Exposição “Pérolas”

30/jul

Como parte do Ano da Cultura Qatar-Brasil 2014, o Museu de Arte Brasileira da FAAP, Higienópolis, São Paulo, SP, realiza a exposição “Pérolas”, apresentando peças das coleções de Qatar Museums, Mikimoto & Co., Yoko Londres e Alfardan, Qatar. A mostra foi organizada pelo Qatar Museums. A exposição reúne mais de 200 peças – entre joias e obras de arte – mostrando a grande variedade de cores e formas de pérolas naturais e cultivadas, o uso das pérolas ao longo dos séculos, tanto no Oriente quanto no Ocidente, como um símbolo de prestígio e riqueza, as variações de gostos em diferentes culturas e as mudanças no design de joias com pérolas para celebridades como Salvador Dalí, Elizabeth Taylor e Lady Di.

 

 

A exibição inicia com um olhar revelador sobre a história natural das pérolas. Discorre sobre a pesca e comércio no Golfo Pérsico, Europa e Ásia, desde a Antiguidade aos dias atuais. Uma coleção de pérolas raras e de moluscos portadores de pérolas indica como as pérolas do Golfo têm sido há muito tempo algumas das mais cobiçadas e valiosas do mundo. A segunda parte da exposição explora a utilização das pérolas em joias e destaca as mudanças do design ao longo da história. Com isso, a mostra avança no tempo e espelha a modernidade, realçando o trabalho contemporâneo realizado pelos designers de hoje. Também é possível apreciar na exposição o processo de cultivo das pérolas e sua produção em escala industrial, iniciada por Kokichi Mikimoto, no Japão.

 

 

 

Sobre o Qatar Museus

 

 

Qatar Museums (QM) conecta os museus, instituições culturais, sítios e patrimônios históricos no Qatar, e cria condições para que prosperem e floresçam. A entidade centraliza recursos e propicia uma abrangente organização para o desenvolvimento de museus e projetos culturais, com a ambição, a longo prazo, de criar uma forte e sustentável infraestrutura cultural para o Qatar. Sob o patrocínio de Sua Alteza, o Emir, Xeique Tamim bin Hamad Al-Thani, e chefiada por sua Presidente, Sua Excelência, a Xeique Al-Mayassa bint Hamad bin Khalifa Al-Thani, QM está consolidando os esforços do Qatar no sentido de tornar-se um vibrante centro para as artes, cultura e educação, no Oriente Médio e além. Desde a sua fundação, em 2005, QM supervisiona o desenvolvimento do Museu de Arte Islâmica (MAI), do Mathaf: Museu Árabe de Arte Moderna e do Centro Turístico do Patrimônio Mundial Al Zubarah. QM também administra a Galeria QM, em Katara, e o Espaço de Exposições ALRIWAQ DOHA. Os futuros projetos da instituição incluem a abertura do programa “Posto de Bombeiros: Artistas Residentes em 2014” e a inauguração dos muito aguardados Museu Nacional do Qatar e o Museu Olímpico e do Esporte do Qatar.

 

 

QM está empenhada em instigar as futuras gerações das artes, do patrimônio cultural e profissionais de museologia do Qatar. Em seu cerne está o compromisso de fomentar o talento artístico, criando oportunidades e desenvolvendo as habilidades necessárias para atender à emergente economia da arte do Qatar. Por meio de um programa multifacetado e de iniciativas de arte pública, QM procura ampliar os limites do tradicional modelo de museu, além de criar experiências culturais que transbordam para as ruas e buscam envolver as plateias mais amplas possíveis. Por meio de uma vigorosa ênfase na arte e na cultura, de dentro para fora, e estimulando um espírito de participação nacional, QM está ajudando o Qatar a encontrar a sua própria voz, característica e inconfundível, nos debates culturais globais de hoje.

 

 

 

Ano da Cultura Qatar-Brasil 2014

 

 

O Ano da Cultura Qatar-Brasil 2014 é um programa de intercâmbio cultural de um ano de duração dedicado a conectar as pessoas do Estado do Qatar e da República Federativa do Brasil por meio de cultura, comunidade e esporte. Através de um ano de inovadoras atividades de intercâmbio cultural, indivíduos e instituições de ambos os países criam parcerias duradouras e fortalecem as relações bilaterais. O Qatar-Brasil 2014 é realizado sob o patrocínio da presidente de Qatar Museums (QM), Sua Excelência, a Xeique Al-Mayassa bint Hamad bin Khalifa Al-Thani, em parceria com o Ministério da Cultura, Artes e Patrimônio Histórico do Qatar. É o terceiro Ano da Cultura consecutivo lançado por Qatar Museums, após os sucessos do Qatar-Japão 2012 e do Qatar-Reino Unido 2013.

 

 

 

Até 28 de setembro.

Singular & plural

28/jul

O Instituto Moreira Salles, Higienópolis, São Paulo, SP, apresenta a exposição “Araújo Porto-Alegre: singular & plural”, com trabalhos de Manuel de Araújo Porto-Alegre. A exibição consta de quase 90 obras, com destaque para a sua produção gráfica. Foram reunidas aquarelas, esboços, caricaturas, esboços, rascunhos e desenhos feitos a grafite e a nanquim. Artista múltiplo, Porto-Alegre atuou também como arquiteto, cenógrafo, crítico, historiador, escritor, jornalista e diplomata. A exposição também apresenta textos, poemas e projetos de arquitetura e cenografia.

