Mulheres no CCBB

14/jun

“ELLES: Mulheres artistas na coleção do Centro Pompidou” é um dos cartazes do Centro Cultural Banco do Brasil, CCBB, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Trata-se de uma exposição de obras de artistas mulheres da coleção do Centro Georges Pompidou/ Musée National d’Art Moderne, Paris, França, que abriga a maior coleção de arte contemporânea da Europa. O recorte apresenta desenhos, instalações, pinturas, esculturas, fotografias e vídeos de mais de sessenta artistas pioneiras que revolucionaram, cada uma a seu modo, os conceitos artísticos de seu tempo. Com humor, desprezo, sensualidade e ambigüidade, essas mulheres representam os principais movimentos de Arte Moderna, desde a abstração às questões contemporâneas mais prementes. A curadoria é assinada por Emma Lavigne e Cécile Debray e a organização geral é do próprio Centro Pompidou.

“ELLES” percorre a trajetória da arte contemporânea produzida por mulheres e oferece ao espectador diferentes ângulos de visão – oportunidades para explorar distintas visões e perspectivas a partir do universo de cada criadora. Muitas delas, inclusive, estão representadas em mais de uma seção, devido às características de determinadas obras.

 

As seções e as artistas

 

A primeira seção, “Tornar-se uma artista”, homenageia a pioneira Sonia Delaunay e está subdividida em três subseções: Pioneiras (obras das homenageadas e da portuguesa Maria Helena Vieira da Silva), “A parte do inconsciente” apresenta as surrealistas, com obras de Marie Laurencin, Dorothea Thanning e Germaine Dulac, entre outras e “Questionando o gênero”, trabalhos de Valérie Belin, Suzanne Valadon, Pipilotti Rist e outras.

 

“Abstração colorida/abstração excêntrica”, a segunda seção, também é dividida em três partes. Na primeira, “Excêntrica”, obras de Louise Bourgeois, Joan Mitchell e Maria Helena Vieira da Silva; “Colorida” abriga trabalhos de Marthe Wéry e Aurélie Nemours; e “Espaços infinitos”, a terceira subseção, contempla as artistas Geneviève Asse e Vera Molnar.

 

A terceira seção, “Feminismo e a crítica do poder”, talvez a mais provocativa e polêmica,  reúne a maior parte das obras. A subseção “Pânico genital”, subdividida em “Espaço doméstico” e “Reflexão”, apresenta trabalhos de Orlan, Nikki de Saint Phalle, Sonia Andrade, Hanna Wilke e outras. Na subseção “Enfrentando a história”, as brasileiras Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino e Letícia Parente dividem a cena com Sigalit Landau e Marta Minujin.

“Musas contra o museu”, a terceira subseção, reúne ainda o vídeo “Museum Highlights: a gallery talk”, de Andrea Fraser, de 1989, o painel “Guerrilla Girls” (que será produzido no Brasil) e trabalhos das artistas Agnès Thurnauer e Sherrie Levine.
Na quarta seção, “O corpo”, o público pode conferir os trabalhos de artistas como Nan Goldin, Eleanor Antin e Carolee Schneemann, entre outras.

 

Em “Narrativas”, a quinta e última seção, figuram obras de Sophie Calle, Annette Messager e das brasileiras Rosângela Rennó e Rivane Neuenschwander, entre outras.

 

Sucesso desde o lançamento em Paris, em 2009, a exposição “ELLES: Mulheres Artistas na coleção do Centro Pompidou” foi exibida em Seattle, EUA, entre outras cidades.

 

 

Até 14 de julho.

Vanda Klabin Seleciona

A Galeria Athena Contemporânea, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a mostra coletiva “Entrecruzamentos”. A exposição, com curadoria de Vanda Klabin, terá como tema o corpo e apresentará fotografias de oito artistas importantes do cenário da fotografia contemporânea brasileira, entre eles Alaír Gomes, Alexandre Mury, Brígida Baltar, Eduardo Masini, Paulo Bruscky, Raquel Versieux, Raphael Couto, Yuri Firmeza e Rodrigo Braga. A mostra está no circuito do FotoRio 2013, Encontro Internacional de Fotografia do Rio de Janeiro.

