Kogan Amaro Digital Art Gallery

12/abr

 

 

A galeria Kogan Amaro, amplia sua área de operação e começa a atuar também com NFT, aproximando este universo de artistas, colecionadores, investidores e o grande público.

 

 

A partir de agora, com uma curadoria específica, a Kogan Amaro Digital Art Gallery passa a oferecer ao mercado NTFs com o objetivo de simplificar as atividades nesta área e contribuir com a formação de novos públicos. Com esta iniciativa, a galeria, que tem unidades no Brasil (São Paulo) e na Suíça (Zurique), reforça sua atuação global, expandindo seu alcance e facilitando as operações das carteiras digitais.

 

 

“Nossa intenção é servir como uma ponte entre os universos físico e digital, simplificando os processos em todos os pontos da cadeia de produção de arte em NFT, desde o momento da criação à realização da venda, ao mesmo tempo em que a nossa atuação no mercado físico vive um momento de muito vigor”, declara Ricardo Rinaldi, diretor da Kogan Amaro. Uma das vantagens da operação facilitada via Kogan Amaro é que as compras de NFTs poderão ser realizadas mesmo que o cliente não tenha criptomoedas em carteira. A operação digital da Kogan Amaro já conta com perfil próprio na Foundation.app, uma das plataformas mais importantes do mercado global de NFT, dedicada a construir essa nova forma de atuação em Web 3.0, aproximando artistas e colecionadores em todo o mundo.

 

 

Ao mesmo tempo em que terão forte exposição no mundo virtual, os NFTs passarão a fazer parte dos ambientes físicos da Kogan Amaro. A galeria pretende realizar uma exposição física de NFTs até o fim de 2022 com exposição de obras tokenizadas via painéis de led e televisores especiais. A princípio, a curadoria foi feita dando espaço para artistas físicos da galeria e abrindo espaço para uma série de artistas internacionais que já atuam com ferramentas digitais, em áreas como ilustração, fotografia e animação.

 

 

Entre os artistas físicos já representados pela galeria e que agora também disponibilizam NFTs exclusivos à venda estão: Daniel Mullen, Fernanda Figueiredo e o duo Tangerina Bruno. Entre as novidades estão os artistas e fotógrafos: Kandro, João Branco, Diris Malko, Fxaq27, Attilagaliba, Reinis Couple, UMiDART e Giovani Cordioli.

 

 

 

 

Tim Burton em São Paulo

09/abr

 

 

Uma mega exposição sobre o universo criativo de Tim Burton chegou em São Paulo. Os fãs do diretor responsável por obras como “Edward Mãos de Tesoura” e os remakes de “Dumbo”, “A Fantástica Fábrica de Chocolate” e “Alice no País das Maravilhas” poderão mergulhar nessas obras com a mostra “A Beleza Sombria dos Monstros: 13 Anos da Arte de Tim Burton”.

“É a mais abrangente antologia da obra do cineasta nos últimos quarenta anos”, ressalta Jenny He, curadora da exposição, que acompanhou o projeto em cada detalhe. “À medida que o público adentra as imersivas e interativas experiências presentes nas diferentes galerias da exposição, a ilimitada criatividade e prolífica produção artística de Tim Burton se revelam intimamente”, destaca ela.

O evento terá uma área de 2600m² para a exposição, ocupando dois andares da Oca, no Parque do Ibirapuera. O evento ocorre entre os dias 08 de maio e 14 de agosto.

Simone Cupello: Sombras sem figura

 

 

A Central Galeria, São Paulo, SP, apresenta até 21 de maio “Sombras sem figura”, a segunda exposição individual de Simone Cupello na galeria. Com curadoria de Marisa Flórido, a mostra reúne obras recentes – produzidas ao longo da pandemia e em parte influenciadas por ela – que refletem sobre o tempo e o estatuto da imagem.

Como é recorrente na prática da artista, um grande acervo de fotografias analógicas coletado ao longo de anos é empregado em trabalhos com características escultóricas e instalativas. Esse uso não convencional do material fotográfico aponta para temas basilares de sua poética, na qual a artista está mais interessada na imagem como prática humana do que enquanto mídia em si.

“Simone Cupello debruça-se, pela fotografia, à investigação da imagem: seu estatuto difícil, sua indeterminação constitutiva, os lugares e o movimentos de sua aparição e desaparição, os códigos de enquadramento e os dispositivos que determinam os regimes de visibilidade, que moldam as subjetividades, que codificam vida e arte”, analisa a curadora Marisa Flórido.

