Dois na galeria Laura Marsiaj

26/nov

Edgar Martins nasceu em Évora e cresceu em Macao, mudando-se para Londres aos 18 anos, onde se especializou em fotografia. Seu trabalho hoje é conhecido na Europa, Estados  Unidos, China e América Latina. Participou de importantes exposições, inclusive da Bienal de Veneza em 2011, bem como foi ganhador de inúmeros prêmios pela sua obra. A exposição que a galeria Laura Marsiaj, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugura traz duas séries fotográficas:  This  is not a House e A Metaphysical Survey of British Dwellings.

 

 

Isto não é uma casa

 

A crise das hipotecas no mercado americano, que tem suas raízes nos anos finais do século XX, tornou-se evidente em 2007, e expôs fraquezas generalizadas na regulação do setor financeiro e do sistema financeiro global. Este trabalho foi fotografado nos Estados Unidos, entre novembro e dezembro de 2008, no contexto de uma comissão do The New York Times Magazine. Produzido em oito estados separados em dezesseis locais diferentes, esses locais cuidadosamente pesquisados expõem toda a extensão, latitude e impacto desta crise. O projeto buscou reunir e catalisar novas experiências de uma nova forma de arquitetura americana convocando uma conjunção inquietante de realismo e ficção. Empregando tanto dispositivos analógicos quanto digitais permitiram aumentar as possibilidades paradoxais da imagem fotográfica e reunir contradições insolúveis. As casas descritas nesta série não se referem apenas ao particular. São imagens de coleções espaciais, de tipos de estágios em que uma série de narrativas completamente diferentes (e talvez incompatíveis) podem ser ordenadas. “Isto não é uma casa” surge justamente nesse momento em que as palavras claras hesitam, onde a linguagem é perturbada. Ele nos lança para as antinomias de percepção e existência, a exploração de limites e limites instáveis.

 

 

Uma pesquisa metafísica de moradias britânicas

 

Fotografado inteiramente em uma cidade cenográfica, construída em 2003, para treinar as
unidades de armas de fogo e de Ordem Pública da Polícia Metropolitana do Reino Unido, esta série trata de urbanismo em toda a sua contradição e ambiguidade. Este centro de formação especializada, ultrarrealista, não é apenas um simulacro de cidades britânicas contemporâneas, é também uma metáfora para a cidade moderna asocial. Nada se move dentro ou fora desses edifícios. O tecido urbano desaparece no crepúsculo, obrigando-nos a preencher as ausências que a noite implacavelmente expõe. Um ambíguo jogo de identidades e de relações está acontecendo, um jogo que engloba um conjunto enigmático da vida cotidiana, transmissão e fluxo, deslocamento, confusão e solidão. Há uma sugestão inquietante de que nem tudo é o que parece.

 

 

Andrea Rocco

 

Andrea Rocco fará sua primeira individual na galeria Laura Marsiaj ocupando o espaço do ANEXO. A exposição “Miscellanea” irá mostrar os diversos aspectos que Andrea vem desenvolvendo em seu trabalho: colagens, aquarelas, bordados e objetos.  Sobre ela afirma Agnaldo Farias: “De um lado a imaginação e o sonho, de outro o desejo de registro objetivo dos fatos da natureza, as pretensões de controle e certeza tão próprios a ciência. Entre um e outro domínio Andrea Rocco vai estabelecendo o seu território; um lugar onde os termos são embaralhados  como um caleidoscópio que se vai virando e que de quando em quando sacudimos com a expectativa de uma nova surpresa.”

 

 

Até 21 de dezembro.

 

Planos de expansão

25/nov

A  Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta “Planos de expansão”, exposição coletiva com 13 artistas do time da galeria: Armando Andrade Tudela, Cerith Wyn Evans, Franz Ackermann, Gabriel Lima, Iran do Espírito Santo, Julião Sarmento, Los Carpinteros, Luiz Zerbini, Marine Hugonnier, Mauro Restiffe, Rodrigo Cass, Rodrigo Matheus e Sarah Morris.  A mostra se estrutura em dois eixos principais; arquitetura e urbanidade que ora se confrontam e ora se sobrepõem à abstração e geometria.

 

 

As obras de Franz Ackermann, Luiz Zerbini e Sarah Morris desconstroem elementos da arquitetura. Na pintura “Torrada”, de Luiz Zerbini, volumes são sobrepostos, um jogo de encaixes que forma um grande ponto de fuga. A superfície da tela é ativada por lacunas brancas que emprestam a imagem uma natureza virtual. Na tela de Ackermann podem-se ver detalhes de prédios fragmentados em uma composição acêntrica e acelerada. Em “Praça da Apoteose”, de Sarah Morris, o título revela a referência a Niemeyer, que de outra forma seria discreta e abstrata. A relação entre abstração e história está no centro da produção da artista e fica evidente na colagem “Black Tie”, onde as mesmas formas de Niemeyer se sobrepõem ao pôster americano do filme “Eles não usam black-tie”, de Leon Hirszman.

