Mares” – na qual o artista explora suas referências oriundas da moda, discos, livros, shapes, filmes e obras de artes.

 

Com curadoria de Marcus de Lontra Costa, “Quem me navega é o mar” apresenta pinturas a óleo em que os brinquedos são o fio condutor para uma viagem pela subjetividade infantil. Tinho expõe estes novos trabalhos na Galeria Movimento, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, entre os dias 29 de novembro e 05 de janeiro de 2019.

 

“Escolhi o Mar de Brinquedos para ser o primeiro desdobramento das sete telas que compõem a série porque uma das minhas pesquisas é a respeito da formação do ser humano no ambiente metropolitano. É com os brinquedos que a criança faz experimentos de coisas que ela observa no mundo real em um ambiente imaginário”, explica o artista.

 

As 16 obras revelam o imaginário infantil por meio de diversos símbolos das primeiras idades, como o velocípede, o cavalo de pau e o carrossel, entre outros. A navegação segue na companhia de um dos ícones da obra do artista – o “Boneco de Pano”. Representado de várias formas, ele provoca a imaginação do público em 16 versões espalhadas pela galeria. Shapes de skates também ganham destaque entre as peças.

 

“O Boneco de Pano também é um brinquedo artesanal, feito em casa. Na exposição, quando eu falo de brinquedos, não estou me referindo somente aos industrializados. Em algumas obras mostro brinquedos em que as crianças criam com a sua própria imaginação. Um exemplo é quando a criança pega uma caixa de papelão e imagina uma casa, um carro ou até mesmo um avião”, revela Tinho.

 

Ao abordar este âmbito onírico, o artista convida o público adulto à reflexão Ele acredita que por meio da fantasia e dos mitos, as pessoas transformam suas realidades para lidar melhor com suas questões internas e problemas.

 

Pai de um menino de nove anos e uma menina de sete meses, o artista se inspirou menos em sua infância e mais na de seus filhos. “Minha inspiração vem mais da tentativa de entender o funcionamento da cabeça deles do que a da minha própria infância, já que as minhas lembranças já são mais escassas”, conta o artista.

 

O público é convidado a interagir com a exposição por meio da doação de brinquedos. O artista vai criar uma instalação no átrio do prédio Cassino Atlântico, em Copacabana, onde está localizada a Galeria Movimento. Os objetos doados farão parte de uma grande obra social. Após o término da exposição, todos os brinquedos arrecadados serão entregues ao Instituto da Criança e distribuídos para crianças carentes.

 

 

Sobre o artista

 

“Tinho, que elabora trabalhos de forte impacto visual associando com precisão informações diretas oriundas da pop art com cenários impactantes, metáforas de mundo no qual convivem o fantástico, o onírico, o real e a técnica impecável.  A obra de Tinho é esse caldeirão de informações: Japão e América Latina, centro e periferia, mangás, comics que abraçam vigorosamente referências artísticas e eruditas”, afirma o curador Marcus de Lontra Costa.

 

Finalista do Prêmio Investidor Profissional da Arte (PIPA Online), em 2012, Tinho realizou diversas exposições individuais na Galeria Movimento, no Rio de Janeiro, em São Paulo e Brasília. No exterior expôs em Londres e em diversas cidades da França.  Desde 1994, o artista participou de muitas exposições coletivas e festivais no Brasil e no mundo, como o Outdoor Festival em (Roma, Itália), no ano de 2015; Graffiti Fine Arts (Los Angeles, EUA), em 2013; Bienal de Havana (Havana, Cuba), em 2009, entre outros.

 

 

Sobre a série “Sete Mares”

 

É composta por diferentes temas. Suas referências partem de livros, discos, brinquedos, obras de arte, moda, filmes e a cultura do skate. Os mares propostos por Tinho não são mares externos. São internos, que fazem referência às suas vivências, aos seus repertórios imagéticos. São mares de inspiração. As sete obras desta série serão apresentadas juntas no Museu Paço Imperial, no segundo semestre de 2019.