Ainda que a figura humana não apareça de forma ostensiva, ela é evocada ao longo de toda a exposição, sugerindo histórias de pessoas que se apagaram com o tempo. Lápides, fragmentos e vazios também são elementos que se repetem para indicar ausências. “De fato, tenho a sensação que alguma coisa importante mudou nos últimos tempos”, reflete Simone. “Acho que não iremos mais nos relacionar como antes, que a tal ‘ruptura comportamental’ via tecnologia, que tanto temíamos e prevíamos há décadas, foi finalmente consolidada. Estamos partidos, mais além das divisões de classe. Minhas fotos parecem pertencer a um outro momento da vida, viraram vestígio”.

 

Sobre a artista

Simone Cupello nasceu em Niterói, RJ, 1962. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Graduada em Arquitetura (1986) e com uma extensa carreira com cenografia, TV e cinema, desenvolve desde 2013 sua pesquisa como artista visual. Já realizou exposições individuais em: Central Galeria (São Paulo, 2018), Centro Cultural Cândido Mendes (Rio de Janeiro, 2017), Centro Cultural Justiça Federal (Rio de Janeiro, 2016), entre outras. Entre suas exposições coletivas recentes, destacam-se: Arte Londrina 7, Casa de Cultura da UEL (Paraná, 2019); 43° SARP, Museu de Arte Ribeirão Preto (Ribeirão Preto, 2018); MONU – A Arte Delas, Marina da Glória (Rio de Janeiro, 2018); Frestas – Trienal de Artes, Sesc Sorocaba (Sorocaba, 2017); Mostra Bienal Caixa de Novos Artistas (mostra itinerante, 2015-2016); Fotos Contam Fatos, Galeria Vermelho (São Paulo, 2015). Sua obra está presente nas coleções do MAR (Rio de Janeiro) e do FAMA (Itu).

Livro para a pintura de Lucia Laguna

08/abr

 

 

Lucia Laguna pinta a partir do entorno do subúrbio onde mora – o bairro do Rocha, no Rio de Janeiro – ao operar uma colagem de referências que passam pela história da arte, o jardim de seu ateliê e uma extensa vista da cidade. Entre a figuração e a abstração, as pinturas reunidas neste livro sussurram a insistência desordenada da vida a partir de flores, folhas e galhos de encontro às linhas urbanas: a linha do trem, a linha do mar, a Linha Vermelha, a Linha Amarela, a Avenida Brasil.

Com organização do curador Marcelo Campos, o volume traça um panorama da carreira da artista a partir de uma divisão em três partes que remetem às categorias – ou esferas de trabalho – que dão nome às séries de pinturas de Lucia Laguna: “Paisagem e arquitetura”, “Jardim e mundo” e “Estúdio e janela”.

A edição, bilíngue, conta ainda com três textos inéditos. Em “A artista de janelas abertas”, o escritor e historiador Luiz Antonio Simas discorre sobre a genealogia do bairro do Rocha e da influência do subúrbio, visto pelas janelas do ateliê, na obra de Laguna. Já em “Em busca do Jardim de Laguna”, a curadora Diane Lima se debruça sobre a relação da artista com os grandes mestres da pintura, assim como com seu próprio jardim, além de abordar seus procedimentos pictóricos. Marcelo Campos, organizador da publicação, constrói em “A travessia de mundos banais” um ensaio no qual articula elementos fundamentais para compreender a obra da pintora: a observação do cotidiano, a influência da geografia da cidade, o método, a disciplina e as referências à história da arte.

As correspondências são infinitas e o ato de escrever sobre a produção de Lucia Laguna nos coloca diante de um desfazer de enganos. Aproximar-se desta obra de mais de uma centena de pinturas é, também, viver a cidade, buscar nos quintais as reflexões, e, de outro modo, assumir a mobilidade que retira qualquer recalque antes estimulado por uma comparação entre nacionalismo e internacionalismo, figuração e abstração. Poder escrever sobre uma artista em consonância a sua vigorosa criação coetaneamente ao seu processo de produção nos faz rever os vícios históricos que deixavam a produção de mulheres artistas somente destinadas ao resgate. Aqui, vida e obra nos colocam diante de uma trajetória de conquistas aguçada pelo desejo de seguir adiante, permanecer, querer ser, escreviver, como nas palavras de Conceição Evaristo.

Marcelo Campos

 

Sobre a artista

Lucia Laguna nasceu em Campos dos Goytacazes em 1941. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Lucia ainda era professora de português quando fez experimentos à la Lygia Pape, sem ter a menor ideia de que já́ era uma artista: ela levava os alunos para uma sala escura, onde colocava potes com água, álcool, areia, sal, entre outros elementos. A ideia era fazê-los usar outros sentidos, que não a visão, para estimular a linguagem e, assim, incrementar as redações. Laguna vive e trabalha em São Francisco Xavier, RJ, mas sua mente e olhos vão e vem, miram o interior e o exterior. Muito além de uma busca formal ou social, as telas de Laguna são sobre diálogos visuais, entre seus gestos e os dos assistentes. Davi Baltar, Claudio Tobinaga e Thiago Pereira começam as narrativas para, em seguida, ela entrar numa dança de formas, cores e signos. Se o futuro é coletivo, ele está aqui. E se for possível resumir esses trabalhos em uma palavra, é “generosidade”.

