Os 4 de Bagé em Brasília.

11/mar

A Caixa Cultural Brasília e a Fundação Iberê Camargo apresentam o legado do Grupo de Bagé. Mostra com mais de 180 obras de Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, Glauco Rodrigues e Glênio Bianchetti, abre no dia 18 de março e permanecerá em cartaz até 29 de junho.

Uma trincheira em defesa da liberdade na arte e na vida, cavada com as armas da inteligência e do bom humor na região sul do Rio Grande do Sul e conectada com os principais polos culturais do país. É o que caracteriza o legado de Pedro Wayne (1904-1951), escritor, poeta e jornalista e agitador cultural com enorme capacidade de articulação, inclusive nacional. Baiano que passou a infância em Pelotas, na metade sul do Rio Grande do Sul, chegou em Bagé em 1927, e lá exerceu uma extensa gama de atividades. Carlos Scliar (1920-2001), que tinha parentes morando em Bagé e ideias semelhantes às de Pedro Wayne, frequentava sua casa e o tinha como bom amigo.

Foi em torno deste importante personagem da cultura local que, na metade da década de 1940, Glauco Rodrigues (1929-2004) e Glênio Bianchetti (1928-2014), com 16 e 17 anos respectivamente, começaram a desenhar e a pintar. Pedro Wayne “adotou os guris” e mostrou a eles o que havia de mais avançado nas artes visuais na Europa. Mais tarde, o escritor introduziu Danúbio Gonçalves (1925-2019) ao “ateliê”, que trouxe para o Grupo, a partir de sua experiência na França. Já a influência da pintura moderna veio com a passagem do artista carioca José Moraes, que ficou um período na cidade quando ganhou uma bolsa de viagem de estudos.

Carlos Scliar, quando voltou de sua estada na Europa e participação na II Guerra Mundial, se interessou pelo movimento daqueles jovens e passou a frequentar, e praticamente liderar as atividades do Grupo interessados em realizar uma crítica social, levando-os a se envolver, na década de 1950, na criação do Clube de Gravura de Porto Alegre (1950) e do Clube de Gravura de Bagé (1951).

Inspirados no movimento do Taller de Gráfica Popular do México, os Clubes (que posteriormente foram unidos) criaram um importante e independente sistema de divulgação dos artistas regionais. Contar essa história é o objetivo principal da exposição. A versatilidade e a rica produção dos quatro artistas serão exibidas através de gravuras, pinturas, aquarelas e capas de revistas, a partir de novas leituras e percepções acerca do trabalho do Grupo. Com curadoria de Carolina Grippa e Caroline Hädrich, a exposição reúne mais de 180 itens como obras, ilustrações dos clubes de gravura de Bagé e de Porto Alegre, além de exemplares raros das revistas Horizonte, Senhor.

Sobre os artistas.

Carlos Scliar (1920-2001) – Nasceu em Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul, e foi ainda pequeno para Porto Alegre, onde, com 11 anos, colaborou com as seções infanto-juvenis de jornais locais e, mais tarde, frequentou o departamento gráfico da Revista do Globo. Em 1940, foi para São Paulo e começou a fazer parte da Família Artística Paulista, mas após quatro anos foi para a Itália a serviço da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial, entre 1958 e 1961, trabalhou como diretor artístico na Revista Senhor. Comprou, em 1964, um sobrando em Cabo Frio, RJ, onde morou e trabalhou por quarenta anos. No ano de seu falecimento, foi criado o Instituto Cultural Carlos Scliar, na cidade de Cabo Frio, e seu acervo se encontra atualmente tombado pela municipalidade.

Danúbio Gonçalves (1925-2019) – Nasceu em Bagé, fazendo parte de uma tradicional família de estancieiros da campanha. Aos sete anos, partiu para o Rio de Janeiro onde mais tarde teve aulas no ateliê de Cândido Portinari, manteve contato com outros pintores modernistas e participou de diversas edições do Salão Nacional de Belas Artes, recebendo prêmios e menções honrosas. Em 1950, foi estudar em Paris. Com um espírito imbuído dos ideais revolucionários e uma ligação com o Partido Comunista, Danúbio Gonçalves voltou ao Brasil e se juntou a Carlos Scliar, Glênio Bianchetti e Glauco Rodrigues, formando o Clube de Gravura de Porto Alegre e, posteriormente, o de Bagé. A partir de 1962, a convite do escultor Francisco Stockinger, passou a trabalhar no Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre, chegando a ser diretor. Lá, durante trinta anos ensinou litografia (técnica que aprendeu com Marcelo Grassmann, em 1962) e formou muitos artistas gravadores, atualmente reconhecidos no âmbito regional e nacional.

