Na Marcelo Guarnieri

09/mar

A exposição coletiva apresentada na Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP, explora os aspectos encontrados na produção de artistas que tratam do gênero “Natureza-morta”. A mostra não se dedica a traçar um compêndio de artistas que trabalham ou trabalharam com o tema, mas em realizar um recorte específico dentro da produção de Ana Sario, Eleonore Koch, Flávia Ribeiro, Gabriela Machado, Iberê Camargo e Masao Yamamoto. Através da interseção de práticas diversas – pintura, desenho, escultura e fotografia – são exibidos alguns caminhos e interpretações a partir da tradição pictórica.

 

 

Sobre os artistas e a exposição

 
A exposição se inicia com Iberê Camargo (1914 – Restinga Seca, RS, Brasil / 1994 – Porto Alegre, RS, Brasil) e seu interesse por objetos prosaicos – carretéis e dados – que aparecem nas obras do artista como o elemento central, tudo gira em torno dessa busca em esgotar a imagem, de trazer para o plano a memória de infância e dar aos objetos um privilégio de existência.

 

No mesmo sentido, Eleonore Koch (1926 – Berlim, Alemanha) toma como assunto prosaicas estruturas contemplativas – vasos, flores, mesas, cadeiras – com as quais, a artista sacraliza tais narrativas, como bem aponta  Theon Spanudis em correspondência com a artista: “(…) Eleonore sacraliza os objetos de uso diário. Contra a nossa mania profana de usar tudo como objeto de imediato consumo, ela reganha para o simples objeto sua dimensão sacral. Os amplos espaços sensíveis (que não são os espaços vazios e mortos dos matemáticos e cientistas), fazem parte integral de sua intenção de ressacralizar o objeto perdido no fluxo constante do consumo mecânico. Uma secreta poesia emana dos seus coloridos, objetos, configurações estranhas e seus espaços amplos e humanos.”

 

Flávia Ribeiro (1954 – São Paulo, Brasil) apresenta esculturas da série “Campos de acontecimentos e aproximações”, onde objetos de madeira e de bronze banhados a ouro são dispostos em cima de mesas de gesso. Uma composição onde a ordenação se dá pelos conjuntos de materiais com pesos, formas e funções díspares, todo o conjunto se aproxima de um desenho concebido no espaço, quase como um campo lunar.

 

Ana Sario (1984 – São Paulo, Brasil) exibe uma série de pequenas pinturas a óleo produzidas nos últimos meses, a escala diminuta do trabalho aproxima o espectador da imagem. A artista retrata com pincelada espessa um universo prosaico e interiorano – pato, árvore, varal, casa – há um embate entre a sutileza da cena retratada e a matéria densa da tinta. As pinturas se apresentam como frames de uma cena panorâmica.

 

Gabriela Machado (1960 – Joinville, SC, Brasil) tem realizado nos últimos anos esculturas em porcelana que, paralelo a produção pictórica, tem exibido seu interesse pela natureza em outras formas de execução. Os mesmos elementos encontrados nas pinturas aparecem nas esculturas – cor, gesto, camada – e principalmente a curiosidade da artista pelas possibilidades do material.

 

Masao Yamamoto (1957 – Gamagori, Japão) tanto na série “A Box of Ku” quanto “Nakazora” coloca em primeiro plano o ordinário, que se revela em sua produção sempre como algo de extrema importância. A partir de um olhar não ocidental o artista capta o que escapa aos olhos, o que sempre esteve lá e nunca foi percebido – penas, pedras, pratos são retratados com sutileza e poesia.

 

 

Até 30 de março.

Visão Fontana no IBEU

02/mar

No dia 08 de março será inaugurada a exposição individual “Visão Fontana”, de Bruno Belo, artista selecionado através do edital do Programa de Exposições Ibeu. A mostra, que acontece na Galeria de Arte Ibeu, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, tem curadoria de Bruno Miguel.

 

Em “Visão Fontana”, Bruno Belo reúne um recorte da sua produção recente. A mostra apresenta trabalhos em tela e papel, em grandes e pequenas dimensões, executados com tinta a óleo, acrílica, aquarela e pó de grafite, todos inéditos. As obras apresentadas são o resultado de um trabalho desenvolvido a partir das inter-relações e reordenação de fragmentos de imagens, textos, apropriações, referências cinematográficas e da fotomontagem, expondo “camadas” da poética do artista.