 

Sobre o organizador

Marcelo Campos é carioca e vive e trabalha no Rio de Janeiro. É curador-chefe do Museu de Arte do Rio (MAR), diretor do Departamento Cultural da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e membro dos conselhos do Museu do Paço Imperial e do Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea. Desde 2004 curou diversas exposições como À Nordeste (SESC 24 de Maio, 2019); O Rio do Samba (Museu de Arte do Rio, 2018); Orixás (Casa França Brasil, 2016) e Bispo do Rosário, um Canto, Dois Sertões (Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea, 2015). É doutor em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor do Departamento de Teoria e História da Arte do Instituto de Artes da UERJ e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Campos é autor de Escultura contemporânea no Brasil: Reflexões em dez percursos (2016) e possui textos publicados sobre arte brasileira em inúmeros livros, catálogos e periódicos nacionais e internacionais.

 

Sobre os autores

Diane Lima é baiana e vive entre São Paulo e Salvador. É curadora, escritora e pesquisadora. Mestra em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), é docente da Especialização em Gestão Cultural Contemporânea do Itaú Cultural e suas palestras, textos e participações já ressoaram em instituições como Museum of Modern Art (MoMA, NY), Pérez Art Museum Miami, Patricia Phelps de Cisneros Research Institute, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), Museu de Arte de São Paulo (MASP) e outros. Seus projetos são marcados pelo pioneirismo no debate sobre práticas artísticas e curatoriais em perspectiva descolonial em instituições brasileiras. É ainda pesquisadora/curadora convidada do Programa de Curadoria Crítica e Estudos Decoloniais em Arte no acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) em parceria com a Getty Foundation.

 

Luiz Antonio Simas é carioca, vive e trabalha no Rio de Janeiro. É escritor, professor, historiador, educador e compositor. É autor e coautor de mais de vinte livros, além de ter uma centena de ensaios e artigos publicados sobre carnavais, folguedos populares, macumbas, futebol e culturas de rua. Foi colunista do jornal O Dia e jurado do Estandarte de Ouro, prêmio carnavalesco do jornal O Globo. Recebeu o Prêmio Jabuti de Livro de Não Ficção do ano de 2016, pelo Dicionário da história social do samba, escrito em parceria com Nei Lopes. Foi finalista do Prêmio Jabuti de 2018 e 2020, na categoria Crônica. Também ao lado de Nei Lopes, assinou a curadoria textual da mostra Semba/Samba: Corpos e Atravessamentos – Brasil e África (Museu do Samba, 2021).

 

Ficha Técnica

Título: “Lucia Laguna”

Autores: Marcelo Campos, Diane Lima, Luiz Antonio Simas

Organizador: Marcelo Campos

Idiomas: Português, Inglês

Número de páginas 224

ISBN 9786556910482

Editora Cobogó

Capa e projeto gráfico de miolo Bloco Gráfico

Encadernação Capa dura

Formato 21 x 26

Ano de publicação 2021

Lucia Laguna

Diane Lima

Luiz Antonio Simas

Lucia Laguna

Marcelo Campos (org.)

R$ 150,00

Individual de Victor Arruda na Belizário

07/abr

 

 

A Belizário Galeria, Pinheiros, São Paulo, SP, em paralelo à primeira participação na SP-Arte, recebe em seu espaço e apresenta ao circuito cultural de São Paulo a exposição “Babado e Confusão” do icônico pintorVictor Arruda, sob curadoria de Marcus Lontra. Artista conhecido e reconhecido por seus temas

diretos, sua pintura não dá margem à dupla interpretação sendo uma crítica obstinada contra o abuso de poder e a hipocrisia, além da presença desde o início de sua trajetória artística, das questões referentes a gênero, com cenas explicitas. A arte de Victor Arruda, a seus olhos, é conceitual onde a agressividade está a serviço da discussão de temas necessários e também sociais.

Ao contrário do que pode sugerir os temas escolhidos, os trabalhos não são agressivos nem com caráter sombrio. Suas telas são compostas de uma profusão de cores e figuras, traços incomuns mas que trazem nessa “brincadeira”, mensagens fortes e necessárias. “O mundo contemporâneo explode nas telas de Victor Arruda”, define o curador.

