Três no Palácio Capanema

08/out

A galeria da Funarte, Centro, situada no mezanino do Palácio Gustavo Capanema, apresenta “Palácio”, exposição dos artistas Alvaro Seixas, Hugo Houayek e Rafael Alonso. O projeto foi contemplado com a Edição 2011 do ‘Prêmio Funarte de Arte Contemporânea – Projéteis Funarte de Artes Visuais Rio de Janeiro”. Os três artistas apresentam trabalhos que estabelecem estreito diálogo entre si e constituem uma grande instalação concebida especificamente para o espaço em questão. A monumentalidade da maioria das obras e a sua relação com a arquitetura do edifício paradigmático do modernismo brasileiro, propiciam uma potente presença teatral para os objetos expostos, que se situam estrategicamente entre categorias como a pintura, a escultura e o design. Um catálogo da exposição será posteriormente editado, contendo imagens das obras e entrevistas dos três artistas com o crítico de arte Felipe Scovino e o artista e crítico de arte Fernando Gerheim.

 

Alvaro Seixas, vive e trabalha na cidade de Niterói, expõe mais de uma dezena de telas-objetos de grande formato, pintadas à mão – grande parte delas dotadas de estruturas de ferro aparentes. Esses trabalhos, em seu conjunto e em sua relação com a arquitetura, nos remetem simultaneamente a certas formas e composições surgidas da associação entre a pintura, a geometria e o design ao longo do século XX.  As obras – que em parte se “comportam” aparentemente como objetos utilitários – do mobiliário doméstico ou ainda da sinalização urbana – fazem lembrar as formas emblemáticas do suprematismo e do construtivismo, mas também as práticas e questionamentos lançados por movimentos contemporâneos como o minimalismo e o pós-minimalismo, e o neo-geo e o neo-conceitualismo. A vaga repetição por Seixas de antigos – e recentes – modelos estéticos parece afirmar certo caráter paradoxal do fazer da “pintura” na atualidade, que se recusa a ser apenas mais uma peça em uma sequência lógica de fatos.

 

Hugo Houayek apresenta trabalhos que exploram os limites do campo pictórico. Um deles,  “Queda”, obra de grandes dimensões constituída de 100 metros de lona plástica, ocupa uma parte considerável do mezanino do Palácio Capanema. Nessa obra o artista explora as sensações táteis e visuais desse material banal – mas ao mesmo tempo profundamente enraizado em nossas atividades quotidianas. Através da sua vibração cromática e maleabilidade escultórica esse produto sintético é convertido num dispositivo expressivo de traços. Na série “Bancos”, Houayek “contamina” suas obras com o caráter utilitário dos objetos de design, produzindo peças de escultura-pintura-mobiliário. Desse modo, as obras de Houayek servem como elementos provocadores esteticamente – trata-se de objetos dotados de uma “camuflagem” que mimetiza outros objetos e outras coisas do mundo. Na exposição, esses trabalhos contaminam o espaço, são contaminados pelo espaço e se contaminam entre si.

 

Rafael Alonso, vive e trabalha no Rio de Janeiro. O artista apresenta uma massiva estrutura em forma de cubo, recoberta com largas faixas de papel adesivo multicoloridas, que a transformam num objeto opticamente ativo. Tais adesivos são do tipo conhecido popularmente como lambe-lambe, item muito utilizado como um ágil e improvisado veículo de divulgação publicitária nas grandes cidades, na maioria das vezes de modo ilegal. O grande objeto – que pode ser descrito como uma “Caaba ótica” – se afirma não apenas como um elemento formalmente ambíguo e, portanto, provocador, mas é também uma espetacular atração que se torna, a partir de certo momento, desconfortável para os olhos, tendo em vista o impacto visual obtido pela justaposição de inúmeras e estreitas linhas diagonais azuis, vermelhas e amarelas. O padrão ótico adesivado, que servirá em alguns momentos como “pano de fundo ativo” para as obras de Seixas e Houayek, é uma versão precária das formas geométricas vibrantes concebidas por movimentos históricos como o Art Déco e a Op-Art.