 

As pinturas, que para o artista é a realização de um sonho, constituem‐se como uma forma de agradecimento e homenagem a todos aqueles que alimentaram e continuam alimentando seu imaginário. É o seu próprio fascínio diante de tais imagens. Os mares latentes em Tinho se apresentam como um convite ao expectador para adentrar em seu universo e entender como cada objeto influenciou sua formação pessoal, profissional e artística. Conhecer os Sete Mares aqui, é conhecer o mundo do artista.

Bechara em Lisboa/Pintura e instalação

26/nov

A galeria Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Lisboa, Portugal, inaugurou a exposição individual Um raio todos os dias do artista José Bechara. A exposição reúne trabalhos produzidos a partir de 2017 e 2018 e inclui alguns inéditos. O conjunto é formado por cerca de 20 pinturas de grande, médio e pequenos formatos, muitas das quais produzidas com recurso ao processo habitual do artista: a intervenção de acrílico e oxidação de emulsões metálicas sobre lona usada de caminhão.

 

Nesta nova fase de trabalhos, José Bechara alarga o campo de pesquisa sobre o desenho, a pintura, a escultura e a instalação ao construir obras quase imersivas e expansivas que estendem a linha, a superfície, o plano a outras possibilidades, reconfigurando o espaço expositivo da galeria.

 

A exposição apresenta uma instalação inédita de grande escala, produzido a partir da ordenação no espaço arquitetônico de vidros planos e uma variedade de objetos em madeira, papel cartão, outros elementos metálicos e eventualmente mármore. O uso desta multiplicidade de materiais propõe uma discussão sobre fronteiras e gêneros das linguagens visuais fazendo colidir práticas oriundas das experiências escultórica, pictórica e gráfica. Situar o trabalho entre fronteiras, chamar atenção para uma permanente oscilação entregêneros constitui matéria fundamental nas investigações de Bechara. É esta impertinência e transitoriedade do seu trabalho que o artista transpõe para a própria existência.

 

A palavra do artista

 

Tudo é frágil em meu trabalho que contém esforço e dificuldades para emergir, assim como nós, indivíduos humanos. Embora possam parecer nascer de operações brutais os trabalhos podem quebrar-se, despencar de diferentes alturas, desfazer-se por uma perturbação inesperada do espaço ao redor. Minha geometria hesita. Ora aparece, ora desaparece. Falha, portanto, como falhamos. Esforça-se, como nos esforçamos para existir.

 

 

Sobre o artista

 

José Bechara nasceu no Rio de Janeiro em 1957, onde trabalha e reside. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), localizada na mesma cidade. Participou da 25ª Bienal Internacional de São Paulo; 29ª Panorama da Arte Brasileira; 5ª Bienal Internacional do MERCOSUL; Trienal de Arquitetura de Lisboa de 2011; 1ª Bienalsur – Buenos Aires; 7ª Bienal de Arte Internacional de Beijing e das mostras “Caminhos do Contemporâneo” e “Os 90” no Paço Imperial – RJ. Realizou exposições individuais e coletivas em instituições como MAM Rio de Janeiro – BR; Culturgest – PT; Ludwig Museum (Koblenz) – DE; Instituto Figueiredo Ferraz – BR; Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, BR; Fundação Calouste Gulbenkian – PT; MEIAC – ES; Instituto Valenciano de Arte Moderna – ES; MAC Paraná – BR; MAM Bahia -BR; MAC Niterói – BR; Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP, – BR; Museu Vale – BR; Haus der Kilturen der Welt – DE; Ludwig Forum Fur Intl Kunst – DE; Kunst Museum – DE; Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) – BR; Centro Cultural São Paulo – BR; ASU Art Museum – USA; Museo Patio Herreriano (Museo de Arte Contemporáneo Español) – ES; MARCO de Vigo – ES; Es Baluard Museu d’Art Modern i Contemporani de Palma – ES; Carpe Diem Arte e Pesquisa – PT; CAAA – PT; Musee Bozar – BE; Museu Casa das Onze Janelas – BR; Casa de Vidro/Instituto Lina Bo e P.M. Bardi – BR; Museu Oscar Niemeyer – BR; Centro de Arte Contemporáneo de Málaga (CAC Málaga) – ES; Museu Casal Solleric – ES; Fundação Eva Klabin – BR; entre outras. Possui obras integrando coleções públicas e privadas, a exemplo de Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – BR; Centre Pompidou – FR; Pinacoteca do Estado de São Paulo – BR; Ludwig Museum (Koblenz) – DE; ASU Art Museum USA; Museu Oscar Niemeyer – BR; Es Baluard Museu d’Art Modern i Contemporani de Palma – ES; Coleção Gilberto Chateaubriand/MAM RIO -BR; Coleção Dulce e João Carlos Figueiredo Ferraz/Instituto Figueiredo Ferraz – BR; Coleção João Sattamini/MAC Niterói – BR; Instituto Itaú Cultural -BR; MAM Bahia – BR; MAC Paraná – BR; Culturgest -PT; Benetton Foundation-IT/CAC Málaga – ES; MOLAA – USA; Ella Fontanal Cisneros – USA; Universidade Cândido Mendes – BR; MARCO de Vigo – ES; Brasilea Stiftung – CH; Fundo BGA – BR, entre outras.

