Na Galeria Marcelo Guarnieri

29/jul

A artista plástica Mariannita Luzzati  apresenta “Panoramas“, série de pinturas na  Galeria Marcelo Guarnieri, Ribeirão Preto, São Paulo, SP. E sua atual exposição serão exibidos trabalhos recentes em grande escala que evocam a natureza na paisagem brasileira. Nessas obras a artista anula todos os vestígios da civilização restabelecendo as condições primárias da paisagem devolvendo suas fisionomias naturais. Em relação a essa sequência criativa da artista, assim se refere Gabriel Perez Barreiro: “Ao observarmos uma tela de Luzzati, vivenciamos a sensação dupla de familiaridade e surpresa. Se por um lado as pinturas são extremamente convincentes ao evocar lugares, climas e atmosferas, por outro lado também estamos simultaneamente cientes de seus artifícios, cores “não-naturais” e contraste. Essa alternância entre a sedução da imagem e nossa consciência de sua construção gera uma fricção produtiva que depende tanto de nossa vontade de acreditar na imagem, quanto da necessidade de compreendermos de que forma ela foi construída. As imagens de fato se alternam entre os dois hemisférios do cérebro, valendo-se de seus recursos. Embora a obra de Luzzati tenha sido amplamente discutida no que se refere ao tema, eu diria que, ainda mais importante, é sua articulação de três conceitos relacionados mas aparentemente contraditórios: conhecimento, crença e desejo”, Gabriel Perez Barreiro.
 

 

Sobre a artista
 

Mariannita Luzzati tem participado de importantes exposições em instituições brasileiras e estrangeiras, destacando: Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museum of London, Haus Der Kulturen Der Welt, em Berlim, Maison Saint Gilles, em Bruxelas, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Museu Nacional de Buenos Aires, Machida City Museum, em Tóquio, entre outros. Nascida em São Paulo, realizou sua primeira exposição individual em 1989, no Centro Cultural São Paulo, quando passou a ser representada pela Galeria Subdistrito. No mesmo ano, recebeu o primeiro prêmio do Salão Nacional de Artes Plásticas. Em 1993, recebeu o premio aquisição em mostra de gravura no Machida City Museum, em Tóquio e foi convidada a integrar o Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM, São Paulo. Um ano depois, foi selecionada para representar o Brasil na 22º Bienal Internacional de São Paulo, sendo posteriormente convidada a participar de exposições na Alemanha, França, Espanha, Estados Unidos e Inglaterra, onde vive desde 1994, representada pela Purdy Hicks Gallery.
 

Em 2010 Mariannita Luzzati idealizou o projeto “Cinemusica” junto ao pianista Marcelo Bratke que tem como foco abrir uma janela imaginária para o mundo sensível e contemplativo dentro de penitenciárias brasileiras por meio das artes visuais e música. O projeto foi apresentado em 10 penitenciarias brasileiras ,em 10 teatros do SESI no estado de São Paulo, no Brotfabrik,  Alemanha e no Queen Elizabeth Hall – Southbank,  Londres. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil e Londres.

 

 
De 02 de agosto a 09 de setembro.

 

WALTER DE MARIA

 

Morreu aos 77 anos nesta última quinta feira, dia 27 de julho, WALTER DE MARIA. Era, sem  a menor dúvida, um dos artistas vivos mais importantes do planeta. Foi uma pessoa  reclusa, avessa a fotos e entrevistas. Seu trabalho foi desenvolvido sobretudo para museus, preferindo realizar suas instalações ao ar livre, e em locações urbanas não convencionais. Sua obra mais notável e contundente, o “Lightning Field” (Campo de Forças), um trabalho de “land art” concebido entre 1971 e 1977 e instalado em uma planície desértica do Novo México, consiste em 400 estacas de aço inoxidável polido com 7m de comprimento,  fincadas meticulosamente na terra em um retângulo medindo um quilometro por uma milha, dentro de uma matriz geométrica rigorosa. Funciona como uma espécie de para raios, atraindo as descargas elétricas causadas pelas constantes tempestades dessa região desértica, utilizando a luz e o tempo como elementos do trabalho.