 

 

De 09 de outubro a 07 de novembro.

Carmela Gross na Vermelho

07/out

Répteis

A Galeria Vermelho, Pacaembú, São Paulo, SP, apresenta “Serpentes”, exposição individual de Carmela Gross.

Ao chegar no pátio da Vermelho, antes mesmo de entrar no espaço expositivo da galeria, o visitante terá pistas sobre o conceito que permeia a primeira individual da artista na galeria. Em “Serpentes”,  Carmela Gross reúne construções tridimensionais, vídeo, luz, desenhos e colagens digitais, que propõem um terreno movediço impossível de ser domesticado pelo espaço.

 

Duas perfurações no muro da fachada conectam o exterior com o interior criando um fluxo direto entre aquilo que constitui o lugar privado do cubo branco e a ordem do espaço público da cidade. Mais do que uma simples alteração na materialidade do local, essas perfurações, chamadas pela artista de “2 Buracos”, revelam que o campo de ação de Carmela Gross também é a cidade. “Luz Del Fuego”, vídeo de 2012, reúne imagens documentais de incêndios publicadas em jornais, entre os anos de 2007 e 2011. Na obra, a imagem do fogo conduz a narrativa e aponta para transformações radicais de ordem política e social.

 

Na sala 1, encontra-se a obra “Escada de Emergência”, criada em 2012. Construída com lâmpadas florescentes verdes e vermelhas e sustentadas por tripés metálicos, o trabalho sugere uma experiência física a partir de uma experiência visual. Desprovida de sua funcionalidade, ela aponta para o universo simbólico representado pela escada.

 

Todo o piso da sala 2 será ocupado por uma Instalação composta por 280 peças fundidas em latão e banhadas em níquel, nominadas pela artista como “Répteis”.

 

“Entre Palavras”, série de desenhos feitos com grafite e esmalte sobre folhas do dicionário Aurélio, ocupa a sala 3. Na obra, a figura flexível da cobra surge associada à palavra e às suas variações. Ao cobrir os verbetes das páginas do dicionário com desenhos de cobras, Carmela Gross articula a potência do discurso à astucia do animal.

 

De 09 de outubro a 03 de novembro.

Roger Ballen no MAM-Rio

04/out

O MAM-Rio, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição retrospectiva do artista americano radicado na África do Sul, Roger Ballen, um dos fotógrafos contemporâneos mais importantes de sua geração. “Roger Ballen – Transfigurações, Fotografias 1968-2012” é a primeira grande exposição na  América Latina do artista, que recentemente teve retrospectivas em grandes instituições dos Estados Unidos e da Europa.

 

A exposição apresentará uma seleção de trabalhos de Roger Ballen, que datam desde a década de 1960 até os dias de hoje, possibilitando ao espectador a observação do processo de desenvolvimento da obra do artista. Ballen começou a fotografar aos 18 anos e menos de uma década depois se mudou para a África do Sul, onde ainda reside.  A partir dos anos 1980, ele passa a fotografar com câmera de médio formato, que exige uma abordagem mais consciente e meticulosa frente a seus objetos, e que resulta na imagem quadrada que utiliza até hoje.

 

A série “Platteland”, publicada em livro em 1994, ano em que Nelson Mandela seria eleito presidente, atraiu a ira dos setores conservadores da África do Sul, fazendo com que Ballen chegasse a ser preso diversas vezes, e a sofrer ameaças de morte por seu trabalho. A partir de 1995, Ballen começa a ter reconhecimento internacional. Abandona a prática da fotografia documental e começa a desenvolver, a partir da série “Outland”, uma nova linguagem, fundamentada nas teorias junguianas. Essa fotografia repleta de ambiguidades e criadora de uma estética do grotesco culmina em “Shadow Chamber” e “Boarding House”. Ballen continua trabalhando com uma Rolleiflex – mesma câmera analógica empregada em “Dorps” há 30 anos –  e se mantém, até o momento, distante das manipulações digitais. As fotos são todas em preto e branco.

