Duas vezes Tunga em São Paulo

15/dez

 

 

Tunga no Itaú Cultural e Instituto Tomie Ohtahe.

 

A exposição “Tunga: conjunções magnéticas” reúne aproximadamente 300 obras do artista. “Tunga: conjunções magnéticas” celebra a produção artística de Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão (1952-2016), o Tunga, dono de um universo imaginativo único e de uma produção refinada, é figura emblemática das artes visuais do país.

 

A exposição tem curadoria de Paulo Venancio Filho e correalização do Instituto Tunga, propõe uma retrospectiva que apresenta a extensão da obra do artista em consonância com sua prática e poética plástica.

 

Esculturas | Arte de não saber e ética do heterogêneo: os palíndromos de Tunga

 

Formado em Arquitetura e Urbanismo na década de 1970, Tunga dialogou com grandes nomes das artes contemporâneas, como Waltercio Caldas, Cildo Meireles, Sergio Camargo e Lygia Clark.

 

Desenhos, esculturas, objetos, instalações, vídeos e performances. A diversidade de suportes revela os seus múltiplos interesses, que percorriam diferentes áreas do conhecimento, como Literatura, Matemática, Arte e Filosofia. A pluralidade também se fez presente no uso de materiais. De maneira notável, Tunga explorou ímãs, vidro, feltro, borracha, dentes e ossos. Sua obra ganhou simbologia e presença, aproximando-o da produção artística em evidência no panorama internacional.

 

A partir da década de 1980, participou da Bienal de Veneza, teve quatro passagens pela Bienal internacional de São Paulo e esteve em mostras no Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova York, e na Whitechapel Gallery, em Londres. No Instituto Inhotim, em Minas Gerais, dois espaços destacam a obra do artista, a Galeria True Rouge (2002) e a Galeria Psicoativa (2012). Tunga foi o primeiro artista contemporâneo e o primeiro brasileiro a expor no Museu do Louvre, em Paris, em 2005.

 

Parte dessa extensa produção está em “Tunga: conjunções magnéticas”, que reúne aproximadamente 300 obras. Além do Itaú Cultural (IC), Avenida Paulista, Paraíso, São Paulo, SP, a mostra estende-se para o espaço do Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, que recebe a escultura Gravitação magnética (1987) – cujos esboços ocupam o espaço de ambos os espaços culturais – e o filme-instalação Ão (1981). Para complementar a exposição e convidar a um mergulho mais aprofundado na história de Tunga, durante a mostra serão publicados no YouTube do Itaú Cultural vídeos que reúnem depoimentos de Paulo Venancio Filho (curador da exposição), Fernando Santana (assistente de Tunga), Paulo Sérgio Duarte (curador e crítico de arte), Waltercio Caldas (artista), Gonçalo Mello Mourão (irmão de Tunga) e Lia Rodrigues (bailarina e coreógrafa) que tratam de temas como quem foi Tunga, a energia da conjunção, suas inspirações, seu processo criativo e a variedade de suportes e materiais em seu trabalho.
Até domingo 10 de abril de 2022.

 

 

 

 

Poéticas de um outro

14/dez

 

 

A BELIZÁRIO Galeria, Pinheiros, São Paulo, SP, abre a mostra coletiva “POÉTICAS de um outro”, com seu time de 17 artistas representados, exibindo 56 trabalhos em diferentes suportes – pinturas, esculturas, objetos, fotografias, desenhos – criando uma unidade visual resultante das vivencias pessoais de cada artista e os processos resultantes das mesmas.

 

A pintura se reposiciona como técnica responsável por trabalhos relevantes, como vem ocorrendo em outros locais, no âmbito da arte contemporânea. Bruno Duque, Celso Orsini, Fernanda Junqueira, Fernando Burjato e Matheus Machado utilizam o suporte com maestria criando telas, ora com paleta de cores diversas ora em p&b, para narrar suas histórias e experiencias. Ao lado delas, as obras resultantes da habilidade manual dos artistas Antônio Pulquério, Deneir Martins, Marc do Nascimento, Marcos Coelho Benjamim, Maxim Malhado e Paulo Nenflidio apresentam trabalhos tridimensionais, expressando seus registros em esculturas e objetos. Os desenhos, com suas delicadezas de linhas e traços, mas não menos assertivos, são de autoria de Elias Muradi, Jean Belmonte, Marco Ribeiro e Rodrigo Rigobello enquanto Juliana Notari e Sara Não Tem Nome optaram pela fotografia como registro de suas performances.

 

“POÉTICAS de um outro” oferece um olhar lateral onde o distinto e o diverso se apresentam em consonância com o todo, narrando histórias pessoais interconectadas através das liberdades de criação, e escolhas narrativas da contemporaneidade permitindo leituras e assimilações pessoais por parte do observador. O universo de cada artista é único. Sua mensagem é sempre pessoal. Orlando Lemos uniu as estrofes dos versos, sensibilizando-se com suas poéticas distintas e redigiu um poema visual uníssono.

 

Até 05 de março de 2022.

 

 

 

Ione Saldanha: a cidade inventada

13/dez

 

 

O MASP, Museu de Arte de São Paulo, Avenida Paulista, SP, apresenta mostra de caráter retrospectivo de Ione Saldanha apresentando objetos como ripas, bambus e bobinas.