 

A pintura se revela gradativamente em uma imagem pouco referencial. A ideia não é reproduzir o visível, mas entorná-lo neste meio pictórico, de cores lavadas, permitindo que imagens extraídas de fontes dessemelhantes possam se fundir em um processo de sobreposição de camadas e transparências.

 

“A construção do trabalho deriva da ideia de ‘Cut Up’, de W. S. Burroughs, e surge a partir de um processo de constantes projeções de imagens sobre a tela, utilizando um equipamentos antigo de 100mm, e também fotografias extraídas de fontes diversas, gerando assim novas possibilidades e construções ao processo de pintura. Isto revela uma convergência que não é unívoca, não reproduz verdades, mas produz sentidos. As imagens se confundem à essa pintura, na qual ambas não dariam conta da experiência a que se referem”, conta Bruno Belo.

 

Enxergar as coisas por igual “moda ave”, como dizia Manoel de Barros ao falar sobre visão fontana, se aproxima do trabalho do artista através das mudanças de percepção e desconstrução de significados – permitindo que fragmentos e partes se relacionem, mimetismos, contágio… Não é para ilustrar a experiência, mas revelar a nova substância. A “consciência descrita por círculos”, em que a imagem é um desdobramento de camadas – é de outra natureza.

 

“A pesquisa de Bruno é madura, tecnicamente impecável, conceitualmente firme e arriscada ao não tentar se enquadrar nas características mais óbvias de nossa geração”, descreve Bruno Miguel, curador da exposição.

 

 

Sobre o artista

 

Bruno Belo nasceu no Rio de Janeiro, RJ, 1983. Vive e trabalha em Petrópolis/RJ. Artista, graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula, teve sua formação artística através de cursos livres e pelo acompanhamento e orientação de Luiz Ernesto, João Magalhães, Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale, Glória Ferreira, Bruno Miguel e Daniela Labra. Foi selecionado para os programas da EAV e do Governo do Estado – Aprofundamento 2011; e Projeto de Pesquisa 2012. Participou de exposições no Brasil e exterior, dentre elas: Bienal do Recôncavo (BA); Declaring Independence (Eric Fischl Gallery, Phoenix, USA); 45º Salão De Arte Contemporânea (Piracicaba,SP); 13º Salão Nacional De Arte (Jataí, GO).

 

De 08 de março a 08 de abril.

Roberto Alban exibe Pedro David

29/fev

O instigante e conceituado trabalho do fotógrafo mineiro Pedro David poderá ser visto em Salvador, bairro Ondina, Bahia, na exposição “Espiral Contínua”, na Roberto Alban Galeria. Integram a exposição 37 fotografias das principais séries desenvolvidas pelo artista em quase 20 anos de carreira. São imagens que tratam da relação do homem com o ambiente, seja natural ou urbano, e o vínculo dessa relação com as vivências pessoais do fotógrafo, um dos mais premiados da nova geração no país.

 

Entre várias conquistas, Pedro David exibe em seu currículo o Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger, o Prêmio Fundação Conrado Wessel de Arte, o XII Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, o Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea do Itamaraty e do Museu da República (duas edições), e o internacional Nexo Photo, da Espanha. Além disso, o fotógrafo realizou inúmeras mostras individuais e coletivas no Brasil e exterior e tem exemplares dos seus trabalhos em importantes coleções, como a do Musée Du Quai Branly (Paris/França), do Museu de Arte Moderna (São Paulo/Brasil)  e do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul.

 

Na exposição em Salvador, constarão fotografias da série “Madeira de Lei – Sufocamento” que, de tão fortes, receberam inúmeros prêmios, entre os quais o Conrado Wessel, o Poy Latam e o Prêmio Itamaraty de Arte.  Além disso, acabaram de ser selecionadas para a 16ª Bienal Internacional de Fotografia e Mixed Media Arts. O evento acontece no próximo mês de março no Texas (Huston/EUA) e girará em torno do tema “Olhando o futuro do planeta”. Foram escolhidos 32 artistas de nove países. Do Brasil, apenas dois: Pedro David e Vik Muniz (consagrado pelo documentário “Lixo Extraordinário”).

