Triângulo São Paulo, um guia visual

28/nov

Híbrido de caderno de viagem e guia arquitetônico, “Triângulo São Paulo – um guia para se perder no centro”, que será distribuído gratuitamente pela Associação Viva O Centro e na data de seu lançamento, apresenta 31 pontos de um possível mapa do triângulo histórico da cidade, delimitado pela Praça da Sé e os largos de São Francisco e São Bento. Com foco nesse pequeno núcleo e a partir de elementos visuais, a publicação traça um percurso revelador das muitas camadas de história acumuladas no coração de São Paulo, às quais o olhar distraído já não consegue alcançar.

 

Entre os pontos relevantes do percurso propostos estão construções, monumentos, jardins, painéis, estátuas, praças, passagens. A pesquisa de Francesco Perrota-Bosh resgata detalhes sobre a arquitetura e a história de cada um, condensados, em texto, pela jornalista Teté Martinho. O guia sugere ao leitor contemplar essa herança arquitetônica e cruzar informações sobre o passado e o presente de edifícios e espaços públicos, como Praça Patriarca, Praça Da Sé, Largo São Francisco, Edifício Martinelli, Igreja Do Carmo, Catedral Metropolitana, Casa Mathilde, Solar Da Marquesa De Santos, entre outros.

 

Como é visual, a navegação pelo guia se dá pela sequência de imagens e é ordenada por palavras-chave que se relacionam poeticamente com os pontos. Pelas palavras-chave, em ordem alfabética, inicia-se a narrativa. Por exemplo, o primeiro é arco, cujo ponto é a Praça do Patriarca e se relaciona diretamente com o arco criado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Por sua vez, a letra S, indica “Segredos”, e leva o leitor a conhecer a Casa da Mathilde, fornecedora de doces da Casa Real em Portugal, que em 2013 ressurge no Brasil, instalando-se no endereço do primeiro estabelecimento da família Fasano, um conjunto modernista na Praça Antonio Prado que abrigou a então Brasserie Paulista, em 1902, e, mais tarde, o primeiro restaurante de nome Fasano, em 1952.

 

De uma escultura como a do Beijo Roubado, no Largo São Francisco, que alude ao romance de um francês com uma índia, até histórias dos antigos arranha-céus como o Martinelli, considerado em 1929 o mais alto da América Latina e confiscado pelo governo na Segunda Guerra, passando pelas esculturas de 16 artistas erguidas na Praça da Sé na tentativa de salvá-la por ocasião do 425º aniversário de São Paulo, o guia ressalta também, entre as saborosas histórias, detalhes de construção, como fachadas, colunas, portas, pisos, etc.

“Triângulo São Paulo” conta ainda com introdução assinada por Matthew Shirts; glossário de termos arquitetônicos e de personagens históricos; serviço detalhado para quem quiser conhecer os lugares; caderno para anotações; e uma bolsa, que acondiciona o mapa com a localização dos pontos, a versão em inglês dos textos e permite que se reúnam outras peças gráficas eventualmente coletadas durante o passeio.

 

Com coordenação editorial de Marise De Chirico, o guia é o primeiro título da Estação Cultura, editora de micro nicho, que celebra a mídia impressa e o projeto gráfico como parte essencial da publicação. Esse projeto – gráfico e editorial – é resultado da pesquisa de Fernando Östlund (Londres, 1986) e Rafael Pavan (São Paulo 1984), quando o guia foi idealizado e tema do TCC (Trabalho de Conclusão do Curso) da dupla no curso de Graduação em Design, na ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing, orientado por Daniel Trench, em 2009. As fotografias, também de Fernando Östlund, apontam como design e fotografia são elementos fundadores da narrativa. A inspiração para o projeto veio da experiência dos autores em andar à pé ou de skate pelo centro da cidade, fotografando, desenhando e recolhendo peças gráficas como tickets, embalagens e promocionais.

 

Na ocasião do lançamento, os organizadores da publicação realizam a mesa redonda “Retratos do triângulo São Paulo: um olhar poético sobre a cidade”, com a proposta de abordar o centro antigo de São Paulo a partir das sobreposições históricas impregnadas em sua arquitetura, das fotos de Fernando Östlund e do projeto editorial e gráfico do guia. Atendendo ao convite da própria publicação – o de se perder no centro– a ideia é ampliar as discussões sobre as várias possibilidades de ler e reler esse pequeno núcleo da cidade, tendo como elemento desencadeador o processo criativo do guia.

icar

 

 

Lançamento: 29 de novembro de 2014.

