Na Galeria Laura Marsiaj

10/nov

O pintor Alan Fontes exibe suas versões de casa e cidades ideais na Galeria Laura Marsiaj, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. O artista apresenta duas pesquisas em pintura: uma sobre a paisagem urbana (a série “A Cidade”) e outra sobre ambientes privados, interiores de ambientes domésticos (a série “A Casa”). Natural de Ponte Nova, MG, as duas séries foram iniciadas entre 2004 e 2005, essas pesquisas partem do universo pessoal do artista. A série “A Cidade”, é composta de paisagens urbanas cujo início ocorreu através da experiência de Alan fontes andar pela cidade e coletar imagens para a produção de pinturas que estética e simbolicamente falam dessa experiência de ver e viver na cidade.

 

As pinturas desta série apresentam uma cidade afetiva, uma visão mais poética do que documental.  A gama de cores frias e uma pintura que caminhava para uma desconstrução da forma refletiam de algum modo a maneira como ele se encaixava no mundo. Uma cidade concreta, vazia, onde a expectativa de vida observada secretamente nas casas era seu objeto de interesse.  Experiência análoga a um exercício de voyeurismo.

 

No espaço anexo da galeria, o artista mineiro expõe a obra “La Foule”, um projeto de uma instalação pictórica-sonora. O trabalho parte de uma relação poética com a música “La Foule”, de Edith Piaf, na qual uma metáfora entre o conceito de multidão e a narrativa de uma relação amorosa iniciada, vivida e findada num baile de carnaval é construída. A letra cria uma analogia entre uma história acontecida em um efêmero baile de carnaval para tratar da vida, do tempo, da impotência do homem em lidar com a imprevisibilidade dos acontecimentos.

 

 

A palavra do artista

 

“Observar a cidade do alto trazia de início uma experiência de deslocamento da paisagem, um afastamento reflexivo de onde o espectador consegue ver privilegiadamente a cidade. Ver a cidade por fora das casas e o que se encontra por dentro dos muros das casas. A ação de observar a cidade por cima permitia perceber a paisagem urbana, coletiva, pública e ao mesmo tempo micro paisagens onde cada indivíduo modifica e adapta o espaço às suas necessidades pessoais”.

 

“A casa nesse sentido representaria um auto-retrato em campo ampliado onde minhas questões pessoais e artísticas poderiam ser tratadas intrinsecamente. Falando inicialmente das imagens, comecei criando individualmente cada ambiente da casa. Cada cômodo possuía uma pintura principal em formato maior e os respectivos objetos e móveis reais pintados em cinza. Todo cômodo tinha uma referência principal que dava título à tela. Um artista, um filme ou uma personalidade dominante dentro do ambiente com coisas que eu tinha ou gostaria de ter. Também inclui imagens de trabalhos de artistas e obras que tenho como inspiração e por fim, me apropriava de tudo colocando em cada ambiente criado um auto-retrato”.

 

De 13 de novembro a 22 de dezembro

Jaildo Marinho na Pinakotheke Cultural

29/out

A Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Jaildo Marinho – Le Vide Oblique”, com obras produzidas nos últimos dez anos pelo artista nascido em Pernambuco, em 1970, e radicado na França desde 1993. A curadoria é de Max Perlingeiro. “Jaildo Marinho – Le Vide Oblique” foi apresentada em Paris, de março a junho deste ano, na Maison da América Latina, com curadoria do crítico de arte francês Jacques Leenhardt e do diretor da Pinakotheke Cultural, Max Perlingeiro.

 

Serão apresentadas 39 obras, dentre pinturas e esculturas, produzidas entre 2002 e 2012, algumas inéditas. Jaildo Marinho faz um permanente diálogo com o construtivismo. Suas esculturas, em mármore branco de Carrara e de Thassos, têm formas geométricas, algumas com a utilização da cor em tinta acrílica. As pinturas são em tinta acrílica sobre madeira e fio de algodão.

