Galeria Marcelo Guarnieri exibe Mariannita Luzzati

15/jul

A Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins,  apresentará, entre 30 de julho e 03 de setembro,  a segunda exposição individual de Mariannita Luzzati (1963, São Paulo) na unidade de São Paulo, que contará com texto crítico de Luiz Armando Bagolin. Convidando o espectador a refletir sobre o vazio e o silêncio, Mariannita Luzzati desenvolve sua prática pictórica a partir do interesse pela paisagem e pela simbologia elementar da contemplação que vem associada a ela. Em sua pesquisa, tenta refletir sobre a ideia de “restauração” da paisagem, que diz respeito a um mundo sem excessos, sejam eles de informação, de imagens ou de cores. A ação de esvaziar pode ser observada não só nas paisagens silenciosas que nos apresenta, mas também na paleta de tons rebaixados que utiliza e até mesmo no aspecto difuso da pintura que dá conta de nublar os elementos da cena.

A partir de um sistema pictórico próprio que desenvolveu há mais de 25 anos, Mariannita Luzzati apresenta nesta exposição um diálogo entre pinturas inéditas e pertencentes a séries anteriores, onde a variação de escalas se faz evidente. Como observa Luiz Armando Bagolin: “O ponto de inflexão entre as telas maiores e as novas, menores, parece ser exatamente este, ou seja, o desejo da artista em tornar tudo o que vê mais próximo, no sentido de mais familiar, por mais que os sentimentos de isolamento e inacabamento prevaleçam. E por maior que seja a dimensão do campo colorido (ou do quadro pintado), nunca é ao monumental que sua obra se endereça. Se sua pintura dispensa propositadamente uma profundidade, dispensa igualmente a escala da paisagem como algo épico e farsesco. O seu trabalho, ao contrário, oscila sempre entre um campo de projeção de um espaço físico observável e um espaço de pura imanência que pertence à realidade da própria pintura. Por isso, é avesso também ao sublime grandioso ou terrível (imaginado por Edmund Burke).”

Por meio da tinta diluída, sobrepõem-se camadas muito leves que dão corpo a rochedos muito pesados, rodeados pela imensidão do imprevisível oceano. Há uma troca entre cor e forma, onde uma se constrói enquanto a outra se desmancha. Em suas novas pinturas, Mariannita Luzzati passeia por tons azulados e esverdeados por meio do uso de pigmentos como verde, óxido de cromo verde, azul ultramar e azul cobalto, aproximando-se assim, como observado por Luiz Armando Bagolin em seu texto crítico, de um momento da tradição da pintura de paisagem inglesa em que o pintor do gênero buscava uma emancipação e autonomia. “John Constable então aprendeu (e a partir dele, Monet, mais tarde) que, ao pintar a paisagem, deve-se partir sempre de um fundo verde vivo, a fim de obter efeitos mais vibrantes nas sucessivas camadas de cores que serão aplicadas depois sobre este fundo. Invertia-se ou se modificava assim o princípio segundo o qual, na pintura “clássica” ou mais antiga, de gênero alto (a pintura histórica) ou de gêneros mais elevados do que a pintura de paisagem (que era considerado um gênero baixo), iniciava-se a composição a partir de um fundo avermelhado (com cinábrio) ou acastanhado (com sépia ou bistre) como garantia da recepção das luzes e do modelado do claro-escuro na progressão da feitura da pintura.

Sobre a artista

Mariannita Luzzati (1963, São Paulo), vive e trabalha entre São Paulo e Londres. Dentre as exposições individuais e coletivas que participou, destacam-se nas seguintes instituições: Pinacoteca do Estado de São Paulo, Centro Cultural São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Fundação Iberê Camargo, Museu de Arte Contemporânea de Curitiba, Museu Vale do Rio Doce de Vitória, Museu Nacional de Buenos Aires, Museum Of London, Haus Der Kulturen Der Welt em Berlim, Maison Saint Gilles em Bruxelas. Suas obras constam em importantes coleções nacionais e internacionais, dentre as quais a Fundação Itaú Cultural de São Paulo; Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro; Fundação Cultural de Curitiba; Fundação Padre Anchieta – TV Cultura em São Paulo; Museu de Arte de Brasília; Machida City Museum of Graphic Arts em Tóquio; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Centro Cultural Dragão do Mar em Fortaleza; Instituto Figueiredo Ferraz em Ribeirão Preto; Fundação Musei Civici de Lecco e MIDA – Scontrone na Itália; British Museum de Londres; Essex Collection em Colchester na Inglaterra; Credit Suisse First Boston; Halifax plc; Herbert Smith; Rexam plc de Londres; Teodore Goddard, em Jersey e Pearson plc, em Nova York.

