Rio de Janeiro indígena

08/mai

O Museu de Arte do Rio apresenta “Dja Guata Porã | Rio de Janeiro indígena”, uma mostra sobre a história do estado do Rio como história indígena. Concebida a partir da colaboração de povos, aldeias e indígenas que residem no estado ou na capital carioca, a exposição é fruto de diálogos conduzidos entre 2016 e 2017 pela equipe de pesquisa, curadoria e educação do MAR. Esses encontros eram abertos ao público e foram realizados no museu e nas aldeias envolvidas.

 

“Dja Guata Porã” traz obras, vídeos, fotografias e outros dispositivos criados pelos indígenas para a exposição, entrecruzados com documentação e iconografia histórica sobre algumas das mais importantes questões dessa história. Uma grande linha do tempo contextualiza conceitos, períodos e acontecimentos, enquanto quatro núcleos lançam luz sobre povos e indígenas que hoje habitam o estado do Rio: os Guaranis, os Puris, os Pataxós e os indígenas que moram em contexto urbano, a exemplo da Aldeia Maracanã.

 

Ao mesmo tempo, cinco estações concebidas com a colaboração de Josué Kaingang, Eliane Potiguara, Anari Pataxó, Niara do Sol e Edson Kayapó abordam temas que atravessam épocas e povos, denotando sua relevância para a história cultural e de resistência dos povos indígenas: educação, comércio, arte, natureza e mulher. “Dja Guata Porã” convoca e busca potencializar a dimensão polifônica da diversidade cultural dos povos que fazem, histórica e atualmente, a história do Rio de Janeiro e do Brasil.

 

A curadoria é de Sandra Benites, José Ribamar Bessa, Pablo Lafuente e Clarissa Diniz. “Dja Guata Porã | Rio de Janeiro indígena” tem o apoio da Repsol.

 

 

 

De 16 de maio a 04 de março de 2018.

Fotógrafos internacionais

03/mai

A exposição “Face a face com grandes fotógrafos”, do artista chinês Zhong Weixing, que estreia dia 11 de maio no Museu Histórico Nacional, Praça Marechal Âncora, s/n, Centro, Rio de Janeiro, RJ, traz ao país obras realizadas em um ambicioso projeto desenvolvido pelo artista desde 2015. Fotógrafo e colecionador de arte, Zhong, especialista em capturar paisagens e detalhes de viagens, foca neste projeto um outro cenário: os maiores nomes da fotografia contemporânea mundial.

 

Com curadoria de Jean-Luc Monterosso e Milton Guran, a exposição traz retratos feitos em estúdio de nomes como os brasileiros Sebastião Salgado, Miguel Rio Branco e Vik Muniz, além de feras internacionais como Robert Frank, Bernard Plossu, Duane Michals, Cristina de Middel, Martin Parr e William Klein, entre outros. A ideia é buscar a personalidade do fotógrafo por trás das lentes. Depois de mergulhar intensamente na obra do autor ou autora que tem diante de si, Zhong nos oferece uma visão plural e uma interpretação bastante pessoal do retratado, como fragmentos da obra destes autores.

 

A inspiração de Zhong Weixing para a realização deste projeto vem do ano de 1851, de uma séria criada pelo caricaturista francês Félix Nadar, que planejou fazer um retrato das celebridades de seu tempo, em quatro pranchas litográficas. Somente uma ficou pronta, na qual retratava mais de 250 escritores e jornalistas, e que entrou para a história como o Panteão Nadar.

 

 

Fotógrafos retratados na exposição

 

