Fotos de Claudio Edinger

09/jun

A Cultural Pinakotheke, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a mais recente produção do fotógrafo Claudio Edinger. Em “O Paradoxo do Olhar”, são reunidas treze imagens do conhecido fotógrafo. Todas as fotografias exibem aspectos do Rio de Janeiro. O artista trabalha a técnica do foco seletivo, que coloca em evidência determinados detalhes, enquanto outros aparecem como manchas em uma tela, que desfocadas, apresentam um ritmado efeito visual.

 

 

Até 04 de julho.

Anselm Kiefer Paintings

03/jun

A White Cube São Paulo, Vila Mariana, exibe até o dia 20 de junho a primeira exposição individual de Anselm Kiefer no Brasil. O consagrado artista alemão – que no ano passado ganhou uma grande retrospectiva na Royal Academy de Londres e é frequentemente apontado pela crítica como um dos maiores nomes da arte contemporânea mundial – apresenta uma série de cinco pinturas em grande formato, nas quais explora temas como História, política, paisagem e, em particular, o Plano Morgenthau.

 
Proposto em 1944 pelo Secretário do Tesouro Americano Henry Morgenthau Jr, o plano foi concebido para transformar a Alemanha do pós-guerra em uma nação agrícola, pré-industrial, a fim de limitar a sua capacidade de fazer guerras. Um ato político polarizador que, na visão do artista, “ignorou a complexidade das coisas” e procurou dividir o país em dois estados independentes, anexando ou desmantelando todos os centros industriais germânicos.

 
Nesta mostra, Kiefer retorna à representação da paisagem rural e a um dos principais símbolos da sua pintura, flores desabrochando em meio a destruição e devastação. Nessas telas, que ecoam tanto a pintura romântica alemã como as paisagens turbulentas de Van Gogh, enormes e escuras extensões de vida vegetal – trigo ou flores – dominam dois terços da composição da pintura. Férteis, abundantes e matéricas, as plantas estão começando a desabar e decair, e são retratadas a partir de um ponto de vista de dentro da vegetação.

 
A noção alquímica e de transformação sempre foi central para a prática do artista e aqui Kiefer combina camadas empastadas de tinta acrílica com metal, sal e sedimentos eletrolíticos para criar superfícies não fixadas, que mudam fisicamente durante o curso de existência da pintura. Em uma obra intitulada “Plano Morgenthau: Saeculum Aureum”, de 2014, uma explosão de vegetação roxa e verde, pisada e em decomposição, contrapõe-se a um trecho de céu dourado, formado a partir do uso de folhas de ouro, enquanto em outros trechos o sulfato de cobre verde sugere áreas de nuvens densas ou bolsões de decadência orgânica. A abordagem singular de Kiefer aos materiais, bastante visível nestas obras, encena uma alquimia artística, criando superfícies experimentais, lúdicas e dinâmicas que estão constantemente em fluxo. As obras inspiradas em O Plano Morgenthau apresentam uma visão cíclica do passado e do futuro, parte de um processo reflexivo que aborda o absurdo característico da política e o poder inerente da paisagem, explorando a aguda contradição entre a beleza de uma paisagem pré-industrial e rural e a destruição de um futuro econômico por ela representado.

 
Conforme bem resumiu o jornal inglês The Guardian, por ocasião da exposição na Royal Academy, “…Kiefer é o mais resoluto dos artistas. Ele nunca se afastou do difícil e do sombrio; sua carreira é uma magnífica reprimenda para aqueles que pensam que a arte não pode lidar com os grandes temas, como história, memória e genocídio. No final, porém, o que fica com o espectador é o sentimento – esmagador, por vezes – que ele está sempre fazendo o seu caminho cuidadosamente em direção à luz.”

 

 
Até 20 de junho.

Abstração geométrica de Sean Scully

02/jun

A Pinacoteca do Estado de São Paulo, Estação Luz, São Paulo, SP, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, apresenta a exposição Sean Scully. Com patrocínio do Credit Suisse, da Oi, do Iguatemi São Paulo e apoio cultural do Oi Futuro esta é a primeira grande retrospectiva no Brasil deste consagrado artista irlandês. As obras de Sean Scully foram vistas poucas vezes no Brasil, como em 2002 na Bienal Internacional de São Paulo, e no Centro de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro. Na exposição da Pinacoteca, será possível conferir um panorama da sua criação em 46 trabalhos, produzidos entre 1974 a 2014, um amplo recorte que permite observar as variações do seu processo criativo, com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti. A exposição ocupa todo o primeiro andar da Pinacoteca

 
A pintura de Sean Scully é abstrata, composta por formas geométricas precisas, com linhas mais demarcadas e claras. Há telas com blocos que vêm para fora, com diferença de espessura. O artista utiliza uma variedade de paletas de cores que vão desde tons de preto e densas variações de marrom e vermelho, até cores vibrantes como o azul-de-rosa e o amarelo canário.

