Tozzi na Houssein Jarouche

06/abr

A Galeria Houssein Jarouche, Jardim América, São Paulo, SP, inaugura a exposição individual do artista visual paulistano Claudio Tozzi.
 
A curadoria é de Sofia Gotti – professora adjunta do Instituto de Arte Courtauld, colaboradora da Tate Modern  e do Museu Guggenheim. Para esta exposição, que reúne 28 obras realizadas ao longo de quatro décadas de sua carreira – entre pinturas, desenhos, objetos, esculturas, gravuras e vídeo -, convidamos os espectadores a serem afetados pela dimensão subjetiva de cada peça, a fim de acolher conexões novas e inesperadas em toda a sua produção artística. 

 

Claudio Tozzi é um dos artistas mais ressonantes e importantes do Brasil desde os anos 1960. Sua prática atravessou múltiplas fases e, a cada passo, seu trabalho polimórfico cresceu de acordo com uma investigação formalista linear e incessante. Começando por experimentar silkscreens pop, ampliações fotográficas e pinturas figurativas, ele passou para filme, instalação, pinturas acrílicas esculturais, esculturas de parede de metal, técnicas e materiais de grande variação. Seus trabalhos mostram como Tozzi mascarou a crítica política e social com uma linguagem visual muitas vezes lúdica e acessível.  

 

A seleção desta nova mostra da Galeria Houssein Jarouche apresenta imagens recorrentes de mulheres e casais em diferentes estágios de sua prática, refletindo sobre a mudança dos papéis de gênero e a luta das mulheres pela igualdade. A partir do final dos anos 1960, o artista abordou esses temas como emblemas de uma batalha pela total liberdade física e intelectual, ameaçada por uma sociedade tradicionalista que ditava normas e por um sistema político imposto pelos militares durante a ditadura. As obras expostas documentam as diversas estratégias que Tozzi implantou para atingir seu objetivo, que incluiu exibir sua arte no espaço público, usando trocadilhos para zombar do status quo (“Zebra” e “Bananeira”), ou apresentando imagens e situações tensas (“O Grito”, “Fotograma”). Direção de Paulo Azeco.
 
De 10 de abril a 09 de junho.

 

Arden Quin em Curitiba

A Simões de Assis Galeria, Curitiba, PR, exibe a exposição “Carmelo Arden Quin – A Utopia Modernista”, com obras do artista uruguaio do Grupo Madí, sob a curadoria de Felipe Scovino.

 

 

Carmelo Arden Quin: modernidade e invenção

 

Carmelo Arden Quin é um artista uruguaio que se estabelece na Argentina em meados dos anos 1930. É importante contextualizar esse período histórico, porque ao largo dos golpes de Estado que se sucederam em diferentes países da América Latina naquele momento, a arte floresceu e alcançou uma qualidade que está sendo somente agora reconhecida mundialmente. Arden Quin faz parte da geração seguinte a de outro artista uruguaio, Joaquín Torres Garcia. Esse aliou de forma altamente qualitativa a linguagem construtiva – ainda dando os seus primeiros passos nas Américas – cosmologia e espiritualidade com um traço naif sem de forma alguma ser ingênuo. Algo próximo da pesquisa de Paul Klee mas com uma originalidade assustadora. Infelizmente, essa produção nascida no Uruguai que antecipa questões formais e conceituais e que como fios acabaram tecendo laços com a arte construtiva brasileira ainda é pouco conhecida por nós. E daí a importância dessa exposição inaugural da Simões de Assis Galeria de Arte em São Paulo.

 

Em 1938, Arden Quin deixa o Uruguai e segue para Buenos Aires. Encontra uma Argentina em franco declínio social e econômico depois de ser uma das maiores potências das Américas. O país assistiu logo após o fim da Segunda Guerra Mundial a ascensão de Perón ao poder e a contínua política de nacionalização. Contudo, no campo das artes plásticas, em meados daquela década a Argentina inscreveria seu nome na história da arte ao ser a base do Grupo Madí. Como afirma o manifesto do grupo escrito em 1946:

 

Madí confirma o desejo do homem de inventar objetos ao lado da humanidade lutando por uma sociedade sem classes que libera a energia e domina o espaço e o tempo em todos os sentidos, e a matéria em suas últimas consequências.

Era o começo, digamos, mais maduro de uma prática consistente da arte não-figurativa na América Latina. Arden Quin, Gyula Kosice, Lidy Prati, Rhod Rothfuss, dentre outros artistas, estabelecem a base para a linguagem construtiva na Argentina. Suas pesquisas incluem diversos interesses e escolas da arte, como construtivismo, cubismo e mesmo o surrealismo. A obra de Arden Quin, naquele momento, estava fincada em proposições não-ortogonais e principalmente na ideia de desconstruir os limites da moldura. Interessava a ele ter a moldura não como um elemento redutor do espaço pictórico mas como parte intrínseca da obra. A moldura passava a ser um elemento de diálogo consistente com as formas geométricas construídas pelo artista. Essa situação, aliás, é bem demonstrada com uma reunião de obras importantes dessa fase na exposição. Em Forme Madí 2B (1946), por exemplo, observem como a linha da moldura obedece ou dialoga com o conjunto em seu interior, formado pelas figuras geométricas irregulares. Há um interesse claro em metaforicamente destruir barreiras e integrar moldura, formas e cores como elementos pictóricos. Os artistas do grupo Madí se interessavam por outras formas planares que não são simplesmente as ortogonais. Começaram a elaborar outros polígonos, regulares ou irregulares, que se convertiam em pentágonos, hexágonos, círculos e toda a sorte de figuras geométricas.

