ANEXO exibe o que não foi visto

01/dez

 

 

 Anexo LONA, Centro, São Paulo, SP, com coordenação artística de Duílio Ferronato, reabre sua agenda expositiva de 2020 com a coletiva “Quase Fim” – virtual e presencial com agendamento prévio – e trabalhos de sete artistas convidados: Clara de Cápua, Daniel Mello, Gabriel Pessoto, Gabriel Torggler, Higo Joseph, Irene Guerriero e Maria Luiza Mazzetto.

 

“Este foi um ano que parecia não ter fim: projetos cancelados, meses intermináveis, notícias desencontradas e de quebra duas eleições conturbadas: uma local e outra internacional. Agora, com “Quase Fim”, o Anexo LONA se propõe a dar fim a 2020 com uma mostra dos trabalhos que perderam oportunidade de serem vistos. Os artistas convidados têm em comum além da persistência do trabalho no ateliê, projetos adiados e cancelados”, explica Duilio Ferronato. Desenhos, pinturas, vídeos e esculturas em exposição, exibem um recorte desse período criativo em confinamento.

 

Clara de Cápua reflete sobre as lembranças que vão se esvaindo e acabam por deixar um buraco na memória enquanto Daniel Mello desenvolve uma pesquisa através do gestual, onde o movimento das mãos e braços faz com que o suporte revele cores e formas intensas. Irene Guerriero mantém seu olhar nas transformações da natureza, mas desta vez também com uma atenção a mais nos espaços vazios; Higo Joseph, que também trabalha com grandes regiões abertas, mantém espaços no papel a serem preenchidos. Gabriel Pessoto desenha, dobra e costura papéis numa tentativa de revelar discussões do lugar do gênero humano e Gabriel Torggler esculpe pequenas peças e as coloca numa paisagem azul, como um grande mar. Maria Luiza Mazzetto, inspirada em organismos vivos, vai preenchendo o papel de forma a princípio intuitiva mas com elaboração bioquímica criando um efeito visual que transforma o visitante em um ser hipnotizado.

 

A proposta de “Quase Fim” é a de arrematar 2020 com cores, formas e bom humor!

 

“Atualizamos nossas questões de virada. Vamos deixar 2020 para ser contado como um ano dolorido e difícil, mas que ao mesmo tempo nos proporcionou tempo para reorganizar questões que o cotidiano vai postergando”, conclui Duilio Ferronato.

 

Um pouco da história do isolamento de cada um:

 

Clara de Cápua — Esta obra integra um projeto desenvolvido após o falecimento de seu pai, em agosto de 2019. Em uma série de trabalhos, busca-se refletir sobre os limites entre presença e ausência. Sobre uma seleção de arquivo fotográfico pessoal – fotos tiradas pela mãe da artista entre os anos 1970 e 1980, em GO e MT – pequenas interferências são realizadas. A figura do pai é recortada em cada uma das cenas.

Daniel Mello — Série de paisagens abstratas onde explora a ilusão de profundidade em uma superfície bidimensional. A pintura acontece em camadas de tinta sobrepostas e sua narrativa é construída através de processo de criação e transgressão dos planos geométricos. Combinação de diferentes formas, elementos gráficos e materiais.

 

Higo Joseph — As esculturas buscam inspiração em monumentos megalíticos, como menires e dolmens, erguidos por diferentes culturas e períodos, desde o paleolítico até o século 19. Já meus trabalhos de aquarela e pintura buscam reflexões relacionadas aos limites, embates e aproximações, explorando a distribuição das formas no espaço.

 

Irene Guerriero — Cor e natureza são os principais assuntos de sua poética em pinturas a óleo ou acrílica sobre tela e colagens sobre papel. Viver num país tropical com vistas coloridas e luz intensa tem um impacto significativo no trabalho, além do movimento psicodélico dos anos 1960. Começando por um ponto equidistante de onde seja possível ajustar um foco na natureza externa e interna, concomitantemente, faz recortes que formam paisagens oníricas.

