NARA ROESLER MOSTRA JOSÉ PATRICIO

08/mai

Em “A espiral e o labirinto”, exposição individual de José Patricio na Galeria Nara Roesler, Jardim Europa, São Paulo, SP, “…o artista trabalha digitalmente uma fotografia de um crânio feita em uma parede de Veneza, transformando-a em uma composição modular em tons de cinza, branco e preto”. A curadora Cristiana Tejo afirma ser esta obra um “extravasamento de sua pesquisa sobre possibilidades técnicas de exploração da lógica das combinações”. José Patricio tem utilizado o jogo de combinações, em especial os jogos de dominó, como mola mestra de numerosas obras de sua autoria, desde que em 1999 criou uma instalação para o convento de São Francisco, em João Pessoa, PB. Anteriormente, a apropriação de objetos do cotidiano já lhe interessa, como em trabalhos de 1997 e 1998 que utilizam bebês de plástico pintados de preto. “Investindo exclusivamente em pedras de dominós e confundindo o público com seus quiproquós visuais, José Patrício demonstra que a matéria mínima aliada a gestos discretos é suficiente para o fabrico de labirintos”, assinalou o crítico e curador Agnaldo Farias, em 2003. O artista tem obras suas em acervos importantes do Brasil, como o Museu Nacional de Belas-Artes, Rio, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife, e prestigiadas instituições no exterior, como a Fundação Cartier, Paris. No destacado Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madri, José Patrício integrou a mostra coletiva “Os cinéticos”, em 2007.

Até 09 de junho.

MOSTRA CARIOCA

O MAM Rio, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, exibe a “Mostra Carioca”, com 47 obras pertencentes ao acervo do museu. Com curadoria de Luiz Camillo Osorio, são apresentados trabalhos dos artistas Abraham Palatnik, Alair Gomes, Antonio Manuel, Brigida Baltar, Cabelo, Djanira, Hélio Oiticica, Ione Saldanha, Ivan Serpa, Lygia Clark, Marcos Chaves, Oswaldo Goeldi, Paula Trope, Raul Mourão e Raymundo Colares. Em comum, o fato de pertencerem à coleção do MAM Rio e também de serem artistas que vivem ou viveram no Rio de Janeiro.  O acervo apresentado consta de obras em diferentes técnicas e suportes, como esculturas, instalações, pinturas, desenhos, fotografias e xilogravuras, dentre os quais destacam-se obras emblemáticas, como “Metaesquemas” e “Parangolés”, de Hélio Oiticica, e uma série de trabalhos de Lygia Clark, feitos em tinta automotiva sobre madeira, de 1959/1986, que foram doadas pela artista ao museu. Também em exposição nesse conjunto um desenho e duas pinturas, óleo sobre tela de Djanira, de 1944 e 1961, e duas xilogravuras de Oswaldo Goeldi. A obra mais antiga da exposição é a pintura “O Violoncelista”, de Djanira, de 1944, e as mais recentes são o objeto “Enxame de consciência”, de Cabelo, e a fotografia “Marcos Vinícios Clemente Ferreira (Negão), aos 16 anos / Começo do Baile”, da série “Os meninos do morrinho”, de Paula Trope, ambas de 2004. “A mostra não pretende “tematizar” o Rio, mas revelar o quanto a cidade foi e permanece sendo um espaço ao mesmo tempo caótico e criativo que alimentou uma vontade de arte que combina improvisação e rigor”, diz Luiz Camillo Osorio. Do final do modernismo (Djanira, Saldanha e Goeldi), passando pela transição experimental do concretismo-cinético (Serpa e Palatnik), do neoconcretismo (Oiticica, Clark) da experimentação pós 68 (Antonio Manuel, Colares e Gomes) e chegando ao momento contemporâneo (Mourão, Cabelo, Baltar, Chaves e Trope) uma espécie de espírito carioca perpassou – consciente ou inconscientemente – a criação artística local, potencializando sua articulação e penetração global.