 

 

 

 De 03 de março a 04 de abril.

Natureza franciscana

26/fev

O MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibirapuera, Av. Pedro Álvares
Cabral, s/nº – Portão 3, São Paulo, SP, apresenta a exposição “Natureza franciscana”, uma noção contemporânea da relação colaborativa entre o ser humano e a natureza. Com curadoria de Felipe Chaimovich, a mostra é organizada a partir das estrofes do “Cântico das Criaturas”, canção escrita por Francisco de Assis, provavelmente entre 1220 e 1226, reconhecida como texto precursor das questões referentes à ecologia.

 

Para contemplar a linha de arte e ecologia, o curador selecionou artistas que utilizam elementos da natureza em suas produções, reunindo 18 obras da coleção do museu somadas a 19 empréstimos, totalizando 37 trabalhos que são exibidos em diferentes suportes como fotografia, desenho, gravura, vídeo,  livro de artista, instalação, obra sonora, objeto, escultura e bordado. “As obras originam-se de relações com os elementos descritos no Cântico: sol, estrelas, ar, água, fogo, terra, doenças e atribulações e, por fim, a morte”, explica Chaimovich, um estudioso da obra de Francisco de Assis há 15 anos.

 

 

Sobre a exposição

 

Dividida conforme os elementos citados na canção” Cântico das Criaturas”, de Francisco de Assis, a mostra começa com o sol representado pela fotografia em cores “Lâmpada”, de 2002, da artista Lucia Koch, ao lado das fotografias em preto e branco “The celebration of light”, de 1991, de Marcelo Zocchio, e dos 12 livros da série “I got up”, 1968/1979, do japonês On Kawara.

 

O elemento água é tematizado pelas fotografias “A line in the arctic #1” e “A line in the arctic #8”, 2012, do paulistano Marcelo Moscheta, e pelas obras relacionados ao projeto Coletas, da artista multimídia Brígida Baltar, que incluem imagens da série “A coleta da neblina”, entre 1998 e 2005, cinco desenhos em nanquim sobre papel de 2004, a escultura em vidro” A coleta do Orvalho” de 2001 e o vídeo “Coletas” de 1998/2005.

 

Em contraponto, o fogo é simbolizado pelo vídeo “Homenagem a W. Turner”, de 2002, de Thiago Rocha Pitta, e pelos vestígios de fumaça sobre acrílico e sobre papel feitos pela escultora e desenhista Shirley Paes Leme. O elemento ar fica a cargo da escultura “Venus Bleue”, do artista francês Yves Klein. As estrelas são apresentadas por meio de sete fotografias do alemão Wolfgang Tillmans. Representando a terra, são expostas 30 caixas de papelão cheias de folhas e galhos de árvore embalados em plástico, papelão e fotografias em cores, instalação feita em 1975, por Sérgio Porto, além do relevo em papel artesanal, de 1981, de Frans Krajcberg.

 

As doenças e atribulações são tematizadas pela instalação “Dis-placement”, 1996-7, de Paulo Lima Bueno: numa sala com mobiliário, frascos de remédio, rosas, lona, giz e tinta, o artista demonstra os caminhos percorridos por ele para alcançar e tomar todos os remédios para combater os efeitos da Aids, antes do surgimento dos coquetéis anti-HIV. A artista “Nazareth Pacheco” exibe série de fotografias em preto e branco, de 1993, que mostram a malformação congênita do lábio leporino, dentes, raio-x e objeto de gesso.
Por fim, a morte é representada pelo último tecido bordado por José Leonilson antes de falecer, em 1993. Permeando a exposição, a instalação sonora “Tudo aqui”, de 2015, da artista Chiara Banfi, alcança todo o espaço expositivo e abrange todos os elementos representados.

