Nos Correios Rio

25/jul

Contar 120 anos de história da relação entre o cinema e o esporte internacional, brasileiro e olímpico é o objeto da exposição “Memórias do Esporte”, que o Centro Cultural Correios, Centro,  Rio de Janeiro, RJ, apresenta. Esta é a única exibição audiovisual da programação cultural da Rio 2016. A partir do acervo da Federação Internacional de Cinema e Televisão Esportivos (FICTS), avalizada pelo Comitê Olímpico Nacional (COI), e de coleções brasileiras, os curadores J. C. Soares e J. J. Soares editaram 30 vídeos que compõem uma  incursão por registros raros e inéditos de manifestações esportivas pelo mundo, de 1896 até hoje.

 

Os irmãos cineastas J. C. e J. J., que  pesquisam há uma década a conexão do esporte com o cinema, também assinam as trilhas sonoras individualizadas. Cada monitor de 42” tem como personagem principal uma modalidade esportiva. Às imagens inéditas foram acrescidas narrações sobre a história daquele esporte. Há ainda legendas ao lado de cada tela com mais informação e curiosidades.

 

O filme mais antigo da exposição é um jogo de bocha em Lyon, França, de 1896, um dos primeiros realizados pelos irmãos Lumière, inventores do cinema. Em uma sala reservada estarão os registros mais recentes: as transmissões ao vivo de 16 canais da Sportv. Ainda dos irmãos Lumière, há o primeiro filme ficcional de esporte, uma comédia, com atores lutando boxe, de 1897, e outras raridades da memória do desporto, como esportes indígenas, a final do campeonato paulista de futebol de 1909 e os últimos dias do Derby Club, o templo do turfe, de 1925, onde hoje está o Maracanã.

 

A prosa poética esportiva de Armando Nogueira está presente com diversos trechos de seu livro “A Chama que não se Apaga” e com citações de pensadores e poetas como Jean-Jacques Rousseau, Walt Whitman, Jean Giraudoux e o romano Juvenal, autor de “Mens sana in corpore sano”, impressos nas paredes do espaço expositivo. A linha do tempo que abarca, além de Olimpíadas, Copas do Mundo, Jogos Pan-Americanos e Jogos Olímpicos de Inverno é outra atração da mostra. O Brasil participa pela primeira vez de uma Olimpíada em 1920, na Antuérpia.

 

 

Sala Brasil

 

Um espaço exclusivamente dedicado ao Brasil reúne imagens preciosas, por exemplo, do tempo da Expedição Rondon à Amazônia, iniciada em 1910, destacando os esportes indígenas como a canoagem e o cabeçobol, um jogo de bola com a cabeça, praticado até hoje. O país ganha também uma linha do tempo própria.

 

 

Paralimpíadas e o mundo

 

A exposição tem ainda um longa metragem sobre as Paralimpíadas de Inverno de Sóchi, Rússia, de 2014, e uma seleção de filmes sobre esportes de 113 países em duas sessões diárias.

 

Catálogo e visita guiada

 

Acompanha a exposição um catálogo que será lançado em 20 de agosto, com distribuição gratuita e visita guiada pelos curadores. Entrada franca. “Memórias do Esporte” em o patrocínio dos CORREIOS, co-patrocínio do JW Marriott Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Rio e apoio da SPORTV. A mostra, é uma proddução da Artepadilla.

 

De 28 de Julho a 25 de setembro.

Sebastião Salgado no Rio

Sebastião Salgado, um dos maiores nomes da fotografia internacional, inaugura sua primeira exposição individual na galeria Silvia Cintra + Box 4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ. Trata-se de uma seleta de imagens de importantes passagens da obra do artista desde os anos 1970 até seus registros atuais.

 

O ponto de partida é um conjunto de 4 (quatro) fotografias feitas na América Latina entre o final dos anos 70 e princípio dos 80. Essa série deu origem ao primeiro livro lançado por Sebastião Salgado, “Outras Américas”.

 

Seguindo pela década de 1980, 5 (cinco) imagens representam a histórica produção da série denominada “Serra Pelada”, uma serra localizada no Pará que chegou a ser considerada o  maior garimpo a céu aberto do mundo e que nesta época viveu uma verdadeira “corrida do ouro”.

 

Os anos 1990 estão representados por 3 (tês) três obras, sendo uma delas a maior imagem da exposição, uma estação de trem lotada de pessoas na Índia.

 

Finalizando a mostra, 18 (dezoito)  imagens da série “Gênesis”, exibem um lado mais poético da obra de Sebastião Salgado que durante oito anos, percorreu inúmeros locais do planeta em busca de paisagens ainda intocadas pelo homem. O Brasil aparece com força nesta série, que passa pela Amazônia, Pantanal e tribos indígenas no Pará. Durante as expedições do “Gênesis”, o artista viveu pela primeira vez a experiência de fotografar animais e estabelecer com eles uma relação de proximidade, muitas vezes de confiança. Jacarés, baleias, pinguins e onças fecham a exposição.

