Vicente de Mello no MAM/SP

17/jan

O MAM/SP, Parque do Ibirapuera, apresenta até o dia 16 de fevereiro a instalação “dobra sobre dobra”, do conhecido fotógrafo Vicente de Mello. A curadoria é de Felipe Chaimovich.

 

A palavra do curador

 

Esta instalação é composta pelo registro de postes, em diversas posições, observados contra um céu neutro que os reduz a um simples traço-desenho.
A tradução do título é dobra sobre dobra, e a obra evoca a peça homônima do compositor e maestro francês Pierre Boulez, composta entre 1957 e 1962 para soprano e orquestra.

 

A sonoridade da peça sugeriu a Vicente de Mello uma sequência fotográfica que dialoga com o movimento de notas musicais sobre uma partitura, um grande móbile que se dobra sobre sua dobra, mudando o sentido e a ordem, uma desconstrução visual com a própria música que ressoa no ambiente do MAM, criando uma insólita e errática interpretação de modulação e ritmo, como de breves flashes marcantes sobre um filme velado.

 

Pli Selon Pli foi criada em 2008, na residência artística Open Projects, em Varsóvia. Sua primeira versão foi apresentada no Projeto Parede/MAM, em 2010, e, em seguida, na Cidade das Artes, em 2016, em impressão lambe-lambe. Em 2017, a proposta de desdobrou em um painel de azulejo de 65 m², comissionado pelo Sesc 24 de Maio. Esta proposição retorna ao Projeto Parede, em 2019, em uma apresentação distinta: agora as imagens dos postes se amalgamaram à textura da parede por uma fina película, destituindo a presença do papel, criando uma única superfície imagética.

 

Felipe Chaimovich
Curador

Floresta negra na Paulo Darzé

13/jan

A Paulo Darzé Galeria, Rua Chrysippo de Aguiar 8, Corredor da Vitória, Salvador, Bahia, abre sua programação 2020, no dia 30 de janeiro, das 19 às 22 horas, com a exposição do artista baiano Anderson Santos, tendo por título “Floresta negra”, com curadoria do professor Danillo Barata, permanecendo em temporada até o dia 19 de fevereiro.

 

Texto do curador

 

A singularidade dessa mostra está estruturada em um processo sensível de como as técnicas de pintura tradicional são renovadas no encontro com as novas mídias. Os aspectos conceituais abordados remetem à instauração de uma problemática cada vez mais constante na contemporaneidade que diz respeito ao fluxo de imagens, sua fruição e a cultura remix. É, segundo o filósofo Philippe Dubois, na incrustação – textura vazada e na espessura da imagem – que, de certa maneira, os espaços de produção da imagem são reorientados.

 

Anderson Santos se irmana a uma nova tendência de autores que ao utilizar o digital como dissolução da imagem tem como imperativo conhecê-la para finalmente desintegrá-la. Essa transição poética da pintura a óleo para o digital não passa por um aperfeiçoamento, mas sim por uma licença que permite ao artista se reautorizar como pintor, pois isola a pintura para desfigurá-la, sem hierarquia ou convenção de gosto. Desse modo, compreende uma visão mais polissêmica do que entendemos como pintura contemporânea. Cria ao modo do que preconiza Gilles Deleuze em “A lógica da sensação”, para tratar das obras de Francis Bacon, uma fuga em direção a uma forma pura, por abstração; ou em direção a um puro figural, por extração ou isolamento, obtido numa equação de tentativa e erro, própria do fazer artístico.

 

“Floresta Negra” é um divisor de águas na poética de Anderson. Nela, ele amadurece, se encontra com sua família e seus filhos nos contos e fábulas dos irmãos Grimm, envolto na dualidade, no obscuro e o sombrio. Se no passado sua pintura tentava neutralizar a narração e a figuração, nesse momento as micronarrativas invadem o seu cotidiano traçando novas visões de futuro ou de afro futurismo.

 

A exposição pelo artista

 

Tenho dois filhos, um de um ano e outro de quatro, quase cinco anos. Quando do preparo para esta exposição e tendo o costume de contar histórias para eles dormirem, um dia me dei conta que quase todas as histórias infantis se passam em florestas, selvas, ou lugares com uma densa vegetação. Comecei então a relacionar esta descoberta, do protagonismo da floresta como lugar onde surgem as histórias, com o momento de agora, dessa era antropocênica que vivemos e do obscurantismo político mundial, e em particular, com o cenário local.

