Diferentes olhares na Virgilio

13/ago

A exposição Raros Vintages & Inéditos, cartaz da Galeria Virgilio, Pinheiros, S~]ao Paulo, SP, traz o trabalho de 32 fotógrafos brasileiros, de várias regiões do país com um resgate histórico da construção da história da fotografia brasileira nas últimas cinco décadas. Trata-se de uma exibição com diferentes olhares, técnicas e suportes diversos e algumas produções contemporâneas, com curadoria de Fausto Chermont.

 

As obras revelam o significado que as fotografias tiveram ao longo do tempo em que foram realizadas, e que trazidas para o presente, proporcionam uma reflexão sobre as imagens e os artistas que ajudaram a construir esta trajetória. São profissionais com idade entre 39 e 67 anos de carreira extensa e ainda em atividade, premiados e que participaram de exposições nacionais e internacionais, com livros publicados.

 

Com o incremento microeletrônico e o advento das mídias digitais – com suas facilidades e conveniências e também por um inegável avanço qualitativo –, a fotografia vive um momento de consolidação de um novo modo de produção. Momento este em que se instala uma dicotomia entre uma produção eminentemente artesanal e histórica e os novos métodos automatizados, possibilitados pela tecnologia digital. Uma revisita técnica, tecnológica e estética do que foi produzido entre os anos 1970 e hoje e os autores que vivem esta transformação estão narrando visualmente esta experiência. São eles: Ana Lucia Mariz (SP), Antonio Saggese (SP), Artur Lescher (SP), Cesar Barreto (RJ), Claudio Machado (RJ), Daniel Renault (MG), Dimitri Lee (SP), Eduardo Castanho (SP), Eustáquio Neves (MG), Fausto Chermont (SP), Fred Jordão (PE), Gentil Barreiras (CE), Guilherme Maranhão (RJ), Hilton Ribeiro (SP), Kenji Ota (SP), Luiz Carlos Felizardo (RS), Marcelo Lerner (SP), Mônica Zarattini (SP), Nair Benedicto (SP), Neide Jallageas (SP), Patricia Yamamoto (SP), Paulo Angerami (SP), Penna Prearo (SP), Ricardo de Vicq (RJ), Roberto Linsker (SP), Roger Sassaki (SP), Rogerio Assis (PA), Rogerio Reis (RJ), Rosa Gauditano (SP), Silvio Dworecki (SP) Vania Toledo (MG) e Zé de Boni (SP).

 

Os fotógrafos que desenvolvem processos diversos, são pesquisadores de técnicas históricas, híbridas e alternativas com diferentes abordagens e olhares em diferentes épocas. Vania Toledo, por exemplo, escolheu uma foto de 1991, época que sofreu um grave atropelamento. No trabalho ela quis fazer uma homenagem à morte com a atriz Gulia Gam e usou uma luz de cinema, soturna que ilumina basicamente o rosto com um clima de morte ou pós-morte. Já Rosa Gauditano optou por um trabalho de 2008 que faz parte do livro Índios os Primeiros Habitantes e mostra oito etnias indígenas e seus rituais.

 

Na foto “Máquina”, Artur Lescher e Fausto Chermont usaram de muita engenharia para chegar ao resultado final. Em “Raros Vintages & Inéditos”, Silvio Dworecki apresenta uma coletânea de séries usadas para sua Tese de Livre Docência à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Numa delas, mostra as andanças de um elefante e seus encontros. Assim, cada prancha apresenta várias fotos como que a solicitar a atenção do espectador. As narrativas de cada imagem, são únicas, advindas do histórico de experiências profissionais e pessoais de cada artista.

 

“Colocados lado a lado, a produção imediatamente contemporânea, dialoga intensamente com o passado das sombras nas cavernas queimadas, estas hoje são projetadas sobre telas de Amoled – active-matrix organic light-emitting diode. Não importa o nome, pois amanhã já terá outro. É disso que se trata a exposição “Raros Vintages & Inéditos”, define o curador da mostra, Fausto Chermont.

 

Além da exposição, faz parte da programação palestras, mesa redonda, visitas guiadas e outras atividades com os artistas, de forma a sugerir um fórum de debates sobre a fotografia no Brasil e ampliar a perspectiva de uma discussão sobre o tema, por meio de agentes que ajudaram a construir e produziram parte deste tecido histórico.