 

 

Sobre o artista

 

Sebastião Salgado nasceu no dia 8 de fevereiro de 1944 em Aimorés, Minas Gerais, Brasil. Vive em Paris. Economista de formação, começa sua carreira de fotógrafo em Paris em 1973. Trabalha sucessivamente com as agências Sygma, Gamma e Magnum Photos até 1994 quando, junto com Lélia Wanick Salgado, fundam a agência de imprensa fotográfica, Amazonas Images, exclusivamente dedicada ao seu trabalho. Viajou para mais de 100 países para projetos fotográficos que, além de inúmeras publicações na imprensa, foram apresentados em forma de livros, tais como: “Outras Américas”, 1986; “Sahel,l’Homme en détresse”, 1986; “Trabalhadores”, 1993; “Terra”, 1997; “Êxodos” e “Retratos de Crianças do Êxodo”, 2000); “África”, 2007; e “Gênesis”, de 2013. Publicou em 2015 o livro “Perfume de Sonho, uma viagem ao mundo do café”. Exposições itinerantes destes trabalhos foram e continuam a ser apresentadas internacionalmente. Juntos, Sebastião e Lélia trabalham desde os anos 1990 na recuperação do meio-ambiente de uma parte da Mata Atlântica. Eles devolveram à natureza uma parcela de terra que possuíam, e em 1998, esta terra foi transformada numa Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN. Neste mesmo ano, criaram o Instituto Terra que tem como missão a restauração da floresta, pesquisa e monitoramento, educação ambiental e desenvolvimento sustentável. Em reconhecimento ao trabalho desenvolvido no Instituto Terra, em 2012, Sebastião e Lélia receberam o Prêmio e. Instituto e, UNESCO Brasil e Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, e também o Prêmio “Personalidade Ambiental”, WWF-Brasil. Sebastião Salgado além de receber inúmeros prêmios por seus trabalhos fotográficos, é Embaixador de Boa-Vontade da UNICEF, membro honorário da Academy of Arts and Science dos Estados Unidos. Recebeu no Brasil a comenda da  “Ordem do Rio Branco”, sendo ainda “Commandeur de l’Ordre des Arts et des Lettres”, pelo Ministério da Cultura e da Comunicação da França. Em 13 de abril 2016 foi eleito membro da Académie des Beaux-Arts de l’Institut de France, assumindo a cadeira ocupada anteriormente pelo fotógrafo Lucien Clergue.

 

 

De 28 de julho a 03 de setembro.

Rio enquadrado

19/jul

Com formação em arquitetura e urbanismo, Leonardo Finotti se tornou um dos principais fotógrafos brasileiros de arquitetura. Sua exposição realizada pelo Museu da Casa Brasileira, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, mostra 80 obras inéditas sobre a cidade do Rio de Janeiro.

 

Diferentemente do usual formato de proporção 2:3 e colorido, com o qual o fotógrafo mais trabalha, as fotografias desta exposição são em P&B e quadradas, nas dimensões 80 cm x 80 cm. Esse recorte estabeleceu uma nova relação entre Finotti e seu acervo de imagens coletadas no Rio de Janeiro, que se iniciou em 2007 e é composto de quase 5 mil fotos. Seu acervo é largamente caracterizado pelo uso da cor. Nesta série, porém, o P&B incita novas descobertas fora do padrão explícito colorido, revelando diferentes aspectos da cidade que encontramos com esse novo olhar.

 

A vontade de fazer um tributo ao Rio de Janeiro surgiu com o aniversário de 450 anos da cidade, em 2015, que se fortaleceu com uma nova incursão do fotógrafo à arquitetura moderna bastante presente na cidade. MAM-RJ, de Affonso Reidy, e a Casa das Canoas, de Oscar Niemeyer, são alguns dos projetos registrados, além de paisagens naturais e urbanas. Público e privado, interior e exterior compõem os objetos fotografados por Finotti.

 

A exposição, uma foto-instalação conceitual e imersiva, permite a apreensão de cada obra individualmente, bem como a apreciação da força do conjunto, expressando a grandiosidade da cidade e sua relação com a natureza através das intervenções do homem, principalmente da arquitetura. A curadoria e a expografia são de Michelle Jean de Castro. Realização da MCB e Obra Comunicação e apoio d Hotel Emiliano, LAMA SP, Estúdio Logos.

 

 

 

Sobre o artista     

 

Leonardo Finotti é um fotógrafo brasileiro de São Paulo com fotos publicadas nas principais revistas especializadas em arquitetura do mundo. Representou o Brasil em duas Bienais de Veneza, na Bienal Internacional de Arquitetura de Buenos Aires e na Bienal do Mercosul. Seu trabalho também foi exposto em exposições na Triennaledi Milano (Itália), DAM (Alemanha), MOT (Japão), MAR (Brasil), além de integrar coleções em instituições públicas e privadas na Alemanha, Portugal, França, e Áustria. Em 2008, Finotti participou da exposição do MoMA de Nova York “LatinAmerica in Construction: Arquitecture 1955-1980”, quando o museu adquiriu 15 obras para sua coleção.