 

Alguns de seus trabalhos expostos no bairro do Soho em NY, como o “Broken Kilometer”  e o “Earth Room”, são instalações permanentes patrocinadas pela DIA Art Foundation. A primeira, realizada em 1979 , consiste em 500 barras cilíndricas de latão sólido, dispostas em 5 fileiras com 100 barras em cada, perfazendo o quilometro quebrado. Já o “Earth Room”, realizado em 1977, enche um apartamento com terra, amparada por uma parede de vidro que a  revela, e desta forma trazendo o elemento exterior para o interior. Sua instalação “Vertical Earth Kilometer”, consiste em uma única estaca de latão com 1 quilometro de comprimento e diâmetro de 2 polegadas, totalmente enterrada na terra na cidade alemã de Kassel, que hospeda as antológicas mostras “Documenta”, para a qual foi concebida em 1977, depois tornando-se exposição permanente. Outros de seus trabalhos, como “360°/IChing” (1981); “A Computer Wish Will Save Every Problem In The World/3-12 Polygon” (1984); “13, 14, 15 Meter Rows” (1985); “Apollo’s Ectasy” (1990) e “2000 Sculpture” (1992); encontram-se em diversos museus americanos. Em 1989, De Maria instalou uma esfera de granito na Assembléia Nacional em Paris, e em seguida, em 2000 e 2004 concebeu trabalhos para museus japoneses. Em 2002, foi apresentada em Munique, sua obra “Large Red Sphere”, pesando 25 toneladas.

 

Na exposição realizada na Menil Collection no Texas, Walter de Maria apresentou suas trilogias, expondo “The Statement Series” (1968-2011), consistindo em 3 pinturas minimalistas em vermelho, amarelo e azul, (2008/2011) nas quais ao centro uma placa metálica revelava uma frase, sob o mote: “A cor os homens escolhem quando atacam a Terra”. Em paralelo, apresentou “Triângulo, Círculo, Quadrado” (1972), onde as peças geométricas como se fossem canaletas, executadas em aço polido, continham uma esfera, para causar um distúrbio na pureza desses símbolos. Apresentou ainda sua obra “Bel-Air Trilogy” (2000/2011), onde utitizou 3 automóveis Chevrolet Bel-Air 1956, meticulosamente restaurados e pintados nas cores vermelha e branca, que eram trespassados por barras inseridas em suas cabines, paralelas ao eixo dos carros.

 

O artista, americano da Califórnia, nascido em 1935, mudou-se em 1960 para NY, e desenvolvia seu trabalho a partir do “Dada”, das artes conceitual e minimalista, e da “land art”. Sua obra procurava a extensão da arte ao contexto e às explorações entre a obra e o lugar em que se inserem, o que o tornou dos pioneiros e mais importantes artistas do movimento “land art”. Também foi músico percussionista, deixando diversas peças musicais, sendo integrante, nos anos, 60 da banda “The Primitives” em NY, e tendo ainda realizado dois filmes.

 

Walter de Maria foi um artista notável, dos maiores do seu tempo!
Afonso Henrique Costa
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Afonso Henrique Costa é colecionador, curador, marchand e consultor em arte. Nasceu e reside no Rio de Janeiro.

Julio Plaza Poética | Política

26/jul

 

O livro “Julio Plaza Poética | Política”, é uma cuidadosa publicação da Fundação Vera Chaves Batcellos, Viamão, RS, contemplada no Projeto Conexão Artes Visuais Minc/Funarte/Petrobras por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O primeiro lançamento ocorreu em Porto Alegre, no Santander Cultural, e o próximo será em São Paulo, no MASP. O lançamento será precedido das palestras de Inês Raphaelian, artista plástica, curadora independente, gestora e produtora cultural e Omar Khouri, poeta, artista gráfico, editor, historiador e crítico de linguagens.

