O Surrealismo de Walter Lewy.

14/nov

O centenário do surrealismo nas artes visuais é celebrado mudialmente. A Galeria Frente, Cerqueira César, São Paulo, SP, sob curadoria do crítico de arte Jacob Klintowicz exibe exposição retrospectiva de Walter Lewy e promove uma visita guiada no dia 21 de novembro. O movimento artístico e literário surgido na Europa teve grande impacto cultural, pois valorizava a intuição e a criação, e acreditava que o subconsciente era fonte inesgotável de criatividade e liberdade. O poeta francês Guillaume Apollinaire criou a expressão “surrealismo” em 1917, mas o manifesto surrealista foi lançado oficialmente em Paris, em 1924, pelos franceses André Breton, Yvan Goll e Marcel Alland.

O movimento surrealista chegou ao Brasil por volta de 1930, durante o movimento modernista, e podemos reconhecer sua influência nas obras de Tarsila do Amaral, Cícero Dias, Ismael Nery. Mas foi somente em Walter Lewy que ele encontrou plena realização. A trajetória do artista alemão nascido em Bad Oldesloe foi marcada pelos horrores da Segunda Guerra Mundial. De origem judaica e com formação erudita na Escola de Artes e Ofícios de Dortmund, entre 1923 e 1927, ele se viu obrigado a fugir dos delírios nazistas em sua terra natal.

Walter Lewy marcou presença ativamente do cenário cultural, tendo participado das primeiras Bienais de São Paulo: 1° Bienal em 1951, 2° Bienal em 1953, 3° Bienal em 1955, 6° Bienal em 1961, 8° Bienal: Sala Especial Surrealismo e Arte Fantástica em 1965, 13° Bienal em 1975, e na mostra Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, em 1985. Também integrou várias edições do Salão Paulista de Arte Moderna, além de inúmeros Panorama de Arte Atual Brasileira, realizados pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo. Seu currículo extenso de exposições conferiu ao artista amplo reconhecimento de seu trabalho e prestígio entre importantes atores e agentes culturais do sistema das artes visuais no Brasil.

Encontros ao redor do mundo.

A primeira Invocação da 36ª Bienal acontece em Marrakech, Marrocos, entre os dias 14 e 15 de novembro – uma série de programas públicos que se passa em quatro cidades ao redor do mundo antes da abertura da edição, espelhando, reconfigurando e expandindo o conceito de Humanidade como prática a partir de um contexto local específico.

Intitulada “Souffles: Sobre escuta profunda e recepção ativa”, a Invocação organizada em parceria com LE 18 e Fondation Dar Bellarj traz como temas a circularidade e a precariedade da respiração, a música Gnawa como modo de ser, as culturas sufis e a escuta como prática de coexistência, assim como a criação de lugares e espaços. O título faz referência a um poema de Birago Diop, mas também a uma revista pioneira editada entre 1966 e 1971 que trabalhava a emancipação política por meio da poesia e linguagem experimental.

A Invocação conta com a participação de Maalem Abdellah El Gourd, Fatima-Zarah Lakrissa, Ghassan El Hakim, Kenza Sefrioui, Laila Hida, Leila Bencharnia, Maha Elmadi, Mourad Belouadi, Simnikiwe Buhlungu e Taoufiq Izzediou.

O título da 36ª Bienal de São Paulo, “Nem todo viandante anda estradas”, é formado por versos da escritora Conceição Evaristo.

Visita guiada para ver Cildo Meireles.

12/nov

A Galatea São Paulo, convida para uma visita guiada às exposições do artista Cildo Meireles intituladas Uma e algumas cadeiras/Camuflagens, na galeria Luisa Strina, e Cildo Meireles: desenhos, 1964-1977, no espaço da Galatea na rua Padre João Manuel. O curador Diego Matos assina o texto crítico de ambas as exposições e conduz a visita que ocorre nesta quarta-feira, 13 de novembro, às 19h.

