Série ‘Nós’

09/out

O fotógrafo Paulo Gouvêa Vieira estreia na edição 2012 da Casa Cor, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, com a série “Nós”, sob curadoria do arquiteto Chicô Gouvêa. As 51 imagens, selecionadas a partir de um total de 220, mostram detalhes da natureza flagrados em close de nós de arames farpados. Borboletas, gotas de orvalho, teias de aranha, por do sol, lua… A interação da natureza com os arames farpados surpreende pela beleza e riqueza visual.

 

Feitas em diferentes cenários – não há arame farpado repetido – as fotos são o resultado de um trabalho realizado entre os anos de 2009 e 2010, em Itaipava e Arco Verde, interior de Pernambuco. Todas as fotos foram feitas com luz natural e não passaram por corte, tratamento ou qualquer outra interferência.

 

Entre as curiosidades que envolvem o trabalho está o fato de as fotos serem únicas, nenhuma foi refeita. Para ambientar o espaço de 61 metros, que dá acesso a diferentes ambientes da Casa Cor, Chicô Gouvêa escolheu imagens que “conversam entre si” e formam uma composição independente do que representam isoladamente.

 

Até 19 de novembro.

Exposição de Luiza Baldan

07/out

A fotógrafa Luiza Baldan apresenta coletânea de trabalhos recentes no Centro Carioca de Design/Studio X Rio, Praça Tiradentes, Rio de Janeiro, RJ. A exposição, “São Casas”, recebeu curadoria assinada por Guilherme Bueno e reúne 20 fotografias e uma videoinstalação de projetos de residências realizados entre 2009 e 2011 como “Natal no Minhocão”, “Pinturinhas”, “De murunduns e fronteiras”, “Insulares”, “Marginais”, “Serrinha” e “Beira”.

 

Luiza Baldan seleciona áreas urbanas transfiguradas por construções arquitetônicas para viver durante um mês e trabalhar através da experiência do habitar. Foi assim que a artista viveu por um período no Conjunto Habitacional Pedregulho, em Benfica; no condomínio de luxo Península, na Barra da Tijuca e no Conjunto Residencial Rapozo Tavares, o Rapozão, em Santa Teresa.

 

Os deslocamentos têm sido também deslocamentos de olhar ou, mais do que isso, a criação de “outro” olhar a partir da experiência que um lugar estrangeiro desencadeia. Não se trata de documentar a experiência, mas de produzir ficção a partir dos fatos cotidianos. Entre residências, mudanças, errâncias e cidades, Baldan se habituou ao trânsito e ao transitório, e seu olhar vem acompanhando o percurso, ora cinematográfico, ora pictórico, mas sempre fotográfico. A artista trabalha diretamente com a sua memória em relação ao morar. O cinema, a pintura e a literatura atravessam suas imagens, sempre marcadas pela convivência com a arquitetura, com o espaço construído.

 

Sobre a artista

 

Nasceu no Rio de Janeiro, 1980.  Mestre e bacharel em Artes Visuais pela UFRJ , Rio de Janeiro, 2010, e Florida International University, Miami, 2002. Selecionada pelo programa Rumos Artes Visuais 2011–2013 do Itaú Cultural e premiada com a bolsa-residência no CRAC Valparaíso; recebeu o XI Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Funarte, 2010, o prêmio aquisição na 1ª Mostra de Fotografia CCSP, 2008, além dos internacionais Color Express Award e Brown L. & Marion Whately Scholarship, 2002.

 

De 09 de outubro a 13 de dezembro.

Roger Ballen no MAM-Rio

04/out

O MAM-Rio, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição retrospectiva do artista americano radicado na África do Sul, Roger Ballen, um dos fotógrafos contemporâneos mais importantes de sua geração. “Roger Ballen – Transfigurações, Fotografias 1968-2012” é a primeira grande exposição na  América Latina do artista, que recentemente teve retrospectivas em grandes instituições dos Estados Unidos e da Europa.

 

A exposição apresentará uma seleção de trabalhos de Roger Ballen, que datam desde a década de 1960 até os dias de hoje, possibilitando ao espectador a observação do processo de desenvolvimento da obra do artista. Ballen começou a fotografar aos 18 anos e menos de uma década depois se mudou para a África do Sul, onde ainda reside.  A partir dos anos 1980, ele passa a fotografar com câmera de médio formato, que exige uma abordagem mais consciente e meticulosa frente a seus objetos, e que resulta na imagem quadrada que utiliza até hoje.