 
Nesta exposição é possível conferir também aquarelas e pasteis, obras menos conhecidas do grande público. Algumas de suas pinturas são muito impactantes por seu tamanho, como “Darkness here”, de 1989, que exibida nesta exposição, é seu maior quadro, com 4 metros, e contribuiu para que o artista fosse mais conhecido a partir dos anos 90.

 

 
Sobre o artista

 
Sean Scully nasceu na Irlanda em 1945, se educou em Londres e vive nos Estados Unidos desde 1975, onde se naturalizou. É o pintor abstrato mais importante desta geração. Seu trabalho é aclamado internacionalmente e integra algumas das mais importantes coleções do mundo, incluindo o Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque; Guggenheim Museum, Nova Iorque; Tate Gallery, Londres; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid; e Instituto Valencia d’Arte Moderna, Valência, Espanha.

 

 
Até 28 de junho.

Marcelo Cipis, obra em livro

O artista Marcelo Cipis lançou seu livro na Galeria Emma Thomas, Jardim Europa, São Paulo, SP, publicado pela Editora da Universidade de São Paulo dentro da Coleção Artistas da USP. Este volume da Coleção mostra a obra de Marcelo Cipis, desde os primeiros trabalhos até a produção recente de meados da década de 2000. Desde o início de seu trabalho artístico, nos anos de 1980, Marcelo Cipis transita entre os diferentes movimentos de arte, reprocessando influências e “…criando uma espécie de mistura de caráter sempre lúdico e experimental”, segundo afirma.

 
No livro, Valéria Piccoli analisa a obra do artista e comenta sua trajetória, afirmando sobre sua obra: “Cipis retira dos objetos o seu sentido utilitário e o contexto que lhes dá significação, enfatizando sua dimensão de cópia. Ele tem consciência do poder que o artista tem de transformar o sentido dos objetos ao manipulá-los por meio da representação. Mais que qualquer objeto em si, o que interessa a Cipis são as infinitas possibilidades de representá-lo.” O evento contou com a presença do artista autografando a obra.

 

 
Sobre o artista

 
Marcelo Cipis nasceu em São Paulo, 1959. Entre 1977 e 1982 estuda arquitetura na FAUUSP. Entre 1980 e 1987 participa de todos os Salões Paulistas de Arte Contemporânea. Em 1988 é convidado a participar do workshop Berlin-in-São Paulo, expondo no MASP e no Kunsthalle de Berlin. Em 1991 participa da 21ª Bienal Internacional de São Paulo com a instalação Cipis Transworld Art, Industry and Commerce. Em 1992 e 1994 participa da Bienal de La Habana. Em 1993 participa da coletiva Verde-Amarelo – Arte Contemporânea Brasileira no Fujita Vente Museum em Tóquio. Em 1988 realiza individual na Casa Triângulo em São Paulo. Em 2000 publica seu primeiro livro como autor chamado 530g de Ilustrações pelo Ateliê Editorial, uma compilação das ilustrações publicadas na Folha de São Paulo, e recebe a bolsa da Pollock-Krasner Foundation de Nova York. Em 2004 realiza individual na Galeria Virgílio em São Paulo. Entre 2005 e 2014 publica uma série de títulos como autor e ilustrador. Em 2013 é indicado ao Prêmio PIPA e realiza exposições no Centro Cultural São Paulo e na FUNARTE em São Paulo. Em 2014 participa da coletiva Brazil Arbeit und Freundshaft no Pivô em São Paulo e realiza individual na Galeria Emma Thomas em São Paulo. Entre os prêmios recebidos estão o 12º, 18º 19º, e 25º prêmios Abril de Jornalismo, melhor pintura em 1990 pela APCA com a exposição Pyrex Paintins & Recents Works na Galeria Kramer em São Paulo e em 1994 o Prêmio Jabuti pela melhor capa para o livro “Como Água para chocolate”.