Até 20 de maio

BARSOTTI NO RIO

07/mai

 

A Galeria 1 da Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Hércules Barsotti Além do Olhar”, breve retrospecto da obra do artista neoconcreto. Sob curadoria de Cláudia Lopes e contando com o apoio do crítico de arte Enock Sacramento, foram reunidas trinta serigrafias, doze coloridas e dezoito em preto e branco, nas quais destacam-se as formas geométricas e linhas angulosas características do movimento concretista. Nenhuma das obras em exposição possui indicação de título ou data, as impressões, foram feitas pelo editor de gravuras Pedro Paulo Mendes, amigo de Barsotti, todas produzidas nos cinco últimos anos da vida do artista. Grande parte das criações escolhidas foi desenvolvida a partir de pinturas assinadas por ele ao longo da carreira, as produzidas em preto e branco pertencem aos anos 50 e 70 e as coloridas às décadas de 80 e 90. Nos anos 30, o artista formou-se em Química Industrial, porém já havia iniciado sua formação artística e seu primeiro mestre foi o pintor ítalo-brasileiro Enrico Vio. Barsotti tornou-se um dos maiores expoentes do concretismo brasileiro e mesmo sendo paulista de nascimento, acabou aliando-se ao Grupo Neoconcreto, no Rio, a convite do poeta Ferreira Gullar, na década de 60.

Até 17 de junho.

REUNIÃO DE CONCRETOS E POP

30/abr

A Galeria Berenice Arvani, Jardim Paulista, São Paulo, SP, inaugura a exposição coletiva temática sob o título “Do Concretismo ao Pop – anos 50, 60 e 70″ organizada por Celso Fioravante. A mostra passa em revista, de maneira informal, três décadas que são referência para diferentes matrizes da arte brasileira, os anos 1950, 60 e 70, reunindo pinturas em acrílica e óleo, serigrafia, guaches, aquarelas, fotografias e desenhos. A mostra apresenta trabalhos assinados por Arnaldo Ferrari, Alberto Teixeira, Antonio Maluf, Danilo Di Prete, German Lorca, Hércules Barsotti, Günter Schroeder, Hermelindo Fiaminghi, Irmgard Longman, Ivan Serpa, João José Costa, Judith Lauand, Lothar Charoux, Lygia Pape, Maurício Nogueira Lima, Luiz Sacilotto, Raymundo Colares, Rubem Ludolf, Rubem Valentim e Rubens Gerchman. “Essa reunião de obras evidencia não somente as tendências do período, mas suas rupturas internas e continuidades também observadas na produção das gerações seguintes”, enfatiza o curador Fioravante. A realização dessa mostra na Galeria Berenice Arvani se inscreve no trabalho contínuo de promoção e também de resgate de diferentes produções de matriz construtiva de artistas brasileiros. Desde 2006, a galeria vem sistematicamente trabalhando artistas de importante expressão como Alberto Ferrari, Antonio Maluf, João José da Costa, Judith Lauand e Rubem Ludolf através de mostras individuais, coletivas e também em feiras nacionais e internacionais.

De 06 de maio a 08 de junho.

INVENTÁRIO DA PELE

28/abr

A mostra “INVENTÁRIO DA PELE – Fotografia Contemporânea Brasileira”, exposição coletiva sob curadoria de Eder Chiodetto, que a SIM Galeria, Batel, Curitiba, Paraná, apresenta, tem a intenção de investigar a forma como artistas revisitam a história das técnicas de ampliação para expandir o território de possibilidades de expressão pela fotografia. Unidos pela obstinação com que pautam suas pesquisas técnicas, os nove artistas selecionados para a mostra compreendem a fotografia fora de seu lugar-comum, utilizando-se de inúmeras estratégias poéticas para travar um diálogo com sua história e sua apresentação ao longo dos anos. Jornalista, curador independente e responsável pelo Clube de Colecionadores de Fotografía do MAM, de São Paulo, Chiodetto é Mestre em Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Ele explica a escolha do título: “Inventário da Pele” investiga o legado da fotografia, os avanços técnicos e conceituais dessa linguagem que ocorre em sobressaltos, recuos e retomadas numa história que se desenvolve de forma elíptica. A pele é a metáfora da superfície, da película, da epiderme da fotografia que os artistas nessa mostra reelaboram e recriam de acordo com suas necessidades para alcançar determinadas atmosferas nas suas representações”. Na mostra apresentada podem ser observadas as “…estratégias de corte e colagem de Cássio Vasconcellos e Julia Kater; nas séries de daguerreótipos de Cris Bierrenbach; ou nas ampliações artesanais feitas por Kenji Ota…trabalhos imbricados com outras linguagens, como nas obras de Tony Camargo e Romy Pocztaruk, que se situam em “zonas de intermédio” com a pintura e o vídeo, respectivamente…a obra de Rosângela Rennó, impressa em chapas de inox, mostra pessoas segurando retratos de parentes desaparecidos. Conteúdo e forma se unem para criar um verdadeiro “campo de batalha das representações”, como define Chiodetto. E ainda Cristiano Lenhardt, em “…sua série de dobraduras feitas com papel fotográfico expostos à luz e Leticia Ranzani, com delicadíssimas paisagens impressas em saquinhos de chá usados”, completam o grupo de artistas da mostra.