 

A série “Platteland”, publicada em livro em 1994, ano em que Nelson Mandela seria eleito presidente, atraiu a ira dos setores conservadores da África do Sul, fazendo com que Ballen chegasse a ser preso diversas vezes, e a sofrer ameaças de morte por seu trabalho. A partir de 1995, Ballen começa a ter reconhecimento internacional. Abandona a prática da fotografia documental e começa a desenvolver, a partir da série “Outland”, uma nova linguagem, fundamentada nas teorias junguianas. Essa fotografia repleta de ambiguidades e criadora de uma estética do grotesco culmina em “Shadow Chamber” e “Boarding House”. Ballen continua trabalhando com uma Rolleiflex – mesma câmera analógica empregada em “Dorps” há 30 anos –  e se mantém, até o momento, distante das manipulações digitais. As fotos são todas em preto e branco.

 

Com curadoria de Daniella Géo, brasileira radicada na Bélgica, a exposição cobre desde os primeiros anos da trajetória de Ballen até o seu projeto mais recente. São oito séries fotográficas e mais de cem obras, que abrangem a produção do artista, apresentadas em um espaço labiríntico, projetado pelo arquiteto belga Koen Van Synghel, ganhador do Leão de ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2004.  Daniella Géo é doutoranda em artes visuais pela Université de la Sorbonne Nouvelle, Paris.

 

“Roger Ballen – Transfigurações, Fotografias 1968-2012” terá um catálogo bilíngue, com textos de Luiz Camillo Osorio, Philippe Dubois, Koen Van Synghel e uma conversa entre a curadora e o artista. O design é da Mameluco.

 

Sobre o artista

 

Nascido em Nova York, em 1950, vive e trabalha em Joanesburgo, África do Sul. Roger Ballen expôs individual e coletivamente em diversas instituições internacionais, tais como George Eastman House, Rochester, exposição retrospectiva nomeada finalista na categoria de melhor exposição de 2010 do Lucie Awards, considerado o Oscar da Fotografia; Gagosian Gallery, NY, uma das diversas galerias de arte que o representa; Sala Rekalde, Bilbao; Berlin Biennial; Wurttembergischer Kunstverein, Stuttgart; Sydney Biennale, Australia; National Library of Australia; PhotoEspana, Madri, onde recebeu o prêmio de melhor livro monográfico em 2001; Iziko South African National Gallery, Cidade do Cabo; State Museum of Russia, São Petersburgo; Bozar, Brussels; Hasselblad Center, Gutenberg; Kunsthaus, Zürich; Triennale, Milan; Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris; Festival de la Photographie d’Arles, onde foi selecionado como fotógrafo do ano de 2002; Biblioteque Nationale, Paris; Noordelicht, Amsterdã; Kunstal Museum, Rotterdã; BIP 2010, Biennale internationale de la Photographie, Liège, Haus der Kulturen der Welt, Berlin; Victoria and Albert Museum, Londres; Zacheta National Gallery, Varsóvia; New Museum, MoMA-NY etc. Suas exposições individuais figuraram entre as Top 10 Exhibitions da ArtForum, nos anos 2002 e 2004.

 

As fotografias de Roger Ballen fazem parte das coleções: MoMA, NY; Brooklyn Museum, NY; Museum of Fine Arts, Houston; Centre Georges Pompidou, Paris, França; Maison Européenne de la Photogrpahie e Musée Nicephore Niepce, França; Fotomuseum, Munique, Alemanha; Victoria & Albert Museum, Londres, Inglaterra; Stedelijk Museum, Amsterdã, Holanda; Hasselblad Center, Gothenburg, Suécia, entre outros.

 

 

Exposição: De 03 de outubro a 02 de dezembro.

 

Palestra: No dia 04 de outubro, às 19h30, haverá uma palestra de Roger Ballen, no Parque Lage, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ.

Ponto Cego/Miguel Rio Branco

27/set

Carro-doce

“Ponto Cego”, individual de Miguel Rio Branco, é uma das principais exposições de artes visuais realizadas pelo Santander Cultural, Porto Alegre, RS, em 2012. São 110 criações que representam a multiplicidade do artista, possuidor de um domínio no emprego de cores, fato de reconhecimento internacional como uma das maiores manifestações poéticas da arte contemporânea.