Novo livro de Rosana Ricalde

A artista plástica Rosana Ricalde lançou novo livro. A obra, denominada “Entre Imagem e Linguagem”, recebeu textos da crítica de arte Glória Ferreira. O livro saiu com o selo da Editora Apicuri. O lançamento foi na Livraria da Travessa de Botafogo, Rio de Janeiro, RJ. Rosana Formou-se pela EBA/RJ em 1994. Trabalha no Rio de Janeiro e em Rio das Ostras, na Região dos Lagos, RJ, onde reside. Realizou exposições individuais no Rio de Janeiro e em São Paulo e também no exterior, em cidades como Madri, Oslo, Miami, Lisboa e Havana. Seus trabalhos fazem parte da Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM-Rio. Participou de projetos de residências artísticas em São Tomé e Príncipe, em 2008, Ilha de Susak, na Croácia, em 2008, e em Rotterdam, na Holanda, em 2005.

Mostra de Luiz Ernesto

O artista visual Luiz Ernesto apresenta no OI Futuro Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, a mostra” EQUILIBRANDO-SE EM LUZ REVELAVA -SE”.  A curadoria é de Alberto Saraiva.

 

Artista plástico e ex-diretor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, desenvolve seu trabalho em diversos meios – desenho, pintura, objetos e fotografia, tendo como ponto de partida os objetos banais do cotidiano. O crítico Agnaldo Farias assim se referiu à obra do artista, durante uma exposição, em 1999: “As pinturas, desenhos e assemblages de Luiz Ernesto sempre se propuseram a animar as coisas de sua letargia para deixá-las transbordar, fazê-las abandonar seu estado inicial rumo a uma condição próxima”.

 

 

Até 07 de junho.

Arte africana contemporânea

01/jun

O Museu Afro Brasil, Portão 10, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP,  promove a maior mostra de arte contemporânea africana já realizada no Brasil. Com programação que inclui instalações, pinturas, vídeos, esculturas, moda e um encontro para discussões com os artistas, o projeto “Africa Africans”, que conta com o patrocínio do Banco Itaú e da Odebrecht, traça um panorama da recente criação visual do continente por meio de obras de artistas de diversos países africanos.

 

 
A exposição

 
A exposição conta com cerca de 100 obras, de mais de 20 artistas, em diversos suportes e linguagens, além de outras obras de arte africana, pertencentes ao acervo do museu e à coleção particular de Emanoel Araujo, diretor curatorial do Museu, focalizando a criação de artistas africanos, nascidos e residentes no continente ou fora dele, assim como artistas de origem africana que, mesmo tendo nascido fora da África, dialogam com a pluralidade de experiências estéticas e sociais presente nas diversas regiões do continente.

 
Uma das obras de maior destaque de “Africa Africans” será a colossal “The British Library”, do artista plástico nigeriano-britânico Yinka Shonibare MBE. Nascido em Londres em 1962, Shonibare foi criado na Nigéria e voltou para capital inglesa para estudar Artes, dando início à sua trajetória artística. Sua instalação é formada por 6.225 livros coloridos encapados por tecidos dutch wax – conhecidos como “tecidos africanos”, mas fabricados na Holanda com uso de técnicas inspiradas na arte milenar do batik indonesiano. O uso deste material é uma marca registrada do artista. Shonibare debate nesta obra questões que lhe são caras como colonialismo, pós-colonialismo e hibridismo e explora o impacto da imigração sobre todos os aspectos da cultura britânica, considerando as noções de território e lugar, identidade cultural, deslocamento e refúgio. A obra também usa recursos multimídia, a exemplo de iPads.

 
Também com presença confirmada está “Skylines”, de El Anatsui, ganês radicado na Nigéria. Nascido em 1944, ele é considerado o mais importante artista africano da atualidade, com grande prestígio na Europa e nos Estados Unidos e foi recém premiado, no dia 9 de maio de 2015, com um Leão de Ouro, na Bienal de Artes de Veneza. Suas obras estão nas coleções públicas do Metropolitan Museum of Art em Nova York; Museum of Modern Art em Nova York; Los Angeles County Museum of Art; Indianapolis Museum of Art; British Museum em Londres; e Centre Pompidou em Paris, entre outras instituições. Muitas das esculturas de El Anatsui possuem formas mutáveis e são concebidas para serem livres e flexíveis de modo que se adaptem visualmente em cada instalação. Ao trabalhar com madeira, barro, metal e, mais recentemente, tampas metálicas de garrafas de bebidas alcoólicas, Anatsui rompe com a tradicional adesão da escultura às formas fixas, embora faça visualmente referência à história da abstração na arte europeia e africana.