 

Com curadoria de Daniella Géo, brasileira radicada na Bélgica, a exposição cobre desde os primeiros anos da trajetória de Ballen até o seu projeto mais recente. São oito séries fotográficas e mais de cem obras, que abrangem a produção do artista, apresentadas em um espaço labiríntico, projetado pelo arquiteto belga Koen Van Synghel, ganhador do Leão de ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2004.  Daniella Géo é doutoranda em artes visuais pela Université de la Sorbonne Nouvelle, Paris.

 

“Roger Ballen – Transfigurações, Fotografias 1968-2012” terá um catálogo bilíngue, com textos de Luiz Camillo Osorio, Philippe Dubois, Koen Van Synghel e uma conversa entre a curadora e o artista. O design é da Mameluco.

 

Sobre o artista

 

Nascido em Nova York, em 1950, vive e trabalha em Joanesburgo, África do Sul. Roger Ballen expôs individual e coletivamente em diversas instituições internacionais, tais como George Eastman House, Rochester, exposição retrospectiva nomeada finalista na categoria de melhor exposição de 2010 do Lucie Awards, considerado o Oscar da Fotografia; Gagosian Gallery, NY, uma das diversas galerias de arte que o representa; Sala Rekalde, Bilbao; Berlin Biennial; Wurttembergischer Kunstverein, Stuttgart; Sydney Biennale, Australia; National Library of Australia; PhotoEspana, Madri, onde recebeu o prêmio de melhor livro monográfico em 2001; Iziko South African National Gallery, Cidade do Cabo; State Museum of Russia, São Petersburgo; Bozar, Brussels; Hasselblad Center, Gutenberg; Kunsthaus, Zürich; Triennale, Milan; Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris; Festival de la Photographie d’Arles, onde foi selecionado como fotógrafo do ano de 2002; Biblioteque Nationale, Paris; Noordelicht, Amsterdã; Kunstal Museum, Rotterdã; BIP 2010, Biennale internationale de la Photographie, Liège, Haus der Kulturen der Welt, Berlin; Victoria and Albert Museum, Londres; Zacheta National Gallery, Varsóvia; New Museum, MoMA-NY etc. Suas exposições individuais figuraram entre as Top 10 Exhibitions da ArtForum, nos anos 2002 e 2004.

 

As fotografias de Roger Ballen fazem parte das coleções: MoMA, NY; Brooklyn Museum, NY; Museum of Fine Arts, Houston; Centre Georges Pompidou, Paris, França; Maison Européenne de la Photogrpahie e Musée Nicephore Niepce, França; Fotomuseum, Munique, Alemanha; Victoria & Albert Museum, Londres, Inglaterra; Stedelijk Museum, Amsterdã, Holanda; Hasselblad Center, Gothenburg, Suécia, entre outros.

 

 

Exposição: De 03 de outubro a 02 de dezembro.

 

Palestra: No dia 04 de outubro, às 19h30, haverá uma palestra de Roger Ballen, no Parque Lage, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ.

25 anos da Multiarte

03/out

A Galeria Multiarte, Fortaleza, CE, em comemoração aos seus 25 anos de atividades profissionais, apresenta a exposição de Luciano Figueiredo denominada “Do Jornal à Pintura”. Quando surgiu, em 1987, a Multiarte iniciava suas atividades com uma proposta diferenciada: mostrar na cidade exposições de importantes artistas brasileiros e, assim, apresentar suas obras para os visitantes cearenses, entre estudantes, professores, amantes da arte e novos colecionadores, a maioria distante dos espaços expositivos dos grandes centros. Para a abertura do espaço, realizou uma retrospectiva de Antonio Bandeira, com exibição de pinturas e desenhos do consagrado artista. Nesse tempo de atuação apresentou 31 exposições, publicou 31 catálogos, a maioria esgotados, hoje referências bibliográficas para estudiosos da arte brasileira.