 

O recorte de obras produzidas entre 1986 e 2012 atesta o vigor da expressão criativa de Miguel Rio Branco. Trata-se de quase cinco décadas de criação do artista que nasceu na Espanha, em 1946, uma diversida poética da imagem e da fotografia que permitem refletir sobre o seu trabalho.

 

Paulo Herkenhoff, crítico de arte e curador da exposição, selecionou obras que traduzem a extensa produção fotográfica, pictórica, fílmica, de livros e projetos do artista. A disposição dos trabalhos não obedece ordem cronológica ou temática e muito menos por técnicas. A montagem é organizada para propiciar ao público um contato com o esforço vital do artista na elaboração de sua expressão.

 

Sobre o artista

 

Brasileiro nascido por acaso nas Ilhas Canárias, na Espanha (é filho de um diplomata, além de neto do gênio carioca das artes gráficas Jota Carlos), Miguel Rio Branco é frequentemente descrito como o único fotógrafo do país a integrar a agência Magnum. As fotos de Miguel Rio Branco são frequentemente mostradas em exposições e revistas internacionais e estão documentadas em 4 livros: “Dulce Sudor Amargo ” (85, México), “Nakta”, com poema de Louis Calaferte (96-Paraná), “Miguel Rio Branco” com ensaio de Davi Levi Strauss (ed. Apertur/ Cia das Letras) e “Silent Book” (ed. Cosac Naify) em 98.

 

Como pintor, realizou duas exposições, em 1964 na Galeria Alikerkeller, Berna, Suiça e em 1989, na Galeria Saramenha, Rio de janeiro, RJ. O artista já dirigiu 14 curtas-metragens e fotografou 8 longas, muitos deles premiados. No Brasil, Miguel Rio Branco participou de mostras em várias cidades, participando inclusive da Bienal Internacional de São Paulo, nas edições de 1967, 1983 e 1998;  de exposições no MAM/RJ e na Bienal Internacional de Fotografia de Curitiba, PR, em 1996; mostra de arte no MAM/RJ na Eco -92. No ano 2000, realizou exposições na Grécia, França, Espanha, Bélgica e Estados Unidos e participou do módulo de Arte Contemporânea do evento “Brasil+500″. Em 2010 foi inaugurado o pavilhão Miguel Rio Branco em Inhotim, MG.

 

Até 11 de novembro.

Antonio Dias na Athena Contemporânea

20/set

Há 8 anos sem expor em uma galeria no Rio de Janeiro, Antonio Dias apresentará suas obras, pela primeira vez, na Galeria Athena Contemporânea, Copacabana, espaço dirigido por Filipe e Eduardo Masini.

 

Em mais uma parceria curatorial de Vanda Klabin e a galeria, Dias exibe uma série de dez dípticos. São fotografias, produzidas no final da década de 80, impressas sobre tela, a partir de originais em polaróide. No processo, o artista faz intervenções sobre a superfície da foto enquanto ela está se revelando. Em seguida, estas imagens são digitalizadas, passam por ajustes de cor e a impressão sobre tela se dá sob luz ultravioleta, que faz com que a tinta se texturize mais na superfície do suporte.

 

Expoente da arte brasileira nas últimas décadas, Antonio Dias é autor de uma intensa e marcante produção em diversos suportes, que tiveram início a partir dos anos 60, e o transformaram em referência na história da arte contemporânea internacional. A sensualidade, o mistério, a evolução e as mutações das obras, através das mudanças sociais, culturais e políticas, são marcantes na criativa e admirada trajetória do artista.

 

Sobre o artista

 

Antonio Dias participou em 1965 da emblemática mostra “Opinião 65″, no MAM-Rio, quando também realizava a sua primeira exposição individual na Europa, onde ganhou o prêmio de pintura na IV Bienal de Paris. Ainda, no mesmo ano, recebeu o Prêmio Jovem Desenho Brasileiro, do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

Com estes destaques conquistados já no princípio de sua carreira e ao se mudar em 1968 para Milão, e posteriormente, ter residência oficial em Colônia, na Alemanha (sem abandonar seu ateliê na cidade italiana e sua ligação com o Rio de Janeiro), o artista alcançou relevante projeção internacional. Ao longo de 40 anos, Antonio Dias realizou numerosas exposições individuais e participou de muitas coletivas no Brasil e no exterior. O artista é conhecido por expressar poesia, política, sexualidade e reflexões que tornaram sua produção singular marcante  no cenário contemporâneo internacional.