 
Outro destaque fica por conta da obra “Cloud Earth Twist”, do nigeriano Bright Ugochukwu Eke. A instalação que vem ao “Africa Africans” tem inspiração autobiográfica. Após sofrer uma infecção na pele decorrente de uma chuva ácida, Eke desenvolveu a obra que consiste em milhares de sacos plásticos cheios de água acidificada. O trabalho de Eke tem sido exposto em cidades como Durban, Lagos, Londres, Nova York e Verona, entre outras. Bright Eke cria uma arte socialmente orientada, explorando os caminhos pelos quais as pessoas interagem com seu meio. Usando água como tema e meio, ele desafia o espectador a pensar sobre este precioso recurso, politica, ética e ecologicamente.
Será produzido também um catálogo trilíngue (português-inglês-francês) sobre a exposição, a mostra de moda e o seminário.

 
A primeira etapa do “Africa Africans” aconteceu no último dia 17 de abril, parte do calendário da 39ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW), onde o museu teve a honra de receber a mostra “Africa Africans Moda” e apresentou os trabalhos de cinco estilistas africanos: Palesa Mokubung, África do Sul; Amaka “Maki” Osakwe, Nigéria; Jamil Walji’, Quênia; Xuly Bët, Mali e Imane Ayissi, de Camarões. A mostra de moda ocorreu no espaço central do museu e teve a curadoria do nigeriano Andy Okoroafor, reconhecido editor e diretor de arte, clipes musicais e moda em Paris, França.

 

 
Até 30 de agosto.

Colônia | Daniel Lannes na Baró

29/mai

A Baró Galeria, São Paulo, SP, anuncia a exposição “Colônia”, mostra individual de Daniel Lannes, em novo espaço nos Jardins. Avançando em sua pesquisa, Lannes exibe em São Paulo crônicas visuais que exprimem, além de seu fascínio pela figura humana, um rico panorama histórico do Brasil.

 

 

A exposição toma como ponto de partida a ideia de Brasil Colônia e se desdobra em imagens reveladoras de fatos e personalidades icônicas da história pós-colonial brasileira. Da vinda da Família Real Portuguesa, passando pela formação da República e chegando até os dias atuais. Daniel Lannes registra em suas pinturas a promiscuidade dos costumes e posturas remanescentes da comunhão entre colonizador e colonizado. Se antes o artista emprestava solenidade épica a cenas aparentemente corriqueiras; agora traz o desleixo cotidiano para cenas grandiosas do imaginário brasileiro.

 

 
Sobre o artista

 
Daniel Lannes nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, em 1981, onde cursou comunicação social e desenho industrial. Além disso, estudou um ano na Universidade Estadual de Belas Artes de Nova York como bolsista e se tornou Mestre em Linguagens Visuais pela UFRJ. Sua carreira se notabilizou pela representação metalinguística da obra de arte em seu espaço de consagração, e pela fusão do típico e folclórico com a iconografia popular mais recente.

 

 
De 30 de maio a 04 de julho.

1ª COLETIVA EXPERIMENTA

A Galeria Lume, Jardim Europa, São Paulo, SP, inaugurou a “1ª Coletiva Experimenta”, com curadoria de Paulo Kassab Jr e coordenação de Felipe Hegg e Victoria Zuffo. O projeto propõe divulgar e exibir a produção de artistas brasileiros e estrangeiros que já possuem uma trajetória artística mas que não são representados por nenhuma galeria, em São Paulo. Nesta edição inaugural, os artistas selecionados são Cecília Walton, Claudio Alvarez, Gian Spina, Maximilian Magnus e Renato Dib.

 

Em continuação à intensa programação de mostras, feiras nacionais e internacionais e eventos culturais, a Galeria Lume inaugura o projeto “Coletiva Experimenta”. Anualmente, a galeria abrirá inscrições para receber portfólios de artistas, os quais serão analisados por um conselho de curadores convidados pela galeria.

 