Após um hiato de cinco anos sem uma exposição robusta de Cildo Meireles no país, as mostras oferecem, juntas, uma visão ampla e complementar do seu trabalho.

A Galatea traz uma seleção de desenhos produzidos desde 1964, quando o artista tinha apenas 17 anos, até 1977, colocando em destaque o Cildo Meireles desenhista, faceta menos explorada em comparação a outras vertentes da sua produção. Por outro lado, é essa a sua prática mais constante e longeva, sendo o desenho muitas vezes a gênese do seu trabalho no campo tridimensional.

Salve Carmen!

No dia 15 será inaugurada a exposição urbana SALVE, CARMEN!, um mural que “vestirá” os tapumes de contenção do casarão, trazendo fotos de pessoas que se voluntariaram a serem fotografadas pela fotógrafa Renata Xavier caracterizadas com roupas e balangandãs contemporâneos semelhantes aos que a Pequena Notável imortalizou! Nesse dia haverá um happening, com DJ, pra revelação do mural, a partir das 16h.

Os Vizinhos no Arco do Teles, a Queerioca e o Centro Carioca de Fotografia inauguram a exposição urbana “Salve, Carmen!”, que veste o sobrado onde morou Carmen Miranda e sua irmã, Aurora, hoje em risco de desabamento. Os Vizinhos no Arco do Teles uniram forças para homenagear Carmen Miranda – um dos maiores símbolos da cultura brasileira e da cultura queer internacional – e, ao mesmo tempo, chamar a atenção para a valorização do patrimônio histórico do Rio de Janeiro.

“É triste ver o estado da casa onde morou Carmen Miranda, um símbolo do Brasil e um ícone imenso para a nossa comunidade LGBT. Uma casa que precisa urgentemente ser restaurada e, quem sabe, aberta para visitação. Por isso quisemos chamar a atenção para o local onde um dia morou a imensa Brazilian Bombshell”, explica Laura Castro, atriz, produtora, ativista pelos direitos LGBTQIAPN+ e gestora da Queerioca, ao lado da também atriz Cristina Flores.

Os ensaios fotográficos foram realizados pela fotógrafa Renata Xavier, diretora do Centro Carioca de Fotografia. Com apoio do diretor de arte Rui Cortez, os voluntários se vestiram com roupas e balangandãs contemporâneos semelhantes aos da artista que conquistou Hollywood (e o mundo) com seu estilo único e inconfundível, a partir dos anos 1930. Centro de referência de arte e cultura LGBTQIAPN+ no Centro do Rio de Janeiro, a Queerioca conta com uma curadoria residente multidisciplinar, que organiza as atrações fixas e flexíveis, gratuitas e pagas, junto com Laura Castro e Cristina Flores, as atrizes e ativistas fundadoras e gestoras do local. Nas searas das artes visuais, literatura e cinema estão o artista plástico Daniel Toledo, curador do espaço e da Feira Alvoroço, a Livraria Pulsa, focada em destacar a autoria de obras LGBTQIAPN+, os produtores e diretores de cinema Gabriel Bortolini e Breno Lira Gomes, que tocam o Cine Queerioca, promovendo mostras e exibindo semanalmente um vasto e relevante acervo de produções queer nacionais e internacionais.

Baravelli exibe 235 pinturas-gato.

11/nov

A Galeria Marcelo Guarnieri, Jatdins, São Paulo, SP,  apresenta entre 22 de novembro e 17 de janeiro de 2025, “235 pinturas-gato”, exposição individual de Luiz Paulo Baravelli. A mostra reúne 235 pinturas produzidas durante o último ano, que revisitam, através do pequeno formato, o vocabulário pictórico e imagético que o artista vem desenvolvendo há mais de cinquenta anos.

As 235 pinturas-gato estabelecem com o público uma relação que não busca a identificação imediata, se dá pelo estranhamento do primeiro contato. Para o artista, elas servem de mediadoras na relação que estabelece com o tempo e com a história, construída através do remix, de avanços e recuos, em um processo de digestão constante que ele chamou de “Manifesto Onívoro”.

