Carlos Bevilacqua na Fortes Vilaça

14/mai

Em sua nova exposição na Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, Carlos Bevilacqua apresenta três novos trabalhos que refletem sobre o exercício do fazer artístico, do conhecimento e da memória. As esculturas em madeira e aço possuem uma escala maior, inédita em sua trajetória, e revelam um imbricado sistema de relações simbólicas.

 

Carlos Bevilacqua articula aspectos elementares da escultura através de sínteses onde tensão, equilíbrio e espacialidade tornam-se questões latentes. Sua pesquisa, porém, não é puramente formalista; trata-se de uma plataforma para discutir temas fora do espectro racional, indo em direção ao existencialismo e à metafísica. Nesse sentido, o título da mostra, “Let it Go”, torna-se uma declaração de leveza, ao passo que indica o caminho da percepção poética.

O trabalho central, “O Inexorável Caminho do Saber”, é composto por três peças de madeira sobre rodas, cada qual com um arco de aço carbono sobre si, que o artista denomina de “veículos de transcendência”. Eles são alinhados sobre um rastro de papéis em branco, dispostos aleatoriamente no chão. O artista esboça aí relações entre a escrita e a memória, partindo das considerações que Freud descreveu no artigo “Uma nota sobre o bloco mágico” (1924).

 

Na parede ao fundo da galeria, a obra “Geometria Muda” lida com formas geométricas rudimentares – ponto, linha, circunferência e triângulo. Bevilacqua ordena esses elementos no espaço vazio fazendo com que, apesar de estática, a obra possa sugerir movimento. Trata-se de um estado permanente de porvir, uma tensão enigmática sobre a matéria inerte da escultura.

 

Em “Ponte do Isolamento”, uma complexa estrutura de madeira e aço configura uma ponte sem fim que, por não ligar um lugar a outro, conecta apenas a si mesma. Duas vigas são suspensas entre duas colunas, tensionadas no meio por uma peça de madeira e aço; essa armação é repetida transversalmente em duas outras pontes de menor escala que, por sua vez, se ligam por uma outra em redução. Ao mesmo tempo que sugere um eterno recomeço, o trabalho atua como metáfora da solidão.

 

 

Sobre o artista

 

Carlos Bevilacqua nasceu no Rio de Janeiro em 1965, cidade onde vive e trabalha. Dentre suas exposições individuais, destacam-se as mostras no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2000, e no Museu de Arte Moderna de São Paulo, 1992. Suas mostras coletivas incluem participações em: “Desejo da forma”, Akademie der Künste ,Berlim, Alemanha, 2010; “Um Mundo Sem Molduras”, MAC-USP, São Paulo, 2009. Sua obra está presente em importantes coleções, como: Instituto Inhotim, Brumadinho, MG; MAM Rio de Janeiro, MAC-USP, São Paulo, entre outras. Um catálogo da exposição será lançado neste ano com texto da curadora holandesa Carolyn Drake.

 

 
De 21 de maio a 20 de junho.

Obras de Giovani Caramello

Foram mais de 60 dias dedicados somente à criação e execução de três novas peças hiper-realistas – cada uma  demora, em média, 300 horas para ser finalizada. Após este hiato de novidades e reclusão criativa, a expectativa de público e formadores de opinião poderá ser sanada com a apresentação das novas texturas, cores e sentimentos expressados nas criações de Giovani Caramello durante sua participação na edição Cidade Jardim, São Paulo, SP, da PARTE Feira de Arte Contemporânea deste ano.

 

O artista, que já foi comparado ao ícone Ron Mueck, tem apenas 24 anos e já coleciona alguns admiradores e muitos curiosos em relação ao seu trabalho em todo o país e no exterior, e está tendo a oportunidade de participar de um evento desse porte. Para Giovani Caramello a satisfação ao ampliar o alcance de suas esculturas está entre os principais sentimentos prévios à feira, que vai acontecer entre os dias 11 e 14 de junho, no Shopping Cidade Jardim. “Essa vai ser uma experiência positiva para a minha carreira, pois mais pessoas terão acesso ao meu trabalho. Acho gratificante essa oportunidade”, comenta.

