Artista representado e seu legado.

26/mai

A Galatea, São Paulo, SP, anuncia a representação do artista Paulo Roberto Leal (Rio de Janeiro, 1946 – Rio de Janeiro, 1991) e seu legado.

Ao longo de sua carreira, Paulo Roberto Leal trabalhou com pintura ao mesmo tempo que se manteve em constante experimentação com materiais e suportes não convencionais. Desenvolveu, a partir do início da década de 1970, uma produção marcada pelo rigor formal e pelo interesse nas qualidades plásticas do papel, aprofundando-se de modo autodidata na investigação dos limites da pintura e da visualidade construtiva. Sua obra é atravessada pela pesquisa em torno da materialidade do suporte e dos processos repetitivos e modulares. Utilizou com frequência papéis kraft e papéis nobres, tecidos costurados e caixas acrílicas, criando objetos e composições que questionam as fronteiras entre pintura, escultura e instalação.

O artista participou de duas Bienais de Veneza, em 1972 e 1980, ocasião em que teve destaque especial, além da 11ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1971, onde foi premiado. Em 1984, foi cocurador da histórica mostra “Como vai você, Geração 80?”, realizada na EAV do Parque Lage, no Rio de Janeiro – marco da arte brasileira daquela década. Em 1993, Roberto Pontual foi um dos fundadores do Projeto Concreto/PRL, criado com o objetivo de preservar e difundir a obra do artista. Em 1995, o MAM Rio implantou o Centro de Referência Iconográfica e Textual Paulo Roberto Leal, preservando a documentação deixada pelo artista.

Entre as exposições inidivuais e coletivas recentes, destacam-se: Moments in Modernism (Coletiva, Art Gallery of Ontario, Toronto, 2025); Estado bruto (Coletiva, MAM Rio, Rio de Janeiro, 2021); Casa carioca (Coletiva, MAR, Rio de Janeiro, 2021); Espaços articulados (Individual, Paço Imperial, Rio de Janeiro, 2015); Sensitive Geometries (Coletiva, Hauser & Wirth, Nova York, 2013); Da matéria nasce a forma (Individual, MAC Niterói, 2007). Suas obras integram importantes coleções públicas, como o Museu de Arte de São Paulo (MASP), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói) e a Art Gallery of Ontario (Toronto, Canadá).

A Galatea agradece especialmente à Lorena Leal pela confiança e parceria neste projeto. Com essa representação, a galeria reafirma o compromisso de ampliar o alcance da obra de Paulo Roberto Leal, preservando seu legado e renovando o interesse por sua prática junto às novas gerações e no cenário da arte contemporânea. Em 2026, a Galatea dedicará uma grande exposição ao artista.

Os fluxos da ancestralidade em Roney George.

A Galeria Carmo Johnson Projects apresenta a primeira exposição individual do artista Roney George, “Fixos, Fluxos e Orikis”, Alto de Pinheiros, São Paulo, SP.

Com trabalhos recentemente produzidos, alguns feitos especialmente para a mostra, a exposição tem a curadoria de Danillo Barata, artista, pesquisador e professor reconhecido por sua atuação nas áreas das artes, mídias e culturas digitais, com uma abordagem interdisciplinar que explora as intersecções entre corpo, imagem e tecnologia. Danilo Barata traz um olhar sensível e aprofundado, fruto de uma relação construída ao longo de anos de proximidade e colaboração com Roney George.

