33ª Bienal de São Paulo

06/set

Intitulada “Afinidades afetivas”, mostra com curadoria de Gabriel Pérez-Barreiro busca modelo alternativo ao uso de temáticas, privilegiando o olhar dos artistas sobre seus próprios contextos criativos

 

De 07 de setembro a 09 de dezembro de 2018, a 33ª Bienal de São Paulo – “Afinidades afetivas” vai privilegiar a experiência individual do espectador na apreciação das obras, em detrimento de um tema que favoreceria uma compreensão pré-estabelecida. O título escolhido pelo curador Gabriel Pérez-Barreiro – apontado pela Fundação Bienal de São Paulo para conceber a mostra – remete ao romance de Johann Wolfgang von Goethe “Afinidades eletivas”, de 1809, e à tese “Da natureza afetiva da forma na obra de arte”, de 1949, de Mário Pedrosa.

 

O título não tem o intuito de dar direcionamento temático à exposição, mas caracteriza a forma de organizar a exposição a partir de vínculos, afinidades artísticas e culturais entre os artistas envolvidos. Como no texto de Pedrosa, há uma proposta de investigação das formas pelas quais a arte cria um ambiente de relação e comunicação, passando do artista para o objeto e para o observador. Presença, atenção e influência do meio são as premissas que norteiam a curadoria desta edição, numa reação a um mundo de verdades prontas, no qual a fragmentação da informação e a dificuldade de concentração levam à alienação e à passividade.

 

O curador crê no aspecto positivo de uma mudança radical do sistema operacional da Bienal. Para esta edição, ao lado dos doze projetos individuais eleitos por Pérez-Barreiro, os sete artistas-curadores escolhidos por ele já definiram suas propostas expositivas, com total liberdade na escolha dos artistas e seleção das obras – a única limitação imposta a eles foi que incluíssem em suas exposições trabalhos de sua própria autoria.

 

 

Proposições curatoriais concebidas pelos artistas-curadores

 

A partir de seu interesse em questões como repetição, narrativa e tradução, Alejandro Cesarco (Montevidéu, Uruguai, 1975) realiza uma curadoria de obras de artistas que compartilham de suas inquietações conceituais e estéticas. Intitulada  “Aos nossos pais, “a mostra propõe questionamentos acerca de como o passado (a história) ao mesmo tempo possibilita e frustra potencialidades e de como ele pode ser reescrito pelo trabalho do artista, gerador de diferenças a partir de repetições”, explica. Além de Cesarco, participam da mostra artistas de três diferentes gerações, entre os quais Sturtevant (EUA, 1924 – França, 2014), Louise Lawler (EUA, 1947) e Cameron Rowland (EUA, 1988). “Dedicar esta exposição a uma relação primária (biológica ou adotiva, literal ou metafórica) é construir uma genealogia e uma tentativa de aproximação da fonte central de nossas interpretações, métodos, inibições, possibilidades e expectativas”.

 

Antonio Ballester Moreno (Madri, Espanha, 1977) aborda sua curadoria na 33ª Bienal como forma de contextualizar um universo baseado na relação íntima entre biologia e cultura, com referências à história da abstração e sua interação com natureza, pedagogia e espiritualidade. Para tanto, ele relaciona a produção de filósofos, cientistas e artistas: “somos todos criadores de nosso próprio mundo, mas entendo que tamanha variedade de linguagens nos separou da noção do que nos é comum, então esta proposta salienta o estudo de nossas origens, sejam elas relacionadas a aspectos naturais, sociais ou subjetivos – os três eixos que organizam a exposição”, afirma. Intitulada sentido/comum, a mostra abarca desde brinquedos educativos das vanguardas históricas e obras da Escuela de Vallecas à presença de artistas contemporâneos. Dentre os participantes, encontram-se o filósofo e pedagogo Friedrich Fröbel (Alemanha, 1782-1852); Andrea Büttner (Alemanha, 1972); Mark Dion (EUA, 1961); e Rafael Sánchez-Mateos Paniagua (Espanha, 1979), que contribuiu também com a publicação educativa “Convite à atenção”.

 

Para sua exposição intitulada “O pássaro lento”, Claudia Fontes (Buenos Aires, Argentina, 1964) parte de uma metanarrativa: um livro fictício homônimo cujo conteúdo é desconhecido, salvo por alguns fragmentos e por seus vestígios materiais. Fontes e os artistas convidados apresentam trabalhos que ativam as aproximações entre artes visuais, literatura e tradução através de experiências que propõem uma temporalidade expandida. “A experiência de velocidade e lentidão são experiências políticas enraizadas no corpo. Ambas influenciam nossos entendimentos de espaço, distância e possibilidade.”, afirma Fontes. Em um processo curatorial horizontal e colaborativo, todos os participantes, à exceção de Roderick Hietbrink (Holanda, 1975), desenvolvem obras comissionadas para a ocasião: Ben Rivers (UK, 1972), Daniel Bozhkov (Bulgária, 1959), Elba Bairon (Bolívia, 1947), Katrín Sigurdardóttir (Islândia/EUA, 1967), Pablo Martín Ruiz (Argentina, 1964), Paola Sferco (Argentina, 1974), Sebastián Castagna (Argentina, 1965) e Žilvinas Landzbergas (Lituânia, 1979).

 

Para sua exposição,”Stargazer II [Mira-estrela II]”, Mamma Andersson (Luleå, Suécia, 1962) reúne um grupo de artistas que têm inspirado e nutrido sua produção como pintora. A seleção inclui uma ampla gama de referências, como ícones russos do século 15, os “outsiders” Henry Darger (EUA, 1892-1973) e Dick Bengtsson (Suécia, 1936-1989); e artistas contemporâneos como a cineasta Gunvor Nelson (Suécia, 1931) e o piloto de caça e artista sonoro Åke Hodell (Suécia, 1919-2000), entre outros. Em comum, todos os participantes compartilham o interesse pela figuração expressiva e pelo corpo humano. “Estou interessada em artistas que trabalham com a melancolia e a introspecção como um modo de vida e uma forma de sobrevivência”, afirma Andersson. A exposição inclui também uma quantidade significativa de pinturas de Andersson, estabelecendo um diálogo vibrante entre sua obra e suas inspirações artísticas.

 

A curadoria de Sofia Borges (Ribeirão Preto, Brasil, 1984), “A infinita história das coisas ou o fim da tragédia do um”, parte de interpretações filosóficas sobre a tragédia grega para mergulhar em uma colagem de referências mitológicas e investigar os limites da representação e da impossibilidade da linguagem enquanto instrumento de mediação do real. “Eu passei anos procurando, através da imagem, desvendar o estado de representação das coisas, até que entendi se tratar de uma questão sem solução, visto que ela é na verdade o problema do significado. A linguagem é em si trágica, porque ambígua, e não se pode usar uma matéria para falar de outra”, explica. Seu projeto expositivo se constrói a partir de um modelo curatorial misto em que a seleção de peças específicas é acompanhada por trabalhos comissionados. Uma das particularidades da proposta – que inclui obras de Jennifer Tee (Holanda, 1973), Leda Catunda (Brasil, 1961), Sarah Lucas (UK, 1962) e Tal Isaac Hadad (França, 1976), entre outros – é sua ativação por um programa de experimentações ao longo da duração da Bienal.

