Naïfs Brasileiros

27/ago

 

A Galeria Evandro Carneiro Arte, Shopping Gávea Trade Center,Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta até 14 de setembro a “Exposição Nossos Naïfs Brasileiros”. A mostra conta com 40 telas, de artistas diversos. Em destaque na exposição encontram-se as obras “O parque”, de JMS (Júlio Martins da Silva); “Mocinha lendo Carolina”, de Elza de Oliveira Souza (Elza OS); “A sanfoneira”, de Miranda, entre outros. As peças pertenciam à coleção de Lucien Finkelstein e estão à venda.

Descobrir a ingenuidade, a simplicidade, a franqueza, a liberdade, o colorido todo especial, tropical, quente, sedutor, tal qual a alegria de viver do povo brasileiro, é encontrar a essência da pintura de nossos naïfs. Esses artistas, dotados de um senso plástico natural, não se prendem a regras ou modismos e nem se deixam influenciar pelas tendências do momento.

 

Eles nos mostram, através de suas pinceladas diretas e objetivas e suas técnicas intuitivas ou até mesmo criadas por eles próprios, os mais variados temas, tais como: festas populares, religiosidade, mitos, lendas, brincadeiras e folguedos de crianças, a vida no campo e na cidade, o imaginário, a fauna e a flora de nosso país, o cotidiano em que vivem, narram nossa história, mostram a diversidade cultural e nossas belezas naturais, mas também podem fazer críticas sociais, defender a salvaguarda da natureza e a preservação do meio-ambiente, através de suas ingênuas pinceladas.

 

O Brasil é um dos cinco grandes da arte naïf no mundo, junto a França, Haiti, ex-Iugoslávia e Itália. Aqui encontramos uma quantidade imensa de artistas e constata-se que a cada dia que passa esse número cresce. Além de pintar em telas, vidros, eucatex, madeiras, cascas de árvores, tecidos, peles de animais, os naïfs podem também se expressar através de bordados, cerâmicas, esculturas, xilogravuras, etc., fazendo uso de seus recursos inesgotáveis.
Apesar de não seguirem regras, escolas e tampouco tendências, é curioso ressaltar semelhanças que podem surgir entre pinturas e também técnicas usadas por artistas de cantos inteiramente diversos do mundo. Assim, como explicar tais coincidências, a não ser através do conceito do inconsciente coletivo criado pelo psiquiatra suíço Jung? Diz-se que a arte naïf aparece nos primórdios da humanidade, que nossos ancestrais, podem ter sido os primeiros pintores naïfs. Pois através da pintura rupestre, nas paredes de suas cavernas, eternizaram seus rastros, partes do seu cotidiano, suas caças, se comunicando e inventando uma linguagem para se expressar e deixar registrada.

 

O francês “Douanier” Rousseau foi o expoente da arte naïf moderna. Dele surgiram, no final do século XIX e início do XX, as mais belas e exóticas florestas, vegetações e animais, que para assombro dos grandes mestres da época, ele dizia os encontrar logo ali, num jardim perto de onde morava. Foi com a sua pintura única, simples, direta e imaginária que encantou os mais famosos. Num jantar na casa de Picasso, declarou ao mestre: “Você e eu, somos os mais importantes artistas de nosso tempo, você no estilo egípcio e eu no estilo moderno.” Os naïfs brasileiros são os mais autênticos e verdadeiros porta-bandeiras da pintura brasileira. Deleitem seus olhos e aqueçam seus corações com as pinceladas da exposição Nossos Naïfs Brasileiros na Galeria Evandro Carneiro Arte.

 

Arte Naïf na Galeria Evandro Carneiro

04/jun

A Galeria Evandro Carneiro Arte, Gávea Trade Center, Rio de Janeiro, RJ, promove a inauguração da exposição José Rodrigues de MIRANDA, no sábado 09 de junho, das 17h às 20h.