Alain Fleischer, francês, vive e trabalha na França. Fresnoy, 2016; Alberto Garcia Alix, espanhol, vive e trabalha na Espanha. Paris, 2016; Andres Serrano, norte-americano, vive e trabalha nos Estados Unidos. Paris, 2016; Arno Rafael Minkkinen, finlandês, vive e trabalha nos Estados Unidos. Paris, 2017; Bernard Faucon, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Bernard Plossu, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Bruno Barbey, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Christine Spengler, francesa, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; Cristina De Middel, espanhola, vive e trabalha no México e no Brasil. Paris, 2016; Daido Moriyama, japonês, vive e trabalha em Tóquio. Tóquio, 2016; Duane Michals, norte-americano, vive e trabalha em Nova York. Nova York, 2016; Elliott Erwitt, norte-americano, vive e trabalha em Nova York. Nova York, 2016; Gianni Berengo Gardin, italiano, vive e trabalha em Milão. Milão, 2016; Harry Gruyaert, belga, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Jean-Pierre Laffont, francês, vive e trabalha em Nova York. Nova York, 2016; Joan Fontcuberta, espanhol, vive e trabalha em Barcelona. Paris, 2017; JR, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Klavdij Sluban, esloveno, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Martin D’Orgeval, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; Martin Parr, inglês, vive e trabalha na Inglaterra. Paris, 2016; Martine Barrat, francesa, vive e trabalha em Nova York. Paris, 2016; Miguel Rio Branco, brasileiro, vive e trabalha no Brasil. Paris, 2016; Neal Slavin, norte-americano, vive e trabalha em Nova York. Nova York, 2016; Nobuyoshi Araki, japonês, vive e trabalha em Tóquio. Tóquio, 2016; Orlan, francesa, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Patrick Zackmann, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Pierre et Gille, franceses, vivem e trabalham em Paris. Paris, 2017; Ralph Gibson, norte-americano, vive e trabalha em Nova York. Paris, 2016; Robert Frank, suíço, vive e trabalha em Nova York. Nova York, 2016; Sabine Weiss, suíça, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; Sebastião Salgado, brasileiro, vive e trabalha em Paris. Paris, 2015; Valérie Belin, francesa, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; Vik Muniz, brasileiro, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Paris, 2016; Vincent Perez, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; William Klein, norte-americano, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; Yann Arthus-Bertrand, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016.

 

 

Sobre Zhong Weixing

 

Nascido na província de Chengdu, na China, em 1962, é colecionador de arte e fotógrafo, membro da China Photographers Association e presidente da Chengdu International Photography Exchange Association. Seu trabalho é regularmente publicado pelas revistas China Photography, PIXEL, Tibet Geographic, dentre outras. Entre as obras assinadas pelo artista estão: Peru Photographic Travelogue – Woodstock on the Summit, Sri Lanka Photographic Travelogue – A Momentary Reincarnation, Madagascar Photographic Travelogue, Carnet de Route Photographique, Obscure Sky with Yellow Land e Lost Paradise, com a qual ganhou o Grand Jury Prize no 12th Pingyao International Photography Festival em Pingyao, China.

 

 

Texto dos curadores

 

Um panteão de fotógrafos

 

Em 1851, o caricaturista francês Félix Nadar, antes de fazer fama como fotógrafo, se propôs a desenhar o retrato das celebridades do seu tempo e apresentar o conjunto em quatro pranchas litográficas em formato de panorâmica. Destas, apenas a primeira foi efetivamente publicada, em 1854, reunindo mais de 250 escritores e jornalistas. Assim nascia o chamado Panteão Nadar. É nessa linha de ação que se inscreve o trabalho de Zhong Weixing. Em 2015, ele começou a fotografar, de forma sistemática, os maiores fotógrafos da cena contemporânea. Renovar o gênero do retrato, eis o desafio que Zhong se propôs.

 

Trabalhando em estúdio, ele utiliza quase sempre um fundo negro e luz difusa. Instalado diante do seu modelo, realiza uma série fotos através das quais tenta, não exatamente revelar a pessoa por trás da personagem, mas sobretudo o fotógrafo por trás da pessoa. Seus retratos surgem como se fossem, eles mesmos, fragmentos da obra desses autores. A participação ativa dos retratados, que propicia um diálogo construtivo entre os dois fotógrafos, ao invés de uma confrontação, caracteriza o que poderíamos chamar de simbiose criativa de Zhong Weixing. O conjunto dessas imagens se constitui, portanto, em um painel excepcional da fotografia contemporânea. Um panteão sem dúvida mas, sobretudo, uma homenagem vibrante a todos aqueles que fazem da fotografia uma arte maior do nosso tempo.

 

Jean-Luc Monterosso e Milton Guran

 

 

De 11 de maio a 16 de julho.

