Nário Barbosa: além do clique

09/out

Enquanto a sociedade ainda discute o que é atividade masculina e feminina, Nário Barbosa, artista representado pela OMA | Galeria, comprova que tradição é tradição e que esta pode virar arte quando se permite ultrapassar barreiras pré-existentes do tipo. Isso porque, ele que é reconhecido por atuar como repórter fotográfico há mais de 22 anos – venceu um dos principais prêmios, o Metro Challenge Photo 2014, na categoria Fuga Urbana – decidiu, em 1997, unir duas paixões: a fotografia e os bordados aprendidos com as mulheres de sua família. De lá para cá, não parou mais e ampliou sua criatividade ao criar imagens com costura e outras intervenções, formando peças únicas. “Nasci em uma cidade sergipana em que muitas pessoas vivem do artesanato. Então, esse universo sempre me foi comum. Quando eu tive a ideia de alterar os meus registros, logo imaginei que o ponto cruz, por exemplo, seria uma de minhas experimentações”, conta o artista.

 

Desde então, seus registros compõem coleções e comumente são inseridas em projetos de decoração de ambientes. Segundo o galerista da OMA | Galeria, Thomaz Pacheco, o segredo das obras de Nário está nas emoções que elas causam, principalmente a primeira vista. “O trabalho que ele faz, sempre gera algum tipo de comoção. Alguns ficam curiosos em identificar o que foi feito na obra. Outros acham uma loucura mexer em um registro fotográfico. Outros se encantam com a complexidade que ele consegue atingir fazendo simples modificações. É muito interessante observar essas reações”, comenta.

 

Em novembro, as peças do artista poderão ser vistas na PARTE – Feira de Arte Contemporânea –, edição Paço das Artes, entre os dias 4 e 8, no estande da OMA | Galeria. Além dele, outros cinco artistas representados pela galeria – Andrey Rossi, Daniel Melim, Giovani Caramello, RIEN e Thiago Toes – e uma artista visual convidada, Juliana Veloso, vão apresentar suas mais recentes e inéditas produções.

 

 

Entre 04 e 08 de novembro.

Na Casa do Bandeirante

08/out

A Casa do Bandeirante, Praça Monteiro Lobato, s/n, Butantã, São Paulo, SP, abriga “Arrasto” a nova exposição individual de Marcelo Moscheta, vencedor do PIPA Voto Popular Exposição 2010. A exposição é um relato da expedição realizada pelo artista em toda a extensão do Rio Tietê, desde sua nascente em Salesópolis até a foz no Rio Paraná, entre março e agosto de 2015.

 

Nesse período, foram coletadas rochas, argilas, areias e minerais diversos das duas margens, e tudo foi documentado e classificado. O resultado é um pequeno museu de curiosidade e memórias, em que o artista flerta com a arqueologia, a geografia e a história dos Bandeirantes. Durante esta jornada, Moscheta catalogou, coletou, documentou e classificou argilas, rochas, areias e minerais das duas margens do rio. Com este material de referências de arqueologia, geologia e do movimento dos bandeirantes paulistas, o artista formou um pequeno museu de curiosidades sobre as particularidades do leito do rio.

 

Um dos destaques desta obra fica por conta de um grande desenho de uma queda d’água do Rio Tietê, adicionado ao que foi coletado na expedição. Expostos lado a lado, desenho e rochas criam um diálogo entre representação e a paisagem transferida para o interior da obra.

 

Durante todo o período da instalação, será distribuída, gratuitamente, uma publicação sobre a expedição do artista, com relatos de viagem, fotos da produção da instalação e textos dos artistas plásticos: Divino Sobral e Douglas de Freitas, além do próprio Moscheta.

Sobre a Casa do Bandeirante

 

A Casa do Bandeirante representa um dos exemplares típicos das habitações rurais paulistas construídas entre os séculos XVII e XVIII, localizadas predominantemente junto à bacia dos rios: Tietê e o seu afluente Pinheiros.O local tem uso museológico desde 1955.

 

Mais que uma exposição, o projeto “Arrasto”recebeu a Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais 2014 e resulta também em uma publicação, com distribuição gratuita, sobre a expedição, com textos de Divino Sobral, Douglas de Freitas e do próprio artista, além de fotos e relatos.

 

 

 

Até 19 de dezembro.

Martin Parr : Covers Exhibition

A Galeria Lume, Jardim Europa, São Paulo, SP, exibe “Covers Exhibition”, exposição individual do fotógrafo britânico Martin Parr, com curadoria de Iatã Cannabrava e Paulo Kassab Jr. Ao propor um conceito curatorial inédito, a mostra é composta por 22 fotografias – a maior parte nunca exposta no Brasil -, coloridas e em preto e branco, que foram capas de livros publicados pelo artista entre 1982 até 2014, e que traduzem seu estilo irônico, crítico e bem humorado de registrar os hábitos da sociedade moderna. Além das fotografias, uma linha do tempo conta a trajetória de Martin Parr, montada com as 76 capas de todos os seus livros.