Em seu texto curatorial, Danillo Barata, menciona que: “A exposição propõe uma reflexão sobre a transformação contínua das tradições e identidades afro-brasileiras, explorando as permanências simbólicas e as dinâmicas dos deslocamentos culturais. Aqui, a arte não se restringe à materialidade dos objetos, mas se expande como território vivo, onde tradição e contemporaneidade se entrelaçam, em um gesto que reafirma a potência criadora dos fluxos da ancestralidade”. (…)

Sobre o artista

Natural de Itapetinga, no sudoeste da Bahia, Roney George carrega em sua poética artística as marcas do sertão, incorporando em suas obras a simbologia dos caboclos de couro, figuras emblemáticas da cultura sertaneja e afro-indígena. O artista graduou-se pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia UFBA. Ao se deslocar para Salvador, Roney George ampliou seu repertório visual e conceitual, vivenciando a complexidade das interações entre sertão e cidade, articuladas por processos históricos que moldam o Recôncavo baiano e suas extensões culturais. Suas obras se desdobram como processos contínuos, nos quais a dimensão ambiental, a participação do público e a história afro-atlântica se tornam partes intrínsecas de sua construção. Inspirado por paradigmas que valorizam o fazer artístico como experiência total, o artista traduz em suas pinturas uma complexa trama de resistência, memória e ancestralidade que conforma a diáspora africana, conectando o passado às urgências do presente.

Em “Fixos, Fluxos e Orikis”, está proposto um evento vivo, onde tradição e contemporaneidade dialogam continuamente, promovendo reflexões sobre pertencimento, memória e a continuidade dos saberes afro-diaspóricos.

Até 28 de junho.

MATCH!

21/mai

Exposição de desenhos reflete sobre performatividade masculina em plataformas do tipo Tinder. Com humor e ironia, mostra de Júnia Azevedo abraça temas como identidade, corpos, afetos e subjetividades no Centro de Arte UFF, Icaraí, Niterói. A curadoria é de Renato Rezende. A abertura acontece no dia 21 de maio

Júnia Azevedo apresenta de 10 retratos com textos, feitos em grafite sobre papel algodão. Como em plataformas de namoro virtual tipo Tinder, homens distintos apresentam seus perfis conforme seus interesses – sexo, amizade, uma parceira amorosa ou a busca da alma gêmea. “Há algo de machista e patético na forma como esses homens nos olham (olham para as mulheres) e se descrevem. Ao mesmo tempo, eles nos comovem. São pessoas solitárias, que carregam em seus rostos as marcas do tempo, e buscam ser felizes, como é de seu direito, a partir de seus princípios e conceitos de amor e sexo. As obras de Júnia nos provocam, desestabilizando-nos entre o repúdio e o terno, entre o estético e o ético, entre o trágico e o risível”, diz o curador Renato Rezende. Os desenhos apresentam com ironia e humor a maneira como homens heterossexuais de meia-idade se expõem e se posicionam em aplicativos de relacionamento. “Com traço preciso e sutileza crítica, a artista revela os discursos afetivo-sexuais e políticos que esses homens – em sua maioria brancos e urbanos – mobilizam ao se apresentarem nessas plataformas. Ao provocar o riso, suas obras também abrem um espaço de crítica sobre a performatividade masculina em contextos digitais”, explica Fernando Lima, diretor da Galeria de Arte UFF.

No mesmo dia e horário, abrem também no Centro de Artes UFF as exposições “Abismo”, de Rodrigo Pedrosa; “Afiyé”, da dupla Jão&Jota; e “É no silêncio que meu corpo grita”, de Nawi da Mata. As mostras são produzidas pela Divisão de Artes Visuais do Centro de Artes UFF, que tem como objetivo a promoção e divulgação de arte contemporânea, com vistas a fomentar a pesquisa, estimular novos processos investigativos e experimentações de linguagens, além de fortalecer as dinâmicas sociais.

Até 13 de julho.

Mostra individual de Manfredo de Souzanetto.

A exposição “da terra, o que vem…”, individual de Manfredo de Souzanetto na Simões de Assis, Jardins, São Paulo, apresenta obras produzidas entre 1976 e 2025, reunindo vários momentos de sua produção ao longo de quase seis décadas, mas que reafirmam seu vínculo com o entorno natural. A paisagem de Minas Gerais atravessa a trajetória do artista, reaparecendo como forma, relevo e superfície. Em sua prática artística, Manfredo de Souzanetto tenciona os limites entre pintura e escultura, desenvolvendo uma linguagem que evoca o território e os efeitos do tempo sobre a matéria.