 

Waltercio Caldas (Rio de Janeiro, Brasil, 1946), que sempre considerou a história da arte como material de trabalho, projeta na curadoria “Os aparecimentos” obras de diversos artistas confrontadas com trabalhos de sua autoria. “Visto que a produção de um artista trata de inúmeras questões que variam ao longo do tempo, escolhi obras que desviam do que mais se conhece de cada um deles e se destacam por seu valor e especificidade. O resultado da relação entre as peças escolhidas passou a ser o principal interesse desta seleção”, explica. Caldas propõe uma reflexão sobre a poética, a natureza das formas e das ideias e suas implicações na atividade artística desde o final do século 19. “Procurei, através da tensão entre obras muito diversas, as surpresas esclarecedoras que resultam destes confrontos”, comenta. A partir de uma visão desafiadora do artista sobre sua própria obra e dos enfrentamentos muitas vezes inusitados – como entre trabalhos de Victor Hugo (França, 1802-1885), Jorge Oteiza (Espanha, 1908-2003) e Vicente do Rego Monteiro (Brasil, 1899-1970) – abrem-se novas possibilidades de leitura para a arte.

 

Para seu projeto expositivo intitulado “sempre, nunca”, composto exclusivamente por obras comissionadas,Wura-Natasha Ogunji (St. Louis, EUA, 1970) convidou as artistas Lhola Amira (África do Sul, 1984), Mame-Diarra Niang (França, 1982), Nicole Vlado (EUA, 1980), ruby onyinyechi amanze (Nigéria, 1982) e Youmna Chlala (Líbano, 1974) para criar, assim como ela, novos trabalhos em um processo curatorial colaborativo e horizontal. A produção dessas seis artistas “concilia aspectos íntimos (como corpo, memória e gesto) a épicos (arquitetura, história, nação)”, explica Ogunji. “Em diálogo aberto e contínuo, nossos projetos individuais abarcam práticas e linguagens distintas, que convergem em ideias e questões cruciais para a experimentação, a liberdade e o processo criativo”. O trabalho dessas artistas é afetado por suas histórias individuais e pelas complexas relações que mantêm com suas terras, nações e territórios. “Suas obras quebram as narrativas hegemônicas e abraçam interrupções como aberturas necessárias”, complementa a artista-curadora.

 

 

Os projetos individuais selecionados por Gabriel Pérez-Barreiro

 

Entre os doze projetos individuais escolhidos pelo curador, três deles são de artistas homenageados: Aníbal López (Cidade da Guatemala, Guatemala, 1964-2014), Feliciano Centurión (San Ignacio, Paraguai, 1962 – Buenos Aires, Argentina, 1996) e Lucia Nogueira (Goiânia, Brasil, 1950 – Londres, Reino Unido, 1998). “Eu queria artistas que fossem históricos, mas ao mesmo tempo não consagrados, ou seja, que esses núcleos não fossem apenas a reiteração de nomes que já conhecemos. Os artistas homenageados são pouco conhecidos na América Latina, mas são expoentes de sua geração, então trazê-los à Bienal é uma forma de resgatá-los do desaparecimento da história da arte e mostrá-los para as novas gerações”, diz Pérez-Barreiro. Para o curador, a realização dessas exposições também significa uma contribuição expressiva da Fundação Bienal na pesquisa, catalogação e recuperação desses acervos.

 

Aníbal López, também conhecido por A-1 53167, o número de sua cédula de identidade, foi um dos precursores da performance em seu país. Sua obra, que inclui vídeo, performance, live act e intervenções urbanas, entre outras formas de expressão, tem forte caráter político e se volta para questões de disputas entre fronteiras nacionais, culturas indígenas, abusos militares e até do mercado de arte. Registros em vídeo e fotografias de ações efêmeras, realizadas como forma de protesto à objetificação e fetichização da arte, compõem a mostra.

 

O universo queer é abordado com delicadeza por Feliciano Centurión, que deixou seu país natal, o Paraguai, para radicar-se na Argentina, onde se tornou expoente da chamada geração “Rojas” (primeiros artistas a expor na galeria do Centro Cultural Rector Ricardo Rojas, da Universidad de Buenos Aires) até ser vitimado por complicações decorrentes da AIDS, aos 34 anos. Centurión trabalhava primordialmente com tecidos e bordados, incorporando peças como lenços e crochês comprados em feirinhas portenhas. Descendente de uma família de bordadeiras, ele se apropria de práticas artesanais como linguagem artística para expressar elementos de sua história pessoal a partir de uma tradição familiar comum na cultura paraguaia.

 

Ainda pouco conhecida no Brasil, a goiana Lucia Nogueira é uma figura essencial para compreender a arte britânica do período e desenvolveu uma carreira internacionalmente reconhecida. Suas esculturas e instalações, foco da individual incluída na 33ª Bienal, subvertem o utilitarismo de objetos com um humor sutil, tanto pela associação inusitada entre elementos quanto pelo jogo semântico constantemente presente em seus títulos, criando uma atmosfera de estranheza e poesia.

 

Projetos individuais de outros nove artistas, dos quais oito foram especialmente comissionados, completam a seleção de Pérez-Barreiro. Do grupo, o único a exibir um trabalho histórico é Siron Franco (Goiás Velho, Brasil, 1950), com a série de pinturas Césio/Rua 57. Nela, Franco eterniza a impressão de horror e isolamento causada pelo acidente radioativo acontecido em 1987 no Bairro Popular, em Goiânia, com o elemento Césio 137. Nascido e criado naquele bairro, o artista retornou à sua cidade natal logo após o acidente, na contramão da população local, deixando definitivamente o eixo Rio-São Paulo. Seus registros da catástrofe ambiental marcaram uma guinada em sua carreira, antes de temática irônica, para o uso de alegorias com elementos simbólicos.

 

Os oito artistas com projetos comissionados têm em comum o desenvolvimento de trabalhos que não se encaixam numa estrutura temática. “São pesquisas complexas que funcionam individualmente e não precisam de um contexto adicional para que o espectador se relacione com os trabalhos”, explica Pérez-Barreiro.

 

O portenho Alejandro Corujeira (Buenos Aires, Argentina, 1961) possui uma concepção formal leve e fluida, que parece querer captar o movimento da natureza. Ele terá esculturas e pinturas apresentadas na mostra. Denise Milan (São Paulo, Brasil, 1954) cria esculturas e instalações com grandes pedras e cristais. Na 33ª Bienal, a artista exibirá novos trabalhos nesses formatos.