Arquitetura para abelhas

12/jul

O artista e ambientalista João Machado apresenta esculturas feitas com a interferência de abelhas nativas. Uma fusão de arte e biologia em obras interespécies.  Com curadoria de Arasy Benítez, mostra acontece no Jardim Botânico Plantarum, Nova Odessa, na zona metropolitana de Campinas, São Paulo, SP, de 13 de julho a 11 de agosto.

Obras manifestam a interdependência das espécies e a importância da biodiversidade no planeta. Um trabalho colaborativo entre humanos e abelhas como forma de mostrar a interdependência entre os seres vivos e a importância da biodiversidade. Essa é a base da pesquisa artística de João Machado, que também é ativista em defesa das abelhas nativas do Brasil. Na mostra “Geoprópolis – Arquiteturas para Abelhas”, o artista apresenta esculturas em cerâmica criadas a partir de desenhos com própolis e finalizadas com a colaboração de abelhas originárias do país. Além de esculturas, a exposição traz desenhos, peças gráficas e uma performance mostrando a comunicação sonora que existe entre plantas e abelhas.

A exposição é mais um desdobramento do projeto desenvolvido por João Machado desde 2015, que aborda temas como colonialismo, desmatamento, território e o crescimento acelerado das cidades, que oprime plantas, animais e humanos. Geoprópolis nasceu de sua pesquisa envolvendo abelhas autóctones brasileiras. Em seu processo artístico, ele tem como companheiros de trabalho os cerca de 50 enxames de abelhas nativas cultivados por ele na Serra da Mantiqueira, em Bocaina de Minas (MG). Também conhecidas como “indígenas”, essas espécies se distinguem por não terem ferrão e serem indispensáveis para a polinização da flora brasileira.

Na mostra, as obras de João Machado serão expostas ao ar livre, em diálogo com a natureza. Uma delas é uma escultura viva, habitada por abelhas da espécie Melipona mondury. O processo de construção dessas esculturas é tão complexo quanto sustentável. Tudo começa com desenhos feitos a partir do própolis que o artista colhe de seus enxames. “Em contato com o papel, o própolis cria formas orgânicas que parecem com o oco das árvores onde as abelhas naturalmente enxameiam. Depois, replico esses desenhos em esculturas de cerâmica, que mais tarde as abelhas vão habitar. Ao longo de algumas semanas, são elas que completam o trabalho, com cerume ou geoprópolis, termo que dá nome ao projeto”, explica ele.

Outro ponto alto da exposição é a incorporação de ruídos extraídos de plantas e abelhas nativas, mostrando a comunicação sonora que existe entre elas. Trata-se da performance “Arquitetura bioacústica para abelha Mandaçaia”, com colaboração de Daniel Magnani. Como programação paralela está previsto o workshop “Arquiteturas para abelhas nativas”, a cargo de João Machado com participação especial do fundador do Instituto Plantarum, Harri Lorenzi. João Machado vai falar sobre abelhas nativas e ensinar sua técnica de construção de casas para abelhas em argila. Harri Lorenzi, engenheiro agrônomo e botânico, terá como tema as plantas nativas, sobre as quais tem dezenas de livros e artigos publicados.

Sobre as abelhas nativas

Uruçu, Mandaçaia, Jataí, Manduri, Bugia, Borá, Tubuna, Irapuã, Iraí… O Brasil possui mais de 300 espécies de abelhas nativas sociais e aproximadamente 1.500 espécies de abelhas nativas solitárias, também conhecidas como abelhas indígenas. Elas estavam aqui antes da chegada da abelha europeia (Apis mellifera), trazida pelos colonizadores. As abelhas nativas são cultivadas e amplamente conhecidas pelos povos originários, fazendo parte da cultura deles há milênios. Essenciais para a nossa sobrevivência, elas são responsáveis pela polinização das plantas. Ameaçadas pelo desmatamento, pela redução de seus habitats naturais e pela concorrência da agressiva abelha europeia, que é exótica ao nosso território, as abelhas nativas correm perigo de extinção.

Sobre o projeto

Essa é a quarta exposição de João Machado em torno da pesquisa Geoprópolis, que atravessa questões como território, anticolonialismo, responsabilidade e cuidado com o meio ambiente. Em maio de 2023, o artista apresentou o trabalho no espaço independente Villa Mandaçaia Projetos, em Pinheiros, São Paulo. Em seguida, no Bananal Arte e Cultura Contemporânea, na Barra Funda; e, no início de 2024, na Oficina Cultural Alfredo Volpi, em Itaquera. Depois da mostra no Jardim Botânico do Instituto Plantarum, em Nova Odessa, a pesquisa segue para outros espaços.