 

Aos olhares mais ingênuos, as imagens de Martin Parr podem parecer exageradas, com temas estranhos, cores gritantes e perspectivas incomuns. “Ao mesmo tempo, suas fotografias nos mostram, de um jeito penetrante, o modo como vivemos, como nos apresentamos uns aos outros, e a que damos valor.”, comenta o curador alemão Thomas Weski. Não à toa sua fama de “cronista da sociedade moderna”, Martin Parr cria narrativas sobre o cotidiano de forma única e original, capturando o momento na exata fração de tempo, sempre munido de um olhar crítico e, de certa forma, satírico. Na própria definição do artista: “Com a fotografia, gosto de criar ficção a partir da realidade. Eu tento fazer isso tirando o preconceito natural da sociedade e acrescentando um toque especial.”. Sua pesquisa, há várias décadas, recai sobre as singularidades da vida em sociedade e aborda temas como lazer, consumo e comunicação, permitindo uma justaposição de imagens entre signos universais e experiências visuais incomuns, sem a intenção de resolver ou discutir contrassensos – o que agrega um toque de excentricidade em sua obra.

 

Ao longo desses mais de 40 anos dedicados à fotografia, Martin Parr produziu constantemente e lançou 76 livros, publicados desde o início da década de 1980 – até então, o fotógrafo registrava tudo em preto e branco; a partir de 1983, passa a usar apenas filmes coloridos, quando a saturação de cores se torna uma das principais características de sua produção. Em sua primeira individual no circuito cultural brasileiro, a proposta dos curadores é apresentar este trabalho em uma montagem nunca vista: contar a trajetória do artista através das capas de seus 76 livros, em uma linha do tempo, destacando 22 dessas capas em fotografias ampliadas para a exposição.

 

Por transcender os tradicionais tipos de fotografia, as imagens de Martin Parr se encaixam tanto no contexto da arte, em exposições e livros, como nos campos da publicidade e do jornalismo. Assim, ao desvendar toda a genialidade deste verdadeiro artista, a Galeria Lume oferece ao público a chance de entrar em contato com um dos fotógrafos mais importantes da atualidade, cuja obra é referência e fonte de inspiração às gerações mais novas de profissionais. Como diz o artista: “Fotografia é sorte, mas é sorte merecida.”. A coordenação é de Felipe Hegg e Victoria Zuffo.

 

 

De 15 de outubro a 14 de novembro.

Krajcberg e O Grito para o Planeta

07/out

Às vésperas da 21ª Conferência do Clima (COP 21), que será realizada de 30 de novembro a 11 de dezembro, em Paris, com chefes de Estado e de governo dos 196 países membros da ONU, Frans Krajcberg, chega ao Rio de Janeiro no início de novembro para uma prévia do evento “O Grito para o Planeta”. A programação organizada com parceiros como o Instituto Paulo Saldanha e o Governo Federal terá um dia inteiro de encontros no Jardim Botânico, com participação da Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro e de líderes indígenas como Francisco Pianko Ashaninka, entre outros.

 

Um dos artistas visuais mais famosos do mundo, Frans Krajcberg, vive em Nova Viçosa, interior da Bahia, desde a década de 70, e criou a maioria de suas peças em cipós e troncos de árvores destruídas pelo fogo. Seus trabalhos possuem uma estética totalmente inovadora com o tema mais discutido no mundo contemporâneo: a Natureza. Segundo a marchand Marcia Barrozo do Amaral, que representa as obras do artista, Krajcberg vive 24 horas por dia pela incansável luta pela natureza e pelo planeta.

 
“A natureza para Frans Krajcberg é um enorme reservatório de energia vital e de poesia visual, o teatro permanente de sua metamorfose…” Com estas palavras o critico Pierre Restany define a principal preocupação do artista, ao longo de mais de meio século de trabalho: as grandes questões do meio ambiente e a possibilidade de formular soluções realistas.

Elifas Andreato nos Correios/Rio

06/out

A exposição Elifas Andreato, 50 Anos está em cartaz no Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ, reunindo alguns dos principais trabalhos elaborados pelo artista paranaense ao longo de cinco décadas de carreira. A Mostra traz obras que marcaram a fase áurea da música popular brasileira, a luta contra a ditadura e o teatro brasileiro. Depois, segue para o Museu dos Correios, em Brasília, e para o Centro Cultural Correios, em São Paulo.

 

A mostra tem início com uma linha do tempo narrando desde os primeiros trabalhos, realizados ainda nos tempos de operário, até as mais recentes produções, passando por alguns dos principais capítulos da história da música, do teatro e da política no Brasil. No campo musical, trabalhos feitos para alguns dos mais importantes nomes da MPB, como Elis Regina, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Tom Zé, Clara Nunes, Clementina de Jesus, Chico Buarque, Adoniran Barbosa, Carmen Miranda e Vinicius de Moraes, entre outros.

 

Em estações multimídia, os visitantes podem selecionar e assistir a depoimentos do artista sobre a realização de alguns de seus principais trabalhos para a música: capas de disco, coleções de fascículos, projetos culturais. Os visitantes podem ainda sentar-se em torno de estações digitais para ouvir discos que Elifas embalou, a partir de um aplicativo que reproduz as velhas vitrolas, seus característicos chiados e sua forma de operação. A obra do artista voltada para o universo infantil também está representada, com destaque para uma reprodução em grande escala da arca e dos bichinhos que compõem a capa do inesquecível LP “Arca de Noé”, de Vinicius de Moraes. Crianças e adultos podem se colocar dentro da capa, em uma proposta expográfica que desdobra os planos da obra, quase como em um livro pop-up.