 

 

A palavra do curador

 

Francisco de Assis pode ser considerado fundador da ecologia. Para ele, o ser humano tem uma relação de colaboração com os elementos naturais: a natureza não é subordinada aos interesses humanos. Embora o ser humano se posicione como uma parte singular da natureza, os demais elementos devem ser tratados por nós como membros de uma só família universal.

 

Francisco de Assis escreveu uma letra de música com suas ideias: o “Cântico das Criaturas”. Desde jovem ele cantava trovas de amor em francês. Nos últimos anos de sua vida, escreveu o “Cântico” na língua de sua terra natal, na Itália; nele, os diversos elementos naturais e as fases da vida são acolhidos como irmãos e irmãs.

 

Depois da morte de Francisco de Assis, em 1226, os Franciscanos incentivaram um novo olhar para o universo, enxergando nele traços de uma mesma geometria que uniria o pensamento humano aos elementos naturais. Os Franciscanos incentivaram a descoberta da perspectiva a partir dos estudos da geometria da luz e, assim, o nascimento da arte fundada no desenho em perspectiva.

 

Reunimos aqui artistas que colaboram com elementos da natureza e da vida em seus trabalhos. As obras estão agrupadas conforme as partes do “Cântico” de Francisco de Assis: sol, estrelas, ar, água, fogo, terra, doenças e atribulações, morte. A relação entre arte e ecologia torna-se evidente ao compreendermos a posição fundadora de Francisco de Assis em nossa cultura.

 

Artistas convidados: Lucia Koch, Marcelo Zocchio, On Kawara, Marcelo Moscheta, Brígida Baltar, Thiago Rocha Pitta, Shirley Paes Leme, Yves Klein, Wolfgang Tillmans, Sérgio Porto, Frans Krajcberg, Paulo Lima Buenoz, Nazareth Pacheco, José Leonilson e Chiara Banfi.

 

 

De 27 de fevereiro a 05 de junho.

Fotos de Marich Devise

24/fev

A Galeria Aliança Francesa, Botafogo, Rio de Janeiro, exibirá a mostra “Paris – Rio Plages”, da fotógrafa francesa Marich Devise, ativista da fotografia social que usa a mídia fotográfica e o humor para criar laços entre membros das comunidades urbanas periféricas e abrí‐las à sociedade de consumo. A exposição apresenta cerca 22 fotografias realizadas em Paris e no Rio de Janeiro.

 

Marich Devise realiza um trabalho de documentação dos bairros e de seus moradores, com lógica de criação artística participativa. Esse pensamento deu luz a uma prática original do retrato de habitantes, inspirada em alguns fotógrafos africanos. Com a associação “Clichés Urbains”, a fotógrafa criou um conceito de estúdio móvel que pode ser instalado em espaço público, como existe na África. Assim, ela convida as pessoas a posar na frente de painéis representando outros cantos do mundo.

 

Esta exposição é o resultado da experiência em Paris e no Rio. “A ideia é oferecer a quem passar a possibilidade de tirar um retrato em frente a um cenário mostrando um outro lugar no planeta e instalado no espaço público, principalmente em Paris e no Rio de Janeiro”, afirma a fotógrafa.

 

A exposição da Galeria Aliança Francesa mostra o projeto de Marich Devise concretizado em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil. O estúdio da fotógrafa foi primeiramente instalado na praia de Copacabana onde o público podia ser retratado em frente a uma foto do Canal de l ́Ourcq debaixo da neve. Da mesma maneira, o estúdio foi instalado em Paris (19º arrondissement) durante o verão de 2014 e dentro do programa Paris Plages, convidando o público a ser retratado em frente a uma foto da praia de Copacabana. Cada retrato de Devise é uma performance participativa e um convite a se afastar dos clichê̂s usando a ilusão cômica que um participante foi retratado na cidade de um outro.

 

O objetivo desta exposição é a criação de um vínculo entre Paris e Rio, assim como a documentação detalhada de momentos de vida de pessoas que vivem ou simplesmente passeiam nessas duas cidades maravilhosas.  “Além de serem divertidas, as imagens retratam e comparam duas sociedades (a francesa e a brasileira) que têm muito mais em comum do que podemos imaginar, começando com uma profunda mistura do povo. É uma maneira de lembrar que a verdadeira humanidade abraça suas diferenças”, conclui a fotógrafa francesa.