 

O cotidiano serve de inspiração às obras de Maria Laet (Rio de Janeiro, Brasil, 1982), que exibirá um novo vídeo na 33a Bienal, e de Vânia Mignone (Campinas, Brasil, 1967), que trará pinturas inéditas. Nelson Felix (Rio de Janeiro, Brasil, 1954), que em seu “trabalho formal parece materializar uma consciência planetária”, nas palavras de Pérez-Barreiro, mostrará uma nova instalação escultórica.

 

As pesquisas de Bruno Moreschi (Maringá, Brasil, 1982) e Luiza Crosman (Rio de Janeiro, Brasil, 1987) se relacionam com a corrente da crítica institucional e fogem de suportes artísticos tradicionais. “Com esses artistas teremos, dentro da exposição, um olhar crítico sobre como a arte funciona, é exibida e justificada”, afirma Pérez-Barreiro. Partindo de uma abordagem pessoal e poética, Tamar Guimarães (Viçosa, Brasil, 1967), que une uma abordagem crítica sobre as instituições a preocupações poéticas e narrativas, apresentará um novo vídeo.

 

33ª Bienal de São Paulo – “Afinidades afetivas” de 07 de setembro a 09 de dezembro.

Terças, quartas, sextas, domingos e dom e feriados: 9h – 19h (entrada até 18h).

Quintas, sábados: 9h – 22h (entrada até 21h)

MAM 70: MAM e MAC USP

27/ago

O Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, exibirá “MAM 70: MAM e MAC USP”, uma exposição comemorativa. A exibição é uma colaboração entre o Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Museu de Arte Contemporânea da USP, com destaque para mostras emblemáticas da primeira fase do MAM, nas décadas de 1940 e 1950, antes da doação de sua coleção para o MAC. A mostra visa identificar os elementos em comum entre as instituições. Serão apresentadas exposições importantes na narrativa da história da arte brasileira, como a primeira Bienal de São Paulo, realizada pelo MAM em 1951, e a mostra do Grupo Ruptura, em 1952. Além das mostras periódicas Jovem Arte Contemporânea, criada pelo MAC em 1967, e o Panorama da Arte Brasileira, criado pelo MAM em 1969. Estas mostras, juntamente com a Bienal, ocuparam papel fundamental no calendário artístico brasileiro, consagrando-o no circuito internacional. Serão expostas obras integrantes das mostras originais do MAM e de mostras posteriores do MAM e do MAC, construindo uma genealogia de exposições a partir de uma raiz museológica comum. A curadoria é de Ana Magalhães, Helouise Costa e Felipe Chaimovich.

 

 

De 04 de setembro (abertura) até 16 de dezembro

 

Estratégias Conceituais na Galeria Bergamin & Gomide

24/ago

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A Galeria Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP, reúne obras produzidas entre 1960 e 1980, período marcado por ditaduras militares na América Latina, e traz artistas como Hélio Oiticica, León Ferrari, Lygia Pape e Cildo Meireles. A produção artística na América Latina entre as décadas de 1960 e 1980 é tema de “Estratégias Conceituais”, em cartaz do dia 25 de agosto até 20 de outubro. A exposição apresenta obras de 42 artistas, com curadoria de Ricardo Sardenberg, e reflete um período histórico marcado por intensa repressão política em todo continente.

 

A mostra lança luz sobre um momento histórico muito semelhante ao atual, marcado pelo acirramento das disputas políticas, recrudescimento de iniciativas que incitam a censura, desmantelamento dos espaços de convívio e quebra da comunicação. Assim como ações coletivas e individuais de resistência por parte dos artistas, atuando por vezes à margem do sistema das artes visuais estabelecidas até então.

 

Entre os artistas selecionados estão nomes como Victor Grippo, León Ferrari, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Cildo Meireles, Antonio Manuel, Anna Bella Geiger, Luis Camnitzer, Clemente Padín, Anna Maria Maiolino, Antonio Caro, Beatriz Gonzalez, entre outros.

 

“Estratégias Conceituais” quer dar visibilidade à criação da arte latina durante esses anos de transformação socioeconômica. Nesse contexto, são apresentadas diversas obras que foram utilizadas numa estratégia para contestar o regime vigente, muitas vezes burlando a censura, e estimular a conscientização da realidade, criando no processo novas formas de produção, apresentação e distribuição da arte.

 

“Calcados em seus contextos locais – principalmente com a ideia de meios de produção no espaço do subdesenvolvimento -, buscavam não apenas difundir o conhecimento, mas também propor novas formas de gerar conhecimento, sem se formalizarem em um movimento específico. Foram então reconhecidos como “artistas conceituais”. Porém, amplamente conscientes das estratégias formais de “desmaterialização” e das teorias da informação e da comunicação, os aqui apresentados introduzem conteúdos como ação e estratégia de intervenção política, poética,pedagógica e comunicativa. De diversas matizes ideológicas, as estratégias conceituais daquela época se baseiam em primeira instância no contexto local(geralmente político e de confronto), depois no contexto do subdesenvolvimento na América Latina e, por fim, numa “estratégia de inserção global”, explica Sardenberg.

 

 

Artistas de “Estratégias Conceituais”

 

3NÓS3

Adolfo Bernal

Anna Bella Geiger

Anna Maria Maiolino

Antonio Caro

Antonio Dias

Antonio Manuel

Artur Barrio

Beatriz González

Carlos Zilio

Cildo Meireles

Clemente Padín

Décio Noviello

Edgardo Antonio Vigo

Eugenio Dittborn

Felipe Ehrenberg

Graciela Carnevale

Guillermo Deisler

Grupo CAYC

Hélio Oiticica

Hudinilson Jr.

Ivens Machado

Jac Leirner

Jorge Caraballo

Julio Plaza

Lenora de Barros

León Ferrari

Letícia Parente

Liliana Porter

Luis Camnitzer

Luiz Alphonsus

Lygia Pape

Marcelo Brodsky

Montez Magno

Paulo Bruscky

Regina Silveira

Regina Vater

Roberto Jacoby

Umberto Costa Barros

Victor Gerhard

Victor Grippo

Waltercio Caldas

 

 

Sobre a Bergamin & Gomide

 

Criada em 2000 em São Paulo, por Jones Bergamin, a galeria Bergamin ficava numa casa da década de 1950 do arquiteto Vilanova Artigas nos Jardins. Apresentou importantes projetos, dentre eles, uma retrospectiva de Iberê Camargo,  exposições de Mira Schendel, Lygia Pape, Tunga e Miguel Rio Branco e projetos especiais como, por exemplo, “Através” em que a curadora Lisette Lagnado trouxe a público “Tteia”, obra icônica de Lygia Pape (hoje em exposição permanente em Inhotim). Em 2013, Antonia Bergamin, filha de Jones Bergamin, assumiu a direção da galeria com Thiago Gomide. Com foco em vendas privadas de artistas brasileiros e estrangeiros do período Pós-Guerra, a Bergamin & Gomide inaugurou seu novo espaço na rua Oscar Freire, em agosto do mesmo ano. Sem uma lista fixa e com flexibilidade para trabalhar um amplo número de artistas e exposições de diferentes temas, períodos e movimentos, o  programa da galeria conta com quatro exposições por ano, entre individuais e coletivas. Além disso a Bergamin & Gomide participa de feiras nacionais e internacionais como Art Basel, TEFAF NY Spring, Art Basel Miami Beach, Semana de Arte e SP-Arte e desenvolve parcerias com importantes galerias estrangeiras.