 

 
Sobre o artista e os textos

 

“Julio Plaza Poética | Política” é a primeira publicação no Brasil dedicada ao artista e reúne textos assinados por artistas e pesquisadores como Alexandre Dias Ramos, o poeta Augusto de Campos, Cristina Freire, o filósofo espanhol Ignacio Gómez de Liaño, Regina Silveira, Vera Chaves Barcellos, além de um artigo de apresentação assinado pelo próprio Julio Plaza, artista falecido em 2003. Espanhol radicado em São Paulo desde 1973, Julio Plaza engajou-se em praticamente todos os desenvolvimentos tecnológicos das artes, do videotexto, à holografia, à arte digital, pioneiro que foi em várias dessas experiências, envolvendo novos suportes e novas mídias. O livro inclui imagens de suas obras, desde as primeiras criações nos anos 1960, na Espanha, até suas últimas produções no Brasil com cronologia do artista. O livro traz encartado um DVD com o documentário “Julio Plaza – o poético e o político”, de 30min.

 

 
Sobre o livro

 
A presente publicação visa suprir uma lacuna na quase inexistente bibliografia disponível sobre Julio Plaza, cuja obra permanece credora de estudo e pesquisa. A artista Regina Silveira (companheira de Julio Plaza entre 1967 e 1987) recupera em depoimento memórias pessoais da convivência nos primeiros anos de Julio Plaza no Brasil e de suas experiências na Universidade de Porto Rico. Vera Chaves Barcellos faz referência ao curso Proposições Criativas, realizado por Plaza, em 1971, em Porto Alegre, junto a um grupo de alunos do Instituto de Artes da UFRGS .Cristina Freire tece um panorama da arte no Brasil, onde insere Julio Plaza, vindo de uma tradição construtivista espanhola dos anos 1960, e destaca sua afinidade com o concretismo brasileiro. A obra construtivista de Julio é abordada em texto produzido na década de 60, ainda em época anterior a sua vinda para o Brasil, cujo autor é o então jovem poeta e filósofo espanhol Ignacio Gómez de Liaño. O poeta Augusto de Campos narra como foi seu encontro artístico com Julio Plaza, e como dele resultaram as obras em parceria como os célebres poemas-objeto “POEMÓBILES”, e também “CAIXA PRETA” e “REDUCHAMP”, livros de artista que brincam com os limites de texto e imagem, arte e literatura. A publicação contém também um extrato do depoimento do próprio artista sobre sua obra e trajetória, por ocasião da sua apresentação como candidato a professor assistente na ECA, USP, em 1994. O último capítulo é assinado por Alexandre Dias Ramos e destaca a exposição Julio Plaza: Construções Poéticas realizada em 2012, na Sala dos Pomares da Fundação Vera Chaves Barcellos.

 

 
Sobre o documentário

 
A publicação é acompanhada pelo vídeo “Julio Plaza – o poético e o político”, com direção de Hopi Chapman e Karine Emerich, da Flow Films, e foi produzido pela FVCB com apoio do MAC/USP, para a exposição realizada em 2012 na Sala dos Pomares. O documentário em média-metragem foi gravado na Espanha e no Brasil, traz depoimentos de artistas e intelectuais que conviveram com Julio Plaza. Compondo um interessante mosaico sobre a personalidade artística e a abrangente obra de Plaza, o documentário reconstitui sua trajetória desde as primeiras exposições, como a do grupo de vanguarda e novas tendências, Grupo Castilla 63 (realizada em 1963 na Espanha), sua vinda em 1967 ao Brasil, integrando a representação espanhola para a 11ª Bienal Internacional de São Paulo, e sua transferência em 1969 para Porto Rico, onde organiza uma das primeiras mostras de arte postal das Américas e também quando inicia sua atividade de professor, na qual permaneceria, posteriormente, no Brasil, até o fim de sua vida, ligado à ECA/USP, FAAP, PUC/SP e UNICAMP, formando e influenciando gerações de artistas. Vera Chaves Barcellos gravou pessoalmente em Madrid os testemunhos de Luis Lugán, precursor da arte tecnológica espanhola; de Julián Gil, veterano artista expoente do concretismo espanhol e Ignacio Gómez de Liaño, escritor e filósofo, todos, de uma maneira ou outra, vinculados à arte experimental e às vanguardas poéticas espanholas da década de 1960. No Brasil, foram gravados depoimentos das artistas Regina Silveira, Lenora de Barros, e Inês Raphaelian além do fotógrafo gaúcho Clóvis Dariano. E ainda Cristina Freire, pesquisadora e vice-diretora do MAC-USP, Gabriel Borba, artista e professor de artes da USP, Martin Grossman, pesquisador e diretor do IEA-USP e Ana Tavares, artista e professora da ECA-USP, além de Augusto de Campos.