 

 

Sobre a artista

 

Marie-Charlotte Devise se formou em Fotografia – diferentes formatos, estúdio e pós-produção – em Paris na década de 2000, paralelamente a uma carreira profissional jurídica e a um percurso pessoal de vivência no Brasil.

 

Realizou as exposições: FotoRio 2015 – Ser Carioca; Um Novo Olhar (Zona Portuária, Rio de Janeiro) – 150 retratos em cores, grande formato, expostos ao ar livre no bairro de Santo Cristo; Vila Curial (Paris, bairro 19) – 50 retratos em preto e branco, grande formato, expostos ao ar livre na Residência Edmond Michele e Inside Out (Paris, bairro 19) – 15 retratos em preto e branco, grande formato, expostos ao ar livre rue Archereau. Ganhou o Prêmio das mulheres pelo desenvolvimento sustentável, Mondadori, em 2013.

 

 

De 10 de março a 28 de maio.

Processos criativos

23/fev

O Wesley Duke Lee Art Institute, São Paulo, SP, abre na Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, a exposição coletiva Proces/sos Cri/ativos –  Ex/periência  com 15 jovens artistas convidados a vivenciar uma experiência única: produzir a partir de uma imersão no universo de Wesley Duke Lee. Com obras em suportes diversos como pintura, colagem, fotografia, gravura, serigrafia e projeção em slide, e curadoria de Patricia Lee, concretiza-se mais um dos sonhos do artista de poder transmitir às novas gerações seu conhecimento e influências.

 

Por um período de dois meses, com encontros semanais, os artistas frequentaram a instituição – uma casa/museu – e tiveram acesso aos livros, textos diversos, fotografias, filmes, desenhos, livros, objetos e obras, podendo assim captar o artista em sua  essência. Como comentava Wesley Duke Lee, sua casa era ele mesmo virado de dentro para fora. Muitos artistas utilizaram referências do Grupo Rex, do qual Wesley Duke Lee foi um dos fundadores, que oferecia um contraponto combativo e bem-humorado ao mercado de artes, na década de 1960. Essas referências estão agora disponíveis na biblioteca do WDLAI.

 

A possibilidade de imersão no universo de Wesley Duke Lee é um dos objetivos do Instituto e um dos sonhos do artista, coordenado por sua sobrinha, Patrícia Lee: fazer circular seu conteúdo cultural e informativo na sociedade. Grande parte dos materiais já está à disposição de estudantes, pesquisadores e público. “Queremos, com iniciativas como esta, provocar o pensamento artístico e criativo, reinventar a didática à maneira de Wesley Duke Lee e estimular o autoconhecimento”, diz Patrícia Lee, diretora cultural do Instituto.

 

“PROCES/SOS CRI/ATIVOS” é o resultado do resgate da memória de Wesley Duke Lee através das mentes jovens do nosso tempo.  Artistas participantes: Adriana Moreno, Bruna Meyer, Claudia Di, Coletivo Quatro Patas, Felipe Ferraro, Gustavo Prata, Ile Sartuzi, Julia Kavazzini, Julia Milaré, Karina Ferro, Leandro Muniz, Margarita Jaime, Pedro Ermel, Wal Braz, Yuli Yamagata.

 

 

 

De 29 de fevereiro a 05 de março.

Art Winwood 2016

04/fev


A brasileira BOSSA Gallery anuncia sua participação na Art Wynwood 2016, The Art Wynwood Pavilion, 2901 NE 1st Avenue, Miami – Flórida, exibindo trabalhos de Ilana Bessler, Patricia Gouvêa, Flávia Junqueira, Fabio Knoll, Lucas Lenci, Cássio Vasconcellos e Fernando Velázquez. A proposta do stand vai ao encontro da principal missão da galeria : promover e divulgar a produção fotográfica contemporânea de artistas brasileiros.

 

Citando algumas das obras em exposição no stand da galeria, Ilana Bressler apresenta a fotografia colorida “Photo Float #1”, e Lucas Lenci exibe “Beijo Miami”.

