Arte no caos

13/mai

Trabalhos com pinceladas carregadas de tintas metálicas em fundo preto e prata sobre tela desenvolvem agitados movimentos nas obras de Alex Flemming. Esta é a técnica de pintura que o artista plástico Alex Flemming utiliza na série “Caos“, exibida em exposição pela primeira vez na Galeria Paralelo, Pinheiros, São Paulo, SP. O artista que mora e trabalha em Berlim, Alemanha, desde 1991, surge nesta exposição individual com apresentação assinada por Tereza de Arruda.

 

De acordo com o artista, a utilização das tintas metálicas na composição faz com que as telas reflitam a luz de maneira diferente de manhã, à tarde e à noite, transmutando-as conforme a mudança das horas. As obras de Alex Flemming busca refletir o caos de onde o ser humano veio e se encontra e segue os caminhos para onde ele vai um dia. O artista fixa a transitoriedade da vida. Uma exposição para se pensar.

 

 

Até 12 de julho.

Ivan Serpa, obra selecionada

12/mai

“Ivan Serpa, Transfigurações” é o nome dado a exposição de caráter panorâmico realizada pelo Gustavo Rebello Arte, Copacabana Palace, Rio de Janeiro, RJ. A mostra, uma seleta altamente criteriosa,  apresenta série de trabalhos inéditos de Ivan Serpa distribuídos em técnicas diversas como gouaches e pinturas.

 

 

Texto de Hélio Márcio Dias Ferreira

 

Numa sala especial da Pinacoteca do Vaticano está “A Transfiguração”, de Rafael Sanzio, o tema trata da metamorfose fantástica de Cristo, ladeado por Moisés e Elias, cena ocorrida diante dos olhos estupefatos de Pedro, Tiago e João, que assistiram ao Messias radiante. Por muitas vezes, o fato bíblico serviu de inspiração na História da Arte. Entre nós, no início dos anos 60, um Serpa místico não se apropriou da mesma temática de mutação cristã, mas de um ser em transformação que nos parece humano e que não nega sua origem bicho, seu caráter híbrido, seu aspecto fauve. Algumas são as razões que se apresentaram como influência. Na Espanha, por exemplo, o artista carioca se encantara com a pintura rupestre de Altamira, a força animal construída nessa imagética impregnou seus olhos de uma energia primeira e genuína. Já no Brasil, ainda com lembranças abstratas, apontado para um caráter pictórico mais lírico, flertou com formas consideradas erroneamente como informais, mas que o próprio artista acreditava advindas de uma construção. Em seguida, ainda imbuído de espírito expressionista, mergulhou na transfiguração de Bichos, de Mulheres, ou de Mulheres e Bichos. Um vem do outro, ou os dois são um só? O erotismo, muitas vezes, foi linguagem entre as figuras, mas o principal era sua energia vital e sua transmutação. Serpa não temia seu próprio minotauro e penetrava no âmago desse labirinto. Cores explodiram no confronto dos seres mutantes. Mas o mundo também se transformava e Ivan, diante das figuras macérrimas das crianças de Biafra e de todo um contexto de guerras, trouxe um universo de cabeças, de máscaras fantasmagóricas, de corpos esqueléticos que se apresentaram num cenário de tétricas figuras. Como um Guayasamín brasileiro, o artista, mais conhecido por suas composições geométricas abstratas do Concretismo, dessa vez se afirmou definitivamente como um expressionista na fase conhecida como Negra, mas denominada Crepuscular pelo próprio pintor. Pouco a pouco, abandonou o colorido de antes e ora apresentou imensas cabeças de um pathos contundente, ora exibiu corpos esquálidos, como numa denúncia a um mundo desigual e desumano, transfigurado.

 

Desse momento, até os próximos 10 anos que lhe restaram, antes de sua morte prematura em abril de 1973 (quando partiu para sua própria “transfiguração”, acompanhado de Picasso e Tarsila), Serpa ainda voltou à geometria, experimentou a Anti-letra, ou mesclou formas geométricas à figuras expressionistas, entre outras linguagens. Mas acabou por partir quando, no momento mais místico da sua carreira preparava a série da Geomancia.