 

 

Sobre o lançamento

 

A publicação “Julio Plaza Poética|Política”, tem projeto gráfico da Roka Estúdio, 160 páginas,versões em inglês e espanhol e tiragem e distribuição limitadas. O livro não está disponível à venda. Em São Paulo o lançamento será no dia 30/07, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, com as palestras de Inês Raphaelian e Omar Khouri.

Alexandre Mury, Fricções históricas

19/jul

 

A Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, exibe em sua Galeria 1, a exposição“Fricções históricas”, mostra individual do artista plástico Alexandre Mury, com curadoria de Vanda Klabin e coordenação geral do marchand Afonso Costa. Nessa que será a primeira mostra institucional individual do artista, o espectador terá a oportunidade de conferir um panorama de imagens que, muito mais que se prestarem ao julgamento estético, instigam e provocam a reflexão sobre temas extremamente presentes. Os trabalhos de Mury evocam questões antropofágicas de autoria, tais como cópia, citação, releitura, recriação, crítica, apropriação, paródia, pastiche, já que ele trabalha a partir de obras consagradas, canônicas, portanto, de rápido reconhecimento. Sua proposta faz, assim, a discussão enveredar pelo questionamento do próprio papel da obra de arte em nossa sociedade.

 

A exposição “Alexandre Mury | Fricções históricas” apresenta um vídeo e 42 fotografias em grandes formatos, metade delas inéditas, todas protagonizadas pelo próprio artista, com provocativas releituras de obras consagradas da história da arte, ícones da cultura e do imaginário coletivo. São releituras do olhar único de Mury, que desenvolve um estudo não linear da história da arte, percorrendo do renascentista ao contemporâneo, passando pela Antiguidade e indo ao moderno. Uma das obras inéditas bastante esperadas para esta exposição é a versão de Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. Para aparecer em sua leitura da obra renascentista, Mury raspou o cabelo, a barba e as sobrancelhas.
A alquimia poética que envolve os trabalhos de Alexandre Mury tem a capacidade de nos trazer questionamentos, inquietações, provocações e até um insistente desconforto aliado às ambiguidades de um prazer libidinoso. Desdobrar-se e despersonalizar-se ao estabelecer o seu eu como centro de todas as suas obras, por meio de um procedimento descontínuo e lacunar, gerado ao transformar a própria imagem constantemente e introduzir o seu ser como agente de suas investigações históricas, é exatamente a junção de acontecimentos que o torna portador de uma experiência artística bastante singular, diz a historiadora de arte e curadora da exposição, Vanda Klabin.

 

 

Sobre o artista

 

Alexandre Mury nasceu em São Fidélis, RJ, 1976, onde reside. Artista por vocação, desde criança desenhou e pintou e aos 16 anos começou a fotografar. Em 1997, ingressa na Faculdade de Filosofia de Campos cursando Publicidade e Propaganda, que conclui em 2001. Lecionou em algumas faculdades entre 2003 e 2006, nos cursos de Comunicação Social e Design Gráfico. Atuou profissionalmente como diretor de arte em agências de publicidade de 2001 até 2010. Desde então, dedica-se exclusivamente ao trabalho de fotografia, participando de importantes coleções, como as de Gilberto Chateaubriand e Joaquim Paiva.

 

 

Sobre a curadora

 

Vanda Klabin é historiadora de arte, curadora de diversas exposições de arte e autora de artigos e ensaios sobre arte contemporânea. É formada em Ciências Políticas e Sociais, pela PUC-Rio e em História da Arte e Arquitetura pela Uerj. Fez pós-graduação em Filosofia e História da Arte, PUC-Rio. Nasceu, vive e trabalha no Rio de Janeiro.

 

 

De 20 de julho a 8 de setembro.