Sobre o artista

João Machado é artista visual, cineasta e ambientalista, nascido no Rio de Janeiro, em 1977. É bacharel em Cinema pela Art Center College em Los Angeles, Califórnia (EUA). Cofundador da Mandaçaia Projetos (SP), espaço de arte independente, em parceria com a curadora Arasy Benitez. Tem uma carreira de 20 anos como diretor de cinema de filmes autorais, documentários e obras de videoarte. Como artista visual, participou de várias exposições em galerias e espaços culturais em diversos países. Em 2014, foi selecionado pelo edital da Caixa Cultural com a exposição individual “Atlas”, apresentada na Caixa Cultural de Salvador, Curitiba e Rio de Janeiro. De 2015 em diante, sua pesquisa artística une-se ao ativismo pela preservação das abelhas sem ferrão nativas do Brasil. Nessa investigação, desenvolve trabalhos em vídeos e esculturas produzidos a partir de elementos extraídos da sua criação de abelhas, como a cera, o própolis e o mel. João Machado vem conduzindo também um mapeamento de abelhas que resistem em ambientes urbanos e fazem morada em lugares inóspitos para elas.

Sobre Arasy Benítez

Nascida em Assunção, Paraguai, é bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2018), dedicando sua pesquisa monográfica ao estudo do setor cultural no desenvolvimento econômico do Brasil. Durante a pós-graduação em Arte: Crítica e Curadoria, na PUC-SP (2022), elaborou uma revisão crítica do conceito de Estética Relacional, abordando o mesmo a partir do trabalho e pensamento de Hélio Oiticica. Cofundadora, gestora e curadora das iniciativas da Villa Mandaçaia (MG) e Mandaçaia Projetos (SP), espaços de arte independentes, se dedica também a curadorias independentes.

Pati Rigon na Galeria Alma da Rua II

Mostra comemora dois anos da galeria e destaca a influência da arte urbana no cenário cultural. A Galeria Alma da Rua II, Vila Madalena, São Paulo, SP, celebra seu segundo aniversário com a abertura de “CASACORPO”, da multiartista Pati Rigon, sob a curadoria de Tito Bertolucci e Lara Pap. A exposição reúne uma série de pinturas a óleo que exploram o conceito do corpo humano como uma casa. A obra de Pati Rigon interpreta o corpo/carne/espírito humano como uma residência privada e suas múltiplas identidades transitórias. Através de sua arte, a artista convida o público a percorrer os corredores da alma, explorando os recantos mais íntimos do coração, em uma jornada introspectiva que revela os labirintos pessoais e as histórias que moldaram cada indivíduo. “CASACORPO” tem vernissage agendado para 18 de julho e permanecerá em cartaz até 21 de agosto.

Pati Rigon, é conhecida por sua abordagem poética e visceral, traz para a mostra uma série que dialoga com a tradição da arte urbana, destacando-se no cenário cultural contemporâneo. Sua obra reflete as influências de movimentos que utilizam a cidade como tela, integrando elementos do grafitti e das intervenções urbanas com a técnica clássica da pintura a óleo. Essa fusão de estilos permite uma leitura renovada do espaço urbano e da experiência humana, promovendo um encontro entre o público e a arte de maneira direta e impactante.

A Galeria Alma da Rua II, desde sua inauguração, tem se consolidado como um espaço dedicado à promoção da arte urbana e contemporânea, incentivando a diversidade de expressões artísticas e a reflexão sobre temas atuais “CASACORPO” promete ser um marco na trajetória da Galeria Alma da Rua II, consolidando a relevância de Pati Rigon como uma artista que captura as nuances da condição humana através de uma lente urbana e contemporânea. A mostra oferece uma oportunidade única para os visitantes explorarem as camadas mais profundas de suas próprias identidades e histórias, refletindo sobre a relação entre o corpo e a alma.

Chico Fortunato na Galeria Patricia Costa

11/jul

Mostra individual até 24 de agosto reúne trabalhos recentes de Chico Fortunato na Galeria Patricia Costa, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria de Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho

“Com seus novos dípticos, desenhos-colagens, madeiras e “pinturas-espaciais”, Chico Fortunato amplia seu vocabulário mostrando, com liberdade costumeira, sua predileção por certos elementos e cores. Não clama pelo espetáculo banal, quer essência”, assim define Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho, que assina a curadoria da individual do artista, “Construtos”, com obras inéditas produzidas entre 2021 e 2024 na Galeria Patricia Costa, a partir do dia 25 de julho.

Pintor e designer de móveis, ele revela através do seu traço, preciso e ao mesmo tempo delicado, a preferência pelas figuras geométricas, dominando o espaço com linhas que articulam cores com peculiar leveza. Da produção mais recente, um dos destaques são os desenhos-colagens, suporte nunca antes explorado por Chico Fortunato em sua longa trajetória artística.