 

O convite para participação na PARTE foi feito por Thomaz Pacheco, galerista da OMA | Galeria, espaço que representa o artista. “No começo desse ano tivemos uma grande procura pelo nome dele e suas peças. Nada mais justo que no début da galeria, esta também é a nossa primeira vez na feira, seja feito com a presença de artistas que nos ajudam diariamente a contar a nossa história e auxiliam em nosso crescimento”, diz. A OMA | Galeria, São Bernardo do Campo, SP, que completará dois anos na data de abertura do evento. “Temos nos destacado pela apresentação de jovens artistas que estão despontando de fato no cenário artístico nacional e internacional, isso endossa as escolhas da OMA e nos posiciona muito bem perante aos nossos clientes”, completa.

 

Novas obras

 

O público poderá ver pela primeira vez as esculturas “Ansiedade II” (um punho fechado, de aproximadamente 50 cm), “Rei do Ego” (uma criança com uma coroa, de aprox. 70 cm) e um busto ainda sem nome (de aprox. 25 cm). Além dessas, as peças” Ansiedade I”, também do artista Giovani Caramello (busto de um homem com marcas no corpo, de aprox. 25 cm) e mais séries novas dos demais artistas da OMA Galeria, produzidas exclusivamente para a feira, também estarão disponíveis para visitação. Além dele, o espaço da galeria contará com fotografias de Nario Barbosa, telas de Thiago Toes, RIEN e Andrey Rossi e gravuras de Daniel Melim. No total, mais 50 peças do acervo da galeria estarão disponíveis para todos os visitantes.

 

 

Até 14 de junho

Série inédita de Edouard Fraipont

08/mai

O fotógrafo Edouard Fraipont exibe série inédita de trabalhos na 1500 Babilônia, Leme, Rio de Janeiro, RJ. Nesta série, composta por sete imagens e um vídeo, denominada “Redesenhos”, o artista explora o conceito de foto-performance, em parceria com a coreógrafa e bailarina Alexandra Naudet, e propõe figuras redesenhadas pelo movimento do corpo e pela luz que nele incide.

 

Com a união entre fotografia e performance, em “Redesenhos”, Edouard Fraipont atua como responsável pelo movimento da luz, enquanto Alexandra Naudet atua com o movimento do corpo. A intervenção da fotografia não somente registra uma cena, mas redesenha o corpo documentado, ao acumular traços e distintos momentos do movimento, selecionados pela iluminação. “A intenção é transgredir limites do corpo e reapresentar novas figuras como visões de um imaginário fotográfico. O corpo e a luz ‘performam’ paralelamente.”, comenta o fotógrafo.

 

Neste trabalho, Edouard Fraipont se utiliza do recurso da longa exposição dentro de um ambiente escuro, onde o corpo em conjunção com a luz atuam e “desenham” no material fotossensível. Assim, em uma única imagem, o registro do corpo oferece um acúmulo de gestos, sendo que a luz direcionada permite selecionar e subtrair parte desse gestual, a fim de compor o desenho desejado.

 

Outro desdobramento da mostra está no vídeo “Desenho reanimado”, no qual o artista apresenta uma animação de fotografias que trazem novamente movimento às imagens. Nesta obra, Edouard Fraipont contou com a parceria de Muep Etmo, que compôs a trilha sonora. O resultado de toda a série surpreende, ao surgirem personagens que espelham mais intenções do que aspectos próprios do mundo visível.

 

Ao propor uma temática recorrente em sua obra – anteriormente, sendo o próprio artista a atuar para sua câmera, outras vezes modelos ou pessoas que se autorretrataram -, um dos desdobramentos nesta mostra está em trabalhar em parceria com uma coreógrafa e bailarina, alguém que domina a técnica da performance, da expressão do corpo e da coreografia. “Assim consigo expandir as possibilidades de criação, ao desconectar a performance da luz da performance do corpo.”, conclui.

 

 

De 09 de maio a 18 de julho.

Novas mostras na Pinacoteca Rubem Berta

07/mai

A Pinacoteca Ruben Berta, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, exibe duas exposições sendo “Princípio & Consequências” a que reúne a produção recente da escultora Joyce Schleiniger. Nascida em Santa Maria, participou ao longo de cinquenta anos de inúmeras exposições coletivas e individuais. Também se dedicou ao ensino, de 1966 a 1985, nas faculdades Palestrina, Feevale e Universidade Federal de Pelotas. Graduada em Escultura pelo Instituto de Artes da UFRGS, fez aperfeiçoamentos em escultura, pintura, cerâmica e educação. A partir da sua emigração para a Califórnia em 1985, Joyce Schleiniger abriu seu próprio atelier, onde além do trabalho artístico, proporciona cursos, consultoria, queimas e restaurações. Também produz painéis cerâmicos para fontes, murais e objetos cerâmicos numa integração do utilitário com a pura forma escultórica. Inspirada pela observação da natureza reinventa formas sob o signo da simetria e da repetição de elementos recorrentes.