Até 02 de junho.

PINTURAS DE CRISTINA CANALE

27/abr

Cenas cotidianas ou fragmentos delas serviram de inspiração para os onze trabalhos inéditos de Cristina Canale, na mostra “Pars Pro Toto”, do latim: “Parte pelo todo”, em cartaz na Galeria Silvia Cintra + Box4, Gávea, Rio de Janeiro. Com traços bastante singulares, onde os elementos figurativos aparecem sempre à beira de uma iminente dissolução na abstração, a artista levou um ano para concluir este projeto. As seis pinturas em técnica mista sobre tela reúnem uma ampla variedade de cores, e ilustram momentos do cotidiano. “Mostro imagens fragmentadas, como no caso da raposinha, de “Good Bye Lógica”; cenas de um ângulo que indicam uma narrativa, como nas telas “Desfile” e “Par”; ou a figura que se funde no contexto, como o vestido da menina em “Mimetismo”, explica a artista. Ainda completam a exposição cinco obras sobre papel, todas feitas com a técnica touché, em que a artista utiliza nanquim colorido. Nestes trabalhos, ela joga com a ideia de ausência e presença, visível e invisível. “Os papeis dialogam com as pinturas, mas propõe uma outra sensibilidade de material e forma de lidar com a imagem”, diz a artista. Cristina Canale é formada em desenho e pintura pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Sua primeira participação em exposições foi em 1984, na coletiva “Como Vai Você, Geração 80?”.  A partir desta mostra ela passou a fazer parte de um dos núcleos mais consistentes e conhecidos da retomada da pintura no Brasil. Em 1991 recebeu o Prêmio Governador do Estado, na XXI Bienal Internacional de São Paulo. Cristina Canale mudou-se para a Alemanha em meados da década de 1990, onde estudou na Academia de Artes de Düsseldorf sob a orientação do artista conceitual holandês Jan Dibbets. Entre as exposições mais recentes no Brasil, estão as individuais no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, em 2007, e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 2010, além da participação na Bienal de Curitiba, em 2011.

Até 18 de maio.

SÉRGIO CAMARGO NO MON

Quarenta e seis obras, 26 delas tridimensionais, além de desenhos e estudos, compõem a exposição “Percurso escultórico”, exposição de Sergio Camargo, com curadoria de Paulo Venâncio Filho no MON – Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, Paraná. Sergio Camargo é um dos mais importantes e premiados escultores brasileiros. Durante décadas de intensa atividade, o artista submeteu a sua produção a júris, em salões e bienais, e foi reconhecido – no Brasil e no exterior. Participou da IV Bienal Internacional de São Paulo, em 1957, e do IX Salão Nacional de Arte Moderna, em 1960. Realizou exposições na Itália, Venezuela, Estados Unidos, Alemanha, França e  em diversos países. Nesta exposição, será possível acompanhar parte significativa da trajetória do artista. Desde as esculturas da década de 1960, os cilindros inclinados de madeira, passando pela produção dos anos 70, os chamados sólidos móveis em mármore, até as realizações de 1980, período no qual ele utilizou um tipo especial de mármore duro, o Negro-Belga. A diretora do Museu Oscar Niemeyer, Estela Sandrini, destaca, entre as obras da exposição, “Homenagem a Brancusi”. “É uma peça de 1968, que Camargo fez em homenagem ao romeno Constantin Brancusi, pioneiro da escultura abstrata. Camargo conviveu com Brancusi, e essa obra revela a admiração de um artista por outro. É um diálogo entre dois olhares”, diz Estela.