 

A curadoria é de Leticia Squeff, professora do departamento de História da Arte da Unifesp e de Julia Kovensky, coordenadora de Iconografia do Instituto Moreira Salles. O projeto partiu da intenção de levar ao público um álbum composto por desenhos e documentos que pertenceram ao autor e que hoje integra o acervo do IMS. A maioria das obras abrange o período em que Araújo Porto-Alegre esteve na Europa pela primeira vez (1831-1837), acompanhando seu mestre Jean-Baptiste Debret, que definitivamente voltara para a França.

 

 

Sobre o artista

 

Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879) nasceu em Rio Pardo-RS e, em 1827, seguia para o Rio de Janeiro. Araújo Porto-Alegre é uma das figuras mais desconcertantes da história da cultura e das artes no Brasil. Entre suas diversas atividades, atuou como arquiteto; fez trabalhos de cenografia e decoração para teatro e para festas da monarquia; é considerado autor das primeiras caricaturas realizadas no país; foi idealizador da estátua equestre de d. Pedro I, no Rio de Janeiro; escreveu novelas, peças para teatro e poemas; esteve em cargos de poder em instituições de cultura importantes da época, como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (ihgb) e a Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), para a qual concebeu um projeto de reformulação pedagógica, com desdobramentos na arte brasileira da segunda metade do século XIX.

 

 

Até 21 de setembro.

Coleção Sylvio Perlstein

08/abr

Atração no MAM, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, a exposição que reúne 150 obras do colecionador Sylvio Perlstein provoca um efeito ambíguo sobre o visitante. A primeira sensação é de caos, como se os trabalhos pouco ou nada tivessem a ver uns com os outros. Há módulos dedicados à pop art, à fotografia vintage, ao surrealismo, à arte povera e ao minimalismo, por exemplo. Aos poucos, entretanto, vai se revelando um certo espírito comum a todo o conjunto, que mescla algo de curioso, bem-humorado – inusitado, como anuncia o nome da mostra. Um dos colecionadores mais reputados do mundo, o brasileiro de origem belga, atualmente radicado em Paris, tem aqui exibida uma relevante parte do seu acervo. Há nomes canônicos, como Dalí, Kandinsky, Magritte, Warhol, Man Ray, Basquiat, Duchamp, Miró e Haring (que comparece com seu primeiro óleo sobre tela, Mickey Mouse, de 1981), entre muitos outros. Sumidades da arte contemporânea, a exemplo de Richard Serra e Nan Goldin, também ocupam o espaço e convivem com nomes menos conhecidos. Pautada pelo olhar único de Perlstein, à margem de tendências e do mercado, a coleção não reúne necessariamente as obras mais famosas desses artistas – o que, inusitadamente, só reforça a sua expressividade. Após o Rio de Janeiro, a exposição será exibida no MAM-SP.

 

 

A palavra do curador do MAM-RIO

 

Conheci Sylvio Perlstein faz uns dez anos. O marchand Jean Boghici ligou-me dizendo que estava com um colecionador belga que amava o Rio, crescera na cidade e formara ao longo da vida uma das coleções mais interessantes que conhecia. À época, eu era crítico de arte do jornal O Globo. Não perdi tempo e fui conhecê-lo em um hotel de Ipanema. De fato, Sylvio era uma pessoa peculiar. De bermuda e sandálias, fomos conversar no calçadão. Alguns dias depois, publiquei uma entrevista com ele na capa do Segundo Caderno.

 

Sua coleção era, de fato, única. Todavia, o que mais me interessou é que ela foi sendo formada junto aos artistas que conhecera e que lhe abriam as portas do ateliê e dos amigos artistas. Os surrealistas vieram por meio da amizade com Man Ray. Os minimalistas e conceituais por meio de Robert Ryman – que conhecera em um bar, ainda em meados da década de 1960. Assim, ele foi construindo uma coleção que juntava partes da arte do século 20 que nunca conversam nos livros de história e crítica. Os surrealistas e os conceituais, os dadaístas e os minimalistas, os europeus, os norte-americanos e os brasileiros.

 

Enfim, muita coisa boa da arte do século 20, momentos marcadamente radicais, convivem sem cerimônia nas salas, nos quartos e na biblioteca de sua casa parisiense. O ambiente que acolhe a coleção é autêntico e traz um pouco da vida daquelas obras. Não há afetação nem deslumbramento de colecionador que transforma a casa em galeria. As obras pertencem à casa, ao espaço de habitação, de convivência, de moradia. Na biblioteca, objetos dadaístas e peças primitivas misturam-se aos livros e elementos decorativos sem diferenciações e caixas de acrílico. O espaço é todo ele artístico e não artístico, nos convida a ficar nele sem perder o travo de estranhamento de todos aqueles “mundos”, que palpitam sem parar.

 

Trazer essa coleção ao MAM é compartilhar um pouco do meio século de convivência íntima de Sylvio Perlstein com obras de arte seminais – e pouco colecionáveis. É o desdobramento, com a arrojada intervenção de Leonel Kaz, daquela primeira conversa na praia de Ipanema, em que ele dizia adorar o Rio e querer mostrar aqui sua coleção. Aí está. Mais que uma coleção, o que vemos é o resíduo de uma experiência cotidiana.
Luis Camillo Osorio

 

 

Até 25 de maio.

Fontes: site MAM-RIO; VEJA-RIO.