A Caixa Preta na FIC

15/ago

Entre os dias 18 de agosto a 14 de outubro, a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, apresenta a exposição “Caixa Preta”. Com curadoria de Bernardo José de Souza, Eduardo Sterzi, Fernanda Brenner e Verônica Stigger, a coletiva traz obras de 40 artistas – entre fotógrafos, poetas, arquitetos, cineastas e artistas visuais – como Augusto de Campos, Júlio Plaza, Carlos Fajardo, Eliseu Visconti, Chelpa Ferro, Iberê Camargo, Manabu Mabe, Mauro Restiffe, Nuno Ramos, Oscar Niemayer e Waltercio Caldas. Usando como metáfora a caixa-preta dos aviões – que registram importantes informações que antecedem um momento crítico, ao mesmo tempo em que guardam outras informações banais -, a exposição reflete sobre a relação entre arte e mundo, entre algumas obras de arte e o atual momento político do país e do mundo, mas também entre essas obras e o sistema das artes. Dessa forma, a exposição reúne “caixas-pretas” muito singulares, a serem localizadas, abertas, interpretadas e reinterpretadas. Os curadores pesquisaram e investigaram diversas coleções e acervos, públicos, privados e pessoais, na busca por elementos sem visibilidade, de interesse relativo ou simplesmente esquecidos, no intuito de aprofundar questões presentes nas muitas “caixas-pretas” com as quais convivemos, sejam elas de teor histórico, acadêmico ou artístico.

 

A exposição vai contar com uma série de atividades paralelas, como Seminário Sobre acidentes e caixas pretas do passado, do presente e do futuro, em que em que historiadores, engenheiros, filósofos e outros especialistas analisam as relações entre arte, política, ciência e história.

 

 

Artistas

 

Alfi Vivern | Augusto de Campos e Julio Plaza | Caio Fernando Abreu | Carlos Augusto Lima | Carlos Fajardo | Carlos Zilio | Chelpa Ferro | Daniel Jacoby | Dirnei Prates | Eliseu Visconti | Fabiana Faleiros | Fernando Corona | Eva e Franco Mattes | Frederico Filippi | Gabriela Greeb e Mario Ramiro | Gilberto Perin | Guilherme Peters e Roberto Winter | Iberê Camargo | Jac Leirner | Jeronimus Van Diest | Jordi Burch | José Marchand Assumpção | Kevin Simón Mancera | Letícia Lopes | Manabu Mabe | Marília Garcia | Mauro Restiffe | Nuno Ramos | Oscar Niemeyer | Pedro Motta | Pedro Victor Brandão | Rafael Borges Amaral | Regina Parra | Rodrigo Matheus | Runo Lagomarsino | Telmo Lanes e Rogério Nazari | Waltercio Caldas | Wilfredo Prieto.

 

 

Curadores: Bernardo José de Souza, Eduardo Sterzi, Fernanda Brenner e Veronica Stigger.

 

 

Sobre Iberê Camargo

 

Restinga Seca, 1914 – Porto Alegre, 1994 – Iberê Camargo é um dos grandes nomes da arte brasileira do século 20. Autor de uma extensa obra, que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras, Iberê nunca se filiou a correntes ou movimentos, mas exerceu forte liderança no meio artístico e intelectual brasileiro. Dentre as diferentes facetas de sua vasta produção, o artista desenvolveu as conhecidas séries “Carretéis”, “Ciclistas” e “As Idiotas”, que marcaram sua trajetória. Grande parte de sua produção, estimada em mais de sete mil obras, compõe hoje o acervo da Fundação Iberê Camargo.

Valeska Soares na Pinacoteca

07/ago

A Pinacoteca de São Paulo, Luz, São Paulo, SP, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, apresenta, até 22 de outubro, a exposição “Valeska Soares: Entrementes”. Com curadoria de Júlia Rebouças, a mostra ocupa o quarto andar e o espaço de entrada da Pina Estação e expõe uma seleção de 3o anos de produção da mineira, desde o final dos anos 1980, trazendo como temas principais o sujeito e o corpo, a memória e os afetos, e as relações entre espaço, tempo e linguagem.

 

Nascida em Belo Horizonte, em 1957, e radicada em Nova York desde o início da década de 1990, Soares tem a escultura como primeira linguagem e pertence a um grupo internacional de artistas que expandiu as possibilidades da instalação na arte, engajando subjetivamente o espectador. Suas obras, geralmente, recorrem a narrativas ficcionais da literatura para tecer experiências de intimidade e desejo que ultrapassam o campo individual e alcançam a sensibilidade coletiva.

 

Através de materiais evocativos, a artista explora a tensão criada pelas oposições. Suas esculturas e instalações frequentemente apresentam materiais reflexivos, como aço inoxidável e espelhos, em contraste com substâncias orgânicas e sensoriais, como flores, com intuito de ampliar a experiência do visitante no espaço. Neste sentido, Soares se utiliza de diversas técnicas sensoriais, incluindo o som para criar atmosferas e vivências que são tanto convidativas quanto perturbadoras.

 

Para a exposição na Pinacoteca, a curadora selecionou um conjunto de 40 obras provenientes do acervo do museu, de coleções particulares e da própria artista, sendo que algumas dessas últimas são inéditas no Brasil. São pinturas, colagens, objetos, instalações e esculturas que, como o título sugere, apresentam zonas intermediárias de contato: intersecções entre o indivíduo e a sociedade, entre o encoberto/misterioso e o explícito, passado e futuro, etc. “A mostra explora também obras que lançam mão da ideia de coletividade, seja pelo recurso da coleção, explorado em diversos trabalhos por Soares, seja pela constituição de uma experiência compartilhada, como em Epílogo (2016) ou Vagalume(2007)”, define a curadora.

 

“Valeska Soares: Entrementes” trata, de modo geral, de tudo daquilo que, mesmo sendo matéria de foro íntimo, pode ser vivido em comunhão. “Neste sentido, Detour(2002) – inspirado no conto As cidades e o desejo, do escritor italiano Ítalo Calvino – é um trabalho central, pois parte da ideia de um mesmo sonho que é sonhado e narrado por diferentes pessoas”, conta Rebouças. No conto, os sonhadores, na esperança de encontrar o objeto de seu desejo- — uma mulher que corre desnuda — acabam por criar uma cidade que replica os caminhos onde a perderam. A partir da história, Soares constrói um ambiente que, embora confinado, sugere infinitas saídas pelo resultado de espelhamentos.