Até 29 de julho.

SETE JOVENS NA MURILO CASTRO

26/abr

São em número de sete os jovens artistas em exposição na Galeria Murilo Castro, Savassi, Belo Horizonte, MG, que participam da mostra “Somatório Singular”, cuja curadoria traz a assinatura de Cristina Burlamaqui. Com total conhecimento da herança neoconcreta e com aquele saudável frescor carioca, eles ativam um novo olhar sobre a arte contemporânea. Há um confronto com o cotidiano, a vivência da cidade, do bairro, com todo seu burburinho de carros, ruas movimentadas, música. Entre os artistas está Alexandre Mazza, que por muitos atuou como músico autodidata. Com uma trajetória recente, mas consciente das questões contemporâneas, atua em projetos de apuro técnico e científico nos quais transparece uma experiência estética de delicadeza e força. Bruno Miguel está ligado à paisagem urbana, a qual o artista explora como um desafio que vai além do quadro. Seus trabalhos são expansões da pintura ou transbordamentos dos limites do quadro para o espaço real. Carolina Martinez, Gabriela Maciel, Marcelo Jácome, Maria Lynch e Noé Klabim são os outros artistas que têm suas obras expostas em “Somatório Singular”. A mostra não apresenta uma temática, mas sim a liberdade de cada poética, um convite instigante à descontração e ao surpreendente.

Até 26 de maio.

RANULPHO 44 ANOS

 

A galeria Ranulpho, Bairro do Recife, Recife, PE, completou 44 anos de atividades profissionais. Mariana Albuquerque, neta do fundador da casa, doutoranda em Comunicação e Semiótica, aponta no catálogo comemorativo: “Ser um marchand vai muito além de vender e/ou comprar obras de arte. Vai muito além de ser um negociante. Ser um marchand é ter uma vida dedicada às artes, vida essa que  perpassa oitenta anos. É saber lidar com o sensível e com o inteligível juntos, e às vezes separados. Ser um marchand é acreditar no poder das artes plásticas, mesmo quando muitos o consideram um visionário. Ser um marchand é fazer da experiência da vida um percurso de cores mil. Há 44 anos. E nessa data comemorativa, a Galeria Ranulpho nos presenteia com uma exposição, como nunca dantes feita, cujo acervo contempla 44 obras de arte. Para cada ano de vida da Galeria Ranulpho, uma obra de arte. Nada mais justo. E se a “história da arte se mistura à história do homem”, a sua história certamente se mistura à um capítulo da arte brasileira. Face a efemeridade da vida, que se faça eterno o seu legado. Que venham mais anos. Ganho eu, ganha a cidade”. Para comemorar e assinalar a data, foram reunidos importantes nomes da pintura brasileira em mostra coletiva. A mostra, denominada “Exposição 44″, apresenta 44 obras de artistas tradicionais na história da galeria, entre eles: Scliar, Rebolo, Juarez Machado, josé Paulo, Siron Franco e os pernambucanos: Reynaldo Fonseca, João Câmara, Lula Cardoso Ayres, Virgolino, os irmãos Fédora e Vicente do Rego Monteiro, Brennand, Zuleno, Mário Nunes, Anete Cunha e Alcides Santos.

Até 18 de maio.

ARTE CONSTRUTIVA NA COLEÇÃO FADEL

23/abr

O Museu Nacional do Conjunto Cultural da República, Setor Cultural Sul, lote 2, Esplanada dos Ministérios, Brasília, DF,  apresenta a exposição “Geometria da Transformação Arte Construtiva Brasileira na Coleção Fadel”. São 142 obras de 55 artistas entre pinturas, desenhos, gravuras e esculturas, compreendendo o período que vai do início da década de 1950 ao final da década de 1980. A Coleção Hecilda e Sergio Fadel é uma coleção privada que reúne significativas obras de arte realizadas entre os séculos XVII ao XXI. A seleção apresentada nesta exposição, de forma inédita, é um amplo panorama da arte construtiva no Brasil. A exposição está dividida em cinco núcleos de representação: Atelier Abstração, Grupo Ruptura e Concretismo, Grupo Frente e Neoconcretismo, os artistas geométricos não vinculados a grupos e a segunda geração construtiva.