 

Em consonância com o fascínio pelo corpo despertado pela obra tridimensional de Joyce Schleiniger, a Pinacoteca Ruben Berta oferece ao visitante a oportunidade de se entregar a um cruzamento de olhares com a produção de vários artistas do seu próprio acervo que escolheram o corpo para plasmar a criatividade no plano bidimensional.

 

A exposição intitulada “O Testemunho do Corpo” reúne trabalhos de brasileiros e estrangeiros, datados entre 1871 e 1965, e que possibilitam perceber diálogos entre diferentes gerações na representação da figura humana. Desta maneira a Pinacoteca persiste no objetivo institucional de vivificar o seu acervo através de um instigante encontro poético das esculturas de Joyce Schleiniger com quadros que trazem as assinaturas de Almeida Júnior, Batista da Costa, Di Cavalcanti, Eliseu Visconti, John Johnstone, José Perissinotto, Judith Fortes, PedroAmérico, Luís Nelson Ganem, Maité D´Elba e Vilma Pasqualini.

 

 

De 7 de maio a 12 de junho.

Show off de Marcelo Stefanovicz

29/abr

O GRIS Escritório de Arte, Pinheiros, São Paulo, SP, abriu a exposição “Show Off”, do artista plástico Marcelo Stefanovicz, com curadoria de Paulo Azeco. A mostra é composta por 22 trabalhos – entre esculturas, fotografias e pinturas – que contam histórias e trazem a força do espontâneo como agente modificador e decisivo na elaboração das narrativas.
Em sua nova individual, Marcelo Stefanovicz constrói uma relação íntima com a imagem, seja ela autoral ou apropriada. “Minha inspiração surge de descobertas. Sendo assim, a própria ideia de descobrir é para mim a narrativa.”, comenta. Seu processo criativo é baseado na experimentação e na intuição, gerando novos significados em sua obra que, ao negar um objeto, o evidencia e enaltece ao mesmo tempo. Nas palavras do curador da mostra: “Sua imagem final é densa, cheia de camadas, induzindo o espectador a uma análise que compreende não só o que ali se apresenta, mas o processo de composição.”.

 

Utilizando este mesmo princípio estético de construção, alguns trabalhos de Marcelo Stefanovicz miram para o universo do design experimental, no qual objetos do cotidiano, encontrados aleatoriamente, são empregados como suporte ou meio para a execução da obra. Neste sentido, temos a série Parasitas, que trata dessa relação entre o design e a arte com mais evidência: a partir de lâmpadas e circuito elétrico, são criadas obras tridimensionais que, apesar de se valerem da mesma intervenção plástica e gestual de suas pinturas, continuam sendo lâmpadas e mantendo sua função primeira, qual seja a de propagar luz.
O trabalho de Marcelo Stefanovicz, ao ser revelado pelo ocultamento, trava um diálogo com a narrativa contemporânea, que busca seu discurso no questionamento individual, na omissão e negação. “A melhor história a ser contada, em alguns casos, pode ser aquela que é apenas sugerida.”, conclui o curador Paulo Azeco.

 

 
Até 23 de maio.

Conversa e visita guiada

 

 

Nesta quarta-feira, dia 29 de abril, às 19h, a Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, realiza uma conversa com o artista Rodrigo Braga e com a curadora Thais Rivitti, na exposição “Tombo” e no sábado, dia 2 de maio, às 16h30, o artista fará uma visita guiada para o público pela mostra.

 

Rodrigo Braga, artista destacado na cena da arte contemporânea, criou a instalação “Tombo” especialmente para o vão central da Casa França-Brasil. Ali, estão dispostas no chão mais de 15 toras de aproximadamente cinco metros de comprimento cada, segmentadas de cinco palmeiras imperiais centenárias. “Tombo” provoca uma imediata relação com as 24 colunas internas do espaço, um dos marcos neoclássicos do país, construído em 1820 pelo arquiteto francês Grandjean de Montigny (1776-1850), para ser a Praça do Comércio, em determinação de João VI. Nas salas laterais, estão uma videoinstalação com imagens do processo de corte e retirada das palmeiras, já condenadas, e referências históricas.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido em Manaus em 1976, criado em Recife, e morador do Rio há quatro anos, Rodrigo Braga está presente em diversas exposições no Brasil e no exterior, e participou em 2012 da 30ª Bienal Internacional de São Paulo. Seu trabalho está em importantes coleções, como MAM Rio, MAM SP, e Maison Européene de La Photographie, em Paris. “Tombo”, que tem curadoria de Thais Rivitti, é a primeira exposição individual do artista no Rio.