“Os dípticos começaram em 2018. Logo depois de uma exposição em 2017 e entre algumas viagens, veio a pandemia com toda força, época em que produzi as madeiras. Em 2021, concluí uma série de trabalhos que lembravam pinturas anteriores, mas traziam novos elementos. Então, em 2023, comecei a trabalhar os desenhos-colagens. Fiz uma série deles, que estão sendo mostrados pela primeira vez agora nesta individual. Eles partem do desenho e as linhas obedecem às mesmas regras da pintura. São muitas vezes polípticos e mostram as contradições tão presentes no nosso cotidiano. Este ano retornei para a pintura, que tanto adoro, aparecendo com mais cores, embora partindo do mesmo princípio”, diz o artista.

“Construtos” nas palavras do curador Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho, Presidente do Conselho do Museu de Arte do Rio de Janeiro – MAR/RJ

A atual exposição de Chico Fortunato reúne um conjunto de obras que proporciona uma imersão em seu sofisticado, particular e refinado processo criativo. Nos últimos anos suas preocupações enquanto pintor se circunscrevem ao aprofundamento de uma poética de caráter geométrico, ainda que já tenha flertado com elementos figurativos da paisagem. Sua pesquisa formal exige silêncio, destreza, rigor e transcendência. Em claro diálogo com a Arquitetura, o Urbanismo e o Design, ele revela um inconsciente matemático como se buscasse, na gênese natural das linhas e dos planos, um idioma universal. Questões como os limítrofes da tela são introduzidas sutilmente em sua regra dos cálculos do perímetro. Cores e geometrias não se sobrepõem ou se subordinam, não são aleatórias ou casuais. Seus dípticos são junções de partes autônomas, as telas conectam-se como se fossem espaços previamente imantados. São espaços que se vinculam e se afastam, seja pelas oposições ou complementariedades das cores escolhidas, não óbvias, seja pelo proposital desalinho das flutuações de linhas resultantes de seu processo pictórico. Os trabalhos de colagens, em formatos pequenos, traduzem a experiência e a habilidade contínua de manusear planos. Distintamente, aqui são as linhas que demarcam os recortes iniciais da colagem; linhas por origem, definidoras de ângulos e polígonos. Na apresentação da série recente em madeiras maciças de descarte, Chico reitera o uso de material conhecido, e já anteriormente explorado, introduzindo novas dinâmicas. Ao invés de recortes, torções de planos e ilusões nas perspectivas, ele brinca com tons de cores, ora em superfícies contínuas, ora escavadas. A aplicação da tinta revela suaves nuances, onde apenas o olhar atento e a correta incidência de luz conseguem discernir sutilezas. As harmonias propostas escondem planos e figuras que parecem caminhar para fora dos limites da obra. O matemático e psicólogo americano George Kelly, ao elaborar sua Teoria dos Construtos Pessoais (1955), pontuou que os sistemas cognitivos dos indivíduos são influenciados pela maneira como eles vivenciam suas próprias experiências. Chico Fortunato não propõe orientar o olhar do espectador para uma única direção, quer produzir estímulos e inquietudes. Sua ambição é a interação, sem que os limites do tempo sirvam de restrição para uma apreensão de fato. Almeja saber do outro que impacto cada obra revela no seu mais íntimo contato. Inquire por desejar contribuir com a visão alheia – talvez estando mais próximo desse ente externo – aprimorando simultaneamente, e generosamente, seus diálogos, suas próprias sensações, seu construto particular. Rio de Janeiro, julho de 2024

Sobre o artista

Chico Fortunato iniciou seus estudos em 78 na Escola de Artes Visuais do Rio de Janeiro (EAV). De 1982 a 1987, fez parte do grupo de Paulo Garcez, tendo participado, ainda na década de 1980 (em 1983), do I Salão Nacional, ganhando o prêmio, no mesmo ano, no VII Salão Carioca. Realizou exposições no eixo Rio-São Paulo, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte, em 1985. De 1992 a 1999 residiu na Holanda; fez individuais na Galerie Domplein, em Utrecht, na Galerie Cacco Zanchi, Aalst, e na Galerie Debret, Paris. Também participou de coletivas no Porto, Londres, Amsterdam, Soest e Stuttgart (Prêmio Syrlin). Em 1999, no Rio, firmou parceria com o Estúdio Guanabara, realizando três exposições individuais, entre 2000 e 2004: “Acrílicos”, “Transparências” e “Torções”. Em 2004, expôs no MAM-RJ, na mostra “Últimas Aquisições”, da Coleção Gilberto Chateaubriand. Em 2010, expôs no Centro de Arte Helio Oiticica; em 2012, no Rio de Janeiro, fez individual no Gustavo Rebello Arte, e lançou livro pela Contracapa Editora. Em março de 2016, entra para o acervo do Museu de Arte do Rio (MAR), e integra a exposição “Ao amor do público I” – Doações na ArtRio (2012-2015) e MinC/Funarte. Em 2017, realizou individual na Múltiplo Espaço Arte e, em 2024, participou de exposição coletiva na Múltiplo.