 

A mesma experiência, de adentrar os trabalhos de Elifas, os visitantes têm através dos discos como Canto das Lavadeiras, de Martinho da Vila, e de cartazes para Elis Regina e para peça Rezas de Sol para a Missa do Vaqueiro. A contribuição para o teatro ganha espaço também com a reprodução de cartazes como A Morte de Um Caixeiro Viajante, de Arthur Miller, com direção de Flávio Rangel; Mortos Sem Sepultura, de Jean-Paul Sartre, dirigida por Fernando Peixoto; e Murro em Ponta de Faca, de Augusto Boal, com direção de Paulo José.

 

A atuação política, sobretudo durante o regime militar, tem espaço com a reprodução de alguns dos trabalhos que ilustraram a resistência à ditadura no período, como capas para publicações alternativas que fundou e dirigiu: os jornais Opinião e Movimento e a revista Argumento. Como denúncias dos crimes cometidos pelos militares estão 25 de Outubro (1981), que escancarou em tela o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas instalações do DOI-CODI, e o majestoso painel A Verdade Ainda que Tardia (2012), encomendado pela Comissão da Verdade da Câmara. A exposição traz ainda um raro exemplar do Livro Negro da Ditadura Militar, com capa assinada pelo artista, além de outras reproduções e objetos valiosos que ajudam a recontar a trajetória de Elifas Andreato e seu compromisso com a cultura e a história do País.

 

 

Sobre o artista

 

Elifas Andreato nasceu no Paraná em 1946. O marco inicial da sua carreira é 1965, quando abandonou o trabalho de aprendiz de torneiro mecânico na fábrica da Fiat Lux, em São Paulo, para dar os primeiros passos em sua trajetória artística profissional. Nos anos 1960, na Editora Abril, participou da equipe de criação de inúmeras revistas, fascículos e coleções, como Placar, Veja e História da Música Popular Brasileira. Durante o regime militar, fundou órgãos da imprensa alternativa como Opinião, Argumento e Movimento. Iniciou também o trabalho como programador visual e cenógrafo para peças teatrais memoráveis. Ainda nesse período, destacou-se como criador de capas de discos para os mais importantes nomes da MPB. Ao longo da carreira, calcula que tenha produzido em torno de 400 trabalhos – capas antológicas de praticamente todos os grandes nomes da nossa música. A partir dos anos 1990, seu trabalho voltou-se para a área editorial, tornando-se responsável pelas históricas coleções MPB Compositores e História do Samba, ambas lançadas pela Editora Globo, e pelo Almanaque Brasil, publicação mensal que circula nos vôos da TAM. Em 2011, pelo conjunto da obra, recebeu o Prêmio Especial Vladimir Herzog, concedido a pessoas que se destacam na defesa de valores éticos e democráticos e na luta pelos direitos humanos. O reconhecimento, assim como a comenda da Ordem do Mérito Cultural, se junta a diversos prêmios que recebeu ao longo da carreira pela contribuição ao País, seja no campo artístico, político ou social.

 

 

Até 29 de novembro.

Prêmio CCBB Contemporâneo

02/out

O artista paulistano Jaime Lauriano, 30 anos, intitula sua primeira individual no Rio de Janeiro com uma das frases atribuídas a Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, na carta-relato ao rei Dom Manuel, sobre a chegada dos portugueses ao Brasil: “Nesta terra, em se plantando, tudo dá”. A exposição entra em cartaz no CCBB Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Um dos dez contemplados pelo Prêmio CCBB Contemporâneo, o projeto de Jaime Lauriano para esta mostra se fundamenta na pesquisa do artista sobre a formação do Estado brasileiro, a partir das violências que este impõe sobre o corpo da sociedade civil, com foco na disputa de terras, entre a iniciativa privada e o Estado e a população. Ele leva em conta não só a violência física, mas também a simbólica, a do discurso, e aí, inclui a mídia.

 

O artista avalia que a arte contemporânea é uma ferramenta de produção de conteúdo e de crítica, se estende para as áreas de História, Antropologia e Sociologia e potencializa essas relações interdisciplinares para apresentar um olhar artístico contemporâneo sobre o processo de formação do Brasil como nação.

 

– A disputa de terras foi gestada na primeira invasão dos portugueses e segue até nossos dias. Em momentos de crise intensa, instala-se uma situação de exceção, como no Brasil Colônia, no Brasil Império, na ditadura militar e na ascensão conservadora do Congresso Nacional hoje, argumenta Lauriano.

 

O trabalho que intitula a exposição é um objeto, no qual uma muda de pau-brasil cresce dentro de uma estufa, até que suas raízes e galhos destruam a estrutura que a contém. Ao romper seu suporte a planta está fadada à  destruição, condicionando, assim, sua existência ao aprisionamento.

 

– A violência imposta pela arquitetura da estufa alude à violência impingida aos povos nativos da Terra Brasilis durante o processo de colonização, compara o artista.