 

Dirigida por Liliana Beltran, a BOSSA Gallery é a primeira galeria de arte, em Miami, especializada em fotografia brasileira, representando tanto nomes conhecidos como jovens talentos. Inaugurada há poucos meses, a BOSSA pretende aumentar a participação de artistas brasileiros no mercado mundial, ao promover eventos especiais, exposições, conversas abertas, palestras e participando de feiras internacionais.

 

 

Sobre Liliana Beltran

 

Liliana Beltran traz em seu currículo mais de 10 anos de experiência no circuito cultural. Brasileira, foi proprietária da Galeria Dropz. Atuou como Diretora Institucional do Instituto de Economia Criativa, com graduação em Publicidade e Mestrado em Marketing, ambos pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing/São Paulo. Sua vasta experiência em vendas e desenvolvimento corporativo incluem passagem pelos segmentos industrial, comercial e mercado financeiro. Com a transição para a área cultural, Liliana foi capaz de adequar sua prática corporativa a um olhar aguçado para o talento criativo.

 

 

De 12 a 15 de fevereiro.

Na Galeria do Ateliê

02/fev

“Kitinete” é a primeira exposição a ocupar este ano a Galeria do Ateliê, Urca, Rio de Janeiro, RJ, apresentando cerca de 20 obras inéditas da artista visual Patrizia D’Angello que, desde 2008, vem trabalhando no cruzamento da fotografia com os cinco gêneros existentes da pintura: retrato, auto-retrato, natureza-morta, paisagem e nu, mostrando sua preferência pela pintura a óleo, pastel seco e aquarela que se dá pela possibilidade de manuseio e alterações durante o período em que elabora suas imagens com irônico realismo, a partir de referências de seus registros fotográficos ou apropriados de terceiros. A curadoria traz a assinatura do experiente Marco Antonio Teobaldo.

 

 

A palavra do curador

 

A obra de Patrizia D´Angello passa a largos passos de algum aspecto naïf, uma vez que cada detalhe é criado de um registro prévio, editado, transformado ou remixado sobre o suporte final. Sua intenção está em cada pincelada sobre a tela ou o papel, sem se intimidar com as escalas de seus trabalhos, que podem ser pequenos ou generosamente ampliados. Imagens de alimentos à mesa se apresentam de forma voluptuosa e em alguns casos, com forte apelo erótico. Assim como a fotografia se torna o ponto de partida para a referência de seus trabalhos, o vídeo assume o papel de registro final para a performance aplicada, que a artista realiza com amigos em volta de uma mesa de jantar, com uma elaborada sucessão de experiências sensoriais propostas aos seus participantes. O tato, aroma, visão, audição e paladar revelam diferentes expressões e reações que podem ser observadas na tela exibida no ambiente expositivo. Se na foto o registro caracteriza-se pelo espontâneo e inusitado, no vídeo existe a expectativa dos acontecimentos após cada estímulo provocado. Patrizia D’Angello apresenta as suas obras inéditas nesta exposição como um amigável convite para entrar em sua casa e conhecer sua intimidade, sem muita cerimônia. Pode entrar, fique à vontade! Patrízia D´Angello direciona seu objeto de estudo para alguns aspectos da rotina da vida doméstica e familiar. Momentos íntimos, memórias, pequenas histórias para serem contadas… As imagens são registradas e armazenadas em arquivos digitais ou impressas e guardadas em caixas, para que estejam disponíveis no momento adequado de transformá-las em obras de arte.

 

Sobre a artista

 

Patrizia D’Angello, vive e trabalha no Rio de Janeiro, formada em Artes Cênicas pela Uni-Rio, em Moda pela Cândido Mendes e com diversos cursos livres na EAV – Parque Lage. Entre as principais exposições estão: Novíssimos 2010 (Galeria Ibeu RJ), SAMAP (Casarão 34, João Pessoa PA 2010/2011) e Banquete Babilônia (individual Galeria Amarelonegro RJ 2011). Indicada ao Prêmio PIPA 2012.

 

 

De 19 de fevereiro até 08 de abril.

“Quem viver, Verão!”