 

 

Ione Saldanha é uma figura pioneira, porém sem o devido reconhecimento na história da arte brasileira do século 20. Embora trabalhasse de maneira intuitiva, o desenvolvimento de sua obra tão rigorosa quanto poética ao longo de quase seis décadas demonstra uma extraordinária coerência. Uma série ou grupo de trabalhos se desdobra e evolui rumo ao próximo – desde as pinturas figurativas iniciais dos anos 1940 até os trabalhos abstratos nos anos 1950 e as pinturas em suportes tridimensionais a partir do final dos anos 1960. Nesse sentido, pode-se pensar na pintura num campo expandido ou ampliado como motivo condutor do trabalho: Saldanha pintava sobre tela, papel, longas ripas de madeira, bambus, bobinas e, por fim, sobre todos de madeira empilhados. A cor e o construtivismo faziam parte do seu idioma – por um lado, suas várias paletas de cores ao longo dos anos são tão singulares quanto arrebatadoras; por outro, a geometria e a verticalidade sempre foram referências muito fortes na construção de seus trabalhos. No centro da obra de Saldanha há uma preocupação com uma certa representação ou invenção da cidade e da arquitetura, fosse ela real ou imaginada, daí o título desta exposição: Ione Saldanha: a cidade inventada. Nesse contexto, a artista passou das paisagens urbanas iniciais a construções arquitetônicas progressivamente abstratas, representadas de maneira fluida, delicada e orgânica, sempre trazendo a marca da mão da artista visível na superfície das pinturas, seja ela bidimensional ou tridimensional. Os Bambus, seus trabalhos mais icônicos, complexos, e verdadeiramente inovadores, são esculturas eretas que evocam a cultura brasileira popular e vernacular. De caráter antropomórfico, fazem referência tanto à cidade e à floresta, quanto ao sujeito que as habita, adquirindo uma qualidade instalativa sobretudo quando expostos em conjuntos.

 

Ainda que seja possível identificar uma série de preocupações em comum em seu trabalho e no de alguns de seus hoje consagrados contemporâneos (como Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape), Ione Saldanha nunca se associou a qualquer grupo ou movimento, algo incomum nos círculos artísticos brasileiros de meados do século passado. Em vez disso, a artista desenvolveu uma trajetória bastante reservada que lhe permitiu focar em seu trabalho tanto excepcional quanto prolífico, explorando múltiplas relações, diálogos e cruzamentos: entre abstração e figuração, geometria e paisagem, hard edge  e artesanal, representação e apresentação, pintura e escultura, arte e vida, tudo imbuído de singulares e sutis combinações de cores.
O título desta exposição é inspirado no de uma mostra individual da artista intitulada Cidade inventada , realizada na Galeria Relevo no Rio de Janeiro, em 1962.
Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP

 

Fonte: MASP

 

Raul Mourão expõe em Salvador

01/dez

 

 

 

O MENOR CARNAVAL DO MUNDO

 

A Roberto Alban Galeria, Salvador, BA, tem o prazer de anunciar a exposição “O menor carnaval do mundo”, exposição individual de Raul Mourão. Segunda exposição do artista na galeria, a mostra que será inaugurada dia 09 de dezembro e fica em exibição até 05 de fevereiro de 2022 reúne um conjunto de 44 obras recentes, oriundas de diferentes séries e campos de investigação de sua vasta produção, iniciada na segunda metade da década de 1980.

 

Expoente de uma geração que marcou o cenário carioca na década seguinte, Raul Mourão é notadamente conhecido por uma produção multimídia, que se desdobra em esculturas, pinturas, desenhos, vídeos, fotografias, instalações e performances. Frequentemente, o artista investiga os cruzamentos entre estes campos e linguagens, estimulando relações multidisciplinares em sua prática, lançando mão de um vocabulário visual único e de um peculiar senso de apreensão da realidade que o cerca.

 

A obra de Mourão alimenta-se, assim, de trivialidades e signos da vida cotidiana e de sua vivência da paisagem urbana, então interpretados e reconfigurados pelo artista em um processo de elaboração de seu olhar sobre eles, tão engenhoso quanto perspicaz, capaz de refletir sobre o que nos parece mundano, efêmero; mas também sobre questões mais amplas, como o contexto sócio-político do país.

 

Este fluxo entre as esferas individual e coletiva acontece em uma constante retroalimentação entre estes polos, resultando em uma produção artística de alta voltagem inventiva e linguística, em estado de ebulição e renovação contínuos, ao passo em que determinados temas, elementos e materiais seguem em experimentações constantes e variadas dentro do processo criativo do artista.

 

Em O menor carnaval do mundo, Mourão reforça este interesse por mídias e suportes diversos ao apresentar obras recentes de diferentes séries de sua produção, todas realizadas nestes últimos anos. O conjunto reúne desde novas esculturas cinéticas a pinturas de sua série “Janelas”, de fotografias e pinturas da série “SETADERUA” à vídeos como “Bang-Bang” – obra já exibida em ocasiões anteriores, mas recontextualizada dentro do presente conjunto proposto.

