Exposição de Fernando Duval em São Paulo.

05/ago

A galeria NONADA SP, em sua sede paulistana, expõe “Sob o signo do ocaso – Wasthavastahunn: o universo paralelo de Fernando Duval”, com curadoria de Bernardo José de Souza, – um breve retrospecto -, obras criadas ao longo de mais de sessenta anos. Com obras totalmente inéditas, a mostra traça um panorama da produção de Fernando Duval (1937, Pelotas, RS), figura singular no cenário da arte brasileira, cujas produções – desenvolvidas ao longo de mais de seis décadas – são inteiramente dedicadas ao desenvolvimento de um universo de ficção científica: o planeta Fahadoika e, em especial, o continente de Wasthavastahunn.

Num gesto que desafia as convenções do campo artístico e da própria realidade, Fernando Duval criou uma cosmogonia própria, com personagens, línguas, tradições e tecnologias, povoando esse mundo alternativo por meio de desenhos, pinturas, esculturas, textos, narrativas orais e até um dicionário completo. Entre a ficção especulativa, o escapismo e o prazer, sua obra se insere na tradição da outsider art, sendo uma das mais notáveis expressões de invenção radical na história recente da arte brasileira.

A exposição reúne uma seleção de trabalhos que revelam as camadas narrativas, políticas e sensoriais do imaginário wasthianno: um povo fictício que, apesar da semelhança com os humanos, vive à margem de sistemas econômicos, religiosos e patriarcais. Em Wastha não há pobreza nem trabalho compulsório – tampouco fé ou dogma científico. O que impera é uma filosofia hedonista e libertária em que o prazer, a especulação intelectual e a recusa às normas constituem os pilares de uma civilização alternativa e profundamente crítica à lógica dominante no mundo real.

A mostra inclui também registros de personagens míticos – como Santa Bartola, padroeira da loucura e dos afetos desviantes – e evoca figuras centrais da política interestelar de Wasthavastahunn, como Ada Andes, baronesa e chanceler junto às Galáxias Ulteriores. As obras de Fernando Duval assumem, assim, o papel de documentos sensíveis de um mundo que não apenas questiona a normatividade ocidental, mas propõe outros modos de viver, imaginar e habitar o tempo.

O projeto curatorial de Bernardo José de Souza parte do próprio envolvimento afetivo e intelectual com a obra de Duval – artista que, ao longo de sua vida, permaneceu à margem do circuito institucional, mas criou uma das mais completas e sofisticadas ficções do século XX no Brasil. Como escreve o curador, “entre o escapismo, a luxúria e a transgressão, Duval deu corpo a um universo paralelo ao nosso, estruturado sobre as bases da imaginação, do regozijo e da recusa em viver sob a normatividade das sociedades capitalistas e patriarcais”.

Em cartaz até o dia 27 de setembro é uma oportunidade única para adentrar os meandros desse universo radical e encantador.

Centenário de Gilberto Chateaubriand.

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) inaugura no dia 09 de agosto a exposição “Gilberto Chateaubriand: uma coleção sensorial”, que abre as comemorações pelo centenário de nascimento de um dos maiores colecionadores da história da arte brasileira. A mostra estará em cartaz até 09 de outubro. De grande escala, a mostra reúne aproximadamente 350 obras de um dos mais representativos conjuntos da produção artística nacional. Desde 1993, cerca de 6.400 das 8.300 peças que compõem a Coleção Gilberto Chateaubriand estão sob a guarda do MAM Rio, consolidando uma parceria fundamental para a preservação e difusão da arte brasileira.

Com curadoria de Pablo Lafuente e Raquel Barreto, o público será convidado a uma imersão nas camadas de significado, afeto e história que atravessam a coleção, ao longo de mais de cinco décadas cuidadosamente constituída por Gilberto Francisco Renato Allard Chateaubriand Bandeira de Mello (1925-2022), diplomata e presença marcante nas artes visuais do país. Segundo o próprio Gilberto Chateaubriand, o colecionismo surgiu por acaso, em 1953, durante uma viagem a Salvador, quando foi apresentado ao pintor José Pancetti (1902-1958) pelo colecionador Odorico Tavares. Ao visitar o ateliê, adquiriu não só a tela Paisagem de Itapuã, mas a paixão por colecionar.