 

A artista ainda incorpora qualidades arquitetônicas à sua prática, herança da formação acadêmica neste campo. Nesta perspectiva, ela agrega a ideia de ponto de fuga como eixo central e toma o espaço não apenas como ente físico e ilusório, mas um lugar que possibilita ao visitante perceber-se em relação a ele. “A artista não afasta seus trabalhos do público. As obras dão-se a ver, deixam pistas sobre o processo de sua elaboração, estão evidentes em sua constituição material, abrem-se para o jogo do engajamento sensível e da participação”, diz Rebouças.

 

“Parte da força de sua poética está naquilo que evapora, escorre, esmaece, murcha, silencia, rescinde, derrete, quebra”, complementa a curadora. A instalação “Untitled” (From Vanishing Points), de 1998, pertencente ao acervo da Pinacoteca, é um exemplo disso. Nesta, a artista reproduz um conjunto de vasos de plantas tal como estavam dispostos em seu jardim. Replicados em cera, porcelana e alumínio, marcam a ausência da vida como força orgânica, ao passo que são indícios de um outro tempo ou existência que escapa à tentativa de contenção. Replicam assim a estrutura da memória, uma vez que só é possível lembrar a partir do presente, e é da experiência do agora que se preenchem as lacunas do passado.

 

A mostra de Valeska Soares integra a série de retrospectivas de artistas que iniciaram suas carreiras a partir dos anos 1980, apresentadas sempre no 4º andar da Pina Estação.

 

 

Sobre a artista

 

Valeska Soares nasceu em Belo Horizonte/MG, em 1957, e vive e trabalha em Nova York/EUA. É bacharel em Arquitetura pela Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, e pós-graduada em História da Arte e da Arquitetura pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), também no Rio de Janeiro. Após mudar-se para Nova York, em 1992, realizou MFA (Master of Fine Arts) no Pratt Institute, no Brooklyn e, em seguida, começou a frequentar a New York University, School of Education onde se candidata a Doctor of Arts. Sua primeira mostra individual em um museu aconteceu no Portland Institute for Contemporary Art, EUA, em 1998, e sua primeira retrospectiva foi apresentada no Museu de Arte da Pampulha/MG, em 2002. No ano seguinte, uma grande mostra dedicada à sua prática ocorreu no Bronx Museum for the Arts, Nova York/EUA. Soares produziu instalações site-specificpara diversos espaços, incluindo o inSite, em San Diego-Tijuana/EUA (2000); o Museo Tamayo, na Cidade do México (2003) e o Instituto Inhotim, em Brumadinho/MG (2008). Foi uma das indicadas, em 2001, ao Millenium Prize, oferecido pela National Gallery of Canada Foundation. Também participou de diversas bienais, incluindo a de São Paulo (1994, 1998 e 2009); de Veneza/Itália (2005); e a Sharjah Biennial, nos Emirados Árabes (2009).

 

 

Sobre a curadora

 
Júlia Rebouças nasceu em Aracaju/SE, em 1984, e vive entre Belo Horizonte e São Paulo. É curadora, pesquisadora e crítica de arte. Foi cocuradora da 32ª Bienal de São Paulo, Incerteza Viva(2016). De 2007 a 2015, trabalhou no departamento curatorial do Instituto Inhotim/MG. Colaborou com a Associação Cultural Videobrasil, integrando a comissão curadora dos 18º e 19º Festivais Internacionais de Arte Contemporânea SESC Videobrasil, em São Paulo. Foi curadora adjunta da 9ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (Se o clima for favorável), em 2013. Realizou diversos projetos curatoriais independentes, dentre os quais destacam-se a exposição MitoMotim, no Galpão VB, em São Paulo, de abril a julho de 2018, e Zona de Instabilidade, com obras da artista Lais Myrrha, na Caixa Cultural Sé, em São Paulo, em 2013, e na Caixa Cultural Brasília, em 2014. Integrou o corpo de jurados do concurso que selecionou o projeto arquitetônico e curatorial do Pavilhão do Brasil na Expo Milano 2015, realizado em janeiro de 2014, em Brasília. Desenvolve projetos editoriais e escreve textos para catálogos de exposições, livros de artista e colabora com revistas de arte. Graduou-se em Comunicação Social/ Jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco (2006). É mestre e doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Minas Gerais (2017).

 

 

 

Catálogo

 
“Valeska Soares: Entrementes”será complementada com um catálogo que reúne textos de Júlia Rebouças e das curadoras Maria do Carmo Pontes, Melissa Rocha e Isabella Rjeille. Também inclui imagens da exposição e de outras obras, além de uma adaptação da obra “Disclaimer”, especialmente para a publicação.

 

 

Múltiplos da artista

 

Valeska Soares participa do Projeto de Múltiplos, criado pela Pinacoteca, com o objetivo de angariar recursos para a instituição. Para este, a artista concebeu uma tiragem de 20 impressões de 5 gravuras, que misturam processos digitais e de serigrafia a partir de uma nova interpretação da obra Doubleface, de 2017, na qual ela se apropria de retratos pintados a óleo por outros artistas e intervém sobre eles. Para o Múltiplo desenvolvido especialmente para a Pinacoteca, o ponto de partida foram cinco retratos de mulheres pertencentes ao acervo do museu. Os trabalhos podem ser adquiridos de forma avulsa ou em conjunto. Doubleface – 5 trabalhos de 54,4cm x 42 cm
Ed. 20 + 2 P.A. (cada).

A àrvore de Ernesto Neto

03/ago

A Suíça tem um museu especialmente dedicado à arte brasileira e diversas galerias brasileiras tem participação destacada em feiras realizadas no país. A Estação Central de Zurique recebeu recentemente – para exibir – uma escultura de 2 mil metros quadrados do artista brasileiro Ernesto Neto, internacionalmente dono bem sucedida carreira artista entre os nomes de ponta da arte contemporânea brasileira.

 

Desde 2003 em funcionamento na Basileia, a Fundação Brasileia tem como missão apresentar ao público europeu a arte do Brasil. Nomes como o grafiteiro Zezão, o pintor, escultor e fotógrafo Alex Flemming e a artista plástica Christina Oiticica já realizaram exposições.

 

Para curadores e artistas, é a abordagem democrática da arte nacional que atrai os suíços. A árvore gigante de Ernesto Neto, por exemplo, permite ao público utilizar o espaço livremente. “Esse é um espaço público, e essa obra é sobre intimidade”, contou.