Afinidades – Raquel Arnaud 40 anos

03/abr

Presente na arte nos últimos 40 anos, período em que o circuito foi se profissionalizando, a marchand Raquel Arnaud foi uma das pioneiras na descoberta e promoção de nomes e movimentos hoje icônicos na cena artística. Ela soube usar sua atuação no então tradicional mercado de arte para construir as transições da arte moderna, passando pelos seus descendentes, até vigorosa atividade com os contemporâneos. A exposição retrospectiva, no Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, que comemora os 40 anos de trabalho de Raquel Arnaud, conta com 116 obras de 45 artistas diferentes que estiveram com a marchand nesses anos. Paralelamente, Raquel Arnaud abriu exposição “Trajetória” em sua galeria.

 

A mostra busca apresentar o seu percurso, por meio de obras provenientes de várias coleções capturadas por seu olhar afinado ao longo deste período, que se constituem hoje em trabalhos históricos e referências da produção atual. Muitas histórias estão contidas nestas obras, como a de Lygia Clarck, que até a sua morte trabalhou com Raquel. Em uma exposição da artista realizada em 1982 na galeria então situada na Av.9 de julho, Lygia apesar de elogiar a montagem, disse a Raquel que não se considerava mais artista, mas psicoterapeuta e, portanto, não iria nem à abertura. “Eu insisti, ela veio, entusiasmou-se e se esqueceu de que “não era mais artista”, lembra com humor a marchand.

 

Ainda neste mesmo endereço, Raquel fez, em 1981, a primeira exposição de jóias da “Marquesa de Sade “do Tunga e, em 1985, a “Xifópagas Capilares”, com as marcantes “tranças”, esculturas em cobre e latão que imitam cabelos. A localização da galeria permitia que as tranças conectadas, saíssem do espaço da exposição pela Avenida 9 de Julho, passassem pela Rua João Cachoeira e voltassem pela Joaquim Floriano. Foi um acontecimento tanto para os visitantes como para os transeuntes.

 

Assim muitas histórias saborosas se passaram desde quando Raquel começou, ao dirigir a Galeria Global, na década de 70, depois de trabalhar no MASP junto ao Professor Bardi. Nesta época, a marchand já celebrava a geração seguinte ao modernismo. Assim nomes como Mira Schendel, Ligia Pape e Amilcar de Castro, além de Lygia Clark, formavam o universo das exposições por ela aí organizadas, ou em seu Gabinete de Artes Gráficas, fundado em parceria com Mônica Filgueiras. Nesta época também obras como as de Sergio Camargo, Franz Weissmann, Tomie Ohtake, Willys de Castro, Hercules Barsotti, Arthur Luz Piza, Anna Maria Maiolino, Carmela Gross, Julio Le Parc e Leon Ferrari figuravam na programação dos dois espaços.

 

Já no final dos 70 e começo dos 1980 as suas apostas em jovens como Tunga, Waltercio Caldas, José Resende e tantos outros são bons exemplos de sua sensibilidade em vislumbrar novas potências na arte. Uma resposta de Raquel a Rodrigo Naves em seu livro editado pela Cosacnaify já demonstra este seu olhar para o futuro: “O que conta para mim, é poder defender amanhã aquilo que vendi ontem”. A declarada admiração de Raquel pela marchand Denise René, fez com que ela estivesse muito ligada a esta última, precursora da difusão da arte cinética. Ao envolver artistas europeus e latino-americanos, este movimento fortificou a afinidade entre as duas, até a morte de René em 2012, trazendo para a galeria brasileira alguns nomes referenciais do cinetismo, como Cruz-Diez e Jesus Soto.

 

Raquel tinha a obstinação pela qualidade da arte, e na forma de atuação de um galerista – influir nas coleções e difundir os artistas. Foi com esta prática que colaborou para ampliar a gama de colecionadores brasileiros, inclusive se orgulha de ter colaborado com a formação de muitas coleções nacionais e internacionais.

 

A exposição será acompanhada de um catálogo bilíngue editado pela Cosacnaify. Com textos e imagens, tem tiragem de 3.000 exemplares.

 

 

Exposição: “Afinidades – Raquel Arnaud 40 anos”.

Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP.

Até 04 de maio.

 

Exposição: “Trajetória”

Galeria Raquel Arnaud, Vila Madalena, São Paulo, SP.

Até 03 de maio.

A NY de Ivan Pinheiro Machado

01/abr

Ivan Pinheiro Machado, pintor, arquiteto e fotógrafo, abre a exposição “O Mundo Como Ele Não É”, no Espaço Cultural Citi, Avenida Paulista, São Paulo, SP, com curadoria de Jacob Klintowitz. A mostra conta com 28 telas que reproduzem cenas da cidade de Nova York com exatidão e realismo.

 

A precisão da fotografia e o fascínio pessoal por grandes centros urbanos representam as maiores inspirações de Ivan, levando-o a recriar, em suas pinturas, todos os “cacos” cotidianos que se manifestam em placas, avenidas, becos, sinais, etc. “É tão forte o realismo das cenas urbanas de Ivan Pinheiro Machado que podemos não sentir que se trata de ficção. A sua obra tem a particularidade de uma delicada luz que a percorre e é quase despercebida.”, comenta o curador da exposição. Com o tema urbano, o artista registra uma existência visível em detalhes da megacidade: “Gosto dos contrastes, como dos “yellow cab” novaiorquinos contra o cinza da cidade. Curto os outdoors, as pontes, os edifícios, os engarrafamentos, os semáforos agrupados…”, nas palavras do artista.