Glaudo Rodrigues (1929-2004) – Nasceu em Bagé e foi colega de escola de Glênio Bianchetti, com quem dividiu o interesse pela pintura. Recebeu ensinamentos sobre pintura de José Moraes e aproximou-se da gravura e, junto com Glênio, Danúbio e Scliar fundou, em 1951, o Clube de Gravura de Bagé e iniciaram suas viagens de estudos a estâncias da região. Com a união do Clube de Bagé ao de Porto Alegre, Glauco mudou-se para a capital gaúcha e, depois, em 1958, seguiu para o Rio de Janeiro.  Glauco Rodrigues participou da primeira Bienal de São Paulo, entrou na equipe da revista Senhor e começou a sua produção abstrata, que perdurou por 10 anos. Em 1962, viajou a Roma a convite do embaixador Hugo Gouthier para trabalhar no setor gráfico da embaixada brasileira, e ficou alguns anos na Itália. Nesse período, participou da delegação brasileira na Bienal de Veneza (1964), no mesmo ano em que os estadunidenses chamaram atenção pela sua produção pop. Retornou ao Brasil em 1966 e, aos poucos, a figuração voltou à sua obra, que seguiu até a sua morte.

Glênio Bianchetti (1928-2014) – Nasceu em Bagé, oriundo de uma família ligada ao comércio na cidade. Foi a mãe de sua namorada, Ailema (com quem posteriormente casou-se), que passou ensinamentos iniciais de pintura para ele e Glauco Rodrigues, que depois foram aperfeiçoados com a chegada de José Moraes a Bagé. Interessado pela pintura, ingressou no Instituto de Belas Artes em Porto Alegre no ano seguinte – mas não chegou a finalizar o curso.   Fundou, em 1951, ao lado de Glauco Rodrigues, Danúbio Gonçalves e Carlos Scliar, o Clube de Gravura de Bagé, tendo Bianchetti a maior produção de gravuras da época. Na década de 1960, mudou-se com sua família para Brasília (cidade onde viveu o resto de sua vida), devido ao convite de Darcy Ribeiro para lecionar na recém-inaugurada Universidade de Brasília, mas sendo afastado devido à perseguição na ditadura militar, sendo reintegrado apenas em 1988. Atualmente, sua casa-ateliê, com seu grande acervo, é mantida por sua família.

Ars, Artis. Techne, Digitalis.

10/mar

O marchand Sergio Gonçalves abre exposição coletiva que aborda mídias digitais nos trabalhos de artistas brasileiros e estrangeiros. Vem do latim o nome da mostra que será apresentada a partir do dia 11 de março na Sergio Gonçalves Galeria, em uma casa na Alameda Gabriel Monteiro, Jardim América, São Paulo, SP.

“Ars, Artis. Techne, Digitalis.” segue o tema da edição deste ano da DW – Design Week de São Paulo,  “Mãos x Máquina”, destacando a interação entre tecnologia e criatividade na produção artística e no design contemporâneo. Nessa exposição, o marchand Sergio Gonçalves reúne artistas cujas obras provocam a reflexão sobre o impacto das mídias digitais nos tempos atuais. Em sua primeira participação na DW, a galeria reforça sua posição como um espaço de experimento na Arte Contemporânea, abrindo as portas para novas narrativas visuais, sempre em busca de inovação. Nesta curadoria, ele selecionou artistas que experimentaram e que ainda experimentam novas maneiras de expressão, unindo arte e tecnologia e criando um diálogo entre o toque humano e a precisão das máquinas. Nomes como Abraham Palatnik, Cruz-Diez e Martha Boto, por exemplo, que foram pioneiros com o uso de inovações, fazem parte desta seleção apurada, que conta ainda com Bruce Maclean, Julian Opie, Michael Craig-Martin, Vik Muniz e Toyota.

A palavrado curador.

Nosso objetivo é mostrar que, longe de substituir o artista, a tecnologia poder ser uma extensão da criativadade humana, ampliando possibilidades e transformando a maneira como percebemos a Arte e o Design, por exemplo.

Artistas participantes.

Abraham Palatnik, Alexandre Mazza, Bernard Pras, Bernardo Mora, Bruce Mclean, Catherine Yass, Cruz-Diez, Duda Rosa, Iván Navarro, Jê Américo, Julian Opie, Julio Le Parc, Martha Boto, Marcelo Magnani, Michael Craig-Martin, Sarah Morris, Vik Muniz, Yutaka Toyota.

Até 22 de março.

Cosmos – Outras Cartografias.