A obra de Lucas Finonho no MAR

Uma das grandes promessas do circuito carioca de arte, o artista plástico Lucas Finonho vem da Baixada Fluminense, de onde ele traz reflexões sobre as constantes fragmentações e reconstruções que enfrenta, sendo um jovem preto e gay de periferia. Nascido e criado em Duque de Caxias. Sua primeira exposição individual “Imagem e semelhança”, entra em cartaz no mais carioca dos museus: o Museu de Arte do Rio (MAR) e permanecerá em exibição até 03 de novembro.

Com curadoria de Mélanie Mozzer e Osmar Paulino, o projeto começou a ser gestado em julho de 2023. Composta por 12 obras inéditas, cada tela traz o olhar com mais sensibilidade para as relações cotidianas, onde a pintura não é apenas um meio de expressão visual, mas também um diálogo entre a suavidade dos traços e a aspereza das texturas de brita. A inserção da pedra brita em suas obras, com sua natureza fragmentada, oferece uma metáfora visual potente para as complexidades da experiência humana contemporânea.

“Ter minha primeira exposição solo no Museu de Arte do Rio é, antes de tudo, romper com todas as baixas expectativas que recebo pela minha cor e pelo lugar de onde eu venho. Poder apresentar meu trabalho nessa grande instituição que vem lançando e transformando a vida de diversos artistas, é pra mim o início de uma promissora trajetória de conquistas e grandes responsabilidades”, afirma o artista.

“Esta exposição é um testemunho do amadurecimento do artista através de um longo processo de pesquisa que foi bastante enriquecedor, visto que além de artista, Finonho é um pesquisador que já carrega um repertório profissional extenso. Se eu pudesse dar um conselho, indicaria que o público não perdesse a abertura da exposição para contemplar este momento definidor na carreira do artista que terá um longo caminho dentro da cena de Arte Contemporânea”, palavras de Mélanie Mozzer.

Em sua pesquisa, Lucas se conforta ao se entender semelhante às grandes e fortes rochas formadas por pequenos fragmentos, ao fabular sobre a divina fundição de seus destroços. Assim como a natureza, que mesmo ameaçada pela negligência e exploração exacerbada, o artista busca se reconstruir a todo custo. A utilização de pedras em suas obras, o faz olhar para os vales sedimentares, percebendo na natureza a possibilidade de ressignificar as erosões e depressões da vida.

“Me inspiro nas coisas que lutam por existir, nas histórias de superação, tecnologias periféricas de sobrevivência, nos testemunhos de intervenções divinas e nos ciclos que observo na natureza, com seu grande poder de defesa e regeneração frente às violências que sofre”, completa o artista.
“A exposição “Imagem e Semelhança” do Finonho é uma contribuição para a sociedade na medida que ela busca apresentar reflexões sobre os problemas subjetivos do ser a partir das diversas mazelas sociais, e sua capacidade de encontrar o bem-estar através da manifestação do divino que se dá ao mesmo tempo a partir das experiências endógenas e exógenas do próprio ser”, diz Osmar Paulino.

Em Salvador urgências do mundo contemporâneo

10/jul

Por meio de uma parceria entre a Fundação Bienal de São Paulo e a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia por meio do IPAC – Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) exibe uma seleção especial da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível. Com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, a exposição, bem-sucedida em 2023 em termos de público e crítica, estará em exibição na capital soteropolitana até 28 de julho.

Salvador sedia uma das maiores exposições realizadas fora do Pavilhão da Bienal de São Paulo no Ibirapuera, com dezoito participantes: Citra Sasmita, Davi Pontes e Wallace Ferreira, Edgar Calel, Emanoel Araujo, Inaicyra Falcão, Julien Creuzet, Leilah Weinraub, Luiz de Abreu, M’Barek Bouhchichi, MAHKU, Malinche, Marilyn Boror Bor, Maya Deren, Quilombo Cafundó, Rosana Paulino, Simone Leigh e Madeleine Hunt-Ehrlich, Torkwase Dyson e Xica Manicongo.

