Raul Mourão no MAM-Rio

25/out

O MAM-Rio, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Tração Animal”, com obras recentes e inéditas de Raul Mourão, artista com projeção no cenário contemporâneo nacional. A curadoria é de Luiz Camillo Osório.

 

Primeira exposição individual de Raul Mourão no MAM Rio, “Tração Animal” apresenta em três espaços distintos um conjunto de dez esculturas cinéticas em grandes dimensões, o vídeo “Plano/Acaso” (3’52), de 2009, e uma instalação, feita especialmente para a mostra, composta por um conjunto de obras em pequenas dimensões em aço, e uma iluminação especial, que resulta em um jogo de luz e sombra. O título da mostra, “Tração Animal”, remete à ideia de conflito, de homem x máquina, arte x movimento.

 

Artista que incorpora em seu trabalho referências à arquitetura e à urbanidade, Raul Mourão vem, desde 2010, desenvolvendo uma série de obras cinéticas, que recentemente ganharam o espaço público. “Tração Animal” será dividida em três salas. Na primeira, “É proibido trepar”, estão dez esculturas cinéticas inéditas de grande porte feitas com tubos galvanizados e braçadeiras, da mesma série das obras expostas recentemente na Praça Tiradentes, no centro da cidade. Na “Sala sombra”, um conjunto de esculturas cinéticas de pequenas dimensões, iluminadas por minirrefletores, criam projeções em movimento nas paredes. Na terceira sala está o vídeo digital “Plano/Acaso” (HD1080, sem áudio, 3’38”), um plano-sequência em que um elevador desce lentamente cortando as lajes de um velho edifício garagem na Rua das Marrecas, no centro do Rio. O filme foi feito no amanhecer do dia 31 de outubro de 2009, com fotografia de David Pacheco, e foi exibido pela primeira vez na paralela da Bienal de 2010, com curadoria de Paulo Reis.

 

“Tração Animal apresenta um conjunto de obras recentes de Raul Mourão. A escultura sempre foi o seu ofício, mas as imagens e a rua empurravam o fazer escultórico e sua preocupação com o volume e a gravidade para a fluência da vida. Ela entra em sua obra não como tema, mas como energia que se infiltra no processo criativo, desdobrando o olhar curioso em estruturas cinéticas, em planos rítmicos, em sombras dançantes. O movimento dos balanços se desloca para os planos verticais do elevador e deste para o desenho misterioso de luz e sombra. É uma exposição em looping, tudo vai e volta em balanço: do físico ao virtual, do corpo à luz,da luz à sombra”, diz o curador Luiz Camillo Osorio.

 

 Sobre o artista

 

Raul Mourão nasceu no Rio de Janeiro, em 1967. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e expõe seus trabalhos desde 1991. Sua obra abrange a produção de desenhos, gravuras, pinturas, esculturas, vídeos, fotografias, textos, instalações e performances. Suas peças, construídas com diversos materiais, desenvolvem um vocabulário plástico com elementos da visualidade urbana deslocados de seu contexto usual. Entre eles há referências ao esporte, à arquitetura, aos botequins e à sinalização de obras públicas. A partir de 2010 sua série de esculturas cinéticas foi exibida nas exposições individuais: “Toque devagar”, Praça Tiradentes; “Processo”, Studio-X; “Homenagem ao cubo”, Lurixs Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro; “Balanço Geral”, no Atelier Subterrânea, Porto Alegre, RS; “Cuidado Quente”, na Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP; e “Chão, Parede e Gente”, na Galeria Lurixs, Rio de Janeiro. E também nas coletivas “Projetos (in)Provados”, na Caixa Cultural, Rio de Janeiro; “Ponto de Equilíbrio”, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP; “Mostra Paralela 2010”, no Liceu de Artes e Ofícios, São Paulo, SP; e “Travessias”, no Centro de Arte Bela Maré, Rio de Janeiro. Participou ainda, em 2012, das exposições coletivas “Gil 70”, Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro; “Mostra Carioca”, MAM, Rio de Janeiro; “From the Margin to The Edge”, SomersetHouse, Londres; “This is Brazil! 1990-2012”, Palexco, La Coruña, Espanha e “Genealogias do Contemporâneo – Coleção Gilberto Chateaubriand”, no MAM-Rio.

 

Até 02 de dezembro.

Cabelo total no MAM-Rio

O MAM-Rio, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Humúsica”, com obras de diversas fases da trajetória do artista plástico Cabelo. Radicado há décadas no Rio de Janeiro, Cabelo ocupa um lugar de destaque no panorama contemporâneo. A curadoria é de Luiz Camillo Osório.

