Modernos & Arte Sacra no MAS/SP

18/jan

O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS-SP, Luz, São Paulo, SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, exibe “O Sagrado na Arte Moderna Brasileira”, com obras de Agostinho Batista de Freitas, Alberto Guignard, Aldo Bonadei, Alex Flemming, Alfredo Volpi, Anita Malfatti, Antonio Poteiro, Arcângelo Ianelli, Cândido Portinari, Carlos Araújo, Clóvis Graciano, Cristina Barroso, Emeric Marcier, Fé Córdula, Fúlvio Pennacchi, Galileu Emendabili, Glauco Rodrigues, Ismael Nery, José Antonio da Silva, Karin Lambrecht, Marcos Giannotti, Mestre Expedito (Expedito Antonio dos Santos), Mick Carniceli, Miriam Inês da Silva, Nelson Leirner, Nilda Neves, Oskar Metsavaht, Paulo Pasta, Raimundo de Oliveira, Raphael Galvez, Rosângela Dorazio, Samson Flexor, Sérgio Ferro, Siron Franco, Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro, Victor Brecheret e Willys de Castro, sob curadoria de Fábio Magalhães e Maria Inês Lopes Coutinho. A mostra expõe cerca de 100 obras – entre esculturas, desenhos, gravuras e pinturas – que formam um conjunto expressivo de artistas cujas produções abordam poéticas que aludem à fé e à religião, algumas de modo claro e explícito, outras, por meio de metáforas.

 

Até 1808, a temática religiosa dominou por completo a produção artística no país, entre o período que engloba o século 16 até a primeira década do século 19 – com exceção das obras de Franz Post e Albert Eckhout, que retrataram a paisagem, a flora, a fauna, a dança dos índios Tapuias, os tipos humanos e os empreendimentos açucareiros em Pernambuco. A partir de 1808, com a chegada da família real ao Brasil, os temas profanos passaram a ser adotados pelos artistas brasileiros, e algumas décadas depois já prevaleciam nas artes plásticas em nosso país.  “No século XIX, com a presença da missão francesa de arquitetos e artistas no Brasil, também ocorreu a representação do país e de sua sociedade por artistas como Debret e Taunay, entre outros. No correr do segundo império, os temas das pinturas brasileiras serão sobretudo patrióticos. Com o advento da semana de Arte moderna em 1922, inverteu-se a situação com o predomínio do profano e nossos modernistas e depois nossos contemporâneos se fizeram conhecidos do grande público por obras que não expressavam o sentimento religioso”, comenta o diretor executivo do MAS-SP, José Carlos Marçal de Barros.

 

Este conjunto de obras que compõem a nova mostra temporária do MAS-SP pode ser dividido entre os artistas modernos – Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Victor Brecheret, Vicente do Rego Monteiro, Ismael Nery, Cândido Portinari, entre outros -, os populares – entre eles José Antonio da Silva, Agostinho Batista de Freitas, Antonio Poteiro – e os artistas contemporâneos, como Alex Flemming, Marcos Giannotti, Nelson Leirner, Oskar Metsavaht, entre outros. Nos dizeres de Fábio Magalhães e Maria Inês Lopes Coutinho: “Os modernistas foram, antes de tudo, transgressores e não apenas na expressão artística, também adotaram novos modos de vida, muitos deles, incompatíveis com os hábitos da sociedade brasileira, ainda fortemente rural. Influenciados pela grande metrópole francesa que vivia sua “folle époque”, esses jovens transgressores trouxeram novas ideias que tumultuaram os costumes até então estabelecidos na conservadora sociedade brasileira”.

 

A expressão do artista popular parte na maioria das vezes de experiências vividas, das crenças, dos rituais e das festas da sua comunidade. Procissões, as festas juninas, tão populares no Nordeste, e o folclore regional nutrem, muitas vezes, os temas religiosos. Em relação à arte contemporânea, os curadores destacam a presença não rara do tema religioso, “se o entendemos como manifestação de poéticas do sagrado, do sobrenatural, como forças da natureza que inquietam a cultura, ou mesmo os aspectos intangíveis que pressentimos nas coisas e nas pessoas, ou como apropriação de símbolos consagrados”. “Lograram o magnifico resultado que o Museu de Arte sacra apresenta nesta mostra, pois todos e cada um de nossos grandes artistas continuaram mantendo dentro de si a antiga religiosidade com que conviveram desde a sua infância”, conclui José Carlos Marçal de Barros.