 

Interessante perceber que o princípio da quebra, concreta e metafórica, da moldura também se manifestará poucos anos depois no Brasil. Lygia Clark começa em 1952 a produzir Superfície modulada e Planos em superfície modulada. Em ambas as séries, a artista desenha a lápis sobre o cartão uma série de polígonos regulares ou irregulares, sempre utilizando para efeitos óticos a relação entre cheio e vazio, por conta do preenchimento ou não do interior desses polígonos com grafite preto ou cinza. Criava-se, portanto, ainda no plano, um embaralhamento entre as posições de figura e fundo. Esses estudos se transformavam em pinturas feitas em tinta industrial sobre madeira, e o que antes era lápis demarcando as fronteiras entre os polígonos se transforma em fissura. A artista cravava essas linhas fronteiriças com bisturi. Foi um passo importante para o que ela chamou de “linha orgânica” e que chegou até à sua célebre série Bichos (1960-64), pois os polígonos das superfícies moduladas se soltam do plano, alcançam o espaço e passam a ser modificados por meio de dobradiças nas esculturas.

 

Esse foi um breve comentário sobre as possíveis conexões do trabalho de Arden Quin com a arte brasileira. Chama-me também a atenção a sua série intitulada Forme Galbée (1971), presente na mostra. Eis a sua mais esplêndida pesquisa acerca do cinético. Outro ponto alto dessa exposição é a oportunidade de termos acesso a um número robusto de obras do artista ao mesmo tempo em que percebemos e refletimos sobre os vários interesses e pesquisas que Arden Quin realizou. Se durante o Madí, sua pesquisa envolvia estudos sobre arte concreta e a forma muito própria em como os latinos absorveram e reinventaram as pesquisas planares, cubistas e não-euclidianas do movimento concreto europeu, nos anos 1970 Carmelo se volta para a arte cinética e a capacidade de ampliar o conceito de pintura. Ele não está sozinho nessa jornada, pois a própria Argentina, com Le Parc e Tomasello; a Venezuela, com Cruz-Díez, Otero e Soto; e, o Brasil com Palatnik, Antonio Maluf, Lygia Clark, Mary Vieira, Sérvulo Esmeraldo, Willys de Castro, dentre muitos outros, também desenvolvem suas pesquisas em arte cinética.

 

Determinadas obras da série Forme Galbée aludem a uma partitura. Essa sensibilidade do artista em executar ritmos e sinuosidades de grande impacto visual revelam a sua especificidade. É importante destacar que o caráter cinético dessas obras se dá pela forma em como o espectador se coloca defronte a obra, isto é, a cada mudança de perspectiva dele, a obra cria novas percepções e imagens. Outro ponto de destaque é o fato dela possuir concavidades no suporte da madeira, provocando uma sensação de miragem óptica. É algo semelhante ao que acontece com os Relevos Progressivos, de Palatnik, realizados a partir dos anos 1960. Nessas obras, o sequenciamento dos cortes na superfície do material – cartão, metal ou madeira – cria camadas ou ondas que variam dependendo da profundidade e localização do corte, constituindo sua própria dinâmica. O uso do papel-cartão, em especial, é algo surpreendente porque a produção de relevos empregada pelo artista leva à execução de ritmos e sinuosidades de grande impacto visual. Já na série de Arden Quin, não só o jogo próprio de linhas, formas e cores cria uma vibração intensa, mas como o suporte em que estão instalados – levando em conta essa perspectiva da concavidade – reitera e enfatiza a experiência óptica. Ademais, a linha é transformada, por ilusão óptica, em vibração, o material em energia. Quando o espectador se movimenta diante destas obras, o fundo fragmenta a linha de cores ou objetos impregnados sobre a superfície (de modo geral são pequenas estruturas de madeira), de modo que ele se apresenta como uma série de pequenos pontos flutuando no espaço. Eis a matemática se metamorfoseando em estruturas vibratórias a serviço de uma nova experiência de mundo para o sujeito.

 

Na série Plastique, realizada em meados dos anos 1980, o artista adotou uma forma de experimentação utilizando superfícies construídas e unidades visuais modulares feitas em acrílico e madeira que redimensionaram a sua obra. Não há a preocupação apenas, como se isso fosse pouco, em experimentar novas capacidades cinéticas mas também a percepção em construir e organizar um estado pictórico. Esta analogia se faz presente na escolha e na ordem com que compõe os feixes em acrílico sobre a madeira. Numa das obras, um recorte em acrílico, formado por três linhas em paralelo percorrendo a sua extensão e sobre as mesmas um conjunto de pequenos aros metálicos, remete claramente ao braço de uma guitarra ou violão. Esse feixe percorre longitudinalmente a superfície do plano compondo com as cores e formas geométricas dispostas, um salto (musical) para o espaço. Há o pensamento de um pintor articulando formas e cores naquela superfície. Arden Quin reatualiza as célebres obras de Picasso, mas para além disso institui a sua marca própria e autenticidade: refletir sobre o lugar da arte e seu compromisso com a invenção e com o agora. Ele é um artista conectado ao moderno e a todas as formas críticas do pensamento cultural. Sua pintura, desde o início, possui um vínculo com outras artes, seja a música, o design ou a arquitetura. Ao contrário de seus contemporâneos ligados ao figurativismo, o jovem Carmelo desafiou as regras e desejou que a sua obra alcançasse o espaço, e assim o foi.