Gabriel Pessoto — Apresenta parte da série “ambiente moderno”, desenvolvida ao longo de 2020, que se desdobra em mídias variadas. A pesquisa discute a imagem enquanto elemento que opera na construção de desejos e idealizações românticos e eróticos e reflete sobre o trânsito que sofrem entre o analógico e o digital. Também discute papéis de gênero e de pontos de encontro entre conceitos talvez conflitantes como arte x artesanato, público x privado e útil x enfeite.

 

Gabriel Torggler — Propõe uma tentativa de evidenciar alguns personagens contidos nos desenhos que passam muitas vezes despercebidos, devido ao acúmulo de informações no papel, e os pequenos objetos que são muitas vezes banalizados pela saturação de oferta. Utilizo o latão e o inox com o intuito de emular metais valiosos como a prata e ouro criando assim um jogo de valores.

 

Maria Luiza Mazzetto — Constrói mundos orgânicos. Desenhando sobre papel, cria grandes paisagens ou fragmentos de paisagem que poderiam dizer sobre o fundo de mares ou o interior de um organismo vivo, incluindo a proliferação de sociedades fantásticas. Partindo dos desenhos, agora experimenta a colagem, a animação e o biscuit. Para a artista, os organismos vivos, tanto animais, quanto vegetais ou microorganismos são visualmente semelhantes em suas estruturas internas e externas, evidenciando uma proximidade do ser humano com seu entorno natural.

 

Até o dia 30 de janeiro de 2021

Na Casa Roberto Marinho

27/nov

 

 
A Casa Roberto Marinho, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ, reabriu seus espaços com a exposição “Livros e Arte”, alicerçada em grandes paixões de seu patrono: livros e arte.
É incontestável a excepcional qualidade dos livros de artistas, caixas mágicas das quais brotam verdadeiras exposições, editadas pela UQ!Editions, de Leonel Kaz e Lucia Bertazzo. 
 
“Livros e Arte” não se restringe às edições pois Leonel Kaz recolheu, também, de modo a aprofundar o conhecimento, obras correlatas de cada um dos nove criadores visuais. Essas publicações se inserem numa louvável tradição de edições que aproximam arte e imagem. Obras de Antonio Dias, Frans Krajcberg, Paulo Climachauska, Roberto Magalhães, Wanda Pimentel, Carlos Vergara, Luiz Áquila, Leo Battistelli, Luiz Zerbini, Ferreira Gullar e Pedro Cabrita Reis. 
 
Até 31 de janeiro de 2021.

Na Pinta Miami Live

 

A Galeria Patricia Costa participa da Pinta Miami Live, a partir do dia 02 de dezembro, com obras do seu acervo de arte contemporânea. Em sua 14ª edição, a feira internacional acontece desta vez online, em plataforma digital, até o dia 15 de dezembro. Nas fotos, pinturas de Luiz Áquila.

Fotografias na SP-Arte

 

A Simone Cadinelli Arte Contemporânea, galeria sediada em Ipanema, Rio de Janeiro, participa da segunda edição da SP até  feira online organizada pela SP-Arte, dedicada a fotos e vídeos, até de 29 de novembro de 2020, disponível no link: https://www.sp-arte.com/viewing-room/projetos/simone-cadinelli-arte-contemporanea-167, e nas demais plataformas digitais da SP – Arte.

A galeria carioca apresenta fotografias e vídeos realizados a partir de pesquisas e processos diversos por onze artistas: Gabriela Noujaim, Isabela Sá Roriz, Jeane Terra, Jimson Vilela, Leandra Espírito Santo, PV Dias, Rafael Adórjan, Roberta Carvalho, Úrsula Tautz, Virgínia Di Lauro e Vitória Cribb. As obras trazem uma crítica “à reconstrução histórica, à disputa hierárquica social e racial em torno dos algoritmos, ao lugar imaginário e autorreferencial dos artistas”. Os trabalhos abordam ainda a criação da memória, muitas vezes de forma fragmentada e distópica, e a problemática em torno da condição de presença-ausência dos rios nas cidades”, informa a galeria. A fotografia é a principal linguagem técnica das obras selecionadas, e processos variados foram utilizados na construção dessas imagens, como videomapping, Realidade Aumentada, projeção sobre os corpos, intervenção em desenho digital, fotografia performada e transferência de imagem através da monotipia sobre “peles de tinta”.