 

 

 

Até 31 de julho.

Novos artistas

18/jul

A Galeria de Arte Ibeu, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, inaugura, no dia 26 de julho, a exposição “Novíssimos 2016”. A mostra conta com a participação de 12 artistas que apresentarão pinturas, instalações, objetos e fotografias. Único Salão de Arte do Rio de Janeiro, o Salão de Artes Visuais Novíssimos chega à 45ª edição, na qual as inquietações comuns a artistas de diversas gerações e localidades estão reunidas em um mesmo espaço expositivo.

 

Os artistas selecionados são: Amanda Copstein, RS; Gilson Rodrigues, MG; Gustavo Torres, RJ; Hermano Luz, DF; João Paulo Racy, RJ; Kammal João, RJ; Manoela Medeiros, RJ; Maria Fernanda Lucena, RJ; Mariana Katona Leal, RJ; Rafael Salim, RJ; Reynaldo Candia, SP e Vera Bernardes, RJ. O artista em destaque no Salão de Artes Visuais “Novíssimos 2016” será contemplado com uma exposição individual na Galeria de Arte Ibeu em 2017. O nome do premiado será divulgado na noite de abertura.

 

O objetivo de “Novíssimos” é reconhecer e estimular a produção desses artistas emergentes, e com isso apresentar um recorte do que vem sendo produzido no campo da arte contemporânea brasileira. Já participaram deste Salão artistas como Anna Bella Geiger, Ivens Machado, Ascânio MMM, Ana Holck, Mariana Manhães, Bruno Miguel, Pedro Varela, Gisele Camargo, entre outros. Até 2015, 598 artistas já participaram da coletiva anual.

 

“Nesta nova edição, utilizei 13 livros da poetisa portuguesa Sophia de Mello BreynerAndresen para dispor as obras dos 12 artistas escolhidos. As obras são percebidas como internas a melancolia do tempo circunscrito, aquela dentro da qual o tempo pode ser percebido passando. Para isso, cada artista recebe uma obra da autora, com seu respectivo ano”, afirma o curador Cesar Kiraly.

 

“Por exemplo: “Amanda Copstein/O Nome das Coisas, 1977 ou Vera Bernardes/Mar Novo, 1958”. A intenção é permitir que a bruma do livro envolva o trabalho ao mesmo tempo em que esse se mostre coerente com os nomes implicados na fabricação poética. O décimo terceiro livro, “O Nome das Coisas, 1964” foi escolhido como aquele que conduz a lógica dos encontros entre livros e artistas e nomeia a coletiva.”, complementa Cesar Kiraly.

 

 

 

Até 26 de agosto.

Heróis por Daniel Mattar

12/jul

O fotógrafo Daniel Mattar, com mais de 20 anos de trajetória no universo da moda, volta a experimentar linguagens para universos que vão além de campanhas e editoriais. Assim como fez na individual “Simulacro”, onde abordou a realidade do consumo solitário no Japão, agora exibe em “Heróis Nacionais” uma seleção de 18 imagens, nove delas inéditas, que trazem atletas como modelos.A mostra tem curadoria de Lauro Wöllner e fica em cartaz no Shopping Leblon, Rio de Janeiro, RJ, como continuidade de um projeto lançado em 2010 no formato de calendário, com beleza de Vini Kilesse e produção de Bebel Moraes.

 

Segundo Mattar, o desafio foi descobrir qual aspecto explorar no caso de cada personagem, com possibilidades que surgiam apenas no momento do ensaio, com jogos de luz e muita observação a partir dos movimentos congelados frente ao fundo negro. “Ao contrário de uma campanha de moda, no qual já chegamos com uma imagem pré-estabelecida, em “Heróis Nacionais” nos surpreendíamos a partir do relacionamento com os atletas e seus equipamentos. Um exemplo é a foto do Bernardo Oliveira, que chama atenção pela interação do jovem atleta com a complexidade do arco. Já com a Juliana Veloso e com a Ingrid Santos, dos saltos, exploramos a altura com o auxílio de uma cama elástica”, conta.

 

No conceito do trabalho está ainda uma busca por uma estética mais limpa e sensível para as variadas atividades, sem vícios ou coloridas interferências, e com o olhar de surpresa de alguém que nunca teve nenhum contato mais profundo com velas, remos ou trampolins. “Tenho o maior orgulho deste material, porque começamos em 2009 para a produção do calendário e desde aquela época venho pensando em novas leituras para diversas modalidades. Enquanto na primeira etapa fotografei Martine Grael e Isabel Swan enroladas numa vela, o símbolo do esporte aparece este ano quase como uma bandeira nas mãos do Henrique Haddad. Por outro lado, no caso das meninas do nado, uso praticamente a mesma técnica e foco na plasticidade de cada movimento e sua reação na água”, completa.