 

 

Sobre o museu

 

O Museu de Arte Sacra de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, é uma das mais importantes do gênero no país. É fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969, e sua instalação data de 28 de junho de 1970. Desde então, o Museu de Arte Sacra de São Paulo passou a ocupar ala do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz, na avenida Tiradentes, centro da capital paulista. A edificação é um dos mais importantes monumentos da arquitetura colonial paulista, construído em taipa de pilão, raro exemplar remanescente na cidade, última chácara conventual da cidade. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1943, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Estado de São Paulo, em 1979. Tem grande parte de seu acervo também tombado pelo IPHAN, desde 1969, cujo inestimável patrimônio compreende relíquias das histórias do Brasil e mundial. O Museu de Arte Sacra de São Paulo detém uma vasta coleção de obras criadas entre os séculos 16 e 20, contando com exemplares raros e significativos. São mais de 18 mil itens no acervo. O museu possui obras de nomes reconhecidos, como Frei Agostinho da Piedade, Frei Agostinho de Jesus, Antônio Francisco de Lisboa, o “Aleijadinho” e Benedito Calixto de Jesus. Destacam-se também as coleções de presépios, prataria e ourivesaria, lampadários, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas, livros litúrgicos e numismática.

 

 

 

De 26 de janeiro a 31 de março.

Tiago Sant’Ana, performance/workshop

11/jan

O ano começa com agenda cheia na Simone Cadinelli Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ: na segunda quinzena de janeiro, a galeria promoverá workshop e performance do artista visual Tiago Sant’Ana. Nos dias 14 e 15 de janeiro, Tiago ministra o workshop “A Performance Negra nas Artes Visuais do Brasil”, com o objetivo de debater a linguagem da performance e seus intercâmbios estéticos com as poéticas negras. O conteúdo programático envolve um panorama sobre a história da arte da performance, discussão dos conceitos de arte afro-brasileira e arte negra e dos cruzamentos conceituais entre performance e a questão da negritude no Brasil. Na ocasião também será apresentado um repertório histórico de artistas da performance negra nas artes visuais do Brasil, com ênfase nos desafios e nas potências de produzir arte negra na contemporaneidade. Este workshop se destina a artistas visuais, ativistas, pessoas pesquisadoras do campo das artes e demais interessadas.

 

No dia 16, quarta-feira, às 19h30, Tiago Sant’Ana realiza uma performance, revelando uma estratégia da produção do açúcar na Bahia através do uso de uma forma com nome “pão de açúcar”. Supostamente, é a estrutura em metal que inspira o nome da pedra no Rio de Janeiro. A performance “Pão de Açúcar” tem como proposta aproximar a cultura da cana-de-açúcar da Bahia com a paisagem carioca, instigando o público a pensar numa dobra do tempo e do espaço, já que a própria exposição do artista, “Baixa dos Sapateiros” que está em cartaz na galeria, abre esse entre lugar no Rio de Janeiro para pensar uma geografia histórica de Salvador. “Salvador e Rio de Janeiro possuem muitas histórias em comum, basta pensar em todas as pessoas negras escravizadas que chegaram nessas duas localidades e como as culturas dessas cidades se sustentam em boa parte na cultura afro e no trabalho das pessoas negras”, afirma o artista.

 

 

Sobre a exposição “Baixa dos Sapateiros”

 

A mostra individual, que vai até o dia 13 de fevereiro, trata da imagem histórica dos sapatos como símbolo de libertação pós-abolição negra no Brasil. Essa abolição, oficiosa e sem reparação, era simbolizada pelo gesto de pessoas negras poderem calçar sapatos – tal qual a população branca. O título, “Baixa dos sapateiros”, remete a uma região de mesmo nome em Salvador, Bahia, local em que muitas pessoas negras recorriam para confeccionar seus sapatos. “O nome surge com essa proposta de falar de um lugar em que muitas pessoas iam desejando essa representação da liberdade, que eram os sapatos”, informa o artista. “Era uma geografia que simbolicamente envolvia uma expectativa por essa promessa de cidadania para as pessoas negras, que nunca chegou completamente até hoje”, revela. Considerado um dos pontos altos da exposição, as esculturas com sapatos de açúcar cristal estabelecem um paralelo com o complexo sistema de exploração da cana-de-açúcar e a chegada de muitos engenhos na região do Recôncavo. Clarissa Diniz é responsável pela curadoria da exposição, que conta com vídeo, fotografias, objetos e instalações em torno do tema.

 

 

Sobre o artista

 

Tiago Sant’Ana nasceu em 1990, em Santo Antônio de Jesus. É artista performático, doutorando em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia. Desenvolve pesquisas em performance e seus possíveis desdobramentos desde 2009. Seus trabalhos como artista tratam de imersões nas tensões e representações das identidades afro-brasileiras. Foi um dos artistas indicados ao Prêmio PIPA 2018. Realizou recentemente a exposição solo “Casa de purgar”, 2018, no Museu de Arte da Bahia e no Paço Imperial, Rio de Janeiro. Participou de festivais e exposições nacionais e internacionais como “Histórias Afro-atlânticas”, 2018, no MASP e no Instituto Tomie Ohtake, “Axé Bahia: The power of art in an afro-brazilian metropolis”, 2017-2018, no Fowler Museum at UCLA, “Negros indícios”, 2017, na Caixa Cultural São Paulo, “Reply All”, 2016, na Grosvenor Gallery, e “Orixás”, 2016, na Casa França-Brasil. Foi professor substituto do Bacharelado Interdisciplinar em Artes na Universidade Federal da Bahia entre 2016 e 2017.