 

Na abertura da exposição será lançado um livro com a qualidade que marca a Editora Pinakotheke, com 157 páginas, trilíngue (português/inglês/francês), com textos do poeta Lêdo Ivo, do crítico de arte francês Jacques Leenhardt e do jornalista e escritor Mario Hélio Gomes, além do registro fotográfico das esculturas e pinturas realizadas nos últimos quinze anos.

 

Sobre o artista

 

Jaildo Marinho teve sua formação artística na Universidade Federal de Pernambuco.Viajou para Paris em 1993, onde trabalha e vive com a família. Em 1999, iniciou um trabalho como professor no ateliê de escultura e fundição da ADAC Ville de Paris. Na França, conheceu Carmelo ArdenQuin e passou a fazer parte do Grupo MADI. O reconhecimento pelo seu trabalho veio com o titulo de cidadão parisiense concedido pelo Governo francês em 2008.

 

Realizou exposições individuais nos seguintes espaços: Hungarian Academy of Sciences – Centre for Regional Studies, 2010; Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Galeria Manuel Bandeira – ABL, Rio de Janeiro, 2008; Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, Brasília, DF, 2007; Palais Omnisports de Paris Bercy, Paris, 2006; Casa do Brasil,  Espanha, Bibliothèque Historique de la Ville de Paris, ambas em 2004; Centre Culturel Franco-Brésilien, 1999 e 2003 e Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, 2002, entre outras.

 

As principais exposições coletivas foram no Musée d’Art et d’Histoire de la Ville de Cholet, França, Palais de Glacê, Buenos Aires, em 2011; Castel  dell’Ovo, Itália, 2010;  Conservatoire des Arts Plastiques de Montigny-le-Bretonneux e no Grand Palais, Maison de L’Amérique Latine, França; Spazio Arte Pisanello, Itália, 2008; Satoru Sato Art Museum, Japão, 2007; Moscow Museum of Contemporary Art, Moscou; Ludwig Museum,  Alemanha, Fondation Nationale des Arts Graphiques et Plastiques, França, em 2001, entre outros.

 

Recebeu os seguintes prêmios: Medalha de Ouro do Festival Internacional de Mahares, Tunísa, em 1995, e 3º Prêmio em escultura da Bienal de Malta, em 1999.

 

De 30 de outubro a 08 de dezembro.

Itabirito na Kunsthalle

Dando continuidade à série “Processos”, a KUNSTHALLE São Paulo, Pinheiros, São Paulo, SP, apresenta a primeira exposição individual de Ricardo Itabirito, com curadoria de Marina Coelho. Numa trajetória que se iniciou com o desenho industrial, o artista desenvolve seu trabalho dando ênfase ao processo de execução das obras, à relação com a matéria, ao ato de pintar, à gestualidade de cada pincelada e à escolha da paleta de cores. Tais questões são, para Itabirito, mais importantes do que a busca de um possível tema ou conteúdo conceitual. A KUNSTHALLE São Paulo, é um espaço dedicado à arte contemporânea. Abrigando exposições e projetos de artistas nacionais e internacionais, o espaço é caracterizado pela experimentação, formação de comunidade e criação de discussões em torno de temas atuais da sociedade e da arte contemporânea. Este conceito democrático busca proporcionar um ambiente informal, na tentativa de eliminar as hierarquias existentes nas relações entre artista, curador e público.

 

As obras de Itabirito apresentam figuras sem fundo, que rompem com o raciocínio renascentista, no qual se desenha delimitando com contornos, demarcando volumes, pensando na perspectiva e no fundo. Fundamental para o artista alcançar essa primitividade foi encontrar no suporte do papel a solução para a inexistência do fundo, pois, diferentemente de uma tela não pintada, que talvez tenha a conotação de uma obra inacabada, o papel em branco é um signo diferente que possibilita essa experiência. Os papéis estão fixados em bases de madeira apoiadas diretamente no chão, o que confere às obras uma presença volumétrica equivalente à de um corpo humano.