 

O título da mostra alude tanto à uma dimensão narrativa, afetiva – um carnaval vivido junto a um grupo reduzido de amigos, dentro do período pandêmico – quanto aponta para um certo jogo de escalas proposto pelo próprio artista a partir da obra título da exposição. Escultura realizada em dois tamanhos diferentes, a obra homônima evidencia o desejo de Mourão de experimentar estas pequenas variações sobre um mesmo tema ou objeto, explorando uma mesma ideia por vias distintas, mas também complementares, insuspeitas.

 

Suas bandeiras do Brasil, por exemplo – subtraídas de seus círculos centrais e do lema positivista de “ordem e progresso” – aparecem ao longo da mostra tanto em uma pequena versão p&b em tecido (dedicada ao grupo BaianaSystem) quanto em uma fotografia realizada na orla carioca, em parceria com o músico Tomás Cunha Ferreira.

 

Na entrada do espaço expositivo, uma espécie de parede-índice reúne um conjunto variado de trabalhos, sublinhando este senso de “desnorteamento organizado” proposto por Mourão, nos convidando a adentrar suas diferentes séries e campos de investigação a partir da sugestão de possibilidades diversas de relações a serem traçadas entre as obras em si. O artista não nos indica, assim, direções fixas ou trajetórias precisamente delineadas. Por vias opostas, nos concede, pistas e indícios que funcionam espontaneamente como disparadores destes inúmeros percursos a serem realizados por entre as salas da mostra. Nas palavras da crítica e curadora de arte pernambucana Clarissa Diniz, no texto crítico que acompanha a mostra:

 

“Se vivemos, agora, um mundo que nos extrapola mais do que a outrora posto que nos apreende em grades e distâncias, ao que parece, quando nos convoca a participar do Menor carnaval do mundo, Raul Mourão está a nos cochichar sobre a força transformadora do que, reduzido, pode enfrentar os gigantes sem que eles se deem conta do que está acontecendo.”

 

Sobre o artista

 

Raul Mourão nasceu no Rio de Janeiro, em 1967, onde vive e trabalha. Entre suas principais exposições individuais e projetos solo recentes, destacam-se: Empty Head, Galeria Nara Roesler Nova York, 2021; A Máquina do Mundo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2021; Estado Bruto, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2020; A Escolha do Artista, Instituto Casa Roberto Marinho, 2020;  Experiência Live Cinema #4: Raul Mourão + Cabelo, Studio OM.Art, 2019; Fora/Dentro, no Museu da República, 2018, Rio de Janeiro, Brasil; Você está aqui, no Museu Brasileiro de Ecologia e Escultura – MuBE – 2016, São Paulo, Brasil; Please Touch, no Bronx Museum, 2015, Nova York, Estados Unidos; Tração animal, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MAM-Rio, 2012, Rio de Janeiro, Brasil; Toque devagar, Praça Tiradentes, 2012, Rio de Janeiro, Brasil. Entre as coletivas recentes, encontramos: Coleções no MuBE: Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz – Construções e geometrias, no Museu de Ecologia e Escultura, MuBE, 2019, São Paulo, Brasil; Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos, Oca, 2017, São Paulo, Brasil; Mana Seven, Mana Contemporary, 2016, Miami, Estados Unidos; Brasil, Beleza?! Contemporary Brazilian Sculpture, Museum Beelden Aan Zee, 2016, Haia, Países Baixos; Bienal de Vancouver 2014-2016, Canadá, 2014. Seus trabalhos figuram em coleções de importantes instituições, tais como: ASU Art Museum, Tempe, EUA; Instituto Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Contemporânea de Niterói, MAC-Niterói, Niterói, Brasil; Museu de Arte do Rio, MAR, Rio de Janeiro, Brasil; e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MAM-Rio, Rio de Janeiro, Brasil.

 

 

 

Coletiva na Art Lab Gallery

 

 

Juliana Mônaco encerra sua agenda de 2021 da Art Lab Gallery, Jardins, SP, com “PORTFOLIO” exibição coletiva com 120 artistas exibindo mais de 350 trabalhos nos 1000m² de área expositiva da galeria. Mantido o compromisso de servir como porta de entrada a novos artistas no circuito de arte e cultura, que incluem tanto os representados pela galeria como 100 selecionados através de processo de “open call” via redes sociais.

 

Pinturas, esculturas, fotografias e jóias de artista se apresentam sem um conceito único. Cada artista exerce livre curadoria sobre seu trabalho tanto na escolha das peças como na forma de exibi-las.

 

Anne Weege, Ariane Labre, Carol Moraes, Daniel Cavalcanti, Graça Tirelli, Linda Dayan, Marcia Cavinati, Mariana Naves, Mariella Morrone, Pat, PatyLene, Renata Kandelman, Russ, Samara Oliveira, Tunica Barbosa, Valter Marques, Viri, possuem lugar cativo por fazerem parte do time da Art Lab Gallery e outros artistas se juntam a eles após criteriosa análise do material enviado visto que a meta é seguir “estimulando a intersecção de múltiplas vertentes em um laboratório imersivo de experimentação e intercâmbio artístico”, explica Juliana Mônaco.