 

 

De 19 de agosto a 15 de outubro.

Destaques/Seleção Olímpica

09/ago

A Galeria de Arte Ipanema, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, realiza a mostra “Destaques do acervo – Seleção olímpica”, com cerca de 40 obras de artistas como Cildo Meireles, Carlos Cruz-Diez, Rubens Gerchman, Franz Weissmann, Henrique Oliveira, Olimpíada e Paralimpíada, Jesus Soto, Raymundo Colares, Beatriz Milhazes, Amilcar de Castro, Frans Krajcberg, José Resende, Waltercio Caldas, Sarah Morris, Lygia Clark, Lygia Pape, Sergio Camargo, Djanira, Di Cavalcanti, Alberto Guignard, Alfredo Volpi, Djanira, Julio Le Parc, Manabu Mabe, Wanda Pimentel, Maria Leontina, Victor Vasarely, Luis Tomasello, Juan Mele, Tomie Ohtake, Aluisio Carvão, Mira Schendel.

 

Dentre as pérolas do acervo da histórica galeria sediada na Rua Aníbal de Mendonça, Ipanema, está o conjunto de oito desenhos “Descala”, feitos em 2003 por Cildo Meireles, gravados quimicamente em chapas de aço carbono. De Carlos Cruz-Diez, um dos pioneiros da arte cinética, estará exposta a obra “Physichromie nº 1848” (2013), que se transforma à medida que o espectador olha enquanto caminha a sua frente. O raro trabalho “Tô Fora SP” (1968), de Rubens Gerchman, pintura com tinta acrílica sobre cartão, também está na exposição. Do escultor Franz Weissmann, a galeria mostrará “Coluna”  (1989), em ferro pintado, com 81 cm de altura. O paulista Henrique Oliveira, que já frequentava o circuito internacional da arte ganhou ainda mais notoriedade ao integrar a 29ª Bienal Internacional de São Paulo, em 2010. Dele, será mostrada a pintura com acrílica sobre tela, também de 2010.

 

 

Breve histórico

 

Fundada por Luiz Sève, aos 24 anos, que cursava o último ano de engenharia na PUC, e sua tia Maria Luiza (Marilu) de Paula Ribeiro, a Galeria de Arte Ipanema teve como terceiro sócio Luiz Eduardo Guinle, e se instalou em 1965 em um dos salões do Copacabana Palace, passando depois para o térreo do Hotel, na Avenida Atlântica, onde permaneceu até 1973. Em 1968, Frederico Sève, irmão mais moço de Luiz Sève, entrou na sociedade no lugar de Luiz Eduardo Guinle. Com direção de Frederico Sève, a Galeria de Arte Ipanema manteve também um espaço em São Paulo, entre 1972 e 1989, na Rua Oscar Freire, em uma casa projetada por Ruy Ohtake especialmente para este fim, e depois na Rua da Consolação. Frederico permaneceu na sociedade até 2002.

 

Atualmente, Luiz Sève dirige a galeria ao lado de sua filha Luciana, no número 173 da Rua Aníbal de Mendonça, em Ipanema, até finalizar a construção do espaço que tem projeto arquitetônico assinado por Miguel Pinto Guimarães, previsto para 2017, na quadra da praia da mesma rua, no endereço original que ocupou desde 1972 (ano compartilhado com o espaço no Hotel Copacabana Palace).

 

 

Até 24 de setembro.

O novo espaço da dotART

A dotART galeria, Centro, São Paulo, SP, inaugura novo espaço cultural e apresenta a partir do dia 17 de agosto, para visitação das exposições individuais de quatro importantes artistas contemporâneos: Marina Saleme, Alvaro Seixas, Daniel Lannes e Roberto Freitas. As exposições têm curadoria assinada pelo diretor artístico da dotART galeria, Wilson Lázaro.