 

 

Armando Andrade Tudela apresenta uma escultura que sugere uma construção rígida onde materiais de natureza coorporativa, como acrílico, se misturam à juta. Esta obra, assim como o vídeo de Rodrigo Cass, faz referência ao neoconcretismo brasileiro e aos pavilhões de Hélio Oiticica, construídos através de planos de cor. Já a pintura de Gabriel Lima, “Leste”, – onde uma bandeira branca é sobreposta ao plano branco do painel -, transita entre a abstração e a significação nos obrigando a tomar um ponto de vista. Os trabalhos “Forma” de Rodrigo Matheus e “Les Actualités” de Marine Hugonnier traçam um diálogo explícito entre urbe e abstração. Marine contrapõe uma foto do World Trade Center à uma escultura abstrata, enquanto Matheus usa o título do trabalho para reforçar a abstração geométrica presente na arquitetura de edifícios. A cidade como cenário, tema, ponto de partida, plano em expansão é o fio condutor da mostra.

 

 

Até 24 de janeiro de 2014.

Em Curitiba, na SIM galeria

22/nov

O pintor Paolo Ridolfi exibe uma série de obras inéditas na SIM Galeria, Curitiba, PR. Essa nova série de trabalhos foi designada pelo artista como “Pintura ao Quadrado” e ganhou apresentação assinada pelo crítico Fernando Cocchiarale.

 

 

 

A palavra de Fernando Cocchiarale

 

 

As pinturas mais recentes de Paolo Ridolfi, aqui expostas, podem ser tomadas como um balanço poético de sua trajetória, iniciada na década de 1980. Neste balanço, porém, o artista não se contentou em reavaliar as conquistas visíveis daqueles trabalhos que lhe abriram novos caminhos. Ridolfi foi além e mergulhou em direção a uma camada profunda e menos evidente de seu processo criativo: aquela da articulação semântica de recorrências – cromáticas, espaciais, temáticas e intuitivo-conceituais, etc. – que em três décadas formaram um sentido comum, processual, subjacente à sua produção, desde o florescimento inicial até o presente. Dentre as diversas séries de pinturas expostas algumas dão continuidade a experiências anteriores. Este não é o caso de suas Pinturas Vazias. Novas, estas pinturas são a melhor expressão da radicalidade do mergulho dado por Ridolfi. As Pinturas Vazias não são, porém, planos simples. Formadas por paralelepípedos montados e costurados com a mesma lona de suas telas, elas estão pintadas por camadas monocromáticas de tinta acrílica que ratificam seu status pictórico apesar de sua tridimensionalidade flácida.Mais próximos dos temas da própria arte as Pinturas Vazias de Paolo Ridolfi parecem corresponder ao anseio do artista manifesto em seu depoimento – voltar ao primeiro assunto: apenas a arte.

 

 

 

De 26 de novembro a 21 de dezembro.

 

Vida Nova, na Galeria Emma Thomas

19/nov

A primeira individual de Rodrigo Bueno, o idealizador do singular “ateliê Mata Adentro”, na Galeria Emma Thomas, Jardins, São Paulo, SP, apresenta um novo desdobramento de sua pesquisa sobre o atrito entre Cultura e Natureza. A curadoria é de Agnaldo Farias. Bueno mostra a tensão entre a racionalidade e a irracionalidade, o ataque implacável das plantas, da umidade habitada por fungos, traças e cupins sobre as cadeiras, sofás e os vários objetos com que povoamos as nossas casas com a finalidade de obtermos conforto e aconchego. A vida prossegue, adverte Rodrigo Bueno, e não será a placidez das paredes cuidadosamente pintadas, como as paredes da sala de uma galeria, capaz de impedir esse fluxo, principal a ação do tempo em imagens icônicas da pintura e fotos históricas. A co-autoria de traças e fungos trazem ao espectador parte da pesquisa do ateliê Mata Adentro, que enfatiza a força da natureza reivindicando seu espaço.

 

Rodrigo recolhe objetos ou partes de objetos abandonados em depósitos ou em esquinas à espera dos caminhões de lixo, para despertá-los, devolve-los à vida, fazendo com que neles rebentem plantas, folhagens vivas e reluzentes, até então adormecidas pelos processos industriais. Suas obras celebram o fato de que, afinal, não há morte, mas transformação contínua, encadeamento de estados e transmutações.

 

Para a primeira e principal sala da galeria o artista optou por um exercício potente, operístico, no qual a natureza se impõe sobre objetos familiares e as rígidas estruturas do volume branco produzido pela arquitetura. Na segunda sala, menor, as fotografias e colagens sobre imagens retiradas da história da arte. Imagens clássicas, respeitáveis, mas já comprometidas pela sutil sublevação dos pequeninos seres que vicejam no corpo do papel, os insetos e fungos que teimamos em tratar como nojentos, e que a rigor compõem a própria seiva da vida.