 

                                              
 A partir de 14 de maio.

Diálogos Móveis

A galerista Marcia Barrozo do Amaral, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, abre as portas da galeria para a apresentação da instalação “Diálogos Móveis” do artista plástico Luiz Phillippe, que além de ter obras no acervo do colecionador Gilberto Chateaubriand, no MAM-Rio, já realizou exposições individuais em Roma, na Galeria Candido Portinari – Embaixada do Brasil, e na The Economist Art Gallery, de Londres, onde pode comemorar a venda de um de seus trabalhos para o ex-beatle George Harrison. Nesta instalação, que é uma continuidade da conhecida série das cadeiras de pernas cruzadas do artista, o espectador se vê substituído pelas cadeiras, nas quais ele normalmente se sentaria. É impedido por elas próprias, que cruzam as pernas, sentadas sobre si mesmas e dialogam em situações e atitudes até então reservadas a eles. Como se dessem uma pausa para repensar a sua longa existência. “Quem? As cadeiras ou os homens?”, questiona Luiz.

 

A partir de 16 de maio, participando do projeto CIGA / ArtRio – Circuito Integrado de Galerias de Arte.

Até 23 de maio.

Tinho na Galeria Movimento

A partir do dia 16 de maio o público carioca poderá apreciar dez telas que envolvem o cotidiano urbano e todo o caos proporcionado pela metrópole no trabalho de um dos precursores e um dos nomes mais conceituados da arte urbana no Brasil: Walter Tada Nomura, o TINHO. Na mostra “Reflexão”, que acontecerá na Galeria Movimento, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, representante das obras do artista que reside e trabalha em São Paulo.

 

As questões sociais, econômicas e urbanas foram sempre seu objeto de pesquisa. Suas pinturas despertam o pensar. Procuram estabelecer uma comunicação com o espectador de forma a levantar e discutir questões contemporâneas do cotidiano. Dessa necessidade surgiram os personagens, tão emblemáticos em sua arte. Crianças interiores, tristes e sombrias, que trazem no olhar as marcas da sociedade em que vivem. Sua solidão reflete todos os problemas a que estão expostas diariamente e falam mais do que mil palavras. Bastante freqüente também, em sua obra, é a temática dos automóveis batidos. Pesadelos geraram imagens que falam de uma viagem interrompida. Uma forma de censura que impede de chegar ao objetivo final.

 

Tinho mantém paralelamente o contato com o universo da arte urbana e com o meio acadêmico, colaborando com teses de graduação, mestrado e doutorado sobre as relações entre a arte e a cidade. É convidado a participar de discussões e palestras regularmente, como aconteceu na VII Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, em 2007. Acumula em seu currículo participações em mostras coletivas de instituições como Centro Cultural São Paulo, Paço das Artes, MIS, Caixa Cultural, Santander Cultural, Memorial da América Latina e Pavilhão das Culturas Brasileiras, assim como nas bienais de Havana, 2009 e Vento Sul, Curitiba, 2009. Realizou exposições individuais em diversas galerias privadas ao redor do mundo e, a convite do Itamaraty, expôs em Londres e em Moscou.

 

Em 2006 foi convidado a produzir um painel gigante como preparativo para a Copa FIFA 2006, em Berlin, e também participou de exposições em Grenoble e Hossegor, na Franca, Gold Coast, Melbourne e Torquay, na Australia, Beijing e Shangai, na China, Barcelona, na Espanha, Rotterdam, Holanda, Moscou, Russia, Zurich, Suíça, Berlin e Munique, na Alemanha, Varsóvia, Polonia, Milão, Itália, Buenos Aires, Argentina e Santiago, no Chile.