Guerreiro: 50 anos de profissão

Para comemorar 50 anos de profissão, o fotógrafo Antonio Guerreiro vai expor no famoso Bar Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, a partir desta terça-feira, dia 02 maio, retratos de 50 belas e incríveis mulheres cariocas – seja ela de nascimento, adoção ou vocação. “Meninas do Rio” terá imagens em preto e branco e sem retoques, diz o fotógrafo:

“ – Sou de um tempo em que não existiam silicone, botox nem photoshop”.

 

Mulheres famosas ou ícones da beleza nacional como Leila Diniz, Tônia Carrero, Zezé Motta, Baby Consuelo (hoje Baby do Brasil), Luiza Brunet, Gal Costa, Maria Bethânia, Marília Pêra, Glória Pires e Suzana Vieira dentre outras, estarão em exibição.

 

Do retrato de Marília Pêra, sorrindo com a mão no queixo, ele só se recorda que foi feito “na casa onde ela morava com o Nelsinho Motta, quando eram casados”. Guerreiro fotografou várias capas de Gal Costa, inclusive a do LP “Índia”, censurada pela Ditadura. A imagem dela que estará na exposição, no entanto, é outra. Dela, ele lembra que a fotografia foi realizada em 1985 para a capa da “Vogue”, quando ele era o fotógrafo da revista. O título da reportagem era: “Sex Symbol”.

Ecce Homo na Verve Galeria

02/mai

A Verve Galeria, Jardim Paulista, São Paulo, SP, inaugura a mostra coletiva “Ecce Homo”, com participação de Alex Flemming, Allis Bezerra, Florian Raiss, Francisco Hurtz, Gabriel Wickbold, Guilherme Licurgo, Hudinilson Jr., João di Souza, Leonilson, Marcelo Auge, Maurício Coutinho e Paulo von Poser. Sob a curadoria de Ian Duarte Lucas, 16 trabalhos apontam o masculino como tema e apresentam diversas visões acerca deste território e suas incontáveis possibilidades, por meio de colagens, desenhos, esculturas, fotografias e pinturas.

 

 

Ao longo da História, uma pluralidade de descrições identitárias foram imputadas ao homem – por muito tempo, em caracterizações restritas aos distintos papéis sociais por ele representados na sociedade. “Além das tentativas a fim de defini-lo a partir de sua identidade biológica, coexistem ainda inúmeras teorias discutidas no campo da psicanálise e da sociologia”, comenta Ian Duarte Lucas. Até a contemporaneidade, vemos a evolução de conceitos sobre o masculino, combinados e justapostos, e passamos a entender que certamente não há uma única resposta.

 

 

Neste contexto, “Ecce Homo” busca ressaltar a construção do indivíduo masculino em sua singularidade, a despeito de conceitos e definições generalizadas, apresentando obras de artistas homens que revelam a memória, a descoberta da sexualidade, o resgate de elementos simbólicos, a construção e o questionamento de imagens e o desejo de pertencimento – paralelamente às pequenas e grandes narrativas que originaram suas identidades como artistas, refletidas em trabalhos que tratam deste universo.

 

 

Em um tempo em que as próprias fronteiras de gênero são questionadas, a exposição ressoa a pergunta essencial de Nietzsche em sua famosa obra Ecce Homo: “Como se chega a ser o que se é?”. Histórias, por vezes muito pessoais, despertam a reflexão nos espectadores, ao contarem um pouco do caminho percorrido por cada artista no sentido de encontrar respostas a esses questionamentos. Coordenação de Allann Seabra.

 

 

 

De 03 de maio a 24 de junho.

Fabio Mauri na Bergamin & Gomide

25/abr

A Galeria Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP, tem o prazer de apresentar a partir de 11 de março a primeira exposição individual no Brasil do artista italiano Fabio Mauri, o qual participou em 2012 da dOCUMENTA (13), em Kassel, além de seis edições da Bienal de Veneza (1954, 1974, 1978, 1993, 2013, 2015).

 

A mostra FABIO MAURI (SENZA ARTE) foi realizada em parceria com Olivier Renaud-Clément e com a galeria suíça Hauser & Wirth, que abriga toda a coleção do artista, e fez em 2015 e 2016 uma grande retrospectiva de Mauri nos Estados Unidos e em Londres.