 

“Miranda me conduziu até o seu quarto que lhe servia também de atelier, onde ele me mostrou uma quinzena de quadros, inclusive o último, ainda úmido e não acabado, colocado em cima do tamborete que lhe servia de cavalete. Emanava de suas obras a mesma comovente simplicidade, a força extraordinária da sua sinceridade, aquele poder comunicativo dos nossos antepassados longínquos que souberam se comunicar pelo desenho muito antes de se haver conquistado a escrita. Fascinado, em silêncio, eu saboreava intensamente aquele momento maravilhoso de descoberta de um grande artista.” (*)

 

(*) Lucien Finkelstein, colecionador, joalheiro, fundador do Museu Internacional de Arte Naïf e grande incentivador/divulgador da obra de MIRANDA. Trecho retirado de FINKELSTEIN, Lucien. Miranda. Rio de Janeiro: Imprinta, 1980, p. 76.

Arte Naïf com Jacques Ardies     

11/dez

 

A Galeria Jacques Ardies, Vila Mariana, São Paulo, SP, inaugurou a “Grande Coletiva de Arte Naïf”, sob a curadoria de Jacques Ardies apresentando mais de 80 obras, de 30 artistas brasileiros. A mostra propõe um destaque à arte popular brasileira com obras que tratam do cotidiano dos artistas e suas experiências de vida.  A exibição, que tradicionalmente encerra a agenda expositiva da galeria, mescla formas distintas de se fazer arte, cada uma com o seu conceito e processo criativo particular.

 

No Brasil, o movimento naïf se consolidou a partir dos anos 1940, com o surgimento das obras de Heitor dos Prazeres e José Antonio da Silva, entre outros. Hoje, o país é um dos grandes representantes deste tipo de arte no mundo, com enormes contrastes territoriais, preservação cultural, capacidade de aflorar novos talentos, mistura de raças e de crenças, sensibilidade inata e alegria contagiante. A chamada Arte naïf é uma expressão artística que surgiu na eclosão da arte moderna. Os artistas naïfs, via de regra, não pretendem seguir as regras da academia, e, por meios próprios, inventam uma linguagem pessoal, expressando suas experiências de vida. Com determinação, buscam superar eventuais dificuldades técnicas, propondo uma arte original, sem compromisso com a perspectiva e executada com total liberdade. A palavra francesa “naïf” foi utilizada para definir o estilo de Henri Rousseau, que apresentava uma arte personalíssima e encantadora.

 

O galerista Jacques Ardies, que adotou o incentivo à Arte naïf brasileira como uma de suas missões, declara que “…esses artistas têm em comum a sutileza com que retratam os temas ligados à natureza e ao dia-a-dia. Usando as cores com habilidade, eles transmitem em cada um de seus quadros a alegria, o lirismo e o otimismo característicos do povo brasileiro”.

 

Na exposição “Grande Coletiva de Arte Naïf”, econtram-se obras assinadas por Ana Denise, Ana Maria Dias, Barbara Rochlitz, Bebeth, Bida, C. Sidoti, Denise Costa, Doralice Ramos, Edgar Calhado, Edivaldo, Edna de Araraquara, Ernani Pavaneli, Enzo Ferrara, Francisco Severino, Helena Coelho, Isabel de Jesus, Ivonaldo, L. Cassemiro, Lucia Buccini, Madeleine Colaço, M. Guadalupe, M. Zawadzka, Maite, Malu Delibo, Mara D. Toledo, Marcelo Schimaneski, Rodolpho Tamanini Neto, Waldomiro Sant’ Anna, Vanice Ayres Leite e Wima Ramos.

 

 

Até 22 de dezembro.

Oito décadas de Arte Naïf 

11/nov

Jacques Ardies, marchand franco-belga estabelecido no Brasil e proprietário da galeria que recebe o seu nome é também o curador da mostra coletiva “Arte Naif, uma viagem na alma brasileira”, com abertura no dia 12 de novembro, no Memorial da América Latina – Galeria Marta Traba, Barra Funda, São Paulo, SP.

 

Interpretar a “arte naif” por si só já é um desafio, visto que se trata de uma expressão regional que percorre o mundo assumindo aspectos de acordo com os artistas que expõe suas próprias experiências, por meio de linhas e formas peculiares, sem ter recebido uma orientação formal. Algumas de suas principais características são o uso de cores fortes, a retratação de temas alegres, traços figurativos, a idealização da natureza e sem a preocupação com a perspectiva, ou seja, às vezes, ela é bidimensional. É exatamente por isso que no Brasil, esta arte goza de um ambiente ideal que se amplifica mais ainda graças à exuberância das florestas, à intensa luminosidade e ao conhecido calor humano brasileiro.