“Heróis Nacionais” explora ainda o potencial da luz na criação de rastros de movimento, como na foto em que a bicampeã olímpica Fabiana Alvim de Oliveira, medalhista em Londres e Pequim no voleibol, dá o popular “peixinho” evitando o contato da bola com o chão. Efeito semelhante pode ser visto no clique do ciclista Kacio Freitas, no contraste com tronco e cabeça inertes.

 

De acordo com Lauro Wöllner, que selecionou os atletas junto ao Comitê Olímpico Brasileiro, “…pessoas que dedicam oito, dez anos de vida em um único foco e objetivo são verdadeiros heróis”. Aficionado do esporte e competidor de vela e triatlo, afirma que toda sua vida foi pautada pelos esportes. “Essa influência me trouxe competitividade para o mundo dos negócios, mas também humildade, disciplina e companheirismo”, pondera. A ideia do empresário é seguir fotografando atletas em parceria com Daniel Mattar. “Nosso grande desejo é encorpar esse trabalho com novas fotos e outros esportistas e concretizar o ciclo com um livro”, conta.

 

 

Atletas fotografados: Em 2016, Bernardo Oliveira (Tiro com Arco); Fabiana Alvim de Oliveira (Voleibol); Henrique Haddad (Vela); Ingrid Santos (Saltos ornamentais); Juliana Veloso (Saltos ornamentais); Kacio Freitas (Ciclismo); Lara Puglia (Nado sincronizado); Marinalva Almeida (Vela adaptada) e Pedro Drummond (Remo). Em 2010, Cezar Castro (Saltos ornamentais); Clarisse Menezes (Esgrima); Fabiana Beltrame (Remo); Giovana Nunes (Nado sincronizado); Martine Grael e Isabel Swan (Vela); Nivalter Santos (Canoagem); Patrícia Freitas (Vela); Raquel e Rafaela Lopes (Judô) e Virgilio de Castilho (Triatlon).

 

 

De 12 a 24 de julho.

Coletiva na SIM galeria

08/jul

Anna Maria Maiolino, Alice Miceli,  Daisy Xavier, Juliana Stein, Lais Myrrha, Laura Vinci, Leonilson, Luiza Baldan, Lygia Pape, Maria Laet, Marilá Dardot, Mira Schendel e Romy Pocztaruk  formam o grupo de artistas expositores reunidos sob a curadoria de Luisa Duarte para a mostra coletiva “Hiato”, em cartaz até o dia 13 de agosto na SIM galeria, Curitiba, PR.

 

 

 

A palavra da curadora

 

Hiato

 

Ao me convidar para realizar uma exposição que contasse somente com artistas mulheres, a SIM Galeria desejava incorporar à sua agenda um debate atual no Brasil. Tratava-se de tentar refletir um momento no qual os movimentos feministas e pós-feministas mobilizam de maneira candente o país.

 

Mas, aceito o convite, acabei por descartar os caminhos que me levariam a uma exposição sobre o feminismo, mas me comprometi a buscar uma pesquisa sobre traços que pudessem evocar aquilo que associamos ao registro feminino. Tratava-se de insistir numa chance de me ocupar de um universo que partisse da feminilidade sem cair num gesto ilustrativo.

 

Em meio a pesquisa leio uma entrevista da crítica e curadora Lisette Lagnado, cujo tema central era justamente o feminismo. Dessa fala sublinho o seguinte trecho:

 

Ao longo da sua carreira como curadora, você já organizou exposições que deram ênfase a artistas mulheres? E quanto a obras que exploram questões feministas?

 

Só fiz uma vez uma curadoria efetivamente voltada para descascar essa questão. Era o aniversário do livro de Simone de Beauvoir, O Segundo Sexo (1949). Clio, Pátria (Caderno Sesc-Videobrasil nº 5) foi um exercício muito especial para mim, porque percebi que eu falava do Leonilson quando era convidada a falar de feminismo…

 

Poderia citar alguns artistas e/ou obras que abordam essas questões e que considera bons?

 

Para mim, Leonilson contribuiu mais para me pensar como mulher do que Ana Maria Tavares, então não sei se consigo responder. A pergunta me parece machista. O que é “bom”? Que questões? Como já disse, o feminismo não se reduz a temas (violência doméstica, aborto, estupro, salários iguais etc.). As questões formais não devem ser menosprezadas. Eva Hesse era feminista? O que importa? Na minha percepção, o feminismo é um modo de estar no mundo, de se relacionar com o outro, de lidar com problemas econômicos, de fazer partilhas, de pensar ecologia, de resolver dívidas, de brigar e botar o pau na mesa, de ser generoso e não perder a ternura, tudo isso junto e muito mais.