 

Resultado de um desenvolvimento técnico que vive há quase 40 anos, Ivan Pinheiro Machado usa fotografias como ponto de partida para suas pinturas, seguindo uma estética realista, pautada em grafismos, e demonstrando domínio técnico singular. A temática de seu trabalho pode variar, mas sempre possui uma grande cidade como fundo, evidenciando as surpresas que as ruas e esquinas lhe oferecem. O essencial, para ele, são os detalhes da metrópole: a cor, a luz, o estranho, o inusitado, onde o ser humano atua como “presença ausente” na maioria das telas. “Eu gosto de partir de uma foto e transformá-la, propondo um ângulo intrigante, curioso e até dramático. Aí então o pintor é gratificado, pois as pessoas olham com espanto, como se fosse a primeira vez que estivessem vendo aquilo.”, conclui.

 

 

De 07 de abril a 06 de junho.  

Flávio de Carvalho na OCA

18/mar

O lado polêmico de Flávio de Carvalho (1899-1973) é bem conhecido – ficou famosa a fotografia do artista andando pelo centro de saia e blusa bufante, com expressões de espanto à sua volta. Mas a exposição em cartaz na Oca, Parque do Ibirapuera / portão 3, Parque Ibirapuera, São Paulo, SP, a nova sede do Museu da Cidade, quer ampliar o olhar do visitante. Organizada a partir de buscas em acervos paulistanos, a montagem exige um pouco de paciência para ler os textos exibidos. Ainda assim, vale a pena. Em um dos artigos escritos para a revista Vanitas, na década de 30, Carvalho ironizava os atores de Hollywood e afirmava que um dia eles seriam mais idolatrados que figuras religiosas – nada mais atual. Dos camarins do Teatro Municipal vieram figurinos criados pelo artista para o balé “A Cangaceira”, encenado em 1954, no qual os bailarinos ficavam rodopiando o tempo todo. No centro da mostra está a reprodução sonora da Experiência nº 2, episódio em que Carvalho, de chapéu, caminhou na direção oposta a uma procissão. Ele causou tanta ira que foi obrigado a se refugiar em uma delegacia para não ser linchado. Há ainda projetos arquitetônicos – nunca executados – e ilustrações.

 

Fonte: Resenha Laura Ming – Veja SP.

 

Até 27 de julho.

Toz expõe no Hélio Oiticica

11/mar

O traçado inconfundível de um dos artistas urbanos mais atuantes do Rio de Janeiro, Tomaz Viana, conhecido como Toz, estampa e projeta alegria e cores na cidade desde a década de 90. O artista, que adotou o Rio como cidade do coração, que vem assinando sua arte impactante pelas paredes e muros, incluindo um de 30 metros na Rua Sacadura Cabral, transpôs sua obra para telas, papéis, objetos e tecidos. Toz já realizou uma série de exposições individuais. Em 2013, além de ter participado da sua primeira feira de arte internacional, a Brazilian Art Fair, em Miami, também lançou um livro compilando seus principais trabalhos. Toz é representado pela Galeria Movimento e agora parte para mais um grande passo em sua carreira: sua primeira exposição institucional. Não só a primeira de Toz, mas a primeira individual de um artista urbano no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Centro, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria de Isabel Portella, que acompanha a carreira do artista desde 2010.

 

Em “Metamorfose”, Toz ocupará três salas divididas em quatro ambientes do Centro Cultural, somando 300 m2. Nelas apresentará uma instalação rica em detalhes onde, pela primeira vez, dois importantes personagens do artista estarão na mesma exposição: o “Insonia” e o “Vendedor de Alegrias”, que mostram, ineditamente, ser a mesma figura na passagem da noite para o dia. O “Insonia”, que se mostra místico e carrega uma cartela de cores sombrias e escuras, inspirado nas noites perdidas, se transforma no “Vendedor de Alegrias”, uma realidade ensolarada, alegre e cheia de vida e alto astral. O objetivo é fazer com que as pessoas visitem o cotidiano dos personagens, transitem por uma passagem que inspira filosofia e mudança e entenda esta troca de vibrações, onde estarão espalhadas fotografias, objetos, instalações, tudo representando o mundo de seus personagens e selecionado criteriosamente pelo artista. A trilha sonora é assinada pelos experts Rafael Droors e Jonas Rocha.

 

No primeiro momento o público irá se deparar com a instalação, quase um labirinto filosófico, e começará a percorrer o caminho da imaginação de Toz, sendo levado primeiramente a um universo noturno, através da reconstituição do quarto de devotos do Insonia, guardião dos notívagos, cheio de detalhes e referências à entidade da noite. Mais à frente começa o processo de metamorfose. O público enfrentará uma instalação do Insonia de 1,90 m, suspenso no meio do ambiente, cujas paredes serão pintadas em tons escuros, para recriar uma atmosfera noturna. Depois da escuridão, chega-se à luz. Nesta ocasião, o expectador vai entrar em uma sala cheia de bolas de vinil coloridas e encontrar o outro personagem, o “Vendedor de Alegria”, de 1,90m, levitando no meio delas.

 

Na terceira sala estarão expostas 14 telas inéditas expressando esta metamorfose. Os trabalhos virão acompanhados de fotografias de personalidades que mostrarão fazer parte deste mundo Insonia / Vendedor de alegria, assim como todos nós. Nessas seis obras, artistas como Bruno Gagliasso, Giovanna Ewbank, Marcelo D2 e sua filha Maria Joana, entre outros, foram fotografados pela lente de Fernando Young, que já captou imagens de artistas como Caetano Veloso, Fernanda Montenegro, Gilberto Gil, entre outros grandes. Com interferências artísticas de Toz, os trabalhos mostrarão o que a exposição “Metamorfose” quer passar para o público, fazendo um link com o universo dos personagens: “Todas as pessoas têm os dois lados, as trevas e uma vibe mais tranquila e serena, e as fases fazem parte do nosso dia a dia. Posso dizer ainda que o Insonia e o Vendedor de Alegria me representam também, eu sou apenas mais um”, finaliza Toz.