 

Como trata-se de um país com tamanha vastidão cultural, para a mostra, foram escolhidos 70 nomes representativos desse gênero específico de expressão artística. Os artistas foram divididos em três núcleos: Histórico – composto por registros de nomes já reconhecidos no segmento e com trajetória sólida; Atual, com nomes ativos no presente, cujos trabalhos também sofrem influencias de novas técnicas e temas contemporâneos e complementando a exposição, uma área especial composta por 10 esculturas do segmento destacado.

 

Segundo Jacques Ardies, a Arte Naïf baseia-se na liberdade para expressar memórias e emoções, por isso, escolhe apresentá-la em montagem em ordem cronológica, começando pela década de 40 até os dias atuais, com destaque para a pintura tropicalista, as evocações divinas em degradés sofisticados e outras características marcantes como cenas paulistanas, cores quentes, a boemia carioca e baianas em trajes finos. O curador observa que os artistas conseguem superar suas dificuldades técnicas e criar uma linguagem inédita, pessoal e singular. Essa liberdade da execução permite maior dedicação ao essencial da arte que pode ser observada pelas pessoas que ainda preservam intacta sua capacidade de encantar-se com o que pode ser apreciado numa exposição.

 

 

Artistas participantes

 

Agenor, Agostinho Batista de Freitas, Alba Cavalcanti, Ana Maria Dias, Antônio Cassiano, Antônio de Olinda, Antônio Julião, Antônio Porteiro, Artur Perreira, Bajado, Barbara Rochltiz, Bebeth, Chico da Silva, Conceição da Silva, Constância Nery, Crisaldo Morais, Cristiano Sidoti, Denise Costa, Dila, Doval, Edivaldo, Edna de Araraquara, Edson Lima, Elisa Martins da Silveira, Elza O.S, Ernani Pavaneli, Francisco Severino, Geraldo Teles de Oliveira, Gerson, Gilvan, Grauben, Helena Coelho, Iaponí Araújo, Ignácio da Nega, Iracema, Isabel de Jesus, Ivan Moraes, Ivonaldo Veloso de Melo, José Antônio da Silva, José de Freitas, José Perreira, Lia Mittarakis, Louco, Lourdes de Deus, Lucia Buccini, Luiz Cassemiro, Madeleine Colaço, Magdalena Zawadzka, Maite, Malu Delibo, Mara Toledo, Marcelo Schimaneski, Maria Auxiliadora, Maria Guadalaupe, Miranda, Mirian, Neuton de Andrade, Olimpio Bezerro, Passarinheiro, Raimundo Bida, Rodolpho Tamanini Netto, Rosina Becker do Valle, Silvia Chalreo, Soati, Sônia Furtado, Vanice Ayres, Waldemar, Waldomiro de Deus, Wilma Ramos e Zé do Embu.

 

 

A galeria

 

A Galeria Jacques Ardies, na Vila Mariana, está sediada em imóvel antigo totalmente restaurado. Desde sua abertura em Agosto de 1979, atua na divulgação e a promoção da arte naif brasileira. Ao longo de 37 anos, realizou inúmeras exposições tanto em seu espaço como em instituições nacionais e estrangeiras, onde podemos destacar MAC/ Campinas, MAM/ Goiânia, Espace Art 4 – Paris, Espaço Cultural do FMI em Washington DC, USA, Galeria Jacqueline Bricard, França, a Galeria Pro Arte Kasper, Suíça e Gina Gallery, Tel-Aviv, ,Israel. Em 1998, Jacques Ardies lançou o livro “Arte Naif no Brasil” com a colaboração do crítico Geraldo Edson de Andrade e em 2003, publicou o livro sobre a vida e obra do artista pernambucano Ivonaldo, com texto do professor e crítico de arte Jorge Anthonio e Silva. Em 2014, publicou Arte Naïf no Brasil II, de sua autoria, com textos complementares dos colecionadores Daniel Achedjian, Peter Rosenwald, Marcos Rodrigues e Jean-Charles Niel. A galeria possui em seu acervo obras, entre quadros e esculturas, de 80 artistas representativos do movimento da Arte Naif brasileira.