 

De 21 de novembro a 11 de janeiro de 2014.

Esculturas de Francisco Brennand

A obra escultórica do artista pernambucano Francisco Brennand, 86 anos, encontra-se exposta no Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP. Com a curadoria de Emanoel Araujo, a mostra “O Escultor Francisco Brennand – Milagres da Terra, dos Peixes e do Fogo” apresenta cerca de 80 esculturas: figuras mitológicas, pássaros, peixes, jacarés, lagartos, frutos e objetos nascidos de uma extraordinária técnica de cerâmica vitrificada. Do Recife, foram trazidos um painel inédito de cinco metros e uma série de obras dedicadas às pinturas de natureza morta do italiano Giorgio Morandi. Desde a década de 1970, quando restaurou a antiga olaria de seu pai, num projeto de integração da arte à arquitetura, o trabalho de Brennand conquistou reconhecimento internacional. Situado na Várzea do Recife, seu ateliê ocupa os espaços da fábrica histórica. Aberta à visitação pública, a Oficina Cerâmica Francisco Brennand é um dos principais marcos artísticos do Brasil, com um impressionante conjunto de esculturas e painéis.

 

No título da mostra, Emanoel Araujo ressalta a presença vibrante dos elementos Fogo e Terra no nascimento da arte de Brennand. Além de frutos, aves e peixes, “…há também o fogo, que é como uma bigorna que alisa a massa crespa, deixando espaço para a crosta grossa e uniforme da tinta colorida, de ocres e ferrugens, de onde escapam os azuis e os verdes, ou meios tons leves, foscos e brilhantes. Da cor que se transforma ardida pelo calor do fogo”, descreve o curador. Num poema dedicado ao escultor, o poeta João Cabral de Melo Neto também define o ofício de ceramista: “Prender o barro brando no ovo/ de não sei quantas mil atmosferas/ que o faça fundir no útero fundo/ que devolve à pedra a terra que era”. “Mostrar a escultura de Brennand em outro espaço que não seja o seu próprio, de Pernambuco, será sempre um desafio, diante do complexo diálogo criado por ele entre a escultura e o espaço em que ela se desenvolve, ora com a arquitetura, incluindo os antigos galpões da antiga fábrica de cerâmica, e ora se incorporando às ruínas deixadas pela ação dos anos e do passado da fábrica onde nasceu esse grande cenário”, avalia o curador.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido em 11 de junho de 1927, na casa grande do Engenho São João, no Recife, Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand é um dos mais importantes e premiados escultores do Brasil. Homem de múltiplos talentos (acumula ainda os dons de desenhista, pintor e ilustrador), ele participou de cursos com André Lhote e Fernand Léger em Paris, na década de 50. Autor de murais e painéis – dentre os quais o “Batalha dos Guararapes”, no centro do Recife -, Brennand já foi agraciado com o Prêmio Interamericano de Cultura Gabriela Mistral, da Organização dos Estados Americanos (OEA), atribuído por um júri internacional. Numa incursão pela política, integrou a Casa Civil do governo de Miguel Arraes, entre 1963 e 1964, quando o golpe militar depôs e prendeu o governador. À época, a convite de Arraes, assumiu a missão de transformar a antiga Casa da Detenção numa Casa de Cultura. “Pintor, ceramista, escultor, desenhista, designer, todos num só, dentro e fora de toda ortodoxia que define cada técnica dessas múltiplas linguagens, Francisco Brennand é um artista moderno, no sentido mais amplo dessa palavra. Seu universo, exposto nos gigantescos galpões da antiga olaria de seu pai ou, en plein air, no que se convencionou chamar Oficina, na Várzea, em Recife, exibe aí uma relação íntima entre a vida e a obra, seus avanços e recuos”, define Emanoel Araujo. Em 1971, Brennand iniciou as obras de restauro da Cerâmica São João da Várzea – fundada em 1917 -, instalando a partir de então seu ateliê e um arrojado projeto de esculturas cerâmicas. Em 1998, ganhou uma grande retrospectiva na Pinacoteca de São Paulo.

A Nova Mão Afro-Brasileira

O Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, celebra os 25 anos do lançamento do livro-exposição “A Mão Afro-Brasileira – Significado da Contribuição Artística e Histórica” (de 1988, o ano do Centenário da Abolição da Escravatura) em 20 de novembro, Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra, com a exposição “A Nova Mão Afro-Brasileira”, cuja curadoria traz a assinatura de Emanoel Araujo, com Salas Especiais e Retrospectivas com obras de artistas dos séculos XVIII e XIX, modernos e contemporâneos. Entre os homenageados, obras de Magliani, Maurino de Araújo e Yêdamaria. Além dos artistas expostos em outros momentos pelo Museu (Alex Hornest, Jorge dos Anjos, Rosana Paulino, Sidney Amaral, Tiago Gualberto e Washington Silvera), quinze contemporâneos foram incorporados à exposição: Advânio Lessa, Anderson Santos, Arjan Martins, Ayrson Heráclito, Claudinei Roberto, Eustáquio Neves, Herberth Sobral, Izidorio Cavalcanti, Lippe, Marcos Dutra, Moisés Patrício, Pedro Marighella, Renato Matos, Rener Rama e Sônia Gomes.