Na década de 1970, os quadrinhos são uma influência em suas criações, ligadas aos movimentos modernos como expressionismo e surrealismo que, com o passar do tempo, deram lugar ao psicanalismo de Freud. A pintura permite que o artista critique conscientemente suas angústias através dos registros de seu inconsciente. “Ela dialoga com as vertentes marginais do modernismo; abraça despudoradamente a arte popular, o grafite, a linguagem visual urbana anônima, e introduz soluções estéticas de extrema sofisticação” explica Marcus Lontra.

Em sua primeira exposição na Belizário Galeria, faz-se coro às palavras do curador: “(….) é muito importante que Victor Arruda esteja aqui em São Paulo, nesta metrópole confusa e encantadora, cheia de contrastes como a obra do artista. Victor Arruda merece São Paulo. E São Paulo merece e precisa conhecer com urgência Victor Arruda. Afinal, como sabemos, o amor será sempre uma via de mão dupla. ❤️”

Sobre o artista

Victor Arruda nasceu em Cuiabá, MT, 1947. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Decidiu que seria pintor aos doze anos de idade e, aos treze, muda para o Rio de Janeiro onde dá sequência a seus estudos. Graduado em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ), elabora seus trabalhos com base em padrões estéticos não convencionais, fazendo referências ao pensamento, segundo ele, da “antipintura”apresentando imagens irreverentes. Suas obras trazem referências de nomes icônicos da arte como Chagall, Picasso, Klee e Torres Garcia. A imagética por ele elaborada é constituída por cenas que vivencia em seu cotidiano. Suas obras integram as coleções mais importantes do Brasil como a de Gilberto Chateaubriand. O artista é aplaudido por diversos críticos e curadores. Segundo o crítico italiano Achille Bonito Oliva, Victor Arruda é um dos maiores artistas brasileiros da atualidade. Em 2018, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) inaugurou uma ampla retrospectiva de 50 anos da trajetória artística de Victor Arruda, reunindo 105 de suas obras. A exposição individual intitulada “Temporal”, no Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ, foi uma das mais aclamadas no país em 2021.

Sobre o curador

Marcus Lontra nasceu no Rio de Janeiro, 1954. Nos anos 1970 morou em Paris onde conviveu e trabalhou com Oscar Niemeyer, então marido de sua mãe. Trabalhou com o casal na revista Módulo. Foi crítico de arte do Globo, Tribuna da Imprensa e Revista Isto é. Dirigiu a Escola de Artes Visuais do Parque Lage onde realizou a histórica mostra “Como vai você Geração 80?”. Foi curador do Museu de Arte Moderna de Brasília e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Implantou e dirigiu o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães em Recife. Secretário de Cultura e Turismo do Município de Nova Iguaçu. Curador chefe do Prêmio CNI/SESI Marcantonio Vilaça. Atualmente coordena a implantação da Estação Cultural de Olímpia, SP.

Sobre a galeria

A BELIZÁRIO Galeria, com sede no bairro de Pinheiros em São Paulo, é o resultado de uma parceria entre Orlando Lemos, José Roberto Furtado e Luiz Gustavo Leite. Sua proposta visa se apresentar como uma opção adicional de participação e visibilidade da produção de artistas emergentes e consolidados no panorama da arte contemporânea brasileira no circuito paulistano de cultura. A galeria se junta ao movimento que busca promover horizontes que estabeleçam novos meios de redirecionar e ampliar o mercado de arte, pensando nas diferentes trajetórias e produções artísticas que o compõe. Assim, visando a fomentação da diversidade cultural intrínseca na contemporaneidade, serve de palco para artistas novos e estabelecidos, nacionais e estrangeiros, em parcerias com curadores que também estejam imbuídos do mesmo propósito. Na BELIZÁRIO Galeria, procura-se atender a um público que busca a aquisição de trabalhos artísticos e, também, a criação e fomento de novas coleções. O seu acervo é composto por diferentes temas e estéticas, mediante o universo poético de cada artista. Seu repertório abrange trabalhos artísticos de diferentes linguagens, suportes, técnicas e mídias como desenho, escultura, fotografia, gravura, pintura, objetos, instalação e outras.

 

Até 07 de maio.

Panorâmica de Anna Bella Geiger

 

 

A Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro, RJ,  apresenta a mostra “Entre os vetores do mundo”, de Anna Bella Geiger, com cerca de 50 obras produzidas pela artista em quase 60 anos de carreira. Com curadoria de Marcus Lontra e co-curadoria de Rafael Peixoto, a panorâmica reúne tanto trabalhos emblemáticos – como a série “Visceral” (anos 1960), os mapas dos anos 1970 ou a videoinstalação “Circa” (2006) – quanto produções inéditas – como os bordados, “gavetas” e obras das séries “Rrolos” e “RroseSelavy”. Com trabalhos produzidos nas mais variadas plataformas – esculturas, pinturas, gravuras, desenhos e instalações multimídia -, Anna Bella Geiger tem uma produção pautada em uma visão crítica, política e social, assim como em inquietações dos campos subjetivos.