 

A exposição de Luciano Figueiredo, “Do Jornal à Pintura”, recebe título análogo à grande mostra realizada no Musée Departamental de GAP, na França, em 2005, com a edição de um extraordinário catálogo com textos de Chris Dercon, Marcelin Pleyner e Frédérique Verlinden. A exposição é composta de 44 obras, selecionadas entre pinturas e objetos tridimensionais, executadas entre os anos de 1984 a 2012. O artista fará uma palestra na galeria, para convidados, no dia 3 de outubro e terá como atividade complementar a exibição, durante o período da mostra, os filmes: LIVRO-FILME,  FILME-LIVRO, e FILME-POEMA, todos de 2010 e assinados em co-autoria por André Parente e Kátia Maciel e poema de Antonio Cícero.

 

Sobre o artista

 

Luciano Figueiredo – artista, designer e curador – mantém uma coerência ímpar no seu trabalho, de caráter experimental. Firmou-se como um dos expoentes no movimento da chamada contracultura no Brasil, na década de 1970. Seus projetos gráficos são referência e sua participação na histórica publicação “Navilouca”, em 1975, foi definitiva. Com uma vasta biografia, exibiu suas criações em renomados espaços públicos e privados, no Brasil e no exterior. Entre as mais recentes apresentações, destaca-se a mostra multimídia apresentada em 2010, no espaço Oi Futuro, Rio de Janeiro: “Livro de Sombras 2”. O projeto foi uma exposição do livro-objeto de Luciano Figueiredo, realizado entre 2007-2008, do poema de Antonio Cícero, parte do mesmo livro, e de filmes dos artistas Kátia Maciel e André Parente. A exposição integrou pintura, cinema e poesia em um mesmo espaço-tempo, no qual o movimento de uma obra interfere na outra: a temporalidade da montagem do livro como filme, do filme como livro e da leitura como poesia, com a curadoria de Alberto Saraiva.

 

Participou de inúmeras bienais – a partir de 1967 – e de mostras coletivas como “Transfutur, Kunstetage Kassel”, Kassel, Alemanha, 1990; “Marginália 70”, Itaú Cultural, São Paulo, 2001; e, mais recentemente, “Dessin, Couleur, etc.”, Galerie des Docks, Nice, França, 2011. Destacou-se como cenógrafo de teatro e cinema. Seu nome está intimamente ligado ao de Hélio Oiticica, pois foi fundador do Projeto HO; grande estudioso da obra de Oiticica, é hoje um das maiores referências sobre o artista, com publicações no Brasil e no exterior. Como curador trabalhou para instituições como: Witte de With, Center for Contemporary Art, Roterdã, Holanda; Galerie Nationale Du Jeu de Paume, Paris, França; Fundació Antoni Tàpies, Barcelona, Espanha; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal; Walker Art Center, Mineápolis, USA; Fundação Bienal de São Paulo, São Paulo, e MAM, Rio de Janeiro, RJ.

 

Até 01 de dezembro.

Ponto Cego/Miguel Rio Branco

27/set

Carro-doce

“Ponto Cego”, individual de Miguel Rio Branco, é uma das principais exposições de artes visuais realizadas pelo Santander Cultural, Porto Alegre, RS, em 2012. São 110 criações que representam a multiplicidade do artista, possuidor de um domínio no emprego de cores, fato de reconhecimento internacional como uma das maiores manifestações poéticas da arte contemporânea.

 

O recorte de obras produzidas entre 1986 e 2012 atesta o vigor da expressão criativa de Miguel Rio Branco. Trata-se de quase cinco décadas de criação do artista que nasceu na Espanha, em 1946, uma diversida poética da imagem e da fotografia que permitem refletir sobre o seu trabalho.