Baravelli compõe em camadas, recorta e sobrepõe referências, estilos, materiais e texturas. Tais operações estão carregadas de um senso de humor que tem permitido ao artista estabelecer uma relação espirituosa com sua obra e que se faz evidente nos modos de abordar questões tão diversas como o amor, a história da arte, figuras de poder como políticos e colecionadores, problemas de planejamento urbano e a sensação de tédio de uma noite como outra qualquer. Não são temas, são questões que atravessam a qualquer um de nós, e que no trabalho de Baravelli surgem como comentários inusitados, mas sutis, daqueles que poderiam passar despercebidos em uma conversa com os mais desatentos. “Há pinturas-cachorro e pinturas-gato. As pinturas-cachorro fazem como os cachorrões carentes: assim que você entra elas vem babando com as patas sujas de tinta, pulam na sua blusa branca e lambem sua cara. Você sai correndo e xingando e não volta mais”, conclui Baravelli.

Sobre o artista

Baseando sua prática na intersecção entre a produção e o ensino de arte, Baravelli fundou em 1970 a Escola Brasil, junto a José Resende, Carlos Fajardo e Frederico Nasser. “Centro de experimentação artística dedicado a desenvolver a capacidade criativa do indivíduo”, a Escola Brasil foi importante na formação de dezenas de artistas brasileiros. Participou também da fundação da Revista Malasartes entre 1975 e 1976 e da Revista Arte em São Paulo entre 1981 e 1983, junto a relevantes artistas e críticos da cena contemporânea. Luiz Paulo Baravelli participou de inúmeras exposições individuais e coletivas desde o final dos anos 1960, destacando-se: Bienal de São Paulo, Brasil; Bienal de Veneza, Itália; Bienal de Havana, Cuba; Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil; MASP – Museu de Arte de São Paulo, Brasil; Pinacoteca do Estado, São Paulo, Brasil; Hara Museum of Contemporary Art, Tóquio, Japão; MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil; MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil; Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, Brasil; Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; Museo de Arte Moderno de Buenos Aires, Argentina; MAC – Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Brasil; Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil; Paço Imperial, Rio de Janeiro, Brasil.

Exposição de Gian Gigi Spina.

08/nov

O Ateliê397, Higienópolis, São Paulo, SP, anuncia para o dia 30 de novembro a exposição Não desperdice o bilhete, individual de Gian Gigi Spina com curadoria de Juliana Caffé. A mostra tem como ponto de partida dois vídeos relativos ao período em que o artista morou entre a Palestina, o Líbano e a Jordânia. Jordão (2019) desenvolve um polivalente retrato do Rio Jordão, mesclando imagens de satélite, de arquivo e outras, captadas pelo próprio artista.

O filme expõe a forma como o rio foi gradualmente formado e usado através dos séculos para a construção de identidades e crenças, e para a manutenção do projeto colonial israelense. Sobre Bandidos (2024), trata da crise econômica ocorrida no Líbano em 2022, que levou a uma onda de assaltos a bancos realizados pelos cidadãos, com o intuito de recuperar o seu próprio dinheiro, que havia sido confiscado. Foram reunidas entrevistas com os depositantes Sally Hafiz, Bassam El-Sheikh, Abdallah El-Saii e a teórica crítica Nadia Bou Ali, junto com imagens de arquivo e material de TV. “Assalto a banco é uma iniciativa de amadores. Profissionais de verdade fundam um banco.” A frase de Bertolt Brecht é a linha condutora para refletir sobre a situação do Líbano no momento.

A exposição Não desperdice o bilhete, cujo título faz referência ao poema “Travel Tickets” do autor palestino Samih al-Qasim, busca produzir uma aproximação do público brasileiro à situação da Palestina e do Líbano, complexificando a conjuntura que é exibida cotidianamente na mídia. Na abertura haverá uma conversa com Juliana Caffé e Gian Gigi Spina, na qual abordarão os vídeos e a experiência do artista.