 

 

“Nesta terra, em se plantando, tudo dá”

 

Além da estufa com pau-brasil plantado, a mostra apresenta ainda os seguintes trabalhos inéditos:

 

– “Calimba”: manchetes de jornal pirografadas e impressas a laser sobre placas de madeira. Todas se referem a pessoas amarradas e espancadas na rua, entre 2013 e 2015. Calimba é o instrumento usado para marcar os escravos com o brasão de seu dono. A palavra só é encontrada em dicionários da diáspora negra;

 

– “Suplício nº3”: o artista pesquisou em jornais de todo o país os elementos mais usados em ataques a cidadãos por preconceito religioso, principalmente contra as práticas afro-brasileiras – pedras portuguesas, vidros, entulho de construção e peças de madeira, e os reuniu em uma vitrine de museu;

 

– “Quem não reagiu está vivo” é um conjunto de 11 textos curtos ilustrados, impressos sobre papel, sobre disputa de terras, desde o descobrimento do Brasil até 2015;

 

– “Ordem e progresso” é um desenho de chão, em que a frase, desenhada com arame incandescente, acende e apaga, acionado por um transformador.

 

Germano Dushá fecha assim seu texto de apresentação da mostra: “Por meio de operações que inclinam sobre as possíveis relações do período colonial com as gravidades sociais que acometem os dias de hoje, o artista lida com lesões abertas que marcam impetuosamente nosso cotidiano. Podemos, então, com sorte, pensar criticamente a respeito do que se fez nesta terra e, sobretudo, como se tem contado suas histórias. O que foi que se plantou, e o que foi que deu.”

 

 

Sobre o artista

 

Jaime Lauriano (São Paulo, 1985) vive e trabalha em São Paulo. Graduou-se em Artes pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, em 2010. Entre suas exposições mais recentes, destacam-se as individuais: Autorretrato em Branco sobre Preto, Galeria Leme, São Paulo, 2015; Impedimento, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, 2014, e Em Exposição, Sesc Consolação, São Paulo, 2013; e as coletivas: Frente à Euforia, Oficina Cultural Oswald de Andrade, São Paulo, 2015; Tatu: futebol, adversidade e cultura da caatinga, Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro, 2014; Taipa-Tapume, Galeria Leme, São Paulo, 2014; Espaços Independentes: A Alma É O Segredo Do Negócio, Funarte, São Paulo, 2013; Lauriano tem trabalhos na coleção da Pinacoteca do Estado de São Paulo, e na do do MAR – Museu de Arte do Rio.

 

Sobre o Prêmio CCBB Contemporâneo

 

 

Em 2014, pela primeira vez, o Banco do Brasil incluiu no edital anual do Centro Cultural Banco do Brasil um prêmio para as artes visuais. É o Prêmio CCBB Contemporâneo, patrocinado pela BB Seguridade, que contemplou 10 projetos de exposição, selecionados entre 1.823 inscritos de todo o país, para ocupar a Sala A do CCBB Rio de Janeiro. O Prêmio é um desdobramento do projeto Sala A Contemporânea, que surgiu de um desejo da instituição em sedimentar a Sala A como um espaço para a arte contemporânea brasileira. Idealizado pelo CCBB em parceria com o produtor Mauro Saraiva, o projeto Sala A Contemporânea realizou 15 individuais de artistas ascendentes de várias regiões do país entre 2010 e 2013.

 

A série de dez individuais inéditas, começou com o grupo  Chelpa Ferro [Luiz Zerbini, Barrão e Sergio Mekler], seguido das mostras de Fernando Limberger [RS-SP] e Vicente de Mello [SP-RJ]. Depois da de Jaime Lauriano [SP], vêm as de Carla Chaim [SP], Ricardo Villa [SP], Flávia Bertinato [MG-SP], Alan Borges [MG], Ana Hupe [RJ], e Floriano Romano [RJ], até julho de 2016. Entre 2010 e 2013, o projeto que precedeu o Prêmio, realizou na Sala A Contemporânea exposições de Mariana Manhães, Matheus Rocha Pitta, Ana Holck, Tatiana Blass, Thiago Rocha Pitta, Marilá Dardot, José Rufino, do coletivo Opavivará, Gisela Motta&Leandro Lima, Fernando Lindote, da dupla Daniel Acosta e Daniel Murgel, Cinthia Marcelle, e a coletiva, sob curadoria de Clarissa Diniz.

 

 

De 06 de outubro a 09 de novembro.

Bate-papo no Recife

30/set

O Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Rua da Aurora, Boa Vista, Recife, PE, convida para o dia 01 de outubro, às 19h, quando será realizado um bate-papo no Mamam com os curadores Agnaldo Farias e Valquíria Farias e o artista Gil Vicente para discutir a exposição “Inimigos”, atual cartaz na casa.

Delson Uchôa na SIM Galeria

A pintura é o assunto central da exposição individual de Delson Uchôa, que entra em cartaz na SIM Galeria, Batel, Curitiba, PR. A mostra reúne pinturas e fotografias do consagrado artista alagoano “que buscam conversar com olhos de quem sabe ouvir”. A pintura é apresentada como um conto, com alto teor de narrativa.

 

“Enquanto pinto, penso, e o pensamento permanece preso, ele é o espírito da pintura. Esse é o princípio. Então essas pinturas convidam para uma conversa. Há casos que elas falam sozinhas, há casos em que elas mandam me chamar, aí conversamos juntos.E são só ensinamentos. Por isso, a conversa é longa entre a pintura pensante, o autor, e quem contempla a obra”, explica Uchôa.