 

 

Sobre os artistas de “A Nova Mão Afro-Brasileira”.

 

Advânio Lessa

 
Mineiro, nascido em Ouro Preto, desde pequeno aprendeu com o tio e o avô a técnica de cestaria tradicional. Buscando ir além da técnica tradicional, procura na taquara e no cipó a inspiração para produzir suas obras de arte, baseadas na transformação da natureza.  Expôs na Europa e América do Norte, além de inúmeras exposições em Belo Horizonte e uma destacada participação em Mostra no Rio de Janeiro.

 

 

Anderson Santos

 
Pintor e desenhista, nascido em Salvador (BA), formou-se em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes (EBA/UFBA) em 1999, trabalhando desde então de maneira contínua, com as técnicas do óleo sobre tela, cartão ou madeira e desenho (grafite ou carvão sobre papel), realizando pintura figurativa realista. Realizou experimentos em vídeo, cartazes e storyboards para cinema. Atualmente é membro de um coletivo internacional responsável pela publicação da revista online Boardilla.

 

 

Arjan Martins

 
Artista Plástico, nascido no Rio de Janeiro, frequentou diversos cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Desde 1995, participou de exposições nacionais no Rio de Janeiro, São Paulo e na Paraíba, e internacionais no Senegal e no Haiti. Recebeu o Prêmio “Projéteis da Arte Contemporânea” em 2005, no Rio de Janeiro, e foi contemplado com uma bolsa de estudos na Alemanha, através do Instituto Goethe. Dedica-se ao desenho e a pintura, em diferentes tamanhos e diversas superfícies.

 

Ayrson Heráclito

 
Artista visual e curador baiano, vive entre as cidades baianas de Cachoeira e Salvador e São Paulo (SP), onde realiza doutorado em Comunicação e Semiótica na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Suas obras transitam pela instalação, performance, fotografia e audiovisual, abordando temas como a cultura afro-brasileira, o candomblé e a historia do Estado da Bahia. Realizou exposições individuais no seu estado natal e participou de mostras, festivais e Bienais nacionais e internacionais.

 

 

Claudinei Roberto da Silva

 
Artista plástico, professor e curador independente. É licenciado em Educação Artística pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP). Entre 1997 e 2002 organizou um projeto de exposições independentes com o grupo Olho SP, oriundo do Departamento de Artes da Escola de Comunicações e Artes da USP, realizando exposições em diversas instituições da cidade de São Paulo. Em 2005 fundou o ateliê OÇO, também na capital paulista, que já realizou de mais de 40 mostras de artes, atividades de arte-educação, debates e encontros desde a sua inauguração.

 

 

Eustáquio Neves

 
Fotógrafo e videoartista autodidata, pesquisa e desenvolve técnicas alternativas e multidisciplinares, manipulando negativos e cópias. Nos últimos três anos tem pesquisado as mídias eletrônicas, incluindo a sequência e o movimento. Seu trabalho vem sendo amplamente divulgado em várias mostras no Brasil e no exterior, onde tem recebido prêmios e a consagração do público e da crítica.

 

 

Herberth Sobral

 
Artista plástico, fotógrafo e designer nascido em Minas Gerais. Como artista plástico, apropria-se de conhecimentos, técnicas e materiais diversos como xilogravuras, pinturas, desenhos, cédulas e bonecos, para construir a sua própria linguagem, sempre voltada para a representação do cotidiano. Em suas obras, o artista aborda a temática do comportamento: pensamentos e atos realizados através de práticas culturais.

 

 

Izidorio Cavalcanti

 
Nascido em Gameleira, Pernambuco, reside e trabalha no Recife, onde se formou em Desenho Arquitetônico no Liceu de Artes e Ofícios. Trabalhando com arte há 20 anos, explora as mais diversas técnicas e utiliza diferentes linguagens, desde o desenho até a performance. Atualmente, integra o Grupo MAMÃE e BO (Branco do Olho). Participou de diversas exposições coletivas e individuais em São Paulo, Ceará, Paraíba, Goiás, Rio de janeiro, Florianópolis, Sergipe, Pernambuco e Valência (Espanha).

 

 

Lippe

 
Artista e poeta que vive e trabalha entre as cidades de Rio de Janeiro e Berlim. Em sua produção, aproxima diversas linguagens artísticas visuais e a literatura, para problematizar temas de emergência humana tais como a memória, a utopia, a morte e o trauma histórico. Criando obras repletas de narrativas e referências históricas, o artista busca expor as fraquezas do homem, seus dilemas, glórias e tragédias, ao logo da história.