 

Mauri nasceu em Roma, em 1926, e teve sua vida e obra marcadas pelo fascismo. Sua família era proprietária de uma das editoras mais importantes de literatura no país, por consequência, Mauri foi criado entre escritores e artistas e naturalmente se tornou amigo próximo de intelectuais e grandes nomes da vanguarda italiana do pós-guerra, como Ítalo Calvino, Umberto Eco, Pier Paolo Pasolini e Jannis Kounellis.

 

No final dos anos 1950, Mauri inicia sua produção artística em formatos tradicionais, como pinturas em telas e desenhos em papéis. Desde então, sua obra já tinha grande preocupação com questões ideológicas e políticas, o que foi acentuado nas décadas seguintes com o desenvolvimento da sua produção em formatos mais contemporâneos, em particular seu interesse pela “imagem projetada” e pela “tela escura” do cinema e da televisão – através de vídeos e projeções – além do elemento cênico, que se dava através da inserção do público dentro da obra em suas ações/performances e instalações, seja de forma participativa ou apenas como observador.

 

Segundo Carolyn Christov-Bakargiev, curadora da dOCUMENTA (13) e do Castello di Rivoli, “É verdade que Mauri abordou temas numerosos e diversos, usando uma variedade de abordagens expressivas, mas um fio comum fundamental, quase uma obsessão, percorre todos os seus movimentos, apesar do caráter multiformes de sua obra. Subjacente a todas as suas obras está uma meditação na tela – o cinema e a televisão – e as implicações da projeção para a sociedade e para a subjetividade contemporânea.”

 

Para a exposição na galeria, 25 obras foram selecionadas: no salão principal dois carpetes de grandes dimensões vão ocupar o centro da galeria, com as frases  Forse l’arte non è autonoma  [Talvez a arte não seja autônoma] e Non ero nuovo [Eu não era novo], ambos de 2009, e que fizeram parte da dOCUMENTA (13), em 2012, além de uma série de colagens e as instalações On the Liberty (1990) e Ventilatore (1990); no segundo ambiente serão apresentados treze trabalhos da série Photo Finish (1976); a última sala foi reservada para uma projeção do vídeo Seduta su l’ombra, de 1977. Todos os trabalhos são inéditos no Brasil e retratam um recorte abrangente da obra do artista.

 

Trabalhando em paralelo aos principais movimentos artísticos da época, como a Pop Art e a Arte Povera, Mauri colocou em discussão o papel da comunicação midiática como formadora da sociedade lá na década de 1960, quando a televisão ainda dava os primeiros passos. Enquanto artistas na Europa e nos Estados Unidos exploravam as nuances do consumismo e dissecavam os materiais essenciais da criação artística, Mauri abria frente para um questionamento que iria além da estética e da representação: como dar forma a algo tão abstrato como uma ideologia? Qual o papel do artista, do público e da mídia dentro dessa discussão? A problemática que o artista investigou por tantos anos é um assunto extremamente atual nos dias de hoje, sua obra reflete pontos cruciais da vida em sociedade e do pensamento do homem moderno.

 

Em 2015 a obra Il Muro Occidentale o del Pianto [O muro ocidental ou das lamentações], de 1993, ocupou a primeira sala do pavilhão central na 56a Bienal de Veneza, com curadoria de 56ª Bienal de Veneza, com curadoria de Okwui Enwezor. No mesmo ano o artista participou também pela primeira vez da Bienal de Istambul e sua obra foi incluída como parte da exposição permanente do Castello di Rivoli, enquanto outros trabalhos foram adquiridos pelo Centre Pompidou, em Paris.

Até sábado,  29 de abril de 2017.