 

“As fotografias não são somente pontos de referência, muitas vezes elas são detonadoras de ideias”. A frase de Francis Bacon, segundo Vanda Klabin, explica sobre o projeto de organizar a coletiva. Ela conta que o conjunto de obras proposto é um painel significativo de artistas atuantes no cenário da fotografia: “ – Essa mostra nasceu de um diálogo visual entre os trabalhos aqui apresentados, tendo o corpo como elemento constitutivo para sua realização, como um fluxo poético em suas múltiplas enunciações e desdobramentos conceituais, primordiais para a constituição do imaginário contemporâneo”, afirma Vanda.

 

Sobre os artistas

 

 

Alair Gomes – O artista teve uma sala em sua homenagem na Bienal de São Paulo do ano passado e em 2009, teve uma exposição individual na MEP, Maison Européene de la Photographie.

Alexandre Mury – Vai realizar exposição individual na Caixa Cultural, Rio de Janeiro, em julho e tem obras no acervo do Museu de Arte do Rio e no MAM-Rio.

Brígida Baltar – Fez uma exposição individual nas Cavalariças do Parque Lage em 2012 e participou de uma exposição em abril no MAM, Salvador, Bahia.

Eduardo Masini – Realizará exposição individual no Museu Inimá de Paula, Belo Horizonte, MG, em agosto deste ano.

Paulo Bruscky – Realizou uma exposição no Laboratório Interactivo de Arte, Ciencia y Tecnologia – Plataforma Bogotá, Colômbia, onde teve seu trabalho discutido. Tem obras no acervo da Tate e MOMA.

Raphael Couto – Participou da exposição “A imagem em questão”, Parque Lage, 2012.

Raquel Versieux – Fez uma residência na Croácia com o lançamento de um livro chamado “Neven” e acabou de participar do Rumos Itaú Cultural, no Paço Imperial

Rodrigo Braga – Participou da Bienal de São Paulo em 2012 e após ganhar o prêmio ICCO SP-Arte 2013, cumprirá período de residência em NY no RU, Residency Unlimited.

Yuri Firmeza – Participa de exposição coletiva no MAR, Rio de Janeiro. Encontra-se com exposição em Santander na Espanha. Está na coleção do MAM, Centro Cultural Banco do Nordeste, entre outros.

 

 

De 18 de junho a 20 de julho.

Lucia Laguna na Fortes Vilaça

12/jun

A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta a primeira exposição individual de Lucia Laguna em suas dependências. A mostra, que recebeu o título geral de “Jardim”, traz pinturas inéditas em acrílica e óleo, tendo como ponto de partida a paisagem cotidiana da artista.

 
A pintura de Lucia Laguna retrata o seu entorno: a paisagem do subúrbio do Rio de Janeiro, a arquitetura informal do bairro, o próprio atelier e o jardim de sua casa. São recortes apresentados de forma velada, quase abstrata, uma sobreposição de formas, linhas e campos de cor com elementos figurativos.

 
Lucia Laguna desenvolve uma técnica de trabalho única, em que imagens são produzidas em tinta acrílica por seus assistentes, seguindo diretrizes apontadas por ela, que passa então a consumi-las ou desconstruí-las usando tinta a óleo. São composições onde o processo da pintura parece nunca terminar, a imagem permanece viva e mutável diante de nossos olhos. A pintura não é apenas fruto da observação, mas igualmente de uma prática empírica de justaposição e reprocessamento de imagens do dia-a-dia gerando um acúmulo de memórias.

 
O jardim das telas de Lucia é urbano e carioca. Mostra-se misturado à pedras e vasos, os morros são tomados por casas e os quintais são cheios de entulho. Em “Jardim nº 11”, por exemplo, vemos apenas uma mesinha com casas ao fundo, não há verde na tela. A artista deixa grandes áreas cobertas por massas de tintas que vão do creme ao amarelo, dando a impressão de um campo ainda por ser preenchido. É um convite ao espectador para que projete suas próprias imagens sobre o acúmulo de memória resguardado sob o corpo da cor.

 
Já em “Jardim nº 10”, uma tela horizontal em grandes dimensões, a artista nos oferece um  panorama pessoal da cidade que habita. O verde de plantas e árvores aparece por entre esboços de casas e vasos, como se olhássemos pela janela de uma casa de um centro urbano onde tudo está sempre em permanente movimento.