 

No dia 20 de agosto, a galeria inaugura a CASA dotART, Rua São Paulo, 249, Centro, e, em parceria com a Revista Ernesto, presenteia a cidade com este novo espaço cultural. A inauguração contará com a abertura de três exposições individuais, do panamense Jhafis Quintero e dos brasileiros Roberto Freitas e Alvaro Seixas. A entrada é gratuita e deve ser agendada por email. A partir do próximo ano, a CASA dotARTdará início a seu programa de residências artísticas, com a proposta de que os artistas acolhidos possam transformar o local em atelier, experimentando cotidianamente temas como centro, território e conviver junto, de forma específica, e criação, de forma geral.

 

 

Até 01 de outubro

Desordem | Baró + Emma Thomas

08/ago

A Baro + Emma Thomas, Barra Funda, São Paulo, SP, apresenta a mostra coletiva “Desordem”.Qual ordem interessa? O que há de organizado e bem instalado em nossas latitudes hoje? Nada parece ter sustentação possível, o equilíbrio dos dias acontece em corda frouxa, a perna trêmula, a visão turva, a vidraça quebrada, a cortina e o varal se debatendo com o vento, um muro que cai, as contas disparatadas, a sinalização desarrumadas, a política nos pregando peça, sempre. Uma coisa é pôr idéias arranjadas, outra é lidar com país de pessoas, dizia Guimarães Rosa. E diria ainda, há quem não arruma por não querer as coisas arranjadas.

 

Pois a desarrumação pode ser uma forma de ordem, já que arrumar pode ser desordenar. Pois basta folhear livro de enciclopédia ou poesia pra perceber que em uma forma semântica expandida, a desordem não é a falta de ordem, mas a negação da ordem. Uma anti-ordem, uma outra forma possível de ordem, não imposta, mas que se estrutura em meio às aparências do desordenado, organicamente, diriam uns. Pois há também a confusão dos olhos do outro, que encontram desordem onde as coisas estão como estão.

 

Em meio a uma crise inédita de representação, quando não mais confiamos ao outro tanto os nossos anseios mais particulares como aqueles mais distribuídos, quando as formas típicas de ordenação parecem não mais funcionar, há que se questionar a própria ordem.

 

Diante da conspiração objetiva da ordem das coisas, percebemos um conspiração difusa, com a qual nos identificamos. Tendemos à desobediência?

 

Pois há a ordem que indica poder, estabelecida por aquele que instaura os valores, as verdades e as regras. A desordem evidência a fragilidade do sistema imposto, demonstra pelo deslocar mínimo que a ordenação é um ponto de vista de uma pessoa e seu grupo de seguidores. A ordem é frágil, a desordem resistência.

 

Então seria viável voltar a acreditar que estaremos nos preparando para sairmos de uma condição de amotinados e pensarmos nas transformações que importam.

 

Artistas participantes: Almandrade | Courtney Smith | David Medalla | Eduardo Stupia | Elena Damiani | Hugo Frasa | Iván Navarro | Ivan Padovani | Jonas Arrabal | Júlia Milward | Lourival Cuquinha | Lucas Bambozzi | Lucas Simões | Moris | Ramon Vieitez Ricardo Alcaide | Susana Bastos | Victor Leguy.

 

Até 25 de agosto.

Baravelli no Rio

A próxima exposição da Galeria Marcelo Guarnieri, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, será com Luiz Paulo Baravelli, um dos grandes mestres vivos da arte nacional. Na mostra do Rio será apresentada uma série de “Caras”, produção que começou no final do ano passado a avançou até este momento. Além disso, Baravelli também traz um série de “Totens”, expostos no MAM Rio na década de 1970, dialogando com esta produção mais recente. Esta é a primeira vez que as obras voltam a serem expostas no Rio de Janeiro. Baravelli foi um dos fundadores da Escola Brasil com José Rezende, Fajardo e Frederico Nasser e foi um dos responsáveis pela formação de grandes artistas da Geração 80 como Leda Catunda, Flavia Ribeiro, entre outros.

 

O marchand Marcelo Guarnieri abre as portas para uma nova exposição exibindo duas fases da extensa produção assinada pelo artista paulistano Luiz Paulo Baravelli. Daí o nome” Duas das Partes: uma alusão à reunião de mais de uma série” – nesse caso quatro esculturas Krazy Kats, mostradas no MAM do Rio de Janeiro pela primeira vez há 40 anos, e sete obras do trabalho “Caras”, série originalmente exposta na Bienal de Veneza em 1984 e retomada por Baravelli no ano passado como sequência de uma cronologia circular – e não-linear – de trabalho. Em outras palavras, nesta atual exposição, Baravelli retoma o que foi produzido no começo da década de 1980, e também apresenta um pulo de 32 anos: o que ficou para trás e o que só agora faz sentido.

