O Mundo de Sonia Lins

02/set

O Museu Virtual Sonia Lins que inventaria sua obra plástica e literária será lançado no Oi Futuro, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Os livros, todos esgotados, e textos inéditos estão disponíveis para download grátis, e mais detalhes da vida pessoal desta irmã de Lygia Clark. Sonia Lins tem sua produção avalizada por Drummond, Millôr, Tunga, Waly Salomão, Luciano Figueiredo, Ivo Pitanguy, entre outros depoimentos em vídeo e gráficos no site. O site reúne obra literária e plástica, textos inéditos, registros de suas exposições individuais, seus objetos, filmes, um documentário com depoimentos de Tunga, Luciano Figueiredo, Vanda Klabin, Ivo Pitanguy e Vera Pedrosa, e uma biografia póstuma, assinada por Marcel Souto Maior, também disponível para download. Há ainda um segmento para o usuário brincar de construir obras a partir do universo de criação da artista.

 

 

Sobre a artista

 

Sonia Lins, BH, 1919–RJ, 2003, escreveu livros, criou desenhos, objetos, filmes e instalações sem aspiração de exibi-los, embora transitasse entre intelectuais, socialites e a intelligentsia do Rio de Janeiro. Ela produzia para si. As edições arrojadas de suas publicações, há tempos inacessíveis ao leitor, ressurgem agora para download grátis no Museu Virtual Sonia Lins.

 

 

 

Vida e obra

 

Uma linha do tempo conta a vida pessoal de Sonia Lins. Irmã de Lygia Clark, nascida em uma família tradicional mineira, Sonia escrevia desde a adolescência, mas ainda não manifestava inclinação para as artes visuais.

 

Depois de dois filhos, Sérgio e Kiko, e separada do marido, Sonia foi para Paris, onde morava Lygia. Usando material da irmã, ela fez desenhos a gouache. Alguns deles foram selecionados por Isaac Dobrinsky, professor de Lygia, para uma exposição de jovens artistas em Paris. Ainda assim, Sonia não persistiu na pintura. Seus textos, em prosa e verso livres, foram publicados pela primeira vez, em 1959, no vanguardista Suplemento Dominical do Jornal do Brasil. Alguns poemas, em português, foram inseridos na revista de arte Signals Bulletin, editada pelo crítico inglês Guy Brett para a Signals Gallery de Londres, que acolhia nomes da vanguarda brasileira como Lygia Clark, Hélio Oiticica e Mira Schendel. Era a vanguarda que recebia a produção de Sonia Lins.

 

Sua obra transita entre a palavra e a linguagem gráfica, a confecção de objetos inusitados, como o guarda-chuva morcego, poemas editados em um rolo do papel higiênico, ou um container em forma de seios para guardar leite.

 

Seus nove livros publicados são trabalhos gráficos com palavras, quase sempre autobiográficos, como “Baticum”, publicado em 1978, pela Pedra Q Ronca, editora de Waly Salomão, que a apresentou ao artista plástico Luciano Figueiredo, que passou a acompanhar o trabalho de Sonia.

 

A “Baticum” se seguiram “O livro da árvore”, de 1984, com desenhos-colagens sobre a destruição da fauna e flora brasileiras; “Abre-te Sésamo”, de 1994 – desenhos, crônicas e anedotas, dentro da tradição dos almanaques populares; “Artes”, de 1996 – em linguagem gráfica conta a convivência com a irmã Lygia Clark, de quem era muito próxima na infância; “Stop/Start”, de 1997 – minilivro de desenhos-charges sobre os prazeres de uma vida de lazer ou o stress cotidiano, embalado em caixa de fósforo; “Eu”, de 1999 – desenhos de uma coletividade de eus dá forma aos esboços precisos da autora; “És tudo”, de 1998/99 – coletânea de 200 poemas-jogos de palavras, editados em forma de um livro convencional e em rolos de papel higiênico; “O tempo no tempo”, de 1999 – minilivro de desenhos inspirados na evolução da vida e no tempo do ciclo da criação; “Diálogo”, de 2000, com desenhos sobre as várias etapas de um diálogo conjugal, e “Livro das dessabedorias”, de 2003, de notas e frases criadas durante o tratamento de um câncer que se agravou naquele ano.