 

Cabelo conta que a mostra “será instaurada como uma composição”, com obras em suportes variados, como esculturas, objetos, desenhos, pinturas e projeções. Ele diz ter a intenção de propiciar um pouco da experiência de seu processo de criação, onde palavras, imagens e sons convivem simultaneamente.

 

Em exposição as esculturas móveis “K-roças”, sobre eixos e rodas de skate, tendo representações de Buda como cocheiros, além de “Kosmicars” – feitos com espelhos e fotos do telescópio Hubble – , a “K-roça canteiro de minhocas” e os “Jardins ambulantes”. No dia da inauguração, Cabelo incorporou seu heterônimo MC Minhoca, fazendo improvisos ao som de DJ Esterco.

 

“Humúsica é uma exposição sobre tudo: desenho, performance, poesia, escultura, música; é uma exposição-instalação de Cabelo. E também do MC Minhoca e do DJ Esterco. Não há que se ater aos detalhes. Tudo é húmus (e música). Uma coisa se transforma e se fertiliza na outra. Metamorfose e ruído. Contaminações que fazem um elemento residual se tornar possibilidade plástica. A palavra vira carne e as letras garatujas e desenhos. Lixo e luxo. O ateliê do Cabelo está em Copacabana, entre o morro e a praia, entre a confusão e a lentidão. São muitas temporalidades e um só espaço. Um presente grávido de direções e de caos como todo este universo poético que se põe em cena agora no MAM”, diz o curador Luiz Camillo Osorio.

 

 Sobre o artista

 

Cabelo nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, em 1967, e veio para o Rio ainda menino. Abandonou a faculdade de engenharia para dedicar-se à criação de minhocas. Abatido por uma infestação de vermes e protozoários retorna à cidade para tratar-se. Durante a convalescença tem contato com a poesia de Ferreira Gullar, Paulo Leminski, entre outros, e é inoculado pelo vírus da poesia. A partir daí passa a dedicar-se simultaneamente às artes plásticas e à música, considerando-as manifestações da poesia.
Participou da X Documenta de Kassel com uma performance polêmica, ateando fogo em um aquário com peixes vivos.
Realizou ano passado a exposição “Cabelo apresenta Mc Fininho e DJ Barbante no Baile Funk”, na galeria A Gentil Carioca, incorporando o personagem Mc Fininho. Para esta mostra convocou produtores como Kassin, Berna Ceppas, Sany Pitbull, Lucas Santtana, entre outros para produzir os funks que compôs, fazendo um show na abertura.
Como Mc Fininho se apresentou em junho no festival Back to Black em Londres, com Sany Pitbull e dançarinos do passinho.

 

Até 02 de dezembro.

Objetos de Manuela Ribadeneira

A exposição “Objects of certitude objects of doubt” (Objetos de certeza, objetos de dúvida), da artista equatoriana Manuela Ribadeneira – uma das mais destacadas artistas contemporâneas latinas é o cartaz da Casa Triângulo, Itaim, São Paulo, SP. A artista já representou seu país na Bienal de Veneza, em 2007, e foi, por diversas vezes, destaque nas mais importantes publicações de arte do mundo. Radicada na Europa há mais de uma década, Manuela Ribadeneira soube aproveitar a distância geográfica com seu país para refletir sobre questões de índole pós-colonial e construção de identidade.

 

A mostra reúne uma coleção de objetos que fazem referências diretas “às viagens dos europeus e ao Descobrimento das Américas, e também ao direito que cada pessoa tem de definir seu território e nacionalidade, além de relacionar o processo de colonização ao desenvolvimento científico”.

 

Alguns dos objetos apresentados referem-se a instrumentos de navegação utilizados nas viagens de europeus que desembarcaram nas costas das Américas, outros remetem a desenvolvimentos científicos mais tardios, peças de aviões e submarinos, e objetos diversos que tenham relação ao ato de navegar.

 

Mariana Ribadeneira sempre constrói seu trabalho com base em alguns temas centrais, como a relação de um povo com o território que habita, a incongruência entre os desejos das pessoas e os interesses do Estado, ou a fragilidade e a natureza efêmera das barreiras supostamente intransponíveis e fronteiras.

 

Para a artista, o que está sempre no centro dos debates sejam de cunho territorial, político ou relacionado à identidade, áreas que constituem seu campo de ação e pesquisa, é sempre o homem: suas aspirações e sonhos, seus desejos e suas verdadeiras convicções.

 

De 27 de outubro a 24 de novembro.