 

Uma exposição onde, mais uma vez, se permite que “os temas propostos emerjam de manifestos particulares, advindos de contextos regionais, sensibilidades políticas, econômicas, e culturais”, diz a galerista.

 

“À medida que as variáveis aumentam, as práticas e trabalhos artísticos são completamente subjetivos de avaliação e dependentes de interpretação individual que, ao captar os sentidos do visitante no interagir com a obra, faz com que a arte se cumpra”.

 

Juliana Mônaco

 

De 02 a 12 de dezembro.

 

 

 

Salão Nacional, a coletiva

22/nov

 

 

 

A Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP, tem o prazer de apresentar, entre 27 de novembro a 29 de janeiro de 2022, “Salão Nacional”, exposição coletiva que reúne trabalhos de Alex Vallauri, Amelia Toledo, Brancusi, Boi, Carlos Fajardo, Cassio Michalany, Claudio Kuperman, Claudio Tozzi, Dudi Maia Rosa, Fábio Miguez, Flávia Ribeiro, Guto Lacaz, Ivald Granato, José Resende, Leda Catunda, Luiz Paulo Baravelli, Marisa Bicelli, Siron Franco, Thomaz Ianelli e Zé Bico.

 

“Salão Nacional” é uma exposição que parte da obra de mesmo título realizada em 1986 por Guto Lacaz. Na peça de Lacaz, uma exposição é montada com miniaturas de obras de diversos artistas atuantes naquele momento. A exposição “Salão Nacional” reencena esse projeto em escala humana com as obras dos mesmos artistas, expandindo-o a partir da inclusão de outros artistas daquela mesma geração.

 

O modelo do Salão Nacional foi criado no Brasil na primeira metade do século XIX pela Missão Artística Francesa, fundadora da Academia Imperial de Belas Artes, posteriormente Escola Nacional de Belas Artes. O “Salão Nacional de Artes Plásticas” surge em 1933 sob o nome de “Salão Nacional de Belas Artes”. Para dar conta de uma produção cada vez menos acadêmica, cria-se, em 1951, uma sessão de arte moderna, dando origem ao “Salão de Arte Moderna”. Durante as décadas de 1960 e 1970, período da ditadura militar, os salões vão perdendo o prestígio que possuíam até então, sendo extintos em 1978 e reintegrados pela Funarte sob o título de “Salão Nacional de Artes Plásticas”. Na década de 1980, o Salão adquire um papel fundamental dentro do circuito de arte. Sendo um dos poucos lugares de projeção para artistas em início de carreira, dispunha também da premiação em duas modalidades: Viagem ao País ou Viagem ao Exterior. A mostra, que possuía um processo seletivo concorrido, servia como uma espécie de vitrine que aproximava a produção do jovem artista não somente ao público, mas também aos próprios componentes do júri, que eram curadores, artistas e marchands respeitados. Na década de 1980, período de abertura política e gradual redemocratização, participar do Salão Nacional significava dar um passo importante à integração em um circuito que começava a se fortalecer economicamente através da constituição e profissionalização de um mercado de arte.

 

O “Salão Nacional” de Guto Lacaz foi exibido pela primeira vez em “Muamba”, exposição realizada em 1987 na Subdistrito Comercial de Arte, galeria paulistana que reunia em seu programa expositivo os principais nomes da pintura daquele momento. Além de ter participado pela segunda vez consecutiva da Bienal de São Paulo com suas performances e instalações, Lacaz embarcaria no ano seguinte para a França, onde participaria da exposição “Modernidade – A arte brasileira no século XX” no Museu de Arte Moderna de Paris. Embora o mercado estivesse, naquele momento, se alimentando da pintura, os objetos low-tech e bem-humorados de Guto, que referenciavam desde a história da arte até o mito do progresso, circulavam com uma certa fluidez pelo circuito mais institucional. Suas “máquinas inúteis” propunham um jeito menos protocolar de se relacionar com o objeto de arte, em que a sisudez dava lugar ao riso, incorporando em suas propostas um espírito dadaísta, como em “Rádios Pescando”, conjunto de oito rádios cujas antenas eram transformadas em varas de pescar. Ainda em referência a Duchamp e ao seu “Nu descendo uma escada, nº2″, propõe uma abordagem sintética e irônica em sua experimentação com a pintura em “Homem na escada” obra que, além de integrar aquela exposição na Subdistrito Comercial de Arte, havia participado de sua instalação na 18ª Bienal de São Paulo e que pode ser vista atualmente na Pinacoteca de São Paulo na exposição “A máquina do mundo: Arte e indústria no Brasil 1901 – 2021”. Em sua versão de Salão Nacional, Lacaz apresenta outras obras de artistas que participaram de edições anteriores da mostra, como Flávia Ribeiro, Carlos Fajardo, Luiz Paulo Baravelli, Dudi Maia Rosa, Cassio Michalany e Fabio Miguez. E faz algumas homenagens: ao ator, ilustrador e cenógrafo Patricio Bisso, grande figura da cena paulistana da década de 1980, através da inclusão da fotografia de Marisa Bicelli; ao artista Alex Vallauri, falecido naquele mesmo ano, pioneiro do grafite no Brasil, com quem participou da Bienal de São Paulo em 1985; à revista Around; ao mestre da escultura Constantin Brancusi e à Leda Catunda, que surge representada por uma fotografia publicada na imprensa onde foi descrita de maneira sexista como dona dos “mais belos joelhos da arte brasileira”. Lacaz reforça o tom irônico de sua peça, incluindo outros dois trabalhos sem autoria, como o de “um artista hippie que entrou no salão por engano”. Neste conjunto de treze trabalhos, há outro que nunca havia existido fora daquela maquete: uma “Cara” de Luiz Paulo Baravelli. A partir do convite para a realização desta exposição na Galeria Marcelo Guarnieri, a pintura ganha o corpo de quase dois metros de altura, 35 anos depois de ter sido desenhada: “Cara para Guto”. Baravelli executa, em acrílica e encáustica sobre compensado, a obra que Guto Lacaz havia projetado em miniatura como se fosse mais uma da série “Caras” que seu amigo havia exibido na Bienal de Veneza em 1984. Para esta exposição, além das obras referenciadas do trabalho de Guto Lacaz, são apresentadas também pinturas e esculturas da época produzidas por artistas atuantes naquele mesmo período como Boi, que expunha com frequência na Subdistrito Comercial de Arte, Amelia Toledo, Siron Franco, Ivald Granato, Claudio Tozzi, Claudio Kuperman, Thomaz Ianelli, José Resende e Zé Bico, nomes importantes da produção artística da década de 1980.