Avenida Paulista

Com esta exposição, o MASP volta a atenção para seu entorno, compreendendo a avenida Paulista não apenas como local onde o Museu está inserido, mas também como objeto de consideração e reflexão. Trata-se de uma atenção significativa no contexto dos 70 anos do Museu (inaugurado em 1947 num edifício da rua 7 de Abril no centro de São Paulo e transferido para este edifício em 1968): a mostra representa um olhar para este local icônico da cidade, que é ao mesmo tempo cartão-postal e palco de embates e disputas de muitas ordens.
Quais são os temas que atravessam a avenida Paulista, com seus mais de 120 anos e 2.800 metros de extensão? Os contrastes econômicos e sociais, o capital financeiro e o comércio informal, o capital simbólico e as instituições culturais, as manifestações políticas e as questões de sexualidade (com uma das maiores paradas LGBT do mundo). Símbolo de São Paulo, a avenida Paulista carrega também as contradições, fricções e tensões de uma cidade rica, complexa e desigual.
A exposição é dividida em dois grandes segmentos. O primeiro segmento, na parede da esquerda e do fundo da galeria do 1º andar, inclui representações da avenida Paulista, com fotografias, documentos, pinturas, registros de ações performáticas, objetos e cartazes históricos de 38 autores, de 1891 a 2016, organizados cronologicamente. O segundo segmento é composto por 14 novos projetos comissionados para a exposição, que ocupam a entrada, o meio e o lado direito da galeria do 1º andar (André Komatsu, Cinthia Marcelle, Graziela Kunsch, Ibã Huni Kuin com Bane e Mana Huni Kuin, Lais Myrrha, Marcelo Cidade, Mauro Restiffe e Rochelle Costi com Renato Firmino), a galeria do 1º subsolo (Daniel de Paula), a sala de vídeo no 2º subsolo (Luiz Roque), o Vão Livre (Marcius Galan), e por uma intervenção na pinacoteca do 2º andar (Dora Longo Bahia), além de projetos não realizados de Ana Dias Batista e Renata Lucas reproduzidos no catálogo da exposição.
Como parte de Avenida Paulista, ocorre uma programação semanal de 13 oficinas e 8 sessões de filmes. As oficinas—propostas por companhias de teatro, coletivos, arquitetos e artistas—utilizam a avenida como palco e espaço criativo, ativando suas histórias e seus espaços de memória. As sessões de filmes—organizadas por Dora Longo Bahia com o grupo de estudos Depois do Fim da Arte—acontecem no pequeno auditório do Museu no 1º subsolo e refletem sobre o lugar do artista na cidade.
É importante pensar esta exposição como um desdobramento da vocação arquitetônica e urbanística do próprio edifício de Lina Bo Bardi (1914-1992), tendo em vista suas características fundamentais—a transparência, a permeabilidade, a abundância no uso do vidro, as plantas livres e a suspensão do volume de concreto—que permitem que o olhar e a cidade atravessem o Museu. Nesse sentido, pensar o MASP é debruçar-se sobre as questões da cidade e, sobretudo, sobre o local onde está instalado desde 1968.

 
Lista de artistas

 

3NÓS3, Agostinho Batista de Freitas, Ana Dias Batista, André Komatsu, Antônio Moraes, autores desconhecidos, Carlos Fadon, CIA de Foto, Cildo Meireles, Cinthia Marcelle, Cláudia Andujar, Cristiano Mascaro, Daniel de Paula, Dora Longo Bahia, Dulcinéia Aparecida Rocha, Edu Garcia, Eduardo Castanho, Enzo Ferrara, Ferreira Gullar, Graziela Kunsch, Guilherme Gaensly, Hans Gunter Flieg, Ibã Huni Kuin com Bane e Mana Huni Kuin, Ivan Grilo,Ivo Justino, Juan Pérez Agirregoikoa, Juca Martins, Jules Martin, Kleide Teixeira, Lais Myrrha, Lina Bo Bardi, Luis Carlos Santos, Luiz Hossaka, Luiz Paulo Baravelli, Luiz Roque, Marcelo Cidade, Márcia Alves, Marcius Galan, Maria Luiza Martinelli, Maurício Simonetti, Mauro Restiffe, Maximiliano Scola, Mick Carnicelli, Milton Cruz, Nair Benedicto, Nicolau Leite, Renata Lucas Roberto Winter, Rochelle Costi com Renato Firmino, Sérgio Bertoni, Sonia Guggisberg, Thomaz Farkas, Werner Haberkor e William Zadig

 

CURADORIA Adriano Pedrosa, diretor artístico, e Tomás Toledo, curador; com Camila Bechelany, Luiza Proença, Fernando Oliva, curadores, MASP, e Amilton Mattos, Universidade Federal do Acre

 

 

Até 28 de maio

 

Na Athena Contemporânea

24/abr

A galeria Athena Contemporânea apresenta, a exposição “A ponte (onde ele disse que não posso ir)”, com cerca de 20 obras inéditas da artista carioca Joana Cesar, inspiradas no trajeto feito diariamente por ela entre o Jardim Botânico e o Jockey Clube, na zona sul do Rio de Janeiro. Com curadoria de Germano Dushá, serão apresentadas colagens, fotografias, uma videoinstalação e dois vídeos da artista, que sempre teve a paisagem urbana como inspiração de suas obras.