 

 

 

Sobre a artista

 

Lucia Laguna nasceu em Campo dos Goytacazes, RJ, em 1941. Forma-se em Letras em 1971 passando a lecionar língua portuguesa. Em meados dos anos1990 a artista frequenta cursos de pintura e história da arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. Faz sua primeira individual em 1998. Participa do Panorama de Arte Brasileira, MAM-SP em 2011, faz parte do Programa Rumos Artes Visuais, edição 2005/2006, do Instituto Itaú Cultural e em 2006 ganha o Prêmio CNI SESI Marcantônio Vilaça. Sua obra está na coleção do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e MAM de São Paulo, Museu Nacional de Brasília, entre outros. Recentemente participou da 30ª Bienal de São Paulo que atualmente itinera pelo interior do estado.

 

 

De 22 de junho a 03 de agosto.

Cildo Meireles no Museu Reina Sofia

30/mai

A obra de Cildo Meireles encontra-se em exibição no Museu Reina Sofia, Madrid, Espanha. A mostra – de caráter retrospectivo – apresenta mais de cem obras do artista brasileiro, é uma oportunidade única para descobrir novos aspectos do trabalho de Cildo Meireles, um dos mais célebres artistas contemporâneos.
Cildo Meireles reproduz nesta exposição algumas das instalações mais importantes da sua história, ao lado de outras inéditas, como “Amerikka”, e outras apresentadas pela primeira vez na Espanha, como “Olvido” e “Entrevendo”. Além delas, fazem parte da retrospectiva desenhos, pinturas, esculturas e peças sonoras.
O conceituado artista foi vencedor do “Prêmio Velázquez” em 2008 e tem em sua carreira artística, um grande número de exposições internacionais como a Documenta de Kassel e as bienais internacionais de Veneza e São Paulo. A exposição foi organizada, em parceira, pelo Museo Nacional de Arte Reina Sofía, Museu de Serralves no Porto, Portugal, e HangarBicocca em Milão, Itália.

 

Até 14 de outubro.

Evento – Rain Room

A primeira coisa que você vai notar sobre a Rain Room, uma instalação que abriu no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, é a umidade tropical. A segunda coisa é o som de centenas de galões de água jorrando de um teto artificial. Finalmente, depois dos seus olhos se adaptarem à escuridão, você finalmente consegue ver: a Rain Room, um espaço de 1.000 metros quadrados em um estado de chuva perpétua.

 

Mas você nunca se molha. Graças a oito sensores de movimentos instalados acima da sala, a água que cai do teto abre espaço quando você anda pela sala, deixando você completamente seco. A sensação de andar por uma parede de água e continuar seco é sinistra – e observar como as pessoas reagem é parte da diversão. “A Rain Room coloca pessoas fora da zona de conforto, extraindo a base das respostas automáticas e brincando com a intuição”, explica seus criadores, o coletivo de arte e tecnologia londrino rAndom International. “Observar como esses resultados imprevisíveis se manifestam, e a experimentação com este mundo de comportamento pouco perceptível, é a base da nossa força motriz.”

 

Os designers da rAndom International passaram os últimos três anos desenvolvendo a tecnologia usada na instalação. Recriar a chuva não é tão fácil como parece. Água caindo de 6 metros de altura se comporta diferente da água que cai das nuvens, por exemplo. E milhares de galões de água em um espaço público causa problemas específicos de saneamento. Para lidar com isso, a equipe do MoMA criou a própria instalação para a Rain Room, aproveitando um terreno baldio ao lado do malfadado American Folk Art Museum. Os artistas, por sua vez, ficaram em silêncio em relação às especificações da tecnologia – eles argumentam que tudo faz parte da magia.

 

A Rain Room é o tipo de instalação que museus sempre sonharam: espetacularmente experimental e acessível para quase qualquer tipo de audiência. Este tipo de atração é o que deve começar a surgir em museus, que sofrem para atrair espectadores.

 

Até 28 de julho.

Livro na Milan

23/mai

A galeria Milan, Vila Madalena, São Paulo, SP, realizou – dia 23 de maio – o lançamento de livro sobre a obra do artista plástico Paulo Pasta. O livro é um levantamento dos trabalhos do artista desde a década de 1980 até a atualidade, apresentando mais de 160 obras que evidenciam as diferentes fases de sua trajetória. A autoria é de Roberto Conduru, com o selo da Editora Barléu. São 215 páginas em capa dura.