Lauren Shapiro em São Paulo

01/ago

A Galeria VilaNova, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, inaugura “Fragile Terrains”, da artista visual norte-americana Lauren Shapiro, sob curadoria de Sebastiano Varoli. Em parceria inédita com a Art Bastion Gallery, sediada em Miami, Flórida, USA, a individual apresenta quinze esculturas, uma instalação e uma projeção, as quais fazem referência à relação insustentável da sociedade com o ecossistema, revelando estruturas vivas encontradas pela artista na natureza – cuidadosamente coletadas por meio de moldes, em florestas e rios -, que emergem do solo e interagem com elementos arquitetônicos da paisagem urbana.

 

O trabalho de Lauren Shapiro busca inspiração nos fenômenos climáticos, nas conexões entre sistemas ecológicos e nas geometrias ocultas na natureza, além da influência humana nestes ambientes. Residente em Miami, é fascinada pela interconexão dos sistemas aquáticos do planeta e ciente de como o avanço do nível do mar em inúmeras regiões costeiras tem relação com o derretimento de geleiras, em razão do aquecimento global.

 

Em um site-specific, Lauren Shapiro visitou florestas e rios, de onde coletou formas – com uso de moldes de silicone – de objetos naturais. A partir desses protótipos, a artista cria as partes que compõem suas esculturas em argila, empilhando-as uma acima ou ao lado da outra, o que resulta em um trabalho frágil e de natureza transitória – sendo as eventuais alterações físicas de sua obra registradas em fotografia e vídeo. Sobre esta estrutura, ainda são inseridos origames em papel dobrado. Desta forma, suas peças fazem referência às questões de fragmentação florestal, erosão e da insustentabilidade na maneira como o homem se relaciona com o meio-ambiente.

 

 

De 07 de agosto a 08 de setembro.

Traços Brasileiros  

27/jul

 

A exposição “Traços Brasileiros – A cultura brasileira pela ótica de artistas plásticos”, que acontece de 09 de agosto a 06 de setembro no Centro Cultural Light, Centro, é uma coletiva de artistas plásticos oriundos do Atelier Oruniyá (Rio de Janeiro) e do Grupo Casa Amarela (Barra Mansa), além de artistas formandos da Escola de Belas Artes da UFRJ e UFRRJ. A curadoria e coordenação da exposição é do designer e pesquisador Guilherme Lopes Moura. A exposição retrata o Brasil em sua ampla diversidade de manifestações culturais, lendas, hábitos, brincadeiras, ícones artísticos, enfim, os traços que compõem o imaginário brasileiro ao longo de sua extensão geográfica. Os suportes serão os mais diversos: desde a pintura a óleo, gravura e aquarela até oficinas de cerâmica, crochê, mosaico, bordado livre, entre outras técnicas e suportes que, assim como a nossa cultura, só enriquecem o modo de ser – e de se expressar – do brasileiro. Bumba meu boi, Saci-Pererê, Iara, Capoeira, Jongo, Folia do Divino Espírito Santo, Cordel e Festas Juninas são apenas alguns dos temas que serão retratados nesta exposição durante o mês do folclore. Além disso, na abertura da exposição, o artista cearense Cabral da Cabaceira fará declamação de poesia matuta.

 

 

O mês de agosto e o folclore

 

O tão conhecido termo folclore vem do inglês folklore, que é a junção de povo (folk) e sabedoria (lore), significando “sabedoria do povo”. Este termo foi criado pelo arqueólogo inglês William John Thoms em 22 de agosto de 1846 e em pouco tempo passou a ser adotado pelos estudiosos da cultura popular ao redor do mundo. No Brasil, 22 de agosto foi oficializado como o dia do folclore (e por conseguinte o mês) em 1965 por meio de decreto federal. A Carta do Folclore Brasileiro, elaborada no I Congresso Brasileiro de Folclore, em 1951, define que “Constituem o fato folclórico as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição popular e pela imitação e que não sejam diretamente influenciadas pelos círculos eruditos e instituições que se dedicam ou à renovação e conservação do patrimônio científico e artístico humanos ou à fixação de uma orientação religiosa e filosófica.”

 

 

Sobre o Atelier Oruniyá

 

O Atelier Oruniyá reúne cinco artistas – Ana Moura, Gilliatt Moraes, Lucas Moura, Nelson Macedo e Renato Alvim – que têm como propósito comum o processo de produção da imagem, investigando a construção do sentido abstrato e poético da forma visual e, a exemplo de tantos artistas que nos precederam, entendem que não há outro caminho senão o comprometimento com o legado da tradição. Acompanham também André Bombonatti, Anna Lívia Mohanan, Ayla de Oliveira, Enji fundão, Juliana Mizrahi, Laura de Castro, Letícia Martins, Maria Artemis, Monike Silva, Paula Siebra e Vitor Hara, formandos das Escolas de Belas Artes da UFRJ  e UFRRJ, onde alguns artistas do Atelier Oruniyá lecionam.

 

 

Grupo Casa Amarela

 

Grupo de Artistas e Artesãos oriundos do Espaço Atelier Escola, que buscam uma identidade Nacional, regional e local para sua produção artística e que tem na Arte Nacional e na Cultura do Médio Paraíba sua fonte de inspiração e pesquisa. Tem como objetivo criar um núcleo de Arte no interior do Estado do Rio de janeiro, criar uma pedagogia para criação de grupos artísticos para alavancar a fruição e o comércio das Artes e artesanato, constituir espaços de propagação da arte e do artista local/regional, tornar sustentável espaços culturais que não tem apelo massivos. Formado pelos artistas Alexandre Brante, Andreia Lima, Cristiane Albernaz, Francis Marques, Izabel Meloto, Lélis Maria, Marcelo Campos, Messias Jr, Niki Campos, Paulo Valério, Thaisa Moura, Vera Lúcia Pereira e Viviane da Silva.

 

 

Sobre o curador e coordenador geral

 

Formado em Comunicação Visual – Design na UFRJ, fundador da Folha Verde Design, realizadora da exposição. É fotógrafo e pesquisador da cultura popular brasileira, autor do livro Folia de Reis na Serra Fluminense e idealizador da exposição “Folia de Reis: Mensageiros dos Reis Magos”, que aconteceu em janeiro de 2018 no Centro Cultural Light. Desde 2009 já desenvolveu identidade visual de mais de 100 projetos, entre mostras de cinema, peças de teatro e identidade corporativa.

Novíssimos 2018 no IBEU

18/jul

Identidade de gênero, sustentabilidade das práticas, passado de exploração e memória da guerra vinda com a imigração são alguns temas retratados nas obras de “Novíssimos 2018”, único Salão de Arte do Rio de Janeiro, que chega à 47ª edição no dia 18 dejulho, de 18h às 21h, na GALERIA DE ARTE IBEU, Gávea, Rio de Janeiro, RJ. Com curadoria de Cesar Kiraly, a exposição deste ano conta com trabalhos em pintura, instalação, objeto, fotografia e desenho de 12 artistas: Agrippina R. Manhattan (RJ), Danielle Cukierman (RJ), Daniela Paoliello (MG), Leka Mendes (SP), Letícia Pumar (RJ), Marc do Nascimento (SP), Marina Hachem (SP), Renata Nassur (RJ), Rodrigo Ferrarezi (SP), Samantha Canovas (SP), Sani Guerra (RJ) e Willy Reuter (RJ). O artista em destaque terá o nome divulgado na noite de abertura e será contemplado com uma exposição individual na Galeria de Arte Ibeu em 2019.