De 30 de novembro até 14 de desembro.

Gerardo Rosales apresenta Caçador de Fábulas.

A Nara Roesler, Ipanema, Rio de Janeiro, inagurou a exposição “Gerardo Rosales – Caçador de Fábulas”, com curadoria de Luis Pérez-Oramas. Em sua primeira exposição no Brasil, o artista venezuelano radicado há 24 anos em Houston, Texas, mostra 44 pinturas sobre tela e papel, em nas quais se misturam animais, ornamentos, narrativas fabulosas de um aparente imaginário infantil, para discutir, com humor ácido, questões de gênero, raça, imigração e poder. Parte das obras foi produzida em São Paulo, e na Nara Roesler Rio de Janeiro o artista fez uma intervenção na parede de pé direito duplo, sob a claraboia. Ele esteve presente na abertura.

“A obra de Gerardo Rosales se destaca pelo seu imaginário florestal, espinhoso, homoerótico, fantástico, em que figuras animais e humanas se entrelaçam, ao mesmo tempo, em atos de amor e de caça. Latino e queer, radicado há duas décadas nos Estados Unidos, Rosales faz parte de uma geração global de artistas que se identificam através de uma abordagem figurativa da natureza e da sexualidade em que espécies e  gêneros se multiplicam numa incessante confusão mútua. Rosales dá conta deste fenômeno através da manipulação magistral de redes ornamentais, nas quais emergem suas personagens recorrentes – o urso, a borboleta, a cobra, o pássaro, o coiote, o burro, as árvores, a flor fálica”, escreve Luis Pérez-Oramas, no texto que acompanha a exposição.

Até 25 de janeiro de 2025.

Guanabara, o abraço do mar.

07/nov

A FGV Arte, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, com apoio da Água dos Rios, exibe sua quarta exposição, intitulada “Guanabara, o abraço do mar”, com curadoria de Paulo Herkenhoff, Luiz Alberto Oliveira e Marcus Monteiro. A exposição conta com a presença de importantes nomes do segmento. A nova coletiva expõe os diversos aspectos ecológicos, culturais e sociais de um dos importantes cartões-postais da cidade carioca e do Brasil.

Mostra apoiada pela concessionária reúne peças históricas, como um óleo sobre tela de Tarsila do Amaral e 40 obras da coleção de Sérgio Fadel. Das belas paisagens do entorno da Baía de Guanabara pintadas no início do século XIX a colagens com fotos atuais da vida cotidiana em comunidades que a rodeiam, reúne mais de 200 obras de cerca de 100 artistas.

“Guanabara, o abraço do mar” é sobre um lugar que reconhecemos que tem muitas dimensões, é onde as primeiras sociedades, os povos originários, moraram. A mostra vai expor não somente o aspecto cultural e as paisagens, mas, também, os fatos interessantes que ocorreram nesse processo”, explica o curador Paulo Herkenhoff.

A exibição “Guanabara, o abraço do mar” permanecerá em cartaz até 27 de fevereiro de 2025.

Quimeras 100 anos do Surrealismo.

No centenário do surrealismo, o Espaço Arte M. Mizrahi, Jardim Paulista, São Paulo, SP, apresenta a exposição coletiva “Quimeras – 100 anos do Surrealismo”, uma jornada que explora as profundezas do imaginário e do inconsciente em um contexto contemporâneo. Sob curadoria de Jurandy Valença, a mostra reúne um conjunto de 54 obras, entre pinturas, gravuras, desenhos, esculturas e fotografias, de 18 reconhecidos artistas nacionais e internacionais que oferecem diferentes interpretações do Surrealismo e suas influências persistentes nas artes.