 

Sobre o artista

 

Nasceu em Ariranha, SP, 1959. Doutor em artes visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA / USP, SP. Recebeu a Bolsa Emile Eddé de Artes Plásticas do MAC / USP, SP, em 1988. Dentre as exposições realizadas recentemente, destaque para individual na Fundação Iberê Camargo, em 2013, no Centro Cultural Maria Antonia, em 2011, para o Panorama dos Panoramas, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 2008, e para individual na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2006. Como professor, lecionou pintura na Faculdade Santa Marcelina – FASM, entre 1987 e 1999, desenho na Universidade Presbiteriana Mackenzie, entre 1995 e 2002, e pintura na USP, em 2011 e 2012. Leciona na FAAP desde 1998.

Ernesto Neto: Linha de vida

13/mai

A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta nova exposição de Ernesto Neto. A mostra é uma retrospectiva de desenhos produzidos pelo artista desde a década de 80 até os dias de hoje, grande parte da qual é ainda inédita no Brasil. As obras foram recentemente apresentadas na mostra “La Lengua de Ernesto: 1987 – 2011”, curada por Adriano Pedrosa, que itinerou pelo México entre 2011 e 2012.

 

Em “Linha da Vida”, Ernesto Neto apresenta conjuntos de desenhos que são agrupados não necessariamente pelas datas em que foram feitos, mas a partir de conceitos, processos e problemáticas similares. No conjunto “Estrelasos” desenhos são feitos com tinta para carimbo colorido e nanquim sobre papel encharcado de água. O pingo de tinta, ao cair sobre o papel, cria um campo de cor que se expande formando manchas circulares no plano. Na série “Ossos de Ipanema”, o artista usa o grafite para criar uma sucessão de linhas rítmicas que envolvem um núcleo central, como se uma forma abraçasse a outra. No grupo “Idade da Pedra”, a mesma ideia de um corpo envolto por outro aparece, mas desta vez as linhas se revelam por meio de frottage usando grafite.

 

Em “Folha Afeganistão” – conjunto feito no dia seguinte à invasão dos EUA no Afeganistão -, uma caneta prata gordurosa é usada para delimitar a expansão das manchas de nanquim. Para o artista, as formas orgânicas desta série abordam a questão da pele como fronteira e o corpo sendo território. Em “Fetus Female”, Ernesto Neto usa linha, cera e papel criando formas antropomórficas que enfatizam espaços vazios, o dentro e o fora. Já em “Poro pele Vida” esse espaço vazio é preenchido por manchas de nanquim diluído, trabalhando conceitos de expansão e contenção. A referência ao corpo humano é um denominador comum à vários trabalhos. Se ora o corpo aparece de maneira explicita, noutro momento ele é apenas uma sugestão, uma presença subliminar. Há ainda obras que sugerem uma paisagem interna humana, imagens que remetem a fecundação ou atividades celulares.

 

O desenho sempre foi uma prática paralela ao desenvolvimento das esculturas de Ernesto Neto, onde o papel é o anteparo, a superfície necessária, para a projeção de imagens que surgem, tanto a partir das esculturas como também de eventos vividos pelo artista. Não se trata de imagens de suas esculturas mas sim da projeção do pensamento escultórico do artista. É assim possível identificar nestes trabalhos bidimensionais a mesma linguagem e conceito de suas obras tridimensionais.

 

Sobre o artista

 

Ernesto Neto nasceu em 1964 no Rio de Janeiro onde vive e trabalha. Entre suas exposições individuais recentes, destacam-se: “O Bicho SusPenso na PaisaGen”, Estação Leopoldina, Rio de Janeiro, 2012; a instalação no Nasher Scultpure Center em Dallas, EUA, 2012; a grande retrospectiva “La Lengua de Ernesto: 1987-2011”, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey (MARCO), México, que itinerou para o Antiguo Colegio de San Idelfonso, Cidade do México, 2011-2012; “O Bicho SusPenso na PaisaGen”, Faena Arts Center, Buenos Aires, Argentina, 2011; “The Edgesofthe World”, Hayward Gallery, Londres, UK, 2010; “Neto: Intimacy”, Astrup Fearnley Museum of Modern Art, Oslo, Noruega, 2010; “Dengo”, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil, 2010; “Anthropodino”, Park Avenue Armory, Nova York, EUA, 2009. O artista ainda participou de duas Bienais de Veneza, em 2001 e 2003 e também da Bienal de Sharjah nos Emirados Árabes.

 

De 18 de maio a 15 de junho.

Alex Vallauri no MAM-SP

10/mai

Os trabalhos de Alex Vallauri, considerado um dos maiores precursores da arte urbana no Brasil, estão expostos no MAM-SP, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, com a mostra “Alex Vallauri: São Paulo e Nova York como suporte”. Alex Vallauri começou seus trabalhos artísticos através das técnicas de gravura no início dos anos 60, em Santos, SP.