 

“Novíssimos” tem como proposta reconhecer e estimular a produção de novos artistas, e com isso apresentar um recorte do que vem sendo produzido no campo da arte contemporânea brasileira, em suas variadas vertentes. Até 2017, 621 artistas já haviam participado de Novíssimos, que teve sua primeira edição em 1962. Nesta 47ª edição, a proposta curatorial tematiza a necessidade, para além da preferência, da disponibilidade para a formação de um gosto pela arte contemporânea.

 

“Muito se conversa sobre gostar ou não gostar da arte contemporânea. É difícil encontrar quem não tenha uma posição sobre isso. A curadoria de Novíssimos 2018 debate o prazer na aquisição dos meios para se ver obras ainda não selecionadas pela história da arte e as diferenciar no concernente às suas intensidades”, afirma Cesar Kiraly.

 

“Trata-se menos de dizer ‘gostei ou não gostei’ e mais de se entregar à descrição dos elementos que nos levam a sentir, em nós mesmos, o que o artista parece ter sentido ou termos a nossa própria identidade desafiada pela experiência da arte nova a que nos expomos”, completa o curador da mostra, que teve recorde de submissões este ano.

 

Entre os destaques da exposição estão os trabalhos de Agrippina Manhattan, que consistem em poemas em plotter que serão colocados na parede externa da galeria, com trechos de palavras presentes na composição química de remédios para mudança de gênero, dando origem a um poema intitulado “A Mulher Química”. A artista também criou dois painéis de LED, gerando um diálogo. Em um deles está a frase “Eu é uma palavra”, enquanto o outro contém “Eu não sou palavra”. A passagem rápida das frases constrói uma relação de conflito entre as duas colocações, gerando uma investigação da linguagem enquanto matéria. Já no conjunto de trabalhos “Antropoceno”, a artista Leka Mendes utiliza uma série de foto-objetos que são pensados como objetos arqueológicos do nosso tempo, nossas ruínas achadas por futuras civilizações. Para isto, foram utilizados escombros urbanos achados nas ruas de São Paulo, restos de reformas e entulhos nos quais a artista transfere imagens de guerra achadas na internet. Danielle Cukierman utiliza resíduos, materiais precários, industriais e da vida urbana (embalagens, carpetes, plásticos, cobertores) para apresentar um olhar que valoriza o banal. Os trabalhos de Marc do Nascimento pretendem explorar sensações e significados espaciais associados aos aspectos materiais das coisas como textura, peso, rigidez, posição, densidade, forma e função na superfície do quadro.

 

O Salão de Artes Visuais Novíssimos 2018 fica disponível para o público 19 de julho a 24 de agosto de 2018, de segunda a quinta, de 13h às 19h (às sextas, de 12h às 18h).

 

 

 

Sobre os artistas

 

 

Agrippina Manhattan– É estudante de História da Arte (UFRJ) e trabalha como arte educadora no Museu de Arte Contemporânea de Niterói – RJ. Principais exposições: Art in Process, Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ (2018); PEGA: Encontro de estudantes do Rio de Janeiro, Centro Municipal de Artes Helio Oiticica (2017); BA PHOTO, Pavilhão expositivo de Buenos Aires (2017); Carpintaria para todos, Fortes D’Aloia e Gabriel (2017); Abraçaço Coletivo, Espaço Saracura (2017); Feira Urca, Ateliê da Imagem (2017); Livro Inventado, Ateliê Oriente (2017); Semana de Integração Acadêmica do Curso de Artes Visuais, EBA-UFRJ (2016); Mostra Arte ao Vivo, EAV-Parque Lage (2016); Sara-há, Mostra de performances realizado no espaço Saracura (2016); Mostra da Oficina intensiva de perfomance, EAV- Parque Lage (2015); Intervenções Urbanas, LabIt/PROURB (2015).

 

 

Danielle Cukierman- Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Na sua pesquisa, utiliza materiais industriais e cotidianos: embalagens, carpetes, plásticos, cobertores… O uso das coisas, a obsolescência e o banal são objetos de estudo da artista. Grande parte de sua formação foi realizada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Recentemente, participou da exposição coletiva “Abre Alas’’, na Galeria A Gentil Carioca (RJ). Em 2017, participou da exposição coletiva “Abraço Coletivo’’, no Espaço Saracura (RJ), e em 2016 fez parte da coletiva “Extramuros Parque Lage”, no Solar dos Abacaxis (RJ).

 

 

Daniela Paoliello- É artista visual e faz doutorado em Processos Artísticos Contemporâneos na UERJ. Foi contemplada com o XIII Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, em 2013, através do qual publicou seu livro “Exílio”. Participou de diversas exposições coletivas em espaços como o Museu de Arte de Ribeirão Preto, Museu de Arte da Pampulha, Festival de Fotografia de Tiradentes, Galeria Graphos: Brasil, Semana da Fotografia de Belo Horizonte, entre outros. Conta com publicações em plataformas nacionais e internacionais. Nos últimos anos, vem desenvolvendo sua pesquisa em torno da autoperformance feita exclusivamente para a câmera – fotografia e vídeo – e da produção de uma autoficção.

 

 

Leka MendesCom produção ancorada no fotográfico, o trabalho da artista utiliza tal linguagem desdobrada por formatos, meios e abordagens variadas. Um dos principais eixos é a investigação da paisagem, que pode ser vista por meio de instalações site specific, objetos, desenhos, colagens, livros de artista e, obviamente, pela própria fotografia. Em alguns momentos, realiza viagens de imersão com fins de destrinchar algumas temáticas e interesses, o que faz sua obra ter uma relação corporal com o espaço, aproximando tal faceta fotográfica de correntes e movimentos da contemporaneidade, como a land arte a arte conceitual, entre outros. Lança mão de procedimentos como a apropriação, a desconstrução de arquivos e a fotografia de campo, reforçando os elos de sua produção, feita tanto de modo analógico como digital.

 

 

Letícia Pumar- Possui formação na área de História. Atualmente, realiza pesquisa de pós-doutorado sobre a produção e uso de imagens na arte e na ciência no Programa de História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e segue formação artística nos cursos de Pintura, de João Magalhães, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Tem procurado articular seus trabalhos de docência, pesquisa e de criação artística partindo da pergunta “afinal, o que é conhecer?”. Selecionada pela Robert Rauschenberg Foundation Archives Research Travel Fund 2018, a pesquisadora-artista fará pesquisa no acervo do artista Robert Rauschenberg em NY no final de 2018.