Loredano no Rio

24/out

A galeria Paulo Fernandes, Centro, Rio de Janeiro, RJ, tornou-se a “sede” da história do século passado em desenhos. O espaço apresenta a exposição “Cássio Loredano – Desenhos”, mostra composta por 40 obras de Cássio Loredano ou Loredano, como é conhecido. Esta é a primeira mostra de desenhos realizada pela Galeria Paulo Fernandes que completou 30 anos e já realizou diversas exposições, entre elas as individuais de Antonio Dias, Tunga, Gerchman, Nelson Félix, Nuno Ramos, Waltércio Caldas, Anish Kapoor,  Barrio, José Resende e Cabelo. Além do Rio de Janeiro, a galeria Paulo Fernandes conta com um espaço em São Paulo, na Vila Nova Conceição.

 

A curadoria é assinada pelo crítico de arte Ronaldo Brito e a exposição abriga desenhos retratando personalidades do meio político, intelectual, esportivo, musical e literário,  criados por Loredano desde o ano de 1970 até os dias atuais, ou seja, em exibição uma verdadeira passagem de século. Após a temporada carioca, em dezembro, a mostra desloca-se para Caraíva, Bahia, e no início de 2014 ganhará exibição em São Paulo, na galeria Raquel Arnaud.

 

Com reconhecimento nacional e internacional, Loredano tem como peculiaridade o fato de não ter voltado os seus desenhos para a crônica social e política, características comuns da charge. O desenhista focou suas habilidades no retrato puro e simples de personalidades, às vezes com distorções quando a intenção é crítica, com exageros ou detalhes que servem como homenagem à personalidade retratada.

 

Entre os retratos expostos na mostra destacam-se os dos políticos Magalhães Pinto, Tancredo Neves, Lula e Dilma Rousseff, do educador Paulo Freire, dos escritores Machado de Assis, Júlio Cortázar e Mário de Andrade, dos filósofos Jean-Paul Sartre e Simone Beauvoir, do cineasta Alfred Hicthcock, além de imagens emblemáticas de Guevara, Chaplin e Kafka. Os visitantes vão poder conferir estas e outras obras nas versões originais reproduzidas em publicações como Jornal do Brasil, Opinião, Pasquim, Estadão, El País, entre outras.

 

O curador Ronaldo Brito destaca as características que fazem do artista uma figura única no meio: “O que diferencia o Loredano de outros artistas é o traço soberano, a linha muito bem pensada, cuidada e a imaginação que ele tem. E a obra dele fica melhor ainda na página de um jornal. O Loredano tirou a moldura do desenho e é aí que se encontra a modernidade da obra: ele desenhar com a página. Como desenhista de imprensa não existe igual”.

 

Segundo Paulo Fernandes, é injusto limitar a obra de Loredano à simples caricatura: “A obra do Cássio vai além. Ele é um dos maiores artistas brasileiros que conseguiu, através dos seus desenhos, ‘escrever’ muito da história do século passado. É, sem dúvida, um dos maiores desenhistas do mundo e por esta sua grandiosidade é que trazemos a mostra com um traço intelectual”, ressalta.

 

Sobre o artista

 

Cássio Loredano nasceu no Rio de Janeiro, em 1948. Iniciou sua carreira em 1965, em São Paulo. Trabalhou no jornal Diário do Grande ABC onde exerceu diversas funções. Em 1972 retorna ao Rio de Janeiro e assume o posto de ilustrador no jornal Opinião e, em 1975, colabora com o Jornal do Brasil e O Pasquim.

 

Em Lisboa publicou trabalhos no periódico O Jornal. De 1977 a 1981 ilustrou jornais alemães em Bonn, Munique e Frankfurt. Com reconhecimento internacional e entre idas e vindas ao Brasil, seus desenhos apareceram ainda em jornais da Itália, França, Suíça e Espanha.

 

Loredano colaborou ainda nos jornais O Globo, O Estado de S. Paulo e Gazeta Mercantil. Lançou o livro “Loredano Caricaturas” em 1994, prêmio de melhor livro de caricaturas pela Associação de Cartunistas do Brasil. Nos anos 2000 e 2002, Loredano recebeu o prêmio de melhor caricaturista do ano pela ACB. Ainda em 2002 publicou outro livro, “Loredano Alfabeto Literário”, prêmio de melhor livro de caricaturas concedido mais uma vez pela ACB. Colabora a revista Veja.

 

Até 13 de novembro.

Juarez Machado em BH

A Pequena Galeria do Teatro da Cidade, Centro, Belo Horizonte, MG, apresenta a exposição individual de Juarez Machado, artista visual catarinense (gravador, desenhista e pintor) radicado na França. Trata-se de uma pequena parte da produção serigráfica do artista, dez obras que retratam casais em clima festivo que evocam a atmosfera romântica e sofisticada dos loucos anos 20.