 

 

 

 

 

 

Vinte e cinco anos de arte

19/nov

 

 

 

A Galeria de Arte Mamute, Porto Alegre, RS, promove no dia 27 de novembro, a abertura da exposição de comemoração de 25 anos de carreira do artista representado Antônio Augusto Bueno. A mostra intitulada “Toda Memória Flerta com o Infinito” tem a curadoria de Felipe Caldas e traz a público obras inéditas em pintura, desenho, gravura e site specific.

 

Acompanham a comemoração a instalação de uma escultura criada para a nova sede do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), intervenção urbana no Distrito Criativo em Porto Alegre e mostra de gravura em metal e monotipias no Atelier Jabutipê.

 

A palavra do curador

 

Na beira do rio, crianças brincam com o que encontram pelo chão. Pedras, folhas e gravetos tornam-se espadas, lanças, bengalas, varas de pescar, entre tantas outras coisas. A serenidade do lugar, apesar do vento constante, contrasta com a correria, com os gritos e as gargalhadas, espaço e tempo em que pedras se transformam em bolas, folhas em comida, grama em colchão, areia em castelo, em casa ou em um bolo e tudo pode virar sopa de repente. Quando crianças, nós transformamos o mundo à nossa volta, o quarto em jardim ou em campo de batalha, a cama em automóvel ou em foguete, barcos voam e aviões submergem como submarinos, nós transformamo-nos e transformamos o outro. Tudo são meios e suportes para criação de novos mundos, outras possibilidades para o existente e para a existência e, quando crescemos, a maioria de nós esquece dessa capacidade. A imaginação não é algo oposto à realidade, ela configura a realidade e torna possível outras realidades, assim como a compreensão de nós mesmos, de nosso tempo, de nossa existência e território; como do passado, do não dito, da escuridão e da luz inalcançável. Antônio Augusto Bueno é essa criança que brinca com gravetos, faz barcos voarem, coleciona mamonas, caroços de abacate, junta folhas, empilha coisas, caminha deslumbrado pelo mundo e risca sobre tudo. Neste ano de 2021 Antônio Augusto Bueno completa 25 anos de produção artística, um fazer que opera com diversas linguagens, desenho, pintura, gravura, cerâmica, fotografia, instalações, objetos tridimensionais. Reconhecido sobretudo por seu trabalho com desenho, no entanto, ao meu ver o que há de menor importância na produção poética do artista é uma discussão sobre linguagem estritamente. Essas linguagens são apenas meios para nos chamar a atenção sobre a dimensão do ser humano frente a uma existência efêmera, passageira, delicada, frágil, todavia, partícipe de um todo. Esta exposição é parte de um  projeto mais amplo que conta com quatro ações: um trabalho tridimensional no pátio do  MAC-RS, a exposição na Galeria Mamute, uma intervenção urbana no quarto distrito de Porto Alegre e a constituição de uma série de gravuras/monotipias no Atelier Jabutipê.  Estas ações articulam quatro instâncias produtivas e de circulação, o ateliê, a instituição museológica, a rua e a galeria comercial que fazem parte da pratica cotidiana do artista. O fazer de Antônio nestes 25 anos está embebido de uma hereditariedade artística, a comunidade que o circula e suas topografias e clima. Quando falo aqui em hereditariedade artística, estou pensando, justamente, no diálogo que os trabalhos de Antônio Augusto travam com a herança cultural e artística precedente e atual, sobretudo deste território, o Rio Grande do Sul, mas sem se limitar. A potência da linha, da visualidade dos chamados desenhos, está embebida de uma linha incontornável de Iberê Camargo, uma sujeira de Wilson Cavalcante (Cava), de uma trama e de uma complexidade entre gestos e grafismos de Teresa Poester, e há igualmente algo de Flávio Gonçalves, Gerson Reichert, James Zórtea, Gabriel Netto, entre outros colegas. Seus espaços vazios em confronto com pequenas áreas de forte densidade material convocam Cy Tombelly, levam ao diálogo com os desenhos de Nuno Ramos, Nelson Félix, e talvez Marcelo Solá. Seus gravetos armados têm algo de Carlos Pasquetti, de Hamilton Coelho, quanto talvez de Luiz Gonzaga de Mello Gomes, com quem trabalhou e, certamente, remete-nos a Ai WeiWei e Frans Krajcberg. Diferente dos citados, o trabalho de Antônio Augusto Bueno está embebido da milonga, do vento e do frio destes prados, ou seja, talvez no campo das artes visuais na contemporaneidade seja um dos artistas que mais dialoga com aquilo que Vitor Ramil chamou de Estética do Frio em um clima temperado de um