 

Quando voltei da Itália no início de 2019, encontrei Salvador em luto, parecia pra mim que uma noite negra tinha encoberto a cidade, os amigos ansiosos, com muito medo do que estava por vir, e, para culminar, no fim de abril perdi minha irmã. Como sou um otimista e tenho dois filhos pra brincar, descobri com eles que de dentro do escuro podem surgir monstros, lobos ferozes, mas também tapetes mágicos, cavalos alados e outras histórias. E que é por isso que a floresta é negra, não ousamos conhecê-la de verdade e nem podemos, porque ela é território da nossa imaginação…

 

E se hoje muitos ouvidos se voltam para as vozes que vem de dentro do escuro das florestas do mundo, tentando criar novos tipos de relação com os saberes dos povos que de alguma maneira ao longo dos séculos cultivaram um modo de viver diverso do modelo em que vivemos, é porque parece que o modelo vigente está afundando, como a cidade de Veneza.

 

Muitos acreditam que a cura para todo o mal dessa era, milagrosamente surgirá de dentro do escuro da floresta, ou dos laboratórios do vale do Silício, o grande problema que se apresenta é que “não tem pra trás”. Nós não existiremos para toda a eternidade, mas o planeta continuará sem nós, apesar do nosso rastro. Se não dá pra voltar e consertar o que fizemos, o que nos resta é imaginar Wakandas dentro do escuro da floresta, lá onde o Google Earth não alcança, e onde utopicamente as novas tecnologias e os saberes tradicionais se encontram e produzem maravilhas.

 

Esta exposição integra meu mestrado na Escola de Belas Artes da UFBa, e trata do encontro da pintura a óleo com o digital. Entendo que o uso por pintores de tablets e smartphones para a prática da pintura digital está transformando a maneira como a pintura de cavalete é pensada e realizada. O meu objetivo com essa exposição é criar um espaço de encontro onde a pintura, a realidade aumentada e o vídeo convivam sem atritos, nem choques. E que pessoas de todas as idades se divirtam olhando através dos seus smartphones as coisas estranhas que encontrei na floresta que imagino. Para isso construí junto com a startup Ripensarte, um aplicativo para que as pessoas possam acessar ao conteúdo em realidade aumentada contido em várias imagens ao longo da mostra. O app se chama Eosliber e já está disponível gratuitamente para quem quiser baixar nas lojas IOS e Android, mas a experiência de visualização só se dará, estando diante das obras que serão expostas.

 

Sobre o artista

 

Anderson Santos nasceu em Salvador, Bahia, 1973, É pintor, trabalhando principalmente com o óleo sobre tela, cartão, madeira, e desenhista, utilizando o grafite ou o carvão sobre papel, e destes dois caminhos desenvolvendo pintura e desenho digital no iPad, adaptando a técnica tradicional para esta nova realidade digital, com isto realizando experimentos em vídeo, cartazes e storyboards para cinema. Graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), expôs nas principais capitais brasileiras. Participou na Itália da Expoarte em Milão, em ocasião da Expo 2015 e da Esposizione Triennale delle Arti Visive em Roma. Possui obras em coleções particulares e fundações no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. Entre suas atuações se destaca a de professor, ministrando oficinas de pintura digital com tablet é voltada àqueles que desejam aprender a desenhar e pintar com os novos aplicativos que simulam a pintura tradicional para IPad e tabletes, com foco no aplicativo artrage disponível para os sistemas operacionais iOS e Android. Anderson foi um dos membros do coletivo internacional responsável pela publicação da revista online Boardilla, na qual se ocupava da editoração gráfica e curadoria, além de produzir e dirigir artisticamente as exposições de artes visuais da revista. Atualmente é Diretor Artístico de Ripensarte e um dos responsáveis pela publicação da revista online Magazzino. Divide seu atelier entre Salvador e Milão.

 

 

Esmeraldo em Zurique

08/jan


A obra singular de Sérvulo Esmeraldo (1929 – 2017) será exibida a partir de 10 de janeiro e até 28 de março na unidade de Zurique, Suíça, da Galeria Kogan Amaro. Com curadoria de Ricardo Resende, a mostra “Jouer avec le Cercle” evidencia o caráter múltiplo do trabalho de Esmeraldo, artista que viveu parte importante de sua vida na França. O conjunto reunido na exposição é uma síntese da somatória do gravador e desenhista que levou a gráfica para o objeto e a escultura na justa medida.

 

O empenho da Galeria Kogan Amaro na difusão da arte brasileira na Europa, por meio da unidade Zurique, ganha impulso com esta exposição. Esmeraldo expôs individualmente na Suíça em 1961, 1963, 1968 (Galerie Maurice Bridel, Lausanne), 1971, 1975 (White Gallery, Lutry, Lausanne) e em 2016 (Beurret & Bailly Auktionen, Basel), além de outras participações em mostras coletivas, e de constar em importantes coleções do país, que frequentou com certa assiduidade em seu período europeu, no qual construiu importantes relações profissionais e de amizade.