My Way

Atravancando meu caminho,

Eles passarão…

Eu passarinho!”

Mario Quintana

 

Em seu “Poeminho do Contra” Mario Quintana faz troça, nada circunstancial, do fato de ter sido rejeitado (novamente) como membro da Academia Brasileira de Letras (assim reza a lenda), e de maneira sarcástica, dentro de seu linguajar direto e sem pompa, característica do poeta que acabou por deixar uma marca indelével na literatura brasileira, nos fala do eterno embate entre permanência e efemeridade. Para Hannah Arendt a permanência de uma obra de arte dá à Humanidade uma sensação de imortalidade pelo que é criado por meros mortais, uma constância que se sobrepõe ao tempo.

 

Reunidos em torno da ideia de apresentar o seu mundo particular tanto das ideias quanto das imagens, os artistas da mostra “My Way” abrem o ano expositivo da Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, com liberdade de apresentarem novos trabalhos ou revisitarem questões que entendam ainda em voga de processos anteriores e que precisem ser novamente evocados pelo olhar do outro, pelo público que, como dizia Marcel Duchamp, “…mais tarde se transforma na posteridade (…), estabelece o contato entre a obra de arte e o mundo exterior”.

 

A exposição pretende ressaltar a diversidade de pensamentos, e de como é possível estarem lado a lado, conviverem pacífica e harmoniosamente linguagens as mais variadas, que se apresentam não como um impedimento ao diálogo, ao contrário, como motor que faz girar a engrenagem do saber, da curiosidade, do despertamento e do deslumbramento. Cada um faz a sua jornada íntima. Como diz a música: “eu vivi uma vida plena, viajei por todos os caminhos, mas mais do que isso, eu fiz do meu jeito”.

 

Osvaldo Carvalho (curador)

 

 

 

Artistas: Angela Od, Bet Katona, Cesar Coelho, Eduardo Mariz, Fábio Carvalho, Gabriel Grecco, Helena Trindade, Hugo Houayek, Jozias Benedicto, Leonardo Videla, Lia do Rio, Marcia Clayton, Osvaldo Carvalho, Osvaldo Gaia, Otavio Avancini, Patrizia D’Angello, Paulo Jorge Gonçalves, Rafael Vicente, Raimundo Rodriguez, Rodrigo Pedrosa, Stella Margarita, Suely Farhi, Viviane Teixeira.

 

 

 

 

Até 11 de fevereiro.

 

Remontagem no MAM/SP

“Passado/Futuro/Presente: Arte contemporânea brasileira no acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo” mostra exibida em 2017 no Phoenix Art Museum, chega à cidade de São Paulo. Setenta obras icônicas da coleção do MAM, Parque do Ibirapuera,  mostraram ao público norte-americano que a “brasilidade” não é um traço essencial da arte brasileira e que a diversidade de estilos, temas e suportes dá à arte produzida no país um caráter internacional e cosmopolita. A mostra agora será remontada no MAM.

 

 

De 22 de janeiro a 21 de abril.

No MAM de Salvador

09/jan

O público baiano poderá conhecer e ver a obra do pintor Aurelino dos Santos a partir do dia 15 de janeiro, quando o Museu de Arte Moderna da Bahia abre a exposição do artista plástico, mostra que leva o seu nome, com texto e curadoria de Caetano Dias, apresentando cerca de 50 obras do acervo da Paulo Darzé Galeria e de coleções particulares.

 

 

Sobre o artista

 

Aurelino dos Santos é um artista popular. Esta palavra não no sentido de conhecido, para aquele que está na mídia ou se torna referência numa conversa sobre arte, mas popular na acepção de um homem do povo, que vive uma vida simples, numa casa simples, em local de extrema simplicidade, arredio a conversas – não sabe ler nem escrever, apenas grafa o nome como se desenhasse, e tem grande dificuldade de penetração no universo da linguagem, mas criador de um trabalho primordialmente com a pintura, com composições onde a geometria é o que mais chama atenção. Aurelino dos Santos já ultrapassou os 70 anos de idade. Nasceu em 1942. Vive numa casa de extrema simplicidade nos arredores de Ondina, bairro de Salvador, e produz arte compulsivamente. É um autodidata, que escolheu ou foi escolhido pela pintura para realizar sua trajetória na vida. E mesmo com tudo isto pontuando sua existência exibe uma arte sutil e requintada na sua criação, criando obras onde a geometrização é uma característica, marcada por uma representação de planos, formas e cores, construindo paisagens, ao mesmo tempo vistas de perfil e de cima, com cores às vezes fortes ou monocromáticas, outras suaves e vibrantes. Suas obras acumulam um misto de referências variadas, que passa pelo barroco, chegando ao concretismo e o neoconcretismo, formulando paisagens que traduzem a vida urbana de uma maneira única, formadas por triângulos, retângulos, quadrados e círculos, planos verticais e horizontais, uma geometria pessoal e uma visão misteriosa para o indecifrável da criação de uma obra de arte, ao levar quem vê seu trabalho para um envolvimento com o desconhecido, o secreto, o mistério, o encantado, e o encantamento que fascina no primeiro olhar. A sua arte é pintar. Falar sobre Aurelino é falar de sua pintura.