Na seleção de trabalhos está a obra inédita “Transborda” (2020) de Roberta Carvalho. Paraense de Belém, Roberta mora em São Paulo, onde faz mestrado em artes na UNESP. Nascida em 1980, ela é a criadora do Festival Amazônia Mapping, projeto de arte e tecnologia no espaço urbano, que realiza grandes projeções no centro histórico de Belém, considerado o primeiro festival especificamente de videomapping no país. Na fotografia “Transborda” – impressão pigmentada sobre papel algodão – vê-se a projeção de imagens de grandes rios da Amazônia nas empenas de prédios em São Paulo. A artista começou a fazer este trabalho durante a quarentena, projetando nos prédios vizinhos a seu apartamento imagens coletadas por ela na Amazônia.

BNDES lança mais uma chamada do  Matchfunding BNDES + Patrimônio Cultural, com inscrições até 18 de dezembro

26/nov

 

 

Edição Lab convoca ideias que usem a internet para extrapolar barreiras físicas de patrimônios. Selecionados passam por um lab de cocriação e podem receber R$50mil de match para suas campanhas de financiamento coletivo. 

 

Link para inscrições: benfeitoria.com/bndesmais

 

Analisando o ano de 2020 e entendendo as necessidades da área de cultura, que também foi fortemente impactada pela pandemia, BNDES, Benfeitoria e SITAWI lançam a nova ediçãodo Macthfundig BNDES+. A Edição Lab do programa, pensado para os Patrimônios Culturais materiais e imateriais de todas as regiões do Brasil, como nas edições anteriores de 2019 e 2020, vem com um diferencial: é totalmente voltado para o campo digital. Esse edital, lançado no último dia 18, receberá projetos que queiram utilizar a internet como ferramenta para extrapolar as fronteiras físicas de contato e interação do público com os patrimônios. As inscrições ficam abertas até 18/12.

 

Segundo Luciane Gorgulho, chefe do departamento de desenvolvimento urbano, cultura e turismo“O Matchfunding BNDES+ – Edição Lab reforça o alcance do Programa, ao oferecer apoio à estruturação de novos projetos no laboratório de cocriação. Com isso, potencializa o impacto do programa na dinamização Patrimônio Cultural Brasileiro, setor bastante impactado pela pandemia, estimulando a aproximação do público através do digital, convidando a sociedade a ser parte deste movimento de promoção, conscientização e cuidado coletivo ao que é nosso.”

 

Na primeira fase destaedição serão selecionadas até 15 propostas, sendo três por região, que passarão por um processo de desenvolvimento, através de um laboratório criativo com duração de um mês, conduzido pela Benfeitoria. Nesse processo haverá uma imersão de cocriação das ideias, com intuito de transformá-las em projetos ainda mais inovadores e  com alto potencial de mobilização.

 

Após o lab, os selecionados apresentarão seus projetos, que deverão ter metas de captação de R$75mil, para uma banca de especialistas independentes. Nessa segunda fase, serão escolhidos até 10 projetos que vão participar da etapa de Matchfunding, onde cada real arrecadado via financiamento coletivo será triplicado pelo BNDES.Os projetos que não forem selecionados pela banca poderão se inscrever para participar do financiamento coletivo tradicional.