 

De 20 de setembro a 19 de outubro.

A nudez por Luiz Garrido

31/ago

A Galeria Tempo, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Nudes”, exposição individual de fotografias de Luiz Garrido. O artista ganhou notoriedade fotografando moda e publicidade, atividade a que se dedicou assiduamente a partir dos anos 70.

 

Realizou, nos últimos anos, um ensaio de nus femininos, clicando modelos em seu estúdio. O resultado dessa série é o que ele apresenta nesta mostra: 10 obras – exibidas pela primeira vez em uma galeria – imagens individuais, dípticos e trípticos, sempre em preto e branco, marca registrada do fotógrafo. Garrido é um profissional de expressão na cidade do Rio devido a tudo que vivenciou e construiu em sua carreira.

 

Ao longo do tempo, reuniu uma galeria de retratos de personalidades, que ele intitula “Heróis”, exibida em diversas ocasiões na cidade do Rio de Janeiro e no livro “Retratos – técnica, composição e direção“ , lançado pela editora iPhoto em 2011, com personalidades nacionais como Tom Jobim, Oscar Niemeyer, Cauby Peixoto, Maitê Proença, Rogéria e Betinho, são alguns dos “heróis” retratados por ele de forma criativa e inusitada.

 

“O trabalho de Garrido reflete o seu temperamento irreverente. A série de nus alia simplicidade e sofisticação, sensualidade e delicadeza; tudo feito com inquestionável domínio técnico. A precisão dos gestos e do enquadramento resulta em imagens de corpos ora esculpidos ora desenhados pela luz, feitas pelo  olhar experiente de um artista que transita com naturalidade no estúdio fotográfico” , comenta Marcia Mello, que assina a curadoria da exposição.

 

Até 27 de outubro.

ADRIANA BARRETO

30/jul

A galeria Amarelonegro Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição individual “Em preto e branco” de Adriana Barreto. Nesta mostra Adriana Barreto apresenta pinturas da série “Notações” além de esculturas, fotografias e um vídeo. A predominância das cores preto e branco nas suas pinturas e esculturas revela uma estética reducionista que caracteriza toda a sua produção.  As obras da artista conciliam meios diversos como a dança, o cinema ou as artes visuais. O confronto entre a matéria e as linhas destas pinturas sugere corpos em movimento numa dança contínua. Em suas esculturas, a organicidade das formas estão submetidas a um rigoroso exercício de equilíbrio. Tais como corpos, mantêm-se de pé pelo equilíbrio e pela gravidade. Noutros casos, tombam, mantendo-se totalmente ao chão. Transitando também pelos meios tecnológicos, Adriana apresenta a série fotográfica “No côncavo da mão” além do vídeo “O menor espaço para o corpo”. Em suas fotografias a mão é apresentada como um lugar-espaço orgânico capaz de moldar (e agregar) tudo que é matéria; no vídeo, uma bailarina caminha nas pontas dos pés lutando pelo equilíbrio e revelando lugares ao marcar cada passo.

 

Até 24 de agosto

PAULO DARZÉ EXIBE RODRIGO FROTA

12/jul

O jovem fotógrafo cearense Rodrigo Frota realiza na Paulo Darzé Galeria de Arte sua primeira exposição individual na Bahia. Nessa exposição individual Rodrigo mostra 25 trabalhos em dimensões variadas. A fotografia de Rodrigo Frota, no dizer do artista e crítico José Guedes tem nesta exposição “alguns momentos com belíssimas paisagens de captura aérea, a eliminação da linha de horizonte (como em Monet) causa um efeito desconcertante que exige do expectador uma aproximação em busca de referências que lhe restitua o equilíbrio no espaço. Em outros, mais formalmente abstratos, a aproximação também se faz necessária para que se capte detalhes que redimensionam e enriquecem a primeira visão. Até mesmo nas fotografias mais claramente figurativas, o desfoque, o movimento e a saturação da cor enfatizam o aspecto pictórico da imagem, a transcendência da realidade. Rodrigo Frota é um profissional inventivo, sensível, e rigoroso em todos os processos  da elaboração de seu trabalho; do ângulo do click ao tipo de impressão das imagens, da temperatura cromática ao emolduramento. Eis um artista de quem temos muito o que esperar”.