 

Em 2000, aos 81 anos, Sonia Lins faz sua primeira individual no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. A mostra, intitulada “Se é para brincar eu também gosto”, foi baseada no eu. Na segunda exposição solo, “Zumbigos”, de 2002, também no MNBA, ela quis chegar à coletividade, partindo de uma marca que todos temos igual: o umbigo. Na terceira mostra, no ano de sua morte, o tema foi a política. “Brasil passado a sujo”, no Centro Cultural Correios, teve apresentação de Millôr Fernandes e Luciano Figueiredo.

 

No filme “Meu nome é EU”, criado por Sonia Lins para a primeira exposição, um homem se liberta das agulhas com as quais sua imagem é tricotada. Em “Zumbigos”, com Fernando Alves Pinto e música do Grupo Karnak, fantasia e realidade se confundem no cotidiano do personagem envolvido no universo-zumbigos, em que o tempo cinematográfico circular – como o umbigo – não tem início nem fim. Em “Fome”, com direção de Walter Carvalho, a câmera se detém sobre quatro homens que escrevem a palavra “fome” com milho no chão da Cinelândia vazia. Uma revoada de pombos devora os grãos que formavam a palavra.

 

Sobre o acervo da artista, agora eternizado e disponível ao público, Luciano Figueiredo diz em texto inédito:

 

– A mescla de expressões em suportes tão variados e mais os seus livros constituem o legado artístico e literário de uma figura extraordinária e imprescindível da arte brasileira, e mais um exemplo contundente do caráter experimental e livre de nossas conquistas artísticas e culturais. Seu acervo de obras e de documentos é extremamente significante no panorama de nossa arte contemporânea.

 

O Museu Virtual Sonia Lins foi desenvolvido pelo iDigo – Núcleo de Inteligência Digital.

 

Coquetel de Lançamento do Museu Virtual Sonia Lins

Data: segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Local: Oi Futuro – Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo

Horário: 19h às 22h

Paulo Climachauska exibe Natureza Econômica na Lurix

25/ago

 

A LURIXS: Arte Contemporânea, exibe “Natureza Econômica”, a segunda exposição individual de Paulo Climachauska na galeria. Em uma surpreendente manifestação de cores vivazes, a exposição reúne dez obras da nova série homônima do artista.

 

 

Sobre o artista

 

Paulo Climachauska nasceu em São Paulo, SP, 1962. Formado em História e Arqueologia da Universidade de São Paulo, Climachauska teve sua primeira exposição em 1991 no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Suas obras são profundamente enraizadas em sua fascinação com as inter-relações entre a economia, a sociedade e as artes, examinando assim a ideia da arte como um elemento socioeconômico e sua associação à abstração econômica e derivativos financeiros. Após a sua participação na 26 ª Internacional Bienal de São Paulo, na 8 ª Bienal de Cuenca, e na 14 º Bienal de San Juan, seus trabalhos foram apresentados em exposições individuais no Moderna Musset (Estocolmo, Suécia), Oi Futuro Flamengo (Rio de Janeiro, Brasil), o Projeto 01 (Park Gauflstrafle, Alemanha) e Paço Imperial (Rio de Janeiro, Brasil), entre outras importantes galerias e instituições. O artista também participou de exposições coletivas no Museu da Escultura Brasileira (São Paulo), Chateau de Fermelmont (Fermelmont, Bélgica), Vancouver Biennale (Vancouver, Canadá), Fundacíon Pedro Barrié de la Maza (Vigo, Espanha), Henry Moore Institute (Leeds, Inglaterra), e no Toyota Contemporary Art Museum (Tóquio, Japão), para citar alguns. As obras de Climachauska também estão presentes em coleções de arte importantes, tanto no Brasil quanto no exterior, como na Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Instituto Itaú Cultural, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, Lhoist Collection e Colección Patricia Phelps de Cisneros. Paulo Climachauska vive e trabalha em São Paulo.