 

 

Trecho de um ensaio

 

Para sua exposição individual no Museu Afro-Brasil, Aurelino – A Transfiguração do Real, onde foram mostradas mais de cem peças, Urania Tourinho Peres escreveu um longo ensaio, fruto de suas conversas com o pintor e sua formação de psicanalista, com o título “Porque é beleza”, onde inicia com estas palavras: Ainda que não se saiba exatamente o que é a loucura em suas variadas formas de manifestação, e, sobre a obra de arte muita interrogações nos acompanhem, Aurelino dos Santos é reconhecido como louco e artista. Não é sem admiração e assombro que contemplamos sua arte. Sua produção traz a marca de um estilo que confere à sua pintura uma unidade. Quem tem acesso à sua obra não sente dificuldade em identificá-lo em sua produção e afirmar: “Este é um Aurelino” – maneira habitual de reconhecimento de um artista, na qual a obra ganha a identidade do autor”.

Memorial por Tulio Dek

07/jan

O Memorial Municipal Getúlio Vargas, Glória, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a partir de 12 de janeiro,a exposição “Memorial por Tulio Dek”, uma grande instalação do multiartista no susolo da instituição. No percurso do salão circular, 50 pinturas do artista, de 1m x 1,40m, suspensas do teto, de modo a que o público caminhe em meio a elas. No lugar de telas, o artista mandou imprimir em tecido cru uma padronagem semelhante ao pijama usado por Getúlio Vargas, na madrugada de 24 de agosto de 1954. Tulio Dek fará intervenções com pintura em cada um dos recortes de tecido, usando palavras ou frases que discutem aquele momento marcante na história brasileira. A escrita, uma característica do trabalho de Tulio Dek, que também é poeta e compositor, busca “remeter à dor que Getúlio vivenciou naquele dia”, conta o artista.

 

Em um espaço anexo ao salão circular, Tulio Dek colocará uma porta, para o público atravessar. Do outro lado estará um púlpito. “É como se Getúlio quisesse dizer algo depois de sua morte”, comenta o artista. Atrás do púlpito, visível apenas para quem contornar o púlpito, estará um projétil do mesmo calibre usado pelo presidente em sua morte.

 

O jornalista, escritor e dramaturgo Luis Erlanger é o curador. No texto que acompanha a exposição, ele afirma que “Tulio Dek levou a inquietação da sua veia poética para o caminho das artes plásticas. Abrindo, com vigor, espaço para seus pensamentos e dúvidas, manifestados na sua estética bonita de se ver e, ao mesmo tempo, contundente”. “O Memorial Getúlio Vargas virou um cenário ideal, logo após as eleições que dividiram o país de forma assustadoramente radical, para aprofundar dilemas sobre os quais, mesmo que inconscientemente, o Brasil se debruçou, de forma beligerante. Uma de nossas maiores lideranças políticas, em capítulos que contribuíram a dar um toque ficcional à história do Brasil, Vargas conquistou o poder pelos dois lados da balança: como ditador, flertando com o nazi-fascismo, e pelo voto popular”, observa o curador.

 

 

REFLEXO

 

Nascido em 1985, em Goiânia, e radicado no Rio de Janeiro, Tulio Dek está com obras em exibição também na exposição “Reflexo”, na TNT Arte Galeria, em São Conrado, com esculturas e pinturas inéditas. Com curadoria de Marco Antonio Teobaldo, estão na exposição doze pinturas, e duas esculturas da série “Reflexo”, em que centenas de cápsulas de munição compõem as formas de duas mulheres e um torso de uma menina. Em setembro último, Tulio Dek participou durante um mês de uma residência artística no Thomaz Hipólito Studio, em Marvila, Lisboa, que resultou em uma exposição no mesmo local. Obras suas integram uma mostra coletiva em cartaz na Square One Contemporary Art Agency, na capital portuguesa, com curadoria de Rui Afonso Santos, do Museu de Arte Contemporânea do Chiado, que também fará a curadoria da individual do artista programada para o primeiro trimestre de 2019, também na Square One Contemporary Art Agency. Desde 2012, Tulio Dek voltou seu processo criativo para o desenho e para a pintura, sem abandonar seus textos. De 2015 a 2017 morou na Itália, onde dividiu um ateliê com um escultor ligado à Academia de Arte de Florença (Florence Academy of Art). “Meu processo de criação é muito solto, e não acredito na perfeição. O que me interessa é o processo em si e o que eu quero dizer. Não me identifico com a formação acadêmica, onde se exige uma perfeição de formas e acabamento que não tem a ver comigo”, conta.