O trabalho de Manfredo de Souzanetto é um contínuo diálogo entre pintura e escultura, transitando entre o bidimensional e o tridimensional originando relevos orgânicos/geométricos que questionam o comportamento da forma no plano e seu desenvolvimento no espaço. Além disso, utiliza pigmentos naturais extraídos das terras de Minas Gerais em um movimento de ativismo ecológico, tornando a terra, na condição de pigmento, matéria do trabalho. Em boa parte de sua produção, as formas criadas pelas cores estão diretamente relacionadas com os formatos das próprias telas, incorporando a cor ao objeto e as pinturas com formatos mais tradicionais que passa a produzir a partir dos anos 2000.

O artista possui obras em importantes instituições como MASP-Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil; MAM-São Paulo, Brasil; MAC-USP, São Paulo, Brasil; Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, Brasil; MAM-Rio, Brasil; IMS-Rio, Brasil; Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro, Brasil; MAC-Niterói, Brasil; Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, Brasil; Museu de Arte Moderna da Bahia, Brasil; Museu de Arte Brasileira FAAP, São Paulo, Brasil; Musée de l’Abbaye Sainte-Croix, Les Sables d’Olonne, França; Fond National d’Art Contemporain, França; Brazilian American Cultural Center of Washington, EUA; Coleção Statoil, Stavanger, Noruega; e Tel Aviv Museum of Art, Israel.

Até 26 de julho.

Obras inéditas de Marcos Chaves.

20/mai

A Nara Roesler São Paulo convida para a abertura da exposição “Sangue Azul”, com novos e inéditos trabalhos de Marcos Chaves, no dia 07 de junho. Destacado nome na arte contemporânea, Marcos Chaves apresenta o resultado de uma pesquisa iniciada em 2013, quando imprimiu em tapetes fotografias que fez de tecidos da Coleção Eva Klabin, no Rio de Janeiro. Desde então, em meio a outros trabalhos, o artista vem fotografando tapetes que cobrem o chão de palácios construídos durante impérios na França e na Itália. Essas imagens capturadas se transformam novamente em tapetes, em diversos tons de vermelho, que estarão nas paredes da Nara Roesler São Paulo, revelando o olhar de Marcos Chaves sobre o desgaste sofrido pelos tecidos e pela geometria percebida nas várias camadas das tramas originais. “Gosto muito da ideia de degradê, da cor que vai sumindo, e de seu significado em francês também de degradado, coisa gasta, decadente”, diz o artista. Estarão também na exposição três trabalhos de Marcos Chaves feitos em 1992 e também em vermelho: “Our love will grow vaster than empires”, verso gravado em um pedaço de veludo e fincado na parede por um canivete suíço; a bolsa “Jaws”, e o par de sapatos de saltos altos “Sem título”.

Na grande sala de pé direito duplo, no lado esquerdo da galeria Nara Roesler, Marcos Chaves vai criar um ambiente imersivo com baixa iluminação, e foco nos tapetes pendurados nas paredes, todos produzidos em 2025. As dimensões das obras variam de 200 x 266 cm a 150 x 112,5 cm. Cobrindo todo o chão estará um carpete de 5,90 m x 8,39m, versão em grande escala de uma fotografia de 2013, feita de um veludo da Coleção Eva Klabin. Os tapetes nas paredes, em tons de vermelho, reproduzem as fotografias feitas pelo artista do chão acarpetado de locais históricos europeus, como o Palazzo Doria Pamphilj, construído em Roma, no século 16; a escadaria que leva ao único trono existente de Napoleão Bonaparte (1769-1821), no Castelo de Fontainebleau, na França, residência dos reis franceses, e que data dos primórdios do século 12; e a Ópera Garnier, projetada durante o reinado de Napoleão III (1808-1873), o décimo-terceiro palácio a abrigar a Ópera de Paris, fundada por Luís XIV. Alguns trabalhos criam uma perspectiva “ao contrário”, como o que traz os degraus para o trono de Napoleão, e que estará na fachada da galeria, na vitrine.