Brasil que não é somente tropical. Não só porque trabalha com artistas deste território, ou em sua aproximação com os colegas artistas do Uruguai, mas sobretudo nos próprios trabalhos visuais, as grandes áreas dos desenhos remetem à planície, aos campos alagados, ao pampa, a um espaço sem grandes rompimentos topográficos em que o vento corre livremente, como os espaços em branco, as matizes baixas e as veladuras que baixam a vibração das cores; a um fazer que não é um grito ou êxtase expressivo, sequer um sussurro, mas uma fala mansa e contínua como a topografia da metade sul deste território e talvez seja, justamente, por isso tão natural a Antônio a aproximação com esses artistas que partilham de um mesmo comum, de um mesmo sensível. Os trabalhos bidimensionais evocam a dimensão da cicatriz. O que vemos não é um rasgo na carne pictorial mas um conjunto de ações de corte e sutura e isso ocorre tanto no papel quanto no tecido, e essa pele que exibe cicatrizes contém a memória construtiva do próprio trabalho, das referências artísticas, de sua hereditariedade, topografia e clima e talvez contenha a memória afetiva tornada material do próprio artista. A cicatriz é semelhante a um rastro, você não vê nada além da cicatriz quando se depara com ela, mas ela é o indício de um conjunto de eventos, a marca de uma vida pulsante, de um pensar e de um agir constantes, e, por isso, carrega consigo uma memória latente que talvez cumpra a função de lembrar-nos que “toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade, mas nada escapa à lei”. Antônio produz com a potência do ínfimo, com a harmonização dos movimentos contrários e com a condução de um mental partilhado por meio de seus trabalhos para outro lugar, para outra consciência de mundo, um vislumbre do homem primitivo ligado ao todo em que não existe dicotomia entre indivíduo e natureza, em que território, bioma, vento, frio e estrelas são extensões umas das outras. O mental não antecede a matéria, é parte constituinte desta, extensão, ou seja, quando olhamos o fazer artístico de Antônio, o mental não ocorre antes da ação, mas simultaneamente, em um jogo de forças, pois o mental da matéria, o mental do mundo, do céu azulado à noite estrelada também se projetam sobre o artista, assim criador e criatura tornam-se um só e não um antecede o outro, mas coexistem e (re)existem. O trabalho do artista é uma extensão dele e, simultaneamente, independente dele, ao fazer, o artista modificou-se e modificou a matéria, enquanto ela o modificava, e isso é partilhar e produzir para com o todo. O alquímico não está em uma rede imbricada de signos e de símbolos como estamos habituados e aprendemos dentro da história da arte e da cultura, mas na atitude perante a vida. A transubstanciação é constante, todos os encontros nos modificam, o rio nunca é o mesmo, o passo nunca é igual, a mão que desenha ou o beijo são irrepetíveis.”

 

Felipe Caldas

Inspiração no Nordeste

18/nov

 

 

No dia 20 de novembro, a samba arte contemporânea, Shopping Fashion Mall – São Conrado – Estrada da Gávea, Rio de Janeiro, RJ, inaugura a exposição “Paratudo/Paratodos”, com cerca de 60 obras inéditas do artista paulistano Reynaldo Candia, que buscam referência no Nordeste para falar sobre a cultura brasileira. Serão apresentados pinturas, instalações, esculturas e bordados, produzidos nos últimos três anos, em diversos suportes, como lona, ráfia, couro, algodão, entre outros. O nome da exposição faz alusão à famosa música de Chico Buarque de Holanda, que trata da miscigenação do povo brasileiro, e também à tradicional bebida a base de raízes amargas nordestina. A exposição também estará disponível on-line, no site da galeria (www.sambaartecontemporanea.com), com obras, textos e informações, ampliando a experiência.

 

“Há muitos registros históricos de viajantes e expedições europeias que deixaram documentos iconográficos notáveis e importantes, mas a aventura visual empreendida por este artista-viajante sugere uma torção: ele percorre paisagens tão íntimas quanto públicas, subvertendo o lugar destinado à iconografia nordestina, aplicando um corte preciso capaz de extrair lirismo e forças poética e cromática únicas, inventando um vocabulário semiótico pensado a partir da experiência da alteridade como uma espécie de profanação, na medida em que os objetos e acontecimentos do mundo se abrem a um novo e possível uso”, escreveu a psicanalista e crítica de arte Bianca Dias no texto que acompanha a exposição.