 

 

Marcos Ricardo Dutra

 
Natural de Pequizeiro (TO) e radicado em Palmas, capital do estado. Sua formação artística se deu através de leituras, experimentações, participação em oficinas e seminários. Desde 1992 participou de diversas exposições coletivas e individuais no Brasil. Foi artista convidado de uma exposição em Paris em 2005, quando representou o Estado do Tocantins no projeto “Ano do Brasil na França”. Em 2009, participou com a exposição “O Pão Nosso de cada dia” do projeto SESC Amazônia das Artes, percorrendo as capitais dos Estados que constituem a Amazônia Legal. Sua produção artística abrange esculturas, instalações, pintura e intervenções urbanas.

 

 

Moisés Patrício

 
Artista multimídia e arte-educador, Moisés Patrício nasceu no bairro de Santo Amaro, de São Paulo, em 22 de outubro de 1984. Aos 10 anos, inscreveu-se na oficina de pintura e grafite dos Meninos de Arte de Santo André. Durante todo o período em que durou a oficina, chegou a trabalhar como assistente do professor e a participar de várias exposições e eventos. Hoje, trabalha e vive como artista e educador em São Paulo. É membro-fundador do Atelier Coletivo DES (Dialéticas Sensoriais), que, desde 2006, realiza ações coletivas estéticas, produzindo exposições, instalações dialéticas sobre arte contemporânea e urbanidade nas periferias de Santo André e São Paulo.

 

 

Pedro Marighella

 
Artista visual nascido em Salvador (BA), graduado em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (2011). Desde 2004, desenvolve projetos na área de criação, design, ilustração, animação, vídeo, artes visuais e cenografia. Integrou o coletivo GIA (Grupo de Interferência Ambiental) entre 2003 e 2009. Tem como principais interesses o olhar sobre processos culturais, sociais e históricos, com destaque para o potencial crítico da diversão. Ganhador da Bienal do Recôncavo de 2011.

 

 

Renato Matos

 
Músico, ator e artista plástico baiano, radicado em Brasília desde 1974. Na Capital Federal, participou do “Concerto Cabeças”, em 1977, considerado um marco cultural da cidade. Frequentou cursos livres de música na Universidade de Berkeley, EUA, e apresentou-se na Europa. Atuante na cena musical de Brasília, liderou a banda Acarajazz. Sua composição Um telefone é muito pouco foi gravada por Leo Jaime com sucesso e é considerada uma das canções mais representativas da cidade de Brasília. Gravou quatro álbuns independentes, além de ter atuado em filmes nacionais.

 

 

 

Rener Rama

 
Artista baiano, formado em Artes Plásticas e mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com ênfase em pintura e processos criativos. Embora utilize diferentes linguagens artísticas, como fotografia, vídeo e objeto; dedica-se especialmente e há mais de 25 anos, em desenvolver pesquisas e trabalhos explorando as possibilidades e linguagens da pintura, suas técnicas e caminhos expressivos. Realizou exposições individuais em São Paulo e Salvador e se fez presente em exposições coletivas Brasil afora.

 

 

Sônia Gomes

 
Nascida em Caetanópolis, Minas Gerais, um importante centro da indústria têxtil brasileira, a artista utiliza tecidos, linhas e objetos encontrados para compor esculturas e estruturas. É autodidata e tem como principal inspiração as suas experiências de vida, produzindo a partir de seus sentimentos internos, percepções e observações do cotidiano. Expôs em mostras individuais e coletivas, em galerias no Brasil e no exterior, com destaque.

 

A partir de 20 de novembro.

TOMIE OHTAKE – GESTO E RAZÃO GEOMÉTRICA

No mês em que a artista completa 100 anos, em 21 de novembro, o Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, realiza a terceira exposição em comemoração ao seu centenário, com curadoria de Paulo Herkenhoff. Em “Tomie Ohtake – Gesto e Razão Geométrica”, o crítico, ao reunir cerca de 60 trabalhos, a maioria pinturas, aborda como o racionalismo da construção g
eométrica encontra a pincelada gestual que propõe a linha orgânica, formando aí uma das características importantes da obra da artista.

 

Segundo Herkenhoff – profundo estudioso de Tomie, curador de várias mostras sobre a artista, como “Pinturas Cegas”, realizada no ano passado e que agora, dia 19 de novembro, será inaugurada no MAR – Museu de Arte do Rio de Janeiro, do qual é diretor cultural – uma questão chave atravessa toda a obra de Tomie: a intangibilidade da perfeição. “Ao contrário do racionalismo da geometria ocidental, Ohtake experimenta incessantemente a imprecisão’, afirma.