 

Para Itabirito o pintar e o repintar, com centenas de pinceladas, imprimem em suas obras uma força, uma presença energética, que podem ser visualizadas em cada uma de suas figuras. Apresentadas em escala humana, estas não têm rostos, olhos nem bocas, pois não estão ali para representar alguém, uma identidade, mas para tocar em questões universais da condição humana, questionar a representação do ser e, principalmente, criar uma comunicação que se dá através da sensação, e não pela palavra.

 

Até 07 de novembro de 2012.

Nove no CCBB-SP

26/out

O Centro Cultural Banco do Brasil, Centro, São Paulo, SP, apresenta “Planos de Fuga – uma exposição em obras”. Com curadoria de Rodrigo Moura, de Inhotim, e Jochen Volz, de Inhotim e curador-chefe da Serpentine Gallery, de Londres, a mostra apresenta trabalhos que dialogam com a arquitetura do prédio do CCBB-SP, incluindo instalações site-specific.

A mostra reúne trabalhos de nove artistas contemporâneos: Carla Zaccagnini, Cildo Meireles, Cristiano Rennó, Gabriel Sierra, Marcius Galan, Mauro Restiffe, Renata Lucas, Rivane Neuenschwander e Sara Ramo. Também estão na exposição obras de três artistas históricos: a suíça radicada no Brasil Claudia Andujar  e os americanos Gordon Matta-Clark e Robert Kinmont. As obras de Cildo Meireles e Rivane Neuenschwander são inéditas no Brasil.

 

Segundo os curadores “Planos de fuga é uma tentativa de se imaginar uma exposição como ato coletivo, no sentido que esta ocupação temporária específica do edifício gera uma co-habitação planejada, composta de múltiplas combinações. As obras do núcleo histórico entram como notas de referência, aludindo a estados de ânimo, lugares e operações distantes fisica e temporalmente do nosso contexto, mas a fins a ele por espírito”.

 

Sobre as obras

 

Entre os trabalhos apresentados em “Planos de Fuga” estão seis instalações site-specific criadas especialmente para o CCBB-SP. É o caso de “Cortina”, de Cristiano Rennó, que ocupará o vão central do edifício com centenas de faixas de plástico translúcido, vermelhas e amarelas, afixadas no terceiro andar do prédio e suspensas no vão. Também a instalação de Sara Ramo, montada no antigo cofre do banco, no piso subsolo. A artista desenvolveu um labirinto – mental, físico e emocional – tendo entre as referências a caixa forte do Tio Patinhas, os canteiros de obras da construção civil e a mineração de metais preciosos.  O fotógrafo Mauro Restiffe foi convidado para documentar o processo de criação da mostra, assim como o momento anterior à sua chegada ao espaço e o entorno do CCBB-SP. O resultado será fixado em um livro finalizado logo após a abertura da mostra e lançado com a exposição já inaugurada, sendo ao mesmo tempo obra e catálogo.  Entre os destaques da exposição, “Ocasião”, de Cildo Meireles, projeto de 1974 que foi construído em 2004,  na Alemanha. Um grande espelho espião conecta dois quartos independentes. No primeiro, há uma bacia cheia de dinheiro e espelhos nas paredes, fazendo o espectador se confrontar com sua imagem e o monte acessível de dinheiro. A segunda sala está vazia e escura, com o espelho espião funcionando como uma janela para a primeira sala. “A Conversação”, de Rivane Neuenschwander, foi exibida em 2010 no New Museum, de Nova York. É inspirada no filme homônimo de Francis Ford Coppola, de 1974, no qual um especialista em escutas acredita que está sendo observado, e traz dispositivos de vigilância instalados em pontos estratégicos de um museu. No núcleo histórico de “Planos de Fuga”, um conjunto de obras de artistas que ajudaram a criar referência nas relações entre arte e lugar. De Gordon Matta-Clark veremos “Coat Closet”, obra de 1973, que pertence à coleção de Inhotim e será exibida pela primeira vez no Brasil. Repórter fotográfica nos anos 1960, Claudia Andujar apresenta o trabalho inédito “São Paulo Através do Carro”, no qual fotografou a cidade enquanto uma amiga dirigia. E do experimentalista Robert Kinmont, as séries “My Favorite Dirt Roads”, de 1969, uma seleção das estradas de terra favoritas do artista, e “8 Natural Handstands”, de 1969/2009, que combina fotografia, escultura e performance e fala da  relação romântica do artista com o meio e sua presença na paisagem da Califórnia, onde ele nasceu, cresceu e trabalha até hoje.