 

 

Memorial TD

 

Luis Erlanger

 

Tulio Dek levou a inquietação da sua veia poética para o caminho das artes plásticas. Abrindo, com vigor, espaço para seus pensamentos e dúvidas, manifestados na sua estética bonita de se ver e, ao mesmo tempo, contundente.

 

 

Tulio faz política com tinta.

 

Suas causas trafegam muito além de qualquer discussão ideológica, rejeitando a divisão simplista entre esquerda e direita. Um artista que expõe e provoca reflexão com uma visão humanista do mundo.

 

O Memorial Getúlio Vargas virou um cenário ideal, logo após as eleições que dividiram o país de forma assustadoramente radical, para aprofundar dilemas sobre os quais, mesmo que inconscientemente, o Brasil se debruçou, de forma beligerante. Uma de nossas maiores lideranças políticas, em capítulos que contribuíram a dar um toque ficcional à história do Brasil, Vargas conquistou o poder pelos dois lados da balança: como ditador, flertando com o nazi-fascismo, e pelo voto popular.

 

 

Um expoente do populismo – “o pai dos pobres”. 

 

Para culminar, seu suicídio é um dos episódios mais marcantes e traumáticos da nossa vida pública.

 

Como político, pode ter entrado para a história. Como ser humano, agiu contra um instinto básico (a sobrevivência) e preferiu matar-se a perder o poder.
Sem uma desnecessária conexão, este projeto de TD vem impregnado de elementos, tanto no conteúdo quanto na plasticidade, que estiveram presentes na trajetória de Vargas, e que, ainda hoje, com mais intensidade, inquietam a sociedade e as famílias. Um convite a passear por um labirinto de ideias fácil de se sair. Difícil é ultrapassar os impasses que trazemos do nosso passado, ainda mais contundentes na nossa contemporaneidade. Dos brasileiros e da humanidade.

 

Obras para o prazer visual mas também para fazer pensar. Numa viagem lúdica que reforça a tese de que a arte redime o ser humano.E o que fica na história mesmo é a arte.

 

PS: coincidentemente, as iniciais do artista formam a sigla TD –  abreviação da expressão norte-americana “TrueDat”, corruptela de “truethat”, que significa que o fato é verdadeiro. Na era de “fakenews”, precisamos mais ainda da verdade.
Luis Erlanger é jornalista e escritor

 

 

Até 05 de maio.

 

Roberto Scorzelli, esculturas inéditas

A Galeria Evandro Carneiro Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ,  apresenta a exposição “Scorzelli”, que reúne obras de Roberto Scorzelli e de seu filho, o designer Marcos Scorzelli. A mostra exibirá 16 obras em acrílica de Roberto Scorzelli, entre telas e papéis e trará, pela primeira vez, 40 esculturas de animais criados no papel por Roberto, e concluídos por Marcos. As peças são inéditas e desenvolvidas em aço após o falecimento de Roberto Scorzelli.

 

Sobre as esculturas em forma de bichos que serão expostas, Marcos Scorzelli conta que, em 1998, encontrou o desenho técnico original dos anos 1960 em um envelope. O acervo era oriundo do “Bestiário” – desenhos litográficos de diversos animais feitos por Roberto. O artista ainda estava vivo e os dois imediatamente começaram a rememorar o contexto em que tudo se originou: a infância de Marcos e Isabella, os dois filhos do artista que inspiraram a criação dos bichinhos em papel espalhados ludicamente pela casa do Joá. Iniciou-se, assim, a brincadeira entre pai e filho que trabalhavam juntos no escritório de arquitetura e design. Durante 14 anos, criaram novos modelos para além dos originais e passaram para os programas de computador, sempre pensando a execução do projeto em papel e ligada à editoração gráfica. O desafio era não perder o conceito. A concepção original era em papel e o rigor conceitual de Roberto o fez perseguir a ideia de não perder material durante a confecção, ou seja, não se poderia romper as matrizes dos bichos durante a execução. Foram anos pensando formatos editoriais diferentes, entre livros, folhetos e cartões de natal, com propostas mais didáticas ou mais lúdicas.

 

 

Até que no ano 2000, quando reformavam a sede da OAB-RJ, cujo projeto envolvia o uso de alumínio, Marcos foi à Alcoa (Camaçari, BA) e teve a percepção de tentar desenvolver os bichos neste material. Havia, contudo, a exigência conceitual de não se perder material em cortes. O conceito original se dava em dobraduras.