 

Nesta grande mostra comemorativa, a partir de trabalhos seminais e de um expressivo conjunto que traz variações formais, como os retângulos, as sombras, a arquiteturas, as elipses, os círculos, as sobreposições, o curador percorre o inesgotável vocabulário plástico do universo de Tomie. Para Herkenhoff, a vontade geométrica da artista não se reduz a uma lógica única e está dispersa entre experiências singulares. “Certa pintura de Ohtake representa a adesão à dita “geometria sensível da América Latina”; noutros casos, está a geometria imprecisa e uma geometria cósmica”, destaca.

 

Outras reflexões de Paulo Herkenhoff o fizeram optar pela pauta geométrica nesta principal mostra em homenagem ao centenário de Tomie. Segundo ele, a geometria da artista, fora da exegese canônica do concretismo, expande o campo e o torna mais complexo. “A pintora contribuiu para a formulação da geometria transcultural do Brasil, que envolve sua relação com algumas imagens estéticas que envolvem valores espirituais, como o “enso”, o círculo imperfeito no Zen Budismo, e a relação da forma com a sombra, um valor da cultura japonesa tradicional”, completa o curador.

 

De 22 de novembro a 02 de fevereiro de 2014.

Raquel Arnaud com Célia Euvaldo e Tuneu

12/nov

Em “Desenhos e Colagens”, Célia Euvaldo resgata o desenho sobre papel, marca do início de sua carreira, precisamente até 1997, quando a artista transfere sua ação para a tela. Segundo a artista, os sete novos desenhos em grandes dimensões representam uma recriação de seu próprio trabalho, trazendo um gesto cada vez mais construído. Para Lorenzo Mammì, que assina o texto da exposição, são obras que apresentam a delimitação de um território e dos movimentos que são possíveis nele. Nos trabalhos mais antigos, o papel era uma área livre cuja única constrição era determinada pela referência a um centro. Nestes novos, ao contrário, cada traço é fruto de uma negociação entre os contornos do papel e a posição da artista que se movimenta ao redor dele. “A maneira como os contornos do suporte são retomados, segmentados e deslocados pode lembrar procedimentos de desconstrução minimalista; mas a densidade e a tensão dramática dos traços remetem a uma poética expressionista”, afirma o crítico. Completam a exposição três grandes colagens nas quais a artista realiza um contraponto entre os suportes, colando o frágil papel chinês na rígida cartolina.

 

 

Paralelamente, no segundo piso da galeria, Tuneu, em “Dobradura”, retoma a pintura com aquarela por meio de 16 trabalhos. Como destaca Marco Giannotti em seu texto sobre esta nova série do artista, a opção pela aquarela acompanha Tuneu desde a década de 70, uma técnica que testa os limites impostos pela linha. Segundo Giannotti, ao sobrepor finas camadas aguadas de cores, o artista alcança um efeito aéreo luminoso, no qual o branco do papel é essencial, principalmente pelo uso do Arches, por não ser nem liso nem granuloso demais, potencializando esta luminosidade. “Se, em relevos anteriores feitos por Tuneu, a dobra era literal, agora ela aparece apenas como uma ideia, algo que só se realiza na imaginação”, diz Giannotii. Mas segundo ele, se por um lado os recortes cromáticos, que se insinuam nas dobraduras, revelam um quadrado latente, que no faz pensar na Bauhaus ou em Albers, nestas aquarelas recentes além da dobradura, sempre há um espaço interno vazio, que remete a um jardim Zen de pedra. “Algo que efetivamente não pode ser visto –  afinal, como disse outro mestre da cor, Matisse: ‘as cores existem e todavia, não existem’”, completa.

 

 

Sobre Célia Euvaldo

 

 

Célia Euvaldo, São Paulo, 1955, vem expondo regularmente desde meados da década de 80, tendo obtido o 1º prêmio – Viagem ao Exterior – no 11º Salão Nacional de Artes Plásticas em 1989. Entre 1988 e 1997, seu trabalho consistiu basicamente em desenho sobre papel, explorando e estirando os limites dessa categoria. A partir de então a pintura tem sido seu foco principal. Entre as mostras mais recentes, realizou individuais em 2011 no Museu da Gravura Cidade de Curitiba, e na Lemos de Sá Galeria, Belo Horizonte, bem como a mostra “Poeminhas” no Centro Universitário Maria Antonia, São Paulo. Em 2006 apresentou a exposição “Brancos” na Estação Pinacoteca, São Paulo. Participou, em 2005, da 5ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre.