 

 Sobre o artista

 

Rodrigo Frota nasceu em 1984. Começou seus estudos na fotografia quando foi morar na Suíça, em Rolle, uma pequena cidade entre Lausanne e Genebra, onde viveu durante três anos, de 2000 a 2003, cursando o segundo grau no Institut Le Rosey – Suiça – IGCSE Exams – Arts e estudos de extensão no Curso de Fotografia (Básica e Avançada) e na área de técnicas artísticas e história da arte.

 

Seus trabalhos estão publicados em importantes jornais e revistas como O Globo, Diário do Nordeste e revista Bravo!, Vogue, Jornal O Povo, Universidade de Fortaleza, Revista Joyce Pascowitch – Estilo.

 

Realizou exposições coletivas em 2009 na XVI Unifor Plástica – Espaço Cultural UNIFOR, Fortaleza; 2006, Paralelo Vertical – Palácio da Independência, Lisboa, Portugal; Paralelo Vertical – Iguatemi, Fortaleza, Brasil; e 2004, Mostra Universitária – UNIFOR, Fortaleza. Em individuais realizou em 2011 Pictoriais – Museu de Arte Contemporânea – CDMAC; 2009, Fragmentos de Viagem – Centro Cultural Dragão do Mar. Foi premiado com Menção Honrosa – XVI Unifor Plástica – Fotografia e na 1ª Mostra Universitária – UNIFOR.

 

De 14 de julho a 11 de agosto.

“JOÃO & ANTONIO” NA H.A.P.

09/jul

O designer de jóias Antonio Bernardo e o fotógrafo João de Orleans e Bragança estão juntos na nova iniciativa da galeria H.A.P, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ. Os dois apresentam obras inéditas na exposição “João & Antonio”, que inaugura o “Casa 11 Projetos” e “Casa 11 Photo”, dois novos núcleos que a marchande Heloísa Amaral Peixoto apresenta à cidade.

 

Antonio Bernardo, que nunca se aventurou no circuito das galerias de arte, lança sua primeira exposição no meio das artes plásticas. São 8 objetos expostos, feitos em prata sterling 925, que fazem uma reflexão sobre movimento, escala e formas. Fato inédito na carreira de Antonio Bernardo.

 

João de Orleans e Bragança lança uma mostra de 35 imagens. O reflexo dos barcos sobre as águas da baía de Paraty serviram de inspiração para este ensaio fotográfico que mais parece uma série de pinturas abstratas. As imagens não passaram por nenhum tratamento, elas são fiéis ao que podemos ver refletido no espelho d’água sobre as águas da baía de Paraty, onde o fotógrafo reside grande parte do tempo. Os elementos gráficos e abstratos, que sempre estiveram presentes em seus trabalhos documentais, agora são levados ao auge.

 

Palavras dos artistas e da marchande

 

Antonio Bernardo

 

“Nem jóia, nem design, nem escultura, são experimentais. Gosto de chamar de objetos de atelier.”

“Gosto de produzir coisas, de ver a transformação delas”.

“A partir daí passei a olhar o que estava pesquisando e percebi que, experimentando variação de escala, poderia transformar alguns projetos em interessantes objetos.”

 

João de Orleans e Bragança

 

“Já tinha feito fotos de proas de barcos, que sempre me despertaram interesse. Aí acabei reparando no espelho d’ água e sua infinidade de cores e formas, foi daí que surgiu a idéia de fazer essas fotos”.

 

Heloísa do Amaral Peixoto 

 

“A iniciativa surgiu de uma vontade de ampliar as atividades da galeria. Com esses núcleos terei oportunidade de trazer um outro movimento de artistas. É um espaço para diversificar áreas, que também tenho grande interesse, e que de alguma forma se complementam.”

 

De 14 de julho a 18 de agosto.

FATOS REAIS E PROVOCADOS

05/jul

Chama-se “Cenas vertiginosas” a exposição de fotografias de Roberto Schmitt-Prym, mostra comemorativa aos 27 anos da Arte & Fato Galeria, bairro Petrópolis, Porto Alegre, RS. Comandada desde sua criação pelo marchand Decio Presser (e Milton Couto), encontra-se acrescida do nome do artista plástico Otto Sulzbach como novo associado. Galeria especializada no lançamento de artistas jovens, a Arte & Fato é responsável por boa parte de valores locais que hoje encontram ressonância nacional, dentre os quais se destacam Lia Menna Barreto, Jailton Moreira, Fernando Limberger, Heloisa Schneiders da Silva, Karin Lambrecht e Maria Lúcia Catanni. Artista de múltiplas atividades, Schmitt-Prym pertence atualmente ao núcleo diretivo oficial da cultura no Rio Grande do Sul. A curadoria da mostra ocorre sob a curadoria da teórica de arte Ana Zavadil.