 

“Assim, esses acessórios para as paisagens do Krazy Kat, de 40 anos atrás, têm uma relação não evidente com as grandes obras de Caras. Em uma pintura como a Mona Lisa há uma grande figura em primeiro plano e lá no fundo há uma paisagem. A noção de espaço de um pintor é telescópica ao englobar duas distâncias em um conjunto coerente. Esta ‘telescopagem’ acontece aqui, de modo mais radical ao vermos rostos em extremo close e elementos de uma paisagem sem a paisagem”, explica o artista. “Acessórios de paisagens contrastados com rostos vistos em close colocam uma questão curiosa de chegar perto e ir para longe que é tão importante em meu trabalho.”

 

E o conceito de profundidade extrapola o espaço, discorrendo no tempo. Baravelli explica: “retomei a experiência de criação das caras 32 anos depois e este hiato faz uma espécie de percurso por uma paisagem temporal. As peças viajaram de uma exposição no MAM do Rio em 1976 até outra em Ipanema no ano de 2016.”
Sobre as novas e antigas caras de Baravelli, elas não possuem corpos, são autônomas e vivem dentro de sua lógica. Sem corpo a cabeça pode escolher a perna que bem entender, o pé que achar mais interessante, a vida que quiser seguir. Essa lógica se estende para a construção das obras – materiais dos mais diversos usos – tinta acrílica, encáustica, crayon, esmalte e goma-laca – utilizados sobre compensado recortado. As curvas dos trabalhos sugerem as imagens que são completadas pela pintura: uma mão que é cabelo e um cabelo que também é mão.

 

A escala dos trabalhos é algo fundamental, um rosto sem corpo que encara o espectador impondo uma presença intimidadora em a escala maior que a do corpo humano. O trabalhos maiores têm a dimensão de 220 x 160 cm, os menores 120 x 90 cm e são complementados por uma série de desenhos que serviram de apoio para a construção dos trabalhos da atual mostra. Baravelli é a prova viva da riqueza e atemporalidade da inteligência criativa que move artistas e estudiosos, mantendo-os sempre na ativa.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido em 1942 na cidade de São Paulo, onde vive e trabalha, Luiz Paulo Baravelli estudou arquitetura na FAU-USP, desenho e pintura na Fundação Armando Álvares Penteado e, mais tarde, com o pintor Wesley Duke Lee, o qual exerceu grande influência em sua carreira. Foi um dos fundadores da Escola Brasil ao lado de Fajardo, José Rezende e Frederico Nasser, um espaço onde os artistas ministravam cursos livres de arte, e que movimentou a cena cultural de São Paulo nos anos 70. Foi co-editor da revista Malasartes, entre 1975 e 1976, e da revista Arte em São Paulo, no período de 1981 a 1983. Teve como alunos Leda Catunda, Flavia Ribeiro, entre outros, que foram o responsáveis pela volta da pintura nos anos 80, e que tinham em Baravelli o seu mestre. O artista sempre explora diversos materiais e técnicas em suas obras as quais frequentemente aparecem em “suportes não-suportes” com formatos irregulares (recortes) e se transfiguram como a própria natureza humana e a natureza das coisas em geral. São imagens-objeto. Aborda um “consciente virtual” que mistura impulsos humanos, espaço, tempo e referências culturais e se torna uma representação que desafia a realidade aparente, uma mise en scène da sociedade contemporânea ao estilo do artista.

 

 

 

Até 17 de setembro.

Mostra a três

04/ago

A Galeria TATO , Vila Madalena, São Paulo, SP, anuncia a abertura da exposição coletiva “Contos e ensaios”, com curadoria de Nancy Betts. A mostra reúne trabalhos de 3 artistas que incorporam de alguma forma o pensamento sobre realidade e ficção em suas obras: Beatriz Chachamovits, Madu Almeida e Renato Pera.