 

 

Sobre Tuneu

 

Professor, pintor e desenhista, Tuneu cujo nome civil é Antonio Carlos Rodrigues, nasceu em São Paulo, 1948. Foi aluno de Tarsila do Amaral entre 1960 e 1966 e recebeu influência de Wesley Duke Lee. Foi assistente de Willys de Castro e Hércules Barsotti durante vários anos. Entre as exposições de que participou, destacam-se: Salão de Arte Contemporânea de Campinas, várias edições entre 1966 e 1974; Prêmio Viagem à Europa, 1970, e Prêmio Aquisição, 1974; 16º e 17º Salão Paulista de Arte Moderna, São Paulo, 1967 e 1968; Bienal Internacional de São Paulo, várias edições entre 1967 e 1975; Prêmio Aquisição Itamaraty, 1971 e 1975; Panorama da Arte Atual Brasileira, MAMA – São Paulo, várias edições entre 1971 e 1989; 3º e 6º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no MASP, 1971 e 1975); Arte na Rua 2, São Paulo, 1984; Off Bienal, no Museu Brasileiro de Escultura, São Paulo, 1996. Realizou exposição individual na Galeria Raquel Arnaud, em 2008, e em 2010 na Casa de Cultura de Paraty, Rio de Janeiro. A editora BEI organiza um amplo catálogo sobre a trajetória e a obra do artista. A Galeria Raquel Arnaud o representa desde 2008.

 

 

Até 21 de dezembro de 2013.

Duas vezes Nelson Felix

11/nov

Nos últimos 20 anos, Nelson Felix vem realizando uma série de trabalhos a partir de coordenadas geográficas, que passaram a determinar os locais de suas exposições. Em decorrência disto, o artista está há quase nove anos sem expor na cidade de São Paulo. Seu retorno acontece agora em novembro, quando apresenta “Verso (meu ouro, deixo aqui)”, Instituto Tomie Ohtake e “Verso, na Galeria Millan. Juntas, compõem a segunda parte de um trabalho realizado em dois lugares distintos, que se rebatem e, assim, complementam-se. A primeira parte, “4 Cantos”, foi realizada em Portugal, em 2008, sob a tutela do Museu de Serralves e do Ministério do Turismo de Portugal.

 

O trabalho, em seu conjunto, aborda, primeiramente, um pensamento poético sobre o espaço, na sua estrutura mais simples – os cantos, o centro e o verso – e o que seriam estes locais na nossa atual percepção multifacetada do espaço. Em um segundo momento, explora a relação ambígua que existe na língua portuguesa nas palavras canto e verso, ora com sentido espacial, ora com sentido poético. O primeiro trabalho, “4 Cantos”, prima pela relação espacial; o segundo, “Verso”, pela poética.

 

Em “4 Cantos” o artista viajou, em um caminhão munck, aos quatros extremos de Portugal – Bragança, Viana do Castelo, Sagres e Faro – carregado com quatro blocos cúbicos de pedras. Em cada um destes cantos do país, o artista colocava as pedras no solo e desenhava até se sentir impregnado do espaço local. Na última cidade, Faro, já em espaço interno, o artista tombou as pedras de encontro aos quatro cantos do espaço expositivo e as fixou com oito ponteiras de bronze, nas quais estavam inscritos os oito versos do poema “Casa Térrea”, de Sophia de Mello Breyner.

 

Em “Verso”, como o título indica, Nelson Felix rebate o primeiro trabalho, formando um amálgama das duas obras e, em consequência, um trabalho único, em dois atos. O atual trabalho nasce da observação de que a cidade de São Paulo, o principal centro econômicocultural brasileiro, encontra-se equidistante e sobre uma linha imaginária que liga duas pequenas ilhas, uma no Oceano Pacífico e outra no Atlântico. O artista viaja às duas ilhas, estes dois versos criados pela estrutura poética do trabalho no globo terrestre. Nelas, olha na direção de São Paulo, onde irá expor, e finca no solo três peças de latão, que constituem as três partes da letra A. Uma homenagem ao poeta catalão Joan Brossa, através de um dos seus poemas, intitulado “Desmuntatg e”. Esta  homenagem se faz outra vez presente quando o artista torna a fincar esta letra na Galeria, em São Paulo. “Verso” remete à sensação poética de um local central, construído totalmente por centros, se assim podemos falar – uma cidade, que aglutina e centraliza, e duas pequenas ilhas, pontos em meio a oceanos.

 

No Instituto Tomie Ohtake, “Verso (meu ouro, deixo aqui)” traz seu processo de criação, com mais de cem desenhos que o artista realiza durante o desenvolvimento do trabalho, e uma instalação com mármore de carrara, ouro e projeção. Acompanha as exposições um vídeo, realizado em maio deste ano, de uma conversa do artista com o crítico Rodrigo Naves. Já na Galeria, “Verso” formaliza-se na apresentação de uma instalação com dois grandes anéis de mármore de carrara, objetos de latão, ouro, dois desenhos e duas fotografias.