Na primeira sala da exposição, Marcos Chaves vai mostrar três objetos, também na cor vermelha. O primeiro é “Our Love Will grow vaster than empires” (2025), verso do poeta inglês Andrew Marvell (1621-1678) inscrito em um pedaço de veludo e fincado na parede por um canivete suíço. A obra é derivada de um trabalho de 1991, “MessAge”, com canivete e plástico. Os dois outros trabalhos são “readymade”, de 1992 – a bolsa “Jaws”, descoberta por Marcos Chaves em uma feira tipo “mercado de pulgas”, e “Sem título”, um par de sapatos de salto alto encontrado na rua, em uma área frequentada por travestis.

O texto crítico é de Ginevra Bria, curadora com vinte anos de trajetória, dedicada a examinar as artes moderna e contemporânea no Brasil. Ela é professora-assistente na Unicamp, onde finaliza sua dissertação iniciada há seis anos para seu PhD em História da Arte na Rice University, em Houston, EUA – “The Non color Indigeneity”. Na Art History of Scientific Racism in Brazil, 1865-1935. Em seu texto sobre a exposição de Marcos Chaves na Nara Roesler São Paulo ela enfatiza: “Em total admiração pela prática da pintura, que Chaves nunca abordou e formalizou, “Sangue Azul” entrelaça fotografias, instalações e esculturas”. “Mas, como eixo expositivo, a fotografia toma emprestado os títulos das obras às contradições de supremacia da nobreza, da política e das uniões de razão de ser históricas (citando espaços de poder como Fontainebleau, Pamphilij e Garnier”. Ginevra Bria destaca ainda que “neste projeto, entre o lento apagamento das dimensões verticais e horizontais, cada elemento representado, ou ampliado, é hipostasiado num movimento temporal, enquanto a nobre dinâmica dos vermelhos é intemporal. E enobrecida”.

Em exibição até 16 de agosto.

Visita guiada na Galatea.

A Galatea convida para a visita guiada da exposição Carvões acesos, que permanece em cartaz até sábado, 24 de maio, em nossa sede na rua Oscar Freire, 379. Para marcar o encerramento da mostra, teremos o prazer de receber o público para um encontro com o curador Tomás Toledo, que conduzirá a visita a partir das 11h.

Carvões acesos reúne mais de 50 artistas nacionais e internacionais em torno de temas como amor, desejo e paixão, sob uma perspectiva transgeracional, transterritorial e transmídia.

Dividida em três núcleos – Enlaces, Metáforas do amor e Metáforas do sexo -, a exposição convida o visitante a explorar a tensão afetiva entre os corpos, o erotismo e o magnetismo do desejo, por meio de obras que vão de pinturas e esculturas a instalações, vídeos e objetos. Destaque também para o manuscrito original do poema “Coisas para o ninho”, escrito por Patrícia Galvão (Pagú) durante seu período de prisão, que empresta à mostra o seu título e atmosfera simbólica.

Esperamos você!

Cores vibrantes e texturas de Sophia Loeb.

16/mai

“Através da pintura, quero mostrar uma nova forma de enxergar o mundo”, diz a artista Sophia Loeb. Nascida em São Paulo e baseada em Londres, Sophia Loeb retrata com cores vibrantes e texturas uma maneira específica de ver o mundo através de um olhar que transita entre o micro e o macro.

Sophia Loeb obteve seu diploma de Artes Plásticas (Fine Art) e História da Arte na Goldsmiths University, em Londres, e fez seu mestrado na Royal College of Art, também em Londres. Suas obras compõem coleções internacionais renomadas e conceituadas, como o Institute of Contemporary Art em Miami, Green Family Art Foundation em Dallas e o  Museu de Arte Moderna em Fort Worth, nos Estados Unidos.