 

 

A galeria Marta Traba

 

A Galeria Marta Traba de Arte Latino-Americana é um espaço privilegiado para a difusão da arte latino-americana e para o intercâmbio cultural com os países do nosso Continente. Projetada por Oscar Niemeyer, a Galeria é hoje o único espaço museológico existente no Brasil, inteiramente dedicado às artes e à cultura latino-americanas. Ocupando uma área de 1.000 m², o espaço é sustentado por uma única coluna central, circundado por painéis que permitem ao visitante, desde a entrada, uma visão do conjunto das obras expostas.

 

 

Até 06 de janeiro de 2017.

Ofício e engenho

25/ago

A arte popular de Silvio Nunes Pinto,Fundação Vera Chaves Barcellos,Viamão, RS, cuja exposição chamada “Ofício e Engenho”, será inaugurada exposição neste sábado, 27 de agosto, apresentando peças e esculturas do artesão morto aos 65 anos. Ao longo de 40 anos, Silvio Nunes Pinto fez de sua pequena oficina de marcenaria, em Viamão, um universo particular no qual deu forma a uma série de engenhosos objetos em madeira. Quando ele morreu, em 2005, a artista Vera Chaves Barcellos decidiu entrar nesse espaço de criação tão íntimo para ver o quanto dessa produção havia sido ali guardada ao longo do tempo.

 

A surpresa foi não só encontrar centenas de peças nunca vistas, mas descobrir que se tratava de um conjunto de trabalhos de força expressiva, situados na tênue linha do que separa o que é arte ou artesanato, artista ou artesão, estético ou utilitário.

 

– O Silvio chamava esse espaço de “meu ateliê”, e os trabalhos dele, de “minha obra” – comenta Vera, que o conheceu ainda nos anos 1960.

 

Autodidata e sem nenhuma instrução artística, Nunes Pinto deu origem a objetos e esculturas que intrigam pela originalidade das construções e pelo grau de invenção formal que ultrapassa a função utilitária. Esse caráter o vincula a toda uma linhagem da chamada arte popular ou naïf. Também pelo fato de que a matéria é a madeira, seja ela trabalhada no entalhe ou como módulos a serem acoplados na elaboração de objetos. E porque a natural feição rústica confere às inventivas criações uma atemporalidade típica da arte primitiva.

 

– Ele não tinha formação artística, mas era muito habilidoso, observador e tinha uma grande sensibilidade – comenta Vera. – A criatividade e certo humor fazem com que muitas das peças não sejam decifradas de primeira em seu motivo ou utilidade.

 

Objetos que chamam atenção pela inventividade podem ser vistos como esculturas

 

Nesse sentido, os móveis nunca parecem ser exatamente móveis, tamanha é a estranheza causada pelo design inusitado. O mesmo vale para os objetos que Nunes Pinto considerava decorativos por não terem função, mas que, observados agora, podem facilmente ser reconhecidos como esculturas. Na exposição, também podem ser vistas diversas ferramentas igualmente intrigantes que o próprio Nunes Pinto construiu, mas não sem subverter a feição que habitualmente se esperaria de instrumentos funcionais. Tudo isso criado no pequeno ateliê que foi reproduzido na exposição em suas dimensões originais para exibir um vídeo com imagens captadas no original espaço de trabalho.

 

Texto de Francisco Dalcol para o jornal Zero Hora/Porto Alegre.

Arte Naïf no MIAN

28/jun

O Museu Internacional de Arte Naïf, MIAN, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ, terá o espaço expositivo todo reformulado, pela primeira vez desde a inauguração em 1995, para inaugurar a exposição “Jogando com as Cores Naïf”, no dia 6 de julho. A mostra será composta por cerca de 160 obras que abordam as diferentes modalidades esportivas dos Jogos Olímpicos, e também países que já sediaram o evento em edições anteriores. Unindo arte e esporte, a exposição apresenta trinta artistas naïfs brasileiros de vários estados. Enquanto algumas já estiveram expostas no Museu Olímpico de Lausanne, MOL, na Suíça, outras foram especialmente produzidas para a ocasião, sempre com o mesmo mote – os Jogos Olímpicos e Paralímpicos -, brindando os cariocas e também os visitantes que estiverem na cidade para os Jogos Rio2016. As telas abordam as diferentes modalidades esportivas,  e também países que já sediaram o evento em edições anteriores, a partir de uma seleção feita pela curadora Jacqueline Finkelstein com artistas de peso como Alba Cavalcanti, Helena Coelho, Fábio Sombra, Bebeth, Dalvane Telmo.