 

 

A mostra pode ser vista até o dia 24 de maio.

A Galeria Lume em L.A.

27/abr

A Galeria Lume, em continuidade a sua intensa agenda de feiras internacionais, participa da Paris Photo L.A. 2015, na Paramount Pictures Studios, em Los Angeles, Estados Unidos. A proposta de seu stand é destacar o trabalho da artista norte-americana Maxi Cohen, expondo imagens da série “Ladies Room Around the World” e a videoinstalação “Specimens from the Amazon”. A galeria também exibe dois trabalhos da série “Downtown Los Angeles”, do fotógrafo brasileiro Claudio Edinger.

 

“Ladies Room Around the World”, de Maxi Cohen, é ambientada em banheiros femininos de diversas cidades do mundo, entre 1978 a 2011. Pessoas de diferentes línguas e estilos foram registradas, geralmente em frente ao espelho do banheiro, evidenciando momentos vulneráveis e de confissões íntimas à fotógrafa, as quais tratam desde o sexo ao adultério, do poder ao abuso, da moda à fama, e do horror ao deleite. “Specimens from the Amazon” é uma série multimídia de videoinstalações que retratam fragmentos de vida no coração da Amazônia. Cada peça é formada por um pequeno monitor de vídeo, ricamente emoldurado, e uma lupa pendurada por uma corrente dourada. A ideia é que cada espectador, ao se aproximar da minúscula tela, com uma lente de aumento em mãos, se sinta como um antropólogo, investigando e se tornando parte da Amazônia.

 

Em “Downtown Los Angeles”, Claudio Edinger apresenta não apenas um registro documental de determinadas áreas da cidade americana, mas também estabelece novos significados ao se utilizar de grafismos e desfoque – recurso recorrente em sua obra -, inserindo as personagens centrais de cada fotografia em histórias que não necessariamente representam a realidade.

 

Com sua segunda participação na Paris Photo L.A., a Galeria Lume se destaca e firma sua posição no cenário internacional, conquistando novos mercados para os artistas por ela representados e levando obras de arte de qualidade para admiradores e colecionadores do mundo todo.

 

 

De 01 a 03 de maio.

Coletiva no Castelinho

A partir do dia 12 de maio, o Centro Cultural Municipal Oduvaldo Vianna Filho – o Castelinho do Flamengo – Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, será ocupado por nove artistas na exposição “Coquetel”.

 

André Renaud, Bernardo Zabalaga, Isabela Sá Roriz, Jeferson Andrade, Joana Traub Csekö, Julia Csekö, Leo Ayres, Mario Grisolli e Zé Carlos Garcia apresentarão trabalhos inéditos, concebidos especialmente para a exposição e em diálogo com a arquitetura eclética que caracteriza o espaço. “Coquetel” pretende reintroduzir este centro cultural da prefeitura do Rio de Janeiro no circuito da arte contemporânea. O local, que já foi cenário de trabalhos de artistas como Marcos Chaves, Ana Miguel, Claudia Bakker e Renato Bezerra de Melo, agora se torna palco de instalações de artistas emergentes.

 

O grupo escolhido para o projeto enfatiza a variedade de mídias e estratégias usadas na arte contemporânea – objeto, escultura, fotografia, apropriações. “Coquetel” trará para o público uma amostragem da diversidade e da maleabilidade com as quais a arte de hoje trabalha, não se intimidando diante de diferentes espaços e situações, mas criando a partir de diversos contextos e suas particularidades.

 

No térreo, Zé Carlos Garcia apresenta uma de suas esculturas aladas, sendo acompanhado na sala ao lado por André Renaud, com duas pilhas de lixo que se espelham.

 

No primeiro andar, Joana Traub Csekö revela um de seus foto-objetos, criado especialmente para o local; Isabela Sá Roriz cria móveis que se desfazem em líquido; e Bernardo Zabalaga mostra o resultado de uma de suas terapias energéticas.