03/fev

 

A Nara Roesler São Paulo convida para a abertura, em 06 de fevereiro, da exposição coletiva “Cosmos – Outras Cartografias”, com curadoria da artista Laura Vinci em parceria com o núcleo curatorial Nara Roesler. A ideia de mapas é discutida em 32 obras de 20 artistas de diferentes gerações e origens: Brígida Baltar, Paulo Bruscky, Jonathas de Andrade, Carlos Bunga, Jaime Lauriano, Ana Linnemann, André Vargas, Alfredo Jaar, Marina Camargo, Rivane Neuenschwander, Talles Lopes, Vanderlei Lopes, Arjan Martins, Carlos Motta, Nelson Leirner, Nelson Felix, Paulo Nazareth, Anna Bella Geiger, Runo Lagomarsino e Laura Vinci.

No dia da abertura Laura Vinci fará uma visita guiada à exposição às 19h.

Laura Vinci diz que “das várias crises que o nosso planeta enfrenta atualmente – sejam elas políticas, migratórias ou ambientais – o objetivo desta exposição é inspirar a reflexão sobre essas questões urgentes”. “Alguns trabalhos podem ter uma perspectiva mais política ou geopolítica, enquanto outros podem enfatizar preocupações ambientais. Juntas, as obras incentivarão um diálogo mais amplo sobre o mundo em que vivemos”, afirma a curadora.

Em cartaz até 15 de março.

Rigor geométrico e práticas artísticas.

26/nov

A galeria A Gentil Carioca, anuncia a abertura de  “Geometria Crepuscular”, exposição coletiva n’A Gentil Carioca Rio de Janeiro.

A exposição propõe uma reflexão sobre a geometria na arte contemporânea, explorando uma abordagem que se afasta da rigidez formal e exata para incorporar aspectos mais sutis, sensoriais e subjetivos. O grupo de artistas estabelece um diálogo entre o rigor geométrico e as práticas artísticas, investigando questões como o tempo, a memória e o futuro. Essa investigação se dá especialmente por meio do uso de materiais “pobres” ou reciclados, além de referências a cosmologias indígenas e narrativas afrofuturistas.

A ideia de uma “geometria crepuscular” aponta para o momento em que as formas tradicionais são dissolvidas, desafiando as noções de ordem e precisão, abraçando a indefinição e as sombras. A geometria é vista como uma passagem, um espaço intermediário entre o dia e a noite, a luz e a escuridão, o visível e o invisível.

Participam da mostra: Agrade Camíz, Aleta Valente, Desali, Dani Cavalier, Mariana Rocha, Mayra Carvalho, Novíssimo Edgar, Panmela Castro, Rose Afefé, Sallisa Rosa, Silia Moan, Siwaju, Vinicius Gerheim, Tainan Cabral, Xadalu Tupã Jekupé e Zé Tepedino.

A coletiva foi inaugurada simultaneamente à exposição “Ègbé ọ̀run Ẹgbẹ́ àiyé”, a primeira exibição individual de Kelton Campos Fausto n’A Gentil Carioca Rio de Janeiro. A trilha sonora da noite ficou por conta da dupla de DJs Anette Canivette (PE) e Myra Mara (RJ), da XÊPA.

Ambas as exposições estarão abertas para visitação até 1º de fevereiro de 2025.

Encontros ao redor do mundo.

14/nov

A primeira Invocação da 36ª Bienal acontece em Marrakech, Marrocos, entre os dias 14 e 15 de novembro – uma série de programas públicos que se passa em quatro cidades ao redor do mundo antes da abertura da edição, espelhando, reconfigurando e expandindo o conceito de Humanidade como prática a partir de um contexto local específico.

Intitulada “Souffles: Sobre escuta profunda e recepção ativa”, a Invocação organizada em parceria com LE 18 e Fondation Dar Bellarj traz como temas a circularidade e a precariedade da respiração, a música Gnawa como modo de ser, as culturas sufis e a escuta como prática de coexistência, assim como a criação de lugares e espaços. O título faz referência a um poema de Birago Diop, mas também a uma revista pioneira editada entre 1966 e 1971 que trabalhava a emancipação política por meio da poesia e linguagem experimental.

A Invocação conta com a participação de Maalem Abdellah El Gourd, Fatima-Zarah Lakrissa, Ghassan El Hakim, Kenza Sefrioui, Laila Hida, Leila Bencharnia, Maha Elmadi, Mourad Belouadi, Simnikiwe Buhlungu e Taoufiq Izzediou.

O título da 36ª Bienal de São Paulo, “Nem todo viandante anda estradas”, é formado por versos da escritora Conceição Evaristo.

Quimeras 100 anos do Surrealismo.