 
Há cerca de dois anos, Joana Cesar fez a pé o trajeto de um quilômetro entre o Jardim Botânico e o Jockey Clube. Ao passar por lá, ela sentia uma sensação estranha, algo que não sabia explicar e começou a fazer diariamente esse mesmo percurso em busca de respostas. As obras que serão apresentadas na exposição fazem um “mapeamento” dessa área, que a artista passou a chamar de “ponte”, pois ali é uma grande reta, cercada por muros dos dois lados, onde não há prédios ou comércio. “As pessoas usam aquele trajeto para cruzar de um lugar a outro, como uma ponte. Esse trajeto tem a função de ligar dois bairros”, explica a artista, que, mais tarde, pesquisando, descobriu que debaixo da via passa um rio, dando mais sentido ao apelido de “ponte”.

 
“Se a ponte conecta, inevitavelmente, também se coloca como a medida da distância. Joana trafega pelas pontes — materiais, metafóricas ou mentais — com obstinação. Nesse processo de aventura e repetição, a artista parece querer dissecar tudo que lhe diga respeito, tanto o quanto lhe seja possível. Mas não para que possa entender integralmente cada aspecto do caminho, e sim para que possa vislumbrar a terrível — e implacável — dimensão do distanciamento. O hiato entre partida e chegada, entre ocorrência e percepção, entre código e decifração”, ressalta o curador Germano Dushá.

 
Em certo momento, após muitas caminhadas, a artista lembrou de um vídeo que havia feito há cerca de 15 anos, exatamente naquele local. Ela estava de carro, quando viu uma figura estranha, que chamou a sua atenção e a fez descer do veiculo. “Era um louco, que usava sandálias de cores diferentes, vestia uma calça molhada de xixi, puxava um galão… Fui andando atrás dele, seguindo e filmando todo o seu trajeto. Em certo ponto, ele parou, sentou no galão que carregava, tirou um espelho da calça e começou a olhar o mundo, o entorno, os ônibus que passavam, através daquele espelho”, conta Joana Cesar. “É com isso que ele cessa o caminhar. É por ali que ele passa a ver o mundo e encarar o outro. O espelho é seu dispositivo de contemplação. O espelho é sua fresta”, afirma o curador. A única palavra que a artista trocou com o andarilho foi quando perguntou seu nome, ao que ele respondeu: José Carlos Telefônica Mundial.

 
Na exposição, a artista apresentará o filme feito na época, que será mostrado em uma videoinstalação composta por duas televisões colocadas lado a lado: na da direita passará o vídeo como foi produzido e na da esquerda esse mesmo vídeo aparecerá como se estivesse sendo visto através de um espelho. “O vídeo mostra o real e o espelhamento o real, a fantasia”, diz Joana Cesar.

 
A exposição terá, ainda, seis colagens, com papeis e materiais diversos, em que a artista mistura o mapa real desse trecho do bairro do Jardim Botânico com a sua imaginação, com as suas memórias. “Não uso tinta, são colagens e os elementos, para mim, podem representar cor ou informação, significação. Desta forma, se uso um pedaço de fronha em meu trabalho, isso é para significar algo que dá conforto”, explica a artista.

 
Haverá, também, fotografias feitas por ela nesse entorno e dois pequenos vídeos feitos no Jardim Botânico em que a artista começou a filmar o que chamou de “natureza transtornada”. Nessas filmagens, ela registra fenômenos naturais que, a principio, não tem explicação, como, por exemplo, uma moita em que somente uma das folhas se mexe com o vento.

 

“São colagens, fotografias e vídeos que existem por vias objetivas e outras menos claras. Mas em tudo fica marcada a autonomia da artista em suas andanças, e suas relações mais intensas com a imaginação possível, a fantasia extravagante, impregnada na rua. São ações que dão conta do momento em que o acontecimento, o evento, se abre para quem quiser o perceber”, diz o curador.