 

O valor do fundo disponível para esta chamada, bem como a quantidade de projetos selecionados para a etapa de Matchfunding, só serão conhecidos em março de 2021. Este fundo é composto pelo valor remanescente das campanhas da segunda chamada do Matchfunding BNDES, de 2020.  No total das 3 chamadas (2019, 2020 e Edição Lab) o BNDES investirá até R$4 milhões em projetos.

 

EDIÇÕES ANTERIORES

Ano passado, dos 20 projetos selecionados, 18 atingiram suas metas de arrecadação e foram viabilizados com o apoio de mais de 4 mil benfeitores que, junto com o BNDES, investiram mais de R$4.5milhões nas campanhas. Yasmin Youssef, gerente de parcerias especiais da Benfeitoria, conta que 60% deles nunca tinha apoiado um projeto de patrimônio antes e que 44% deles nunca tinha apoiado projetos via crowdfunding. Yasmin disse, ainda, que o programa capacitou mais de 7 mil pessoas online e presencialmente (quando eventos eram possíveis) em crowdfunding, desde 2019.

 

Três dos projetos selecionados da edição anterior estão atualmente em captação no canal. E, em breve, outros serão lançados. “A convocação esse ano é dupla – colabore com um projeto ou envie o seu”, disse Leonardo Letelier, CEO da SITAWI, que complementa: “o matchfunding se provou um instrumento poderoso para unir todas esferas sociais em prol de um único objetivo, garantindo que o investimento do patrocinador seja direcionado exclusivamente a projetos com interesse e engajamento coletivo. É, sem dúvida, uma forma de fomento que chegou para ficar”.

 

Benfeitoria

Lançada em 2011, a Benfeitoria (www.benfeitoria.com) é a plataforma de financiamento coletivo (crowdfunding) mais inovadora e eficiente do Brasil. Com a maior taxa de sucesso do Brasil desde o lançamento, já mobilizou quaseR$80milhões (sem contar com os aportes de match) de cerca de 300 mil colaboradores para dar vida a mais de 6 mil projetos. Foi a primeira plataforma do mundo a não cobrar comissão obrigatória de quem arrecada, a primeira do Brasil a lançar crowdfunding recorrente, e a única a trabalhar com editais de grande porte via Matchfunding. Entre seus principais parceiros de fomento, estão BNDES, Fundação Tide Setubal, ONU Mulheres, Sebrae, Natura, Instituto Coca-Cola, Ambev e Itaú. Só esse ano, foram mais de R$44Milhões injetados em campanhas de arrecadação pelos parceiros através de Matchfunding.

 

 

SITAWI

A SITAWI Finanças do Bem (www.sitawi.net) é uma Associação sem fins lucrativos fundada em 2008 com a missão de mobilizar capital para impacto socioambiental positivo. Pioneira no desenvolvimento de soluções financeiras para impacto, foi responsável pela criação de inovações relevantes no setor, como os Empréstimos Socioambientais e a Gestão de Fundos Filantrópicos e Rotativos – e já mobilizou mais de R$60 milhões, apoiando mais de 250 iniciativas que alcançaram mais de 700 mil pessoas. Em 2019, para cada R$1 em doações para as operações da SITAWI permitiu mobilizar R$25 para impacto socioambiental positivo.

 

BNDES 

Fundado em 1952 e atualmente vinculado ao Ministério da Economia, o BNDES é o principal instrumento do Governo Federal para promover investimentos de longo prazo na economia brasileira. Suas ações têm foco no impacto socioambiental e econômico no Brasil. O Banco oferece condições especiais para micro, pequenas e médias empresas, além de linhas de investimentos sociais, direcionadas para educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e transporte urbano. Em situações de crise, o Banco atua de forma anticíclica e auxilia na formulação das soluções para a retomada do crescimento da economia. 

Uma trajetória

18/nov

 

Fundada em São Paulo, em 2006, a Galeria Kogan Amaro possui atualmente duas unidades. A matriz ocupa um espaço de 230 metros quadrados e pé direito duplo no coração do bairro dos Jardins, em São Paulo, SP. Em maio de 2019, a galeria abriu sua filial em Zurique, em um espaço de 350 metros quadrados inaugurado com uma exposição de Nuno Ramos. A Kogan Amaro/Zurich situa-se no Löwenbräu Cultural Center, um complexo de museus e galerias na maior e mais dinâmica cidade da Suíça.