 

 

A palavra da curadora

 

Embora, na arte contemporânea, a questão de gêneros esteja ultrapassada, uma vez que tudo se mistura num hibridismo, em linhas gerais, na literatura, o conto possui tema mais denso e atemporal e apresenta uma estrutura mais tradicional, porém com flexibilidade para incorporar a inovação. Os ensaios são mais livres de convenções, mais soltos, informais e experimentais. Diz o provérbio popular que “Quem conta um conto aumenta um ponto”, o ditado tem uma conotação jocosa normalmente entendida como aumento ou exagero da história que, pelo acréscimo do “ponto”, sofre modificações na sua narrativa. A partir desse argumento, gostaria de, no âmbito desta exposição, pensar a relação entre realidade e ficção – na qual o sentido de fidelidade e suas alterações possam coexistir como modos de revelação. A Arte se propõe à construção do “ponto”, não “adulteração” da realidade. Não representação, mas criação de novos mundos – uma realidade diferente, aumentada, excitante, instigante.
Todo mundo viveu, na infância, o ambiente amoroso em que a mãe, a avó, a tia, a professora, o curandeiro, o violeiro, entre outros mais, contavam histórias. Há uma dimensão mágica em escutar histórias, daí serem chamados de contos maravilhosos. Crianças ficam encantadas e se o adulto muda um pouco as palavras, os personagens ou o enredo, eles logo reclamam que não está igual à primeira versão que conhecem. Essa primeira versão é, para a criança, a verdade a partir da qual o comportamento por semelhança, a mimese, sempre deve ser desenhado. No entanto, a criança também dá asas a sua imaginação quando sendo um avião abre os braços e “voa”. Assim, realidade e ficção se misturam na brincadeira. Momento de liberdade criativa em que variações da mesma experiência são legitimadas pelo viver, mas também pela audácia do inventar. A Arte faz o mesmo.

 

Até 20 de agosto.

 

O multimídia Patricio Farías

03/ago

A Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS, comunica a mais recente exposição do artista Patricio Farías, no Espaço Cultural ESPM, Porto Alegre, RS. Este evento apresenta trabalho inédito do artista. Artista chileno radicado no Brasil desde o início dos anos 1980, o artista multimídia Patricio Farías tem participado de inúmeras mostras individuais e coletivas em âmbito nacional e internacional.

 

Nesta exposição, “Patricio Farías | N.M 2016”, o destaque se dá ao seu mais novo projeto tridimensional, no qual o artista, no esforço de ir contra a dispersão da luz, cria objetos escultóricos inanimados e de grandes dimensões. Utilizando-se de cores e formas ou mesmo de meios digitais para a manipulação de fotografias, também presentes na mostra, o trabalho de Patricio Farías canaliza as trajetórias retilíneas da luz e as utiliza a seu favor, exibindo seu sempre apurado senso estético.

 

Sobre o artista

 

Patricio Farías nasceu em Arica, Chile, 1940. Escultor e artista multimídia. Freqüentou cursos de Desenho na Escuela de Bellas Artes de la Universidad de Chile entre 1964 e 1968, onde licenciou-se em Artes Plásticas em 1972. Foi professor de Desenho e Expressão Gráfica na Escuela de Bellas Artes de la Universidad de Chile entre 1969 e 1973. Mudou-se para Porto Alegre/RS, Brasil, em 1981 onde lecionou Desenho e Serigrafia no Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul. A partir de 1986, alterna temporadas de trabalho entre o sul do Brasil e seu estúdio em Barcelona, Espanha.

 

 

 

De 08 de agosto até 30 de setembro.

Fotos de Gian Spina

O artista brasileiro Gian Spina inaugura sua mostra individual contemplada pelo Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo, Piso Caio Graco, Paraíso, São Paulo, SP. Gian Spina utiliza da fotografia, do vídeo e da poesia para criar obras que tratam de temas sociais e políticos dentro de sua poesia particular. Na mostra ele apres​e​nta ​sua mais recente produção sobre o desastre ambiental da cidade de Mariana, MG.