 

Duas grandes instalações trazem obras da série “Porta-retrato nordestino”, composta por cerca de 50 pinturas a óleo, que remetem às fotopinturas, uma tradição que ainda perpetua em muitas casas nordestinas. As obras de Reynaldo Candia fazem referência a esses retratos de família, através de diversas pinturas, com cores contrastantes, que trazem no centro uma cor, destacando o lugar que seria destinado à fotografia. Desenhos arabescos completam os trabalhos, fazendo referência às antigas molduras dessas obras. “As instalações são um simulacro dessas paredes que vi em muitas casas no Nordeste, e trazem contrastes de cores que temos no Brasil”, diz o artista.  “Seu trabalho traz, para o campo codificado das artes visuais, distintas expressões da vida ordinária – aquilo que pertence ao território doméstico – e também instaura uma concepção nova de conflito e de singularidade com implicações sobre as relações entre sujeito e sociedade”, completa Bianca Dias.

 

Os suportes para as pinturas vão desde a tradicional lona até ráfia, embalagens de produtos diversos, entre outros materiais recolhidos na última viagem do artista ao Nordeste, em 2018. Há também pinturas sobre tecidos, como chita e viscose estampada, todos com cores contrastantes. Muitas dessas obras possuem texturas e grossas camadas de tintas. “Minha intenção primaria é produzir um objeto, por isso, trato a tinta como matéria na tela, criando um acúmulo, com várias camadas e uma superfície não lisa”, explica o artista.

 

Seguindo o formato da série “Porta-retratos”, haverá também a série de trabalhos “Nordestinês”, com obras em óleo sobre papel. No centro da pintura, no lugar que seria dedicado à fotografia em um porta-retratos, está escrita uma palavra comumente usada no nordeste, como “vixe” e “arretado”, por exemplo.

 

Casinhas típicas do Nordeste, quadradas e coloridas, também estão presentes na exposição. Quatro delas foram pintadas em páginas de livros de autores nordestinos ou que viveram no Nordeste, formando pinturas/esculturas. Essas mesmas casinhas haviam sido retratadas nas fotografias de Anna Mariani, no livro “Pinturas e Platibandas”, que tem textos de Ariano Suassuna, Caetano Veloso e Jean Baudrillard, e foram bordadas pelo artista para a exposição. “O bordado é muito forte no Nordeste, mas não só entre as mulheres. Durante minha pesquisa descobri que Lampião era um grande costureiro e também bordava”, conta o artista.

Também farão parte da mostra cinco obras da série “Defesa”, feitas em couro ecológico, em referência ao cangaço, reproduzindo símbolos do livro “Estrela do couro/ Estética do Cangaço”, de Frederico Pernambucano de Mello. “Os cangaceiros absorveram de forma muito intensa essa simbologia e a adotaram como defesa. Em vários momentos quando se sentiam ameaçados, riscavam esses símbolos no chão. É como se fosse um amuleto”, diz o artista que usa galhos de diversas árvores típicas do Nordeste como suporte para estas obras.

 

Completa a exposição a série de pinturas “Ervas Daninhas”, com imagens e nomes de plantas que tem devastado pastos no Nordeste. “Para mim, elas são símbolos de resistência, pois são retiradas e voltam a nascer. Essas pinturas são densas e faço com espátula e não com pincel, para depositar grossas camadas de tinta, deixando a espessura aparente”, ressalta o artista.

 

Sobre o artista

 

Reynaldo Candia nasceu em São Paulo, SP, 1975. Formou-se em História da Arte e Comunicação visual.  Realizou cursos no MASP e Tomie Ohtake, dentre outros lugares, e frequentou ateliês como assistente. Participou de diversas coletivas, editais e salões, entre eles, o Abre-Alas, na Gentil Carioca, programa de exposições no Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP) e Novíssimos, no IBEU. Foi Premiado em diversos salões, dentre os quais, 43° Salão de Santo André – SP, 17º Salão de pequenos Formatos UNAMA – PA, 11º Bienal do Recôncavo – BA, 10º Salão Latino Americano – Santa Maria – RS. Participou da residência artística na Bienal de Cerveira, em Portugal, em 2012 e em 2018, e na Dinamarca, em 2016, onde possui obras em seus acervos. Possui obras no acervo do Museu de Arte  Contemporânea de Torun, na Polônia; na Fundação Bienal de Cerveira, em Portugal; no Núcleo Cultural da Universidade da Amazônia; na Fundação Espaço Cultural da Paraíba (FUNESC); no Museu de Arte de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, entre outras. Dentre suas principais exposições, destacam-se “Sinais do apocalipse” (2020), no Centro de Arte Contemporânea de Torun, na Polônia; “Grupo Em Branco – Ato Contínuo” (2018), no Museu da Cidade de São Paulo; “Mãos as obras” (2017), no Circuito SESI; a mostra no Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP) e “Novíssimos”, na Galeria do IBEU, ambas em 2016.

 

Até 23 de janeiro de 2022.

 

 

 

 

 

A Natureza na Arte na Casa França-Brasil

17/nov

 

 

 

Os finlandeses estão chegando: 5ª edição da Bela Bienal Europeia e Latino Americana reúne artistas daFinlândiae da Itália, propondo diálogo entre arte e sustentabilidade.