Lançamento e sessão de autógrafos

17/jul

A Mercedes Viegas Arte Contemporânea, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, recebe em seu espaço para o lançamento do livro “Palácio: Alvaro Seixas, Hugo Houayek, Rafael Alonso” e uma sessão de autógrafos com os artistas. Na noite do evento será realizada também uma mostra relâmpago com obras dos três artistas. Alvaro Seixas é representado pela galeria, onde realizou mostra individual em 2012.

 

“Palácio” foi uma exposição que ocorreu nos meses de outubro e novembro de 2012, no Palácio Gustavo Capanema, Rio de Janeiro, com obras de Alvaro Seixas, Hugo Houayek e Rafael Alonso. Foram apresentados trabalhos concebidos especificamente para o mezanino do edifício, pensa­dos para estabelecerem um diálogo entre si e o prédio. A exposição resultou de projeto concebido pelos três artistas, contemplados com o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea2011, Projéteis Funarte de Artes Visuais Rio de Janeiro.

 

O livro “Palácio: Alvaro Seixas, Hugo Houayek, Rafael Alonso” consiste não apenas de um catálogo que documenta e investiga exaustivamente a mostra em questão, mas explora também as produções individuais dos três artistas, a partir de imagens de algumas de suas mais significativas obras anteriores e de entrevista realizada com os artistas pelo crítico e curador de arte Felipe Scovino e pelo artista e crítico de arte Fernando Gerheim. A publicação conta com as versões em inglês dos textos originais em português.

 

 

Sobre os artistas

 

Alvaro Seixas, Rio de Janeiro, 1982, é artista visual. Atualmente cursa doutorado em linguagens Visuais no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes na Universidade Federal do Rio de Janeiro, pela qual é Mestre, na mesma linha de pesquisa. Graduou-se em Pintura na mesma instituição. Em suas obras e escritos explora principalmente as noções de “pintura”, “abstração” e “apropriação”. Em 2011, publicou o livro Sobre o Vago – Indefinições na Produção Artística Contemporânea, pela editora Apicuri.

 

Hugo Houayek, Rio de Janeiro, 1979, é artista visual com mestrado em Linguagens Visuais no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes na Universidade Federal do Rio de Janeiro, graduado em Pintura na mesma instituição.
Desenvolve uma pesquisa artística sobre o campo pictórico, suas margens e limites, en­tendendo a pintura, em suas próprias palavras, “como um corpo que nos olha incessantemente”. Publicou em 2011 o livro “Pintura como Ato de Fronteira – o confronto entre a pintura e o mundo”, também pela Editora Apicuri.

 

Rafael Alonso, Niterói, 1983, é artista visual. Cursa o mestrado em Linguagens Visuais no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Graduou-se em Pintura na mesma instituição. Em seus trabalhos, propõe negociações entre a pintura e o cotidiano.

 

Data: 18 de julho, 19h.

 

 

MURILO CASTRO EXIBE MARIA LYNCH

05/jul

 

 

Maria Linch realiza a exposição individual denominada “Instalação Macia” na Galeria Murilo Castro, Savassi, Belo Horizonte, MG. O destaque é uma grande instalação na sala principal da galeria, a mostra, que já passou pelo Paço Imperial, Rio de Janeiro, conta também com duas telas e três objetos flutuantes. A instalação encobre toda a sala, do chão ao teto, de objetos macios, pelúcias, veludos, rendas, e perde-se a dimensão e divisões do ambiente, misturando o erótico e o lúdico, o gozo e a culpa.

 

“O trabalho se instaura entre o feminino e o lúdico, entre o erótico e uma repulsa à realidade. Existe nessas figuras femininas uma projeção de um ideal de mulher e ao mesmo tempo o apagamento da identidade, como uma questão existencial, falando dessa ausência/falta. Essas contradições e ambivalência geram ansiedade e angústia. Recrio uma ficção, uma alegoria, um excesso junto a fragmentos do imaginário, sublimando o real numa lógica particular.”, assim define seu trabalho a própria Maria Lynch.