 

Embora tenha a pintura como principal linguagem, Tinho também fotografa, cria objetos tridimensionais, monta instalações, faz colagens, performances, site-specifics. e transforma em arte aquilo que encontra pelos lugares por onde circula.  Em seu trabalho, a vida urbana, os problemas sociais e políticos são questões que se relacionam de forma estética e conceitual. Suas telas muito contribuíram para o reconhecimento do Brasil como um dos principais produtores de arte urbana. Ao se apropriar do que foi refugado, do que pertence a todos e a ninguém, Tinho cria esse delicado jogo entre encenação e realidade. Faz nada mais que arte, recriando continuamente o mundo. “Eu procuro com o meu trabalho estabelecer uma comunicação com o espectador, de forma a levantar e discutir questões contemporâneas que fazem parte do nosso cotidiano. Como um ser metropolitano, minhas questões giram em torno dessa vida urbana, dos problemas sociais a que estamos expostos diariamente e as questões políticas e econômicas que acabam por refletir em todo o nosso viver. Em meu trabalho, essas questões se relacionam de forma estética e conceitual”, finaliza Tinho.

 

 

Sobre o artista

 

Tinho iniciou o desenvolvimento de seu trabalho em atelier estudando na FAAP, se formando em Artes no ano de 1997. Lecionou na rede pública estadual e iniciou sua pesquisa formal procurando entender os relacionamentos humanos dentro da metrópole, assim como a relação dos habitantes com o meio onde vivem. Desde então explora o espaço urbano em busca de um contato íntimo com sua geografia, arquitetura e superfície. Através de um posicionamento social e político, acumula informações das ruas, recolhendo seus restos e selecionando seus conteúdos. Essa pesquisa carrega um aspecto documental e histórico da cidade, principalmente de São Paulo, em meio a vivência particular do artista.

 

 

De 16 de maio a 7 de junho.

Fachada de Laercio Redondo

09/mai

A Galeria Silvia Cintra + Box 4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, exibe a exposição “Fachada”, do artista Laercio Redondo que toma como ponto de partida um marco da arquitetura moderna Brasileira: o Palácio Gustavo Capanema, onde funcionou, no Rio de Janeiro, o o Ministério da Educação e Cultura. Construído entre 1936 e 1945, foi projetado por uma equipe de arquitetos, entre os quais Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Eduardo Reidy, Carlos Leão, Ernani Vasconcellos e Jorge Machado Moreira com a consultoria do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. O edifício também teve a colaboração de artistas plásticos, que criaram obras para as áreas internas e externas. Paradoxalmente, no entanto, estes arquitetos e artistas de esquerda conceberam o edifício em plena ditadura Vargas (1930-1945), ou Estado Novo, em cujo início havia uma forte inclinação fascista. Assim, o edifício incorpora uma contradição: a arquitetura representava um sistema baseado em valores democráticos e ao mesmo tempo também correspondia à visão de nação moderna do regime.

 

A mostra apresenta quatro trabalhos principais: uma frase fundida em bronze, um filme, um conjunto de serigrafias em painéis de plywood e a imagem ampliada de um cartão postal dos anos 50. O filme da fachada do edifício é a chave para a leitura da instalação. Numa única tomada, a câmera viaja em linha vertical que vai do térreo ao terraço do edifício e o ultrapassa, revelando a cidade, o mar e o horizonte. Se o filme nos mostra o edifício hoje, no reverso da tela de projeção, Redondo imprimiu reproduções de imagens históricas icônicas do Palácio Capanema na época de sua construção. Ao lado destas representações, molduras monocromáticas negras atuam como marcadores espaciais onde o espectador pode pensar o que o palácio foi, o que ele poderia ter sido, e o que ele ainda pode ser.

 

Ao lado do arquiteto Birger Lipinski, Redondo criou dispositivos para parede que lembram o conjunto de janelas da fachada do edifício, onde são expostas as serigrafias que retratam uma seleção de fotografias atuais do edifício tiradas pelo próprio artista. Redondo justapõe vários detalhes visuais do lugar, inclusive os bustos de Vargas e Capanema, painéis de Cândido Portinari, a bandeira Brasileira, dentre outras imagens e espaços que dialogam com a complexa história e iconografia do edifício. O efeito de collage gerado por estes fragmentos, por conta da sua colocação e disposição, evoca o legado contraditório de como ideologias distintas vieram a se manifestar neste mesmo espaço físico.

 

O Palácio Capanema foi originalmente sede do Ministério da Educação e Saúde, cujo programa político tinha por premissa o desenvolvimento de uma nação moderna e “saudável”. Por isso, um cartão postal da época foi impresso e ampliado, mostrando um atleta na frente do edifício, o que nos remete ao passado e também reflete o presente: quando vivemos às vésperas de eventos esportivos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, com grande impacto sobre o atual desenvolvimento socioeconômico da cidade.