A 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível explora as complexidades e urgências do mundo contemporâneo ao abordar obras que tratam de transformações sociais, políticas e culturais. A curadoria busca tensionar os espaços entre o possível e o impossível, o visível e o invisível, o real e o imaginário, ao ressaltar diversas questões e perspectivas de maneira  Para os curadores, é crucial que a exposição alcance mais cidades, transcendendo os limites do Pavilhão da Bienal. Segundo eles, “os debates propostos pela 35ª Bienal atravessam inúmeros territórios de todo o mundo; assim, não restringir as coreografias do impossível ao Pavilhão da Bienal é de extrema importância para o trabalho realizado”.

Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, enfatiza a importância não apenas de levar as coreografias do impossível para um público mais amplo, mas também de fortalecer os laços entre as instituições. Bruno Monteiro, secretário de Cultura do Estado da Bahia, fala sobre a importância de receber um evento como a Bienal de São Paulo: “É uma responsabilidade muito grande para nós, do Governo do Estado da Bahia, recebermos a maior coleção da Bienal fora do pavilhão oficial. Isso é fruto de muita articulação e do compromisso que nós temos de valorização e difusão das expressões artísticas e culturais em nosso estado”, afirma.

Evento itinerante em Brasília

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (SECEC-DF) e a Fundação Bienal de São Paulo levam para o Museu Nacional da República uma seleção especial da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível. Com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, a exposição estará em exibição em Brasília até 25 de agosto, com entrada gratuita. A capital nacional irá sediar a oitava exposição realizada fora do Pavilhão da Bienal de São Paulo no Ibirapuera, contando com treze participações artísticas: Deborah Anzinger, Denilson Baniwa, Katherine Dunham, MAHKU, Manuel Chavajay, Maya Deren, Melchor María Mercado, Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed, Nikau Hindin, Rosa Gauditano, Simone Leigh e Madeleine Hunt-Ehrlich, Torkwase Dyson e Zumví Arquivo Afro Fotográfico.

Para os curadores, sempre foi crucial que a exposição alcançasse outras cidades além de São Paulo. Segundo eles, “os debates propostos pela 35ª Bienal atravessam inúmeros territórios de todo o mundo; assim, não restringir as coreografias do impossível ao Pavilhão da Bienal é de extrema importância para o trabalho realizado”.

Para o Secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Claudio Abrantes, receber a 35ª Bienal de São Paulo no Museu Nacional da República representa um marco e um legado na ascensão da cultura do DF: “A Bienal de São Paulo é a maior exposição de artes visuais do hemisfério sul. E para nós é uma grande conquista trazer uma itinerância deste evento tão importante para o Museu Nacional da República, para a nossa cidade, que se firma cada vez mais como referência de arte contemporânea no Brasil. Na nossa gestão, todas as formas de cultura são valorizadas, sejam as artes cênicas com a reforma do Teatro Nacional, sejam as artes visuais com a parceria com a Fundação Bienal de São Paulo. A nossa missão é tornar o DF um polo cultural e um importante vetor na difusão da nossa cultura nacional”.

Primeira exibição em museu

09/jul

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand  (MASP), Bela Vista, São Paulo, SP, apresenta até 17 de novembro, a primeira exposição individual de pinturas da artista Lia D Castro rm um museu. Seus trabalhos mostram momentos de intimidade e afeto em um processo de investigação sobre preconceitos, masculinidade, racismo e estruturas de poder.

É impossível refletir sobre a obra da artista e intelectual Lia D Castro (Martinópolis, São Paulo, 1978) sem falar de encontros, contrastes, fricções e transformações. O público pode encontrar na exposição Lia D Castro: em todo e nenhum lugar, que reúne 36 trabalhos, sendo a maioria pinturas de caráter figurativo. As obras selecionadas exploram cenários onde o afeto, o diálogo e a imaginação se tornam importantes ferramentas de transformação social. O título da exposição parte da constatação da ausência histórica de grupos minorizados em posições de poder e decisão – em nenhum lugar -, enquanto sua presença e força de trabalho compõem as bases que sustentam a sociedade – em todo lugar. Com curadoria de Isabella Rjeille e Glaucea Helena de Britto, curadora assistente, a mostra apresenta trabalhos que abrangem toda a produção da artista.

