FOTOS SURREAIS DE FLORIANO MARTINS

26/jun

O Espaço Cultural Citi, Avenida Paulista, São Paulo, SP, inaugurou a exposição “Na mão de Adão cabem todos os sonhos”, considerável acervo de fotografias surreais do poeta Floriano Martins. A curadoria é do renomado crítico de arte Jacob Klintowitz que destacou seleto grupo de imagens para exibição. Segundo Jacob Klintowitz, “…esta mostra teve um dado interessante, pois eu lidei com o excesso: selecionei 30 fotos entre centenas. A fonte, neste caso, parecia inesgotável Também neste caso foi um ato de contenção, pois cada foto permitiria um texto a parte.”.

 

Texto de apresentação

 

Na mão de Adão cabem todos os sonhos.

por Jacob Klintowitz

 

Quem poderá saber que novas galáxias Floriano Martins ainda inventará para apaziguar a sua curiosidade febril e aumentar a nossa surpresa e o nosso prazer?

Floriano Martins não é exatamente um fotógrafo, mas um inventor de imagens fotográficas. A máquina, o computador e o laboratório, são seus instrumentos, da mesma maneira que o pincel e o pigmento são instrumentos do pintor. Ele constrói minuciosos cenários, planeja todos os detalhes das cenas ao ar livre e, simultaneamente, se deixa conduzir pelo improviso, pelo que a paisagem, os modelos humanos e a sua imaginação, sugerem. É deste cadinho, que ferve substâncias variadas, que emergem estas encantadoras cenas. Ao mesmo tempo em que parecem infinitas em suas possibilidades de automodificação, estas fotografias tem uma inquietante estabilidade. Estas estranhas cenas e a sua inesperada beleza, vieram para ficar. A misteriosa mão estendida, recoberta de barro, constituída de barro, mão cerâmica, tem um aspecto ancestral, como se viesse de tempos imemoriais. E é a marca desta série. Mesmo que cada foto seja independente em si mesmo, ainda assim a força da imagem da mão – intuímos que seja capaz de inventar e moldar – simboliza a capacidade de gerar e tornar os sonhos em ficções poéticas e objetivas.

Mão feita de barro, como o mítico primeiro homem da nossa espécie, o homem feito de barro e animado pelo sopro. O pó da nossa matéria e a alma instalada pelo sopro divino. O barro queimado tornado homem cerâmico pelo vento ardente, o Pai Adão. É neste mito, e à semelhança do mito, onde navega a anima de Floriano. Ele mistura, combina, desconjunta, embaralha, estabelece relações entre imagens diversas e inventa novas visualidades.

E nem poderia ser diferente com a produção destas imagens. Floriano Martins é um criador incansável e múltiplo. Ele editou por 10 anos a revista digital “Agulha Revista de Cultura”, das mais lidas da língua portuguesa. E a “Agulha hispânica”, na qual estabeleceu um diálogo intenso entre as culturas dos vários países de língua espanhola. E é um profundo historiador do surrealismo na América Latina.  E é um poeta editado em vários países. E um crítico de cultura, tradutor e letrista.

Quem é Floriano Martins? Trata-se de um Mestre do Inusitado.

 

Até 17 de agosto.

KERTESZ EM SÃO PAULO

05/jun

O Museu da Imagem e do Som, Jardim Europa, São Paulo, SP, apresenta uma extensa mostra do artista húngaro André Kertesz, organizada pela Galerie du Jeu de Paume, Paris. Esse evento – “ANDRÉ KERTESZ, Uma vida em dobro” – é uma restrospectiva da vida de um dos mais importantes fotógrafos do século passado mostrando um grande número de imagens, que traduz o processo criativo de Kertesz, desde o início da sua carreira na Hungria, onde nasceu em 1912, e em Paris, onde foi um dos principais nomes da fotografia « avant-garde » e em Nova York, onde morou por quase 50 anos entre os anos de 1936 e 1985.

 

Até 21 de junho.

MIGUEL RIO BRANCO NA SILVIA CINTRA + BOX4

29/mai

Miguel Rio Branco escolheu quinze trabalhos de diferentes períodos em sua carreira para a mostra “La Mécanique des Femmes”, na galeria Silvia Cintra + Box4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, o artista volta – novamente – para a mulher, desta vez, de forma mais suave. A condição paradoxal da mulher contemporânea, do oriente ao ocidente, e temas atemporais como mistério, poder, submissão e sensualidade, aparecem nos trabalhos de forma nada óbvia ou literal. “La Mécanique des Femmes é poesia, e poesia não se explica”, diz o artista.