 

 

Sobre a galeria

 

O cronograma de exposições da LURIXS: Arte Contemporânea mantém a galeria na vanguarda da cena artística do Rio de Janeiro. Em exposições recentes, a galeria apresentou as obras distintas e sólidas de Valdirlei Dias Nunes, os jovens artistas emergentes do Coletivo MUDA, e os mais novos estudos de base tridimensional e arquitetônica de Manuel Caeiro. Exposições anteriores de artistas como Hélio Oiticica, Geraldo de Barros, Luciano Figueiredo, José Bechara, Elizabeth Jobim e Raul Mourão se destacam entre as mostras realizadas na cidade.
A galeria trabalha incessantemente ao lado de curadores, colecionadores e consultores de arte, buscando o posicionamento de obras de arte em coleções e exposições, sempre em harmonia com seu perfil curatorial. Seu acervo, composto de obras de qualidade e renome mundial também se destaca no setor do mercado secundário. Respeitando as necessidades de colecionadores em adquirir ou tratar obras de arte, a galeria mantém os mais elevados padrões de profissionalismo e discrição.

 

 

Até 03 de outubro.

 

Um Salto no Espaço

Partindo de “Um Salto no Vazio”, do artista francês Yves Klein, a nova mostra da Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS, exibe múltiplas percepções do espaço.  A mostra ocorre por conta das comemorações dos 10 anos da Fundação Vera Chaves Barcellos. A organização é da artista plástica Vera Chaves Barcellos, que também preside a instituição. Essa mostra configura-se como uma múltipla abordagem do espaço tanto de sua forma mais literal,  – sua ocupação física – , como a de uma forma conceitual ou metafórica.

 

Partindo do “Salto no Vazio”, de Yves Klein, metáfora do fazer artístico por excelência, deste jogar-se de corpo inteiro numa ação de risco, e tendo como axis a representação museológica de um meteorito de Michel Zózimo, esta mostra, através de diferentes mídias, oferece um mergulho em tudo aquilo que pode gerar um trabalho artístico que se ofereça ao espectador como espaço de reflexão.

 

A exposição reúne um grupo expressivo de artistas brasileiros e alguns artistas europeus de diversas gerações, com trabalhos que apresentam desde a ocupação do espaço real à sua representação virtual, do espaço íntimo ao espaço urbano, do universo psicológico ao território social, da reconstrução ficcional ao documento do real, do cheio ao vazio, do sólido ao etéreo, da presença material ao jogo da imaginação.

 

Participam de “Um Salto no Espaço”: Angelo Venosa, Anna Bella Geiger, Claudio Goulart, Clovis Dariano, Daniel Acosta, Daniel Santiago, Elaine Tedesco, Eliane Prolik, Flávio Damm (foto), Goto, Lucia Koch, Luciano Zanette, Marlies Ritter, Mario Röhnelt, Nelson Wiegert, Michel Zózimo, Pedro Escosteguy, Regina Silveira, Regina Vater, Rochelle Costi, Romy Pocztaruk e Vera Chaves Barcellos, além da participação especial de Grégoire Dupond e Yves Klein.

 

Consolidando-se como uma instituição que difunde a produção artística contemporânea e estimula o debate em torno dela, a Fundação Vera Chaves Barcellos segue na promoção de encontros com artistas, palestras com teóricos e visitas mediadas, apostando, através do seu Programa Educativo, no potencial socialmente transformador da arte.

 

 

De 23 de agosto a 29 de novembro.  

Tudela: “Três metades” na Fortes Vilaça

Chama-se “Três metades”, a segunda exposição do artista peruano Armando Andrade Tudela na Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP. A mostra é composta por três séries de trabalhos que exploram noções em torno da arquitetura e nomadismo.

 

Em “Rama”, galhos encontrados nas ruas são fundidos em bronze e têm uma sacola plástica pendurada em sua extremidade.  O conteúdo das sacolas revela objetos de uso diário – livros, aparelhos de celular e camisetas –  misturados aos materiais de estúdio do artista como o gesso e placas de cobre. As esculturas sugerem pequenos instantâneos da subjetividade contemporânea,  personificam-se como as figuras alongadas de Giacometti, ao mesmo tempo em que denotam resquícios de algo passageiro ou de alguém em movimento.

 

A pesquisa de Tudela volta-se com frequência para o modo como aspectos culturais de origens e tempos distintos se colidem em objetos de natureza híbrida.  Em “Metades XXL”, grandes pedaços de tecido (tela, cetim e zíper) impresso são recortados e costurados em formas descontruídas de quimono, poncho, Parangolé e também bandeira ou estandarte. Os padrões impressos partem de imagens distorcidas de tipologia digital mas também de desenhos em que o artista arrasta pedaços de gesso sobre o papel num processo de transferência. As imagens se revezam em interior e exterior e entre os dois lados do tecido pendurado no espaço. A obra ganha contornos de uma arquitetura precária, um abrigo.