 

Gian Spina é paulista de berço, mas mesmo jovem já viveu, estudou e trabalhou em San Diego, Vancouver, Bordeaux, Berlim e Frankfurt. Seu trabalho e pesquisa é uma combinação de práticas interdisciplinares que se desenvolvem em rede, onde um gesto leva a outro. Sua primeira formação se iniciou em 2002,  com a graduação de fotografia no Instituto Senac em São Paulo, depois Cinema em Vancouver com o professor Roy Hunter, de 2005 a 2006 adentrou na Teoria do Cinema com o Prof. Carlos Augusto Calil na USP, e de 2007 a 2008 arquitetura na Escola da Cidade. Em 2010 o artista se mudou para Alemanha, onde estudou com o Prof. Sigfried Zielinski na Vilem Flusser Archive na Universidade de Artes de Berlim e com o Prof. Ulrik Gabriel e Prof. Juliane Rebentisch na Academia de Artes e Design em Offenbach am Main, na Alemanha, onde recebeu a bolsa de estudo pelo Rotary-Club da cidade (2011). Terminou seu mestrado orientado pelo filósofo e professor Fabien Vallos e pelo artista Daniwl Dewar na Escola de Belas Artes de Bordeaux. Atualmente trabalha como professor assistente no Departamento de Estética na Escola da Cidade e como assistente da curadora Daniela Buosso. Gian Spina atravessou os Balkans e a Ásia Central sobre sua bicicleta, e a Cisjordânia e o Himalaia a pé. O artista fala fluentemente alemão, inglês, espanhol, francês e português.

 

 

De 06 de agosto a 30 de outubro.

Repaginando a paisagem

O Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Relandscape/Repaisagem”, que reunirá trabalhos recentes e inéditos no Brasil do artista Ivan Henriques, brasileiro radicado em Haia, Holanda, desde 2009.  Com curadoria do próprio artista e da diretora do CMAHO, Izabela Pucu, as obras são resultado da pesquisa de Ivan Henriques em colaboração com cientistas e engenheiros europeus e brasileiros para a construção de máquinas híbridas – que unem robótica e organismos vivos.

 

As biomáquinas não somente podem melhorar o meio ambiente, como podem ser um protótipo de equipamento para adaptar a atmosfera de Marte para os seres humanos, pensando em uma migração futura. “Relandscape/Repaisagem” ocupará as galerias do térreo do CMAHO, e um dos destaques é o trabalho “Pedalinho” (“Water Bike”), projetado para a Lagoa Rodrigo de Freitas. Trata-se de uma escultura cinética interativa, um “pedalinho” que purifica a água quando pedalado.

 

Após a abertura da exposição no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, o Pedalinho estará na Lagoa Rodrigo de Freitas, entre 15 a 23 de agosto, para ser experimentado pelo público. Outras obras que estarão são três biomáquinas criadas por Ivan Henriques, mestre em ArtScience-Interfaculty pela Academia Real de Artes de Haia: “Protótipo para uma Biomáquina” (2012),  “Máquina Simbiótica” (2014) e “Caravel” (2016), desenvolvida em colaboração com cientistas da Faculdade de Bioengenharia da Universidade de Gante,  Bélgica.

 

Outros trabalhos em vídeo e fotografia desdobram a ideia central da exposição: a possibilidade de se redesenhar o mundo a partir de tecnologias que engendrem outras formas de relação entre os seres vivos. Haverá ainda, integrada à exposição, uma Sala de Informação contendo gráficos, filmes e documentos sobre as pesquisas do artista e seu processo de trabalho, além de visitas mediadas.

 

 

Até 22 de outubro.

Coleções do MAM RIO

27/jul

Neste sábado, dia 30 de julho, o MAM Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, inaugura a grande exposição “Em polvorosa – Um panorama das coleções do MAM Rio”, com destaques de seu acervo, com obras de mais de 100 artistas, brasileiros e estrangeiros, selecionadas pelos curadores Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes. A mostra vai ocupar todo o segundo andar do Museu, incluindo o Salão Monumental, em uma área de quase 2.500 metros quadrados O curador quis mostrar para o público a joia arquitetônica que é o prédio do MAM, projetado em 1958 por Affonso Reidy, e retirou divisórias, permitindo ao público uma rara perspectiva do amplo espaço do segundo andar. De um extremo a outro do espaço, há 123 metros de extensão.