 

Uma fluidez própria da água aparece de maneira direta ou indireta em todas as grandes pinturas que integram a mostra, como “Oceano e Equinócio”, ambas de 2012. “O Oceano propõe uma luz transgênica, uma totalidade luz-cor. Ele é auto idêntico. Gosto da pintura porque ela ensina os homens a ver o sensível e o místico. A pintura é boa para o homem, ela nos ajuda a dialogar”, acredita.

 

“Neurocondução”, trabalho mais recente de Delson Uchôa na mostra, faz uma conexão do artista com a paisagem e a topografia, e também enfatiza a relação dele com uma cor que viaja e se transforma no tempo. O título é uma das inúmeras referências biológicas e clínicas com que Delson, formado em Medicina, povoa sua história nas artes plásticas, como explica Daniela Name no texto de abertura da exposição.  A obra é uma tela feita de lona muito grossa com desenho em preto feito a partir das linhas de dobra (como um origami). Essa superfície foi exposta ao ar livre, à ação do sol e da chuva.

 

“Neurocondução” fala da condição carnal da minha pintura, da eletricidade da cor; do sensível e sensitivo fio condutor, axônio. Quando o assunto é a apresentação do corpo médico ao corpo da pintura, da pele humana a pele da tela, do vermelho venoso purpúreo, ao sangue arterial oxigenado. O meu vermelho é o encarnado”, informa Uchôa, informando que “Entretela”, uma das obras da exposição, também é resultado da construção de uma “tela cultivada”.

 

Delson também usou os elementos e cores de sombrinhas, daquelas feitas de nylon made in China, como referência de cor para pinturas e também compor cenários que foram registrados em fotos da série “Bicho da Seda”, realizada no sertão nordestino. Algumas obras da série integram a individual na SIM Galeria.

 

De acordo com o artista, no seu trabalho a foto aparece mais como um suporte, portanto a obra se torna uma pintura expandida.  “O bicho da seda é um projeto que prioriza  a luz do sol, aconteceu no cerrado,  no descampado luminoso luz tórrida, árida paisagem, atmosfera e temperatura fabulosa para estridente palheta. A pintura se instala, ou seja, é construída com a cor das sombrinhas chinesas”, contextualiza.

 

“Quando o bicho é personagem, sua imagem conversa com o teatro, performance, vídeo, cinema, fotografia, e então o Bicho testemunha o entorno, ele é um reporte, um brincante.  Ele é mitologia, ele sou eu”, conclui.

 

O artista estará – em novembro – com uma exposição no Ludwig Museum, na Alemanha. Considerado um dos nomes mais importantes da Geração 80, Delson Uchôa tem obras que compõe as coleções permanentes da Pinacoteca de São Paulo, da Fundação Edson Queiroz, do MAC de Niterói, do Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), do Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Recife), do Museu Nacional de Belas Artes,  e também do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Nos últimos anos, o artista também foi convidado para participar da Bienal de Veneza, Bienal do Cairo, Bienal de Havana, na Bienal Internacional de Curitiba (2013), e na 24ª Bienal de São Paulo.

 

 

Sobre a SIM Galeria

 

Fundada em 2011 em Curitiba, a SIM Galeria nasceu para atuar como um espaço difusor de arte contemporânea, exibindo artistas brasileiros e internacionais com investigações nos mais variados suportes:  pintura, fotografia, escultura e vídeo. Ao longo dos últimos três anos, a SIM foi palco de uma série de mostras individuais e coletivas organizadas por curadores convidados, como Agnaldo Farias, Jacopo Crivelli, Denise Gadelha, Marcelo Campos, Fernando Cocchiarale e Felipe Scovino. A galeria também é responsável pela assinatura de catálogos e outras publicações. A SIM ainda trabalha em conjunto com instituições brasileiras e estrangeiras com o intuito de promover exposições e projetos de artistas nacionais e internacionais.

 

 

De 01 a 31 de outubro.

34º Panorama no MAM-SP

Destacar as primeiras manifestações artísticas tridimensionais de que se tem notícia, produzidas entre 4.000 e 1.000 anos A.C., no território que hoje é o Brasil e propor uma experimentação sobre como isso pode dialogar com a produção nacional contemporânea. Esse é o mote do “34º Panorama da Arte Brasileira – da pedra da terra daqui”, mostra bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibiorapuera, São Paulo, SP, com curadoria de Aracy Amaral, curadoria adjunta de Paulo Miyada e consultoria do arqueólogo prof. André Prous.

 

Para traçar um paralelo entre as esculturas pré-históricas encontradas em uma faixa que se estende no que hoje é o sudeste do Brasil até o Uruguai e propor um diálogo atual, os curadores convidaram Berna Reale, Cao Guimarães, Cildo Meireles, Erika Verzutti, Miguel Rio Branco e Pitágoras Lopes – seis artistas de gerações e regiões diferentes e com pesquisas artísticas contrastantes. Os selecionados produzem trabalhos que conjecturam o Brasil e que são apresentados ao lado das cerca de 60 esculturas líticas em pedra polida exibidas pela primeira vez numa grande exposição, que une o presente e o passado e aguça a discussão sobre a arte nacional.