 

Tomando a colocação de Lisette Lagnado com uma posição com a qual me identifico, tendo sido Leonilson um leitmotiv de diversos textos meus até hoje publicados e de ao menos duas exposições, tomo o artista como ponto de partida para a exposição hoje apresentada. O título escolhido evoca o intervalo entre vogais. Hiato tem origem no termo Latim “hiatus”, cujo significado é “abertura, fenda, lacuna”. Assim, o título sinaliza para algumas características presentes no trabalho de Leonilson, quais sejam: o uso da palavra seguida por longos intervalos em branco; a capacidade de se fazer dizer justamente no intervalo, no não dito; o vazio como produtor de sentido; a ausência que caminha na contra mão do espetáculo.  Tais aspectos da obra de Leonsilson me levaram, por sua vez, a uma citação a respeito de Walter Benjamin que pode iluminar o caminho que pretendemos seguir, trazendo a tona a questão da mulher, e do feminino, de um modo singular:

 

 “O silêncio – tipificado como atitude da mulher – é o elemento decisivo para a compreensão, no texto, da natureza da conversa. A valorização do silêncio determina a grande diferença de sua compreensão em relação às teorizações filosóficas sobre o diálogo da tradição metafísica. Estas teorizações, privilegiando a dimensão comunicativa da conversa, detêm-se unicamente na fala, compreendendo o diálogo como uma troca verbal onde se produziria o sentido. A dialética aqui é simétrica, entre iguais – os dois falantes. Para Benjamin, a dialética da conversa é, ao contrário, assimétrica e se estabelece entre duas diferenças: a que fala, e a que escuta, ou seja, entre a fala e o silêncio, entre o homem e a mulher. Na conversa, silêncio e fala engendram-se mutuamente: se o silêncio é a fonte de sentido, a fala gera o silêncio. (…) É no vazio das palavras escutadas que o ouvinte apreende, com desenvoltura, a verdadeira natureza da linguagem – o som das palavras que lhe entra pelos ouvidos, a sua visibilidade nos esforços de expressão do rosto de quem fala. (…) As conversas dos homens são sempre ardilosas e Benjamin usa termos fortemente negativos para classificá-las: “jogos obscenos”, “paradoxos que violentam a grandeza da linguagem”. A cultura, onde a linguagem degradou-se ao interesses de poder e dominação é, para Benjamin, uma cultura masculina onde a mulher não pode existir sem também degradar-se. (…) Estes personagens, a mulher, o jovem, fornecem-lhe a diferença necessária para construir a sua crítica da cultura e a esperança de uma outra cultura apenas adivinhada, uma visão fugaz do paraíso. Como conversam entre si as mulheres que não perderam a alma no mundo das palavras masculino? pergunta-se Benjamin.”

 

Assim, em tempos nos quais somos todos chamados a guerrear por meio de palavras diariamente num Brasil imerso na polarização política, a presente exposição busca uma pausa reflexiva, um intervalo para pensarmos na importância do silêncio como formador de sentido, ou mesmo em uma outra forma de nomear e conversar que nos endereça a possibilidade de outras maneiras de se estar no mundo.

 

“Hiato” torna-se assim uma aposta no murmúrio em meio a cacofonia generalizada em que estamos imersos. Uma aposta na delicadeza, na falha, no momento em que a palavra nos falta, na permanência no vazio que gera tempo para algum tipo de elaboração. Ou seja, trata-se de recordar que é ali, no espaço em branco entre um verso e outro de um poema que encontra-se guardado o sentido daquilo que está sendo dito.

Luisa Duarte

 

 

 

 

 

Daniel Feingold no MON

O Museu Oscar Niemeyer, MON, Curitiba, PR, exibe a exposição “Acaso Controlado”, do artista carioca Daniel Feingold. A mostra ocupa a Sala 2, com cerca de 40 obras, dentre fotografias e pinturas. Com curadoria da cientista social, historiadora e curadora de arte Vanda Klabin, a exposição se divide em quatro ambientes. No primeiro, serão apresentados três obras históricas, entre elas, o tríptico “Grid# 02”, que fez parte da Bienal do Mercosul, seguidas de outras duas obras da série “Espaço Empenado”, dando um caráter retrospectivo da carreira de Feingold. Nas salas seguintes serão apresentados quatro pinturas da série “Estrutura” e cinco pinturas da série “Yahweh”.

 

Fechando a exposição, serão apresentadas 32 fotografias da série "Homenagem ao Retângulo", feitas no Jardin des Plantes, em Paris. “A fotografia para Feingold é um modo de apreensão do real e o eixo condutor do seu aparelho sensível e perceptivo”, comenta a curadora.

 
A série negra, que o artista chama de Yahweh (Javé) leva o nome do Deus judaico do Antigo Testamento e é composta por telas pintadas em preto sobre branco, na posição vertical e, depois, unidas na horizontal, formando dípticos de grandes dimensões. Essa série marca um novo ciclo de trabalhos do artista.

 

Serão apresentadas ainda quatro pinturas medindo até dois metros e oitenta cada, da série “Estrutura”, são dípticos, em esmalte sintético, cada um com uma paleta reduzida de cores, enfatizando as questões: estrutura, plano e cromatismo. Pinturas de grande formato através do qual o espaço bidimensional da tela interage incisivamente com o observador.