Nesta primeira edição, Cecília Walton apresenta “Bruxas no Ar” e “A Liberdade Guia o Povo”, nas quais emoldura telas em branco contendo informações estéticas apenas na parte inferior dos quadros, em uma proposta minimalista; além da série “Coleção de Arte da Cidade”, na qual exibe apenas a moldura de obras famosas e seus respectivos nomes, em uma crítica aos visitantes de exposições que veem nome, mas não a obra. Claudio Alvarez expõe “Mole”, uma peça em aço inox que segue o princípio de estruturação do artista baseado no movimento, reflexo da influência da arte cinética em sua produção. Gian Spina, por sua vez, traz “A Cada Minuto Morre um Poema” e “Não Param Nunca de Morrer”, fotografia composta por vários cliques da frase, escrita na mão esquerda do artista, em diferentes situações; e “The Day When my Rage Woke Up Before Me”, performance que realizou em Bordeaux, França, “colocando fogo” na Place de la Bourse, cartão postal desta cidade que arrecadou grande parte de sua riqueza com o tráfico de escravos, tendo seu auge no século XVII. Selecionado como destaque na residência da Tofiq House, o alemão Maximilian Magnus exibe “I’m Sorry” e “Thank You”, séries que tratam de sua vivência com o “jeitinho” brasileiro e suas consequências no mundo do trabalho. Por fim, Renato Dib participa com o projeto “Linhas da Mão”, utilizando luvas de lã como suporte para suas intervenções artísticas, e a série “Air Embroidery – Bordados no Ar”, composta por objetos em tecido suspensos.

 

Com mais este projeto inovador, a Galeria Lume abre espaço para artistas que não possuem nenhuma representação no circuito cultural de São Paulo, no intuito de diversificar a sua programação de seu espaço e exibir novas propostas criativas ao público.

 

 

De 29 de maio a 04 de julho.       

Julia Csekö e o público

28/mai

A MUV Gallery, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, representa obras de artistas da nova geração da arte contemporânea, um projeto de Camila Tomé e Stéphanie Afonso, acaba de completar um ano. Para comemorar a data as sócias convidaram a artista americana Julia Csekö para apresentar a exposição individual “VOCÊ/EU”, com abertura marcada para o dia 17 de junho, onde o público poderá interagir e participar da montagem e resultado da obra. A mostra começa com o espaço expositivo praticamente vazio, a não ser por uma grande instalação de corações rosas e vermelhos afixados por fios prateados ao teto.

 

Por alguns meses Julia Csekö produziu uma grande quantidade de corações de veludo, pelúcia, cetim; tecidos brilhantes e texturizados. Cada coração é uma unidade de tempo, fazendo parte de uma longa meditação sobre o amor. A partir do momento da abertura o público é convidado a trazer objetos para serem trocados por estes corações. Aos poucos a Galeria será preenchida por objetos trazidos pelos visitantes. Os objetos trocados devem representar de alguma forma afetos e ideias/imagens que remetam ao amor.

 

Feitos de material macio, eles são fechados com fios metalizados, numa referência a prática Japonesa Kintsugi onde um objeto que se quebra é remendado usando ouro, prata ou platina. Cada cicatriz deixada, ao invés de ser escondida é ressaltada como um acréscimo ou elemento estético.

 

Alguns assuntos recorrentes na obra de Julia Csekö, como o trânsito entre micro e macro perspectivas, repetição e replicação versus originalidade estão presentes nesta exposição. Cada coração é único, feito a mão pela artista porém ao serem exibidos em um conjunto, sua singularidade é temporariamente atenuada. O processo de troca é imprevisível, a cada troca efetuada a exposição se torna mais plural e menos autoral. Cada coração é um objeto único e contém uma interação e relação interpessoal com o espectador em estado de latência. A cada troca a singularidade de cada coração é ressaltada. Quanto mais trocas efetuadas, mais plural a exposição se torna.

 

A penca de corações passa por uma transformação, começando como um conjunto de objetos similares e tornando-se a cada troca um conjunto de objetos díspares, fragmentos que juntos compõe uma narrativa sobre afetos, trocas, amores e desejos.  Os objetos se transformarão, mas o motivo que os une dentro do mesmo espaço permanece. Cada coração é uma ponte entre a artista e o público e entre a obra e o espectador. Os objetos trocados serão documentados e colocados num arquivo e catálogo digital, para que o exposição possa novamente transitar entre o material e o imaterial, entre o espaço físico, idéias, afetos e memórias.

 

 

Sobre a artista

 

Julia nasceu no Colorado, EUA, e cresceu no Rio de Janeiro. Voltou ao seu país de origem para cursar mestrado em artes visuais na School of the Museum of Fine Arts, em Boston, e suas obras estão em importantes coleções como na Morris and Helen Belkin Art Gallery, British Columbia University Museum, Canada e MAM Rio. Já participou de mostras na Galeria A Gentil Carioca, Caixa Cultural – RJ, Centro Cultural Banco do Barsil – SP, MAM- BA, Fundação Eva Klabin e em galerias em Portugal, Estados Unidos, Canadá e França.

 

 

De 17 de junho a 17 de julho.

(Sábados mediante agendamento pelo tel: (21) 3988-0600).