 

Dono de um traço inconfundível, Juarez Machado registra em sua vida profissional mais de sessenta anos de trabalho ininterrupto, uma carreira marcada de sucessos, com incursões de humor que marcaram época na televisão e na imprena nacional. Nos últimos vinte anos dedica-se, com mais afinco, à pintura e uma de suas séries mais celebradas aborda o cultivo do vinho na França. O artista, que é representado no Brasil, da Galeria Simões de Assis, divide seu tempo entre Paris, Rio de Janeiro e Curitiba.

 

Até 28 de outubro.

Um olhar livre

23/out

Antanas Sutkus

Pela primeira vez encontra-se em exibição 120 retratos de um dos mais importantes fotógrafos do século XX. Aos 73 anos, o lituano Antanas Sut­kus ganha retrospectiva no Centro de Arte Contemporânea e Fotografia, Centro, Belo Horizonte, MG. A mostra compõem-se de imagens da vida cotidiana na União Soviética (da qual a Lituânia fazia parte) dos anos 50 aos 90. Antanas Sutkus abordou com delicadeza e certa intimidade cenas comuns de sua terra. Um dos exemplos mais famosos nessa exposição é a premiada foto “Pioneiro”, que mostra um melancólico menino mas também são evidentes na produção do artista reflexos de sua biografia. Por ter sido criado pelos avós no meio rural, ele registra com ternura pessoas idosas e camponeses. Outra preciosidade, que surgiu do seu acervo de quase 1 milhão de negativos, é uma série de fotografias da visita dos filósofos Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir à Lituânia, em 1965. Essa sequência de imagens ganhou lugar de destaque no mezanino da galeria.

 

Segundo o curador Luiz Gustavo Carvalho, “o principal interesse do lituano eram as pessoas simples, a rotina e a expressão particular de cada um, além de posicionar-se contra os arbitrários do movimento realista soviético”, o crador afirma ainda que “cada imagem (de Antanas) contém uma dose de subversão tingida com a doçura do olhar deste fotógrafo excepcional. O olhar de Antanas Sutkus é o olhar de um homem livre”.

 

Em 1969, fundou a Sociedade da Arte da Fotografia, em Vilnius, na Lituânia, que reunia fotógrafos que possuíam as mesmas aspirações. Em 1976, Antanas Sutkus foi condecorado com um prêmio da Associação Internacional de Fotografia Artística, associação da qual ele até hoje é membro, e é também, desde 1996, presidente da Associação Lituana de Fotógrafos.

 

A exposição já foi apresentada em Curitiba e, depois da capital mineira, segue para Salvador e Fortaleza.

 

Até 04 de novembro.

 

Geraldo de Barros em BH

Stravinsky

O Sesc Palladium, Galeria de Arte GTO, Centro, Belo Horizonte, MG, dedica exposição a Geraldo de Barros, artista falecido em 1998. Pioneiro da fotografia experimental no Brasil, Geraldo de Barros dedicou sua vida à pintura, gravura, fotografia, design gráfico e desenho de móveis. Em exibição, 36 de seus trabalhos fotográficos mais importantes. Sua contribuição para as artes visuais brasileiras, no entanto, não está limitada apenas a esse gênero.

 

Barros integrou o grupo Ruptura, que ajudou a estabelecer as premissas da arte concreta no país. Ao lado de Anatol Wladyslaw, Leopoldo Haar, Lothar Charoux, Féjer, Waldemar Cordeiro e Luiz Sacilotto, ele inaugurou, em dezembro de 1952, a exposição “Ruptura” no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Os sete pretendiam romper com a arte figurativa e o excesso de naturalismo presente em obras de artistas até então nunca questionados, como Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral. A palavra de ordem dos concretistas era “racionalizar o processo criativo, utilizar o mínimo de cores e empregar recursos gráficos que tornassem a obra inteligível e livre de lirismos”.

 

A abstração geométrica é facilmente percebida nas composições de Geraldo de Barros. Com forte apelo gráfico, muitas de suas imagens apresentam linhas que se sobrepõem e áreas claras e escuras que contrastam entre si. São também marcantes em seu trabalho as experimentações feitas em laboratórios fotográficos interferindo em negativos com ranhuras.

 

Até 4 de novembro.

Zerbini no MAM-Rio

Chama-se “Amor” a exposição individual de Luiz Zerbini, atual cartaz do MAM-RIO, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Composta de pinturas, desenhos, colagens e uma instalação, esta é a maior mostra já realizada, em número de trabalhos, na carreira do artista pois reúne mais de sessenta obras. Zerbini é um dos nomes pontuais da “Geração 80″.