 

A ideia dos curadores é trabalhar questões de território, paisagem e passagem do tempo, fazendo com que as esculturas arqueológicas atuem como núcleo condutor da exposição. Os artistas exercem são os interlocutores da ancestralidade ao mostrar a relação estabelecida entre passado e presente por meio das obras elaboradas, exclusivamente, para a mostra e feitas em diferentes suportes como vídeos, esculturas, fotografias, pinturas e instalações. O resultado revela um conteúdo visceral, telúrico e eventual afinidade com os artefatos pré-históricos. “As preciosidades da nossa remota antiguidade são de indiscutível perícia técnica, inventividade formal e coesão estilística e cultural”, explica a curadora Aracy Amaral.

 

O “34º Panorama da Arte Brasileira – da pedra da terra daqui” é uma chance de projetar o horizonte poético e plástico de povos que lidaram com a passagem do tempo de maneira distinta da atitude – ora extrativista, ora desenvolvimentista – que predomina na ocupação do Brasil desde o período colonial até hoje. Segundo estudos, as peças pré-históricas tinham utilidade religiosa e de ritual e foram encontradas em sambaquis (morros artificiais feitos de conchas) edificados há milhares de anos por sucessivas gerações das populações costeiras chamadas de povos sambaquieiros. “Os montes de conchas formam uma poderosa imagem de como construir relações profundas com ideias de ancestralidade e de tempo, mas que, infelizmente, são tratados com indiferença pela maior parte dos pesquisadores e artistas brasileiros, um reflexo da desatenção que temos sobre nossa própria história”, comenta Paulo Miyada.

 

 

Sambaquis e povos sambaquieiros

 

Sambaquis são montes de conchas e valvas de moluscos criados pelo homem e encontrados ao redor do mundo em contextos e dimensões variadas. Os sambaquis foram formados em intervalos que podiam durar mais de mil anos e crescer em altura e extensão, chegando a ser altos como um prédio de seis andares e largos como um quarteirão. Alguns serviam de base para habitação, cemitério ou centro cerimonial, enquanto outros ainda tinham funções múltiplas como habitação, ateliês de trabalho e sítio funerário. Embora pudessem reunir sepultamentos, os sambaquis perdiam referência a pessoas ou momentos específicos para atuar como um monumento à própria ideia de ancestralidade. No Brasil há concentrações desse tipo de estrutura, com destaque para a faixa de, aproximadamente, mil quilômetros de extensão no litoral sul do país. É a essa região que estão associados os chamados povos sambaquieiros que possuíam raro dom para o trato do material do entorno e que manipulavam pedras com refinamento e precisão. Ao longo de milhares de anos, essa povoação produziu centenas de sambaquis, peças líticas, ferramentas e artefatos, mas sofreu gradual desaparecimento. Antes da chegada dos portugueses, novos grupos indígenas, primeiro os Gês e depois os belicosos tupis-guaranis conquistaram a região da costa, trazendo novos costumes e crenças. Hoje, sambaquis são preservados como patrimônio arqueológico, mas até algumas décadas atrás eram utilizados como fonte para materiais de construção. Nas desmontagens, objetos, ferramentas, artefatos e sepultamentos foram perdidos. Muitas das peças em exposição foram descobertas em desmontes de fins extrativistas e removidas sem o registro arqueológico adequado. Agora, por lei, apenas escavações arqueológicas organizadas podem intervir nos sambaquis remanescentes. Foram registradas quase 300 esculturas de pedra ou de osso, mas dezenas desapareceram desde meados do século XX. As peças preservadas são conservadas em museus, sendo que as maiores coleções estão nas cidades de Joinville e Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ) e centros de pesquisa em arqueologia.

 

 

A Exposição

 

A Grande Sala apresenta dois vetores: o primeiro eixo contempla as cerca de 60 peças líticas exibidas em vitrines posicionadas longitudinalmente pelo espaço expositivo. A maior parte dessas esculturas são de rochas magmáticas, chamadas de diabásios, e que eram produzidas por polimento e lascamento, trabalhadas com ajuda de água e areia e, por vezes, afiadas em pedras abrasivas. As peças provêm de diversas instituições como Museu de Arqueologia e Etnologia da USP; Museu Nacional, da UFRJ; Instituto de Ciências Humanas, da UFPEL; Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville (MASJ); Museu de Arqueologia e Etnologia (MArquE) da UFSC; Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da UFPR; Museu do Homem do Sambaqui, de Florianópolis; além de Div. Museos y Patrimonio Dpto. Cultura e Museo de Arte Precolombino e Indígena (MAPI), ambos do Uruguai.

 

A outra parte da exposição contempla as obras feitas, exclusivamente, para este Panorama e que são apresentadas numa ordem que remete ao passado distante e vai trazendo, aos poucos, o público de volta para o tempo atual. Introduzindo os visitantes ao universo dos povos sambaquieiros, a primeira obra exibida é a do mineiro Cao Guimarães, que viajou para o litoral de Santa Catarina para verificar os lugares em que antes existiam sambaquis. Sob um viaduto de Florianópolis, Cao encontrou um solo coberto de conchas, ostras e berbigões. Não era um sambaqui envolto pela urbanização, mas um terreno ocupado por trabalhadores que passam o dia separando moluscos das valvas. O artista criou uma fabulação sobre o lugar e a relação com o tempo e a paisagem. As imagens atuais foram articuladas em um vídeo que atravessa tempos distintos do mesmo território somado a material de arquivo de monumentos mexicanos que, juntos, formam o vídeo-ensaio “Filme em Anexo”, de 15 minutos, que conecta a questão de território e poematiza o espaço e o tempo.