 

A série fotográfica nomeada “Homenagem ao Retângulo” é composta por 32 imagens. As fotografias dessa série são abstrações geométricas feitas a partir de troncos de árvores secas do Jardin des Plantes, que o artista descreve como uma maneira de reestruturar o espaço, contradizendo a situação arquitetônica.

 

Processo de criação Daniel Feingold trabalha com esmalte sintético escorrido, e a pintura acontece neste processo, quando a geometria organiza o olhar na apreensão do movimento dos planos. A articulação da grade geométrica é atingida pela fluência do esmalte sintético escorrendo na tela sem que o artista interfira no seu movimento. O controle surge pela combinação da espessura da tinta com a precisão obtida pelo ritmo e quantidade despejada. Não há fitas separando os  campos de cor, não há pincel, rolo ou espátula. Feingold revela o seu enfrentamento direto com a pintura por meio da execução de unidades de grande escala. A exuberância da matéria combina um sistema pictórico com conceitos críticos, com o repensar a arte, seus limites, suas inquietações. O seu trabalho pulsa, irradia-se para as bordas e margens em formas ondulantes, fluidas, sempre materializando um novo gesto.

 

Sobre o artista

 

Nascido no Rio de Janeiro, em 1954, formou-se em Arquitetura na FAUSS, RJ 1983. Estudou História da Arte e Filosofia com o crítico de arte Ronaldo Brito, UNIRIO/PUC 1988-1992; Teoria da Arte & Pintura e Núcleo de Aprofundamento, EAV Parque Lage, RJ 1988-1991; Mestrado no Pratt Institute, NY 1997. O artista tem como trajetória exposições no Museu de Arte Moderna (MAM-RJ), 5° Bienal Mercosul e agora mostra suas obras no Museu Oscar Niemeyer.

 

 

Até 25 de setembro.

Exposição ImagineFrance

Em exibição no Saguão da Reitoria da UFRGS, Porto Alegre, RS, a Atout France, e seu Cluster de Turismo e Cultura, em parceria com o Instituto Francês e a Aliança Francesa, uniram-se para propor um novo olhar, – poético e peculiar – , sobre os castelos, museus e monumentos franceses para apresentar o talento da artista Maia Flore, fotógrafa da agência VU’, para, através da exposição, “ImagineFrance”, que permite a visão dos locais e eventos culturais através de um novo ângulo.

 

Para realizar essa série de fotografias, Maia Flores percorreu as estradas francesas entre julho e setembro de 2013, visitando 25 locais de interesse cultural que foram, em seguida, encenados conforme a inspiração transmitida por cada um deles. Seu viés era criar um personagem apropriado para cada um dos locais, para torná-los vívidos, expressivos e surpreendentes. Ora como ator da encenação, ora como espectador, este personagem recorrente desperta, vivifica e renova os patrimônios visitados.

Esse evento itinerante percorreu o mundo durante três anos e, em 2016, a Aliança Francesa de Porto Alegre e o Departamento de Difusão Cultural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, em parceria, organizam a mostra.

 

Até 29 de julho.

Encontro de nacionalidades

06/jul

A exposição “Intersecções” que reúne obras, todas pertencentes ao acervo da Galeria Oscar Cruz, Itaim Bibi, São Paulo, SP, é composta por doze artistas de distintas gerações e nacionalidades, todos com destacadas posições na arte contemporânea nacional e internacional; dentre os quais, cinco brasileiros, quatro argentinos, uma americana, uma espanhola e um alemão, que abordam de modos distintos o emprego da fotografia. São eles: Alejandro Chaskielberg, Ananké Assef,Gustavo Speridião, Julio Grinblat, Lesley Dill, Lina Kim, Luiz Alphonsus, Marcos Chaves, Mauro Restife, Michael Wesely, Nicanor Aráoz e Sara Ramo.
 
Até 02 de setembro.

Coleção Maxxi no Rio

01/jul

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e a Fundação PROA apresentam, a partir de 05 de julho, a exposição “Arte em Cena: Obras da Coleção MAXXI – Museu de Arte do Século XXI”, com cerca de 30 obras do museu italiano, inaugurado em 2010, com projeto arquitetônico de Zaha Hadid (1950-2016). Com curadoria de Anna Mattirolo, a exposição mostra a abrangência e diversidade do acervo italiano, que vai da arte povera ao uso de tecnologia. A exposição reúne fotografias, desenhos, pinturas, gravuras, instalações e vídeos, além de maquetes e projetos arquitetônicos. São ao todo 19 artistas: Mario Airo, Carlo Aymonino, Matthew Barney, Maurizio Cattelan, Gino De Dominicis, Massimiliano e Gianluca De Serio, Gilbert & George, Danilo Guerri, Ilya Kabakov, William Kentridge, Armin Linke, Luigi Ontani, Yan Pei-Ming, Michelangelo Pistoletto, Aldo Rossi, Grazia Toderi e Francesco Vezzoli.