 

Finalmente, na parede de fundo da galeria encontra-se a frase fundida em bronze “Na verdade, a cidade do Rio não existe ainda”, tirada de um esboço feito por Le Corbusier durante sua viagem ao Rio em 1936. A frase acena o quanto o Modernismo era percebido como uma solução radical para o desenvolvimento sem, no entanto, levar em consideração as realidades locais. Ainda assim, como no caso da imagem do atleta heroico do outro lado da galeria, também se pode ler as palavras de Le Corbusier em relação ao momento atual e à propulsão da cidade para o futuro.

 

Ao sobrepor diferentes temporalidades e vários elementos, todos reunidos neste marco da arquitetura, a obra de Redondo reativa uma visão sobre a história da política. Ao fazê-lo, ele cria um espaço onde o espectador pode avaliar a complexidade da memória histórica e suas ambiguidades a partir de diferentes perspectivas. Fachada sugere o contexto histórico múltiplo da construção do Palácio Capanema e os possíveis significados dessa fachada nos dias de hoje.

 

 

De 15 de maio a 21 de junho.

A dramaticidade de Iberê

A retrospectiva de Iberê Camargo, “Um trágico nos trópicos”, atualmente em cartaz no CCBB, Centro, São Paulo, SP, é a primeira exposição nacional em comemoração ao centenário do celebrado artista. O total de quase 150 obras da mostra foram produzidas entre a década de 1940 e sua morte em 1994. A curadoria é de Luiz Camillo Osório. A dramaticidade da pintura de Iberê encontra-se bastante evidenciada no conjunto de obras selecionadas pela curadoria. As tonalidades sombrias, o diálogo com a morte, encontram guarida numa uma obra de denúncia e muita solidão onde a tonalidade roxa predomina em suas trágicas figuras. Os carretéis ganham especial destaque pois são os signos que trouxeram a memória do artista pedaços de sua infância na cidade de Restinga Seca, no Rio Grande do Sul, sua terra de nascimento. O pintor sobrepunha camadas e mais camadas de tinta sobre a tela conseguindo através de sua gestualidade e no emprego de tons cinzas, marrons, e negros, um vigor absoluto mesmo quando se encontrava em plena maturidade já na casa dos 80 anos. Ainda na exposição uma seleta de gravuras e esboços, registros de seu isolamento criativo.

 

 

Até 07 de julho.

A Performance na MUV Gallery

06/mai

A artista plástica Celina Portella fará uma performance inédita na pop up da MUV Gallery (loja Multimarcas Dona Coisa), Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ. A MUV, além de convidar o público para visitar sua pop up, tem como proposta principal apresentar a projeção/ação “Nós” da artista Celina Portella que acontecerá também dentro da loja. “Nós” é uma ação entre o corpo e seus múltiplos projetados em escala real. A interação entre corpo e imagem propõem movimentações simples e dinâmicas, resultando em composições variadas entre os “personagens”. A projeção/ação realizada por Celina tem duração de aproximadamente 13 minutos. Além deste trabalho, a artista irá expor outras obras como vídeos e fotografias. A MUV Gallery, galeria que transita entre o ambiente real e virtual, tem como uma de suas características, a realização de pop ups em parques, lojas, espaços desativados e etc. O objetivo desta ação é conseguir deslocar a arte do seu lugar de origem para espaços inusitados, a fim de conseguir um maior alcance de público.

 

O registro de “Nós” pode ser visto no endereço abaixo:

 

 

Sobre a artista

 

Celina Portella investiga questões sobre a representação do corpo a partir do vídeo. Recentemente foi indicada para o prêmio Pipa 2013 e contemplada com a Bolsa de Apoio a Criação da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro. Ultimamente participou das residências no Centre international d’accueil et d’échanges des Récollets em Paris na França, na residência LABMIS, do Museu da imagem e do Som, em São Paulo, na Galeria Kiosko em Santa Cruz de La Sierra na Bolívia e no Núcleo de Arte e Tecnologia da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. Foi contemplada no II Concurso de Videoarte da Fundaj em Recife. Participou da III Mostra Do Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo, da Mostra SESC de Artes, em São Paulo, entre outras exposições. Estudou design na Puc-rj e se formou em artes plásticas na Université Paris VIII em 2001.