De acordo com Pablo Lafuente, diretor artístico do museu, “a coleção de Gilberto consegue oferecer um panorama complexo da história da arte brasileira do século 20, atenta aos movimentos e artistas que a compuseram, tornando-se uma das mais importantes do país ao mesmo tempo que revela as relações fascinantes que Gilberto tinha com obras e com artistas”.

“Gilberto Chateaubriand se dedicou com intensidade à formação de uma das coleções particulares mais significativas que temos no Brasil. A coleção é única em sua habilidade de unir tradição e experimentação, incluindo desde os modernistas icônicos a jovens artistas de diversas regiões do país e suas propostas experimentais”, observa Raquel Barreto, curadora-chefe do MAM Rio.

Um olhar sensorial para a arte brasileira

Um século de arte no Brasil

Com obras de Adriana Varejão, Alair Gomes, Anita Malfatti, Anna Bella Geiger, Antonio Bandeira, Artur Barrio, Beatriz Milhazes, Candido Portinari, Carlos Vergara, Cícero Dias, Cildo Meireles, Djanira, Edival Ramosa, Gervane de Paula, Glauco Rodrigues, Iberê Camargo, Ione Saldanha, Ivan Serpa, José Pancetti, Lasar Segall, Luiz Zerbini, Lygia Clark, Maria Martins, Rubens Gerchman, Tarsila do Amaral, Tomie Ohtake e Vicente do Rego Monteiro, entre muitos outros, a exposição cobre cerca de 100 anos de arte no Brasil e permite ao visitante percorrer, de forma não linear, uma ampla e plural história da cultura visual do país.

A exposição “Gilberto Chateaubriand: uma coleção sensorial” é organizada em colaboração com o Instituto Cultural Gilberto Chateaubriand e tem patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, da Petrobras, da Light, do Instituto Cultural Vale e da Vivo através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro

Conversa na Galatea.

01/ago

Neste sábado, dia 02 de agosto, é o último dia para visitar a mostra Dani Cavalier: pinturas sólidas na Galatea!

Marcando o encerramento da exposição, convidamos você para uma roda de conversa com a artista Dani Cavalier, ao lado de Ana Roman e Paula Plee, editoras da Piscina #1, publicação anual da plataforma homônima para mulheres e pessoas não binárias. Teremos o prazer de receber o público para esse encontro no sábado, 2 de agosto, a partir das 11h na unidade da Galatea na rua Oscar Freire.

Por meio da justaposição de blocos de cor formados por retalhos de lycra reaproveitados da indústria da moda, as “pinturas sólidas” de Cavalier investigam as fronteiras entre pintura, escultura e instalação. Embora remetam à pintura tradicional — com o uso de chassi, composição e suporte —, essas obras tensionam a lógica pictórica ao substituir a tinta por tecidos entrelaçados. Ao incorporar técnicas têxteis associadas a saberes populares, muitas vezes transmitidos por mulheres fora do circuito das Belas Artes, a artista aproxima arte e artesanato, questionando hierarquias e expandindo os limites da prática artística.
Esperamos você!!

FLECHA encerra temporada na Casa Brasil.

31/jul

A queima de um bastão de ervas e folhas secas marcam o encerramento da exposição FLECHA, da artista multidisciplinar Mercedes Lachmann, na Casa Brasil (ex-Casa França-Brasil), Rio de Janeiro, no domingo, dia 03 de agosto, a partir das 15h. A mostra é uma instalação imersiva, com som, imagem e esculturas, que tem raízes em saberes ancestrais femininos, explorando a conexão com o mundo vegetal, sob curadoria de Cristiana Tejo.

As folhas de plantas tropicais dispostas de forma performática na nave principal da Casa e as ervas que estão em secagem desde o início da temporada de FLECHA vão integrar o bastão, confeccionado por voluntários, acrescido de intenções, afetos e trocas de conhecimentos sobre as plantas e seus usos sagrados.