 

De 27 de outubro de 2012 a 6 de janeiro de 2013.

Miro no século XVII

25/out

A FASS, Vila Madalena, São Paulo, SP, galeria especializada em fotografias do início do século XX, além de cópias de época, ou vintage, apresenta “Miro – Um fotógrafo no século XVII”, exposição composta por onze trabalhos de Miro, releituras de  pinturas do século XVII, entre as quais, telas de Caravaggio.

 

São onze imagens que capturam por linguagem fotográfica obras renascentistas italianas, flamengas, francesas e espanholas, uma seleção que Miro utilizou como referência, para admirar a semelhança, atingida sem qualquer tipo de intervenção ou manipulação digital. As fotos, com tiragem de cinco, foram feitas em estúdio, apenas com os recursos à mão do fotógrafo na década de 1980: câmeras de grande formato e filmes positivos em placas de 4×5 polegadas.

 

As fotografias reunidas na mostra refletem um momento de introspecção do autor, às voltas com questões existenciais como a finitude e transitoriedade da vida, temas caros aos mestres daquele período.  Na versão de Miro, obas como “São Jerônimo”, de 1606, “São João Batista”, de 1604, e “Flagelação de Cristo”, de 1607, encantam e emocionam pela sensação de presença que exalam os personagens, os corpos que, vindos da pintura, parecem avançar em nossa direção reivindicando humanidade.

 

Nas naturezas mortas, essa procura obsessiva por um vislumbre da verossimilhança representada em telas de 400 anos atrás alcança um grau de expressividade que transcende a mera reprodução e gera uma nova mensagem.  Exemplos desse estilo recriados por Miro são as telas “Bodegon de Cocina”, de 1665, de Mateo Cerezo e “Bodegon e Paisagem”, atribuída a Juan Van Der Hamen y Léon.

 

Sobre o artista

 

Azemiro de Souza, o Miro, nasceu em 1949, na cidade de Bebedouro, SP. Foi laboratorista, assistente e nos anos 70 e 80 tornou-se um dos fotógrafos de publicidade e moda mais influentes do Brasil. Com um estilo influenciado pelas artes cênicas, pintura e cinema, Miro criou não só belos trabalhos fotográficos, mas tendências, além de dar cara a várias marcas. Sua busca quase obsessiva pela imagem precisa e fiel à sua imaginação moldou o mito criado em torno de sua obra. Em 2010 lançou o livro “Artesão da Luz”, pela Luste Editores.

 

 

Até 22 de dezembro.

Raul Mourão no MAM-Rio

O MAM-Rio, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Tração Animal”, com obras recentes e inéditas de Raul Mourão, artista com projeção no cenário contemporâneo nacional. A curadoria é de Luiz Camillo Osório.

 

Primeira exposição individual de Raul Mourão no MAM Rio, “Tração Animal” apresenta em três espaços distintos um conjunto de dez esculturas cinéticas em grandes dimensões, o vídeo “Plano/Acaso” (3’52), de 2009, e uma instalação, feita especialmente para a mostra, composta por um conjunto de obras em pequenas dimensões em aço, e uma iluminação especial, que resulta em um jogo de luz e sombra. O título da mostra, “Tração Animal”, remete à ideia de conflito, de homem x máquina, arte x movimento.