01/fev

 

A terceira edição da mostra “Quem viver, Verão!” abriu o calendário 2016 da Sergio Gonçalves Galeria, na Rua do Rosário no Centro Histórico, Rio de Janeiro, RJ, reunindo obras de 46 artistas homenageando a estação que bem expressa o Rio de Janeiro.

 

 

“Neste ano a galeria abriu uma convocatória através do Facebook, lançando mão da rede social para poder alcançar o mais diverso número de artistas. Essa é a proposta da Mostra atual”, diz o marchand Sergio Gonçalves, proprietário da galeria que leva seu nome, “Assim como o verão é uma estação democrática e que as praias cariocas misturam todos os níveis sociais e toda nossa diversidade de raças e credos, a Sergio Gonçalves Galeria resolveu abrir o ano acolhendo artistas que nunca haviam exposto na galeria. Claro que tivemos que fazer uma triagem pois o número de inscrições foi bem superior ao que poderíamos mostrar, mas até isso foi uma surpresa agradável.”

 

 

A mostra deste ano conta com obras de artistas representados pela galeria e de nomes, até então, pouco conhecidos. Como é o caso de Ariadne Rigas, que expõe pela primeira vez no Brasil em “Quem viver, Verão!”. Americana de apenas 18 anos, Ariadne graduou-se no ano passado pelo International Center of Photography em New York.

 

 

“Me senti muito honrada em poder participar dessa mostra junto a tantos artistas conhecidos. Eu nunca havia imaginado que com apenas 18 anos eu já estaria expondo ao lado desses artistas no meu início de carreira.  A obra apresentada foi feita no Rio de Janeiro como parte de um projeto em que eu discuto a dicotomia entre riqueza e pobreza no Brasil. Esse projeto significa muito para mim e eu estou muito feliz em poder mostrar um pouco dessa série para um público como o da galeria, afirma Ariadne Rigas, que inicia no segundo semestre a Universidade de Artes Visuais em Nova Iorque.

 

 

Construindo suas obras a partir da apropriação de elementos do cotidiano, como bolas de futebol, tampas de garrafa, notas de dinheiro e mesas de sinuca, Felipe Barbosa também estará presente na mostra com a obra “Densidade”. Para o artista fluminense que é um dos representados pela Sergio Gonçalves Galeria, é sempre um prazer poder participar de mostras em que pode conhecer a obra de novos artistas e a interação com os novos talentos é sempre bem-vinda, sendo ele mesmo prova disso ao despontar para o mercado com apenas 22 anos de idade. Felipe abre paralelamente a mostra “Geodésia e Gelosia” na Galeria do Lago no Museu da República e em fevereiro terá uma mostra de suas obras no Museu Olímpico de Lausanne, Suíça.

 

 

Participam da coletiva os artistas: Ana Biolchini, Ana Tavares, Andréa Facchini, Ariadne Rigas, Cecilia Ribas, Claudia Hirszman, Cristina Sá, Deneir, Denise Campinho, Denize Torbes, Eda Miranda, Eduardo Ventura, Elmo Martins, EneGóes, Fabio Cançado, Fabio Carvalho, Felipe Barbosa, Gian Shimada, João Moura, Jorge Calfo, Jorge Fonseca, Karla Gravina, Leonardo Etero, Ligia Teixeira, Lourdes Barreto, Lucia de Bom, Luiz Carlos de Carvalho, Marcela Lanna, Marcelo Oliveira, Marcio Zardo, Marco Cavalcanti, Maria Cherman, Maria Lucia Paixão Maluf, Newman Schutze, Norma Mieko Okamura, Paulo Jorge Gonçalves, Paulo Mendes Faria, Rafael Bezerra, Raimundo Rodriguez, Renan Cepeda, Rita Manhães, Roberto Tavares, Rosana Ricalde, Sandra Passos, Virna Santolia e Wladimyr Jung

 

 

 

Até 27 de fevereiro.

Dois no Museu Afro Brasil

29/jan

O Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, abriu duas exposições: “Giracorpogira II” do artista Jaques Faing, que apresenta 38 obras, resultado de pesquisa realizada desde 2003 sobre o Carnaval do Rio de Janeiro e de São Paulo e “Devoção” do fotógrafo Rodrigo Koraicho, que traz imagens captadas nas cidades de Katmandu (Nepal) e Varanasi (Índia) em 2013.