O Surrealismo, foi fundado por André Breton em 1924, revolucionou a forma como o inconsciente e a imaginação eram abordados nas artes. Inspirado por elementos do romantismo e caracterizado pela ênfase no poético e no onírico, o movimento foi, acima de tudo, uma rebelião contra os padrões conservadores de sua época. O Surrealismo não só redefiniu os contornos da arte, mas também impactou profundamente o pensamento filosófico e cultural, ao destacar o papel da imaginação e da fantasia na construção da realidade.

Jurandy Valença observa que o Surrealismo ainda mantém uma força emancipada e provocadora, mesmo um século após sua origem. Segundo o curador, “o Surrealismo, mais do que um movimento histórico, é uma forma de ver o mundo que resiste ao tempo e desafia o espectador a questionar as próprias noções de realidade. Ao selecionar as obras, buscamos não só a representação tradicional do movimento, mas também como ele reverbera nas expressões e interpretações artísticas de hoje”.

Na exposição, figuras como o alemão Walter Lewy, que se manteve fiel ao Surrealismo até o fim da vida, e brasileiros como Flávio de Carvalho e Mário Gruber, que criaram universos que transcendem o comum, estão ao lado de nomes como Regina Silveira e Cildo Meireles, cujas obras estabelecem diálogos menos evidentes, mas significativos com o movimento. Também presentes estão os brasileiros Octávio Araújo, com cenas que evocam mistério e magia, e Marcello Grassmann, que explora figuras mitológicas e combina o humano e o animal. A mostra aborda a questão da representatividade feminina no surrealismo, reconhecendo que o movimento foi historicamente misógino. No entanto, propõe um olhar crítico sobre essa questão, explorando como o Surrealismo, apesar de suas limitações, contribuiu para discussões sobre identidade e subjetividade.

A exposição “Quimeras – 100 anos do surrealismo” convida o público a refletir sobre a atemporalidade do Surrealismo e sua capacidade de transcender fronteiras culturais e temporais, expandindo os limites da percepção e da interpretação artística. Ao explorar como o imaginário e o inconsciente seguem vivos e desafiadores na produção artística contemporânea, a mostra reafirma o Surrealismo não apenas como um marco histórico, mas como um movimento em constante transformação, que continua a inspirar novas gerações de artistas e a ressoar profundamente nas sensibilidades atuais.

Artistas partcipantes

Alejandro Lloret, Cildo Meireles, Flávio de Carvalho, Marcello Grassmann, Mario Gruber, Octávio Araújo, Regina Silveira, Roberto Magalhães, Sonia Menna Barreto, Vik Muniz, Walter Lewy, Wifredo Lam, Juarez Machado, Vito Campanella, Leon Ferrari, Fernando Cardoso, Inos Corradin e Victor Brecheret.

Até 14 de desembro.

Projetando para outro horizonte.

A Gentil Carioca tem o prazer de anunciar My Black Utopia, primeira exposição do artista O Bastardo n’A Gentil Carioca São Paulo, com abertura no dia 09 de novembro, sábado, das 14h às 19h. O texto crítico é assinado por Lilia Schwarcz, que aponta:

“My Black Utopia diz respeito, portanto, ao protagonismo preto. Não se trata de apenas “pegar e copiar”, como diz O Bastardo. Mas de “pegar e projetar para outro horizonte”, como na “Alegoria da Caverna”, escrita por Platão. Neste texto, o filósofo mostra como pessoas presas desde a infância neste local acreditavam que as sombras que projetavam nas paredes eram as únicas realidades existentes. Pois bem, nosso artista mostra como toda tela carrega outras possibilidades – expressas ou ocultas – e assim nos convida a olhar de novo, e enxergar diferente.”

A partir de um processo de apropriação de símbolos e ícones presentes em obras canônicas da história da arte ocidental, O Bastardo propõe a criação de um mundo utópico onde as figuras dessas obras habitam uma realidade paralela, marcada pela presença e protagonismo da figura preta. O artista descreve esse processo como um “atropelamento” dos clássicos, uma sobreposição que expõe a existência desse universo alternativo.

A individual ficará aberta à visitação até o dia 18 de janeiro de 2025.