 

“A artista, não por acaso, escolhe cores vibrantes e cenicamente compõe um quarto de criança, um ambiente “alegre”, que mentes mais ingênuas julgariam como propício para a brincadeira. O fato é que a forma dos objetos a serem manipulados nega a aparência meiga e delicada que a imagem daquele ambiente pode supor. É nessa ambiguidade que Lynch está interessada”, revela o crítico Felipe Scovino. E completa: “A obra de Lynch pede uma fenomenologia dos sentidos porque é tão visual quanto tátil. Na ativação dessas ambiguidades, a proliferação desses objetos fricciona um lugar que fica entre a adoração, o refúgio e a culpa. Não se trata de uma obra meramente participativa ou erótica, mas de como perversão, erotismo e aspectos lúdicos vão se contaminando, se apropriando e se misturando nessa obra, sobrando para nós uma atitude de perplexidade e encantamento. Um sorriso amarelo, talvez. Mas nunca descaso. Lynch aponta os paradoxos de uma sociedade (hipócrita) e as suas ambiguidades sexuais; o espectador agora está defronte do cotidiano que ele mesmo criou, dos elementos e perversões que ele glorifica e de que necessita”.

 

Sobre a artista

 

Maria Lynch nasceu no Rio de Janeiro em 1981, onde vive e trabalha. Formada pela Chelsea College of Art and Design, Londres, onde concluiu pós-graduação e mestrado em 2008. Entre suas principais exposições estão, “The Jerwood Drawing Prize” com itinerância por Londres e outras cidades da Inglaterra, em 2008. “Nova Arte Nova” no CCBB, RJ e São Paulo, também em 2008. Em 2009, foi a artista convidada para o “Salão Paranaense”, em Curitiba, e apresentou a performance “Incorporáveis” no Oi Futuro e no SESC 24 Horas, Pier Mauá, no Rio de Janeiro. Em 2010, foi convidada para a exposição coletiva ‘] entre [‘ na Galeria IBEU e foi contemplada com o Prêmio Marcantônio Vilaça, Funarte com exposição no MAC de Niterói. Em 2011 participou da 6º Bienal de Curitiba, VentoSul. Em 2012 apresentou a instalação “Ocupação Macia” no Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ, e realizou a performance “Incorporáveis” no MAM-RJ. Foi convidada para fazer a residência artística na Bordalo Pinheiro, em Portugal e no mesmo ano a expor Barbican na exposição coletiva Creative Cities, nas Olimpíadas de Londres. Além destas, participou da exposição individual na galeria Marília Razuk, São Paulo, SP. Em 2013 fez exposição individual na Galeria Anita Schwartz, Rio de janeiro, RJ, e contemplada com a bolsa do Itamaraty para uma residência em Lima para 2014. Foi comissionada para fazer uma obra para a Fundação Getúlio Vargas, na nova sede do Flamengo. A artista tem obras em importantes coleções, como o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Committee for Olympic Fine Arts 2012, Londres, Coleção Gilberto Chateubriand, Ministério das Relações Exteriores – Palácio do Itamaraty, DF e Fundação Getúlio Vargas, RJ. Em agosto, Maria Lynch segue para Nova York, onde fará uma residência na Residency Unlimited. A instituição tem o objetivo de fomentar a criação e difusão da arte contemporânea, oferecendo uma experiência multifacetada. Em janeiro, a artista continua na cidade para estudar na New York Art Residency and Studios (NARS).

 

Até 27 de julho.

A representação do nu

 

 

 

 

A Galeria Lume, Itaim Bibi, São Paulo, SP, inaugura a exposição “O Acervo do Nu”, com trabalhos dos fotógrafos Gabriel Wickbold e Gal Oppido, além do artista plástico Florian Raiss. A curadoria da mostra é assinada por Paulo Kassab Jr. Por meio de fotografias, esculturas e desenhos, a mostra apresenta algumas das mais diversas representações do corpo humano na arte contemporânea brasileira. Historicamente, entre os séculos XVI e XVIII, a representação do nu, através de modelos vivos, está fortemente relacionada às escolas de arte, com o desenho técnico e os estudos de anatomia. A idéia da “beleza ideal” clássica começa a se incluir nesse contexto a partir do século XIX, principalmente em esculturas. Especialmente no Brasil, neste período, surgem as diversas percepções da figura do corpo nu, tanto mais abstratas como realistas.