 

Nos anos 70, desenvolveu aplicações de gravura, xerografia, estampou camisetas, trabalhou com carimbos, postais, adesivos e bottons. Após, passou a fotografar painéis de azulejos pintados nos anos 50, para colá-los nas paredes de restaurantes paulistanos. Foi com estes registros que Vallauri participou da Bienal Internacional de São Paulo de 1977, onde foi exibido o vídeo “Arte para Todos”.

 

Para João Spinelli, curador da exposição,  “…Alex Vallauri foi respeitado em todas as suas atividades artísticas. Apenas o sucesso comercial lhe foi negado, o que jamais o impediu de continuar a criar arte – apenas arte, na qual o humor, a ironia, a crítica e o prazer de viver eram passados para a população sem retoques ou arrependimentos. Um artista transformador, perfeitamente engajado no seu tempo e no seu espaço. Uma carreira desenvolvida num curto intervalo cronológico: entre 1967 e 1987. Ele intuitivamente pressentiu essa brevidade temporal. Tinha pressa de entender, captar e vivenciar o pouco tempo que a vida lhe destinara; pesquisava e produzia sem parar, nunca se acomodava. Ele queria mais, precisava de mais. O tempo foi demasiadamente curto para uma produção artística tão farta e boa”.

 

Hoje o nome do artista é uma referência internacional em termos de arte urbana e na presente mostra do MAM-SP, são exibidas cerca de 170 obras distribuídas em técnicas diversas como pinturas, arte postal, fotografias, vídeos e grafites.

 

Até 23 de junho.

 

Regina Silveira na Luciana Brito

06/mai

Depois de cinco anos, Regina Silveira realiza exposição individual na Luciana Brito Galeria, Itaim Bibi, São Paulo, SP. A exposição, chamada “Offscale”, a artista apresenta pela primeira vez “Touch”, instalação que dá continuidade à série das mãos estampadas que compunham algumas obras de “Mundus Admirabilis e Outras Pragas”, sua última exposição individual em São Paulo, realizada em 2008.

A mostra, que pode ser vista desde a entrada da galeria, é composta por mãos gigantes gravadas em metal cujo objetivo é causar uma experiência de rever a percepção do espaço com uma pergunta: o que está fora de escala, as imagens ou os espectadores? Regina Silveira adianta que as mãos são marcas da passagem das pessoas: “- As mãos aqui são signos de presença e identidade que recobrem as paredes da galeria”. Dialogando com “Touch”, outra obra, “Dreamer” apresenta um conjunto de taças de cristal com marcas de mãos gravadas em tamanho real.

Outro trabalho da artista em exposição é “Dark Swamp”, uma grande instalação que faz parte do imaginário das “Pragas” apresentado em 2008 na qual um ovo negro é rodeado por uma mandala de crocodilos. Com ela, a artista quer representar o poder da maldade ou a maldade do poder. Os crocodilos, multiplicados de forma caótica, significam a contaminação se expandindo e o ovo é a gestação desta contaminação, indesejada e incontrolável.

Até 25 de maio.

Roberto Alban em novo espaço

25/abr

A Roberto Alban Galeria de Arte, Salvador, BA, fundada em 1989, inaugura a sua nova sede à rua Senta Pua nº 01. Cristina e Roberto Alban agora dirigem um espaço de 1500m², especialmente projetado para receber exposições, tendo um salão com pé-direito de 8,00m e terraço ao ar livre. Para esta ocasião especial foi convidado o crítico Paulo Venâncio Filho para assinar a apresentação do categorizado catálogo da mostra denominada “aproximações contemporâneas” com obras assinadas por Alexandre Mury, Elizabeth Jobim,Gabriela Machado, Maria Lynch, Paulo Whitaker, Raul Mourão, Vinícius S.A. e Willyams Martins. A galeria representa importantes nomes da arte contem­porânea brasileira como: Raul Mourão, Maria Linch, Elizabe­th Jobim, Gabriela Machado, Paulo Whitaker, Luiz Hermano, Alexandre Mury, Alvaro Seixas, Rodrigo Sassi, Liliane Dardot, Marcius Kaoru, Fernando Lucchesi e os baianos Vinicius S. A. e Willyams Martins.

 

A palavra dos artistas

 

“Meu interesse está no prazer em experimentar a arte.