 

Artista que incorpora em seu trabalho referências à arquitetura e à urbanidade, Raul Mourão vem, desde 2010, desenvolvendo uma série de obras cinéticas, que recentemente ganharam o espaço público. “Tração Animal” será dividida em três salas. Na primeira, “É proibido trepar”, estão dez esculturas cinéticas inéditas de grande porte feitas com tubos galvanizados e braçadeiras, da mesma série das obras expostas recentemente na Praça Tiradentes, no centro da cidade. Na “Sala sombra”, um conjunto de esculturas cinéticas de pequenas dimensões, iluminadas por minirrefletores, criam projeções em movimento nas paredes. Na terceira sala está o vídeo digital “Plano/Acaso” (HD1080, sem áudio, 3’38”), um plano-sequência em que um elevador desce lentamente cortando as lajes de um velho edifício garagem na Rua das Marrecas, no centro do Rio. O filme foi feito no amanhecer do dia 31 de outubro de 2009, com fotografia de David Pacheco, e foi exibido pela primeira vez na paralela da Bienal de 2010, com curadoria de Paulo Reis.

 

“Tração Animal apresenta um conjunto de obras recentes de Raul Mourão. A escultura sempre foi o seu ofício, mas as imagens e a rua empurravam o fazer escultórico e sua preocupação com o volume e a gravidade para a fluência da vida. Ela entra em sua obra não como tema, mas como energia que se infiltra no processo criativo, desdobrando o olhar curioso em estruturas cinéticas, em planos rítmicos, em sombras dançantes. O movimento dos balanços se desloca para os planos verticais do elevador e deste para o desenho misterioso de luz e sombra. É uma exposição em looping, tudo vai e volta em balanço: do físico ao virtual, do corpo à luz,da luz à sombra”, diz o curador Luiz Camillo Osorio.

 

 Sobre o artista

 

Raul Mourão nasceu no Rio de Janeiro, em 1967. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e expõe seus trabalhos desde 1991. Sua obra abrange a produção de desenhos, gravuras, pinturas, esculturas, vídeos, fotografias, textos, instalações e performances. Suas peças, construídas com diversos materiais, desenvolvem um vocabulário plástico com elementos da visualidade urbana deslocados de seu contexto usual. Entre eles há referências ao esporte, à arquitetura, aos botequins e à sinalização de obras públicas. A partir de 2010 sua série de esculturas cinéticas foi exibida nas exposições individuais: “Toque devagar”, Praça Tiradentes; “Processo”, Studio-X; “Homenagem ao cubo”, Lurixs Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro; “Balanço Geral”, no Atelier Subterrânea, Porto Alegre, RS; “Cuidado Quente”, na Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP; e “Chão, Parede e Gente”, na Galeria Lurixs, Rio de Janeiro. E também nas coletivas “Projetos (in)Provados”, na Caixa Cultural, Rio de Janeiro; “Ponto de Equilíbrio”, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP; “Mostra Paralela 2010”, no Liceu de Artes e Ofícios, São Paulo, SP; e “Travessias”, no Centro de Arte Bela Maré, Rio de Janeiro. Participou ainda, em 2012, das exposições coletivas “Gil 70”, Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro; “Mostra Carioca”, MAM, Rio de Janeiro; “From the Margin to The Edge”, SomersetHouse, Londres; “This is Brazil! 1990-2012”, Palexco, La Coruña, Espanha e “Genealogias do Contemporâneo – Coleção Gilberto Chateaubriand”, no MAM-Rio.

 

Até 02 de dezembro.

Cabelo total no MAM-Rio

O MAM-Rio, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Humúsica”, com obras de diversas fases da trajetória do artista plástico Cabelo. Radicado há décadas no Rio de Janeiro, Cabelo ocupa um lugar de destaque no panorama contemporâneo. A curadoria é de Luiz Camillo Osório.

 

Cabelo conta que a mostra “será instaurada como uma composição”, com obras em suportes variados, como esculturas, objetos, desenhos, pinturas e projeções. Ele diz ter a intenção de propiciar um pouco da experiência de seu processo de criação, onde palavras, imagens e sons convivem simultaneamente.

 

Em exposição as esculturas móveis “K-roças”, sobre eixos e rodas de skate, tendo representações de Buda como cocheiros, além de “Kosmicars” – feitos com espelhos e fotos do telescópio Hubble – , a “K-roça canteiro de minhocas” e os “Jardins ambulantes”. No dia da inauguração, Cabelo incorporou seu heterônimo MC Minhoca, fazendo improvisos ao som de DJ Esterco.