 

“Pretendemos promover o encontro entre cultura, esporte e educação, reforçando o ideal olímpico de equilíbrio entre corpo, mente e vontade”, afirma Jacqueline Finkelstein.

 

“Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos são uma ótima oportunidade para reunir manifestações e representações culturais das mais diversas, entendendo esporte e arte como atividades humanas propulsoras do movimento, da criatividade e das conquistas sociais.” afirma Ricardo Ribenboim, diretor da Base7. O evento tem a realização do Museu Internacional de Arte Naïf, da Base7 Projetos Culturais, Scult Consultoria e Planejamento e Governo Federal e conta com o patrocínio do Banco Itaú por meio da Lei Rouanet.

 

As obras estarão agrupadas em seis núcleos temáticos: “Esportes Brasileiros”, “Esportes ao Ar Livre”, “Esportes Aquáticos”, “Esportes de Salão”, “Esportes de Inverno” e “Diversos”, apresentando ao público as cores e formas da arte naïf nacional. Entre os esportes nacionais retratados destacam-se alguns bem cariocas, como o vôlei de praia, incluído em 1996, e outros que nunca participaram dos Jogos Olímpicos, como peteca, futevôlei e a capoeira. Outro ponto alto deverá ser o painel que foi encomendado à artista Mabel, que conta, como numa história em quadrinhos, desde a 1ª Edição dos jogos modernos, na Grécia, em 1896, até os anos 2000. Os Jogos Paralímpicos serão representados por uma tela inédita da artista naïf Helena Rodrigues, chamada “Basquete Paralímpico”. Outra obra apresentada pela primeira vez será “A Corrida”, de Ermelinda. Mas o maior destaque fica por conta da tela “Largada da Maratona”, do artista carioca Fábio Sombra, que foi a identidade visual e cartaz da exposição no MOL e esquentou o inverno de Lausanne com suas cores e traços em 2002. Os visitantes terão a oportunidade de se retratarem praticando seu esporte preferido num gigantesco quadro negro com o relevo da cidade maravilhosa. As escolas que visitarem o museu durante a exposição poderão participar da atividade “Desenhando nos Aros” utilizando as formas e cores dos Aros Olímpicos, símbolo dos jogos como ponto de partida de uma oficina de criação artística.

 

“As ações educativas propostas no MIAN abrem caminho para a compreensão das obras, de suas formas e necessidades de expressão e também, para a maneira como são percebidas, sentidas e interpretadas pelos bebês/crianças/adolescentes. A espontaneidade e figuratividade, características da arte naïf, tornam esse processo simples e natural”, explica Tatiana Levy, gerente socioeducativa do MIAN.

 

Inspirados nos jogos e na exposição em cartaz, os programas de família oferecidos pelo  museu vão incorporar elementos esportivos nas visitas sensoriais para bebês e a já tradicional caça ao tesouro do Atelier da Família, que vai localizar as formas geométricas escondidas nas obras de arte da mostra!

 

O MIAN cobrará meia entrada para quem tiver o Passaporte Cultural Rio e, durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, não haverá cobrança de ingresso para visitas mediadas de alunos da rede pública de ensino. As visitas guiadas custarão R$ 20,00 por pessoa (mínimo de cinco pessoas por grupo)

Legendas: Fábio Sombra

Berenice

Rio, Cidade-Sede

01/jun

Mais de 10 pintores brasileiros mostram os encantos da cidade carioca sob a ótica naif aos visitantes do Museu Internacional de Arte Naïf, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ, na exposição “Rio, Cidade-Sede Maravilhosa”. Patrocinada pela Secretaria Municipal de Cultura, a mostra abre no dia 02 de junho, e conta com cerca de 25 telas – muitas inéditas – retratando as praias, contornos e relevo da natureza exuberante do Rio de Janeiro através das pinceladas de artistas como Lia Mittarakis, Bebeth, Dalvan, Fabio Sombra, Ozias, Sergio Murillo, Roberto de Carvalho, Helena Coelho, Cezino e Tomzé.