A exposição tem ainda 55 trabalhos de flechas de ferro, em formatos diferentes, quatro esculturas de madeira com vidro soprado, quatro totens – esculturas de restos de desmate, em composição com esferas de vidro com tinturas de ervas ou com outros vidros, bronze ou flecha, uma instalação de 11 elementos com hastes verticais que portam vidros com tintura de plantas, um braço de bronze, vídeos, um secador de erva e dois vídeos.

“FLECHA” foi apresentada em 2023 no Museu Internacional de Escultura Contemporânea (MIEC) de Santo Tirso, Porto, Portugal. A mostra, exibe no Rio com mudanças, que ampliam a ocupação conceitual do espaço, tem apoio da República Portuguesa e do Programa de Internacionalização do Departamento Geral de Artes de Portugal.

Gustavo Malheiros retrata personalidades.

Concluído pelo fotógrafo Gustavo Malheiros no início do ano, o livro “Mulher Viva”, será lançado em São Paulo na Livraria Travessa Iguatemi, no dia 20 de agosto, às 18h30. A ideia nasceu, como ele mesmo afirma no texto autoral de abertura, de um impulso urgente em amplificar vozes e rostos de mulheres que estão na linha de frente da luta contra o feminicídio.

Para representar estas vozes e estes rostos, foram convidadas 25 personalidades de diferentes áreas de atuação, dentre elas Tais Araújo, Alcione, Marisa Orth, Dira Paes, Camila Pitanga, Marieta Severo, Regina Casé, Andréia Sadi, Antônia Pellegrino, Bruna Linzmeyer, Carol Solberg, Clara Buarque, Eliana Sousa Silva (Diretora Fundadora da Redes da Maré), Erika Hilton, Gabriela Prioli, Mart’nália, Roseana Murray, Ana Kariri, Janja, Deise Monteiro de Carvalho, Jurema Werneck, Marcela Cantuária, Kananda Eller e a própria Maria da Penha, cuja história deu origem à Lei com seu nome, sancionada em 2006.

Defensora das causas femininas e feministas em sua obra e trajetória, a escritora e ex-imortal da ABL, Heloísa Teixeira – falecida em março de 2025 e também retratada por Gustavo Malheiros -, assinou a curadoria do projeto junto com Gringo Cardia. A proposta é reverberar como um manifesto composto por fotos e entrevistas conduzidas pela jornalista Maria Fortuna. Para todas hoje?”.elas, a primeira pergunta feita foi “O que é ser mulher

Publicado pela Arte Ensaio Editora, “Mulher Viva” tem direção de arte assinada por Gringo Cardia e terá, inicialmente, edição impressa bilíngue com tiragem de dois mil exemplares.

Relações comunitárias por Luiza Baldan.

A partir do dia 16 de agosto, na sala de projetos especiais do Ateliê 397, Higienópolis, São Paulo, SP, estará em exibição o vídeo “Como Olhar Junto” de Luiza Baldan. Memórias, paisagens e relações comunitárias na Cova do Vapor, Portugal. Uma vila que vem sendo lentamente desalojada pela subida do nível do mar. O vídeo investiga os efeitos dessa mudança na população local – em grande parte idosa e parcialmente alfabetizada – que agora vive esse deslocamento forçado das casas em que moram há décadas. Buscando resgatar afetos e narrativas de um território em constante transformação, o trabalho foi feito na praia, com moradores do vilarejo, refletindo sobre a contínua reinvenção desta e de qualquer paisagem. No dia 16 de agosto também será lançado em São Paulo o livro homônimo, pela Foto Editorial, fruto do mesmo projeto de pesquisa.

A paisagem e o tempo.

30/jul

“A paisagem que atravessa o tempo”, é o título da exposição coletiva na Simões de Assis, Batel, Curitiba, PR, apresentando a partir de 05 de agosto, uma leitura transversal e transgeracional do gênero da paisagem, reunindo artistas brasileiros acadêmicos, modernos e contemporâneos.