07/nov

No centenário do surrealismo, o Espaço Arte M. Mizrahi, Jardim Paulista, São Paulo, SP, apresenta a exposição coletiva “Quimeras – 100 anos do Surrealismo”, uma jornada que explora as profundezas do imaginário e do inconsciente em um contexto contemporâneo. Sob curadoria de Jurandy Valença, a mostra reúne um conjunto de 54 obras, entre pinturas, gravuras, desenhos, esculturas e fotografias, de 18 reconhecidos artistas nacionais e internacionais que oferecem diferentes interpretações do Surrealismo e suas influências persistentes nas artes.

O Surrealismo, foi fundado por André Breton em 1924, revolucionou a forma como o inconsciente e a imaginação eram abordados nas artes. Inspirado por elementos do romantismo e caracterizado pela ênfase no poético e no onírico, o movimento foi, acima de tudo, uma rebelião contra os padrões conservadores de sua época. O Surrealismo não só redefiniu os contornos da arte, mas também impactou profundamente o pensamento filosófico e cultural, ao destacar o papel da imaginação e da fantasia na construção da realidade.

Jurandy Valença observa que o Surrealismo ainda mantém uma força emancipada e provocadora, mesmo um século após sua origem. Segundo o curador, “o Surrealismo, mais do que um movimento histórico, é uma forma de ver o mundo que resiste ao tempo e desafia o espectador a questionar as próprias noções de realidade. Ao selecionar as obras, buscamos não só a representação tradicional do movimento, mas também como ele reverbera nas expressões e interpretações artísticas de hoje”.

Na exposição, figuras como o alemão Walter Lewy, que se manteve fiel ao Surrealismo até o fim da vida, e brasileiros como Flávio de Carvalho e Mário Gruber, que criaram universos que transcendem o comum, estão ao lado de nomes como Regina Silveira e Cildo Meireles, cujas obras estabelecem diálogos menos evidentes, mas significativos com o movimento. Também presentes estão os brasileiros Octávio Araújo, com cenas que evocam mistério e magia, e Marcello Grassmann, que explora figuras mitológicas e combina o humano e o animal. A mostra aborda a questão da representatividade feminina no surrealismo, reconhecendo que o movimento foi historicamente misógino. No entanto, propõe um olhar crítico sobre essa questão, explorando como o Surrealismo, apesar de suas limitações, contribuiu para discussões sobre identidade e subjetividade.

A exposição “Quimeras – 100 anos do surrealismo” convida o público a refletir sobre a atemporalidade do Surrealismo e sua capacidade de transcender fronteiras culturais e temporais, expandindo os limites da percepção e da interpretação artística. Ao explorar como o imaginário e o inconsciente seguem vivos e desafiadores na produção artística contemporânea, a mostra reafirma o Surrealismo não apenas como um marco histórico, mas como um movimento em constante transformação, que continua a inspirar novas gerações de artistas e a ressoar profundamente nas sensibilidades atuais.

Artistas partcipantes

Alejandro Lloret, Cildo Meireles, Flávio de Carvalho, Marcello Grassmann, Mario Gruber, Octávio Araújo, Regina Silveira, Roberto Magalhães, Sonia Menna Barreto, Vik Muniz, Walter Lewy, Wifredo Lam, Juarez Machado, Vito Campanella, Leon Ferrari, Fernando Cardoso, Inos Corradin e Victor Brecheret.

Até 14 de desembro.

Renoir e Visconti na Danielian Galeria.

05/nov

Em celebração aos 150 anos do movimento impressionista, responsável por inaugurar a era moderna na arte, a Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro, RJ,  exibirá a mostra “Visconti e Renoir: Impressionismo – 150 anos”. Com abertura marcada para o dia 07 de novembro, a exposição gratuita reúne três pinturas e uma litografia do francês Pierre Auguste Renoir (1841-1919) e, aproximadamente, 40 obras do artista ítalo-brasileiro Eliseu D’Angelo Visconti (1866-1944). A curadoria é de Denise Mattar.

Até 14 de dezembro.

Encontro entre crítico, artista e impressor.

29/out

A exposição de Luiz Zerbini foi prorrogada até 14 de novembro (quinta) na Maneco Müller : Múltiplo Galeria, Leblon e no dia 05 de novembro (terça), às 18h30, o artista recebe o impressor João Sánchez e o crítico Fred Coelho para um bate-papo aberto ao público. “Pedra, metal e madeira” apresenta a produção mais recente de Luiz Zerbini, com gravuras em metal e monotipias inéditas, que surpreendem pela alta carga criativa, força e frescor.