 

Em 2012 Roberto faleceu sem ver o resultado da brincadeira apaixonada dos bichos. Marcos desmotivou com a perda do pai, afinal trata-se de um projeto extremamente afetivo. Mas em julho de 2018, entusiasmou-se com uma nova tecnologia a laser capaz de dar forma à chapa de aço, material maleável, que se permite moldar e dobrar, sem perdas nem remendos. Dobras duras de animais que foram se ampliando nas mãos criativas do designer. Assim nasceu a bicharada em memória desse grande artista que foi Roberto Scorzelli e com a ternura que esta história encerra. Ou inicia.

 

 

Sobre o artista

 

Roberto Scorzelli nasceu em 1938, em João Pessoa, PB, e ainda criança, sua família se transfere para o Rio de Janeiro. Em 1955 cursou a Escola Nacional de Belas Artes (ENBA) e, em seguida, Arquitetura na Universidade do Brasil (hoje UFRJ). No início dos anos 1960 expôs na OCA (1963), inaugurando uma série de participações em exposições coletivas e individuais. Uma década mais tarde, passou algumas temporadas em Berna (Suiça), quando trabalhava como arquiteto no Itamaraty. Nesta cidade, desenvolveu o projeto da Embaixada do Brasil e conviveu com Mary Vieira. Segundo ele próprio dizia, foi bastante influenciado pela obra desta artista, captando o rigor geométrico, o uso de papeis finos e transparências em superposições fortes, mas singelas em seu trabalho. Em 1976, criou o seu espetacular “Bestiário” – desenhos litográficos de diversos animais-, expondo-o na Galeria Bonino e iniciando uma trajetória artística também dedicada aos bichos, vivida à luz de muita observação, conforme anota Marc Berkowitz na introdução da edição original deste projeto: “São animais bem e pacientemente observados, por um artista de grande sensibilidade e muita percepção que soube captar e transmitir a graça, a majestade e até a monumentalidade de certos animais”.

 

Ainda nesta época, sempre antenado às tendências artísticas, criou a loja de design Senha, em Ipanema. Scorzelli era um artista bastante diversificado, mesmo porque exercia também a arquitetura. Clarival do Prado Valadares observou e escreveu sobre essa característica múltipla de Scorzelli, em 1979: “Desenho explica pintura porque é corpo e alma dela. Ela, pintura, é somente a voz. Roberto Scorzelli mostrando desenho, está falando em nome de sua pintura.” Na década de 1980, se aprofundou na pintura a óleo, buscando na paisagem a observação das transparências naturais. Desta fase, destacam-se as exposições na Galeria Saramenha (1978, 1981), dentre outras experiências importantes, inclusive internacionais. Nos anos 1990 retorna às composições geométricas, agora na técnica contemporânea da tinta acrílica.

 

Até 16 de fevereiro.

Abstração informal

A exposição “Oito décadas de abstração informal”, – em conjunto com o Museu de Arte Moderna de São Paulo – encontra-se em cartaz na Casa Roberto Marinho, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ. Em exibição, obras assinadas, dentre outros, por Tomie Ohtake, Roberto Burle Marx, Vieira da Silva, Antônio Bandeira, Iberê Camargo, Maria Martins, Fernando Lindote, Lucia Laguna, Maria Polo, Ivald Granato, Jorge Guinle, Takashi Fukushima, Shirley Paes Leme, Tatiana Blass, Yolanda Mohaly, Nuno Ramos, Maria Bonomi, Leda Catunda, Edith Derdyk, Luiz Aquila, Manabu Mabe e Dudi Maia Rosa. Os trabalhos apresentados datam entre os anos de 1940 a 2010.

 

 

Texto de Felipe Chaimovich e Lauro Cavalcanti

 

A arte abstrata começou a ser praticada no Brasil, na década de 1940. Desde o início, surgiram duas linhas: a abstração informal e a abstração geométrica. A abstração informal caracteriza-se pela expressão de gestos do artista, seja com os materiais da pintura, ou da escultura; como resultado, o estilo de cada artista torna-se muito singular. A abstração geométrica, por outro lado, parte de princípios universais da matemática e da geometria, criando uma identidade mais coletiva. Os artistas que praticaram a abstração informal no Brasil não constituíram grupos permanentes, pois a singularidade do estilo de cada qual se impunha sobre princípios gerais. Assim, não há uma escola da abstração informal, ao contrário da geométrica, que levou à formação de grupos como o Ruptura, o Frente e o Neoconcreto. Da mesma forma, não se destacaram críticos de arte que representassem os artistas informais, embora houvesse aqueles que defendessem a abstração geométrica e acusassem a abstração informal de excessivo subjetivismo.