As aproximações entre diferentes gerações e origens revelam como o campo visual do Brasil marca de maneira singular suas perspectivas, ao mesmo tempo que tornam possível identificar os traços comuns que continuam a povoar o imaginário desses artistas ao longo dos séculos e territórios.

Integram a mostra Alberto da Veiga Guignard, Amadeo Lorenzato, Cícero Dias, Felipe Suzuki, José Pancetti, Lucas Arruda, Lucia Laguna, Miguel Bakun, Nicolau Facchinetti, Sergio Lucena, Thalita Hamaoui e Thiago Rocha Pitta.

“…A exposição A Paisagem que Atravessa o Tempo propõe uma leitura transversal do tema, reunindo artistas brasileiros acadêmicos, modernos e contemporâneos que elaboram cenas marinhas, rurais, montanhosas, florestais, atmosféricas, tropicais, surreais e fantásticas. As aproximações entre diferentes gerações e origens revela como as visualidades naturais do país – com sua fauna exuberante de incontáveis espécies, suas praias paradisíacas, suas serras sinuosas e vastas extensões agrárias – marcam de maneira singular as perspectivas desses artistas: o encontro entre céu e mar de Lucas Arruda e o encontro entre mar e terra de José Pancetti; as perspectivas a perder de vista de Sergio Lucena; as palmeiras e coqueiros de Cícero Dias e Lucia Laguna; as araucárias de Miguel Bakun; as etéreas cadeias montanhosas populadas por igrejas de Guignard; os microorganismos marítimos de Thiago Rocha Pitta ao lado das espécies botânicas inventadas de Thalita Hamaoui; os campos rústicos de Lorenzato; os firmamentos luminosos de Felipe Suzuki; e as paisagens detalhadas da região serrana do Rio de Janeiro de Nicolau Facchinetti.

Cada região, do nordeste ao sul do Brasil; cada bioma, da caatinga à mata atlântica e cerrado; e cada clima (tropical, tropical de altitude, subtropical e semiárido) surgem nas obras reunidas nesta mostra de maneira lírica e alegórica, em variados momentos do dia, em diferentes estações do ano, atravessando 3 séculos por meio de olhares familiares, comprometidos e implicados nessas diversas paisagens. As pinturas apresentadas aqui nos permitem percorrer todos esses lugares, atmosferas, passagens, instantes, períodos, condições, transmitindo estados de ser e estar e nos transportando a habitar cada paisagem retratada em diálogo com nossas paisagens de memória, vistas e vividas”.

Julia Lima

Até 13 de setembro,

Forma e sugestão visual.

29/jul

Exposição na Casa Zalszupin, Jardim América, São Paulo, SP, em cartaz até 09 de agosto, traz o diálogo entre arte e design com as obras de Felipe Cohen e Percival Lafer. Com curadoria de Guilherme Wisnik, “Ilusão Real” explora as relações entre percepção, forma e ilusão; investiga como percebemos a realidade através da forma e da sugestão visual, a partir do encontro entre a obra do artista Felipe Cohen e do designer Percival Lafer, e curadoria de Guilherme Wisnik.

Partindo dos princípios da Gestalt e da Psicologia da Forma, os trabalhos de Felipe Cohen desdobram as virtualidades do espaço geométrico com volumes sugeridos, sombras e reflexos que instigam a mente a completar o que não está inteiramente dado. Já o mobiliário de Percival Lafer opera com geometrias evidentes – como retas e curvas – em materiais rígidos e maleáveis, em uma lógica na qual o conjunto transcende a simples soma das partes. Entre ambiguidades perceptivas e estruturas poéticas, “Ilusão Real” constrói um campo de tensão entre o mundo físico e o imaginado.

Sobre Jorge Zalszupin.