 

Até 07 de maio.

 

Zerbini no MASP

06/abr

 

Luiz Zerbini exibe até 05 de junho no MASP, São Paulo, SP, a exposição “A mesma história nunca é a mesma”. Luiz Zerbini (São Paulo, 1959) é um dos principais nomes da arte contemporânea latino-americana, e esta é sua primeira individual em um museu em São Paulo. A mostra reúne cerca de 50 trabalhos, em sua maioria inéditos, em que é possível ver características de sua diversa produção: o interesse na pintura, na monotipia, na instalação, na paisagem e na botânica, a paleta multicolorida e os diálogos entre abstração, geometria e figuração.

A exposição inclui cinco pinturas de grandes dimensões, quatro delas produzidas especialmente para a mostra, em que o artista revisita de maneira crítica a pintura histórica. Utilizada para representar eventos marcantes de uma nação, como guerras, batalhas, independências e abolições, a pintura histórica frequentemente os idealiza ou romantiza, a serviço de uma certa ideologia.

Em 2014, Zerbini recriou uma das imagens mais clássicas da pintura histórica brasileira, em sua icônica Primeira missa, formulando uma nova representação para essa cena ocorrida em 1500, que é um emblema da colonização portuguesa no Brasil. A partir dessa obra, o MASP comissionou novas pinturas para o artista, que realizou trabalhos sobre a Guerra de Canudos, ocorrida em 1896-97, o Massacre de Haximu, em 1993, o garimpo ilegal e os ciclos históricos de monocultura na agricultura no país.

A mostra inclui também 29 monotipias em papel da série Macunaíma (2017), concebidas para uma edição do livro do mesmo nome de Mário de Andrade (1893-1945), um marco da literatura modernista brasileira. As pinturas e as monotipias são instaladas em uma expografia que desdobra uma outra, elaborada em 1970 para uma mostra no MASP por Lina Bo Bardi (1914-1992), arquiteta que concebeu este edifício. Duas instalações ocupam as vitrines do Centro de Pesquisa e do restaurante no 2º subsolo do museu, uma com raízes extraídas do jardim do ateliê do artista no Rio de Janeiro, e outra com um conjunto de objetos expostos sobre caixas de areia.

A mostra foi especialmente pensada no enquadramento de Histórias brasileiras, ciclo temático da programação do museu em 2021-22. Seu subtítulo, a mesma história nunca é a mesma, aponta para a repetição das histórias ao longo dos séculos, bem como para a necessidade de se criar outras narrativas para esses episódios, fazendo emergir novas leituras, protagonistas e imagens.

Luiz Zerbini: a mesma história nunca é a mesma é curada por Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Guilherme Giufrida, curador assistente, MASP.

Obra gráfica de Beatriz Milhazes

 

 

A Fortes D’Aloia & Gabriel anuncia o lançamento especial de obra assinada por Beatriz Milhazes, trata-se da apresentação de “Oxalá” (2022), uma nova gravura de Beatriz Milhazes. Desenvolvido e produzido no Brasil, o trabalho incorpora uma nova técnica à prática da artista na qual ela se utiliza de uma colagem como matriz, traduzindo sua imagem e seu espírito para a serigrafia. Círculos diversos entrecortados por quadrados e retângulos se entrelaçam com motivos florais e fragmentos de textos, imprimindo na gravura a complexidade, organização e rigor da sintaxe de Milhazes. Até as provas finais e a edição foram cerca de 12 meses de trabalho, envolvendo a impressão em diferentes papéis e o uso de mais de 150 cores manualmente calibradas, num longo processo colaborativo entre a artista e o gravurista carioca Agustinho Coradello.

“Para o trabalho com cor, que é central na minha obra, a serigrafia é realmente muito rica, ela tem a capacidade de fazer áreas muito planas, muito chapadas, com a cor muito sólida e vibrante, ao mesmo tempo em que você pode construir essa cor através de camadas mais sutis, de velatura, e tornar esse resultado um meio rico e sofisticado”, afirma a autora, Beatriz Milhazes.