 

Para a curadora Isabel Portella, Toz, ao nomear sua próxima exposição – “Metamorfose”, certamente quis ir além das mudanças da noite para o dia, da escuridão para a luz e as cores. “Insônia e o Vendedor de Alegria nos dizem muito mais do que isso. Falam, assim como o escritor Kafka, de solidão, de procura, mas também da euforia e da liberdade. É preciso a noite para que se faça o dia. É necessário um período intermediário para que se possa realizar a beleza da transformação, dessa metamorfose que se faz no recolhimento do casulo. Insônia nasceu para contar das noites sem dormir, das criaturas que povoam essas horas, do que acontece quando tudo fica escuro. Dois anos depois Toz nos surpreendeu  com o Vendedor de Alegria, com o excesso de cores e a leveza dos balões de gás. Foi o tempo necessário para a mutação, para que se desse a metamorfose que vai nos levar a múltiplas leituras”, termina Isabel.

 

 

De 15 de março a 08 de maio.

Ícones do Design Na Caixa Cultural Rio

10/mar

A Caixa Cultural Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição de mobiliário “Design brasileiro, moderno e contemporâneo”, que chega ao País após passar por Berlim e Lisboa. Cerca de 80 obras, entre ícones modernos, peças raras e inéditas, de 16 expositores ocuparão duas galerias da instituição para contar a história do design de móveis no Brasil. Durante a exposição, também serão exibidos vídeos com depoimentos de alguns designers. Do Rio de Janeiro, a mostra seguirá para a CAIXA Cultural Brasília, onde será apresentada entre maio e julho.

 

A exposição traz peças dos renomados Sérgio Rodrigues, Oscar Niemeyer, Lina Bo Bardi, José Zanine Caldas, Joaquim Tenreiro, Aida Boal, Jorge Zalszupin, Paulo Mendes da Rocha, Gustavo Bittencourt, Carlos Motta, Domingos Tótora, irmãos Campana, Maneco Quinderé, Zanini de Zanine, Rodrigo Almeida e Móveis Cimo, entre outros, para mostrar o que se fez e o que está sendo realizado no Brasil neste segmento.

 

A ideia de criar a mostra surgiu na Alemanha, em 2012, a partir do encontro entre Zanini de Zanine e Raul Schmidt, que queriam mostrar a produção brasileira na Europa. De Berlim, a exposição seguiu para Lisboa como principal evento na abertura do ano do Brasil em Portugal. Em paralelo à realização na CAIXA Cultural Rio, a mostra também será apresentada na Sala Brasil, na sede da Embaixada Brasileira em Londres.

 

“O design brasileiro não tem uma característica única. Pelo tamanho do país, são muitas linguagens, culturas diferentes, materiais diversos”, diz Zanini de Zanine, curador da mostra com o colecionador e estudioso do assunto Raul Schmidt Felippe Junior. “É esse regionalismo, que se tornou globalizado, que está sendo proposto na parte contemporânea da exposição. A partir do momento em que você começa a traduzir o seu bairro, a sua cidade, isso passa a ser mundial, em termos de interesse”, completa.

 

 

 Sobre os expositores

 

AIDA BOAL – A escolha da profissão de arquiteta foi consequência natural de sua incoercível vocação para o desenho, tanto assim que, ainda como estudante, excursionou pelo campo da escultura (modelagem) e pintura, e deu, também, seus primeiros passos no terreno do “design” de móveis, estes no enlevo que povoaria mais tarde sua derivante dedicação. Neste campo, começou a projetar e executar móveis, sempre com a preocupação de aliar a harmonia das formas com o conforto, esmerando-se, cada vez mais, na anatomia de seu traçado a fim de proporcionar o máximo de conforto possível.

 

CARLOS MOTTA – É uma estrela de primeira grandeza do design nacional, várias vezes premiado. A honestidade está presente na qualidade de elaboração do móvel, feito para durar muito, usando principalmente madeiras maciças como amendoim, mogno, cedro e cabriúva. Arquiteto de formação, Carlos Motta preserva as características de ateliê de seu trabalho, pronto para projetar qualquer coisa que o cliente queira em madeira. Mas há vários criou produtos em linha, como mesas, camas, aparadores, escrivaninhas, armários, objetos e principalmente cadeiras, sua paixão declarada – já desenhou cerca de 25 modelos diferentes. Imune à pretensão do vanguardismo, Motta faz móveis belos de ver e confortáveis de usar, e permanece evoluindo dentro de um caminho próprio.

 

DOMINGOS TÓTORA – O mineiro Domingos Tótora, nascido e criado em Maria da Fé, cidade situada na Serra da Mantiqueira, sul de Minas Gerais, cursou Artes Plásticas na FAAP e ECA-USP em São Paulo. De volta à sua aldeia após os estudos, elege o papel reciclado como matéria prima para o seu trabalho, que transita entre a arte e o design. Suas peças de extrema beleza incluem bancos, mesas, vasos, fruteiras, centros de mesa e peças de mobiliário que se reportam às cores da natureza, como cascas de árvore, pedras e terra. Na textura seus objetos trazem os efeitos de luz e sombra do sol com a mesma intensidade que a luz solar percorre os vales. Suas peças piloto são desenvolvidas num processo simultâneo onde concepção e execução andam juntas e se complementam em todos os níveis, da matéria prima aos aspectos econômicos e sociais. O processo é 100% manual e tem a certificação do Instituto de Qualidade Sustentável.