A artista utiliza a cor em suas obras de forma intuitiva, e a escolha de cores vivas fazem referência a uma natureza exótica. Para Sophia Loeb, cor é celebração: “A cor transmite alegria de viver e gratidão pela vida. Quero que as pessoas sintam isso ao ver minhas pinturas”, explica.

Próximas exposições

A obra “Peregrinos a você” (2024) participa da quarta edição da exposição “Aberto”, em cartaz em Paris até 08 de junho na Maison La Roche, casa projetada pelo arquiteto modernista Le Corbusier (1887-1965). Sophia Loeb realizará sua primeira exposição individual no Brasil na Carpintaria, no Rio de Janeiro, apresentada pela Galeria Fortes D’Aloia & Gabriel. A abertura acontece no dia 05 de junho.

Fonte: VEJA por Vitoria Monteiro de Carvalho.

Obras históricas e inéditas.

15/mai

A partir de 17 de maio a Central, Vila Buarque, São Paulo, SP, apresenta a segunda exposição individual de Sergio Augusto Porto. Com texto de Yuri Quevedo, “Espaço do Invisível” reúne obras históricas e projetos inéditos realizados especialmente para a ocasião.

Três núcleos de obras do artista guiam a exposição – dois deles exibidos ao público pela primeira vez. “É a oportunidade de ver uma pesquisa consistente, com poucos paralelos em sua época e que, apesar dessas características, se manteve à margem das antologias dedicadas ao início da arte contemporânea entre nós”, comenta Yuri Quevedo no texto crítico da mostra.

Sobre o artista.

Sergio Augusto Porto nasceu em 1946 no Rio de Janeiro, vive e trabalha em Salto, Brasil. O artista integra uma geração que busca romper com os paradigmas do projeto modernista. Forma-se entre o Rio de Janeiro e Brasília, recém inaugurada, onde frequenta o curso de Arquitetura da UnB. Nos anos 1970, Porto atraiu atenção ao se distanciar de uma abordagem artística convencional, restrita aos espaços institucionais ou aos ateliês, optando por uma prática mais ambiental, experimental e participativa. Destacam-se as participações no 4o Salão de Verão, MAM – Rio de Janeiro (1972), recebendo o prêmio de viagem à Europa; na 12ª Bienal de São Paulo (1973), que lhe rendeu o Grande Prêmio Latino-Americano da mostra; no 7º Panorama da Arte Atual Brasileira (1975), ocasião na qual recebeu o Prêmio-Estímulo/Objeto; e na 37ª Bienal de Veneza (1976), quando integrou a Representação Oficial do Brasil. Mais recentemente, seu trabalho também foi incluído em exposições como Mitologias por procuração, MAM – São Paulo (2013); Brasília – Síntese das Artes, CCBB – Brasília (2010); Arte como Questão: Anos 70, Instituto Tomie Ohtake – São Paulo (2007); Situações: Arte Brasileira Anos 70, Casa França-Brasil – Rio de Janeiro (2000).

Encontro de outono no Instituto Brando Barbosa.

Os artistas Anna Bella Geiger, Carlos Vergara, Jeane Terra, Heberth Sobral, Marcos Corrêa, Diana Gondim, Márcia Martins, Dani Justus, Volnei Malaquias, Hélio Vianna, Fessal, Carolina Kasting, Beto Gatti, Coletivo MUDA e SAFE Art será o time de peso presente na exposição “Encontro de outono”, com curadoria de Elis Valadares, que celebra a terceira edição da versão PopUp da Casa70Rio de 19 a 23 de maio, das 10h às 16h.