 

Miguel, que desde 2007 mora em Araras, região serrana do Rio de Janeiro, tem se dedicado a montar labirintos de árvores, pedras e outros materiais. “O feminino na sociedade ocidental perdeu muito de sua função terra, do momento em que a mulher atual também assume características predadoras como as dos homens”, diz ele. E este paradoxo aparece em “Casamento Cigano”, tirada na Bahia, em 1984 e “Diálogo Romano”, em 2008. Miguel se volta novamente à experiência no Japão no imenso painel que dá o nome à exposição e que tomará conta de um lado a outro de uma das paredes da galeria. “Tetas de Santiago”, “Maria Leôncia”, esta última feita na ocasião que percorreu os caminhos de Simon Bolivar, resgatam o ácido olhar do fotógrafo. Para ele é curioso lembrar que as primeiras fotos de mulheres que teve contato na vida foram aquelas que estão ao alcance de todos. A modelo de editoriais de moda, os nus literais das revistas masculinas. As mesmas revistas que o levaram depois de seu começo com pintura à fotografia como expressão artística.

 

Nascido em 1946, filho de diplomata, bisneto do barão do Rio Branco e neto do caricaturista J. Carlos, Miguel Rio Branco ganhou em 2010, um pavilhão no centro de arte contemporânea de Inhotim (MG). Espaço que considera a mais instigante proposta de comunhão arte e natureza.

 

De 31 de maio a 30 de junho.

REFLEXOS NA ÁGUA

28/mai

Paulo Gouvêa Vieira

O fotógrafo Paulo Gouvêa Vieira apresenta a exposição “Olhar sobre a Água do Jardim de Alah”. O local escolhido é o tradicional point do Garden, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. A exposição é uma homenagem ao Jardim de Alah. Paulo Gouvêa Vieira registrou todo o cenário ao redor do canal visto através do reflexo na água. Para registrar as 63 imagens que compõem a série, Paulo usou apenas a câmera digital, sem nenhum outro equipamento de luz, e não fez retoques nas imagens. O que vemos são exatamente os reflexos captados do espelho d’água. Paulo Gouvêa Vieira, com sua forma peculiar de ver e interpretar o mundo, registrou no reflexo da água do Jardim de Alah, prédios, árvores, pessoas, postes, carros no trânsito. O resultado é um Jardim de Alah único e surpreendente. As imagens são fiéis ao que podemos ver refletido no espelho d’água. Paulo selecionou 22 das 63 imagens que registrou. A escolha do Garden, para abrigar a exposição, se deu justamente por ser um ponto tradicional na região e representar o clima do entorno do Jardim.

 

De 29 de maio a 30 de setembro.

REEDIÇÃO DE 1985

18/mai

O Museu de Arte Sacra de São Paulo, Bairro da Luz, São Paulo, SP,  apresenta “Luz da Fé – Fotógrafos Brasileiros Anos 80″, exposição com 49 fotografias realizadas nos anos de 1980, registros da devoção do povo brasileiro através de procissões, festas e outras representações de caráter religioso. A mostra, que obedece a curadoria do crítico de arte Paulo Klein, é um recorte de “Andores, Opas e Anjos: Passa a Procissão”, organizada pelo Pe. Antonio de Oliveira Godinho, exibida no mesmo museu em 1985. Entre os principais objetivos do curador para a mostra está o resgate do aspecto temático das imagens ligadas à religiosidade, observando a poética e os elementos estéticos de fotógrafos que atuavam em diversos setores da fotografia brasileira no período, tais como Adenor Gondim, Aristides Alves, Cláudio Versiani, Edu Simões, Juca Martins, Miguel Chikaoka, Nair Benedicto, Paulo Leite, Pedro Vasquez, Penna Prearo, Ricardo Malta e Rosa Gauditano, integrantes da atual reedição. A comunicação com o sagrado, que pode ser representada pela chama de uma vela, como sugere o título, é o tema que permeia essas obras. “Luz da Fé” visa contribuir com a memória da devoção brasileira para que ela não se perca, para que a chama dessa vela não se apague.

Até 29 de julho.

INVENTÁRIO DA PELE

28/abr

A mostra “INVENTÁRIO DA PELE – Fotografia Contemporânea Brasileira”, exposição coletiva sob curadoria de Eder Chiodetto, que a SIM Galeria, Batel, Curitiba, Paraná, apresenta, tem a intenção de investigar a forma como artistas revisitam a história das técnicas de ampliação para expandir o território de possibilidades de expressão pela fotografia. Unidos pela obstinação com que pautam suas pesquisas técnicas, os nove artistas selecionados para a mostra compreendem a fotografia fora de seu lugar-comum, utilizando-se de inúmeras estratégias poéticas para travar um diálogo com sua história e sua apresentação ao longo dos anos. Jornalista, curador independente e responsável pelo Clube de Colecionadores de Fotografía do MAM, de São Paulo, Chiodetto é Mestre em Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Ele explica a escolha do título: “Inventário da Pele” investiga o legado da fotografia, os avanços técnicos e conceituais dessa linguagem que ocorre em sobressaltos, recuos e retomadas numa história que se desenvolve de forma elíptica. A pele é a metáfora da superfície, da película, da epiderme da fotografia que os artistas nessa mostra reelaboram e recriam de acordo com suas necessidades para alcançar determinadas atmosferas nas suas representações”. Na mostra apresentada podem ser observadas as “…estratégias de corte e colagem de Cássio Vasconcellos e Julia Kater; nas séries de daguerreótipos de Cris Bierrenbach; ou nas ampliações artesanais feitas por Kenji Ota…trabalhos imbricados com outras linguagens, como nas obras de Tony Camargo e Romy Pocztaruk, que se situam em “zonas de intermédio” com a pintura e o vídeo, respectivamente…a obra de Rosângela Rennó, impressa em chapas de inox, mostra pessoas segurando retratos de parentes desaparecidos. Conteúdo e forma se unem para criar um verdadeiro “campo de batalha das representações”, como define Chiodetto. E ainda Cristiano Lenhardt, em “…sua série de dobraduras feitas com papel fotográfico expostos à luz e Leticia Ranzani, com delicadíssimas paisagens impressas em saquinhos de chá usados”, completam o grupo de artistas da mostra.