 

A primeira preocupação do curador foi a de escolher obras de qualidade inegável, as quais chama de highlights, como as de Pollock, Keith Hering, Brancusi, Giacometti, Lucio Fontana, Henri Moore, Rodin, Calder, Joseph Albers, Barry Flanagan, VittoAcconti, Antonio Dias, Cildo Meireles, Nelson Leirner, Ivens Machado, Waltercio Caldas, Antonio Manuel, José Damasceno, Artur Barrio, Regina Silveira, Willys de Castro, Hércules Barsotti, Lygia Clark e Hélio Oiticica.

 

E, também, privilegiar artistas “muito conhecidos, mas pouco mostrados”, como Anita Malfatti, que “tem desenhos a carvão lindos, pouco vistos”. As obras serão articuladas por aproximações estéticas e por épocas, com alas dedicadas aos anos 1920, com o modernismo, aos anos 1950/60, com o abstracionismo, o concretismo, o neoconcretismo, a nova figuração, e à arte contemporânea.

 

Na entrada do segundo andar do museu, estará um texto sobre a mostra e uma homenagem ao artista Tunga, falecido recentemente, junto ao trabalho que dá título à exposição, da série “Desenhos em polvorosa”, de 1996, em pastel seco sobre papel, pertencente à Coleção Gilberto Chateaubriand/MAM Rio. Um dos destaques da exposição é o conjunto reunido pela primeira vez de importantes instalações de artistas brasileiros: “Poeta/Pornógrafo”, de 1973, de Antonio Dias; “Alegria”, de 1999, de Adriana Varejão, “Cerimônia em três tempos”, de 1973, de Ivens Machado; “Ping-ping, a construção do abismo no piscar dos cegos”, de 1980, de Waltercio Caldas; “Fantasma”, de 1994, de Antonio Manuel (em sua versão original, montada em 2001; “Motim II”, de 1998, de José Damasceno; “Marulho”, de 1991, de Cildo Meireles, não vista no Rio de Janeiro desde sua primeira apresentação, no MAM, em 2002 e “Graphos 2” de 1996, de Regina Silveira. Serão apresentados, ainda; “De dentro para fora”, de 1970, de Artur Barrio; “Lute”, de 1967, de Rubens Gerchman.

 

Ao invés de textos explicativos, Fernando Cocchiarale optou por dar o contexto histórico do Brasil, para as obras de arte, por meio de fotografias dispostas em nove vitrines, de 1,70m cada, distribuídas pelo espaço expositivo. São registros do Brasil imperial, com nobres, escravos, etnográficos, do cotidiano, da vida política, ou ainda de grupos como garimpeiros, candangos e índios, de mais de 20 fotógrafos, de Franz Keller, Marc Ferrez, Jorge Henrique Papf, Martín Chambi, Alberto Ferreira Lima, Luis Humberto, Walter Firmo, Luis Brito, Milton Guran, Orlando Azevedo, Orlando Brito, Leopoldo Plentz, Duda Bentes, Carlos Terrana, André Dusek, Nino Rezendee AntonioDorgivan, entre outros.

 

“O território onde a imagem e a palavra se encontram é o fotojornalismo. É de sua natureza uma proximidade muito grande com a notícia, que é verbal. A foto é uma sobrenotícia. As coleções do MAM têm maravilhosas obras que podem ser consideradas fotojornalismo. Franz Keller mostra em 1870 índios cobertos artificialmente, porque eles não poderiam aparecer com ‘suas vergonhas’ à mostra, como disse Pero Vaz de Caminha, e foram adaptados à moral vitoriana. Papff tem umas fotografias incríveis de cafezais”, destaca.

 

Dentre as mais de 100 obras, estarão também as dos artistas Brecheret, Bruno Giorgi, Lygia Clark, Regina Vater, Diane Airbus, Marcia X(com “A cadeira careca”, seu último trabalho, feito em 2004 com Ricardo Ventura), Luiz Pizarro, Jorge Duarte, Carlos Vergara, Guilherme Vaz, Marcelo Moscheta e Jonathas de Andrade.

 

“Não acho que a arte tem que estar a serviço de nenhum discurso. Não há continuidade entre a experiência visual e discurso. Se eu e Fernanda Lopes “editarmos” bem, podemos criar um certo fluxo semântico com a exposição”, complementa Fernando Cocchiarale.

 

 

Até 06 de novembro.