 

O patrocínio é da Enel, que na Itália juntou-se em 2015 à Fundação MAXXI National, tornando-se o primeiro sócio fundador do Museu inaugurado em 2010 em Roma. Esta é a quinta parceria do MAM Rio de Janeiro com a Fundação PROA, prestigiosa instituição de Buenos Aires, que resultou nas exposições “Louise Bourgeois”, “Giacometti”, “América do Sul – A Pop Arte das contradições” e “Ron Mueck”.

 

 

 

Arte em Cena: Espaço Cênico, Quase Teatral

 

A curadora Anna Mattirolo explica que “Arte em cena” configura a coleção do MAXXI National “como um espaço cênico, quase teatral”. “As obras com ícones, símbolos de imagens de uma representação do desejo individual e coletivo que, em seu conjunto representam uma sensibilidade abrangente e uma ideia da cena italiana, envolvendo o imaginário político, ético, social e existencial que os artistas italianos e internacionais mais de uma vez cruzam para refletir e gerar proposições”. Ela observa que o “compromisso público do MAXXI em dedicar à contemporaneidade um projeto arquitetônico de tão grande relevância internacional garante que a comunidade conte com uma estrutura capaz de abrigar um laboratório de atividades que, com vistas ao futuro, abra suas portas a todos os aspectos da contemporaneidade global, mas ao mesmo tempo está bem enraizado em um contexto cultural único no mundo: o italiano”. Diretora do MAXXI National desde sua criação até 2015, Anna Mattirolo agora está à frente da pesquisa científica, documentação e atividades educativas do Museu.

 

 

Percurso da exposição

 

“Arte em Cena: Obras da Coleção MAXXI” vai ocupar mais de mil metros quadrados no terceiro andar do MAM, e será dividida em quatro espaços. Na sala 1, estarão o desenho, o projeto e a fotografia “Teatro del Mondo a Venezia: 1979-1981”, do arquiteto italiano Aldo Rossi (1931-1997), criado para a Bienal de Veneza, em que sobre o Gran Canal flutua um teatro construído sobre uma embarcação de madeira, como um teatro-gôndola, efêmero, em alusão ao carnaval da cidade. Na mesma sala estará a videoprojeção “Random” (2001), de Grazia Toderi (Pádua, Itália, 1963), em que se vê, do ponto de vista do palco, o público do Teatro Massimo, em Palermo, colocando o espectador no lugar do ator que vê os flashes dos registros feitos pelas câmeras fotográficas.

 

A Sala 2 reúne trabalhos de Matthew Barney, Maurizio Cattelan, Gino De Dominicis, Luigi Ontani e Yan Pei-Ming. “Cremaster 5” (1997), litografia e serigrafia em relevo e intervenção de Matthew Barney (São Francisco, EUA, 1967), integra o famoso “Ciclo Cremaster”,  uma sequência de cinco filmes que o artista produziu entre 1994 e 2002. “Mother, 2000” (1999), fotografia em preto e branco de Maurizio Cattelan (Pádua, Itália,1960), registra a performance em que um faquir indiano, soterrado na areia até o pescoço, só tem à mostra suas mãos em súplica.

 

A instalação “Statua (figura estendida)”, 1979, de Gino De Dominicis (Ancona, Itália, 1947 – Roma, 1998), traz um chapéu e um par de chinelos sobre uma base de madeira, que sugere a presença de uma pessoa, embora invisível. O artista lembra a frase de Fernando Pessoa: “morrer é apenas deixar de ser visto”.

 

“As Horas” (1975), de Luigi Ontani (Bologna, Itália, 1943), é uma série de 24 fotografias em grande formato que retratam o artista em tamanho real, em poses que remetem a emblemáticos personagens da história da arte. Entre outros, podem ser reconhecidos Narciso, Leda e o cisne, Dante e São Sebastião. A performance foi feita na Galeria L’Attico, em Roma, em 1975, por uma semana em cada hora do dia, mostrada em um relógio.

 

O artista Yan Pei-Ming (Xanghai, 1960) está presente em duas pinturas em óleo sobre tela, cada uma com 3 metros de lado, de 2005: “Mao” e “Papa”. Na primeira, vê-se Mao Tse-Tung, principal líder político da China, presença constante na produção do artista, e na segunda o Papa João Paulo II, líder carismático da igreja católica entre 1978 e 2005. Feitos com pinceladas enérgicas, os dois retratos comentam o mundo do espetáculo, a partir de imagens massivamente reproduzidas.

 

Na Sala 3 serão vistos trabalhos dos artistas Carlo Aymonino, Gilbert & George, Danilo Guerri, William Kentridge, Armin Linke, Michelangelo Pistoletto, Aldo Rossi e Francesco Vezzoli.

 

Do artista Carlo Aymonino (Roma, 1926 – 2010), estará a agua-forte “Il teatro di Avellino” (2009). A dupla de artistas Gilbert & George – Gilbert Proesch (Dolomitas, Itália, 1943), e George Passmore (Plymouth, Inglaterra, 1942) – está representada na exposição com quatro desenhos em grande formato feitos com carvão sobre papel entelado, da serie “The General Jungle or Carrying on  Sculpting” (1971). Os desenhos retratam os dois artistas em meio a uma selva, e se inserem em um amplo ciclo de trabalhos sobre papel, “The Charcoal on Paper Sculptures”, que por sua vez remetem a uma série fotográfica anterior chamada “Nature Photo-Pieces”.