A vibrante programação contemporânea da galeria conta com o trabalho de artistas emergentes e em ascensão como Samuel de Saboia, Élle de Bernardini, Mirela Cabral, Bruno Miguel, Daniel Mullen, Mundano, Patricia Carparelli e Tangerina Bruno, e também de artistas brasileiras consolidadas como Nazareth Pacheco e Marcia Pastore, entre outros.

 

A Kogan Amaro organiza eventos duplos com um mesmo conceito, como a exposição da artista contemporânea Fernanda Figueiredo “A visita de Max Bill”, que aconteceu na galeria de Zurique simultaneamente à exposição histórica “Arte concreta dos anos 1950”. Esta mostra coletiva exibiu obras dos fundadores do movimento concretista no Brasil que haviam sido inspirados pela visita de Bill à primeira edição da Bienal de São Paulo, em 1951, como os finados artistas Willys de Castro, Lothar Charoux, Hércules Barsotti, Luiz Sacilotto e Judith Lauand. A filial suíça também organizou exposições individuais históricas com as obras de Frans Krajcberg, Servulo Esmeraldo e Flávio de Carvalho.

 

O portfólio da Kogan Amaro, de artistas consagrados com sólidas carreiras institucionais e de artistas contemporâneos emergentes, reflete o espírito ousado dos jovens sócios que a comandam, o casal Ksenia Kogan Amaro e Marcos Amaro, ambos de 35 anos de idade, que mesmo antes da galeria sempre estiveram envolvidos com as artes. A sócia-diretora e co-fundadora da galeria, Ksenia Kogan Amaro, nascida em Moscou, é também uma aclamada pianista clássica, colecionadora e artista performática. Ksenia concebeu um projeto de performance que apresentou ao redor do mundo junto com o ator John Malkovich, colaborou com Plácido Domingo, criou projetos para a UNESCO, e tocou em concertos para chefes de estado e para as famílias reais da Espanha e da Bélgica. O fundador da galeria, Marcos Amaro, é também artista plástico, colecionador, formado em Filosofia e Finanças, empreendedor e patrono das artes, assim como presidente do Museu FAMA e FAMA Campo.

 

A Galeria Kogan Amaro também atua como representante da Fábrica de Arte Marcos Amaro. A instituição promove arte-educação gratuita para a comunidade local, incluindo escolas públicas e privadas; realiza seminários; organiza exposições; concede bolsas e residências para artistas; confere um prêmio anual a artistas escolhidos por um júri de críticos de arte e especialistas; assim como patrocina intercâmbios com instituições culturais brasileiras e estrangeiras, visando a preservação, promoção e exposição da arte brasileira e internacional. O Museu FAMA foi criado em 2012 em uma propriedade de 25.000 metros quadrados que originalmente abrigava uma antiga fábrica têxtil do início do século XX, na cidade de Itu, região com uma população de 2 milhões de pessoas, a 50 minutos da capital do estado de São Paulo. Constituída desde 2008 com foco na arte brasileira, sua coleção permanente excede 2000 obras, desde as do século XVIII (Aleijadinho), passando pelo Modernismo brasileiro do século XX (Tarsila do Amaral, Pancetti, Di Cavalcanti, Portinari, Flávio de Carvalho, Brecheret, Lasar Segall, Antonio Gomide, Anita Malfatti, Maria Martins, etc.) ao FAMA Campo, dedicado exclusivamente à land art. A potência da coleção permanente está contida em seus trabalhos conceituais e contemporâneos criados por artistas icônicos como Tunga, Leda Catunda, Jac Leirner, Adriana Varejão, Cildo Meireles, Maria Nepomuceno, Carmela Gross, Laura Lima e Nelson Leirner, muitos dos quais foram exibidos em edições passadas da Bienal de São Paulo, da Bienal de Veneza e da Documenta de Kassel. A coleção consiste principalmente em obras tridimensionais em grandes formatos, mas há também um grande número de pinturas, gravuras, desenhos, fotos, instalações, etc. Desde junho de 2018, a enorme área externa da FAMA foi remodelada em um jardim de esculturas com obras em grandes formatos de artistas renomados, como Nuno Ramos, Caciporé Torres, Emanoel Araújo, Gilberto Salvador, Frans Krajcberg, José Resende, José Spaniol, Marcos Amaro, Mario Cravo, Mestre Didi, Sergio Romagnolo e Henrique Oliveira. O Museu FAMA é o maior patrimônio privado de arte do estado de São Paulo, e um dos museus mais inovadores do Brasil, visando promover e disseminar o rico e diverso legado artístico do país.