Atividades no Museu do Pontal

 

 

Alinhado ao Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, a programação do Museu do Pontal, Rio de Janeiro, RJ, do fim de semana de 26 e 27 de março vai exibir “Cinema de Fachada – Juntos contra o racismo”, com a pré-estreia de “Medida Provisória”, filme de Lázaro Ramos, com Taís Araújo, Seu Jorge e Alfred Enoch – da saga “Harry Potter” e da série “How to Get Away with Murder”. Serão exibidos também os curtas “República”, de Grace Passô, “O Senhor do Trem”, de Aída Queiroz e César Coelho, “Disque Quilombola”, de David Reeks, e “Ibeji Ibeji”, de Victor Rodrigues. Para a exibição dos filmes, o Museu do Pontal transforma a área do estacionamento em um cinema ao ar livre, com o público sentado em cadeiras de praia, e a projeção feita na parede de trás do edifício. “Cinema de Fachada no Pontal” é um projeto idealizado e desenvolvido pelas atrizes Bianca Comparato e Alice Braga, em 2020, e já projetou filmes em prédios em várias cidades brasileiras.

 

No dia 26 de março, sábado, antes e depois do “Cinema de Fachada – Juntos contra o racismo”, haverá apresentações da VJ Luv com Juh Barbosa, do DJ Alexiz BcX, e do MovCrew. E ainda barraquinhas de comidas e bebidas.  A classificação etária do dia 26 de março no “Cinema de Fachada” é de 14 anos. Neste dia, as seis exposições em cartaz – “Novos Ares! Pontal Reinventado” – ficarão abertas até as 22h30. As exposições oferecem obras e jogos interativos para todas as idades, como o jogo digital de danças brasileiras, em que o participante aprende passos de frevo, jongo, carimbó, chula ou funk.

Também no sábado, às 16h, será apresentado o espetáculo infanto-juvenil “Nuang Caminhos da Liberdade”, de Tatiana Henrique.

As tradicionais atividades Visitas Musicadas às exposições e o Baú de Brinquedos Populares continuarão sendo realizadas em horários pela manhã e à tarde, no sábado e no domingo.

Para essas atividades recomenda-se agendamento prévio pela plataforma Sympla https://site.bileto.sympla.com.br/museudopontal/, onde se pode também garantir o ingresso ao Museu do Pontal, gratuito ou com contribuição voluntária.

A programação dos fins de semana do Museu do Pontal em março, mês que celebra os dias internacionais da Mulher (08) e contra a Discriminação Racial (21), foi toda em homenagem a essas importantes lutas.

Lygia Clark: monólogo & exposição

04/abr

 

 

A BOLSA DE ARTE tem o prazer de apresentar o espetáculo “Lygia”. Monólogo de Carolyna Aguiar com direção de Bel Kutner e Maria Clara Mattos, que também assina a dramaturgia desenvolvida a partir dos diários de Lygia Clark. No mesmo período inaugura a exposição individual da artista com curadoria e texto de Felipe Scovino.

“Um mergulho profundo no mundo interior de Lygia Clark. Como seus sonhos, suas angústias, seus desejos e sua relação consigo mesma levaram a artista a tantas obras geniais. Sem sobrenome, sem crítica, uma mulher à frente de seu tempo. Lygia, simplesmente Lygia. ”

Espetáculo: 07 de abril a 28 de maio

Quintas e Sextas às 20h – Sábados às 18h

Ingressos à venda no Sympla. Sujeito a locação.

 

A obra de Lygia Clark é extremamente complexa, carregada de significados subterrâneos nem sempre explícitos. Mesmo assim, sua estética é direta, quase simples. Bel Kutner e Maria Clara Mattos têm esse subtexto como meta de encenação. Sim, encenação, é como preferem tratar o espetáculo Lygia. Sem o comprometimento do palco, sem a rigidez do teatro, sem o silêncio e a pura apreciação de uma exposição. A ideia é mergulhar no universo interno desta artista, buscando usar as linhas retas, as curvas e os objetos terapêuticos criados por ela numa interação com o público. Ou seja, Lygia Clark na língua que ela buscou para suas manifestações artísticas: o corpo, a obra de arte e sua interação com o público. Mais do que um espetáculo, esta encenação é uma experiência estética, exatamente o que a artista emprestou à própria obra: vida

 

A dramaturgia

 

Maria Clara Mattos

 