 

A precisão e o rigor técnico dos desenhos do arquiteto Danilo Guerri (Ancona, Itália, 1939), podem ser vistos no trabalho “Teatro comunale delle Muse, Ancona” (1978), projeto de restauro do edifício do século 19, que manteve a fachada original em diálogo com o interior moderno. Feita com marcadores coloridos e giz de cera, a obra foi inserida na exposição para reforçar a ideia do espaço arquitetônico como espaço cênico.

 

A videoprojeção “Zeno Writing” (“A consciência de Zeno”, de 2002), de William Kentridge (Johannesburgo, África do Sul, 1955), com 11’12”, integra a produção do artista baseada no romance “A consciência de Zeno”, de Italo Svevo, um clássico da literatura italiana, publicado em 1923. Desenhos a carvão, imagens documentais da Primeira Guerra Mundial, teatro de sombras e música de ópera,  frases escritas e apagadas em nuvens de fumaça, formam o pano de fundo para a reflexão sobre conflitos pessoais em meio a situações de violência.

 

Armin Linke (Milão, Itália, 1966) está na exposição com duas fotografias de 1,5m x 3m, “Janela dentro do Ski Dome” e “Janela fora do Ski Dome”. Na primeira, vemos milhares de pessoas esquiando dentro do imponente estádio de Tóquio, e na segunda, em meio à metrópole, pode ser vista sua gigantesca estrutura. Seu trabalho discute as mudanças urbanísticas, antropológicas e culturais nas cidades.  “MICA” (1966), de Michelangelo Pistoletto (Biella, Itália, 1933), é uma pintura de acrílico e cristal de mica sobre tela, de 2,3m x 2m, pertencente à série “Objetos de menos”, em que o artista usa materiais cotidianos para criar o que definiu como “objetos” em lugar de “obras”, um conjunto de coisas díspares, ligadas exclusivamente por sua origem comum no pensamento criativo do autor. Mica é usado em uma série de aparelhos eletrodomésticos. Esta série é considerada chave para o desenvolvimento da arte povera.

 

O arquiteto Aldo Rossi está presente também nesta sala, com a maquete do Teatro “Carlo Felice”, de Gênova (1982-1984), correspondente ao projeto de restauro do edifício do século 19, destruído pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial. A relevância desta obra está na capacidade de dialogar entre arte e arquitetura.

 

“The kiss (let’s play DINASTY!)”, de 2000, de Francesco Vezzoli (Brescia, Itália, 1971), é um vídeo de 6’, com referências a filmes como “Violência e paixão” (1974), de Luchino Visconti, e à famosa série americana “Dinastia”, exibida na televisão nos anos 1990.

 

A Sala 4 é dedicada à instalação “Where is our place?” (“Onde é nosso lugar?”, 2003) do casal de artistas Ilya Kabakov (Ucrânia, 1933) e Emilia Kabakov (Ucrânia, 1945), que trabalha em conjunto desde 1989, em uma produção marcada pelas dimensões monumentais, que criam para o espectador jogos de mudanças de escalas e outras ficções teatrais. “Onde é nosso lugar?” combina três escalas. Acima do público, os pés de dois personagens gigantescos observam quadros emblemáticos da pintura tradicional. Na altura média do olhar do espectador, aparecem quadros menores, cada foto flanqueada por um texto; e sob o piso estará uma fotografia plotada no chão, com paisagens. “Ilya e Emilia Kabakov propõem uma inusitada viagem no tempo e no espaço para induzir uma reflexão crítica coletiva sobre o valor da arte contemporânea e do seu desfrute, em que todo é relativo e, ao mesmo tempo, o passado desacreditado sobrevive no presente, com a expectativa das novas gerações”, explica a curadora. Nesta mesma sala estará a obra “Aurora” (2003), de Mario Airò (Pavia, Itália, 1961), que recria, com uma tecnologia caseira, uma paisagem ao amanhecer.

 

 

Sobre a ENEL

 

A Enel é uma das empresas multinacionais de energia mais atuantes nos mercados globais de energia e gás, com foco na Europa e na América Latina. A Enel opera em mais de 30 países em quatro continentes, com capacidade de geração instalada de cerca de 90 GW e uma rede de distribuição de energia e gás que totaliza, aproximadamente, 1,9 milhão de quilômetros de extensão. No Brasil, a Enel tem uma capacidade instalada de cerca de 1.530,0 MW e atua em diversos segmentos do setor de energia, como geração, transmissão, distribuição e microgeração de energia solar. O grupo também atua no país com geração de energias renováveis por meio da Enel Green Power, que já detém a maior capacidade instalada em energia solar no Brasil.

 

 

Até 11 de setembro.