 

Em uma de suas últimas pinturas, também presente na mostra, Domaine n. 18 (2006), mais uma vez a celebração à música se faz presente. Corpo de um violão, cordas, fundo, faixas. Tudo está lá. Fracionados e dispostos em intervalos separados pelo cheio (zonas pintadas em preto) e o vazio (zonas claras), essas partes compõem um todo. A moldura recortada continua e reforça esse efeito da mobilidade dos planos. As unidades geométricas parecem estar em um balanço contínuo, mesmo, claro, se tratando de uma pintura. Essa sensação se alimenta também pelo fato do artista magicamente tornar curvas as retas, possibilitando outra linguagem e visualidade para o elemento concreto. Percebam que essa “magia” é consequência, sem dúvida, das experimentações da arquitetura moderna que caminham lado a lado ao seu trabalho.

 

Essa é uma exposição histórica. Primeiro, por se tratar do trabalho de um artista notável que teve mais de 60 anos de produção e tem o seu nome celebrado pela história da arte. É também a oportunidade de o público brasileiro, em especial, tomar contato de forma mais aprofundada com uma obra que se caracterizou pelo compromisso com a invenção. Este conceito se confunde na obra de Arden Quin com a incessante pesquisa que realizou acerca do movimento. Interessou a ele sob as mais diversas circunstâncias, operações formais e conceituais ter o espectador como cúmplice das suas investigações plásticas. Dos anos 1930 à primeira década desse século, sua obra provocou novas percepções óticas caminhando conjuntamente com as inovações tecnológicas, artísticas e culturais que o mundo atravessava. De forma pioneira, e é bom destacar esse ponto, sua produção estimula o movimento, seja nas relações intrínsecas que a obra promove entre cor, forma e plano alçando a pintura ao espaço, seja nas obras cinéticas, estimulando a participação do espectador e promovendo a multiplicação das imagens. É a própria obra posta em questão, ameaçando os seus limites e experimentando as suas várias possibilidades de forma intensa.

 

Felipe Scovino

QUINN, Arden; KOSICE, Gyula. Manifesto Madí. In: AMARAL, Aracy A. (org). Projeto construtivo brasileiro na arte: 1950-1962. Rio de Janeiro: MAM; São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1977, p. 62-64.

 

 

Até 19 de maio.

Debut de Jandyra Waters

05/abr

A Galeria Sancovsky, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, inaugura com curadoria de Marcos Moraes, a exposição individual de Jandyra Waters. A artista ganha, aos 97 anos, sua primeira individual na Galeria Sancovsky. A exposição acontece no momento em que a pintora paulistana comemora sete décadas de trajetória artística. Esta mostra destaca as investigações cromáticas e pictóricas que Jandyra Waters realiza até hoje, assim como fica demonstrado seu interesse e acompanhamento pelo experimentalismo e a geometria.

 

 

De 05 de abril a 05 de maio.

Materiais orgânicos  

A Verve Galeria, Jardim Paulista, São Paulo, SP, inaugura “Inventário”, exposição individual do artista plástico Dudu Garcia, sob curadoria de Marcus de Lontra Costa, composta por 12 pinturas em técnica mista que busca reunir, pela primeira vez, um recorte de sua produção, abordando como tema principal o tempo e a matéria, em uma pesquisa sobre a expansão dos limites da pintura. 

 

Entre o abstracionismo informal e o hiper-realismo, o trabalho de Dudu Garcia procura trazer o deslocamento de paisagens urbanas despercebidas para dentro da tela, sendo o diálogo com a ação do tempo uma das principais ferramentas utilizadas em sua investigação pictórica. Ao se utilizar de materiais como carvão, pó de pedra, poeira, linóleo, borracha e limo, suas pinturas tomam forma em suportes que variam entre telas de linho, cânhamo e canvas de algodão. Nos dizeres do próprio artista: “Meu trabalho é muito orgânico. As cores são cores naturais que encontramos no mundo, fora da pintura. A técnica envolve monotipia, infusão, colagem, pintura, todos feitos em técnica muito autoral, desenvolvida dentro do studio”.  

 

Para a mostra na Verve Galeria, foram selecionados trabalhos realizados entre 2002 e 2018, no intuito de criar um amplo panorama da produção do artista. Sobre essa produção, o curador Marcus de Lontra Costa comenta: “Há, em sua ação, uma espécie de aura romântica, um compromisso com a criação do belo e com a revelação de um mundo escondido diante de nosso olhar. Para ele, o artista é um desbravador, um descobridor, e a tarefa maior de seu ofício é desnudar os véus do olhar. A pintura é instrumento de sensibilização, simples e sofisticada como o pão e o vinho. Através de manchas de cores formadas por camadas de tinta sobrepostas, o trabalho do artista revela um processo pictórico sensível e bem elaborado”.  