 

 

Até 12 de janeiro de 2019.

Na FACE Gabinete de Arte

Martin Brausewetter apresenta pinturas e impressões inéditas na mostra “No Fluxo Subterrâneo” na FACE Gabinete de Arte, Pinheiros, São Paulo, SP. Martin revela uma série de pinturas (têmpera ovo e acrílica sobre tela), uma combinação de impressões e cascas de eucalipto (recobertas do mesmo azul da Prússia das pinturas). Todos os trabalhos são inéditos. A mostra tem texto crítico da curadora Ana Avelar (professora de Teoria, Crítica e História da Arte na Universidade de Brasília -UnB).

 

 

Diferentemente da sua última exibição em São Paulo, “Descontruções em tempos líquidos” (Galeria Mezanino, em 2015), o artista agrupa obras de naturezas distintas e usa elementos naturais, numa espécie de site specific, criando um diálogo pertinente com as pinturas, que sugerem paisagens, topografias, arquiteturas em ruínas e crostas terrestres.

 

“Martin Brausewetter movimenta tempos e lugares da pintura contemporânea, manejando habilmente prováveis anacronismos, por meio de manchas, campos de cor, linhas e texturas”, diz Ana Avelar, que também apresentou o texto da última mostra individual do artista e foi finalista do Prêmio Marcantonio Vilaça e membro do comitê de seleção do Programa Rumos Itaú Cultural, em 2017.

 

 

Sobre o artista

 