 

Jacqueline Finkelstein, museóloga e diretora do MIAN, que assina a curadoria, destaca alguns quadros, como “Pichadores II” e “Piscinão de Ramos”, de Dalvan, além de um em especial, feito por Helena Coelho e doado pela artista para o fundador do MIAN, Lucien Finkelstein, quando ele comemorou seus 70 anos, “Homenagem aos 70 anos de Lucien”. A curadora dividiu a exposição em dois espaços: Galeria Sensorial, no térreo, e Sala de Atividades Educativas, no subsolo. Um gigantesco painel interativo localizado nos jardins do museu irá reproduzir a tela “Jardim Botânico” da artista Bebeth, possibilitando que os visitantes tirem fotos com os rostos posicionados nos locais indicados. A produção é assinada pela Arte Cultura, dirigida pela gestora cultural Patrícia Castro.

 

 

Esculturas táteis

 

Segundo Tatiana Levy, coordenadora sócio-educativa do MIAN, as seis esculturas táteis agregam um aspecto tridimensional às pinturas, uma vez que apresentam interpretações das obras, criadas pelas arte-educadoras Maria Matina e Licia Gomes, feitas a partir de materiais reutilizados. “As esculturas ficarão próximas de suas obras “mãe”, permitindo que através do toque o público sinta-se transportado para os Arcos da Lapa, Morro do Corcovado, Pão de Açúcar, Maracanã, Jardim Botânico e as praias. A ideia é brincar e imaginar-se parte da cidade, passeando através do olhar e do toque por atrativos culturais e naturais do Rio”, explica Tatiana.

 

 

Sobre o MIAN

 

Com 20 anos de existência, o MIAN é o maior museu de arte naïf da América Latina. Localizado no Cosme Velho, em um casarão do século XIX, próximo ao Trem do Corcovado, o museu conta com um acervo de 6 mil obras de artistas de todos os estados brasileiros e de mais de 100 países. As telas abrangem um período extenso desde o século XV até os dias atuais, oferecendo um panorama diversificado da arte naïf.

 

 

Até 31 de outubro.

Viva o Povo Brasileiro!

19/abr

O Centro Cultural Correios, Centro Histórico, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Viva o Povo Brasileiro!”, um panorama poético da arte popular brasileira sob a curadoria de Denise Mattar. Em exibição cerca de 150 obras de arte popular criadas pelos mais representativos nomes de diversas regiões do país como Mestre Vitalino, Jadir, João Egídio, Nhô Caboclo, Zezinha, Isabel, Galdino, Ranchinho, Miranda, Bajado, Miriam, Paul Pedro Leal, Chico Tabibuia, Julião, Ana das Carrrancas, Noemisa, Rita Loureiro, Heitor dos Prazeres, J. Borges, Aurelino entre muitos outros.

 

A proposta da exposição “Viva o povo brasileiro!” é a de mostrar ao público a extrema beleza das diversas formas da arte espontânea brasileira. O conjunto mapeia obras de vários estados exibindo uma visão abrangente que enaltece a qualidade dos trabalhos. As técnicas vão da pintura à escultura em amadeira, cerâmica, ex-votos e tábuas votivas, relevos e objetos. O temas abordam desde os santos às festas, cenas do cotidiano e animais selvagens. Uma explosão de cor, ritmo e alegria, permeada de lirismo, poesia e até de certa melancolia.

 

Segundo a curadora Denise Mattar, estamos finalmente assistindo ao crescimento do prestígio da arte popular brasileira com museus e importantes coleções, ressaltando sua importância, originalidade e requinte: “A exposição Viva o povo brasileiro! pretende revelar esse tesouro e mostrar ao público obras que pertencem a coleções particulares e que nunca foram vistas. A arte popular brasileira sempre foi mais valorizada pelos estrangeiros, e isto acontece desde a colonização. Nomes como o francês Jean de Léry (1536 – 1613), que escreveu sobre a arte plumária indígena, o suíço Blaise Cendrars (1887 – 1961), que encantou-se com a arte do povo mineiro, a italiana Lina Bo Bardi (1914 – 1992), que criou na Bahia um Museu de Arte Popular e realizou a antológica exposição “A mão do povo brasileiro”, são apenas alguns exemplos.”