 

“we transfer (SP)” é um grupo de trabalhos de gesso batizado com o nome do serviço online de transferência de arquivos digitais. São esculturas abstratas de gesso que se apresentam também como artefatos de uma arqueologia contemporânea que inclui folhetos de viagem, cartões de crédito e afins.

 

 

Sobre o artista

 

Armando Andrade Tudela nasceu em 1975 em Lima, Peru, e atualmente vive em Lyon, França. O artista já participou de diversas exposições importantes, dentre as quais destacam-se: Bienal de Cuenca, Equador, 2014; Under the Same Sun: Art from Latin America Today, Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York, EUA, 2014; Panorama da Arte Brasileira, MAM, São Paulo (2009); Bienal de Lyon, França (2007); Bienal de São Paulo, 2006; Bienal de Xangai, China, 2006; Trienal de Torino, Itália, 2005. Dentre suas exposições individuais, destacam-se Liquidación no Museo de Arte de Lima, no Peru, 2012; e Ahir, demà, no Museu d’ Art Contemporani de Barcelona, Espanha, 2010. Sua obra está presente em diversas coleções públicas, como: MoMA, EUA; Museu d’Art Contemporani de Barcelona, Espanha; Museum fur Moderne Kunst, Alemanha; Solomon R. Guggenheim Museum, EUA; Tate, Reino Unido.

 

 
 
 
De 30 de agosto a 27 de setembro.

Cildo Meireles na Luisa Strina

A Galeria Luisa Strina, Cerqueira César, São Paulo, SP, apresenta “Pling Pling”, exposição individual de Cildo Meireles, um artista cuja relação de longa data com a galeria remonta a várias décadas. Em paralelo à Bienal de São Paulo, “Pling Pling” explora a relação entre o sensorial e a mente, a política e ética – temas que envolveram Cildo Meireles em sua prática ao longo dos últimos cinquenta anos. A exposição apresenta obras nunca antes exibidas em São Paulo, baseada na retrospectiva de Cildo Meireles em 2013, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri, que viajou ao Museu Serralves n’O Porto e ao HangarBicocca, em Milão, no começo deste ano.

 

A exposição inclui uma seleção de instalações e uma pintura, cobrindo toda a carreira do artista, desde sua elogiada série “”Espaços Virtuais, datada da década de 1960, até trabalhos mais recentes. O foco central da exposição é a instalação de grandes dimensões “Pling Pling”, de 2009, anteriormente exibida como parte da coletiva “Making Worlds”, com curadoria de Daniel Birnbaum para a 53ª Bienal de Veneza, em 2009. A obra toma a forma de um espaço construído dentro da galeria, composto por seis salas, cada uma pintada com uma cor primária ou secundária diferente e equipada com uma tela de vídeo que exibe um tom complementar. No estilo típico de Cildo Meireles, a escala e a cor saturada são usadas para criar uma experiência multissensorial para o visitante enquanto caminha pela instalação.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha, Cildo Meireles é considerado um dos principais representantes da arte conceitual, com a criação de algumas das obras mais instigantes de sua era, no sentido estético e filosófico. O trabalho de Cildo Meireles trata ideias complexas com expressão frugal única, que se inspira nas formas neoconcretas dos mestres da vanguarda histórica brasileira. A tumultuada história política e social do Brasil também está embrenhada de modo fundamental em sua obra: Cildo Meireles combina a poetização de seus antecessores com a coragem e o realismo de sua experiência social.

 