Martin Brausewetternasceu em Viena, Áustria, em 1960. Formou-se na Hochschule für angewandte Kunst (Universidade de Artes Aplicadas de Viena), em 1987. Vive e trabalha entre São Paulo e Viena. Seu trabalho funda-se na confrontação de dois elementos essenciais: a técnica por ele adotada e os motivos sugeridos pelas composições de formas abstratas. No caso da pintura (meio de onde parte toda a poética do artista) e das obras sobre papel, utiliza a têmpera de ovo, técnica que permite ao artista se beneficiar de longos intervalos de tempo, em que vai sobrepondo diversas camadas de cor, as quais são desfeitas à medida que remove partes da superfície com gilete. O azul da Prússia, de aspecto aveludado, uma vez que não lhe é aplicado nenhum verniz, cumpre um papel vital na composição das telas, apresentando a dualidade do cheio/vazio e da constituição da matéria.
Sua obra está presente em diversas coleções particulares, no Brasil e Áustria, além de importantes coleções públicas: Sammlung Vienna Insurance Group (Viena), MA7 Kulturabteilung der Stadt Wien (Acervo Público da Cidade de Viena) e Arthotek des Bundes (Acervo Público do Ministério de Cultura da Áustria, Viena). Em 2010, Brausewetter recebeu o prêmio Kapsch Art Award.
Desde 1986, o artista integrou diversas exposições, individuais e coletivas, principalmente no Brasil e na Áustria. Realizou individuais ‘Descontruções em tempos líquidos’, Galeria Mezanino, São Paulo (2015), ‘Tsespmilap – die Umkehr des Gewesenen’, Lukas Feichtner Galerie, Viena, Áustria (2014), ‘Otsespmilap’, Espaço Contraponto 55, São Paulo (2013), Haus Wittgenstein, Viena, Áustria (2013), Galeria Vertente, São Paulo (2011) e Haus aus der Kultur, Sammlung Thomastik, Infeld, Halbturn Haus Wittgenstein, Vienna (2008), além das coletivas: ‘Abstrakt und Konkret’, Altes Mesnerhaus, Himmelberg, Áustria (2012), ‘15 x 15 – 15 Jahre Kunstforum Unterland’, Neumarkt, Itália (2012), “Ringturm, Sammlung Vienna Insurance Group”, Leopold Museum, Viena (2011), Kapsch Art Award “changing views”, Künstlerhaus Wien, Viena (2010) e Kapsch Art Award “changing views”, São Paulo/Viena (2009).

 

 

Sobre a galeria
Com um ano e meio de funcionamento, o espaço é dirigido pelo colecionador Francisco de Assis Cutrim Esmeraldo [ex-sócio da Galeria Mezanino) e pela historiadora Eugênia Gorini Esmeraldo (ex-coordenadora de Intercâmbio do MASP e mestra em História pela Universidade Estadual de Campinas) e tem como foco a difusão de artistas brasileiros modernos e arte popular.

 

 

Até 23 de fevereiro de 2019.

Art Basel Miami Beach 2018

23/nov

A Bergamin & Gomide tem o prazer de anunciar a sua 5ª participação na Art Basel Miami Beach! Este ano a feira contará com mais de 200 galerias e vai acontecer no Convention Center de Miami.

 

Para essa edição, vamos apresentar um projeto curatorial que propõe um diálogo entre artistas internacionais e obras históricas brasileiras, tendo como recorte principal a produção artística de 1970 a 1990. Com destaque para Mira Schendel, Ivan Serpa, Antoni Tàpies, Tunga, Fabio Mauri. Também participaremos do projeto Kabinett, com obras do carioca Paulo Roberto Leal.

 

Nesta obra sem título da década de 1980, José Resende valoriza muito a escolha dos materiais, que possuem uma qualidade expressiva. A cera se solidifica facilmente, permitindo que o gesto do artista seja cristalizado na obra. As potencialidades expressivas dos materiais utilizados também estão em ressonância com as investigações da Arte Povera e do Pós-Minimalismo Americano.

 

Esperamos sua visita no estande D4!

 

 

 

5 a 9 de Dezembro [December 5th – 9th]
Estande D4. Convention Center, Miami Beach

José Resende

Fundação Iberê Camargo/jantar e leilão

Evento que acontece no dia 27 de novembro, em Porto Alegre, dá início a um programa anual, nos moldes aplicados por grandes instituições internacionais, através de obras doadas por artistas referenciais da arte brasileira e colecionadores que irão a leilão. Os artistas Vik Muniz, Nuno Ramos, José Bechara, Daniel Senise, Artur Lescher, Iole de Freitas, Karin Lambrecht e Maria Tomaselli estarão presentes no jantar. Na ocasião, a instituição lança o Clube Iberê

 

No dia 27 de novembro, terça-feira, a Fundação Iberê Camargo promove o primeiro grande jantar com leilão de obras de arte, dando início a um programa que será realizado anualmente, nos modelos praticados por grandes instituições culturais do mundo. O evento será realizado na Casa NTX. A Fundação espera receber cerca de 800 pessoas, que serão recepcionadas com uma apresentação da Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul e menu especialmente preparado pelo Chef Lucio. Os convites ainda podem ser adquiridos telefone 51 3247.8000 ou pelo e-mail contato@iberecamargo.org.br.