 

As obras selecionadas pela curadora Denise Mattar e pelo pesquisador Roberto Rugiero, que responde pela consultoria da mostra,  fazem parte das coleções de João Maurício de Araújo Pinho e Irapoan Cavalcanti, duas das mais importantes e completas do Brasil. O projeto expográfico é assinado por Guilherme Isnard.

 

 

Artistas participantes:

 

Agostinho de Freitas | Alcides Pereira | Alcides Santos | Ana das Carrancas | Ana do Baú | Anésio Julião | Antonia Leão | Antonio de Dedé | Artur Pereira | Bajado | Benedito | Bento Sumé | Cícera Fonseca | Chico da Silva | Chico Tabibuia | Dona Eli | Emídio de Souza | Geraldo de Andrade | GTO | Gina | Guma | Heitor dos Prazeres | Isabel | Jadir | João Egídio | J. Borges | J. Coimbra | João Alves | José Antônio da Silva | José de Freitas | Antônio Julião | Júlio Martins | Lafaete | Licídio Lopes | Louco | Luis Antônio |  Maria Auxiliadora | Maria de Beni | Mestre Cunha | Mestre Galdino | Mestre Guarany | Mestre Vitalino | Miriam | Miranda | Mudinho | Nhô Caboclo | Nilson Pimenta | Nino | Noemisa | Nuca | Oziel | Paulo Pedro Leal| Placidina | Ranchinho | Resendio | Rita Loureiro | Romildo | Roberto de Almeida | Roberto Vital |  Sil | Tarcísio Andrade | Timbuca | Tonico Scarelli |Ulisses Pereira | Valentim Rosa | Véio | Vicente Ferreira | Waldomiro de Deus | Willi de Carvalho | Zé Cordeiro | Zé do Chalé | Zezinha | Zezinho de Tracunhaém.

 

Até 13 de junho.

Brasil Naïf no MIAN

27/out

“Brasil Naïf, Uma aventura na Alma Brasileira” é um convite do curador, Jacques Ardies, franco-belga radicado no Brasil há 40 anos (35 deles dedicados à arte naïf), a uma incursão pela alma de cada artista. Ele apresenta, no Museu Internacional de Arte Naïf (MIAN), Cosme Velho, 561, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ, obras de alguns dos pintores mais representativos do estilo, trazidas do acervo que mantém na galeria em São Paulo, que leva seu nome. São ao todo 60 telas de mais de 50 artistas, entre eles nomes históricos que participaram do movimento naïf nacional, pintores atuantes até hoje. Na ocasião da abertura da mostra, o curador, Jacques Ardies, lança seu livro “Arte Naif no Brasil II”.

 

Segundo Jacqueline Finkelstein, diretora, do MIAN, é uma honra receber esta exposição: “Conhecendo o trabalho da Galeria Jacques Ardies com os artistas naïfs há mais de 30 anos, o MIAN acredita que ao realizar esta exposição estará somando forças em prol da divulgação e valorização da arte naïf brasileira”.

 