 

Desenhos, gravuras em metal, objetos e esculturas realizados entre as décadas de 1960 e 2000 compõem a mostra do artista cinético notabilizado sobretudo pela originalidade da obra que chamou de Excitables.

 

As obras eleitas na curadoria de Resende reforçam o interesse de Esmeraldo pelo jogo permutacional das formas para geração de novas formas, com destaque para o círculo. A combinação da razão com a intuição é o diferencial dinâmico e sutil do artista nascido no Crato, Ceará, em 1929, que deu uma efetiva contribuição à arte do seu tempo. Após a longa permanência na França Esmeraldo retornou ao Brasil, se fixando em Fortaleza. Foi lá que realizou sua grande obra da maturidade, presentificada em um conjunto de esculturas monumentais no espaço urbano da capital cearence.

 

“Seus trabalhos são imprescindíveis no que tange à arte geométrica. O artista observa o lado construtivo e o funcionamento das coisas com um pensamento gráfico o tempo todo geometrizante e animador da forma, explica Resende. “É como se quisesse limpar as arestas, as rebarbas e as ‘imperfeições das coisas que vemos no mundo, ao ‘economizar’ no gesto e na subtração de formas e explorando a forma arredondada”, completa.

 

Sobre o artista

 

Sérvulo Esmeraldo nasceu em Crato Ceará, 1929 e faleceu em Fortaleza, 2017. Desenhista, escultor, gravador, ilustrador e pintor, iniciou-se profissionalmente no final da década de 1940, frequentando o ateliê livre da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP), em Fortaleza. Transferiu-se para São Paulo em 1951. O trabalho temporário na Empresa Brasileira de Engenharia (EBE) nutriu seu interesse pela matemática e repercutiu em seu futuro de escultor de obras monumentais. Ilustrador do Correio Paulistano de 1953 a 1957, dedicou-se com afinco à xilogravura, que expôs individualmente no Clubinho dos Artistas, dirigido à época pelo artista Flávio de Carvalho, e em 1957 no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Nesta expôs uma coleção de gravuras de natureza geométrica construtiva, que ele acreditava ter sido preponderante para a bolsa do governo francês, no mesmo ano. Estudou Litografia na

 

École Nationale des Beaux-Arts e frequentou o atelier de John Friedlaender, trabalhando com a Gravura em Metal, técnica que o levou a desenvolver uma linguagem de grande interesse, particularizando-o na dita “Escola de Paris”. Pesquisador obstinado, no início doa nos 1960, desengavetou seus projetos de objetos movidos a imãs e eletroímãs, Esmeraldo não querida mais ser gravador 24 horas, como ele viria a declarar em entrevistas posteriores. A chegada à série “Les Excitables”, garantiu-lhe lugar de destaque na cena cinética internacional, pela originalidade destes trabalhos que ele lançava mão da eletricidade estática. Em 1977 iniciou o retorno ao Ceará, à terra, como ele gostava de dizer, trabalhando em projetos de arte pública que incluíam esculturas monumentais na paisagem urbana de Fortaleza, cidade onde se fixou no final dos anos 70, e que hoje abriga cerca de quarenta obras de sua autoria.

 

Foi o idealizador e curador da Exposição Internacional de Esculturas Efêmeras (Fortaleza, 1986 e 1991). Com diversas exposições realizadas e participação em importantes salões, bienais e outras mostras coletivas na Europa e nas Américas (Realités Nouvelles, Salon de Mai, Biennale de Paris, Trienal de Milão, Bienal Internacional de São Paulo, dentre outros), sua obra está representada em importantes museus e em coleções públicas e privadas do Brasil e exterior. Em 2011, a Pinacoteca do Estado organizou importante retrospectiva da obra do artista, sucedida por outras mostras de grande vulto. Artista homenageado da 6ª Edição do Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas, em 2017/2018, uma mostra importante do seu trabalho foi apresentada em cinco capitais brasileiras e no Distrito Federal. Em reconhecimento ao seu grande legado, no ano que completaria 90 anos, o Governo do Estado do Ceará instituiu por lei, 2019 como o Ano Cultural Sérvulo Esmeraldo.

 

Duo na Kogan Amaro

A galeria Kogan Amaro, Jardim Paulista, São Paulo, SP, exibe de 13 de janeiro a 08 de fevereiro a exposição “Tangerina Bruno: Estados Cotidianos, dos irmãos gêmeos Cirillo e Leticia Tangerina Bruno.