Lygia Clark sempre buscou a interação entre o artista e o público. Da quebra da moldura à saída da parede à Estruturação do Self, o que esta mulher à frente do seu tempo propôs – literalmente – foi a comunhão entre a arte e a vida. O monólogo Lygia. é um convite ao vasto mundo interior desta mulher. Seus sonhos, suas dores, suas alegrias. Não da artista plástica, não da terapeuta, mas da Lygia, pura e simplesmente. Alguém que fez dos próprios abismos o caminho de contato com o outro, alguém que acreditava que o potencial artístico humano estava no desvendamento dos próprios fantasmas. De Caetano Veloso a Ivanilda Santos Leme, profissional do sexo e presidente da ONG Fio da Alma; de artistas consagrados a pessoas comuns, o que Lygia queria era o contato entre os corpos, encontros artísticos e curativos. Buscava, com seu estudo, provar que a arte era um sentimento, não um objeto de apreciação. Por tudo isso, em algum momento, o universo das artes plásticas deixou de ser capaz de classificar sua obra, apresentá-la e muito menos vendê-la. Sem o reconhecimento do universo terapêutico, que também não encontrou meios de enquadrar seu trabalho, Lygia começou só e terminou só. Talvez sem imaginar a importância que teria tantos anos depois de sua morte, talvez sem ter certeza de que faria parte da história artística do país, jamais desistiu de sua pesquisa artística e influenciou muita gente mundo afora. Através de seus escritos e diários, nossa intenção é experimentar ser essa artista que usou a própria angústia como material de pesquisa. Angústia, material tão comum aos seres humanos quanto os sacos de laranja e de cebola, as pedras e os sacos plásticos, as luvas e as tesouras, o barbante e a baba, matérias-primas da vida banal como caminho de tradução da alma artística de cada um de nós. Pela arte de criar. Lygia foi experimentação estética do começo ao fim. Ao ser encontrada morta, sentada na poltrona, vestida e penteada diante de uma televisão desligada, como fazia todos os dias, uma pergunta se impôs naturalmente: até na morte ela foi obra de arte? Cremos que sim. Evoé!

 

Equipe

Dramaturgia: Maria Clara Mattos (a partir dos diários de Lygia Clark)

Direção: Bel Kutner e Maria Clara Mattos

Atuação: Carolyna Aguiar

Cenografia: Estúdio Mameluca | Ale Clark e Nuno FS

Figurino: Andrea Marques

Iluminação: Belight | Samuel Betts

Coord. de equipe técnica e operação de luz: Ana Kutner

Assistência/montagem: Leandro de Cicco e Rodrigo Sabino

Visagismo: Alessandra Grochko

Preparação Vocal: Rose Gonçalves e Sonia Dumont

Exposição: Curadoria e texto Felipe Scovino

Relacionamento colecionadores: Renata Mindlin

Assessoria de imprensa: Morente Forte

Produção Executiva: TABA | Taís Alves

Idealização: Associação Cultural Lygia Clark | 8 Tempos

Parceria: OM.art

Realização: Bolsa de Arte

 

Exposição: 08 de abril a 28 de maio

11h às 19h – Entrada gratuita.

BOLSA DE ARTE – Rua Rio Preto, 63 -Jardins – SP

+55 (11) 3062 2333  –  sp@bolsadearte.com

 

A exposição

A linha orgânica de Lygia Clark por Felipe Scovino. Essa série de pinturas consiste em placas de madeira onde criava, com a ajuda de um bisturi, sulcos sobre a superfície. Recortando o plano, concebia campos de cor que possuíam um efeito ótico no qual figura e fundo se embaralhavam. Essa fenda ou vazio que criou sobre a superfície da madeira foi chamada por ela de “linha orgânica”. Essa ideia de uma linha que não tem dentro nem fora, começo ou fim, interior ou exterior, e que deseja sair do plano em busca do espaço, se diversifica em inúmeras aparições e formas. Ela atravessa a obra de Lygia desde as Superfícies Moduladas e os sulcos das paredes e janelas da Maquete para Interior (1955), passa pela fase neoconcreta na qual a linha, como um feixe de luz, cria uma relação ambígua sobre os limites da moldura como são os casos de Espaços Modulados e Unidades (1958-59), cruza suas experiências sensoriais enquanto foi professora na Sorbonne (c. 1972-76) e chega à sua última fase de trabalho, a Estruturação do Self. A linha, por exemplo, é constantemente dobrada e “quebrada” nas articulações que o espectador promove ao movimentar o Bicho (1960-64); já a estrutura em fita de Moebius do Trepante (1965) torna flexível o antes rígido metal que dá forma à obra; a linha orgânica é sugada pelos participantes da Baba Antropofágica (1973); ela é esticada e esgarçada nas experiências das Estruturas Vivas (1969); ou ainda é visível nas costuras realizadas para unir os macacões monocromáticos da proposição Nostalgia do Corpo (1970), um diálogo entre dança e artes plásticas ainda pouco conhecido pelo público.