 

 

Sobre o artista

 

Nelson Felix nasceu no Rio de Janeiro, 1952. Escultor, desenhista e professor. Iniciou seus estudos de pintura com Ivan Serpa, em 1971, e se formou em arquitetura, em 1977. Dedicou-se inicialmente ao desenho e, posteriormente, à escultura. Em 1989, recebeu bolsa do Ministério da Cultura da França, por exposição ocorrida na Galeria Charles Sablon, em Paris. Recebeu, em 1991, a bolsa Vitae de Artes Plásticas. A partir da década de 1990, realiza esculturas de mármore com base em órgãos ou aspectos do corpo humano. Em 1994, foi artista residente na Curtin University (Perth, Austrália) e no Karratha College (Karratha, Austrália). No mesmo período, idealizou as Mesas, esculturas em granito nas quais faz referências às interações entre a natureza e os objetos culturais. Ao retornar ao Brasil, realizou, em 1995, com Luiz Felipe Sá, o vídeo O Oco, sobre sua produção artística. Sua obra é analisada nas publicações Nelson Felix, com texto de Rodrigo Naves, Cosac & Naify, 1998; Nelson Felix, com textos de Glória Ferreira, Nelson Brissac e Sônia Salzstein, Casa da Palavra, 2001; Trilogias: Conversas entre Nelson Felix e Glória Ferreira, Pinakotheke, 2005; e Concerto para Encanto e Anel, com textos de Ronaldo Brito e Marisa Flórido Cesar, Editora Casa 11, 2011.

 

Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP

 

Até 09 de fevereiro de 2014.

 

 

 

Galeria Millan

 

Até 21 de dezembro de 2013.

Beatriz Milhazes: O Círculo e seus amigos

06/nov

Chama-se “O Círculo e seus amigos”, a nova exposição individual de Beatriz Milhazes em São Paulo, SP, para a qual o Galpão Fortes Vilaça, Barra Funda será o espaço exibidor.  A artista apresenta nove pinturas inéditas que enfatizam a vibração ótica e cromática da Op Art, e padronagens e cores de origem tribal africana, entre outras.

 

Nesta série de trabalhos, as cores cítricas e o uso particular de dourados se rende a uma tonalidade mais escura, com a introdução do marrom e das cores de pigmentos naturais peruanos. A referência à Op Art, que em trabalhos anteriores aparecia de forma indireta, reaparece aqui em papel principal, num uso objetivo de recursos óticos, onde linhas e círculos saturam o plano em uma audaciosa justaposição de padrões geométricos. Na tela “Potato Dreaming”, dominada por tons de rosa, vinho e ocre, padrões em listras sobrepostos emprestam inquietação e movimento à uma estrutura que de outra forma seria rígida. Em “Flores e Árvores”, esta mesma sobreposição é radicalizada com a introdução de elementos vazados que confundem figura e fundo, sem que o olhar consiga estabelecer uma hierarquia.

 

Em outras composições a artista apresenta novas flores como um elemento central, cuja forma e estrutura são resultantes da observação da arte tribal. Em “Wild Potato”, a flor central se desfaz em listras orgânicas e algo psicodélicas de alto contraste, sobre um fundo de geometria precisa em cores igualmente contrastadas.” Igrejinha” traz a figura totêmica de um copo-de-leite ativado por tons elétricos, por sua vez preenchidos por um padrão de círculos irregulares recorrente nessa exposição.

 

Beatriz Milhazes consagrou-se como uma das maiores artistas da atualidade, desenvolvendo em trinta anos de carreira um vocabulário pictórico único, onde elementos da ornamentação se enredam com a tradição da pintura abstrata. Questões de um repertório visto muitas vezes como secundário –  das artes decorativas, da arte popular e do Carnaval – permeiam sua obra, em que a cor e a geometria são os elementos estruturantes. A artista desenvolveu uma técnica particular em que a tinta é aplicada primeiro sobre folhas de plástico que depois são transferidos para a tela, eliminando assim o gesto da pincelada. Esse modus operandi possibilita à artista uma enorme capacidade de experimentação aliada a um rigor formal.

 

 

Sobre a artista

 

Beatriz Milhazes nasceu no Rio de Janeiro em 1960 onde vive e trabalha. Na última década a artista teve importantes exposições individuais das quais podemos destacar: “Quatro Estações”, Centro de Arte Moderna – Fundação Calouste Gulbenkian, Portugal e Panamericano, MALBA, Argentina, 2012; Fondation Beyeler, Suíça, 2011; Fondation Cartier pour l’art contemporain, França, 2009; Beatriz Milhazes – Pinturas e Colagens, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil, 2008; 21st Century Museum of Contemporary Art, Japão, (2004; Domaine de Kerguéhennec-Centre d’Art Contemporain, France, 2003. A artista representou o Brasil na 50ª Bienal de Veneza em 2003, participou da Bienal de Shangai, China, em 2006 e das 24ª e 26ª Bienais de São Paulo em 1998 e 2004. Suas obras figuram nas mais importantes coleções do mundo, como MoMA, Nova York; Museo Nacional Reina Sofia, Madrid e  Metropolitan Museum of Art, Nova York, entre outros. “Meu Bem”, grande exposição panorâmica da artista, esteve recentemente em cartaz no Paço Imperial, Rio de Janeiro, e ainda em 2013, será apresentada no Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, PR.

 

De 23 de novembro a 21 de dezembro.