A estrutura da exposição segue a ordem cronológica do desenvolvimento da arte naïf no Brasil. Iniciando nos anos 40, quando os primeiros artistas são acolhidos em salões oficiais tais como a carioca Silvia Chalreo e o mundo fantástico de Chico da Silva. Seguida por José Antonio da Silva, apontado como o maior e mais autêntico artista naif brasileiro, cuja carreira foi intensa e polêmica. No começo dos anos 60, descobre-se um grupo de artistas que desperta atenção pela excepcional capacidade de se expressar de forma diferenciada. Aparecem então as primeiras obras da piauiense Elisa Martins da Silveira, os cenários narrativos do ator de teatro José de Freitas, a pintura intimista de Rosina Becker do Valle, com seu colorido quente e aconchegante. E assim vão surgindo as cenas paulistanas de Agostinho Batista de Freitas, o esplendor nordestino descrito com maestria por Ivonaldo Veloso de Melo, as histórias picantes do rio-grandense Iaponí Araújo, as pinturas encantadoras em madeira da goiana Mirian e a incrível mineira Maria Auxiliadora, com sua técnica em relevo e suas cenas tão brasileiras, as delicadas cenas de namoro de Julio Martins da Silva. O trabalho rude no Campo de Miranda, as festas folclóricas de Goiás de Antonio Poteiro,  o frevo e o samba da festeira Alba Cavalcanti, as evocações divinas com o degradé sofisticado de Crisaldo Morais, a delicada postura das moças de Elza O.S, os personagens universais e expressivos de Gerson, o mundo imaginário e encantado de Grauben e de Iracema, as baianas em trajes a rigor de Ivan Moraes, o legado iconográfico saboroso da cidade do Rio de Janeiro de Lia Mittarakis, a visão do Brasil pelo olhar do grande nome da tapeçaria brasileira Madeleine Colaço,  a arte sincera da alogoana Mirian e os casamento em carro de boi de Neuton de Andrade.

 

O grupo dos artistas atuantes é constituído de 27 nomes, alguns são cariocas, como Helena Coelho e Bebeth, outros são da cidade de São Paulo, como Rodolpho Tamanini Netto e Cristiano Sidoti ou do interior do Estado como Edivaldo, Malu Delibo, Edna de Araraquara, Luiz Cassemiro, Constância Nery, Ana Maria Dias, Edgar Calhado; diversos artistas de origem mineira como Isabel de Jesus, Lucia Buccini, Maria Guadalupe, Vanice Ayres, Ernani Pavaneli e Francisco Severino. Do sul, temos a riograndense Mara Toledo e os catarinenses Doval e Sônia Furtado. A Bahia está representada pelo casal Waldomiro de Deus e Lourdes de Deus e também pelo jovem Raimundo Bida. Participam duas artistas de origem polonesa que se transformaram em artistas brasileiras como Barbara Rochltiz e Magdalena Zawadzka e Dila, do Maranhão.

 

 

A palavra do curador

 

“Acompanho estes artistas há anos e posso afirmar que são dotados de um talento indiscutível. Constroem suas carreiras de maneira lenta, séria e consistente. Cada qual, imbuído de sua própria missão estética, transborda comumente a esperança por uma convivência mais harmoniosa das raças e crenças. Convencido de que sua arte está a serviço de um mundo melhor, cada artista nos convida para uma viagem na sua alma”.

 

 

Sobre o curador

 

O Brasil desperta paixões inexplicáveis em certas pessoas que vêm nos visitar e acabam ficando. Este é o caso de Jacques Ardies, há 35 anos no Brasil. Ardies, quando acabou seu curso de Administração em Bruxelas, teve vontade de conhecer o mundo, descobrir novas formas de cultura, abrir seus horizontes. Chegando a São Paulo conseguiu um estágio numa empresa e, consequentemente, seu visto permanente. O ano de 1979 foi um marco na sua vida. Jacques, sem emprego, estava em uma encruzilhada: ou arranjava outro emprego na administração ou partia para um negócio próprio. Ele escolheu a segunda opção, mas não na área de administração, seu novo negócio agora era a arte. Mais precisamente a arte Naif. Nascia, em agosto de 79, a Galeria Cravo Canela. Hoje, com 36 anos de trabalho dedicados à arte, Jacques é um respeitado especialista em arte naif, com um acervo de mais de 1.000 obras.

 

 

 

A arte naïf na visão de Jacques Ardies

 

Arte naïf define a produção de um grupo de pintores que expressa livremente suas memórias e emoções. Sem qualquer educação artística formal, conseguem superar suas dificuldades técnicas e criam uma linguagem inédita e pessoal, singular. A palavra francesa naif significa ingênuo e foi associada ao estilo apresentado por Henri Rousseau que se juntou aos revolucionários da arte moderna. Rousseau era uma pessoa sensível que vivia um pouco fora do seu tempo. Ele tinha o seu lado realmente ingênuo e sua pintura espontânea encantava pelo talento criativo e inédito.

 

 

De 29 de outubro a 24 de janeiro de 2016.