 

Entre as fotografias expostas, Gabriel Wickbold propõe a interação entre homem e natureza, em um ambiente onde o corpo se comporta meramente como base “limpa” ao inevitável domínio da natureza. Apesar da forte relação com a temática da influência humana sobre o ambiente, as questões fundamentais em suas obras são filosóficas, interiores. As imagens fazem referência à arte figurativa grega, em razão das cores, da força dos personagens e do realce à observação direta dos corpos.

 

Por sua vez, Gal Oppido investiga as ações da natureza como definidora da expressão corporal. O artista explora essas influências sobre o corpo e todas as suas possibilidades. Nas obras expostas, Gal fotografa corpos que saem do seu contexto habitual e interagem com formas e objetos influenciados pela força da gravidade.

 

Já as esculturas de Florian Raiss dão forma a figuras quadrúpedes, despertando um aprofundamento acerca do corpo e da dualidade da condição humana. A discussão suscitada em seu trabalho relaciona-se com a tese do ser humano em oposição ao seu “eu primitivo”, aborda o domínio nos impulsos de nutrir os traços que o diferenciam do animal.

 

De 11 de julho a 09 de agosto.

Novas Apostas

03/jul

 

A Galeria Laura Marsiaj, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a mostra “Idolatria Vã”, que reúne obras de novas apostas da arte pictórica, incluindo Camila Soato, indicada ao “Prêmio Pipa 2013″. Idolatria Vã foi, historicamente, um medo da religião católica de substituição dos deuses por imagens que fossem idolatradas. Na mesma época, na história da pintura, no século XX, foi solicitada a autonomia da obra, uma espécie de aniquilamento da imagem, mas a idolatria sobre a forma continuou. “Hoje, percebemos que os ídolos são outros, anônimos, banais”, afirma o curador e crítico de arte Marcelo Campos.
Embalados pelo tema proposto é que novos artistas apresentam seus trabalhos na Galeria Laura Marsiaj. Na mostra “Idolatria Vã”, será conhecido o talento desvendado por Marcelo Campos através de um ano de acompanhamento dos trabalhos de três artistas selecionados: os jovens pintores Bruno Drolshagen e Rodrigo Martins, mais Camila Soato, Pablo Lobato e a espanhola Irene Grau, que apresentarão uma bela e recente produção em torno da pintura figurativa, dialogando entre si.

 

Na escolha dos trabalhos, evidenciaram- se características comuns entre os artistas como o estranhamento diante da paisagem, um interesse por retratar pessoas e cenas banais, além da narrativa fantasiosa. Segundo Marcelo Campos, também agregam-se elementos afetivos distantes, domesticidades, estrangeirismos, e os efeitos de luz nas pinceladas. São 20 telas, em óleo e acrílico e 3 fotografias de Pablo Lobato, que serão apresentadas no anexo da galeria seguindo as particularidades da mostra.

 

Até 25 de julho.

 

Dois momentos: Caio Reisewitz e Saint Clair Cemin

25/jun

 

 

 

 

A Luciana Brito Galeria, Vila Olímpia, São Paulo, SP,  inaugurou as exposições “Tudo Vazio Agora Cheio de Mato”, fotografias de Caio Reisewitz, e “Fotini”, esculturas de Saint Clair Cemin. Reisewitz exibe uma seleção de nove obras sob uma narrativa inédita. Em outro espaço da galeria, Saint Clair Cemin volta para apresentar “Fotini”. Artista radicado nos Estados Unidos, Saint Clair é conhecido por lidar com uma diversidade de figuras, materiais e estilos de formas inusitadas e dramáticas.

 

Caio Reisewitz tem como objetivo mostrar um novo enfoque de pesquisa. Sem deixar de salientar sua preocupação com a ação e poder do homem, desta vez ele trabalha os espaços arquitetônicos, resgatando interiores de projetos históricos modernos ou católicos barrocos. De acordo com o próprio artista: “procuro registrar monumentos arquitetônicos brasileiros representativos e, a partir daí, pratico um exercício de reflexão e intervenção orgânica”. Esse processo criativo de fotomontagem intefere na história, transformando o registro e submergindo seus atributos originais.