 

 

Trajetória da Galeria Kogan Amaro

 

Quando adquiri a marca Emmathomas em 2017, não tinha nenhuma experiência como galerista, e nenhum faturamento. Após três anos de muita dedicação, construímos uma equipe sólida e consistente, representamos um elenco de artistas altamente qualificados e jovens promissores, participamos das principais feiras internacionais do mundo da arte, entre elas ArtBasel Miami e SP-Arte, e em 2020 aderimos fortemente às plataformas online e viewing rooms.

 

Neste meio tempo, mudamos a marca para Kogan Amaro – transmitindo mais confiança para nossos stakeholders -, consolidamos nosso espaço em São Paulo, e abrimos uma unidade num dos principais endereços de Zurich – onde levamos o que há de melhor na Arte brasileira.

 

Sabemos que ainda há muito pela frente. Queremos internacionalizar ainda mais a galeria, prosseguir buscando novos talentos, consagrar artistas vivos, e consolidar definitivamente nosso espaço na Suíça.

 

Agradeço à todos que nos ajudaram até aqui. Seguimos à luta!

 

Três exposições de Milhazes em dezembro

13/nov

Beatriz Milhazes (Rio de Janeiro, 1960) é uma artista brasileira reconhecida por sua singular produção de um complexo repertório de imagens, formas e cores associadas ao barroco, ao modernismo e a motivos populares brasileiros, como o Carnaval, e também à fauna e à flora tropicais. Sua exposição no MASP – realizada no contexto de um ano inteiro dedicado às “Histórias da dança” – vai apresentar uma ampla seleção de pinturas e colagens produzidas a partir da década de 1990, além de trabalhos inéditos realizados em parceria com a coreógrafa Marcia Milhazes. Realizada em parceria com o Itaú Cultural e com o Instituto Bardi, a mostra contará com três locais de exibição – no MASP, na Casa de Vidro e no Itaú Cultural, onde será curada por Ivo Mesquita. Como as demais, essa exposição será acompanhada por um amplo catálogo com reproduções dos trabalhos expostos e ensaios sobre a produção da artista.

Curadoria

 

Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, Amanda Carneiro, curadora-assistente do MASP, Ivo Mesquita, curador independente.

 

MASP
11.12.2020 – 23.3.2021
Itaú Cultural
12.12.2020 – 28.2.2021

 

 

Desenhos inéditos de Tarsila

 

A Fábrica de Arte Marcos Amaro, Itu, São Paulo, SP, reabrirá suas portas para visitação no dia 14 de novembro de 2020, com ambiente em plena reforma e restauração, novas normas de segurança frente à pandemia e três exposições inéditas!

A reabertura segue as orientações da Prefeitura da Estância Turística de Itu e as medidas de proteção, saúde e higiene estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e órgãos brasileiros de Saúde Pública. Foram instalados tapetes sanitizantes nas portas das salas expositivas. Todos os visitantes deverão passar pela medição de temperatura e o uso de máscara será obrigatório.