A obra de Cildo Meireles foi exposta no mundo todo, incluindo as 37ª, 50ª, 51a e 53ª Bienais de Veneza; as 16ª, 20ª e 24ª Bienais de São Paulo; as 6ª e 8ª Bienais de Istambul; as 1 e 6ª Bienais do Mercosul; o Festival Internacional de Arte de Lofoten, Noruega; a Bienal de Liverpool de 2004; e a Documenta, Kassel, em 1992 e 2002.
Entre suas exposições individuais recentes estão as realizadas em Kunsthal 44 Møen, na Dinamarca; HangarBicocca, em Milão; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri; Museu Serralves n’O Porto; Centro Itaú Cultural, em São Paulo; Museo Universitario de Arte Contemporáneo (MUAC), na Cidade do México; MACBA, em Barcelona, Tate Modern, em Londres; Estação Pinacoteca, em São Paulo; Museu Vale do Rio Doce, no Espírito Santo; Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro; Portikus im Leinwandhaus, em Frankfurt; Kunstreverein in Hamburg, em Hamburgo; Galerie Lelong, em Nova York; Musée d’Art Moderne et Contemporain de Strasbourg, em Estrasburgo; New Museum, em Nova York; Galeria Luisa Strina, em São Paulo; e Miami Art Museum, em Miami – entre outras. As coletivas recentes incluem Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo; Museum of Contemporary Art Chicago (MCA), em Chicago; Museum of Contemporary Art Tokyo, em Tóquio; e MoMA, em Nova York.

 

 

Até 27 de setembro.

Papéis Avulsos na Galeria Movimento

21/ago

Quem conhece a obra de Paulo Vieira, sabe da paixão do artista pelo desenho. São muitos os cadernos onde ele inventa seu universo, sempre experimentando os limites do traço.  A linha como o tema principal. Os materiais variam de acordo com as intenções do artista: Paulo trabalha com grafite, guache, lápis de cor, carvão e aquarela. Esta é a sua terceira individual na Galeria Movimento, Copacabana, Rio de janeiro, RJ, que tem a frente o galerista Ricardo Kimaid e também representa os artistas Toz, Tinho,  Arthur Arnaud, Thais Beltrame entre outros.

 

A exposição intitulada “Papéis Avulsos” é composta por 12 desenhos onde o artista apresenta seus personagens, por vezes em grupo, ou desgarrados e isolados. A narrativa foge da linearidade e surpreende pela atmosfera própria do grafite aliada a economia no uso da cor, o resultado são desenhos com uma densidade surpreendente. O “Autorretrato de gravata” e “O Inquilino”, sozinhos em seus pensamentos, ocupam o primeiro plano e parecem avulsos, interagem apenas com os seus medos, seus fantasmas, suas fantasias.

 

As padronagens presentes em alguns trabalhos, criam um ritmo dinâmico.  Em  “A menina com fio de ouro”, elas surpreendem  pela beleza do traço em conjunto com a figura. São muitas, as possibilidades diante de imagens tão instigantes. Quem observa certamente se perderá pelos diversos caminhos que os desenhos podem levar.

 

Paulo vieira nos fala sutilmente de solidão, de vida interior, de se reinventar quando o equilíbrio muitas vezes desequilibra o olhar. Sua intuição, submetida à experiência evita as armadilhas da imagem. Ao espectador, depois da fruição, permanecerá uma história interior, às vezes, perturbadora como um conto de fadas. A curadoria é de Isabel Portella.

 

 

Sobre o artista

 

Mineiro de Manhuaçu-MG, 1966, morou em  Caratinga-MG desde a infância, época em que começou seu envolvimento com arte. Na década de 80 fez sua primeira individual na cidade e frequentou os ateliês de Gian Carlo Laghi e Josias Moreira. Também  participa do segundo salão de artes plásticas de Governador Valadares-MG neste período. Em 1991, frequenta a Escola de Belas Artes da UFRJ, onde estuda com Celeida Tostes e Lygia Pape e frequenta curso de pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage com Beatriz Milhazes. Em 2007, a convite do cartunista Ziraldo participa  do projeto Zeróis – Ziraldo na Tela Grande e retorna a EAV para o curso de desenho com Gianguido Bonfanti. Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

 

 

De 04 a 27 de setembro.

LIMITES SEM LIMITES. DESENHOS E TRAÇOS DA ARTE POVERA

 

A Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, apresenta a exposição “LIMITES SEM LIMITES. Desenhos e Traços da ARTE POVERA”, mostra de caráter internacional cuja curadoria é de Gianfranco Maraniello.

