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AGENDA CULTURAL

ARTE CONSTRUTIVA NA COLEÇÃO FADEL

O Museu Nacional do Conjunto Cultural da República, Setor Cultural Sul, lote 2, Esplanada dos Ministérios, Brasília, DF,  apresenta a exposição “Geometria da Transformação Arte Construtiva Brasileira na Coleção Fadel”. São 142 obras de 55 artistas entre pinturas, desenhos, gravuras e esculturas, compreendendo o período que vai do início da década de 1950 ao final da década de 1980. A Coleção Hecilda e Sergio Fadel é uma coleção privada que reúne significativas obras de arte realizadas entre os séculos XVII ao XXI. A seleção apresentada nesta exposição, de forma inédita, é um amplo panorama da arte construtiva no Brasil. A exposição está dividida em cinco núcleos de representação: Atelier Abstração, Grupo Ruptura e Concretismo, Grupo Frente e Neoconcretismo, os artistas geométricos não vinculados a grupos e a segunda geração construtiva.

 

Atelier Abstração

Criado por Samson Flexor, o Atelier-Abstração é um dos espaços mais importantes de formação artística na cidade de São Paulo na década de 1950. O artista faz da sua casa, um ateliê onde reúne um grupo de jovens para pintar e desenhar.

 

Grupo Ruptura e concretismo

Em dezembro de 1952, no Museu de Arte Moderna de São Paulo é inaugurada a exposição que marca o início oficial da arte concreta no Brasil. Intitulada “Ruptura”, e acompanhada de um manifesto. A mostra é concebida e organizada por um grupo de artistas em sua maioria de origem estrangeira e residentes em São Paulo, e o manifesto é redigido por Waldemar Cordeiro e diagramado por Leopoldo Haar. Cordeiro, artista de origem italiana, é o porta voz do grupo e principal teórico do movimento concreto paulista. Em termos gerais, o grupo defende a autonomia de pesquisa com base em princípios claros e universais, capazes de garantir a inserção positiva da arte na sociedade industrial. Para um artista concreto, o objeto artístico é simplesmente a concreção de uma ideia perfeitamente inteligível, cabendo à expressão individual lugar nulo no processo artístico. Para eles, toda obra de arte possui uma base racional, em geral matemática, o que a transforma em “meio de conhecimento dedutível de conceitos”. Por volta de 1959 o Grupo Ruptura começa a se dispersar.

 

Grupo Frente e neoconcretismo

Marco histórico do movimento construtivo no Brasil, o Grupo Frente, sob a liderança do artista carioca Ivan Serpa, um dos precursores da abstração geométrica no Brasil, abre sua primeira exposição em 1954, na Galeria do IBEU, no Rio de Janeiro, sendo a maioria dos artistas seus alunos. Apesar de informados pelas discussões em torno da abstração e da arte concreta, com obras que trabalham, sobretudo no registro da abstração geométrica, o grupo não se caracteriza por uma posição estilística única, sendo o elo de união entre seus integrantes a rejeição à pintura modernista brasileira de caráter figurativo e nacionalista. Para os artistas do Grupo Frente, a linguagem geométrica é, antes de qualquer coisa, um campo aberto à experiência e à indagação. A independência e individualidade com que tratavam os postulados teóricos da arte concreta estão no centro da crítica que o grupo concreto de São Paulo faz ao grupo.

 

Concretos x Neoconcretos

Contando também com o apoio dos poetas concretos paulistas os concretos de São Paulo organizam a 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, com a colaboração do grupo carioca, ocorre em dezembro de 1956 no MAM-SP e em fevereiro de 1957 no Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro e torna evidente a distância entre os dois núcleos concretistas. Sua repercussão, tanto por parte do público quanto dos artistas, marca o início de uma nova fase da arte concreta brasileira, exigindo dos artistas cariocas uma tomada de posição mais definida diante das ideias veiculadas pelos concretos paulistas. A exposição também ajuda a revelar a amplitude que a arte abstrato-geométrica de matriz construtiva e concreta, havia adquirido no Brasil. Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da arte brasileira. A ruptura neoconcreta na arte brasileira data de março de 1959, com a publicação do Manifesto Neoconcreto, assinado por seus integrantes e deve ser compreendida a partir do movimento concreto no país, que remonta ao início da década de 1950 e aos artistas do Grupo Frente, no Rio de Janeiro, e do Grupo Ruptura, em São Paulo. A cor, recusada por parte do concretismo, invade a pesquisa neoconcreta nas obras de artistas como Aluísio Carvão, Hélio Oiticica, Hercules Barsotti e Willys de Castro.

 

A exposição encerra com os artistas geométricos não vinculados a grupos e a segunda geração construtiva. Um catálogo trilíngue, português, francês e inglês, será editado para acompanhar a exposição. Com textos do crítico de arte Roberto Conduru, do colecionador Sergio Fadel, do Secretário de Cultura do Distrito Federal Hamilton Pereira e do diretor do Museu Nacional, Wagner Barja, o catálogo apresenta ainda reproduções das obras apresentadas na mostra.

O serviço de educação desta exposição está sob responsabilidade da educadora e escritora Nereide Schilaro Santa Rosa.

 

De 25 de abril a 24 de junho.

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