 

Acerca de suas criações, Dudu Garcia acredita no exercício prático e contínuo do trabalho como fonte de ideias e de realização. “Seus objetos, desenhos, pinturas, esculturas superam as tradicionais classificações da arte e se afirmam como elementos totêmicos de grande força e potência visual, revelando um artista maduro, inteligente e sensível, que domina os seus meios expressivos e insere a sua produção na vigorosa arena complexa e perturbadora que abriga e espelha a arte contemporânea e seu papel fundamental no mundo em que vivemos”, conclui Marcus de Lontra Costa
 
De 09 de abril a 26 de maio.

Moda em exposição

02/abr

A Luste Editores promove o lançamento de “Moda Ilustrada”, com textos de Maria Rita Alonso, prefácio de Ronaldo Fraga, e colaboração de Marília Kodic. Dividido em quatro partes – “Raízes”, “Ruptura”, “Contracultura” e “Era Digital”-, o livro retrata a evolução do vestuário no Brasil desde a sua descoberta até o presente, ilustrado com 228 imagens entre croquis, estampas, desenhos e pinturas. Na mesma ocasião do lançamento, dia 03 de abril, a Luste Editores inaugura, no Museu Belas Artes de São Paulo, Vila Mariana, São Paulo, SP, uma exposição temporária, de título homônimo, e composta por imagens do livro, sob curadoria de Marcel Mariano.

 

Garimpar, selecionar e editar imagens e informações. O processo de produção de “Moda Ilustrada” levou cerca de um ano para ser finalizado, e contou com uma vasta pesquisa, diversas entrevistas, análises e uma atenta curadoria. Contemplando mais de quinhentos anos de história da moda nacional, “o resultado é uma sequência ágil e vibrante das transformações radicais ocorridas na indumentária, todas elas devidamente contextualizadas, com o objetivo de oferecer um documento definitivo sobre a moda e a história dos costumes no Brasil – ainda que não tenhamos seguido 100% a sequência cronológica, para não comprometer o ritmo do projeto gráfico”, comentam Marcel Mariano e Maria Rita Alonso.

 

 

Até 28 de abril.

On the road, no IBEU

O clássico “On the road”, de Jack Kerouac, é a inspiração da exposição “Na estrada através do espelho”, do artista Jozias Benedicto, que será inaugurada no dia 04 de abril, às 18h30, na Galeria de Arte do IBEU, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria de Cesar Kiraly. Misturando artes visuais e literatura, a individual será composta por uma performance com o próprio artista ligada a uma série de pinturas na qual Benedicto tem trabalhado nos últimos dois anos. A performance dará origem a uma videoinstalação sonora site-specific que ficará em exibição na galeria. 

 

Durante a ação, Jozias Benedicto utilizará textos próprios e apropriados, escritos e pintados com tinta saída direto dos tubos sobre telas e outros suportes característicos de pintura. As escritas são invertidas, espelhadas, fazendo com que as palavras se transformem em sinais gráficos de difícil compreensão de sentido por parte dos espectadores.

 

“A partir de palavras escritas sem predeterminação e palavras escritas invertidas, tomei como norte para a performance site-specific um livro chave da literatura americana, o “On the road”, do escritor Jack Kerouac, escrito de forma contínua, como uma escrita automática. A obra trouxe uma inversão dos conceitos, como se tudo escrito após ele, e dos outros autores da sua da chamada “Geração Beat”, passasse a ser lido “ao contrário” da escrita convencional da literatura que os antecedeu”, analisa o artista.  

 

Na abertura da exposição, todas as 200 telas serão geradas por Benedicto, em uma ação ininterrupta, na qual ele estará distante dos espectadores, isolado como um escritor beat. Tendo como base o rolo de telex no qual Jack Kerouac registrou o livro – que mede 36m x 22cm e está exposto em Paris -, o artista irá refazer o percurso do escritor, não em um rolo de papel e sim em um suporte tradicional de pintura. As telas terão 12x18cm em seus chassis, pinturas da série “Através do espelho”, e que, colocadas em linha, chegam ao comprimento do manuscrito original de “On the road”.   

 

Estas pequenas telas serão afixadas à medida que serão pintadas, em uma linha horizontal que eventualmente se bifurca, como uma estrada. Ao fundo, de um cavalete de pintura transformado em uma “máquina sonora”, ouve-se a voz de Kerouac, distorcida, invertida, com a velocidade alterada, contraposta a outras vozes e outros temas da vida do artista.   

 

“A ação é ininterrupta e extenuante. Atividade mental e muscular. Escrevo e pinto incessantemente sobre as telas, sempre da direita para a esquerda, palavras que vem a minha mente, em escrita automática, a partir de minhas leituras prévias do “On the road”, completa Jozias Benedicto. 

 

Com esta exposição, o artista inaugura um novo espaço expositivo na Galeria do Ibeu, ocupando as vitrines na parte externa do local. Serão feitas duas pinturas diretamente sobre a parede, dialogando com a temática da exposição, representando textos do livro “Alice no País do Espelho”, escritos normalmente da esquerda para a direita e espelhados da direita para a esquerda.  

 

Segundo o curador Cesar Kiraly, “sob efeitos da leitura do “On The Road”, do Jack Kerouac, Jozias Benedicto realiza performance em que escreve frases de trás para frente em pequenas telas. A escrita é predominantemente de cor escura e o fundo sobretudo claro. Os suportes são colocados em linha que envolve todas as paredes da galeria. A atmosfera é completada por um cavalete sonoro”.  