 

Além de Vik Muniz e dos membros da Diretoria e Conselho da Instituição, autoridades e convidados, confirmaram presença no jantar os artistas Nuno Ramos, José Bechara, Iole de Freitas, Daniel Senise, Artur Lescher, Karin Lambrecht e Maria Tomaselli. O leilão será comandado pelo empresário Nelson Sirotsky, Vik Muniz e o marchand Jones Bergamin.

 

 

 

O leilão vai oferecer 13 obras de importantes artistas do cenário da arte brasileira, como José Bechara, Daniel Senise, Nuno Ramos, Vik Muniz, Cildo Meireles, Artur Lescher, Iole de Freitas, Siron Franco, Karin Lambrecht e Maria Tomaselli, além de três obras de Iberê Camargo. As obras foram doadas pelos próprios artistas – com exceção das obras de Karin Lambrecht, Siron Franco e de Iberê Camargo, que foram doadas por colecionadores. O valor arrecadado no evento vai contribuir para a realização das atividades da Fundação em 2019. Os interessados em dar lances no leilão e adquirir as obras, poderão conhecer as peças ao vivo, em um preview que será realizado na instituição até 25 de novembro. As visitas devem ser agendadas pelo telefone 51 3247.8000 ou pelo e-mail contato@iberecamargo.org.br.

 

Uma comissão liderada pela Cônsul honorária da Holanda, Ingrid de Kroes, está mobilizando a sociedade gaúcha para o jantar. Juntas, já comercializaram cerca de 600 convites. São elas: Fernanda Maisonnave, Adriane Kiperman, Ana Espíndola, Ana Logemann, Anna Paula Ribeiro, Anik Suzuki, Audrey Randon, Bruna Stern, Bettina Becker, Carol Logemann, Caroline Kreling, Cecilia Schiavon, Claudia Bartelle, Claudia Wolf Ling, Clenir Wengenovicz, Dulce Helene Goettems, Elisabete Brochmann, Giovana Stefanini, Goia Cairoli, Glaucia Stifelman, Jaqueline Testa, Josiane Castro, Karla Johannpeter, Laura Malcon, Laura Ormazabal Moura, Livia Bortoncello, Maria Elena Johannpeter, Marina Sirotsky, Mauren Motta, Nara Sirotsky, Olga Velho, Paula Weber Rosito, Priscilla Nunes, Renata Weisheimer Rohde, Sandra Echeverria, Sandra Ling e Silvana Zanon.

 

Para viabilizar o jantar e o leilão, a Fundação Iberê Camargo contou com o patrocínio das seguintes empresas: Dufrio (patrocinador Master), Meta, Somma Investimentos, Carpena Advogados, Urban Advisors e Pestana Leilões. Estas empresas assumiram todos os custos para a realização do evento.

 

Na ocasião, também será lançado o Clube Iberê – um projeto que tem como objetivo a criação de um sistema de governança sustentável para a FIC, entregando para seus associados uma série de experiências culturais exclusivas. Com o intuito de fortalecer o movimento cultural e criar espaços para reflexão a partir da arte e suas relações, o Clube Iberê possibilitará aos seus associados a oportunidade de fazer parte da história da Fundação, contribuindo para a construção de um ambiente cultural cada vez mais diverso, inclusivo e transformador e potencializando o acesso à programação cultural.

 

Serviço – Jantar Clube Iberê

Dia 27 de novembro, terça-feira, a partir das 20h

Leilão de obras de arte | lançamento do Clube Iberê | apresentação da Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul

Local: Casa NTX | Av. das Indústrias, 1395 – Anchieta, Porto Alegre – RS (em frente ao Aeroporto Internacional Salgado Filho). Convites a R$ 500,00 por pessoa. Informações pelo telefone 51 3247.8000 ou pelo e-mail contato@iberecamargo.org.br.