 
Durante o período em que fazia a travessia, a artista descobriu um conto da Clarice Lispector chamado “Amor”, que faz parte do livro “Laços de Família”, que fala de uma mulher que, de dentro do bonde, vê um cego mastigando chiclete que lhe chama a atenção, que a deixa transtornada, assim como Joana Cesar ao ver o andarilho. A história se desenrola com a mulher andando justamente no trajeto feito insistentemente por Joana nos últimos dois anos. Partes desse conto estarão nas colagens.

 

 

 

Sobre a artista

 
Joana Cesar nasceu em 1974, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Cursou filosofia, jornalismo e cinema, fazendo, paralelamente, diversos cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. O desenvolvimento de seu trabalho em ateliê a leva, em 2003, para as ruas da cidade, onde passa a usar muros, calçadas, postes e viadutos como suporte para sua escrita em código, inventada na infância. Em 2012, foi selecionada para o Programa de Aprofundamento da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Já realizou três exposições individuais na Athena Contemporânea: “Nome” (2014), “Voragem (2013) e “Fuga>Lenta” (2012). No ano passado, participou da exposição “Ao amor do público”, o Museu de Arte do Rio, que possui obras da artista em seu acervo. Participou, ainda, das mostras “Da escrita, Delas, Elas” (2015), no Museu da República; “6ª Bienal de Arte de Búzios (2013); “Gramáticaurbana” (2012), no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica. Ainda em 2012, foi convidada para participar da II Bienal Mundial da Criatividade, no Rio de Janeiro, e fez grande intervenção nos braços de sustentação da Avenida Perimetral.

 

 
Sobre a galeria

 
A Athena Contemporânea foi fundada em 2011 pelos irmãos Eduardo e Filipe Masini como um espaço inovador de criação, discussão e divulgação de arte contemporânea. Mais do que um espaço expositivo, a galeria se posiciona como lugar de pesquisa, de aprofundamento conceitual e de trocas artísticas, buscando sempre iniciativas inovadoras. A galeria vem se firmando como uma das mais destacadas no cenário brasileiro, representando conceituados e promissores artistas nacionais e internacionais, e investindo em parcerias com curadores e instituições para o desenvolvimento da carreira de seus artistas.

 

 
De 27 de maio a 17 de junho.

Fotografia de Cidades

O tradicional workshop de “Fotografia de Cidades”, da Portfolio, Curitiba, PR, segue em 2017 para sua 6ª edição, e desta vez terá como destino a América Central. O curso começa com uma aula teórica na própria escola, em Curitiba, na noite do dia 28 de outubro. O workshop e a viagem serão entre os dias 29 de outubro e 12 de novembro, e passará por três cidades mexicanas que são Patrimônio Histórico da Humanidade: Puebla, Cidade do México e Campeche.

 

Durante quinze dias de viagem, o grupo irá trabalhar em diversos caminhos fotográficos que envolvem uma viagem fotográfica como : retratos de rua, paisagens urbanas, gastronomia, cultura local, história, boemia, diferentes horários de luz, etc. Durante o curso, os alunos recebem temas diários para serem desenvolvidos.Com o decorrer da viagem, os temas ganham mais complexidade.Sempre seguindo os conceitos da liberdade fotográfica. Com público fiel, o workshop já aconteceu em diversas cidades da América do Sul. Além do Uruguai (Montevidéu e Colonia del Sacramento), Argentina (Buenos Aires), Chile (Santiago e Valparaiso) , Colômbia (Bogotá) , Peru (Lima e Cusco), além de uma incursão pelas cidades históricas de Minas Gerais.

 

O curso, bem como toda a viagem, será inteiramente orientado pelo fotógrafo Nilo Biazzetto Neto, diretor da Escola Portfolio e que em 2017 completa 23 anos de fotografia. Desde o início da carreira, desenvolve um trabalho pessoal intenso sobre a rua e as cidades. O conceito da liberdade fotográfica defende a mescla de várias artes e experiências na formação do olhar do fotógrafo. E a cidade, a rua, é onde tudo acontece. Lá estão as artes e os artistas populares, a gastronomia, a música, a pintura, a história, a própria vida. O resultado dessa viagem será apresentado numa bela exposição fotográfica na MURO GALERIA, na Portfolio em Curitiba. O investimento do curso é de quatro parcelas de R$ 320,00 no cartão de crédito. 10% de desconto para alunos e ex-alunos Portfolio. O valor deve ser pago diretamente à Escola Portfolio até outubro de 2017.