 

Tangerina Bruno: Estados cotidianos

 

Na obra mais traduzida de Sigmund Freud, Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana, o psicanalista debate como o inconsciente se expressa na nossa rotina por meio de sentimentos comuns, como medo, desconforto, surpresa e atenção. Seu desejo é demonstrar que a psicanálise não se limita ao estudo da anormalidade, mas se dedica a descrever e compreender a mente humana e a transformação que vivenciamos fisicamente mesmo por meio daquilo que apenas sentimos. Nas pinturas do duo Tangerina Bruno, situações rotineiras, enquadradas de forma precisa como frames de uma produção cinematográfica, evidenciam esses sentimentos vulgares, mas que nem por isso são menos relevantes no entendimento da psique humana.

 

A captura desses instantes pelos irmãos gêmeos Cirillo e Leticia Tangerina Bruno, de 26 anos, retratam o momento de ação da figura que habita a tela. Estão congeladas, sim, mas também em movimento. Passam roupa, gritam em cima de uma cadeira, tomam banho, costuram. É possível receber as vibrações dos gestos dos personagens não só pelo que a cena nos induz, mas também ao nos debruçarmos nas micronarrativas que acontecem em detalhes da tela, pintadas em uma colcha de cama desarrumada ou num móvel que compõem a sala. As situações realistas retratadas em cores vibrantes nos remetem diretamente às pinturas de David Hockney, Alex Katz, Alfred Leslie ou até Edward Hopper. Tais cenas ganham seus epílogos em títulos certeiros, que brincam com provérbios populares, insinuando certo humor e ironia ao reconhecermos (e também desdenharmos) as emoções expostas ali.

 

Cada obra recebe meses ou até ano das mentes e punhos da dupla nascida em Porto Ferreira, interior de São Paulo. Debruçados ora simultaneamente ora alternados na tela, fortalecem sua própria história em uma mistura inebriante de funções e talentos. Se Leticia traz nas mãos a precisão do hiperrealismo em retratos e autorretratos dos próprios irmãos, Cirillo trabalha a estamparia da produção, que reverberam e atestam as ideias centrais das obras. A empreitada exige as quatro mãos e as duas mentes dos artistas que se transformam em um terceiro elemento, vivo, dono de novas ideias, que produz, pinta e reconta as experiências vividas pela dupla.

 

Ana Carolina Ralston

Curadora

 

 

 

 

Antonio Bandeira no MAM/SP

06/jan

Com visitação até 01 de março de 2020, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque Ibirapuera, Portões 1 e 3, exibe retrospectiva de Antonio Bandeira com curadoria assinada por Regina Teixeira de Barros e Giancarlo Hannud.

 

Sobre a mostra e o artista

 

Nascido em Fortaleza no dia 26 de maio de 1922, Antonio Bandeira logrou trilhar um caminho incomum no âmbito da arte brasileira. Artista independente em meio às influências locais de seu tempo – mesmo que extremamente ativo em seu ambiente social – não foi em busca dos regionalismos estilísticos e geográficos que por vezes alimentaram artistas de sua geração. Permaneceu à margem de escolas e estilos, jamais emprestando seu nome às declarações de fé estética tão em voga naquele momento.

 

Exigente e metódico, definido por seus pares como artista sério, lacônico e de uma “casmurrice monacal”, trabalhou diligentemente durante toda a vida, legando-nos uma produção surpreendente não só pela qualidade e sensibilidade, mas também pelo volume. Para além disso, dedicou especial atenção à sua própria persona, ao alimentar mitos e narrativas acerca de sua biografia e cultivar sua imagem, criando assim um personagem que muitas vezes suscitou tanto interesse quanto sua obra.

 

Traços, cores, tramas, manchas e respingos aparentemente abstratos efetivamente estampam, nas palavras do artista, “paisagens, marinhas, árvores, portos marítimos, cidades, enfim, apontamentos de viagem. Parto do realismo e, depois, vou aparando a ramaria até chegar ao ponto que minha sensibilidade exige. […] A natureza foi e será, sempre, o meu celeiro”. Esse compromisso alegre com a vida pautou sua aproximação e assimilação da linguagem internacional da arte abstrata. Como resumiria Ferreira Gullar, Bandeira “valeu-se das possibilidades da nova linguagem para expressar sua relação amorosa com a realidade que vivia e a realidade que vivera”.

 

A presente mostra reúne um conjunto de cerca de 70 obras – telas, guaches e aquarelas -, abarcando diferentes momentos de sua produção artística, das primeiras pinturas figurativas às grandes telas de densas tramas e gotejamentos dos últimos anos, e tem sua gênese na mostra “Antonio Bandeira: um abstracionista amigo da vida”, realizada no Espaço Cultural Unifor, Fortaleza, de agosto a dezembro de 2017.