Arquiteto e designer de móveis polonês-brasileiro, reconhecido por sua contribuição significativa ao design moderno no Brasil, nasceu na Polônia em 1922, e emigrou para o Brasil em 1949, após a Segunda Guerra Mundial. Zalszupin formou-se em arquitetura na Romênia, mas sua carreira floresceu no Brasil, onde se destacou no design de móveis. Em 1959, ele fundou a L’Atelier, uma empresa que se tornou referência no design de móveis modernos, combinando técnicas artesanais com processos industriais. Seus trabalhos são conhecidos pela elegância, funcionalidade e uso inovador de materiais como madeira, couro e metal. Ele se tornou uma figura central no movimento de design moderno brasileiro durante as décadas de 1950 e 1960, contribuindo para a criação de uma identidade visual única para o design de interiores no Brasil. Seus móveis são altamente valorizados até hoje, sendo considerados peças de colecionador e ícones do design moderno. Jorge Zalszupin faleceu em 2020, mas seu legado continua a influenciar e inspirar designers ao redor do mundo.

Sobre a ETEL

Um século de mobiliário brasileiro forma a Coleção Design. Com seu trabalho pioneiro de reedições, a ETEL dá nova luz a desenhos primorosos da produção moderna no Brasil, descoberta tardiamente e hoje considerada uma das mais relevantes do período no mundo. Compõem a coleção, curada por Lissa Carmona, peças de Oscar Niemeyer, Lina Bo Bardi, Jorge Zalszupin, Sergio Rodrigues, Oswaldo Bratke, Branco & Preto e Giuseppe Scapinelli, entre outros. A continuidade do legado moderno se dá por preeminentes criadores contemporâneos, entre eles Isay Weinfeld, Arthur de Mattos Casas, Claudia Moreira Salles, Carlos Motta, Etel Carmona, Lia Siqueira e Dado Castello Branco.

Conversa na Sala dos Archeiros.

28/jul

O Paço Imperial realiza conversa em torno da exposição “Luz estelar ecoando”.

Na ocasião também será lançado o catálogo virtual da mostra, que pode ser vista até o dia 10 de agosto.

A artista Amanda Coimbra, a curadora Natália Quinderé e o fotógrafo Vicente de Mello participarão de uma conversa gratuita e aberta ao público no próximo sábado, dia 02 de agosto, às 15h, na Sala dos Archeiros, no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ. O catálogo terá cerca de 45 páginas, textos de Natália Quinderé e Amanda Coimbra, design de Marcelo Albagli e fotos de Rafael Adorján e Mari Morgado.

Durante o bate-papo, eles compartilharão referências visuais e conceituais que atravessam seus processos criativos e pesquisas, além de apresentar trechos do catálogo virtual da exposição, aprofundando a experiência do público com as obras.

Subjetividade e destruição ambiental.

Tatiana Blass ocupa a Albuquerque Contemporânea com instalações, pinturas e esculturas que tratam do silêncio, do tempo e da destruição.

“Tornado Subterrâneo” é o título da exposição individual de Tatiana Blass, em cartaz na Albuquerque Contemporânea, Savassi, Belo Horizonte, MG. A artista apresenta um conjunto de obras que cruzam suportes como pintura, escultura, instalação e vídeo, articulando questões como incomunicabilidade, subjetividade e destruição ambiental. A mostra reúne trabalhos inéditos e outros exibidos anteriormente em diferentes cidades.

No primeiro piso da galeria, Tatiana Blass tensiona os limites entre cena e espaço, matéria e tempo. Em “Meia Luz”, série de sete pinturas de grande escala, a artista evoca narrativas ambíguas a partir de referências ao teatro e ao cinema, construindo atmosferas densas em formas e cores imprecisas.

Já os objetos da série “Teatro de Arena – Tornado Subterrâneo” abordam o impacto da mineração. Paisagens desérticas e figuras diminutas pontuam crateras, evocando a busca por um papel em um cenário de devastação ambiental e a fragilidade da ação humana diante da destruição.

A instalação “Metade da fala no chão – Bateria preta” recria, em nova versão, um de seus trabalhos mais emblemáticos: instrumentos de percussão cortados e preenchidos com cera silenciam qualquer possibilidade de som. Com forte apelo sensorial e rigor formal, Tatiana Blass propõe uma experiência imersiva na qual o silêncio, o derretimento da forma e o esvaziamento das figuras tornam-se alegorias potentes da nossa dificuldade de comunicação e ação no mundo contemporâneo.

Até 30 de agosto.