 

 

Sobre o artista

 

Jozias Benedicto é escritor e artista visual. Vive e trabalha na cidade do Rio de Janeiro. Nos últimos anos vem desenvolvendo pesquisa com videoinstalações que unem literatura (ficção) e artes visuais (vídeo), trabalho já mostrado em diversas exposições coletivas no Brasil e no exterior.  Teve sua formação artística através de cursos com Ivan Serpa, Anna Bella Geiger, Rubens Gerchman, João Magalhães, Charles Watson e Suzana Queiroga, entre outros.
 
Até 27 de abril.

 

Anita, 10 anos na Gávea 

Anita Schwartz Galeria de Arte, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a partir de 04 de abril próximo, a exposição “5 + 5”, que dá início às comemorações de dez anos de seu espaço na Gávea. Cinco artistas da galeria – Arthur Chaves, Estela Sokol, Luiza Baldan, Nuno Ramos e Rochelle Costi convidaram outros cinco, somando dez nomes da arte contemporânea. Arthur Chaves chamou Cadu; Estela Sokol, Marcelo Cipis; Luiza Baldan, Lenora de Barros; Nuno Ramos, Eduardo Climachauska; e Rochelle Costi, Fernando Limberger.  As obras estarão no grande espaço térreo. No segundo andar, estarão obras de dois artistas emblemáticos na história da galeria: Wanda Pimentel e Abraham Palatnik.

 

Quando foi inaugurado, em 2008, depois de um ano e meio de obras, o novo espaço da galeria Anita Schwartz na Gávea causou frisson no meio da arte do país, pelo ineditismo da construção – um prédio de três andares, com uma arquitetura generosa dedicada à arte contemporânea. Pela primeira vez se construía uma galeria com essas dimensões – um total de quase 800 metros quadrados – em que se destacava o “cubão branco”, o salão térreo, com mais de sete metros de pé direito e perto de 200 metros quadrados. O projeto do arquiteto Cadas Abranches, que comentou, em seu recente livro lançado na galeria. “Gostei muito de fazer, pela simplicidade da arquitetura”, escreveu. Com fachada de ardósia cinza fatiada, o prédio parece flutuar em um espelho d’água, e a ponte de acesso ao prédio é de vidro. A reserva técnica, no segundo andar, tem uma grande janela voltada para o salão principal, para facilitar o manejo das obras de arte em exposição. O terceiro andar possui um terraço com um deque de madeira, com vista para o Corcovado, onde está um contêiner, com capacidade para vinte pessoas, usado pelos artistas para exibição de vídeos ou instalações.

 

Nascida em Recife, e radicada com a família no Rio de Janeiro desde 1973, Anita Schwartz inovou ainda conceitualmente, ao oferecer seu amplo espaço na Gávea para a livre criação dos artistas, que por muitas vezes transformaram o “cubão branco” praticamente em um laboratório de pesquisa, em exposições de cunho institucional. A ousadia deste gesto se tornou outra característica marcante da galeria.

 

 

Barcos cobertos com sabão, e globos da morte

 

Um exemplo emblemático desta atuação é Nuno Ramos. Na exposição “Mar Morto”, em 2009, o artista colocou dois barcos pesqueiros no salão térreo, e os cobriu com sabão que ele mesmo havia fabricado. No dia da abertura da exposição, caiu um temporal, e Nuno precisava usar guarda-chuva a cada vez que atravessava o terraço para chegar ao contêiner. A partir de então criou-se uma lenda, pois geralmente chove nas noites de vernissage… Em 2012, Nuno Ramos, em uma parceria com Eduardo Climachauska, realiza a exposição “O globo da morte de tudo”, cobrindo de alto a baixo as quatro paredes do grande salão com prateleiras de aço, com mais de 1.500 objetos frágeis coletados para este fim.  Dois globos da morte, colocados perto um do outro, sugerindo a imagem de infinito, foram usados durante dois minutos por motociclistas profissionais em uma performance, criando uma tal trepidação que os objetos caíam e se espatifavam no chão.  “Vou dizer, foi das montagens mais leves. Durante quinze dias os artistas, a Sandra (mulher de Nuno, também artista) coordenaram um mutirão. Foi maravilhoso”, lembra Anita Schwartz. “Quis abrir meu espaço para os artistas, já que eu podia oferecer um grande salão para que pudessem delirar, fantasiar, o que acabou sendo realidade”. Ela complementa: “talvez seja justamente esta matéria viva que é o artista o que me faz voar e me tirar um pouco os pés do chão, e realizar coisas que não são somente objetivas, materiais. Quando um projeto me encanta, eu viajo com os artistas”.

 

Outras marcas da galeria são a realização de conversas abertas sobre arte, e o programa “Trajetórias em Processo”, com curadoria de Guilherme Bueno, criado para dar visibilidade a jovens artistas. Realizado em várias edições anuais, com exposições coletivas, o programa se desdobrava em individuais no segundo andar da galeria, com os artistas que se destacavam. A artista Estela Sokol, que participou em 2009 deste programa, já ganhou três individuais na galeria.