 

No segundo andar, Jeferson Andrade expõe uma pesquisa feita a partir de fotos pessoais de um soldado encontradas na rua; Leo Ayres constrói um viveiro de plantas caseiras; Julia Csekö exibe uma de suas esculturas da série Híbridos; e Mario Grisolli nos provoca com uma máquina construída com o motor de um espremedor de sucos.

 

Na abertura, haverá uma ação-ritual de Bernardo Zabalaga e uma leitura performática de Jeferson Andrade..

 

A exposição contará ainda com duas conversas com curadores, críticos e artistas, nos dias 9 e 30 de junho, quando serão debatidos os temas “arte e magia” e “outros circuitos”.

 

 

De 12 de maio a 12 de julho.

Dois na Marsiaj Tempo

24/abr

Eduardo Kac  apresenta “Early Media Works” na Marsiaj Tempo Galeria, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. Nessa exposição, o visitante poderá conferir os trabalhos inaugurais das experiências do artista em mídias da época, podendo considerar “Early Midia Works”, uma exposição que compreende um importante período histórico na carreira de Eduardo Kac. Serão apresentados 14 trabalhos em papel (desenhos feitos com máquina de escrever, xerox, prints e fax), um holograma, um painel de led, um neon, e um vídeo por telefone.

 

 

 
Trecho do texto de Bernardo Mosqueira

 
“A exposição “Early Media Works” reúne um conjunto de trabalhos de Eduardo Kac desenvolvidos entre 1980 e 1994 e reflete um momento de intensificação do interesse do artista pelas novas tecnologias, os novos meios de comunicação e a cultura que com eles emergia. Em 1982, após a famosa “Interversão” na Praia de Ipanema com ações explosivas de diversos tipos naquele que seria o clímax do Movimento de Arte Pornô, Kac foi aos poucos tendo a sensação de que aqueles trabalhos refletiam e se inscreviam em um contexto muito local, brasileiro. Depois daquele ano, entendendo que a nova cultura seria global, Eduardo foi se empenhando cada vez mais na investigação e experimentação dos meios de comunicação. Com tensão utópica semelhante à do Movimento de Arte Pornô que desejava criar um mundo mais livre, Kac passou a acreditar que o mundo poderia ser reorganizado através do uso livre das tecnologias e que isso traria uma multimidialidade fértil para as relações. Nessa exposição, as obras mais antigas apresentam ainda interesses remanescentes do Movimento de Arte Pornô e os trabalhos mais recentes investigam questões que se tornariam fundamentais para sociedade em que vivemos.”.

 

 

 

A Marsiaj Tempo Galeria abre no mesmo dia a exposição “Noir – a noite na metrópole” com FOTOGRAFIAS CINÉTICAS, clipes de vídeo, realizados entre 2012 e 2015 por Antonio Saggese. O fotógrafo vem captando situações em SP sempre com tomadas noturnas, em uma fotografia alusiva ao cinema “noir”. Tendo recebido o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia promovido pela FUNARTE em 2014 com esse trabalho, um DVD será distribuído gratuitamente na ocasião com 64 fotos cinéticas selecionadas e apresentação de Antonio Fatorelli. A exposição contará com uma projeção principal, com imagens do DVD e 4 monitores que alternarão trabalhos (que não fazem parte do DVD), em vídeos que variam entre 1 e 7 minutos. A exposição será no anexo da Galeria.

 
Antonio Saggese vem realizando exposições nos mais renomados espaços entre Rio e SP há 4 décadas. Sua personalidade inquieta o leva a experimentar sempre novas possibilidades técnicas, trazendo para a fotografia novas abordagens para temas instigantes. Seu trabalho mais recente lida com a fotografia expandida, que nas palavras do fotógrafo significa: “uma fotografia cinética, diversa da cinematografia, em que a cena, pela rarefação ou pela recorrência, resiste ao avançar. Dilatado o corte temporal operado na fotografia, referem-se os fluxos, movimentos sem culminação dramática, bem como a imobilidade dos tempos mortos.” Sem som ambiente, câmera e enquadramentos são fixos. O tempo do evento não é alterado e não há montagem, pois a cena é, quando muito, cortada em seu princípio ou fim. O registro em branco e preto acontece já na câmera, no momento da captura, não na pós-produção.  As imagens são captadas com uma discreta câmera fotográfica portátil.