A participação de Lygia em grupos artísticos de vanguarda no Rio de Janeiro, como o Grupo Frente (1954-56) e o neoconcreto permitiu que ela tivesse uma troca intensa com outros artistas que são, hoje em dia, referências para a arte, como Amilcar de Castro, Franz Weissmann, Lygia Pape e Hélio Oiticica, seu grande interlocutor. Esses artistas, reunidos em torno do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e influenciados pelas trocas com os críticos de arte Mário Pedrosa e Ferreira Gullar, que se voltavam para estudos sobre a Gestalt e a fenomenologia, construíram um campo estético que deixaria um legado substancial. Romperam os limites entre pintura e escultura, se colocavam numa postura contra o dogmatismo da arte concreta, desejavam a experimentação de materiais e meios assim como propunham a participação ativa do espectador em proporções que já colocavam o termo performance em desuso. Em 1968, Lygia escreveu o texto “Nós somos os propositores” e afirmou que “enterramos ‘a obra de arte’ como tal e solicitamos a vocês para que o pensamento viva pela ação”. Ao contrário da performance quando o corpo do(a) artista é presente e elemento vital para a sua realização, o corpo de Lygia não é condição sine qua non para a realização de suas proposições. O que se apresenta é a oferta de uma proposição ao público, algo que colocava em xeque não só questões mercantis e a aura do objeto de arte mas acima de tudo a relação, até então, muito bem definida entre artista, obra e espectador.

Com o fim do neoconcretismo, Lygia se lança mais radicalmente em direção aos Objetos sensoriais, aliás, muito presentes no monólogo. Sua segunda estada em Paris (1968-76) e o convite para ser professora na Sorbonne acelera esse processo do corpo como meio de uma prática artística. A obra passa a ser não exatamente um objeto mas a forma como nos relacionamos com a experiência provocada pelas suas proposições. Essas, muitas vezes coletivas, são intermediadas por elementos da natureza ou objetos precários que são alusivos ao corpo. Ao escolher sacos plásticos, água, bolas de ping-pong, tubos de borracha, elásticos, pedras e conchas como objetos mediadores, Lygia expunha um processo dialético. Afirmo isso pois ela invariavelmente queria que o público experienciasse as potencialidades de cada material a partir de suas contradições (por exemplo, a relação entre cheio e vazio, pesado e leve, mole e duro que ocorria ao final de uma sessão da Estruturação do Self, quando o paciente/cliente – dualidade usada pela própria Lygia – era convidado a estourar um saco plástico cheio de ar), condicionando, assim, uma ideia de corpo regido constantemente por instabilidades. Em Respire Comigo (1966), os polos de um tubo de borracha são reunidos, apertados e finalmente o tubo é constantemente pressionado emitindo um som próximo ao da respiração. Já em Pedra e Ar (1966), a pedra pousada sobre um saco plástico cheio de ar é suspensa pela pressão das mãos do propositor sobre o saco. São experiências de um corpo metaforizado muito conectado não só a ideia de fragilidade mas também de angústia, um sentimento que era muito característico de Lygia quando descrevia a sua relação com a criação das obras (“era como um parto”). É importante compreender que o corpo problematizado por Lygia em suas experiências é também produto do contexto de seu tempo. Maio de 1968 e a discussão sobre estruturas e hierarquias de poder; ditaduras na América Latina e guerras pela independência na África; Guerra Fria; Cortina de Ferro; movimentos feministas e todos os outros que reivindicavam direitos civis; Tropicalismo; entre uma série de outros eventos culturais, políticos e sociais que formavam um encadeamento de práticas que nos ajudam a entender o lugar das discussões de Lygia naquele instante assim como a elaboração de uma ideia de corpo que demandava liberdade.

De volta ao Rio de Janeiro em 1976, Lygia se volta para a Estruturação do Self. Atendendo em sua casa/consultório, seus clientes/pacientes eram convidados a deitar-se em um colchão de plástico preenchido por bolinhas de poliestireno e cercados pelo que qualificou de Objetos relacionais, que podiam ser almofadas preenchidos com areia, objetos feitos com meia-calça, saco plástico com água, dentre outros objetos. À medida que narravam seus traumas, Lygia constituía em texto esses relatos, os chamados “casos clínicos”. Ao longo das sessões, Lygia identificava os “buracos” ou vazios no corpo e os preenchia com os objetos relacionais. Parafraseando Suely Rolnik, em “Uma terapêutica para tempos sem poesia”, essa ação representava simbolicamente o fechamento de fissuras, a reposição de partes ausentes, a solda de articulações desconectadas.

A exposição, com caráter panorâmico, se mistura ao monólogo não como forma de materializar aquilo que é narrado ou descrito por Carolyna, mas como uma dobra. Ambos se unem e se entrelaçam como forma de criar feixes e dinâmicas a partir da obra de Lygia. A potência, visceralidade e sensibilidade de Carolyna ecoam na exposição que, por sua vez, mantém ativa a memória e o legado de Lygia.