 

Paulo Herkenhoff, crítico de arte e curador da exposição, selecionou obras que traduzem a extensa produção fotográfica, pictórica, fílmica, de livros e projetos do artista. A disposição dos trabalhos não obedece ordem cronológica ou temática e muito menos por técnicas. A montagem é organizada para propiciar ao público um contato com o esforço vital do artista na elaboração de sua expressão.

 

Sobre o artista

 

Brasileiro nascido por acaso nas Ilhas Canárias, na Espanha (é filho de um diplomata, além de neto do gênio carioca das artes gráficas Jota Carlos), Miguel Rio Branco é frequentemente descrito como o único fotógrafo do país a integrar a agência Magnum. As fotos de Miguel Rio Branco são frequentemente mostradas em exposições e revistas internacionais e estão documentadas em 4 livros: “Dulce Sudor Amargo ” (85, México), “Nakta”, com poema de Louis Calaferte (96-Paraná), “Miguel Rio Branco” com ensaio de Davi Levi Strauss (ed. Apertur/ Cia das Letras) e “Silent Book” (ed. Cosac Naify) em 98.

 

Como pintor, realizou duas exposições, em 1964 na Galeria Alikerkeller, Berna, Suiça e em 1989, na Galeria Saramenha, Rio de janeiro, RJ. O artista já dirigiu 14 curtas-metragens e fotografou 8 longas, muitos deles premiados. No Brasil, Miguel Rio Branco participou de mostras em várias cidades, participando inclusive da Bienal Internacional de São Paulo, nas edições de 1967, 1983 e 1998;  de exposições no MAM/RJ e na Bienal Internacional de Fotografia de Curitiba, PR, em 1996; mostra de arte no MAM/RJ na Eco -92. No ano 2000, realizou exposições na Grécia, França, Espanha, Bélgica e Estados Unidos e participou do módulo de Arte Contemporânea do evento “Brasil+500″. Em 2010 foi inaugurado o pavilhão Miguel Rio Branco em Inhotim, MG.

 

Até 11 de novembro.

Antonio Dias na Athena Contemporânea

20/set

Há 8 anos sem expor em uma galeria no Rio de Janeiro, Antonio Dias apresentará suas obras, pela primeira vez, na Galeria Athena Contemporânea, Copacabana, espaço dirigido por Filipe e Eduardo Masini.

 

Em mais uma parceria curatorial de Vanda Klabin e a galeria, Dias exibe uma série de dez dípticos. São fotografias, produzidas no final da década de 80, impressas sobre tela, a partir de originais em polaróide. No processo, o artista faz intervenções sobre a superfície da foto enquanto ela está se revelando. Em seguida, estas imagens são digitalizadas, passam por ajustes de cor e a impressão sobre tela se dá sob luz ultravioleta, que faz com que a tinta se texturize mais na superfície do suporte.

 

Expoente da arte brasileira nas últimas décadas, Antonio Dias é autor de uma intensa e marcante produção em diversos suportes, que tiveram início a partir dos anos 60, e o transformaram em referência na história da arte contemporânea internacional. A sensualidade, o mistério, a evolução e as mutações das obras, através das mudanças sociais, culturais e políticas, são marcantes na criativa e admirada trajetória do artista.

 

Sobre o artista

 

Antonio Dias participou em 1965 da emblemática mostra “Opinião 65″, no MAM-Rio, quando também realizava a sua primeira exposição individual na Europa, onde ganhou o prêmio de pintura na IV Bienal de Paris. Ainda, no mesmo ano, recebeu o Prêmio Jovem Desenho Brasileiro, do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

Com estes destaques conquistados já no princípio de sua carreira e ao se mudar em 1968 para Milão, e posteriormente, ter residência oficial em Colônia, na Alemanha (sem abandonar seu ateliê na cidade italiana e sua ligação com o Rio de Janeiro), o artista alcançou relevante projeção internacional. Ao longo de 40 anos, Antonio Dias realizou numerosas exposições individuais e participou de muitas coletivas no Brasil e no exterior. O artista é conhecido por expressar poesia, política, sexualidade e reflexões que tornaram sua produção singular marcante  no cenário contemporâneo internacional.