 
“As fotografias cinéticas testemunham que Saggese permanece fotógrafo, nesse momento transicional de remediação da fotografia pelo vídeo e pelas tecnologias digitais. Um fotógrafo especialmente perceptivo às singularidades do regime temporal contemporâneo – às configurações do tempo complexo, simultâneo e compartilhado em rede”. (Antonio Fatorelli)

 

 

 
Sobre o artista

 
Antonio Saggese fotógrafo e arquiteto. Nascido em São Paulo em 1950 e graduado em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), Mestre e Doutor em Filosofia – Estética – pela FFLCH-USP. Antônio Saggese inicia carreira como fotógrafo em 1969. Especializou-se em fotografia de móveis e design em Milão como  bolsista do governo italiano. Através da “Triennale di Milano” realiza estágios em estúdios de fotografia na área entre os quais o de Aldo e Marirosa Ballo, Gabriele Basilico e o Studio Azzurro. Assistiu a workshop do Studio Azzurro no Pallazzo Fortuny em Veneza. Trabalhou para as revistas Casa Vogue, Design & Interiores, A&D, ViverBem, Arquitetura e Construção. Sempre desenvolvendo trabalhos artísticos independentes, já expôs no MAM do Rio de Janeiro, SESC Pompéia, Pinacoteca do Estado de SP, MAM de SP, Instituto Tomie Ohtake, Galeria Tempo, entre outros espaços expositivos. Seu trabalho está presente nos acervos do Museu de Arte Moderna de SP, Museu da Imagem e do Som de SP, Museu da Fotografia em Curitiba, Coleção Pirelli/MASP, Coleção do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, além de importantes coleções particulares.

 

 

 
Abertura: 25 de abril.

No Parque Lage

Na próxima terça-feira, dia 28 de abril, a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, inaugura  a exposição “Encruzilhada”, com mais de cem obras de cerca de 70 artistas, em curadoria de Bernardo Mosqueira.

 

“Encruzilhada” inaugura o programa Curador Visitante, novo desenho do calendário de exposições da instituição, que convidou para este ano cinco curadores – Bernardo Mosqueira, Bernardo de Souza, Daniela Labra, Luisa Duarte e Marta Mestre – para realizarem exposições, que, em meio a nomes já reconhecidos no circuito, incluam também trabalhos de ao menos cinco estudantes da Escola.

 

Para acompanhar criticamente a produção desses estudantes, os cinco curadores ministram cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Bernardo Mosqueira acompanha  desde o início do ano as atividades da Escola, e escolheu o estudante Ulisses Carrilho como seu assistente na curadoria, mais sete artistas estudantes da instituição.

 

A exposição abrange trabalhos de nomes consagrados e de artistas que integrarão a Bienal de Veneza em maio como André Komatsu e Berna Reale.

 

A relação completa dos artistas presentes na exposição é: Afonso Tostes + Aderbal Ashogun, Agência Transitiva, Alexandre Mazza, Ana Linnemann, Ana Mazzei, André Komatsu, André Parente, Anna Bella Geiger, Anna Costa e Silva, Antonio Dias, Armando Queiroz, Berna Reale, Beto Shwafaty, Cao Guimarães + Rivane Neueschwander, Caroline Valansi, Carla Zaccagnini, Carlos Vergara, Chico Fernandez, Cildo Meireles, Cinthia Marcelle e Tiago Mata Machado, Cláudia Andujar, Daniel Steegmann Mangrané, Dias&Riedweg, Domingos Guimaraens, Eduardo Kac, Elisa Castro, Fyodor Pavlov-Andreevich, Grupo UM, Guga Ferraz, Gustavo Ferro, Íris Helena, Ivan Grilo, Jac Leirner, Joana Traub Csekö, Jorge Soledar, José Patrício, Laura Lima, Leandro Nerefuh, Lenora de Barros, Lucas Parente, Luiz Braga, Marcos Chaves, Maria Laet, Martha Araújo, Mauro Restiffe, Maya Dikstein, Milton Marques, Montez Magno, Nazareno Rodrigues, Odaraya Mello, Opavivará!, Paula Sampaio, Paulo Bruscky, Paulo Nazareth, Pedro Victor Brandão, Rafael RG, Rafael França (1957-1991), Raquel Versieux, Rebola, Regina Parra, Renata Lucas, Rodrigo Braga, Tiago Maladodi, Tiago Mata Machado, Tiago Rivaldo, Vivian Caccuri, Wesley Duke Lee e Waltercio Caldas.

 

 

Até 02 de junho.