 

Miguel Rio Branco, conhecido por trabalhar pintura, foto e vídeo de forma sinestésica e por abordar questões do território brasileiro sem se ater a classificações, apresenta a instalação “Wishful thinking”, que envolve toneladas de pedras, entulho, plantas e televisões. Numa sala fechada e clara, o artista cria uma ruína construída, mas com ares de estufa, que mostra como a natureza quer tomar seu lugar de volta e provoca inquietações sobre o que aconteceria com o planeta com o possível fim da humanidade. Nas TVs são exibidas uma série de fotografias que ilustram fragmentos de cidades envelhecidas, quebradas, cenas de abandono e detritos. O projeto é uma versão imersiva que mostra um caminho a percorrer, abordando pensamentos, memórias e processos de transformação. “Em outras palavras, esta nova obra reforça o caráter enigmático da mostra, trazendo parcelas daquilo que é do território. Neste caso enquadrado como zona de decaimento, sujeira, tensão, relaxamento e, ao mesmo tempo, inexplicável beleza”, explica Miyada.

 

O carioca Cildo Meireles, um dos nomes mais importantes da arte brasileira e reconhecido internacionalmente por lidar com temas referentes a território, história, política e memória traz uma obra onírica e simbólica. Para a exposição, Cildo realiza Fronteiras Verticais, um dos projetos da série Arte Física, concebido em 1969, quando tinha 21 anos. O trabalho consiste em elevar a altitude do país em alguns centímetros ao utilizar um pequeno fragmento de kimberlito (pedra de valor geológico) no cume do Pico da Neblina, ponto mais alto do Brasil, com 2.994 metros de altitude, localizado no norte do Amazonas próximo à fronteira com a Venezuela. Ao colocar em ação, o artista polemiza noções de território em um projeto de alcance simbólico. Para a realização da obra, o artista contou com a participação de yanomamis, índios detentores do espaço naquela região para a expedição de cerca de duas semanas. Extremamente cuidadoso em zelar pela integridade do local, sagrado para essa etnia, a pequena pedra foi aderida sem agressão ao espaço. O projeto, que foi levado a cabo pelo também artista Edouard Fraipont e assistido por Miguel Escobar, é apresentado em vídeo, acompanhado de estudos, documentos e registros fotográficos da empreitada.

 

A mais jovem entre os artistas selecionados, a paulistana Erika Verzutti pertence a uma geração mais recente, mas já com reconhecimento da crítica. Escultora, o trabalho de Erika é difícil de definir por ser mais intuitivo, porém repleto de referências, sejam elas históricas, artísticas ou de design. Ao inventar, misturar e embaralhar, a artista cria formas simples possíveis de traçar relação de comparação com os zoólitos pela afinidade morfológica, tamanho e semelhança. A peça-chave para a exposição são os “cemitérios”, obras que ela trabalha ao longo do ano e dão errado ou não são utilizadas. Então, as peças abandonadas são acumuladas e depois reunidas numa só criando um grande trabalho, que possui notável relação com os sambaquis e com símbolos funerários que refletem sobre a passagem do tempo e mostram uma ancestralidade explícita.

 

Pitágoras Lopes apresenta oito telas em grandes formatos que estão entre o abstrato e o figurativo e misturam manchas, rabiscos e texturas. Pintor que produz com compulsão, Pitágoras passou meses trabalhando para a mostra e utilizando cores arenosas e terrosas, azuis marinhos e traços que fazem pensar em registros rupestres e silhuetas análogas às peças sambaquieiras, além de conchas, mares e morros. O artista goiano tem um trabalho que mistura referências e bebe da água da pintura de rua, do pop e da ilustração, mas sem ser classificado em nenhuma delas. “A produção visual de Pitágoras enreda uma espécie de cosmogonia na qual a observação atenta de um cotidiano marginal converge com a fantasia e com o delírio”, exemplifica Miyada.

 

Por fim, a paraense Berna Reale, artista comprometida com o presente e com a problemática social do País, apresenta duas obras que finalizam o fluxo da exposição e, ao mesmo tempo, trazem o público de volta para a atualidade. A primeira é um vídeo que ilustra a corrupção e a violência ao misturar políticos engravatados e vítimas fatais da violência urbana. O segundo trabalho é uma instalação ambientada numa sala fechada e escura que simula uma boate popular, onde o som são sirenes e barulhos típicos de uma viatura policial e a iluminação são as luzes vermelhas e azuis de emergência filtradas por uma tela fixada no teto e perfurada por tiros à queima roupa de diferentes calibres. Para contrastar com o clima tenso e pesado, no centro do inferninho são oferecidos aos visitantes suspiros dispostos em bandejas. “À pergunta “para que pode servir a arte”, a obra de Berna Reale responde sempre: a arte serve para estar junto com os conflitos do seu tempo. Não para resolvê-los, não para ensinar algo sobre eles e nem para apagá-los, mas, ao contrário, para torná-los presentes, visíveis e ásperos, ” finaliza o curador.