 

Regina Teixeira de Barros e Giancarlo Hannud
Curadores

 

Na Anita Schwartz

19/dez

Termina no próximo dia 06 de janeiro de 2020 a exposição “Sobre como as coisas caem”, com mais de 20 obras inéditas da artista Daisy Xavier, que ocupam todos os espaços expositivos da Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ. Com curadoria de Ulisses Carrilho, as obras que integram esta que é a maior individual da artista na galeria são pinturas em grande formato, em pó de ferrugem, folha e fios de latão, ácido, petróleo e ecoline sobre tela, desenhos com diversos materiais (muitas vezes os mesmos usados nas pinturas), monotipias, e 100 esculturas em metal, articuladas, que junto com uma casa de vespa formam uma grande instalação que leva o nome da exposição.

 

Um filme para Lorenzato

 

A Bergamin & Gomide tem o prazer de apresentar o filme “4 Notas Sobre Lorenzato” em homenagem ao artista Amadeo Luciano Lorenzato (1900-1995), cujas pinturas foram destaque no projeto Kabinett da Art Basel Miami Beach 2019.

 

O média metragem oferece uma perspectiva documental sobre a obra do artista, após exposição individual na Bergamin & Gomide em 2014.

 

Com texto escrito pelo curador Rodrigo Moura e narração de Gregório Duvivier, o filme apresenta entrevistas com James Green, Manoel Macedo, Marcia Fortes, Mauro Restiffe, Ricardo Homen, Rodrigo Moura, Thiago Gomide e Vilma Eid.

 

Amadeo Luciano Lorenzato foi um pintor autodidata de Minas Gerais, Brasil. Sua inspiração vem de cenas cotidianas, com um conjunto da obra marcado pela rica paleta de cores a partir de pigmentos que ele mesmo produziu, e por pelas texturas densas, criadas com o uso de pincéis, pentes e garfos.

 

A sucessão de curvas e formas orgânicas dão vida às pinturas, que segundo o curador Rodrigo Moura foi um artista moderno e popular, com um poder raro de síntese.

 

Bergamin & Gomide has the pleasure to present the film “4 Notes On Lorenzato” in honor of the artist Amadeo Luciano Lorenzato (1900-1995), whose paintings were highlighted at the Kabinett sector in Art Basel Miami Beach 2019.

 

The medium-length film offers a documentary perspective on the artist’s body of work after solo exhibition at Bergamin & Gomide in 2014.

 

With text written by the curator Rodrigo Moura and narrated by Gregório Duvivier, the film features interviews with James Green, Manoel Macedo, Marcia Fortes, Mauro Restiffe, Ricardo Homen, Rodrigo Moura, Thiago Gomide and Vilma Eid.

 

Amadeo Luciano Lorenzato was a self-taught painter from Minas Gerais, Brazil. His inspiration comes from everyday scenes, with a body of work striking by the rich colour palette from pigments he produced, and by the dense textures that he achieved through the use of brushes, combs, and forks.

 

The succession of curves and the organic forms give life to the paintings, which according to the curator Rodrigo Moura was as a modern and popular artist, with a rare power of synthesis.

 

Produção Executiva / Executive Producer: Bergamin & Gomide e Pills Nice

Com / With: James Green, Manoel Macedo, Marcia Fortes, Mauro Restiffe, Ricardo Homen, Rodrigo Moura, Thiago Gomide, Vilma Eid

Direção / Directed by: Vivian Gandelsman

Direção de Fotografia / Photography Direction: Felipe Murgas

Fotografia Complementar / Complementary Photography: Arturo Bandinelli

Texto / Text: Rodrigo Moura

Narração / Narrated by: Gregório Duvivier

Edição e Pós Produção / Edition and Post Production: Felipe Murga

Acervo / Archive Footage: Paulo Laender (Amadeo Luciano Lorenzato – Pintor Autodidata e Franco Atirador, 1986)

Agradecimentos Especiais / With Special Thanks to: Paulo Laender e Ricardo Homem.

 

Galeria do Lago, no Museu da República

13/dez

No dia 14 de dezembro, a Galeria do Lago, no Museu da República, Catete, Rio de Janeiro, RJ, inaugura a exposição “Jardim do Éden”, da artista Patrizia D’Angello, com curadoria de Isabel Portella. A exposição apresenta 25 pinturas recentes e inéditas e o conceito foi pensado a partir dos muitos banquetes realizados no Palácio do Catete, sede do Governo Federal entre 1896 e 1960 e que hoje abriga o Museu da República

 

“Numa narrativa bem humorada, mas repleta de sutis paralelos, a artista se debruça sobre os grandes temas da pintura figurativa, o retrato, a paisagem e a natureza morta. Em seus trabalhos, Patrizia procura discutir os limites do real, da mímesis e as implicações no mundo contemporâneo”, afirma a curadora Isabel Portella.

 

Para realizar a exposição, a artista mergulhou no acervo do Museu, em documentos relacionados ao tema, como uma bela coleção de convites e menus das muitas recepções ocorridas ali, bem como fotos, vasos, pratarias, sancas e mobiliário pertencentes ao Palácio do Catete, que aparecem nas obras mesclados a seu repertório poético.