 

GUSTAVO BITTENCOURT – O design sempre foi uma paixão. Desde criança em seus desenhos já demonstrava o gosto pela criação, pelo desenvolvimento de novas ideias e com a Mãe Arquiteta apenas aguçou o sentimento. Formado em Desenho Industrial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2009, Gustavo esta sempre em busca de novos conhecimentos. O que o levou a estudar no Politécnico di Torino, na Itália, durante a Universidade e recentemente a trabalhar em uma galeria de móveis e artes em Los Angeles, a Thomas Hayes Gallery. Trabalhou com ícones do cenário nacional atual como Zanini de Zanine, Marcelo Rosenbaum, Rodrigo Calixto. Durante sua formação acadêmica foi premiado em importantes concursos como Movelsul, premiado em 2010 com a cadeira Trapeziu, que faz parte da mostra.

 

IRMÃOS CAMPANA – Os Irmãos Campana (Humberto Campana, Rio Claro, 17 de março de 1953, e Fernando Campana, Brotas, 19 de maio de 1961) são respectivamente, formado em Direito pela Universidade de São Paulo, e em Arquitetura pelo Unicentro Belas Artes de São Paulo. Hoje a dupla goza de reconhecimento internacional por seus trabalhos de Design-Arte, cuja temática discute elementos do cotidiano, que são transformados em peças de caráter artísticos, com uma linguagem única e de, até, uso possível. Profissionais que despertam o interesse internacional, são os uns dos poucos brasileiros com peças no acervo do MoMA, em Nova Iorque.

 

JOAQUIM TENREIRO – Artífice do design de mobiliário brasileiro, Joaquim Tenreiro – português de nascimento – se estabeleceu no Brasil ainda novo, exercendo a profissão de marceneiro, herança de família. Aos poucos, sua verve utópica foi o conduzindo como projetista de móveis com o apoio intuitivo e interesse de diversas empresas no Rio de Janeiro, como a Laubissh & Hirth. A genialidade de Joaquim Tenreiro – atemporal e, simultaneamente, tão próxima desta geração – entre um punhado de exposições Brasil afora e nos EUA, culminou no título de Melhor Escultor do Ano, em 1978, pela APCA.

 

JORGE ZALSZUPIN – No ano de 1949, desembarcava no Rio de Janeiro o polonês Jerzy Zalszupin. Formado em arquitetura na Romênia, começou sua carreira no escritório de arquitetura do seu conterrâneo Luciano Korngold, no estado de São Paulo. No início não podia assinar pelos seus projetos, por não ser brasileiro, mas depois que se casou e teve sua filha no país, recebeu sua nacionalidade e pode abrir o próprio escritório. Foi a partir daí que surgiu o Jorge Zalszupin, designer e artesão de móveis. Fundou sua marca, a L’Atelier, em 1959, com a proposta de um lugar para criações conjuntas, na produção de poltronas como a Dinamarquesa, a Paulistana entre outros móveis. Pelo valor histórico e qualidade do design de seus móveis, vários deles estão sendo desde 2005 reproduzidos com muito sucesso e aceitação no mercado nacional e internacional.

 

JOSÉ ZANINE CALDAS – José Zanine Caldas ficou conhecido como o “mestre da madeira” por conta de seus trabalhos primorosos com essa matéria-prima. Cadeiras, mesas, sofás e aparador, entre outras criações feitas a partir de chapas planas de madeira compensada, compõem o acervo da mostra. As peças foram desenhadas e produzidas a partir de 1948, ano em que Zanine fundou, em parceria com Sebastião Pontes, a ‘Móveis Artísticos Z’. Durante os 14 anos em que permaneceu no negócio, o designer assinou produtos que marcaram o encontro harmônico entre o modernismo e o artesanato tradicional brasileiro.

 

LINA BO BARDI – Estudou na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma. Inconformada com os móveis que encontrou no chegar ao Brasil, a italiana Lina Bo Bardi (1915-1992), posteriormente naturalizada brasileira, decidiu desenhar o mobiliário para seus projetos de arquitetura. Fundou com Giancarlo Palanti o Studio de Arte Palma que funcionou de 1948 a 1950 – para produzir móveis em série. O ponto de partida foi a simplicidade estrutural, aproveitando-se a extraordinária beleza das veias e da tinta das madeiras brasileiras, assim como seu grau de resistência e capacidade.  Lina manteve intensa produção cultural até o fim de sua vida, em 1992.

 

MANECO QUINDERÉ – A consequência natural do trabalho em teatro e música foi o convite para iluminar espetáculos de ópera e balé. A partir de então, as artes plásticas também se renderam ao talento de Maneco e surgiram os projetos de luz para exposições. Toda essa experiência levou os arquitetos mais importantes do país a procurarem parcerias em seu trabalho, para iluminar seus projetos e, desde 2000, colabora com projetos de iluminação para residências e comércio. Maneco ainda desenha e produz luminárias diferentes assinadas por ele.