 

A arte como agente de reflexão sobre sustentabilidade e questões ambientais. Este é o mote da Bela Bienal Europeia e Latino Americana de Arte Contemporânea, que chega à sua 5ª edição com o tema “A Natureza na Arte”. Evento itinerante que este ano já esteve na Finlândia e aportou no Brasil com agenda em importantes cidades, como Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, chega à Casa França-Brasil em curta temporada. No dia da abertura, 19 de novembro, contará com a presença do embaixador da Finlândia Jouko Leinonen.

 

Sob curadoria do finlandês Jari Järnström e do brasileiro Edson Cardoso – proprietário da AVA Galleria, na Finlândia – a mostra reúne 30 artistas finlandeses, além de italianos. Todos possuem em comum a proposta de promover um diálogo consistente através da exposição de suas obras, manifestadas através de pinturas e esculturas de bronze. “Promovendo esse diálogo intercultural, mostramos ao público em geral o que artistas de diferentes culturas estão desenvolvendo na arte contemporânea, unificando as distâncias continentais através de seus olhares sobre um único tema. Desejamos evidenciar a importância destas obras como agentes de reflexão sobre a preservação ambiental, bem como de suas raízes e tradições”, afirma um dos curadores, Edson Cardoso, que já realizou exposições nas principais cidades do mundo (Sede da ONU em Nova Iorque, Museu do Louvre em Paris, Prefeitura de Osaka, no Japão, Museu de Braga, em Portugal) e em outros espaços importantes no Brasil – Museu Oscar Niemeyer, MAM do Rio, MuBe Museu de Esculturas e Museu Histórico Nacional).

 

Relação dos artistas convidados

 

Finlândia: Anna Emilia Järvinen, Annukka Visapää, Antti Raitala, Bela Czitrom, Dan Palmgren, Elisa Daart, Hanna Uggla, Hanna Varis, Hannele Haatainen, Iria Ciekca Schmidt, Jari Järnström, Kristina Elo, Laura Pohjonen, Maaria Märkälä. Maj-Lis Tanner, Marko Viljakka, Merja Hujo, Mona Hoel, Nonna-Nina Mäki, Paula Mikkilä, Piippa Mutikainen, Päivi Kukkasniemi, Päivyt Niemeläinen, Raija Kuisma, Seppo Lagom, Sirkka Laakkonen, Sirpa Heikkinen, Ulla Remes, Ulla-Maija Vaittinen, Ursula Kianto.

 

Itália: Alda Picone, Judith Paone, Mauro Trincanato.

 

De 20 de novembro a 12 de dezembro.

Arthur Lescher em Portugal

10/nov

 

Abertura de exposição individual de esculturas de Arthur Lescher a partir do dia 13 de novembro na KubikGallery, Porto, Portuga
Há mais de trinta anos que Lescher apresenta um trabalho sólido como escultor, que resulta da pesquisa em torno da articulação de materiais, pensamentos e formas. Nesse sentido, o artista tem no diálogo particular, ininterrupto e preciso, com o espaço e o projeto arquitetônicos, e a escolha de materiais (que podem ser metal, pedra, madeira, feltro, sais, latão e cobre), elementos fundamentais para destacar o poder desse discurso. Mesmo que o trabalho de Lescher esteja fortemente ligado aos processos industriais, apresentando extremo requinte e rigor, a sua produção não tem a forma como único propósito, na verdade, vai além. Essa contradição abre caminho para o mito e a imaginação, elementos essenciais para a construção da sua Paisagem Minimal.

 

Sobre o artista

 

Artur Lescher nasceu em 1962, em São Paulo, SP, Brasil, onde reside e trabalha. Algumas de suas últimas exposições individuais são: Artur Lescher: suspensão, Estação Pinacoteca, 2019, São Paulo, Brasil; Asterismos, Almine Rech Gallery, 2019, Paris, França; Porticus, Palais d’Iéna, 2017, Paris, França; Inner Landscape, Piero Atchugarry Gallery, 2016, Pueblo Garzón, Uruguai. Participações em exposições coletivas recentes incluem: Tension and Dynamism, Atchugarry Art Center, 2018, Miami, Estados Unidos; Mundos transversales – Colección permanente de la Fundación Pablo Atchugarry, Fundación Pablo Atchugarry, 2017, Maldonado, Uruguai; Everything you are I am not: Latin American Contemporary Art from the Tiroche DeLeon Collection, Mana Contemporary, 2016, Nova Jersey, Estados Unidos; El círculo caminaba tranquilo, Museo de Arte Moderno de Buenos Aires, MAMBA, 2014, Buenos Aires, Argentina; The Circle Walked Casually, Deutsche Bank KunstHalle, 2013, Berlim, Alemanha. Tem obras em importantes coleções como: Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (MALBA), Buenos Aires, Argentina; Museum of Fine Arts Houston (MFAH), Houston, Estados Unidos; Philadelphia Museum of Art, Filadélfia, Estados Unidos; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil.

 

Com o apoio do programa InResidence, uma iniciativa da Ágora – Cultura e Desporto do Porto, E.M.