 

Entretanto, a abstração informal semeou no Brasil um extenso campo de arte gestual e da exploração da matéria da obra de arte. Ao reunirmos duas das coleções mais importante do Brasil, a do Museu de Arte Moderna de São Paulo e a do Instituto Casa Roberto Marinho, exibimos a permanência e a potência da abstração informal ao longo das últimas oito décadas. Apesar de ataques recorrentes contra o informal e dos modismos que defendem a arte geométrica, os artistas que praticaram a abstração informal no Brasil testemunham a coerência de seus estilos singulares, a radicalidade na exploração da matéria artística e o lirismo visual de suas composições. Convidamos o público a reencontrar-se com oito décadas de nossa abstração informal.

 

 

Até 09 de junho.

 

Antonio Dias – O ilusionista

22/dez

A exposição presta uma homenagem ao grande artista falecido recentemente, reunindo trabalhos pertencentes aos acervos do Museu – a coleção própria e a de Gilberto Chateaubriand, em comodato na instituição desde 1993. Com curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, a mostra reúne perto de 60 obras do artista. O público poderá ver o percurso do artista nas décadas de 1960, 70 e 80, em trabalhos feitos em diversos suportes e materiais. Completa a exposição um retrato do artista feito por Ivan Cardoso (1952).

 
“Antonio Dias é um dos mais relevantes artistas brasileiros contemporâneos”, destacam os curadores no texto que acompanha a exposição. Eles explicam que a exposição não buscou “qualquer mediação que não aquela do sequenciamento visual e das relações objetivadas na montagem”, que “confronta o visitante de maneira direta com a maioria as obras”. Dos trabalhos expostos, doze não estão datados.

 
Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes assinalam que desde o início de sua trajetória, Antonio Dias “encontrou no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro uma instituição sintonizada com as questões que contribuíram de modo decisivo para a renovação da produção artística brasileira”. “Definitivamente não é possível contar nossa história sem falar de Antonio Dias, assim como nossas coleções não teriam a mesma força sem as quase 60 obras do artista que delas fazem parte e que agora podem ser vistas pelo público do Museu”, afirmam.

 

 
A seguir, uma minibiografia do artista, em texto dos curadores.

 

Nascido em Campina Grande, na Paraíba, Antonio Dias mudou-se para o Rio de Janeiro em 1958, aos 14 anos de idade. No Rio, trabalhou como desenhista, ilustrador e artista gráfico, e frequentou as aulas de Oswaldo Goeldi (1895-1961) no Atelier Livre de Gravura da Escola Nacional de Belas Artes – período em que conheceu artistas ligados ao neoconcretismo carioca, com os quais estabeleceu contato.

 

 
Reconhecimento no Brasil e no exterior

 
Foi, no entanto, a sua participação em exposições como “Opinião 65” e “Propostas 65” – que reuniram em 1965 no MAM Rio e na FAAP, em São Paulo, tanto artistas brasileiros como de outros países; e a Bienal de Paris, em 1969, que despontou com destaque o jovem Dias, tanto nacional quanto internacionalmente. Os jovens integrantes dessas mostras tinham em comum o desejo de ultrapassar as poéticas abstrato-concretas em nome da aproximação da realidade social e política dos anos 1960. Tal tendência já estava em curso desde o final da década de 1950 quando ocorreu a reorientação mundial do foco nas sintaxes formais do abstracionismo, para as possibilidades semânticas sinalizadas pela volta a uma nova figuração. Nessas seis décadas de intensa atividade produtiva, em que viveu em Paris, Milão, Berlim, Colônia e no Rio de Janeiro, Antonio tornou-se uma referência inequívoca da arte contemporânea brasileira, e internacional.

 
Dias nunca parou de produzir ativa e renovadoramente uma obra cujo valor e importância podem ser resumidos com base neste escrito de Giulio Argan: “… uma obra é vista como obra de arte quando tem importância na história da arte e contribuiu para a formação e desenvolvimento de uma cultura artística. Enfim: o juízo que reconhece a qualidade artística de uma obra, dela também reconhece a historicidade”.

 

 

Até 24 de março de 2019.

Vanderlei Lopes na Athena

A Galeria Athena, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, exibe a exposição “Arena”, de Vanderlei Lopes, com cerca de 30 trabalhos inéditos, feitos em bronze, que ocupam todo o espaço expositivo da galeria. Produzidas este ano, as obras se unem em torno da questão do tempo e da construção cultural. Feitas a partir de moldes dos objetos originais, o que as torna muito próximas ao real, não parecendo, em um primeiro olhar, serem em bronze. Em muitas delas, há a questão do movimento, como se o tempo tivesse sido congelado durante a ação.

 

“Factualidade e ficção, pensamento e ação, colidem-se nesse constante processo. Aqui, perpetuados em bronze, situações cotidianas e transitórias surgem como esculturas, monumentos que desejam discutir tais fenômenos”, conta Vanderlei Lopes.