Homenagem proustiana

19/abr

O Santander Cultural, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, exibe a exposição-homenagem “Paulo Gasparotto – Certas pequenas loucuras…”, que permite – proustianamente – um mergulho no universo pessoal do jornalista Paulo Raymundo Gasparotto. Os interessados em conhecer mais sobre a vida do profissional poderão visitar a exposição na qual encontrarão uma mescla de textos e imagens, informações e contextualização histórica, obras de arte, antiguidades e objetos do acervo pessoal que retratam a personalidade e a trajetória profissional do homenageado. A curadoria é assinada pela professora, crítica e historiadora de arte Paula Ramos. Em exibição cerca de 150 peças através da quais os 80 anos de vida  – e 50 dedicados ao colunismo social – são revisitados. Em exibição obras (pinturas, desenhos e gravuras) assinadas por Iberê Camargo, Farnese de Andrade, Roberto Magalhães, Magliani, Siron Franco, João Fahrion, Maristany de Trias, Victorio Gheno, Michel Drouillon, Maria Tomaselli, Waldeni Elias, Elizethe Borghetti, Maria di Gesu, André Venzon, Felipe Caldas, Britto Velho, Fernando Baril, João Faria Vianna, Octávio Araújo e fotografias de Roberto Grillo, Tonico Alvares, Liane Neves e Lizette Guerra.

 

Paula Ramos visualiza esta oportunidade como um privilégio:  “Além de ter contato com uma pessoa incrível, apaixonada pela vida e por seu trabalho, bem como por Porto Alegre e seus personagens, Gasparotto é um ícone: de comunicação, de elegância, de humanidade. Sinto-me agraciada por essa oportunidade e tenho certeza de que o público ficará surpreso ao percorrer a exposição”.

 

Carlos Trevi, coordenador geral da unidade de cultura do Santander em Porto Alegre, destaca que “o Santander Cultural aposta numa programação que fomenta a pluralidade, por meio de iniciativas voltadas para manifestações artísticas contemporâneas, e traz, nas mostras biográficas, personalidades gaúchas que contribuíram para o desenvolvimento da sociedade”.

 

 

Autodefinição

 

“Voluntarioso, teimoso, impaciente, altamente emocional e muito apaixonado, sempre, por tudo e sobretudo. A única razão de eu viver, sempre, foi estar apaixonado por alguma coisa, por algum objeto, por alguma pessoa. Sem emoção não há vida. Hoje, procuro não ter tantas raivas, até porque não vale a pena. E procuro ter mais paixões”, define-se o jornalista.

 

 

Sobre o homenageado

 

Paulo Raymundo Gasparotto é jornalista, colunista, avaliador e leiloeiro. Nasceu no dia 20 de abril de 1937, em Porto Alegre, RS. Homem de múltiplos gostos, de plantas e animais a arte, Antiguidades, Música, Moda e Literatura, começou sua carreira no final dos anos 1950, no jornal “Ele e Ela” e, na sequência, na Revista do Globo. Em 1963, ingressou no jornal Zero Hora e, nos anos seguintes, escreveu sobre moda, arte, elegância e vida social. Manteve coluna nos periódicos Folha da Tarde, Correio do Povo, Zero Hora e O Sul.

 

 

A mostra pode ser visitada até 28 de maio.

Laura Belém no Peru

18/abr

A fotógrafa Laura Belém, artista representada pela galeria Athena Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ, é a única brasileira selecionada pela curadora mexicana Daniela Pèrez para os Projetos Solos (Solo Projects), da Peru Arte Contemporânea (PARC), que acontece de 20 a 23 de abril, no MAC Lima, no Peru. A artista apresentará 11 fotografias inéditas da série “Reconstrução”, de 2017, que medem 40 cm X 51 cm cada. Além de Laura Belém, também foram escolhidos os artistas Juanli Carrión (Espanha), Emilia Azcárate (Venezuela), Emanuel Tovar (México), Andrés Marroquín W. (Peru) e Rubela Dávila. Eles concorrem a um prêmio de US$ 5.000 para o primeiro colocado e a uma residência na Mana Contemporary, nos EUA, para o segundo colocado.