A exposição “Estudos e Anotações” reúne, de forma inédita, 203 obras de Tarsila do Amaral que estavam guardadas por mais de cinco décadas da vista do público. Com curadoria de Aracy Amaral e Regina Teixeira de Barros, a mostra apresenta desenhos raros, esboços e estudos que ajudavam na formação do pensamento artístico de Tarsila e, por vezes, serviam de base para sua obra pictórica.

Produzidas entre 1910 e 1940, as obras registram as várias fases da artista e apresentam temas recorrentes em sua linguagem. Na ocasião da abertura da exposição, será lançado o livro “Tarsila do Amaral – Estudos e Anotações”, pela editora WMF Martins Fontes. Ao longo de 256 páginas, a publicação reúne mais de 200 desenhos raros da artista, realizados durante suas viagens.

 

Fotografias em mostra virtual

12/nov

 

Foi inaugurada a ZYX Photo Art Gallery, uma galeria de arte virtual dedicada à fotografia. Totalmente digital, a galeria apresentará mostras de consagrados fotógrafos, como Evandro Teixeira, Frederico Mendes, Gui Paganini, Levindo Carneiro, entre outros, na plataforma www.zyx.solutions, de forma totalmente gratuita, disponível 24 horas, todos os dias da semana. A galeria inaugurou com a exposição “Superfícies”, de Ricardo Nauenberg, idealizador do projeto, que apresenta um ensaio fotográfico inédito sobre os desertos do Arizona e Utah, nos EUA.  Com 75 fotografias inéditas, em preto e branco, produzidas nos dois últimos anos, as fotos destacam as formas e as linhas da paisagem.

Seguindo uma tendência mundial, a galeria simplifica e democratiza o acesso à arte, com uma programação dinâmica e bem-cuidada. “A ideia da galeria virtual é fazer com que as fotografias estejam acessíveis para todos, democratizando o acesso aos artistas e aos trabalhos, estimulando a formação de plateias. A internet é uma ferramenta quase sem fronteiras, que permite isso”, afirma Ricardo Nauenberg. Estão previstas novas exposições a cada mês, mas as mostras passadas também continuarão acessíveis ao público.

Marcone Moreira na Bergamin & Gomide

09/nov

 

Na última exposição do ano, que acontece entre os dias 12 de novembro a 19 de dezembro de 2020, a Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP, apresenta a individual “Marcone Moreira: Conjunção”, realizada em colaboração com Fernando Mota. Serão cerca de 20 obras que compreendem quase 20 anos da trajetória do artista maranhense Marcone Moreira, abrangendo linguagens como pintura, escultura, instalação, entre outros.

 

O trabalho de Marcone Moreira está relacionado diretamente à memória de materiais impregnados de significados culturalmente construídos. Destacam-se os materiais escolhidos para compor as peças, retirados de carrocerias de caminhões e embarcações, chapas de ferro e artefatos de trabalhos. O artista desenvolve uma metodologia em que interessa especialmente a apropriação, o deslocamento e a troca simbólica de materiais, a partir de procedimentos que visam a representação da cultura popular na arte contemporânea.

 

“Marcone: o tempo do fazer suado exausto” por Aracy Amaral 

 