 

Um grande tronco de árvore cortada, fundida em bronze, com cerca de 3,60m de diâmetro por 1,25m de altura, com uma arena vazia em seu topo, estará na sala menor da galeria, que mede 50m². A arena foi construída a partir das linhas circuncêntricas da madeira, que podem ser vistas em um corte, através dos quais é possível calcular a idade da árvore. A arena é um local de acontecimentos por princípio, um lugar de espetáculos desde os tempos mais antigos, mas neste trabalho ela aparece vazia. “Construída escalonada, faz eco aos movimentos circuncêntricos do crescimento da árvore e sobrepõe ao tempo natural de seu crescimento o tempo cultural, aludido pela arena. De outro lado, o trabalho relaciona o corte à construção cultural, ao acontecimento civilizatório. O teatro vazio, alusão ao palco social onde se desenrolam os acontecimentos, a atuação cotidiana”, afirma Vanderlei Lopes.

 

No salão maior, que tem 140m² e pé direito de 6,5m, estarão cerca de 20 esculturas em bronze, simulando primeiras páginas de jornais, que estarão espalhadas pelo chão, com noticias relacionadas à construção cultural. “Trata-se de jornais fixados em bronze – esses elementos cotidianos que de tão transitórios, passam a ser passado no dia mesmo em que foram impressos, aqui, convertidos ao estatuto de monumento”, conta o artista. Os jornais trazem imagens de explosões, objetos ou situações cotidianas incendiadas que colidem com frases de origens diversas, apropriadas ou transformadas, manifestos e fragmentos reflexivos, escritos por figuras emblemáticas e constitutivas de uma elite cultural. Nos jornais criados pelo artista há imagens de diversos incêndios, como o recente que atingiu o Museu Nacional e outros mais antigos, como o do MAM, no Rio de Janeiro, e do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, além de imagens de disputas de poder e de território, como a Bomba de Hiroshima e o ataque às Torres Gêmeas, no dia 11 de setembro de 2001. “Os jornais têm a fixação do tempo, e esses trazem imagens de transformações. Uma espécie de tragédia perpassa os jornais espalhados pelo chão, que intenta friccionar um repertório de matriz construtiva a outro, de cunho mais trágico”, ressalta o artista, que data os jornais de acordo com a data de feitura das obras.

 

Nesta mesma sala, estará a obra “Demiurgo”, uma sacola de bronze azul, que flutua no ar rente à parede, como o resíduo de um vento que passou, materializando em estado de suspensão o voo desse objeto. Complementa a exposição a obra “Insônia”, um travesseiro, também em bronze, cuja ponta é dobrada, dando a impressão de ser realmente um travesseiro de tecido maleável, com um redemoinho modelado em sua superfície. Na parede, há a fotografia de um tornado, em diálogo com a escultura. “Ambos os trabalhos, sobrepõem a fixação dos fenômenos naturais a que aludem ao modo como as obras surgem instaladas fisicamente no espaço expositivo”, diz o artista.

 

Ao articular as duas salas da galeria, Vanderlei Lopes cria um jogo de contrastes em que o espaço físico menor está ocupado por um único trabalho de grandes dimensões, que o torna denso, enquanto o espaço maior, ocupado por outros de menor escala, dispostos no chão, apresenta aspecto mais esparso, criando uma inversão, assim como a arena, que aqui surge vazia, contrapondo-se ao seu sentido original, que é um lugar de acontecimentos, de movimento, de fatos. O nome da exposição surge desta visão mais ampla do que seria arena, esse lugar de acontecimentos, onde uma árvore acaba de ser cortada, jornais estampam noticias recentes, pedaços de papéis rasgados voam com o vento, assim como uma sacola azul e um travesseiro após a passagem de um tornado.

 

 

Sobre o artista

 

Vanderlei Lopes nasceu em Terra Boa, PR, em 1973. É formado em artes plásticas pela UNESP. Possui obras em importantes coleções públicas, como Pinacoteca Municipal e Pinacoteca do Estado de São Paulo; Coleção Itaú; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu de Arte do Rio; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo; Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto. Entre suas principais exposições individuais destacam-se: “Domo” (2016), na Capela do Morumbi; “Monumento” (2016), na Galeria Athena Contemporânea; “Grilagem” (2014), no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro; “Transitorio” (2014), na Galeria nueveochenta, em Bogotá; “Voo, Maus Hábitos” (2007), no Porto, Portugal.

 

Entre as exposições coletivas estão: “Gold Rush” (2016), no De Saisset Museum, nos EUA; “Uma coleção particular – Arte Contemporânea no Acervo da Pinacoteca” (2015/2016), na Pinacoteca do Estado de São Paulo; “Realidades – Desenho Contemporâneo Brasileiro” (2011), no SESC-SP; “Les Cartes Blanches du Silo à l’Emsba” (2009), no Beaux-Arts de Paris, l`école nationale supérieure, em Paris; “Loop Videoart Barcelona” (2009), no Centre Civic Pati Llimona, em Barcelona; “Nova Arte Nova” (2008/2009), no CCBB Rio de Janeiro e São Paulo, entre outras.

 

 

Até 26 de Janeiro de 2019.