A minha poética está no gesto, não é só minha figura, como modelo,

que faz parte da performance.
A minha arte está na minha entrega de corpo e alma.”
Alexandre Mury

 

“Meu trabalho vemdesse momento de olhar as coisas, de como as vemos, mas também de como construímos nossa visão por uma espécie de geometria que organiza nossa percepção da espacialidade das coisas e do mundo.”

Elizabeth Jobim

 

“Meu trabalho hoje se caracteriza pelo uso de uma tinta que surge, muito óleo, como se estivesse construindo um caminho através da fluidez, constantemente. Como na natureza, parece que tudo se repete e multiplica e assim se renova. Às vezes eu acho que a tela está viva. São pinceladas que se embrulham e criam uma espécie de buquê esfarrapado, uma tinta muito fresca, que parece respirar. As cores em meu trabalho vibram e, ao mesmo tempo que agregam, se soltam. É tudo um processo contínuo.”

Gabriela Machado

 

“O processo de trabalho de Hermano é análogo ao do garimpeiro, que extrai de um volume enorme de terra ou quinquilharias o que há de mais precioso e raro. Como se fosse necessário peneirar montanhas inteiras para encontrar diamantes ou fuçar nas profundezas domangue até alcançar os caranguejos. Entretanto, o valor de seu trabalho obviamente não está no material ordinário empregado, mas na rede ambígua de relações e formas em que natural e artificial ou artesanal e industrial não se opõem claramente.” Cauê Alves

Luiz Hermano

 

“A partir do excesso em torno do feminino e do universo lúdico, extermino qualquer traço do mundo masculino, que é uma maneira de evidenciar sua presença perante tal ausência.

 

A angústia e a ansiedade nunca são resolvidas, essas são as áreas onde o meu trabalho são instauradas, há uma repulsa à realidade. Recrio uma ficção, uma alegoria, um excesso junto a fragmentos do imaginário.

 

O apagamento da identidade do feminino é mais que a vontade de não estar presente no mundo, e sim o de escondê-lo. Assim restituo um certo mundo, sublimando o real numa lógica particular. Abstrato e erótico, entre o gozo e a culpa, nesses paradoxos, vou encontrando liberdade para a imanência, para a celebração do delírio, da catarse onírica e a diferença imagética.”
Maria Lynch

 

“O uso rasgado da cor é novo. Minha paleta sempre havia sido muito limitada para evitar a sedução através das cores. Agora abuso de uma enorme possibilidade de cores estranhas. O processo está todo muito evidente, o modo grosseiro de usar os stencils dá a chance de se perceber as fases da pintura, o momento exato onde e quando cada decisão foi tomada. Tinta úmida, tinta seca, justaposição, sobreposição. O resultado agora é menos gráfico, mais pictórico, menos silencioso, mais afirmativo. Tudo isto numa tentativa deixar o trabalho fresco, criando novos problemas para serem resolvidos. Tenho pensado e trabalhado também as formas e as construções; mais elaboradas, mais intrincadas. Para depois um dia poder andar para trás novamente. Limpar, simplificar. Minha pintura não é antropofágica, não procura simulacros, não tem ligação com as novas mídias, não é autorreferente, não busca relações de gêneros e não é pintura de ação.”

Paulo Whitaker

 

“No início, como se estivesse numa casa desconhecida, existe o receio de tocar em algo que vai quebrar ou a preocupação em tirar um móvel do lugar. Mas a partir do momento em que você mexe em uma das bordas, a casa em descanso nunca mais irá parar. Pois é impossível não ceder à tentação de acionar o vai e vem preguiçoso e gracioso desses objetos. Testar o peso que é leve e dar movimento ao inanimado. O aço bruto se recobre de sensualidade e sua inesperada leveza transforma-se em uma ginga, um ir e vir acolhedor e descontraído. Assim, como você, os visitantes irão tocar em tudo, até cada escultura cessar seu movimento e voltar ao escuro inerte da sala fechada.”

Raul Mourão

 

“Proponho um trabalho onde o espectador possa penetrar, envolver-se espacialmente na obra, interagindo e fruindo arte.”
Vinícius S.A.

 

“O conceito de peles grafitadas é um procedimento que realizo para remover imagens originárias dos muros. É um escalpo, um pastiche, mas ao mesmo tempo uma técnica que utilizo para deslocar a pele tatuada da cidade agora em outro contexto, podendo ser vista de perto, onde as transformo em uma teia polissêmica de significados.”
Willyams Martins