 

De 20 de setembro a 19 de outubro.

Milhazes encontra o público

19/set

Cabeça De Mulher

No próximo sábado, 22 de setembro, às 16h, Beatriz Milhazes, uma das mais importantes e valorizadas artistas brasileiras contemporâneas, participa, na CAIXA Cultural Rio de Janeiro, Centro, Rio de Janeiro, RJ, de um bate-papo com Carlos Martins, curador do departamento de gravuras da Pinacoteca do Estado de São Paulo, e com o público carioca, sobre sua produção, técnicas que utiliza e suas influências.

 

A palestra é uma oportunidade única de conhecer de perto um dos expoentes da arte contemporânea. O encontro terá entrada gratuita, com distribuição de senhas a partir das 13h.

 

Beatriz Milhazes está em cartaz na CAIXA Cultural com uma mostra de 17 gravuras de grandes dimensões pertencentes ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. .

 

A exposição “Beatriz Milhazes: Gravuras” fica em cartaz na Galeria 1 da CAIXA Cultural RJ, até 30 de setembro.

 

Sobre a artista

 

A pintora, gravadora, ilustradora e professora, Beatriz Ferreira Milhazes nasceu em 1960, no Rio de Janeiro, RJ. Formou-se em Comunicação Social, em 1981, pela Faculdade Hélio Alonso. Iniciou-se em artes plásticas ao ingressar na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, em 1980, onde mais tarde veio a lecionar e coordenar atividades culturais. Além da pintura, dedicou-se também à gravura e à ilustração. De 1995 a 1996, cursou gravura em metal e linóleo no Atelier 78, com Solange Oliveira e Valério Rodrigues.

 

Beatriz Milhazes participou das exposições que caracterizavam a Geração 80 – grupo de artistas que buscavam retomar a pintura em contraposição à vertente conceitual dos anos de 1970, e teve por característica a pesquisa de novas técnicas e materiais. Sua obra faz referências ao barroco, à obra de Tarsila do Amaral e Burle Marx, a padrões ornamentais e à art déco. Entre 1997 e 1998, foi artista visitante em universidades dos Estados Unidos. A partir dos anos 1990, destacou-se em mostras internacionais, nos Estados Unidos e Europa, e integra acervos de museus como o Museum of Modern Art – MoMa, Solomon R. Guggenheim Museum e The Metropolitan Musem of Art, em Nova Iorque.

O tempo na Tec-Tendler

Cinco artistas brasileiros e um belga, todos com reconhecimento e passagens internacionais, apresentam obras selecionadas na Galeria TeC – Tendler Contemporânea,  Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. Esta é a primeira promoção de mostra coletiva na galeria. A exposição “O que ultrapassa o tempo?” reúne seis obras dos seis artistas representados pela  representa: Luciano Pinheiro, Luk Vermeerbergen, Mariannita Luzzati, Mauricio Silva,  Monica Barki e Sidnei Tendler.

 

O conceito da exposição está baseado na quebra de paradigmas, modismos e movimentos que são usados para catalogar e classificar a arte sob uma perspectiva histórica.

 

Para a criação dessa mostra, foram visitados cada um dos ateliers dos artistas. Essas visitas individuais, resultaram na escolha de “… uma única obra para representá-los nessa exposição. Não nos preocupamos em mostrar trabalhos antigos ou recentes, escolhemos movidos pela paixão que nos une a Arte” –  como declara a galerista Carla Tendler.

 

Até 28 de setembro.