 

 

Quando? Dia 17 de maio.

Raquel Arnaud promove debate

 

Por ocasião do término da exposição “Trajetória”, paralela à mostra em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, “Afinidades”, em comemoração aos 40 anos de atividade da marchande Raquel Arnaud, será realizado um debate, dia 8 de maio, às 19h, na galeria, Rua Fidalga, 125, Vila Madalena, São Paulo, SP. Com a proposta de questionar a relação entre galerias, instituições, colecionadores e artistas, participam do evento Andrea Pereira, Ivo Mesquita, José Resende, Marcelo Araujo, Raquel Arnaud, Tadeu Chiarelli, Wagner Lungov e intermediação de Eduardo Saron.

 

Como se pensar no apoio das galerias para montagem e ampliação dos acervos dos museus? Como se coloca o artista nessa intermediação, ou como a galeria pode avançar os contatos com as coleções públicas ou particulares? Como desenvolver ações para incentivar e viabilizar a compra de obras de arte para doação a museus ou instituições? Estes serão os temas abordados, além de uma análise de como atuam instituições e museus estrangeiros em relação a esses trâmites e como seria possível adaptar eventuais procedimentos à lei vigente no País.

 

Visita guiada

05/mai

Nesta quarta-feira, 7 de maio, às 19h, acontece o lançamento do catálogo e a visita guiada à mostra “águas furtadas”, com a artista Laura Erber e a curadora Glória Ferreira, na Galeria Laura Alvim, Casa de Cultura Laura Alvim, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. Haverá distribuição de catálogos aos presentes. Entrada franca.

 

A exposição reúne videoinstalações e colagens realizadas de 2008 a 2014, em que Laura Erber coloca em tensão cinema, vídeo e pintura, fazendo emergir histórias de águas e com elas, figuras literárias, míticas ou reais, destoantes entre si, como o poeta Ghérasim Luca morto no rio Sena em 1994, uma Vênus em desequilíbrio nas rochas do Mediterrâneo ou os primeiros caranguejos do planeta, como narrados por uma menina de seis anos. em sua versão da origem da vida, na pequena televisão de uma casa de bonecas.

Homenagem a Hélio Oiticica

30/abr

Em 1974, os irmãos Andreas e Thomas Valentin criaram, com Hélio Oiticica, a obra CALL ME HELIUM, cujo título – uma homenagem a Oiticica – foi inspirado numa frase de Jimy Hendrix, numa de suas últimas entrevistas: Quando as coisas estiverem pesadas de mais, chamem-me de hélio, que é gás mais leve que existe. Quarenta anos depois da criação do projeto original, Andreas e Thomas Valentin realizam o sonho de exibir CALL ME HELIUM pela primeira vez, no Centro Cultural Correios, no centro do Rio.

 

Figura central da obra, um balão vermelho inflado com gás hélio e com os dizeres CALL ME HELIUM pintados em letras brancas, será alçado aos céus em dois momentos. O “aquecimento” acontece na Praia de Ipanema, Rio de janeiro, RJ, no local do antigo Píer, dia 4 de maio; e dia 10 de maio, na inauguração da mostra, o içamento será na Praça dos Correios, onde o balão permanecerá até o final da mostra, em 13 de julho.

 

Com instalação, performance de Jorge Salomão e exposição de fotos e documentos do período em que Oiticica viveu em Nova Iorque, além de cartas trocadas com os irmãos Valentin em função do projeto e obras de Carlos Vergara e Antonio Manuel, CALL ME HELIUM ilustra bem a multiplicidade do artista e sua forma de trabalhar com amigos e parceiros.

 

 

Datas: Praia de Ipanema, antigo Píer, dia 4 de maio.
10 de maio, inauguração da mostra, com içamento na Praça dos Correios, onde o balão permanecerá até o final da mostra, em 13 de julho.