 

MÓVEIS CIMO – A empresa iniciou suas atividades no início do século passado, em 1912. Em 1921, iniciou a produção de cadeiras a partir do reaproveitamento das aparas de imbuia para serem comercializadas nos centros urbanos de São Paulo e Rio de Janeiro. Seu pioneirismo foi conquistado devido a alguns fatores: o reaproveitamento de material, a comercialização nos maiores centros urbanos do país e a criação de um produto de qualidade destinado à produção em escala. A Cimo foi pioneira na introdução da tecnologia da laminação diferenciando-se de seus concorrentes. Seu produto dominou o mercado nacional de móveis para instalações comerciais e institucionais, com repercussão na América Latina, tornando-a a maior fábrica do ramo de mobiliário na América Latina da década de 30 até 1970. Seu legado é incontestável e histórico: as inovações tecnológicas e a funcionalidade dos seus móveis demarcaram um período da história e da cultura brasileira.

 

OSCAR NIEMEYER – Oscar Niemeyer nunca encontrou limites para a criatividade nas suas obras, e sempre acrescentou valor à sua extensa e extraordinária carreira. Apaixonado pelas linhas curvas e livres, o arquiteto lançou uma coleção de mobiliário com poucas peças em madeira prensada, em parceria com sua filha Anna Maria, desenhadas por ele, a partir de 1970 e em diferentes épocas.

 

PAULO MENDES DA ROCHA – Um dos mais importantes arquitetos e urbanistas brasileiros, assume uma posição de destaque a partir de um premio que recebeu em 2006 chamado Pritkzer, cujo título se refere à arquitetura contemporânea em termos mundiais. Sendo ele um exemplo do pensamento estético caracterizado como a Escola Paulista, tinha como um lema a arquitetura crua, limpa e clara. No âmbito mobiliário, não deixou por menos, foi o criador da famosa Poltrona Paulistana que possui uma estrutura em aço flexível com assento e encosto por uma capa de couro ou tecido. A Paulistana foi também editada em pequenas series, e em 2009, entrou para a seleta coleção permanente do Museu de Arte Moderna – MoMa, em Nova York.

 

RODRIGO ALMEIDA – O designer natural do interior de São Paulo é especialista em criar móveis com apelo global e criatividade brasileira. O trabalho de Rodrigo tem materiais em contextos incomuns ao mobiliário; brincadeiras com texturas, que até poderiam ser consideradas irregularidades, mas que ganham novos significados para se tornarem informação de design. E o resultado são peças únicas e totalmente não óbvias.

 

SÉRGIO RODRIGUES – Sérgio é, sem dúvida alguma, uma das mais admiráveis expressões do design em nosso país. O traço coerente e único inscreveu seu nome na história do design do século 20, sobretudo pela criação de uma grande variedade de produtos, dos quais o mais famoso é a Poltrona Mole. Ao lado de mestres como Joaquim Tenreiro e José Zanine Caldas, Sérgio vem tornando o design brasileiro conhecido internacionalmente. Ele transformou totalmente a linguagem do móvel, foi generoso no traço e no emprego das madeiras nativas. A aproximação de desenho do móvel moderno com certos objetos da cultura brasileira, e a não preocupação com modismos, acentuam o espírito de brasilidade que tanto busca Sergio Rodrigues.

 

ZANINI DE ZANINE – Carioca nascido em 1978, Zanini de Zanine herda de seu pai Jose Zanine Caldas, grande arquiteto e designer brasileiro, o gosto pelo desenho. Estagiário de Sérgio Rodrigues durante um ano, o jovem se forma em desenho de produto no final de 2002 na PUC-Rio. Desde então, optou por ser designer independente. Inquieto, começou a experimentar e produzir seus próprios desenhos. Premiado nos principais concursos do país e com exposições no exterior, Zanini passou a ser convidado para assinar para diferentes marcas nacionais e internacionais.

 

 De 12 de março a 4 de maio de 2014.

Papa: livro e exposição

O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP, Luz, São Paulo, SP, exibe “O Papa Sorriu”, exposição com curadoria de Rafael Alberto Alves. A mostra conta com caricaturas feitas por 38 cartunistas brasileiros e estrangeiros, e tem como intenção homenagear o Papa Francisco, o qual completa um ano de papado, mostrando simplicidade e bom humor no trato com todas as pessoas, fato evidenciado na ocasião de sua visita ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, em 2013.

 

Impressionados com os sorrisos e abraços distribuídos pelo Papa, especialmente com os jovens, um grupo de cartunistas reuniu diversas obras que retratam o Pontífice e toda sua simpatia para com o povo. O resultado foi a publicação do livro intitulado “O Papa Sorriu”, entregue pessoalmente ao Papa Francisco pelo Arcebispo metropolitano de São Paulo, Dom Odilo Scherer, no início de 2014. Agora, alguns desses trabalhos ocupam as paredes do MAS/SP em exposição inédita: “Para nós, demonstra que fazemos sim arte. É a primeira vez que caricaturas entram em um museu de arte sacra. Parabéns a todos que acreditaram em mais essa empreitada de nossas flash expo”, comenta José Alberto Lovetro, presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil.