 

 

Meu projeto de vida

 

Foram 22 anos até Anita Schwartz chegar em 2008 ao espaço na Gávea, que chama de “meu projeto de vida”. Em 1986, Anita passou a ocupar uma loja no Rio Design Center Leblon, shopping então recente, com um perfil voltado para arquitetura, decoração, antiquários e arte. Em 2000, abriu outra galeria no Rio Design Center Barra, mantendo os dois espaços até 2006, quando deixou a Barra, mantendo a loja do Leblon, já com planos de ter sua própria casa. “Procurei bastante no Rio, até achar o que queria na rua José Roberto Macedo Soares, na Gávea. Sabia que seria meu projeto de vida”, afirma. A casa que existia ali, com cômodos pequenos, era inviável para a ideia de um amplo espaço dedicado à arte contemporânea, e foi derrubada, para dar lugar ao prédio de três andares. “A Gávea é um bairro charmoso, agradável, gostoso de se passear, com que mantemos uma convivência muito boa”, diz. Tradicionalmente, a galeria abre suas exposições às quartas-feiras, dia menos agitado da região, mas os sábados também têm abrigado eventos. Outra novidade criada pela galeria foi oferecer nos vernissages pacotes de biscoito Globo, tradicional marca das praias cariocas. Um fato curioso é que a galeria é vizinha de uma igreja evangélica e tem a sua frente uma sede da Perfect Liberty, uma religião de origem japonesa. No jardim da galeria foi plantada uma espada-de-São-Jorge, e, à entrada, vê-se o símbolo de proteção judaico, a mezuzá, comprada no bairro do Marais, em Paris, e abençoada pelo rabino Nilton Bonder. “Estou protegida por todos os lados”, brinca Anita.

 

Com a exposição “5 + 5”, a galeria aponta para o futuro, e mais uma vez encara um desafio, já que os artistas tiveram liberdade de escolher seus pares. “Nunca sabemos de tudo. Estamos sempre em movimento, avançando. É uma profissão que demanda muita determinação e perseverança. Todo o trabalho é um desafio, e nos próximos dez anos vamos celebrar mais realizações, ainda com mais intensidade”, diz Anita Schwartz.

 

 

Sobre a exposição “5 + 5″

 

Arthur Chaves mostrará uma obra deste ano, em técnica mista, com aglomerado de tecidos. De Cadu estarão dois desenhos de 2017, em óleo e grafite sobre papel. Arthur fala sobre Cadu: “O trabalho de Cadu é fruto do comprometimento impressionante em propor mecanismos que permitem o desvelamento de detalhes da natureza em si”.

 

Estela Sokol terá duas obras na exposição: uma em madeira, e a outra em granito e parafina pigmentada, ambas deste ano. Marcelo Cipis mostrará três pinturas de períodos variados, em acrílica e óleo sobre tela, e óleo sobre madeira. Estela Sokol fala sobre Marcelo Cipis: “…ele transita entre o representado e o não representado, entre o onírico e uma realidade criada, com a liberdade que lhe é peculiar”.

 

Luiza Baldan participa com duas fotografias deste ano, enquanto Lenora de Barros mostra quatro trabalhos da série “Ping-Poems to Boris”, em que homenageia o escritor russo – radicado em São Paulo – Boris Schneidermann, morto em 2016, aos 99 anos. Luiza Baldan fala sobre Lenora de Barros: “…acompanho o trabalho da Lenora há muito tempo, por quem tenho profunda admiração, e que considero uma das maiores artistas brasileiras, e é uma honra poder trabalhar com ela, lado a lado, em uma exposição. Será a primeira vez em que isso acontece, e acho que será muito legal”. As duas farão em abril uma performance juntas, em data a ser confirmada.

 

Dois trabalhos de Nuno Ramos estarão na exposição: “Algo mais espantoso ainda/ Na noite seguinte eu vou matá-la”, uma escultura em mármore, cobre, vidro soprado, vaselina e vaselina líquida, e o desenho “Rocha de Gritos 28”, em vários materiais sobre papel. Eduardo Climachauska mostra um conjunto de quatro caixas compostas por chumbo e mármore. Nuno Ramos é amigo e parceiro de longa data de Eduardo Climachauska, e já compuseram juntos dez músicas e realizaram três filmes: “Iluminai os terreiros”, “Casco” e “Para Nelson – Luz Negra” e “Duas Horas”, os dois primeiros com o cineasta Gustavo Moura. Nuno Ramos fala sobre Climachauska: “Gosto de uma mistura perfeita de imaginação e rigor formal. Além do que, acho que o trabalho do Clima é um desses tesouros da arte brasileira, subdimensionado, ainda a ser descoberto. Quem achar, verá”.

 

Rochelle Costi, artista radicada em São Paulo, vai mostrar duas fotografias em grande formato feitas em 2013, “Dentro” e “Fora”. Fernando Limberger, também radicado em São Paulo, apresenta a obra “Abraçadinhos”, um conjunto com três cabaças pintadas em tinta acrílica. Rochelle fala sobre o artista: “Limberger lida com a natureza das coisas. Ao nos colocar diante do brotar de uma semente ou pondo cores onde não costumamos vê-las, nos mostra a força da natureza. Através de estratégias simples, mas extremamente cuidadosas, faz nos darmos conta de que há leis sutis, porém poderosas, regendo silenciosamente o que há de vivo ao nosso redor”.

No segundo andar, estarão obras de Wanda Pimentel e Abraham Palatnik.

 

 

De 04 de abril a 06 de junho.

Passado mitológico

A CAIXA Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, recebe, de 31 de março a 24 de junho, a exposição “Terra em Chamas”, de Vítor Mizael. Sob curadoria de Paulo Gallina, serão apresentadas 51 obras do artista paulista que discutem as origens do momento em que vivemos, a partir de uma representação ficcional da flora e fauna brasileiras.