 

Saint Clair Cemin exibe “Fotini”, nome próprio grego de mulher que, do ponto de vista etimológico, vem da palavra φως [fos – luz] e significa aquela que nasce da luz. A exposição empresta seu título da obra homônima, um martelo de aço de proporções agigantadas preso em uma caixa de vidro. Concebida como um dueto exclusivo, a exposição só se completa com outra escultura também de símbolo feminino,” Venus-Delilah”, uma tesoura em bronze, aberta, arrematada por formas marinhas e fixada em um altar de concreto.

 

Até 17 de agosto

Claudia Melli na Galeria Eduardo Fernandes

23/jun

 

O canto à capella é aquele entoado sem o uso de qualquer instrumento. Voz solitária. Esta remissão a um tipo de canto que nos endereça um chamado para um estado de quietude e interiorização pode ser visto como um gesto, mesmo que prosaico, que caminha na contramão de um mundo atual perpassado pelo ruído incessante. É desta natureza, mais próxima do murmúrio, de que nos fala as obras de Claudia Melli expostas desde o dia 19 de junho na Galeria Eduardo Fernandes, Vila Madalena, São Paulo, SP,  na mostra “Capella”.

 

 

Antes de qualquer gesto interpretativo é preciso recordar o processo de realização dos trabalhos da artista no que tange a técnica. Lembremos que o termo técnica,para os gregos antigos, significava arte. Ou seja, a téchne estava intimamente ligada ao processo de construção de uma poética, como mais tarde vai retomar Heidegger em seu texto “A Questão da Técnica”. Assim, as escolhas “técnicas” do artistas estão intimamente ligadas ao “conteúdo” da obra.

 

 

Quando enxergamos de longe um trabalho de Claudia cremos que estamos diante de uma fotografia. É somente um olhar mais atento e próximo que vai revelar que não se trata de uma foto, mas sim de desenho com nanquim sobre vidro. Esta conquista de um estado ilusório se dá através da alta precisão do desenho, do contraste entre o preto e o branco, entre claro e escuro. Mas o que tal técnica quer dizer, o que significa desenhar com nanquim sobre vidro no lugar de fotografar, mas ainda assim evocar o ato fotográfico? Esta pergunta é importante para chegarmos ao sentido do trabalho. O tempo que leva para a realização de cada obra (sempre única e não reprodutível), a concentração e o cuidado exigidos, o preciosismo que tal método demanda, todos estes elementos rimam com trabalhos nos quais a solidão se faz presente, nos quais nunca há presença de seres humanos.Tal modo de fazer encontra eco nos espaços vazios, permeados por presenças ausentes, ou mesmo paisagens que evocam certa melancolia, lembranças de um lugar já visto. Aí reside o parentesco com a fotografia, símbolo daquilo que congela um tempo e deflagra uma memória palpável de algo que já passou.

 

 

Sobre a artista

 

 

Nasceu em São Paulo, SP, 1966. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Frequentou diversos cursos no Parque Lage, tendo como professores Luiz Ernesto, Fernando Cochiaralle, Charles Watson entre outros. Realizou exposições individuais em 2012,  “Entre o Perto e o Distante” na Galeria HAP – Rio de Janeiro, RJ, 2011, “Tudo da vida é um país estrangeiro” na Galeria Eduardo Fernandes – São Paulo, SP, 2010, “Série Azul” na Galeria Penteado – Campinas, SP, 2008, “ONDE” no Durex Arte Contemporânea – Rio de Janeiro, RJ e em 2005, “Série verde” no Instituto Arte Clara – Rio de Janeiro, RJ.Participou de importantes exposições coletivas no Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Iorque, e na Galeria A. Kunstandel – OSLO, Noruega, além de espaços institucionais como o Museu da República e Casa França-Brasil, ambos no Rio de Janeiro, Brasil. A artista possui obras na Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM-RIO, Col. Banco Santander, Col. Banco Espírito Santo, Brazil Golden Art Investimentos, Artur Lescher, Heitor Martis e Fernanda Feitosa.

 

 

Até 08 de agosto.