 

“Humúsica é uma exposição sobre tudo: desenho, performance, poesia, escultura, música; é uma exposição-instalação de Cabelo. E também do MC Minhoca e do DJ Esterco. Não há que se ater aos detalhes. Tudo é húmus (e música). Uma coisa se transforma e se fertiliza na outra. Metamorfose e ruído. Contaminações que fazem um elemento residual se tornar possibilidade plástica. A palavra vira carne e as letras garatujas e desenhos. Lixo e luxo. O ateliê do Cabelo está em Copacabana, entre o morro e a praia, entre a confusão e a lentidão. São muitas temporalidades e um só espaço. Um presente grávido de direções e de caos como todo este universo poético que se põe em cena agora no MAM”, diz o curador Luiz Camillo Osorio.

 

 Sobre o artista

 

Cabelo nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, em 1967, e veio para o Rio ainda menino. Abandonou a faculdade de engenharia para dedicar-se à criação de minhocas. Abatido por uma infestação de vermes e protozoários retorna à cidade para tratar-se. Durante a convalescença tem contato com a poesia de Ferreira Gullar, Paulo Leminski, entre outros, e é inoculado pelo vírus da poesia. A partir daí passa a dedicar-se simultaneamente às artes plásticas e à música, considerando-as manifestações da poesia.
Participou da X Documenta de Kassel com uma performance polêmica, ateando fogo em um aquário com peixes vivos.
Realizou ano passado a exposição “Cabelo apresenta Mc Fininho e DJ Barbante no Baile Funk”, na galeria A Gentil Carioca, incorporando o personagem Mc Fininho. Para esta mostra convocou produtores como Kassin, Berna Ceppas, Sany Pitbull, Lucas Santtana, entre outros para produzir os funks que compôs, fazendo um show na abertura.
Como Mc Fininho se apresentou em junho no festival Back to Black em Londres, com Sany Pitbull e dançarinos do passinho.

 

Até 02 de dezembro.

Zerbini no MAM-Rio

23/out

Chama-se “Amor” a exposição individual de Luiz Zerbini, atual cartaz do MAM-RIO, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Composta de pinturas, desenhos, colagens e uma instalação, esta é a maior mostra já realizada, em número de trabalhos, na carreira do artista pois reúne mais de sessenta obras. Zerbini é um dos nomes pontuais da “Geração 80″.

 

O artista conta que o nome da exposição nasceu após ter recebido a visita de uma amiga em seu atelier e que a mesma teria feito a seguinte observação: “Nossa, é muito amor”.

 

As obras ocupão o segundo andar do museu e uma grande parede, com 8 metros de altura e 32 de comprimento, é quase integralmente preenchida por pinturas, com detalhes minuciosos e cores vibrantes. Além disso, o acervo conta com uma série de trabalhos em tinta acrílica sobre papel e outra feita de slides do próprio Zerbini e de seus amigos,nos quais ele evoca questões ligadas à memória. No centro do espaço, uma mesa de madeira vai reunir elementos de referência utilizados pelo artista, como projetos, recortes de jornal, plantas e até insetos.

 

Até 09 de dezembro.

Em busca do essencial

17/out

A LUME Photos, Itaim-Bibi, São Paulo, SP, inaugura “Naïve”, a primeira exposição individual do fotógrafo Gabriel Wickbold com 14 imagens da série homônima. Em sua busca pela essência do homem, registrou imagens de rostos de modelos pintados com guache e efeitos craquelados, sobrepostos por insetos ou plantas. Para Gabriel Wickbold, este ser humano ingênuo (tradução da palavra francesa naïve), fossilizado, atua “adubando algo novo, gerando vida através de sua carcaça pura”. O título da série faz alusão ao sentimento de superioridade do homem em relação à Natureza.