 

Em ” Terra em Chamas”, Vítor Mizael transita entre desenho, gravura, pintura, escultura, objeto e instalação. Seus trabalhos ficam no limiar entre a familiaridade e a estranheza, a atração e a repulsa, o apuro e a precariedade. Através deles, o artista nos leva a um país primitivo onde os homens não se entendem separados dos animais, onde a cultura não é opositora ou simulacro da natureza e sim uma extensão abstrata do universo natural. Uma terra em chamas que não pode ser habitada, mas na qual a oposição entre os pássaros eternizados pelo empalhamento e os desenhos de homens, animais e plantas eternizados pela arquitetura possam incitar a imaginação do visitante.

 

“O objetivo da mostra é retratar os fundamentos de uma nação profícua, cuja força reside em sua capacidade de adaptar-se: esta pátria”, explica Paulo Gallina. “As imagens criadas por Vítor guardam um passado mitológico, quando o chão eram labaredas e estas paragens eram impedidas às pessoas: um Brasil selvagem, uma natureza imaculada, sem a contaminação decorrente dos víveres humanos”, continua.

 

Ao discutir as origens do Brasil contemporâneo, Vítor Mizael subverte a expectativa historiográfica para apresentar uma época em que os pássaros revoavam em bandos, criando suas comunidades e abandonando-as sem ritos ou burocracias. Suas plantas e animais podem ser diferentes daqueles vistos nos livros de biologia, mas, se este é o caso, cabe ao visitante, auxiliado pelo recorte curatorial, descobrir quais as razões para a nova morfologia do passado mitológico natural brasileiro.

 

A exposição também trata das vidas contemporâneas e do estado das coisas presentes. Por isso, o artista e o curador refletem simbolicamente os signos do estado e as insígnias da nação. Objetos como bandeiras, mastros, prumos e outros materiais são transformados e, elaborando novos significados, Mizael consegue aniquilar conceitos segregacionistas e provocar, não apenas a razão como também, os variados sentidos e sensações humanas, em uma aproximação capaz de comunicar sem a dubiedade que impera pelas palavras.

 

Com patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal, a produção do evento está a cargo de Anderson Eleotério da ADUPLA Produção Cultural, empresa que vem realizando importantes exposições itinerantes pelo Brasil, como: Farnese de Andrade, Athos Bulcão, Milton Dacosta, Antonio Bandeira, Bandeira de Mello, Carlos Scliar, Mário Gruber, Manoel Santiago, Raymundo Colares, Rubem Valentim, entre outras.

Viva Arte, novos e consagrados

28/mar

A Bossa Nova Sotheby´s International Realty, São Paulo, SP, aposta em um novo projeto e abre as portas para receber artistas de diferentes linguagens para fomentar o encontro entre obra x espectador e propor uma nova discussão de como consumimos e vemos arte. Chamado de “Viva Arte”, a ação abrigará em seu calendário uma série de eventos voltados à produção artística contemporânea, que terá abertura com exposição coletiva e exclusiva da Verve Galeria.

 

Com projeto geral da “Se Joga Beth” e da curadora Beth Leone, a ação tem o objetivo de reunir clientes, colecionadores e artistas no escritório central da marca em São Paulo. “Queremos abrigar em um espaço comercial objetos artísticos e promover exposições, performances, apresentações musicais e tantas outras manifestações artísticas. A atividade comercial não exclui o universo simbólico nem o da imaginação, ao contrário, um completa o outro.”, explica Amanda Pimenta, gerente de marketing da Bossa Nova Sotheby’s International Realty.

 

A exposição inaugural, que fica em cartaz de 03 de abril a 05 de maio, contará com 18 artistas (novos e já consagrados), entre eles: Fabiano Al-Makul, Beatriz Albuquerque, Kikyto Amaral, Michael Drumond, Eduardo Garcia, Luiz Martins, Paulo von Poser e Ricardo Hachiya, que fazem parte do cenário de arte contemporânea atual. A mostra, que tem curadoria de Ian Duarte Lucas e Allann Seabra da Verve Galeria, apresenta uma série de trabalhos entre pintura, fotografia, escultura e gravura, que exploram diversas linguagens artísticas, que compreendem processos contínuos e complementares.

 

Na Casa Benet, Urca

27/mar

Mais de dez artistas nacionais e internacionais compõem a exposição retrospectiva “10 Anos de Arte”, que será inaugurada no dia 08 e até 29 de abril, na Casa Benet Domingo, dando continuidade a programação de aniversário da casa. Sob curadoria de Pilar Domingo, a mostra reúne pintura, gravura, fotografia, escultura e desenhos de artistas que já passaram pela galeria do espaço como Hélio Jesuíno, Rogério Camacho, Pedro Benet, Pilar Domingo, Marina Matina, Marcelo Alram, Kazuo Ilha, Emilio Gonçalves e Nicole Herzog. O cronograma do mês de abril também conta aulas abertas, leitura de poesias, bate-papo com artistas, evento sobre a Índia e bazar beneficente.

 

Desde a sua fundação, em 2008, a Casa Benet Domingo já realizou mais de 50 eventos de artes visuais no Brasil e no mundo, e organizou mais de 30 exposições na galeria que o espaço abriga. Nesta retrospectiva, a fundadora da casa e curadora da exposição, Pilar Domingo, procurou selecionar obras que foram emblemáticas na história do local.