 

A Arte Povera marca um distanciamento decisivo com a tradição do “quadro” e dos gêneros artísticos tradicionais em favor da redução de sinais, do encontro com as formas do tempo e da experiência lutando contra o fetiche das obras. Quase todos os artistas do grupo abordaram a prática do desenho, mas com uma técnica muito específica e de renovação do modo considerado “tradicional” de desenhar. Esses artistas enxergavam as obras como janelas para observar o nosso comportamento, para fazer coincidir a arte com o mundo – e tomar o espaço da obra como uma experiência transitória para dar forma à vida e ao tempo. São trabalhos que por vezes parecem extrapolar o perímetro do desenho em direção ao mundo em movimento que está em frente ao trabalho. Sendo assim, o desenho torna-se um limiar do mundo – está também no espaço não circunscrito na parede. As obras feitas com desenhos e que serão apresentadas “fundem” essa técnica com outras, resultando na criação de obras importantes e, por vezes, bastante espetaculares. O tema do desenho, pouco estudado na Arte Povera, será o norte conceitual da exposição.

 

A mostra – na Fundação Iberê Camargo – é o primeiro grande exame do modo como os protagonistas do movimento interpretaram a prática do desenho. Tal técnica é empregada como um traçar, um delinear de signos que identificam e em conjunto superam as margens das obras, desconstruindo, portanto a sua execução, não somente para observação, mas incitando os espectadores a questionar a sua posição, a investigar a superfície do mundo como uma pele ou um limiar, e a considerar a proximidade de suas vidas com os processos naturais e a inesgotável energia da imaginação.

 

 

Sobre Gianfranco Maraniello

 

Nascido na Itália, em 1971. Formou-se em Filosofia e foi professor de Estética dos Novos Meios na Academia de Belas Artes de Brera, Milão. Foi curador do MACRO – Museo Arte Contemporanea de  Roma, 2002-2005, do Palazzo delle Papesse – Centro d’Arte Contemporanea di Siena e da VI Bienal Internacional de Arte de Xangai. Desde janeiro de 2013, é diretor da Instituição dos Museus de Bolonha, que inclui MAMbo, Museo Morandi e outros 11 museus pertencentes à cidade de Bolonha. Foi curador de várias mostras coletivas e individuais realizadas em museus e nacionais e internacionais. Foi autor de artigos e ensaios, encomendados por instituições tais como o Centre Georges Pompidou, Paris; Hiroshima City Museum of Contemporary Art;  Palais de Tokyo, Paris; Fundação de Serralves, Portugal e Galerie pele Zeitgenossiche Kunst , Leipzig.

 

 

De 22 de agosto a 02 de novembro.

Hildebrando de Castro na Paulo Darzé

20/ago

Hildebrando de Castro é pernambucano, mas vive em São Paulo. “Ilusões do real” é sua primeira exposição na Bahia, estreando  na Paulo Darzé Galeria de Arte, Corredor da Vitória Salvador.

 

 

Texto sobre o artista

 

Hildebrando de Castro tem uma trajetória singular, solitária e inteiramente pessoal. Autodidata, sempre teve a ousadia de pintar o que lhe interessa, de tratar obsessivamente um tema e passar a outro assunto quando o considera esgotado. O artista brinca com o desafio de criar a ilusão da realidade, e seu trabalho impressiona pela perfeição da execução – em qualquer uma das técnicas que utiliza. Sua obra é essencialmente narrativa, mas suas histórias não espelham a realidade, elas evocam um mundo paralelo – que o artista enxerga colado ao real. E Hildebrando vê coisas incríveis: a crueldade presente num espeto de corações de galinha, a perversidade inerente ao mundo infantil, a estranheza de seres humanos fantásticos, a agudeza por trás de um olhar flagrado, a impregnação da personalidade num retrato sem foco, a beleza aterrorizante da natureza nas suas manifestações de força. na sua pesquisa mais recente Hildebrando detém a luz que brinca sobre a arquitetura. Fixa sombras, revela detalhes e acentua contrastes. Daí resultam imagens quase concretistas, mas seu trabalho não se esgota na forma, pois, transcendendo a geometria, guarda de forma velada a presença humana que as criou. Sem se deixar guiar por regras ou modismos o artista se impõe como um dos mais originais e criativos do cenário artístico nacional.

Denise Mattar

 

 

Até 20 de setembro.