 

Com traços característicos acentuados, os artistas criam desenhos que provocam todos os tipos de reação nos espectadores, desde a surpresa até a ternura. Nas palavras de José Carlos Marçal de Barros, Diretor Executivo do MAS/SP: “Nas crônicas políticas e sociais, a caricatura constitui uma das mais aguçadas formas de expressão. Nada parece escapar aos olhos do caricaturista, cujo poder de síntese revela um invejável conhecimento sobre a realidade e sobre o ser humano.” Participam os cartunistas Alan Souto Maior, Alex Souza, Ariel Silva, Baptistão, Benjamim Cafalli, Bira Dantas, Bruno Honda Leite, Carlos Amorim, Claudio Duarte, Ed Carlos Joaquim, Eder Santos, Elihu Duayer, Fredson Silva, Gilmar Fraga, Gustavo Paffaro, J. Bosco, Jorge Barreto, José Alberto Lovetro, Junior Lopes, Luiz Carlos Altoé, Luiz Carlos Fernandes, Mello Cartunista, Mônica Fuchshuber, Nei Lima, Omar Figueroa Turcio, Paolino Lombardi, Quinho, Renato Stegun, Ricardo Soares, Rice Araujo, Rodrigo Brum, Sergio Mas, Sergio Raul Morettini, Seri Ribeiro Lemos, Vicente Bernabeu, Wal Alves, William Martins Ribeiro e William Medeiros.

 

 

De 14 de março a 30 de abril.

Emma Thomas: Hugo Frasa e Adam Nankervis

23/fev

A galeria Emma Thomas, Jardins, São Paulo, inaugurou simultaneamente as exposições “N.A.A.T.”, do paulistano Hugo Frasa, e “Upon a painted ocean…”, do australiano Adam Nankervis. “N.A.A.T.” é a primeira exposição individual de Hugo Frasa. Ocupando a sala principal da galeria, o artista traça um panorama de sua produção, tendo como ponto de partida a série de pinturas inéditas, produzidas entre 2013 e 2014 com spray de tinta, numa forma de observação irônica à difusão contemporânea do concretismo brasileiro.

 

Ao redor dessa série, expondo seu processo de criação, apresenta-se uma constelação de obras composta por pinturas, fotos, objetos, música, vídeo e uma instalação. Através desses trabalhos, percebe-se o olhar crítico e sarcástico do artista sobre a produção contemporânea, evidenciando seu deslocamento geracional e seu diálogo entre racionalismo formal e estética pop, música, moda e comportamento de rua. Para o projeto expográfico e curadoria da mostra foi convidado o arquiteto Fernando Falcon.

 

Em “Upon a painted Ocean…”, Adam Nankervis se inspirou no poema “The Rhyme of the Ancient Mariner”, de Colleridge. O artista, em sua contínua investigação geopolítica, ambiental e sociocultural, sugere uma aterrorizante previsão no atual dilema de conflito global e negligência ambiental.

 

Em sua série fotográfica, Adam Nankervis trabalhou com David Medalla e Daniel Kupferberg, com retratos performáticos, cuja série intitula-se “The Albatross’ Nest”, aludindo às serpentes que enredam as ficções de marinheiros a bordo de um navio sem rumo. A série, que evoca o albatroz em sua jornada por alimento regurgitado em alto-mar, se confunde com a jornada do próprio artista, suas memórias, experiências e observações.

 

 

Sobre Hugo Frasa

 

Iniciou a graduação em artes plásticas na Faap em 2005. Ganha os prêmios 39ª Anual de Artes Plásticas Faap, São Paulo, 2007, e 40ª Anual de Artes Plásticas Faap, São Paulo, 2008. Descontente com o curso, abandona a faculdade em 2010. Desde então, participa de exposições coletivas (“Viés” | Galeria Vermelho, São Paulo, 2005; “Vorazes, grotescos e malvados” | Paço da Artes, São Paulo, 2006; “Bipolar” | Galeria Emma Thomas, São Paulo, 2007; “Coletiva inicial” | Mendes Wood, São Paulo, 2009; “Nichi Nichi Kore Ko Nichi” | Galeria Phosphorus, São Paulo, 2012; “Princípios Flexor” | Galeria Gramatura, São Paulo, 2012; “OIDARADIO sessions” | 30ª Bienal de São Paulo – A iminência das poéticas, São Paulo, 2012), compõe trilhas, produz vídeos, faz apresentações musicais e desenvolve séries de desenhos, pinturas, colagens, fotos e vídeos.

 

 

Sobre Adam Nankervis

 

Artista e curador, tem como marca registrada de seu trabalho a imersão na experimentação de formas sócio-esculturais e colisões estéticas. Entre seus projetos está “Another Vacant Space”, focado em trazer à tona aquilo que está oculto sob a temática, conteúdo e teoria, o efêmero, a exploração artística da destruição criativa e a reconstrução – um convite à contemporaneidade a ser história. Sua prática curatorial se funde com seus demais projetos. Adam Nankervis já expôs na Inglaterra, Ucrânia e Estados Unidos. O artista foi Coordenador Internacional da London Biennale entre 2000 e 2012, que surgiu como uma iniciativa de arte livre.

 

 

Sobre a galeria Emma Thomas

 

 
A galeria Emma Thomas, das sócias Flaviana Bernardo e Juliana Freire, foi inaugurada em 2006 com o intuito de democratizar a arte contemporânea, modificando e adaptando as práticas do mercado a fim de aproximar a produção artística do público em geral. A galeria representa cerca de 14 artistas da nova geração. Em maio de 2012 ganhou o Prêmio de Melhor Galeria Jovem em Buenos Aires e em setembro de 2013 foi escolhida como segunda melhor galeria de São Paulo segundo a revista Época São Paulo. A galeria, em 2012, constrói sua nova sede nos Jardins e agrega uma nova sócia, Monica Martins. Além das mostras, projetos e feiras nacionais e internacionais, o novo programa da Emma Thomas promove o livre intercâmbio do conhecimento e do questionamento cultural.

 

 

Até 25 de março.