Na individual, Luiz Zerbini apresenta sua mais recente produção: gravuras em metal, litogravuras e monotipias, sendo a maioria inédita. Além de 20 obras, o artista lança também um livro de grandes dimensões, todo impresso manualmente. A mostra marca a mudança de nome da galeria para Maneco Müller : Múltiplo, consolidando a sociedade entre Maneco Müller e Stella Ramos, desde 2018.

Atravessando seus quase 50 anos de produção, a poética de Luiz Zerbini destaca-se por uma voluptuosa e desconcertante paisagística, combinando vegetação, ambientes urbanos, fabulação, memória e alegorias. A novíssima produção em monotipias e gravuras em metal do artista é fruto do encontro dele com o Estúdio Baren, criado pelo editor e impressor carioca João Sánchez. Há quase uma década, Luiz Zerbini e João Sánchez pesquisam diversas formas de imprimir monotipias, misturando técnicas e materiais, papéis, matrizes e pigmentos. Mais recentemente, o artista carioca Gpeto passou a colaborar também com o Estúdio Baren, se juntando à produção de monotipias da dupla.

O destaque da mostra na galeria são as gravuras em metal inéditas nas quais Luiz Zerbini se debruça sobre uma das mais tradicionais técnicas de impressão artesanal do mundo. Há cerca de cinco anos, Luiz Zerbini vem se dedicando a experimentações nesse campo graças à proximidade com o Estúdio Baren. A Maneco Müller : Múltiplo surgiu como espaço natural da mostra dessa produção por conta da parceria da galeria com o Estúdio Baren e a amizade de longa data tanto com Luiz Zerbini quanto com João Sánchez.

Sob curadoria de Lia do Rio.

24/out

Exposição coletiva apresenta obras em diferentes suportes, com curadoria de Lia do Rio. A abertura será no dia 26 de outubro, sábado, na Galeria Casa do Paulo Branquinho, Lapa, Rio de Janeiro, RJ, recebe a exposição “Ideia e Processo”, com a participação de 14 artistas que se destacam com suas diversidades criativas. Participam desta mostra Antônio Câmara, Cris de Oliveira, Daniele Bloris, Dimas Malachini, Edson Silveira, Gardenia Lago, Isabella Marinho, Leticia Potengy, Lincoln Nogueira, Maria Perdigão, Nadia Aguilera, Rose Aguiar, Rosi Baetas e Rosita Rocha, que atualizam as relações entre forma, cor, espaço e tempo. Utilizando a pintura, a escultura, o desenho, a arte digital, a colagem, a instalação, a foto arte e a gravura, eles se expressam através de diversas linguagens, sem que isso tenha sido uma condição prévia dada a eles. “As obras, suporte para reflexões plásticas, solicitam um engajamento a quem se aproxima, aqueles que se deem ao tempo do olhar”, diz a curadora, Lia do Rio.

Até 17 de novembro.

Exposição coletiva no Museu Histórico.

18/out

O Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, Parque da Cidade, Gávea, apresenta a exposição coletiva “O mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres” com curadoria de Fabricio Faccio. A exposição explora a relação entre Arte e Natureza, propondo uma reflexão sobre as conexões entre o humano e o não-humano, e como as práticas artísticas podem ser usadas para repensar o futuro do planeta. Participam da mostra 36 artistas contemporâneos: Aiyon Chung, Alexandre Pinheiro, Aline Mac Cord, Ana Holck, Ana Miguel, Athos Bulcão, Bernardo Liu, Carlos Zilio, Carolina Kasting, Cela Luz, Diogo Bessa, Duda Moraes, FOGO, Galvão, Jade Marra, Jeane Terra, Jorge Cupim, Lourdes Barreto, Luis Moquenco, Luiz Eduardo Rayol, Luiza Donner, Marcelo Jou, Maria Gabriela Rodrigues, Matheus Mestiço, Matheus Ribs, Mirela Cabral, Nuno Ramos, Paulo Agi, Pedro Varela, Rena Machado, Ruan D’Ornellas, Thales Pomb, Vera Schueler, Vinícius Carvas, Willy Chung e Zilah Garcia. Na abertura, a artista Carolina Kasting fará a performance “Amar-u: corpo-expandido ciborgue”.

A exposição tem o seu título extraído do poema “Tabacaria” de Fernando Pessoa. Através de uma seleção cuidadosa de obras entre desenhos, esculturas, pinturas, instalação, performance e objetos, a exposição instiga o público a repensar suas relações com o ambiente, ressaltando a arte como uma ferramenta poderosa para imaginar novas possibilidades e caminhos para um futuro mais sustentável e harmonioso.

Até 05 de janeiro de 2025.