 

De família italiana, Patrizia D’Angello cresceu rodeada por encontros em volta da mesa, com comida farta. Para ela, “comer junto é uma maneira de se compartilhar afeto”. Desta forma, seu trabalho sempre esteve atravessado pela comida, que, em suas naturezas mortas, ganham outras camadas de sentido. Movida por um humor dionisíaco e tendo como norte a Pop Art e a Tropicália, os trabalhos de Patrizia D’Angello estão sempre reverberando questões do feminino/feminismo. Em uma operação ambivalente de afirmação e crítica, a artista desloca sentidos e, com humor, joga luz sobre a pretensa “normalidade” do patriarcado e suas práticas predatórias. “A abordagem desse espaço tão representativo do poder, do patriarcado, da ordem vigente, se dá através do campo relegado desde sempre ao domínio das mulheres, a cozinha, a mesa, a decoração, o enfeite, o bordado, o doce, o belo… Um universo, segundo essa lógica dominante, menor, secundário, fútil e frívolo, por isso mesmo entregue de bom grado às mãos que vieram pra servir”, ressalta a artista.

 

A grande pintura “Jardim do Éden”, que dá nome à exposição, retrata um piquenique realizado sobre uma canga com a imagem da famosa pintura do renascimento, “O nascimento da Vênus”, de Sandro Botticelli (Itália, 1445 – 1510). “Também queria falar da área externa do museu, do lindo parque e dos convescotes que ali aconteceram no passado de forma reservada e que seguem acontecendo hoje com o espaço convertido em museu, de forma pública e democrática”, explica a artista, que em suas pesquisas encontrou imagens da família de Pereira Passos (1836-1913), prefeito do então Distrito Federal entre 1902 e 1906, nos jardins do Palácio do Catete.

 

A imagem da Vênus de Botticelli, uma das tantas idealizações da mulher presentes na História da Arte, serve de leito para um piquenique, onde, junto ao seu peito, repousa uma faca e sobre seu corpo é servida a comida. O trabalho se chama “Jardim do Éden” e, a um só tempo, a artista relaciona a idealização, a objetificação, a exploração e toda uma narrativa milenar escrita por homens sobre o que foi e qual deve ser o papel da mulher.

 

O pensamento crítico aparece sempre de forma sutil, quando a sobreposição do título à imagem produz um ruído desconsertante. “O título dos trabalhos é parte indissociável da obra, pois é através do deslocamento de sentido engendradado nessa operação de nomear que desenvolvo a narrativa que me interessa explorar”, conta Patrizia D’Angello. Muitas vezes, os nomes das obras remetem a questões que não estão retratadas diretamente na pintura. Um exemplo disso é a obra “Canavial”, com a imagem de um açucareiro de prata. A figura bonita, que remete à riqueza, é quebrada com a lembrança do título, que imediatamente remete à exploração e à escravidão. No entanto, tudo é feito de forma leve, quase imperceptível e, a um primeiro olhar, o que se vê são belas e sedutoras imagens. “Se o feminismo, a sensualidade erótico-sensorial, o patriarcado, a exploração são questões que interessam à artista explorar, ela o faz com humor, numa crítica que expõe engrenagens perversas e desnuda atitudes machistas, sem perder a doçura”, afirma a curadora Isabel Portella.

 

“Retrato mulheres insurgentes e empoderadas a debochar desse mundo constituído sob valores alheios e desfavoráveis, piqueniques, mesas, comidas, doces, vasos e ornamentos onde tudo parece estar onde deveria estar exceto pelo fato de que essa afirmação resvala numa bem humorada crítica”, diz a artista.

 

Sobre a artista

 