 

Atelier Abstração

Criado por Samson Flexor, o Atelier-Abstração é um dos espaços mais importantes de formação artística na cidade de São Paulo na década de 1950. O artista faz da sua casa, um ateliê onde reúne um grupo de jovens para pintar e desenhar.

 

Grupo Ruptura e concretismo

Em dezembro de 1952, no Museu de Arte Moderna de São Paulo é inaugurada a exposição que marca o início oficial da arte concreta no Brasil. Intitulada “Ruptura”, e acompanhada de um manifesto. A mostra é concebida e organizada por um grupo de artistas em sua maioria de origem estrangeira e residentes em São Paulo, e o manifesto é redigido por Waldemar Cordeiro e diagramado por Leopoldo Haar. Cordeiro, artista de origem italiana, é o porta voz do grupo e principal teórico do movimento concreto paulista. Em termos gerais, o grupo defende a autonomia de pesquisa com base em princípios claros e universais, capazes de garantir a inserção positiva da arte na sociedade industrial. Para um artista concreto, o objeto artístico é simplesmente a concreção de uma ideia perfeitamente inteligível, cabendo à expressão individual lugar nulo no processo artístico. Para eles, toda obra de arte possui uma base racional, em geral matemática, o que a transforma em “meio de conhecimento dedutível de conceitos”. Por volta de 1959 o Grupo Ruptura começa a se dispersar.

 

Grupo Frente e neoconcretismo

Marco histórico do movimento construtivo no Brasil, o Grupo Frente, sob a liderança do artista carioca Ivan Serpa, um dos precursores da abstração geométrica no Brasil, abre sua primeira exposição em 1954, na Galeria do IBEU, no Rio de Janeiro, sendo a maioria dos artistas seus alunos. Apesar de informados pelas discussões em torno da abstração e da arte concreta, com obras que trabalham, sobretudo no registro da abstração geométrica, o grupo não se caracteriza por uma posição estilística única, sendo o elo de união entre seus integrantes a rejeição à pintura modernista brasileira de caráter figurativo e nacionalista. Para os artistas do Grupo Frente, a linguagem geométrica é, antes de qualquer coisa, um campo aberto à experiência e à indagação. A independência e individualidade com que tratavam os postulados teóricos da arte concreta estão no centro da crítica que o grupo concreto de São Paulo faz ao grupo.

 

Concretos x Neoconcretos

Contando também com o apoio dos poetas concretos paulistas os concretos de São Paulo organizam a 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, com a colaboração do grupo carioca, ocorre em dezembro de 1956 no MAM-SP e em fevereiro de 1957 no Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro e torna evidente a distância entre os dois núcleos concretistas. Sua repercussão, tanto por parte do público quanto dos artistas, marca o início de uma nova fase da arte concreta brasileira, exigindo dos artistas cariocas uma tomada de posição mais definida diante das ideias veiculadas pelos concretos paulistas. A exposição também ajuda a revelar a amplitude que a arte abstrato-geométrica de matriz construtiva e concreta, havia adquirido no Brasil. Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da arte brasileira. A ruptura neoconcreta na arte brasileira data de março de 1959, com a publicação do Manifesto Neoconcreto, assinado por seus integrantes e deve ser compreendida a partir do movimento concreto no país, que remonta ao início da década de 1950 e aos artistas do Grupo Frente, no Rio de Janeiro, e do Grupo Ruptura, em São Paulo. A cor, recusada por parte do concretismo, invade a pesquisa neoconcreta nas obras de artistas como Aluísio Carvão, Hélio Oiticica, Hercules Barsotti e Willys de Castro.

 

A exposição encerra com os artistas geométricos não vinculados a grupos e a segunda geração construtiva. Um catálogo trilíngue, português, francês e inglês, será editado para acompanhar a exposição. Com textos do crítico de arte Roberto Conduru, do colecionador Sergio Fadel, do Secretário de Cultura do Distrito Federal Hamilton Pereira e do diretor do Museu Nacional, Wagner Barja, o catálogo apresenta ainda reproduções das obras apresentadas na mostra.

O serviço de educação desta exposição está sob responsabilidade da educadora e escritora Nereide Schilaro Santa Rosa.

 

De 25 de abril a 24 de junho.