 

Sempre estiveram presentes no trabalho do fotógrafo a figura humana e a criação de interferências em seus personagens com o emprego da tinta. Em “Naïve”, a novidade fica por conta da interação com outros elementos da natureza, acessórios dispostos com a intenção de questionar a posição do homem no mundo. Apesar de forte relação com a temática do impacto ambiental provocado pela ação humana, as questões fundamentais nas obras de Gabriel Wickbold são filosóficas, interiores. Nesses trabalhos, o fotógrafo foca-se na natureza do homem, arrogante devido a sua falta de conhecimento acerca da vida que o cerca, da vida que está além de sua própria vida.

 

Em “Naïve”, Gabriel Wickbold optou por fotografar apenas as cabeças dos modelos, já que é a parte do corpo onde se concentram as ideias e emoções. Antes do clique, o inseto ou planta é posicionado sobre a face. Todos os elementos que compõem as obras do artista estão presentes no momento da fotografia. Tão importante quanto a técnica do manuseio da câmera é esse processo de transformação dos modelos em homens-instalação. O artista trata a fotografia como instrumento para representar sua estética, que é utilizada como um impulso para o conteúdo, um meio de exprimir sua visão de mundo. “A arte é reflexo do homem e suas questões. Essa série veio como uma transpiração desse meu momento”, diz. A curadoria é de Paulo Kassab Jr e a coordenação de Felipe Hegg.

 

Até 23 de novembro.

Milhazes na Argentina

09/out

Love

Chama-se “Panamericano” a exposição que Beatriz Milhazes realiza na Sala 5 do Malba – Fundación Costantini, Buenos Aires, Argentina. A mostra faz parte do “Mês do Brasil na Argentina”, organizada pela Embaixada do Brasil em Buenos Aires. A curadoria é de Frédéric Paul, e apresenta uma seleção de cerca de 30 pinturas da produção recente da artista. Trata-se da primeira exposição individual que Beatriz Milhazes realiza – fora de seu país – em uma instituição da América Latina. A mostra foi produzida integralmente pelo Malba que apresenta uma intervenção cenográfica desenhada especialmente para esta ocasião.

 

A mostra concentra-se nos últimos dez anos da produção pictórica da artista e reúne peças provenientes, em sua maioria, de coleções públicas e privadas do Brasil e Estados Unidos. Entre elas encontram-se obras emprestadas pela primeira vez pelos museus Guggenheim, de Nova Iorque e Museu de Arte Moderna de São Paulo. A destacar nesse contexto, duas obras importantes da coleção particular de Eduardo F. Costantini: “O mágico”, de 2001, e “Pierrot e Colombina”, de 2009-10, trabalhos que abrem e encerram uma década notável da carreira de Beatriz Milhazes.

 

O Malba editou um catálogo bilíngue, espanhol-inglês, com 124 páginas, sendo esta a primeira publicação de referência em espanhol sobre uma exposição antológica da artista. O livro inclui o ensaio “Beatriz Milhazes, o la ventaja de no salir nunca del laberinto en pintura”, do curador Frédéric Paul; e a reedição e primeira tradução para o espanhol de textos importantes sobre a artista como: “Beatriz Milhazes. El baúl brasilero”, do crítico e curador Paulo Herkenhoff; e uma entrevista com o designer de moda Christian Lacroix, originalmente publicada em “Beatriz Milhazez/Avenida Brasil”, Frédéric Paul ed., Domaine de Kerguéhennecc, Centre d’art contemporain, 2004. O catálogo também inclui uma seção completa com a reprodução (em cores) das obras em exposição.

 

A exibição conta com a colaboração das galerias Fortes Vilaça, São Paulo; James Cohan, Nova Iorque; Stephen Friedman, Londres e Max Hetzler, Berlim.

 

Sobre a artista

 

Suas obras integram coleções de importantes museus internacionais como o Museum of Modern Art (MoMA), Solomon R. Guggenheim Museum e The Metropolitan Museum of Art (Met), ambos em Nova Iorque, e o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid, Espanha, entre outros. Colabora desde 1996 com a Durham Press (serigrafías) e a partir de 1994, cria cenografias para a Companhia de Danças de Márcia Milhazes, Rio de Janeiro.

 

Até 19 de novembro.