Lia D Castro utiliza a prostituição como ferramenta de pesquisa e desenvolve sua produção a partir de encontros com seus clientes – homens cisgêneros, em sua maioria brancos, heterossexuais, de classe média e alta – para subverter relações de poder ou violência que possam surgir entre eles, aliando história de vida e história social. Temas como masculinidade e branquitude, mas também afeto, cuidado e responsabilidade, são abordados nessas ocasiões e resultam em pinturas, gravuras, desenhos, fotografias e instalações criadas de modo colaborativo. Nesses momentos, ela conversa com esses homens e os convida a refletir: quando você se percebeu branco? E quando se descobriu cisgênero, heterossexual? “Perguntas sobre as quais a artista não busca uma resposta definitiva, mas sim provocar um posicionamento dentro do debate racial, sobre gênero e sexualidade”, afirma a curadora Isabella Rjeille. As conversas de Lia D Castro com esses homens são permeadas por referências a importantes intelectuais negros como Frantz Fanon, Toni Morrison, Conceição Evaristo e bell hooks. Frases retiradas dos livros desses autores, lidos pela artista na companhia de seus colaboradores, são inseridas nas telas e misturam-se aos gestos, cenas, cores e personagens. O trabalho de Lia D Castro torna-se um lugar de encontro, embate e fricção, no qual ações, imagens e imaginários são debatidos, revistos e transformados. Com frequência, a artista insere referências a outros trabalhos por ela realizados, incluindo-os em outro contexto e, consequentemente, atribuindo novos significados e leituras a essas imagens. “Partindo da visão de Frantz Fanon de que o racismo é uma repetição, eu proponho combatê-lo com a repetição de imagens. Como a imagem constrói cultura e memória, ao colocar uma obra dentro da outra, busco criar novas referências estéticas”, comenta a artista.

Pinturas e metodologia artística

A produção de Lia D Castro é organizada em séries, sendo a maior delas “Axs Nossxs Filhxs”, presente nesta exposição. Desenvolvida na sala de estar e ateliê de Lia D Castro, um lugar de encontro e trocas, comerciais, intelectuais e afetivas, a série apresenta um processo criativo marcado por escolhas coletivas, da paleta de cores à assinatura das obras. A repetição é uma característica central: por meio desse recurso é possível reconhecer gestos, personagens e situações, assim como outras obras da artista que aparecem representadas nas telas, acumulando significados. A utilização do “x” no título da série se refere à diversidade de formações familiares e vínculos afetivos para além do parentesco consanguíneo ou da família heterossexual monogâmica. O uso do “x” também é utilizado para abarcar diferentes gêneros. Lia D Castro também se retrata em pinturas dessa série. Enquanto os homens estão nus, ela encontra-se vestida. Seu corpo é coberto por esparadrapos colados sobre a tela formando um longo vestido branco, na contramão da tradição histórica da pintura ocidental, em que a grande maioria dos nus são femininos. A artista subverte também pintando esses personagens em momentos de pausa, descanso, lazer, leitura e contemplação. “O caráter político da obra de Lia D Castro questiona o imaginário social que vincula violência e subalternidade a corpos não hegemônicos na arte ocidental”, afirma a co-curadora Glaucea Helena de Britto.

“Lia D Castro: em todo e nenhum lugar” integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da diversidade LGBTQIA+. Este ano a programação também inclui mostras de Gran Fury, Francis Bacon, Mário de Andrade, MASP Renner, Catherine Opie, Leonilson, Serigrafistas Queer e a grande coletiva Histórias da diversidade LGBTQIA+.

Sobre a artista

Artista e intelectual, Lia D Castro nasceu em 1978, em Martinópolis, São Paulo, atualmente, vive e trabalha na capital paulista. A artista realizou exposições individuais no Instituto Çarê (2022), em São Paulo, e na Galeria Martins&Montero (2023), em São Paulo e na Bélgica. Dentre as exposições coletivas, destacam-se a 10ª Mostra 3M de arte – Lugar Comum: travessias e coletividades na cidade, no Parque Ibirapuera, em São Paulo (2020); A verdade está no corpo, no Paço das Artes, São Paulo (2023); Middle Gate III, no De Werft, na Bélgica (2023); Hors de l’énorme ennui, no Palais de Tokyo, na França (2023); e Dos Brasis: arte e pensamento negro, no Sesc Belenzinho, em São Paulo (2023). Sua obra integra o acervo da Galeria Martins&Montero (São Paulo e Bélgica) e S.M.A.K., Stedelijk Museum voor Actuele Kunst (Bélgica).

Catálogo

Foi publicado um catálogo bilíngue, inglês e português, composto por imagens e ensaios comissionados de autores fundamentais para o estudo da obra de Lia D Castro. A publicação, organizada por Adriano Pedrosa, Isabella Rjeille e Glaucea Helena de Britto, inclui textos de Ana Raylander Mártis dos Anjos, Denise Ferreira da Silva, Glaucea Helena de Britto, Isabella Rjeille e Tie Jojima. Com design do PS2 – Flávia Nalon e Fábio Prata, a publicação tem edição em capa dura.

Representando Arthur Barrio

A Baró Galeria anuncia a representação do artista luso-brasileiro Artur Barrio. Conhecido pela sua prática radical e inovadora, Artur Barrio tem constantemente ultrapassado os limites da expressão artística através dos seus trabalhos provocativos e envolventes, desafiando e muitas vezes rejeitando linguagens artísticas padronizadas.