 

 

 

“Giracorpogira II”

 

As imagens obtidas pelo artista visual carioca, Jaques Faing, que vive e trabalha em São Paulo, sugerem inúmeras camadas de significados, fruto de seu trabalho tanto como poeta quanto como performer. Elas conduzem o espectador a prolongar seu olhar sobre o movimento dos corpos nelas insinuados, possibilitando uma nova experiência estética. Em suas obras, Faing busca apreender o invisível, explorando seu próprio movimento, circulando ousadamente dentro das passarelas, o movimento da câmera fotográfica e o das figuras para ousar captar algo mais do que uma imagem. O resultado são cores pulverizadas pela harmonia entre a baixa velocidade da câmera, a alta velocidade da dinâmica das personagens e o deslocamento contínuo do olhar do artista.  São baianas desmaterializadas girando delicadamente acima do chão, como abstrações que revelam sutilezas cromática, cinética e poética. Estes corpos flutuam com suavidade e leveza para além da realidade do carnaval, transportando o espectador para um campo sensível, silencioso e transcendente.

 

 

Sobre o artista

 

Jaques Faing nasceu no Rio de Janeiro, formou-se em engenharia e atualmente vive e trabalha em São Paulo. Realizou várias mostras coletivas e individuais, expondo em instituições como a Pinacoteca e o Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outras. Em seu trabalho, Faing se inspira no movimento, tanto pela maneira de gerar e captar imagens, considerando o ato fotográfico uma performance, como pela utilização de suportes cinéticos para as imagens que produz. Pesquisa a transposição da fotografia para suportes tridimensionais que ele mesmo projeta e constrói, transformando a imagem em objetos e esculturas. Faing possui obras nos acervos do Museu de Arte Moderna (MAM) e no Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC), ambos em São Paulo, no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) e no Museu de Arte do Rio (MAR), na cidade do Rio de Janeiro.

 

 

 

“Devoção”

 

Rodrigo Koraicho apresenta ao público 40 imagens realizadas entre outubro e novembro de 2013 nas cidades de Katmandu, no Nepal e Varanasi, na Índia. Integra ainda a exposição uma série de registros do cotidiano de trabalho do fotógrafo e de seu assistente durante a viagem. Segundo o curador, Claudinei Roberto da Silva, “o jovem fotógrafo Rodrigo Koraicho (1985) é animado pelo espírito de alteridade característico a certa parcela de artistas que, como ele, vem empreendendo, desde muito tempo, viagens motivadas pelos propósitos mais variados, sendo, portanto, possível inseri-lo na interessante tradição dos artistas viajantes.” Ainda segundo o curador, o fotógrafo não somente realizou na Índia e no Nepal fotografias de inegável qualidade, mas, além disso, prospectou filosofias, sistemas de ideias, modos de veneração à vida e, sobretudo, uma compreensão da realidade que quase sempre é, na sua beleza, estranha e não raro incompreensível às mentalidades dominadas pelo exacerbado materialismo da sociedade ocidental. As 40 fotografias que Koraicho apresenta no Museu Afro Brasil transportam o público a um mundo onde homens e mulheres comungam com a ideia de que a santidade, entendida como busca pelo Divino, pelo transcendental, é possível de ser alcançada através do labor devoto. O que emerge dessas imagens é a força espiritual e a excepcional sabedoria estampada em mãos, olhos, pele vincada, enfim, no corpo dessa gente que vem definindo e pavimentando através de tempos imemoriais os caminhos da Devoção.

 

 

Sobre o artista

 

Com uma trajetória na fotografia iniciada as 16 anos de idade, Rodrigo Koraicho é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e mestrando em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo. Sua experiência profissional inicial se deu no mercado publicitário onde trabalhou para a Agência Africa de Publicidade e Propaganda e junto a fotógrafos do ramo. Abriu estúdio próprio em 2010 e hoje divide suas atividades entre a fotografia comissionada e projetos autorais, nos quais procura conhecer e registrar diferentes povos, culturas e estilos de vida.

 

 

 

Até 03 de abril.