 

 

Até 25 de novembro – Preview das obras leiloadas

Local: Fundação Iberê Camargo – Avenida Padre Cacique, 2000

Agendamento de visitas pelo telefone 51 3247.8000 ou pelo e-mail contato@iberecamargo.org.br.

 

 

Sobre a Fundação Iberê Camargo

 

A Fundação Iberê Camargo é uma instituição privada sem fins lucrativos, criada em 1995, a partir de um desejo do próprio artista e sua esposa, Maria Coussirat Camargo, e com o apoio de amigos e empresários de Porto Alegre.

 

Há 22 anos, a Fundação desenvolve ações culturais e educativas com a missão de preservar o acervo, promover o estudo, a divulgação da obra de Iberê Camargo e estimular a interação de seu público com arte, cultura e educação, por meio de programas interdisciplinares. Seu acervo é formado por um núcleo documental, composto de documentos e imagens relacionadas à vida e à obra do artista, e um núcleo com a coleção Maria Coussirat Camargo, que inclui pinturas, gravuras, guaches, desenhos e estudos de Iberê Camargo, obras que o casal acumulou durante a vida.

 

A Fundação Iberê Camargo tem o patrocínio de  Itaú, Grupo GPS, IBM, Oleoplan, Agibank, BTG Pactual, Banrisul e apoio SLC Agrícola, Sulgás e DLL Group, com realização e financiamento do Ministério da Cultura / Governo Federal. Hotel oficial: Ibis Styles Porto Alegre. Serviços de tradução: Traduzca. Patrocinador do projeto Iberê nas Praças: Corsan – Companhia Riograndense de Saneamento. Apoiador da exposição Subversão da Forma: Unisinos.

 

 

Sobre Iberê Camargo

 

Restinga Seca, 1914 – Porto Alegre, 1994 – Iberê Camargo é um dos grandes nomes da arte brasileira do século 20. Autor de uma extensa obra, que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras, Iberê nunca se filiou a correntes ou movimentos, mas exerceu forte liderança no meio artístico e intelectual brasileiro. Dentre as diferentes facetas de sua vasta produção, o artista desenvolveu as conhecidas séries Carretéis, Ciclistas e As idiotas, que marcaram sua trajetória. Grande parte de sua produção, estimada em mais de sete mil obras, compõe hoje o acervo da Fundação Iberê Camargo.

 

 

Karin Lambrecht no Instituto Tomie Ohtake

Com a exibição de “Entre nós uma passagem”, de Karin Lambrecht, o Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, dá prosseguimento ao projeto “Nossas Artistas”, uma sequência de mostras individuais dedicadas a mulheres que fizeram e fazem a história da arte brasileira. Iniciado em 2016, com “I love you baby”, de Leda Catunda, vencedora do Prêmio Bravo de melhor exposição individual do ano, agora o programa contempla a obra da pintora gaúcha, também egressa da geração 80.

 

Com curadoria de Paulo Miyada, a mostra reúne obras de diferentes momentos da carreira de Karin Lambrecht: desde alguns desenhos realizados do início dos anos 1990 até pinturas mais recentes, que constituem a maior parte da seleção. “Trata-se de uma oportunidade para gradualmente imergir no universo visual e reflexivo de uma artista singular na nossa arte, cuja obra oferece uma densa alternativa ao frenesi do consumo de imagens descartáveis que caracteriza os tempos vigentes”, comenta o curador.