 

“A Casa Benet Domingo, por si, já é uma exposição e expressa arte por todos os ângulos. As diferentes mostras que brilharam durante esta trajetória de dez anos são de pura expressão, sentimento, técnica e personalidade. O conjunto eclético que compõe esta retrospectiva afirma com qualidade a formosura da diferença, que na individualidade comunga com o seu momento e na harmonia da inteligência da obra”, comenta Pilar.

 

O calendário de atividades de abril também conta com oficinas abertas de gravura e desenho com modelo vivo, ministradas por Pilar Domingo às segundas. Já no dia 12 de abril, às 20h, acontece a tradicional Tertúlia Poética.

 

No dia 14 de abril, às 14h, a ex-executiva e atual professora de Yoga e Meditação da Casa Benet Domingo, Claudia do Amarante, promove o evento “Cores da Índia”, no qual apresenta um pouco da sua história e das quatro viagens que fez ao país.

 

 

Sobre os artistas

 

Hélio Jesuíno nasceu no Rio de Janeiro em 1947. Sem uma educação acadêmica formal, participou de inúmeras exposições, individuais e coletivas. Recebeu o Prêmio de Aquisição, na III Bienal Internacional de Pintura Contemporânea de Portugal, em 1991.

 

Pedro Benet nascido na Espanha, chegou no Rio de Janeiro em 1952. Artista autodidata, suas obras ocupam os espaços urbanos de maneira interativa com o público e a rua. Realizou instalações artísticas na Central do Brasil, Travessa do Ouvidor, Complexo do Alemão e Ilha Grande (RJ) com talhas pintadas que se mesclavam aos transeuntes. Também desenvolve trabalho com moda e realizou exposições na Alemanha, Itália e Espanha 

 

Pilar Domingo é carioca, formada em pintura na UFRJ. Pilar, tem especial afinidade por obras de grandes dimensões e diferentes linguagens, como pintura, gravura e escultura, impressão digital e video arte. Utilizando diversos materiais, técnicas e texturas. Construiu forte marca pessoal para compor um trabalho singular. Após a conclusão do seu doutorado em História da Arte Contemporânea e Gravura, na Espanha, Pilar seguiu em expedição pelo Pantanal, Papua Nova Guiné, Indonésia e Tailândia. Resultam dessas experiências obras carregadas de força e ancestralidade, buscando referência em sua relação com a natureza e suas raízes. 

 

Maria Matina  é carioca, cresceu vendo o mundo com arte e não pôde evitar destino de vir a ser também artista. Ingressou aos 17 anos na Escola de Belas Artes da UFRJ, onde cursou Gravura, desenvolvendo vários projetos e atividades para o curso. Participou e produziu diversas exposições coletivas e individuais, em galerias como IBEU, UFF, CCJF e MAM. É arte educadora, formada pela Escolinha de Arte do Brasil.

 

Marcelo Alram começou a carreira como assistente de seu pai, o fotógrafo francês Milan Alram, no Rio de Janeiro. Logo compartilharam o serviço de revelações com fotógrafos profissionais, o que os levou à abertura do laboratório Kronokroma, na Glória. Foi convidado a participar com uma fotografia na exposição coletiva VG, no Ateliê da Imagem, na Urca. 

 

Rogério Camacho artista carioca nascido em 1952, graduado pela Escola de Belas Artes da UFRJ em Gravura. Possui uma primorosa competência técnica que somada a um requinte cromático e um perspicaz equilíbrio na composição, conferem à sua pintura um caráter sério e competente.

 

Kazuo Iha nasceu em Okinawa, Japão, em 1950. Bem cedo mudou-se com a família para o Brasil. Graduado pela Escola de Belas Artes da UFRJ, onde de 79 a 84 foi professor de Desenho Artístico e atualmente professor de LItografia. Participou do X ao XVII Festival de Inverno de Ouro Preto (76 a 85). Frequentou de 78 a 80 o curso de Gravura no Museu do Ingá, em Niterói. Participa desde 74 de mostras coletivas onde destacam-se I Salão Universitário – RJ (1° e 2° prêmios); Salão Carioca (2° lugar); Salão da Prefeitura de Belo Horizonte (Prêmio de Aquisição); I, II, III, IV, V Salão Nacional. 

 

Nicole Herzog Verey nascida em Zurich, Suiça, já vive mais da metade da vida trabalhando e vivendo em Madrid. Seu trabalho artístico têm uma forte conexão com os Alpes Suiços e é baseado na fotografia. Desde 2007 trabalha no projeto ‘DESHIELO’ (Desgelo). Com suas obras, quer chamar atenção sobre o aquecimento da terra. Seu trabalho vai mais além da mera documentação e inclusive fotografia, fotografia pintada, digital fine art, instalações e videostill.

 

Igor Gomes  nasceu em Curitiba, é artista visual, principalmente na área da fotografia, vive as imagens desde sempre, iniciando a vida profissional a cerca de 10 anos, culminando com a publicação do livro de fotografias INTERIOR em 2011.

 

Destaque para estudos na EAV, com David Cury, e na NMO Arts, com Lia do Rio. Tem exposições no Rio (Calouste Gulbekian e UFF), em São Paulo (Banco República), no exterior (NY, Estocolmo, Porto/Portugal). Faz parte dos grupos 10 AO CUBO e BIKOO KAI.