A poética de Julio Plaza

18/set

Chama-se “Julio Plaza, Construções Poéticas”, a exposição que a Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS, apresenta na sua Sala dos Pomares. Trata-se de uma revisão do escritor, gravador, artista intermídia, teórico e professor, Julio Plaza, artista nascido em Madrid,1938 e falecido em São Paulo, em 2003. Plaza é um artista importante tanto pelo conjunto de sua obra e seu interesse desbravador no campo da arte e tecnologia, como pelas gerações de artistas que influenciou em suas atividades didáticas exercidas no Brasil.

 

Vera Chaves Barcellos e Alexandre Dias Ramos respondem pela organização e curadoria da exposição propondo uma revisão expográfica inédita no RS de sua produção artística acrescida pelo aval de terem convivido ou estudado com o artista. A obra e a vida de Julio Plaza ainda não foram objeto de publicação e seus trabalhos permanecem pobremente reproduzidos. Programada para 2013, o MAC-USP, prepara uma grande exposição de sua obra.

 

Sobre o artista

 

Artista intersemiótico e com produção multimeios, pesquisador e expert em técnicas gráficas, Julio Plaza consolidou sua obra com pintura, desenhos e objetos ainda nos anos 60, sob o vetor construtivo. Desembarcou no Brasil pela primeira vez em 1967, integrando a representação espanhola que participou da 11ª Bienal Internacional de São Paulo, e como bolsista do Itamarati, para um estágio no ESDI, Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1969, ano em que realizou o “Livro-Objeto”, com o editor Julio Pacello. No contexto brasileiro foi um desbravador da arte interativa promovida pelo surgimento de novas tecnologias da comunicação. Trabalhou com videotexto, slow-cam TV, holografia, fax e computação digital, partilhando e influenciando gerações de artistas no campo da arte mídia e protagonizando o processo de hibridação artística dos meios na chamada cultura das mídias.

 

Autor de vários livros de artistas publicou com o poeta concretista Augusto de Campos, os célebres “Poemóbiles”, de 1968 e “Caixa Preta”, de 1975, volumes impressos que permitem ao leitor transformá-los em objetos poéticos tridimensionais e ainda o livro-poema “Re-Duchamp”, de 1976.

 

Julio Plaza teve grande atuação igualmente como organizador de exposições desde seu estágio na Universidade de Puerto Rico, onde lecionou de 1969 a 1973, ano em que se estabeleceu definitivamente no Brasil.

 

Contestador radical e bastante inconformado com o sistema da arte ao qual criticava de maneira sistemática foi autor de vários aforismos, entre eles: “Arte é um bem que faz mal.”

 

Até 14 de dezembro.

Esculturas de Isaque

Isaque Pinheiro, artista português, realiza sua segunda exposição individual na galeria Laura Marsiaj, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. Desta vez o artista ocupará os dois espaços expositivos, a galeria e o anexo, em uma mostra que contará com 7 esculturas realizadas com diferentes materiais: mármore, couro, aço inox e madeira.

 

O trabalho de Isaque Pinheiro floresce nos limites dos procedimentos hegemônicos da arte contemporânea.  Em sua obra coexistem rasgos de noção greco-romana, renascentista, iluminista e, com certeza, de uma narrativa contemporânea. De fato, o trabalho de Isaque Pinheiro rebela-se contra a própria historia recente da escultura, atendendo tanto ao seu passado como a seu presente, assumindo seus últimos logros sem abandonar a condição formal, o oficio de escultor.

 

Resulta evidente que a evolução escultórica desde o classicismo das estátuas até hoje tem sido um universo de desencontros, inclusive poderíamos falar que a escultura assume uma repetida traição a si mesma em cada novo passo que dá.

 

Tradicional em sua forma de “fazer”, Isaque Pinheiro resolve conceitualmente, desde a tensão própria da poesia, buscando a incongruência do objeto, sua condição abstrata ainda quando se trata de uma proposta figurativa.

 

De 29 de setembro a 27 de outubro.