Até 02 de junho.

NOVAS FOTOS DE RENAN CEPEDA

11/abr

No conjunto de 16 fotografias de diversos formatos na exposição individual que apresenta na Galeria Tramas, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, o fotógrafo Renan Cepeda traz novos pontos de vista da paisagem carioca. Em “Daqui se vê”, ele traduz em imagens que parecem ter a intenção de deixar velada a época em que foram realizadas, conferindo uma atmosfera de sonho e de atemporalidade, efeitos do filme infravermelho. O artista acredita que vive em uma cidade feia encravada num lugar naturalmente maravilhoso, que nunca vai se deixar dominar. A beleza vencendo o caos, um fenômeno que pretende provar ser possível. Renan Cepeda fotografou o Rio nesta última década com sua técnica especial. Seu trabalho não é demarcado por “fases”, ou seja, sempre que desenvolve uma técnica utiliza sua invenção para sempre. Assim é com as fotografias noturnas em light painting, material super premiado, que hoje é finalista do “World Photography Award 2012″.

De 12 de abril a 02 de maio.

LIVRO DE NAN GOLDIN

05/abr

Sábado, 7 de abril, entre 16h e 19h, acontece o coquetel de lançamento do catálogo-livro “Heartbeat”, Editora Barléu, sobre a exposição de Nan Goldin, no espelho d’água próximo à Cinemateca do MAM – Rio, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Esta é a primeira publicação sobre a artista no Brasil. A mostra se encerra, no domingo, 8 de abril. Durante o evento, aberto ao público, o DJ Andrei Britto toca uma  set list baseada na trilha sonora dos slideshows da artista. O som vai de Lou Reed e Velvet Underground a Maria Callas cantando a ópera “Norma” e Björk e o Brodsky Quartet, interpretando a composição de Sir John Tavener, “Prayer of the heart”. Sob patrocinio da Secretaria de Estado de Cultura, através da lei de incentivo, “Heartbeat” tem 112 páginas, 59 imagens, formato 23 x 30 cm, capa dura e tiragem de 2.000 exemplares. Além dos textos críticos dos curadores Ligia Canongia e Adon Peres, o livro inclui uma seleção de fotos presentes na mostra e outras inéditas, como a série de imagens de travestis que Nan Goldin fez em São Paulo, em 1996. “Heartbeat” tem organização editorial de Ligia Canongia, edição de imagens da Nan Goldin e design gráfico de Fernando Leite.

FOTOS NA MURILO CASTRO, BH

25/mar

Três meses após exposição individual na Sala Maristella Tristão, no Palácio das Artes, o fotógrafo Fábio Cançado volta a  expor seu trabalho,  agora sob a tutela exclusiva da Galeria Murilo Castro, Savassi, Belo Horizonte, MG. Em “A Visita do Olhar”, o artista monta uma coletânea  voltada para uma seleção do seu olhar da produção de imagens do  último ano, entre fotografias em grande formato e vídeos  já exibidos, e outras  inéditas com introduções a novas pesquisas, cuja base continua sendo as imagens mostradas na individual  “A Sombra Encorporada“, que  segue logo em seguida para montagem no Centro Cultural da Usiminas em Ipatinga. Egresso da efervescente geração dos anos 80 que promoveu o audiovisual à categoria de arte, o fotógrafo resgata o trabalho autoral e se firma como um dos grandes propositores da nova fotografia em Minas Gerais.

Até 07 de abril.

FELLINI NO MOREIRA SALLES/RIO

05/mar

O Instituto Moreira Salles, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, abre a exposição “Tutto Fellini”, com cerca de 400 itens reveladores do universo do genial cineasta Federico Fellini. Fotografias de bastidores, desenhos feitos pelo próprio diretor, revistas de época, cartazes, entrevistas e trechos de filmes compõem a mostra, que exibe muitos documentos inéditos. A curadoria é de Sam Stourdzé, diretor do Musée de l’Elysée, Lausanne, Suíça. Já tendo passado por Paris, San Sebastián, Moscou e Toronto, a mostra será exibida em São Paulo, no Sesc Pinheiros, em julho deste ano. Paralelamente à exposição, haverá uma mostra de filmes.Serão apresentados mais de 20 filmes, entre eles “Mulheres e luzes”, “As noites de Cabíria “, “A estrada da vida”, “Julieta dos espíritos”, “Oito e meio”. De 10 de março a 17 de junho.