 

 

Marc do Nascimento– É artista visual, vive e trabalha em São Paulo. Em 2017 se formou na FAU-USP, além de ter estudado no departamento de artes plásticas da mesma universidade. Já expôs no centro cultural Maria Antônia, no MAC Ibirapuera e também no SESC Ribeirão Preto. De maneira geral, sua pesquisa consiste na exploração de sensações espaciais associadas à interação entre elementos, técnicas, e conceitos presentes no imaginário arquitetônico.

 

 

Marina Hachem  – Vive e trabalha em São Paulo. Formada em Artes Plásticas na FAAP- Fundação Armando Alvares Penteado. Em 2012, começou a trabalhar como assistente para a artista Marina Saleme. Em 2014, cursou um semestre na faculdade de arte Central Saint Martins, em Londres. Em 2015, ganhou o prêmio de 2º lugar na 47ª Anual de Arte FAAP. Em 2016, abriu sua primeira exposição individual “Entrelinhas”, com a curadoria de Maguy Etlin. No mesmo ano, participou da exposição coletiva “Um desassossego”, na Galeria Estação. Em 2018, participou da exposição “Et Tu,Arte Brute?”, na Galeria Andrew Edllin, em Nova Iorque. Entre outras exposições coletivas estão: Free Elective Exhibition, na Central Saint Martins, com curadoria de Claire Bishop (Londres, 2014), a ocupação artística “Corpoativo” (SP, 2016), Feira PARTE (SP, BR,2016), exposição “Metanóia”, na Galeria Airez (CTBA, BR, 2017), SP Arte (SP.BR,2017), 14º Salão  Nacional de Artes de Itajaí (SC,BR,2018).

 

 

Renata Nassur- É natural do Paraná. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Transitando entre desenho e pintura, e trabalhando com técnicas diversas, do óleo à aquarela, sua prática de ateliê tem como foco principal o estudo de observação de objetos tornados invisíveis no universo cotidiano, tais como pedras portuguesas, anúncios de jornais e postais. Desta maneira, o trabalho tem o propósito de conferir um status de arte à objetos ordinários que regularmente passam despercebidos ao olhar comum.

 

 

Rodrigo Ferrarezi– É fotógrafo e artista visual, com formação profissional em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Paulista e em Fotografia pela Escola Panamericana de Artes e Design. Em 2016, teve envolvimentos em workshops e seleção de projetos com a galerista e curadora Rosely Nakagawa. Integrou o grupo de criação e fabulação de poéticas visuais do curador e editor Eder Chiodetto e da pesquisadora Fabiana Bruno, com foco no desenvolvimento de processos de narrativa imagética. Foi um dos vencedores do 2º FAPA – Fine Art Photography Awards, promovido pela Lensculture, na categoria “conceitual”, com a série “Deserto Límbico” (anteriormente intitulada “Limbus”). Com a mesma série, foi um dos artistas selecionados no XI Salão Nacional Victor Meirelles, realizado em abril de 2017, e na 1ª Bienal Art Print – Incubadora de Artistas, no mesmo período. Integrou o catálogo de novos artistas no 12º International Contemporary Artists, da I.C.A Publishing, em julho de 2017, e da coletiva “METANOIA”, na Galeria AIREZ, durante a Bienal Internacional de Curitiba em outubro de 2017.

 

 

Samantha CanovasÉ natural de Brasília, vive e trabalha em São Paulo. Mestra em Poéticas Visuais pelo PPGAV/ECA USP, e bacharel em Artes Plásticas pela UnB, desenvolve sua pesquisa poética no âmbito da pintura, instalação e têxtil com enfoque em questões como materialidade, obsessão, método, deriva e ócio. Em 2017, participou da residência artística NES, em Skagaströnd, na Islândia, e em 2012 na School of Visual Arts em Nova York. Integra mostras coletivas e salões desde 2010 em cidades como Brasília, Goiânia, São Paulo, Uberlândia e Jataí.

 

 

Sani Guerra- É licenciada em Artes Visuais, frequentou cursos livres na EAV e Desenho Industrial na Faculdade da Cidade/RJ. Principais individuais: “Superfícies”, Sesc Nova Friburgo/RJ 2010 e “Memória e Impermanência” na Galeria do Lago, Museu da República, CIGA-ArtRio/RJ 2016. Desenvolve desde 2008 o Projeto Construção premiado em 2009 pela Funarte. Principais coletivas: “Desver a Arte”, na Galeria Emmathomas/SP 2018, em 2017 participou do 23º Salão Anapolino de Arte/GO e 45º Salão Luiz Sacilloto em Santo André/SP. Venceu o Concurso Garimpo da Revista Dasartes Brasil, em 2013.

 

 

Willy Reuter- É formado em arquitetura pela Universidade Santa Úrsula e  trabalha há 10 anos como Produtor de Arte na empresa Rede Globo. No Parque Lage estudou com Luis Ernesto, Charles Watson e Daniel Senise entre outros. Na Austrália fez as primeiras exposições coletivas e individuais. Ganhou primeiro lugar em um concurso de pintura patrocinado pela Anistia Internacional. De volta ao Rio de Janeiro, participou da coletiva “Posição 2004”, na EAV Parque Lage, MARP- Museu de Arte de Ribeirão Preto, 17° Salão de Praia Grande e 17° Salão UNAMA, em Belém do Pará. As últimas exposições individuais foram no Centro Cultural Correios, na Fundação de Artes de Niterói e na Galeria Coleção de Arte, com curadoria de Marcus Lontra. Tem trabalhos nas coleções de Chico Buarque de Holanda, Miguel Falabella e Renata Ceribelli, entre outros. Em coleção pública tem trabalhos no Centro Cultural Correios, Rio de Janeiro.

 

 

 

De 18 de julho a 24 de agosto.

Coletiva na Sancovsky

17/jul

A Galeria Sancovsky, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, convida para a abertura de “A Imensa Preguiça”, exposição coletiva com curadoria de Guilherme Teixeira. A partir do dia 19 de julho, a Galeria Sancovsky apresenta a exposição “A Imensa Preguiça”, mostra coletiva que busca explorar as relações de dissolução da forma e da ideia de derretimento a partir da ressignificação e destruição de objetos comuns e cotidianos no trabalho de dez artistas. Colocando em diálogo diversas linguagens como vídeo, escultura, pintura e instalações, a exposição se propõe à criação de um espaço de alucinação infinita, onde a prática e o objeto se tensionam na busca do movimento entre dissolução e reiteração de um utilitarismo cotidiano, o ready-made, o ócio e o gesto.

 

Participam os artistas André Barion, Andre Bontorim, Beatriz Ruco, Eleni Bagaki, Gabriella Garcia, Ignacio Gatica, Pedro Caetano, Renato Castanhari, Ricardo Carioba e Sergio Pinzón

 

 

De 19 de julho a 18 de agosto