O evento conta também com participações especiais de Tatiana Bertrand, Vintage Brasil com curadoria da arquiteta Giulia Borborema, ensaio de moda de Dani Lacerda, Sabrina Cuiligotti e Victor Niskier. Este ano, a Casa70Rio – projeto criado por Elis Valadares no Rio e que cruzou o oceano por cinco anos, até Lisboa – volta à cidade na versão PopUp, realizado em parceria com galerias nacionais e internacionais (nesta edição com as galeristas Anita Schwartz e Gaby Índio da Costa).

Últimas exibições da obra de Tunga em Londres.

13/mai

A Lisson Gallery, 67 Lisson Street, London, England, apresenta em seus últimos dias – até 17 de maio – sua primeira exposição dedicada à obra de Tunga (1952-2016), cujo acervo é representado pela galeria desde setembro de 2024. Reconhecido internacionalmente como um dos mais importantes artistas brasileiros de sua geração, esta foi a primeira vez que o trabalho de Tunga esteve exibido em Londres desde 2018, quando a Tate Modern apresentou uma de suas performances lendárias, Xifópagas Capilares Entre Nós. Aclamado principalmente por suas esculturas, inspiradas na alquimia e na mitologia, Tunga chamou atenção para o potencial psicológico dos objetos tridimensionais, que começou a produzir nos anos 1970 utilizando materiais como correntes de ferro, malhas de nylon, lâmpadas e borracha.

A exposição destaca dez esculturas criadas entre 2004 e 2014 – um período fundamental em que Tunga continuou a experimentar materiais cada vez mais diversos, como garrafas, cristais, portais, dentes e tripés. Enquanto suas composições anteriores frequentemente consistiam em um ou dois elementos, como uma trança feita de arame ou feltro unido por cordões de algodão e ferragens, essas obras posteriores revelam sua propensão a criar formas mais corpóreas, incorporando múltiplos componentes e equilibrando densidade e efemeridade.

Quatro séries importantes foram apresentadas na exposição. A obra mais antiga, Fração de Luz (1981-2010), está incluída – uma estrutura elegante que remete aos mecanismos físicos de uma marionete e sua relação com o marionetista que a controla. Presa por ferragens negras na parede, uma corda metálica multipartida sustenta longos fios de cabelo. Acompanhando essa obra temos também Sem Título (2008), peça central da exposição. Composta por um peso maciço de alumínio suspenso no ar ao lado de uma cortina de tecido translúcido que desce até o chão, essa instalação de grande escala utiliza a dinâmica do suspenso para reforçar as ilusões criadas quando uma marionete se move, sua vivacidade dependendo de uma intervenção humana que permanece invisível.

Três obras da série Phanógrafo Policromático de Deposição (2004-2009) destacam o impulso do artista em explorar como os materiais podem se relacionar energeticamente ou permanecer distintos uns dos outros. Fixadas na parede, essas caixas de madeira compactas, quando abertas, revelam uma cena que lembra um experimento alquímico. Forradas internamente com tecido branco em relevo, o centro desses misteriosos recipientes abriga um frasco de vidro com líquido cromatizado, sustentado por uma armação de metal e resina. Espelhos também são parte dessas construções semelhantes a gabinetes, que continuam a borrar os limites entre o real e o imaginário.

A série Estojo (2008-2012) está representada por duas iterações. Esses pequenos recipientes de ferro escuro foram vistos por Tunga como portais capazes de transmitir paisagens únicas por meio de uma combinação de materiais terrenos, como quartzo cristalino e ferro, que o artista preenchia até a borda em cada unidade quadrada. Ímãs são outro elemento central – uma adição posterior à sua linguagem visual, permitindo-lhe comunicar ideias sobre forças invisíveis e a transmissão de energias. Com a série mais recente na exposição, Morfológicas (2014), Tunga voltou sua atenção para representações abstratas da anatomia humana, utilizando meios escultóricos arquetípicos como bronze e argila. Esses objetos sensuais, com tendências clássicas em sua forma e composição, aludem à fisicalidade do corpo e sua conexão com o reino terreno.