Patrizia D’Angello nasceu em São Paulo, mas vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formada em Artes Cênicas pela Uni-Rio e em Moda pela Candido Mendes, a partir de 2008, cessou todas as atividades em outras áreas pra se dedicar exclusivamente à arte. Desde então, desenvolve uma poética que, através de artifícios da narrativa do cotidiano, incorpora e comenta a vida em suas grandezas e pequenesas, em seus potenciais de estranhamento e em suas banalidades, espelhando e refletindo aquilo que diz respeito à vida. Transita pela produção de objetos, performance, fotografia, video e, mais assiduamente, pela pintura. Frequentou a Escola de Artes Visuais no Parque Lage, onde realizou diversos cursos. De setembro de 2014 a Março de 2015 esteve no programa de bolsa residência-intercâmbio com a École Nationale Superieure des Beaux Arts de Paris. Foi indicada ao prêmio PIPA em 2012. Dentre suas principais exposições individuais estão: “Lush” (2018), no Centro Cultural Municipal Sergio Porto, no Rio de Janeiro; “Assim é se lhe parece – Casa, Comida e Roupa Lavada” (2016), no Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio de Janeiro; “Kitinete” (2016), no Ateliê da Imagem, no Rio de Janeiro; “No Embalo das Minhas Paixões”, na Galeria de Arte IBEU, no Rio de Janeiro, entre outras. Dentre suas últimas exposições coletivas estão: “Primeiro salão de Arte Degenerada”, no Ateliê Sanitário, “Rios do Rio”, no Museu Histórico Nacional, “Passeata”, na Galeria Simone Cadinelli, “My Way”, na Casa França-Brasil, todas este ano, no Rio de Janeiro; “Futebol Meta Linguagem” (2018), no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, no Rio de Janeiro; “Poesia do Dia a Dia” (2017), no Centro Cultural Sergio Porto, no Rio de Janeiro; “Quero que Você me Aqueça nesse Inverno” (2016), no Centro Cultural Elefente, em Brasília; “Attentif Ensemble” (2015), no Jour et Nuit Culture, em Paris; “Portage” (2014), no ENSBA, em Paris; “Como Se Não Houvesse Espera” (2014), no Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio de Janeiro, entre outras.

 

Sobre a Galeria do Lago

 

A Galeria do Lago apresenta programas contínuos de exposições de arte contemporânea, que visam a discutir aspectos da produção da arte atual, com obras que de alguma maneira se relacionem com o Museu da República.

 

De 14 de dezembro de 2019 a 15 de março de 2020.

 

O livro: 7 X ARTISTAS

10/dez

Lançamentos: 10 /12 no Museu Oscar Niemeyer (Curitiba) e 12 de dezembro no Paço Imperial (Rio) Textos de Marcelo Campos, Cesar Kiraly, Efrain Almeida e Wilson Lazaro.

 

“7 X ARTISTAS – As Novas Pinceladas” apresenta a produção de sete pintores da arte contemporânea brasileira. O livro, que é organizado por Wilson Lazaro e conta com a direção de arte de Felipe Taborda, mostra a vivência dos artistas no atelier e seus processos de produção e as obras que credenciam sua produção na última década.
Os artistas que terão suas obras destrinchadas são: Alvaro Seixas, Daniel Lannes, Elvis Almeida, Felipe Fernandes, Gilson Rodrigues, Livia Moura e Maria Fernanda Lucena.

 

Alvaro Seixas foi indicado para o prêmio Pipa 2018, e desenvolve, ao longo de sua carreira, trabalhos que exploram a abstração na pintura e como essa linguagem se relaciona com o panorama artístico-cultural atual.

 

Lívia Moura é uma artista que vem desenvolvendo um trabalho de pesquisa das questões femininas atuais, participando atualmente uma residência na ilha de Chipre, com uma pintura desenhada que é totalmente feminina.

 

Gilson Rodrigues é artista mineiro, promove intensa pesquisa sobre o próprio fazer pictórico e é recorrente sua investigação sobre questões ligadas ao tempo, à memória e à paisagem.

 

Felipe Fernandes vem ocupando um lugar entre a figuração e a abstração, a pintura que desenvolve é fusionada a delicadas pétalas de papel, pedaços de fita crepe e imprevistas camadas de cola conferidoras de brilho à tinta.

 

A pintura de Daniel Lannes tem cenas documentais ou imaginadas, históricas ou banais que são mescladas sem hierarquia – personagens (heróicos ou não, reais ou não) do século passado convivem na mesma cena contemporâneas, em que tempos diferentes coexistem e as composições surreais são uma constante. Foi um dos vencedores da 6ª edição do Prêmio Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas 2017/2018.

 

Elvis Almeida, com uma pintura bem conhecida por sua paleta de cores elétricas e vocabulário visual bem definido, usa formas orgânicas em uma figuração que apenas se insinua, ao mesmo tempo em que faz referência ao imaginário popular dos grandes centros urbanos.

Maria Fernanda Lucena, é carioca, no currículo várias exposições individuais com Paisagens emocionais na C. Galeria – Rio de Janeiro em 2016; A Intimidade é uma escolha na Galeria do IBEU – Rio de Janeiro em 2017; Melancolia da Paisagem na Galeria Sem Título – Fortaleza entre outras.

 

“Sete estilos, sete registros de um pouco da trajetória da pintura contemporânea, focando os artistas, seus processos e obras. Mais do que nunca, em tempos de efemeridade de redes sociais, parece ser necessário fixar a história em um produto que possa refletir a produção de artistas que estão construindo a arte brasileira do século XXI” diz Wilson Lazaro, organizador do livro.