Sobre o artista

Artur Barrio ou Artur Alipio Barrio de Sousa Lopes é um artista plástico luso-brasileiro que vive no Rio de Janeiro desde 1955. Antes de se mudar para o Brasil, chegou a morar por um ano em Luanda, na Angola. Nascido em 01 de fevereiro de 1945, Porto, Portugal, começou a se dedicar à pintura em 1965 e, a partir de 1967, frequentou a Escola Nacional de Belas Artes – Enba. Nesse período, realiza os cadernos livres, com registros e anotações que se afastam das linguagens tradicionais. Em 1969, começa a criar as “Situações”: trabalhos de grande impacto, realizados com materiais orgânicos como lixo, papel higiênico, detritos humanos e carne putrefata (como as “Trouxas Ensangüentadas”), com os quais realiza intervenções no espaço urbano. No mesmo ano, escreve um manifesto no qual contesta as categorias tradicionais da arte e sua relação com o mercado, e a situação social e política na América Latina. Na mostra “Do Corpo à Terra”, em 1970, espalha as “Trouxas Ensangüentadas” em um rio em Belo Horizonte. Barrio documenta essas situações com o uso de fotografia, cadernos de artista e filmes Super-8. Cria também instalações e esculturas, nas quais emprega objetos cotidianos. Realiza constantes viagens, e reside também na África e na Europa – em Portugal, França e Holanda. Desde a metade da década de 1990, ocorreramm diversas publicações de sua obra.

Pontos de convergências

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, convida para a abertura, no dia 10 de julho, da exposição “Visita ao acervo #4 – Diálogos”, com curadoria de Cecília Fortes, que selecionou obras dos artistas Abraham Palatnik, Bruna Snaiderman, Cristina Salgado, Eduardo Frota, Lenora de Barros, Liana Nigri, Livia Flores, Nuno Ramos, Paulo Vivacqua, Renato Bezerra de Mello, Rodrigo Braga e Ronaldo do Rego Macedo, criando aproximações por temas, técnicas e materiais usados, formas, ou ainda “uma narrativa surreal imaginária”.

Esta é a quarta edição do programa que apresenta as obras do acervo de Anita Schwartz Galeria de Arte a partir de um recorte curatorial e permanecerá em cartaz até 24 de agosto. Cecília Fortes explica que nesta exposição “a proposta foi identificar pontos de convergência entre trabalhos, criando diálogos diversificados. Conexões que ocorrem de forma orgânica, estabelecendo conversas diretas em alguns casos e relações inusitadas, em outros”.

A curadora exemplifica: “Contornos do corpo feminino e suas camadas físicas e metafóricas, observados em planos positivo e negativo no ato escultórico”, conectam as obras “Presas em frestas, da série Vazante”, de Liana Nigri, em bronze e granito em liga, e “Mulher em dobras 1 (Vênus)”, de Cristina Salgado, produzida em 2022, com tapete e parafusos.

“A materialidade da tinta a óleo, que ganha corpo e se transforma em elemento marcante de composição”, estão nas pinturas “O céu como cicatriz, Tapetes”, de Nuno Ramos, em óleo e pigmento sobre papel, e “Sem título”, de Ronaldo do Rego Macedo, em óleo sobre tela.

“Esferas laminadas que preenchem o espaço expositivo com seus volumes repletos de ausências e ilusões óticas colocam em relação as criações de Bruna Snaiderman – “Sem título”, da série “Presença através da ausência”, em metacrilato e vinil, – e Eduardo Frota – “Esfera (com anel)”, em compensado industrial.

“Ondas sonoras derivadas da escultura “Sem título”, de Paulo Vivacqua – composta por alto-falantes, vidro, espelho e mesa de madeira, – se propagam pelo ar e reverberam na obra “W-H/112”, de Abraham Palatnik, em acrílica sobre madeira.

“Seguindo uma narrativa surreal imaginária, a relação das mãos que tocam pinturas de círculos brancos e pretos sobre pedra, no plano bidimensional na obra “Direita para esquerda, esquerda para direita”, de Rodrigo Braga, em impressão fine art sobre papel de algodão, mergulham nas formas e acessam a matéria expondo a sua tridimensionalidade em “Mão dupla 1”, de Lenora de Barros, da série “Performance escultura para mãos”, impressão em jato de tinta.

“O uso da geometria como elemento de abstração estabelece a relação entre as obras de Livia Flores – “Xu (06)” e “Xu (08) Plot”, em colagem sobre tela, – com os “Cadernos de confinamento 1 e 2”, de Renato Bezerra de Mello, desenho em tinta nanquim sobre folha de papel Canson.