 

O artista conta que o nome da exposição nasceu após ter recebido a visita de uma amiga em seu atelier e que a mesma teria feito a seguinte observação: “Nossa, é muito amor”.

 

As obras ocupão o segundo andar do museu e uma grande parede, com 8 metros de altura e 32 de comprimento, é quase integralmente preenchida por pinturas, com detalhes minuciosos e cores vibrantes. Além disso, o acervo conta com uma série de trabalhos em tinta acrílica sobre papel e outra feita de slides do próprio Zerbini e de seus amigos,nos quais ele evoca questões ligadas à memória. No centro do espaço, uma mesa de madeira vai reunir elementos de referência utilizados pelo artista, como projetos, recortes de jornal, plantas e até insetos.

 

Até 09 de dezembro.

Impressionistas no CCBB-Rio

20/out

Manet

A mostra “Impressionismo: Paris e a Modernidade” chega ao Centro Cultural Banco do Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, após uma temporada de sucesso de exibição em São Paulo. Pela primeira vez, 85 obras do acervo do Museu d’Orsay de Paris cruzam o Atlântico para aportar no Brasil. A exposição apresenta um panorama detalhado da pintura impressionista e pós-impressionista no período que compreende a segunda metade do século XIX e início do século XX.

 

Foi muito grande a visitação da mostra em São Paulo. Filas gigantes se formaram e o CCBB passou a abrir aos finais de semana, e de madrugada, com a “virada impressionista”. Dividida em seis módulos, a mostra reflete a história da pintura ocidental e reúne alguns dos trabalhos de Van Gogh, Monet, Degas, Cézanne, Pissaro, Lefebvre, Manet, Gauguin, Renoir, Toulouse- Lautrec, entre outros. Atraídos ou repelidos pelo magnetismo de Paris, a cidade motivou a expressão artística desses artistas, que pintaram suas paisagens, seus lugares e sua vida sob diferentes perspectivas.

 

Detentor da mais importante coleção de obras impressionistas, o Museu d’Orsay é um dos mais visitados museus do mundo. A exposição foi co-organizada pelo Museu d’Orsay e pela Fundación Mapfre para o Centro Cultural Banco do Brasil. A curadoria é de Guy Cogeval, presidente do Museu D´Orsay, Caroline Mathieu, conservadora-chefe do Museu D´Orsay e Pablo Jimenez Burillo, diretor-geral da Fundación Mapfre.

 

De 23 de outubro de 2012 até 13 de janeiro de 2013.

Em busca do essencial

17/out

A LUME Photos, Itaim-Bibi, São Paulo, SP, inaugura “Naïve”, a primeira exposição individual do fotógrafo Gabriel Wickbold com 14 imagens da série homônima. Em sua busca pela essência do homem, registrou imagens de rostos de modelos pintados com guache e efeitos craquelados, sobrepostos por insetos ou plantas. Para Gabriel Wickbold, este ser humano ingênuo (tradução da palavra francesa naïve), fossilizado, atua “adubando algo novo, gerando vida através de sua carcaça pura”. O título da série faz alusão ao sentimento de superioridade do homem em relação à Natureza.

 

Sempre estiveram presentes no trabalho do fotógrafo a figura humana e a criação de interferências em seus personagens com o emprego da tinta. Em “Naïve”, a novidade fica por conta da interação com outros elementos da natureza, acessórios dispostos com a intenção de questionar a posição do homem no mundo. Apesar de forte relação com a temática do impacto ambiental provocado pela ação humana, as questões fundamentais nas obras de Gabriel Wickbold são filosóficas, interiores. Nesses trabalhos, o fotógrafo foca-se na natureza do homem, arrogante devido a sua falta de conhecimento acerca da vida que o cerca, da vida que está além de sua própria vida.

 

Em “Naïve”, Gabriel Wickbold optou por fotografar apenas as cabeças dos modelos, já que é a parte do corpo onde se concentram as ideias e emoções. Antes do clique, o inseto ou planta é posicionado sobre a face. Todos os elementos que compõem as obras do artista estão presentes no momento da fotografia. Tão importante quanto a técnica do manuseio da câmera é esse processo de transformação dos modelos em homens-instalação. O artista trata a fotografia como instrumento para representar sua estética, que é utilizada como um impulso para o conteúdo, um meio de exprimir sua visão de mundo. “A arte é reflexo do homem e suas questões. Essa série veio como uma transpiração desse meu momento”, diz. A curadoria é de Paulo Kassab Jr e a coordenação de Felipe Hegg.

 

Até 23 de novembro.