 

Texto da curadora Ana Zavadil

 

Entrar no mundo da fotografia é percorrer caminhos que apontam para o lugar de contaminação, apropriação, atravessamento, releitura, identidade e memória. Esse lugar híbrido por excelência e rico em possibilidades representa uma das linguagens mais utilizadas na arte contemporânea. Entre o segundo único que captura a imagem e a possível repetição infinita desta, entre um e outro, está o fotógrafo-artista. São de suas escolhas subjetivas, seus enquadramentos e seus recortes que vamos fruir o que nos é dado a ver. O corte atinge de modo certeiro o tempo e o espaço e pereniza um instante. Philippe Dubois afirma que o tempo não é contínuo, uma vez que esse instante é arrancado da realidade e congelado do tempo cronológico.

 

Entrar na obra de Roberto Schmitt-Prym é pisar em terreno minado, onde todo o cuidado é pouco. A exposição propõe um percurso poético, em que cenas vertiginosas são um convite e, ao mesmo tempo, uma provocação ao imaginário do espectador. A liberdade e o domínio do artista, ao se colocar atrás da câmara, são despojados de preconceitos, e o resultado do seu fazer são imagens que referenciam um repertório de cenas sensuais, íntimas e eróticas que evocam o prazer, o clímax.

 

Dois conceitos estruturam as imagens na escolha da narrativa visual: o voyeurismo, quando cenas de pessoas sem o seu conhecimento são captadas, e o exibicionismo, no momento em que o filme é realizado com a aquiescência de suas intérpretes.

 

O processo criativo potencializa dois meios: o filme e a fotografia. Essa combinação engendra novas visualidades, uma vez que a fotografia vai extrair do filme cenas em movimento. O processo estético envolve a obtenção do produto final por meio do High Dynamic Range (HDR), técnica fotográfica em que são tiradas três fotografias: normal, subexposta e superexposta. O resultado dessa técnica apresenta um contraste muito alto e a distorção das cores.

 

A escolha das fotografias para a mostra foi feita a partir de um banco de imagens que constitui uma pesquisa de mais de cinco anos. As cenas eleitas são aquelas com equilíbrio entre o fato real e o provocado, ou seja, a perfeita sintonia entre figura e fundo. No fato real, representam a figura feminina em cenas eróticas e sensuais envolvidas em seu próprio prazer. No fato provocado, a luz corrobora a invenção do espaço e é usada como ferramenta construtiva, criando um fundo de intensos contrastes e cores. O efeito visual encanta e a tendência do olhar é percorrer o contorno dos corpos de modo ininterrupto, atravessando as transparências. A luz transborda a imagem criando cores fortes e cenários exóticos para as figuras. A névoa e o disforme também são resultados dessa tripla operação (HDR). O poder espacializante da luz atinge toda a superfície fazendo emergir o erotismo das figuras em contraponto, que cria certo mistério e instiga para o imaginativo, despertando o desejo de ver a cena por inteiro. É um convite velado para o observador mergulhar no abismo, na vertigem.

 

Desde 1990, data de sua primeira exposição individual de fotografia, no MARGS, Roberto Schmitt-Prym percorre uma jornada no campo dessa técnica. Contudo, é a primeira vez que se dedica a esse tema. O insight para essa pesquisa, que ora vemos o resultado parcial, ocorreu a partir da observação de uma imagem registrada por Edward Weston, em que ele fotografa o momento de um orgasmo de sua mulher, a fotógrafa e ativista italiana Tina Modotti.

 

Schmitt-Prym deu mostras de sua liberdade e fantasia, mas, sobretudo, de sua segurança e sua erudição inequívocas na realização deste trabalho. Ao mostrar Cenas Vertiginosas, ele transmuta a imagem com carga erótica de mero estatuto de produto de consumo para dar a ela outro significado na cultura visual. Se a banalização do sexo e do prazer for vista com os olhos da sensualidade, estes poderão ser reconduzidos a outra escala como objeto de reflexão sobre a sociedade em que vivemos.

 

De 07 a 27 de julho.