  1. Celebrar o trabalho mesmo que inadvertidamente a motivação emergindo quando observamos a série de realizações/opções ao longo do tempo parece ser o desdobramento da obra de Marcone Moreira.
  2. Difícil escapar da indagação: qual é afinal o começo de um artista? Como desperta o desejo o impulso do fazer? Vendo os outros em atividade? Olhando em casa fazendo? A atração por muros carvão ou materiais lápis caneta papel e aquarela? Observando as coisas à volta? Anotando mentalmente o que vê? Ajudando acompanhando os outros construindo? À medida que a mão obedece à vontade o desejo de fazer mais fazer melhor ou acrescentar. A busca por outros materiais.
  3. Madeira. Vendo muitas coisas de madeira à volta. Tocando as coisas sentindo sua superfície sua temperatura sua procedência. Móveis casas bandeiras mastros barcos. Fragmentos de barcos. Construções. A vontade de mexer desconstruir descobrir o processo ou como é feito.
  4. Fascínio pelo cartaz de rua abandonado “adivinhando” a pintura descorada usada raspada dando lugar a outra nova visualidade. A vontade de cortar esses fragmentos usados reconstruindo-os em composição inesperada divorciada da primeira ou segunda ou terceira versão.
  5. No processo de desconstrução: a beleza em si do fragmento. O todo separado em partes encerra um segredo beleza antes oculta impensada.
  6. A surpreendente remontagem. Visualidade emergente nos fragmentos recortados geometricamente. A assepsia da composição emergente.
  7. Encantamento da cor da matéria vivenciada no tempo. Resgate do tabuleiro manual de xadrez ou jogo de damas. Na beleza dos quadrados inseridos no quadrado elegância da simplicidade bicolor dos mesmos quadrados impecavelmente desenhados no plano da partida.
  8. Nobreza do trabalho em madeira executada pela mão do homem nos porretes ou cepos. O corte que fere o lenho em “Ver o Peso”. A mão feminina repetindo a quebradeira de coco ou babaçu. Ou o olho captando a madeira ferida machucada. Ou que observa desejando refazer o processo. O tempo do trabalho: o fazer suado exausto do gesto repetido.
  9. A motivação é do calor do ritmo da luz da cidade da periferia do povoado da oficina do vizinho que faz. O fazer é o reflexo daqueles que igualmente se apropriam das mensagens detritos comunicacionais remontados fascinantes coloridos urbanos suburbanos fluviais espaciais poderosos na imensidão verdejante.
  10. A forte motivação que têm todos os artistas do Norte a contaminação de um meio e suas raízes poderosas seja do ponto de vista de cor como do espaço em que vivem – mestres observados desde Rui Meira e fotógrafos como em particular Luiz Braga ou um artista como Emanuel Nassar. Além de Marinaldo Santos e tantos outros – claro que também presentes no desenvolvimento de Marcone Moreira. Impossível escapar da potência de realidade ambiental que os impregna tão densamente.
  11. Marcone Moreira nos chega das bordas desse universo imenso de vegetação dominante se debruçando com regularidade oscilante e curiosa nos universos suburbanos e ditos urbanos – que ele talvez acredite de sensibilidade cultivada. Vem sempre indeciso se a estes últimos adere e se converte em neo-habitante. Ou se retorna fiel – como sempre o faz – à sua “aldeia”. Onde o equilíbrio lhe pode talvez parecer mais verdadeiro.
  12. Neste ponto recorro a um trecho do crítico britânico sir Herbert Read – de quem Mario Pedrosa era grande admirador – quem registrou que “As pessoas que fazem coisas – não tenho evidencia além de minha própria observação – parecem menos suscetíveis a colapsos nervosos, e uma das formas reconhecidas de tratamento para problemas mentais é conhecida como ‘terapia ocupacional’. Ninguém sugeriria que a função da arte seja meramente manter saudáveis as pessoas; mas ela tem seus efeitos subjetivos. O artista não apenas cria um objeto externo a si: ao fazê-lo ele também reorganiza vitalmente o equilíbrio de impulsos dentro de si”.

 

E ainda prossegue nesse texto: “Nosso olhar em relação à função social da arte portanto reforça o conceito libertário da arte. Todos os tipos de arte não são meramente permissíveis, porem desejáveis. As necessidades da sociedade compreendem, não apenas a estrutura externa num mundo para se viver, mas também uma estrutura interior de uma mente capaz de usufruir a vida”. E termina esse pensamento: “Devemos em consequência buscar métodos de estimular o artista – o artista latente dentro de cada um de nós”. (Herbert Read, To Hell with Culture, Schoken Books, New York, 1976, p. 123, trad. da autora).