SP-Arte/Foto no JK Iguatemi

A edição 2014 da SP-Arte/Foto , evento que acontece no JK Iguatemi, Vila Olímpia, São Paulo, SP, reúne cerca de 30 galerias, que representam artistas que utilizam a fotografia como seu principal suporte. Esta será a oitava versão do encontro, um braço da SP-Arte, voltado exclusivamente à fototografia. Já estão confirmadas uma individual de João Castilho e um trabalho de Hildegard Rosenthal, considerada uma pioneira do fotojornalismo no Brasil. A feira também receberá obras de artistas internacionais. É o caso, por exemplo, do italiano Massimo Vitali (Baró Galeria) e do alemão Frank Thiel (galeria Leme). Entre os destaques estão ainda a galeria Kamara Kó, de Belém, que voltará à cidade de São Paulo trazendo Octavio Cardoso; a vanguarda de Thomas Farkas e Geraldo de Barros, trazida pela Luciana Brito; e as obras de Ivan Grilo, que serão expostas na feira pela SIM, de Curitiba.

 

“A oitava edição da SP-Arte/Foto mostra a importância cada vez maior da fotografia no mercado de arte, fruto do interesse do público e de profissionais do meio em criar e divulgar obras de qualidade e relevância artística”, diz Fernanda Feitosa, criadora e diretora da SP-Arte/Foto.

 

Além dos expositores, a feira disponibilizará a programação de palestras, lançamentos e visitas guiadas. No ano passado, o evento contou com um público recorde de 12.000 pessoas. A feira tem entrada gratuita e acontece no terceiro piso do shopping JK Iguatemi, na Vila Olímpia.

 

 

Veja alguns lançamentos

 

Cristiano Mascaro / 22 de agosto de 2014, 17h00/ Stand  Dan Galeria

 

 

Christian Cravo / 23 de agosto de 2014, 18h00/ Stand Galeria Tempo

 

“Christian Cravo”, é quinto livro dedicado à obra do fotógrafo brasileiro, uma edição que reúne 194 imagens inéditas de sua autoria, produzidas entre 1991 e 1993 em Salvador, cidade natal do artista. Christian Cravo (1974) é filho do artista brasileiro Mario Cravo Neto (1947-2009) e da dinamarquesa Eva Christensen; e neto do renomado artista baiano Mario Cravo Jr.

 

O fotógrafo, que passou a infância e a adolescência entre o Brasil e a Dinamarca, fez os registros apresentados neste volume entre os 17 e os 19 anos de idade, período que passou com o pai na Bahia, vindo de uma temporada de dez anos na Europa e prestes a retornar para servir ao exército dinamarquês. Desde o início de sua trajetória, Christian registrou extensamente a Índia, o Haiti e o continente Africano. Fotografa regularmente o Nordeste brasileiro, como um projeto de vida. Vive atualmente em São Paulo.

 

Marcelo Tinoco/ 23 de agosto,  das 18h às 19h/ Stand Zipper Galeria

 

Lançamento de “Diorama”, do artista Marcelo Tinoco. O livro é resultado do XIII Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, tem texto de apresentação do curador Ricardo Resende e é composto por uma série de fotografias que juntam histórias para narrar o tempo. O livro traz também textos dos curadores Mario Gioia e Paula Alzugaray. Marcelo Tinoco usa da manipulação digital de elementos plásticos e figurativos para explorar a fronteira entre o real e o ficcional. O seu processo artesanal de construir “quadro a quadro” define sua técnica como uma espécie de “foto pintura-quadro”, experimentações que ampliam a noção de linguagem fotográfica.

 

Stephen Shore/ 24 de agosto de 2014, 17h00/  Lounge Credit Suisse  

 A natureza das fotografias

 

A natureza das fotografias oferece uma educação do olhar para a fotografia. A partir de sua larga experiência como fotógrafo e professor do Programa de Fotografia no Bard College (no estado de NY), Stephen Shore explora maneiras de ver e entender todo e qualquer tipo de imagem fotográfica – de negativos a arquivos digitais, de fotos feitas por desconhecidos até aquelas mais icônicas – através do que chama de níveis de percepção, abordando de maneira técnica, teórica e metafórica conceitos como bidimensionalidade, enquadramento, tempo e foco. O texto claro, acessível e perspicaz do Shore é ilustrado por fotografias que, por si só, contam uma história do meio: de precursores como Eugène Atget, Alfred Stieglitz, Walker Evans, André Kertész e Brassaï, passando por Robert Frank, Diane Arbus, William Eggleston, Lee Friedlander e o próprio autor, até artistas contemporâneos do porte de Jeff Wall, Vik Muniz e Andreas Gursky. Trata-se de uma ferramenta indispensável para estudantes, professores, profissionais da fotografia e interessados no meio.