 

As telas da artista sugerem particular interesse pelo transcendental, pelo espiritual e pelas religiões a partir de uma paleta obstinada em auscultar a natureza da linguagem dos mais diversos materiais. Além das tintas, outros substratos pictóricos ocupam a superfície de suas pinturas, como ouro, mel, lona, cera de abelha, terra, grafite, linho, pigmento e pastel.  Segundo Miyada, a simples ampliação de recursos para além da trivial “tinta a óleo sobre tela” não seria digna de nota não fosse pela clareza e pelo escrúpulo com que cada matéria atua no campo pictórico. “Mesmo que não seja sempre óbvio qual o material utilizado pela artista, é sempre possível distinguir quais signos, texturas, cores e formas correspondem a recursos distintos, manipulados com uma gestualidade adequada a sua dureza, peso e maleabilidade. O princípio de acumulação dessas substâncias não é, portanto, o da mistura indiferenciada, mas sim o da articulação de órgãos em um organismo visual”.

 

A exposição constrói propositalmente um percurso. O primeiro núcleo de trabalhos é constituído por sete pinturas realizadas entre 1990 e 2013 dispostas sob visibilidade tênue, resultante praticamente dos rebatimentos da luz. Ao ultrapassar este ambiente, o visitante adentra uma clareira como uma ampla nave de fundo semicircular, onde a iluminação é projetada de tal forma que a resplandecência parece nascer das 17 pinturas suspensas, concebidas de 1990 a 2018. “No vértice entre o desejo de saber e a necessidade de crer, alguém imagina uma clareira de silêncio”, escreve Miyada.

 

Na sessão final da exposição, ao atravessar uma cortina de voil, o espectador depara-se com um ambiente claro e branco ocupado por cadernos, desenhos e pequenas pinturas da artista.  Um conjunto de temas, palavras e símbolos que refletem a escala íntima do contato com as obras.

 

“As próprias pinturas, desenhos e cadernos de Karin Lambrecht almejam ser laço e passagem. Presenças imanentes, quer dizer, materialidades que se inserem na experiência possível e compartilhável. Evocações suprassensíveis, ou seja, chamados à contemplação de aspectos invisíveis da existência humana”, conclui o curador.

 

 

Sobre a artista

 

Karin Lambrecht nasceu em 1957, em Porto Alegre, RS, cidade onde vive e trabalha. Graduou-se em desenho e gravura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mudando-se logo em seguida para a Alemanha, onde realizou parte significativa de sua formação como pintora. No retorno ao Brasil, participou das ações desenvolvidas no Espaço N.O., comandado por Vera Chaves Barcellos; integrou a importante exposição “Como vai você, Geração 80?” (Parque Lage, 1984) e dedicou sua produção a realizar uma pintura que borra as fronteiras entre a colagem, o trabalho escultórico e a performance. De caráter sentimental e espiritual, sua produção lida com questões de espiritualidade, acerca da vida e da morte, aplicando textos de maneira simbólica.

 

 

Até 10 de fevereiro de 2019.

Centenário de Athos Bulcão

22/nov

O CCBB Rio, exibe mostra retrospectiva de Athos Bulcão. A exposição celebra o centenário de Athos Bulcão, conhecido pela diversidade de sua obra e inegável importância histórica e cultural. A mostra apresenta mais de 300 obras, incluindo trabalhos inéditos, que tornam possível visualizar seu caminho no Brasil e exterior, desde sua inspiração inicial pela azulejaria portuguesa, seu aprendizado sobre utilização das cores de quando foi assistente de Portinari, até as duradouras e geniais parcerias com Niemeyer e João Filgueiras Lima.

 

Seus famosos painéis coloridos de azulejos estão no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, na Igreja Nossa Senhora de Fátima e no Congresso Nacional. Ele também foi assistente de Cândido Portinari na construção do painel de São Francisco de Assis na Igreja da Pampulha, em BH.

 

A mostra contempla a produção de Athos entre 1940 e 2005, além de trabalhos inéditos de jovens artistas inspirados por sua produção. A exposição investiga o trabalho do artista além da azulejaria, dividida em oito núcleos, como seu uso de cor e da poesia, destaca sua relação com a pintura figurativa, trabalho gráfico e até figurino. A curadoria é de Marília Panitz e André Severo.

 

 

Até 25 de janeiro de 2019.