 

Ficha Tecnica:
Organizador – Wilson Lazaro
Artistas – Alvaro Seixas, Daniel Lannes, Elvis Almeida, Felipe Fernandes, Gilson Rodrigues, Lívia Moura e Maria Fernanda Lucena
Coordenadora executiva – Bia Gross
Coordenador financeiro – Rafael Bezerra
Direção de arte – Felipe Taborda
Design – Augusto Erthal
Registro fotográfico de atelier – Carla Bordin
Fotos das obras – Rafal Adorján
Revisão – A Portuguesa
Tradução – Regina Alfarano
Assessoria de imprensa – Flávia Tenório
CTP e Impressão -Walprint Gráfica e Editora
Agradecimentos – Claudia Saldanha, Juliana Vellozo Almeida Vosnika, Maria Helena Bahmed, Leila Gontijo, Luciano Augusto, Marcio Felipe, Isaque Furtunato, Ricardo Kugelmas, Fátima Lazaro, Pedro Saturnino Braga e Waldéres Gross
Agradecimentos especiais – Carla Bordin e Rodrigo Pinheiro
Patrocínio- Banco Bari

 

Lançamento: 7 X ARTISTAS – As Novas Pinceladas – 10 de dezembro, 19h30
Museu Oscar Niemeyer – Curitiba
Rua Mal. Hermes, 999 – Centro Cívico, Curitiba – PR – (41) 3350-4400

 

12 de dezembro, 18h
Paço Imperial no Rio

ArtRio 2020

Estão abertas as inscrições para a ArtRio 2020. A ArtRio completará sua 10ª edição em 2020 e reforça seu foco na arte brasileira e latino-americana. O evento acontecerá de 09 a 13 de setembro de 2020 na Marina da Glória.

As inscrições são para os programas PANORAMA, VISTA e BRASIL CONTEMPORÂNEO.

Os programas SOLO, PALAVRA e MIRA terão seus participantes selecionados pelos respectivos curadores.

 

A ArtRio chegará nesta 10ª edição com uma importante história de valorização da arte brasileira e latino-americana. Mais do que uma feira de arte de reconhecimento internacional, a ArtRio é uma plataforma com um calendário ativo ao logo de todo o ano, realizando diferentes programas sempre com o intuito de aproximar artistas e galerias de seu público, estimular o conhecimento e valorizar a produção de novos artistas, incentivar a criação de novo público para a arte e disseminar o conhecimento da arte em projetos de acessibilidade e educação.

 

A feira, é um importante momento do calendário artístico profissional, com a reunião das mais importantes galerias do país e também de outros países da América Latina.

 

As inscrições serão avaliadas pelo Comitê de Seleção da ArtRio, que analisa diversos pontos como proposta expositiva para o evento, relevância em seu mercado de atuação, artistas representados – com exclusividade ou não -, número de exposições realizadas ao ano e participação em eventos e/ou feiras.

 

O Comitê 2020 é formado pelos galeristas:

 

Alexandre Roesler (Galeria Nara Roesler) – Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Iorque – Antonia Bergamin (Bergamin & Gomide) – São Paulo – Filipe Masini e Eduardo Masini (Galeria Athena) -Rio de Janeiro – Gustavo Rebello (Gustavo Rebello Arte) – Rio de Janeiro – Juliana Cintra (Silvia Cintra + Box 4) – Rio de Janeiro

Nos últimos anos, atraídos pela expressiva presença de arte brasileira na ArtRio, tanto com obras de artistas consagrados como as jovens descobertas, importantes colecionadores e curadores internacionais vieram para o Rio de Janeiro, incluindo curadores e membros de conselhos de aquisições de importantes museus e fundações como Solomon R. Guggenheim, Tate Modern, Dia Art Foundation e SAM Art Projects, entre outros.

 

Programas

 

PANORAMA Programa destinado às galerias já estabelecidas no mercado de arte, tanto em esfera nacional quanto internacional.

 

VISTA Programa destinado às galerias com até dez anos de existência, que apresentam projetos com foco curatorial mais experimental.

 

BRASIL CONTEMPORÂNEO Pelo terceiro ano consecutivo, o programa reunirá projetos individuais de artistas e galerias baseados nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul.

 

SOLO Programa destinado a projetos expositivos com foco em importantes coleções de arte. O programa contará com projetos que apresentem uma visão mais aprofundada sobre a obra de um único artista.

 

MIRA O programa MIRA convidará o público a explorar narrativas visuais de artistas consagrados e novos nomes que usam a vídeo arte como plataforma.

 

PALAVRA O programa propõe a palavra como peça fundamental na arte, promovendo conversas, leituras e performances de poetas e artistas que trabalham com a temática.

 

A seleção dos três últimos programas, SOLO, MIRA e PALAVRA será definida pelos respectivos curadores nos próximos meses.