 

 

Sala Paulo Figueiredo

 

A Sala Paulo Figueiredo fica reservada para ser um espaço de aprofundamento do tema proposto pelo 34º Panorama da Arte Brasileira – da pedra da terra daqui. No local, são apresentados alguns zoólitos, acompanhados de ferramentas utilizadas na confecção das peças líticas e que também pertencem aos museus das universidades. No centro da sala, mesas e vitrines apresentam informações sobre o contexto da civilização dos povos sambaquieiros com explicações, perguntas e respostas, mapas e ilustrações. Nas paredes, são exibidos trabalhos anteriores ou recentes dos seis artistas selecionados e que se relacionam, de algum modo, com a mostra na Grande Sala.

 

 

De 3 de outubro a 18 de dezembro

Palestra de Fernanda Feitosa

29/set

O novo projeto do Baretto Londra, Hotel Fasano, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, que promove palestras sobre o mundo das artes, realiza seu primeiro encontro, aberto ao público, na próxima quinta feira, 1º de outubro. Fernanda Feitosa é quem irá conduzir o “Alpha Talks”, ela é a diretora da SP-Arte – Feira Internacional de Arte de São Paulo, considerada o mais relevante evento do mercado de arte no hemisfério sul. Fernanda Feitosa irá tratar da SP-Arte e do mercado da arte no Brasil. A ideia do projeto é das jovens Manuela Sève e Renata Thomé.

 

“Semeando o campo de novas ideias e propostas inovadoras, acreditamos que colecionadores e interessados podem vir a fazer uma grande diferença no Brasil e no mundo. Vamos construir uma comunidade das artes para unificar e fortalecer o meio. Queremos realizar um aprendizado coletivo”, explicam as idealizadoras.

 

Para completar a noite e aguçar os sentidos, o chef Paolo Lavezzini prepara um apetitoso jantar para os participantes. A clássica caprese italiana – salada preparada com tomates frescos, selecionada mozzarella de búfala e carnudas azeitonas pretas – dárá início ao deleite. Em seguida, suculento risoto de funghi porcini será servido para os comensais. E como não poderia deixar de ser, vinho tinto acompanha o prato principal.

 

 

O Projeto

 

O “Alpha Beats + Alpha Talks” é uma parceria do Baretto-Londra com a Geração Alpha. O objetivo dos encontros musicais + palestras é contextualizar e aproximar o universo das artes de pessoas interessadas, integradas ou não, no mercado das artes visuais.

As “Alpha Beats” contemplarão o universo musical ligado ao mundo da arte. As festas serão momentos de confraternização e interação entre os participantes. As noites seguem com uma fantástica seleção de sucessos que proporcionam reflexão ao clima casual e artsy. Para completar, apresentações ao vivo também prometem surpreender o público.

 

Já o “Alpha Talks” promoverá circuito de debates conduzidos por convidados especiais. Uma vez por mês, um artista selecionado, entre os maiores nomes da arte contemporânea internacional, será apresentado em formato TED, com os principais destaques de sua carreira. Após a compacta apresentação, um debate/estudo sobre o tema será estimulado entre os participantes.

 

 

Sobre as idealizadoras

 

Manuela Sève iniciou sua carreira como analista de empresas na Gávea Investimentos e, durante sua vivência no mercado financeiro, desenvolveu um amplo conhecimento de modelos de funcionamentos organizacionais. A família, por sua vez, sempre atuou no mercado de arte, tanto na ponta de produção como na de venda: seu pai é galerista desde a década de 1970. Cresceu, assim, em meio a artistas, obras de arte e galeristas – personagens fundamentais desse meio.

 

Renata Thomé trabalhou em algumas das mais respeitadas e tradicionais empresas de arte do mundo, como a casa de leilão Christie’s e a galeria David Zwirner. Antes de juntar-se ao time do Geração Alpha, Renata fundou a REN-ARTs, LLC, com sede em Nova Iorque; a empresa que visa facilitar a colaboração entre empresas de arte na América Latina e no mundo através de um serviço de consultoria e já realizou projetos com alguns do lideres no setor de arte e tecnologia, como por exemplo, a casa de leilão online Paddle8.

 

 

Sobre o Baretto Londra

 

Versão carioca do Baretto de São Paulo, o melhor Bar de Hotel do Mundo, segundo a revista inglesa Wallpaper, o Baretto Londra – localizado no Hotel Fasano Rio – oferece drinks exclusivos e receitas italianas. Sob o comando do restaurateur Rogério Fasano, a badalada casa oferece ambiente intimista e requinte na medida certa. No bar, o premiado barman André Paixão, assina a carta de drinks e o chef Paolo Lavezzini é o responsável pelos quitutes. Uma homenagem do restaurateur a sua cidade preferida, o Londra (Londres em italiano) mistura atmosfera rock and roll com clima de pub. No ambiente, duas enormes bandeiras da Inglaterra “italianizadas” em vermelho, branco e verde sobressaltam das paredes de tijolos. Para chegar ao bar, desfila-se por 18 metros de uma passarela de vidro iluminada, cercada por cortinas de veludo púrpura e linho branco. Ao entrar, depara-se com clima envolvente e decoração chique com charmosas mesas rústicas de madeira, poltronas e sofás de couro. Capas de disco de vinil emolduradas cobrem as paredes de tijolos. Os lps das melhores bandas inglesas são da coleção pessoal de Rogério Fasano, escolhidos a dedo pelo próprio.