 

 

Sobre o autor

 

Stephen Shore nasceu em Nova York, em 1947. Começou a fotografar muito cedo, aos nove anos de idade, com uma camera de 35 mm. Aos quinze, teve três de suas fotografias adquiridas pelo então curador de fotografia do Moma, Edward Steichen, para o acervo do museu. Frequentou ativamente a Andy Warhol’s Factory, fotografando o artista pop e seu grupo. Aos 23, tornou-se o segundo fotógrafo em atividade a ter uma exposição individual no Metropolitan Museum of Art, depois de Alfred Stieglitz, quatro décadas antes. Considerado por muitos um dos pioneiros no reconhecimento da fotografia em cores como expressão artística, seu trabalho tem sido mostrado em inúmeros museus e galerias do mundo, influenciando gerações de fotógrafos. Desde 1982  diretor do Programa de Fotografia do Bard College. Além de  natureza das fotografias, seu único livro teórico, Shore publico diversos fotolivros, entre eles  American surfaces (1972) e Uncommon places (1982).

 

 

De 20 a 24 de agosto.

Fonte: site SP/Arte.com

Quase figura, Quase forma

19/ago

Dando sequência às comemorações de seus 10 anos, a Galeria Estação, Pinheiros, São Paulo, SP, dessa vez em parceria com a Galeria Millan, realiza a exposição coletiva Quase figura, Quase forma, com curadoria do crítico Lorenzo Mammì. A união das duas galerias, que trabalham com grupos de artistas distintos, reforça a efervescente tese de que não há território que separe a produção reconhecida como popular da temática contemporânea.

 

Alcides Pereira dos Santos, Ana Prata, Aurelino dos Santos, Cícero Alves dos Santos, Felipe Cohen, João Cosmo Felix, João Francisco da Silva, José Bezerra, Neves Torres, Paulo Pasta, Sebastião Theodoro Paulino, e Tatiana Blass são os nomes representados pelas duas galerias. Contudo o curador selecionou também artistas que fazem parte de outros elencos, como Marina Rheingantz (Galeria Fortes Vilaça), Fabio Miguez e Sergio Sister (Galeria Nara Roesler) e Paulo Monteiro (Galeria Mendes Wood).

 

Para Lorenzo Mammì, enquanto muitos artistas contemporâneos estão se reaproximando de questões ligadas à representação ou encarando o problema do suporte de maneira mais individualizada e menos conceitual, a arte popular está gradativamente assumindo uma relação formalmente mais livre com seu repertório tradicional.

 

Ainda segundo Lorenzo Mammì, uma análise criteriosa da produção de arte contemporânea e da popular dos últimos trinta anos revela possíveis convergências a serem exploradas.  Para o curador, o final da década de 70 marca o início de uma valorização da figuração em relação à abstração na pintura contemporânea. “Talvez se possa dizer que, se o século XX foi tendencialmente um século de abstração, o XXI começa como século figurativo”, completa.

 

Paralelamente, Mammì defende que a arte popular brasileira – sempre enraizada nos conceitos de imagem, figura e signo – ampliou seu repertório ao permitir que a vocação autoral de seus representantes ganhasse cada vez mais espaço. “Certo apagamento da imagem, certa dissolução de estruturas narrativas tradicionais e simbologias já constituídas, podem ser identificados também, a meu ver, na arte popular mais recente”, diz o crítico.

 

Mammì ressalta que a arte popular no Brasil, “…nunca foi estritamente folclórica, no sentido de repetir, sem pretensão de singularidade, um repertório comunitário herdado”. Segundo ele, com exceção da arte indígena, este repertório praticamente não existia, ou era de importação muito recente. Mammì destaca ainda que o fato de o artesanato se desenvolver desde o começo perto dos centros urbanos ou dentro deles, onde o comércio era mais intenso, favoreceu uma produção com características individuais mais marcadas. “As fronteiras nunca foram rígidas: artistas de origem popular, como Emygdio de Souza, Agnaldo dos Santos, Djanira e Heitor dos Prazeres, circularam em ambiente culto, enquanto pintores de formação erudita (Guignard, Volpi, Pancetti) se aproximaram da linguagem popular”, completa.

 

 

 

De 21 de agosto a 10 de outubro.