 

Das 11h às 12h30 – Mesa Redonda: “Retratos do triângulo São Paulo: um olhar poético sobre a cidade”, com Teté Martinho, Francesco Perrota-Bosch e Daniel Trench, Auditório do Solar da Marquesa de Santos, às 13h –  Coquetel e lançamento do guia, na Casa da Imagem – Editora: Estação Cultura

 

Local: Solar da Marquesa de Santos/ Casa da Imagem – Rua Roberto Simonsen 136 e 136b – Sé – São Paulo – SP

Dia 30: Catálogo de Dias & Riedweg

Neste domingo, dia 30 de novembro, às 16h, será lançado o catálogo da exposição “Histórias Frias e Chapa Quente”, dos artistas Mauricio Dias e Walter Riedweg, na Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ. O lançamento será seguido de mesa-redonda com os artistas, a crítica Glória Ferreira e a artista Juliana Franklin.

 

A mostra, que pode ser vista somente até domingo, traz obras inéditas e recentes da dupla de artistas Maurício Dias & Walter Riedweg, em curadoria de Andreas Brøgger, curador do Nikolaj Kunsthal, em Copenhague. Fazem parte da exposição as obras “Cold Stories”, “Chapa Quente”, “Sob Pressão”, “Evidência”, “Blocão”, e “Throw” (“Tiro”), de 2004, incluída por ter sido a primeira da dupla de artistas a utilizar imagens de arquivos. A entrada é franca.

Véio: livro e exposição

22/out

Para a Galeria Estação, Pinheiros, São Paulo, SP, nada poderia ser mais representativo do que comemorar os seus 10 anos com uma exposição e um  livro de  Cícero Alves dos Santos, o Véio. Afinal, desde a sua inauguração, a galeria trabalha no sentido de diluir a fronteira que separava artistas de raiz popular do cenário da arte contemporânea brasileira. Véio é resultado significativo desse empenho.

 

Hoje críticos como Rodrigo Naves — que assina os textos da mostra e do livro editado pela WMF Martins Fontes -, Lorenzo Mammì, Paulo Sérgio Duarte, entre outros, se interessam cada vez mais por esta produção, assim como o circuito internacional. Véio acaba de voltar de Paris, depois de participar da exposição comemorativa dos 30 anos da  Fundação Cartier, ao lado de  outros brasileiros, como Adriana Varejão e Beatriz Milhazes. O artista sergipano não foi o único da Galeria Estação a ser selecionado, lá estavam também Zé Bezerra e Nino, trio que já havia participado de outra mostra no espaço francês em 2012.

 

Com cerca de 45 trabalhos, a exposição de Cícero Alves do Santos: Véio reúne obras recentes, realizadas entre 2013 e 2014, em grandes e pequenas dimensões. Nas peças maiores, troncos, galhos e raízes têm uma presença decisiva e Véio intervém apenas pontualmente, esculpindo ou pintando, para tornar mais explícitas as figuras e formas que vislumbra naqueles elementos naturais que ele chama de “madeiras abertas”.

 

Conforme aponta Naves, com o aspecto vegetal do material realçado, o uso da cor intensa surpreende ao revelar uma feição artificial e pop, mas acaba reforçando os fenômenos naturais do tronco, da raiz ou do galho. “Como as cores não têm grande importância na definição formal das obras, elas ajudam sobretudo a realçar a irregularidade dos volumes que recobrem, sem ocultar sua origem orgânica e vegetal.”

 

Já as formas pequenas, destaca Naves, por meio de entalhes realizados a canivete em pequenos ou pequeníssimos pedaços de madeira, as chamadas “madeiras fechadas”, o artista faz a figura tomar totalmente a madeira pelas formas em que se transformam, mal deixando entrever o lenho de origem. “Na obra de Cícero – sertanejo que conseguiu comprar uma pequena reserva florestal por preocupações exclusivamente preservacionistas –, as consequências nefastas da dominação sobre a natureza se fazem notar na própria escala dos objetos: quanto maior a intervenção humana, menor a força e potência dos seres que resultam dela; ainda que esse aspecto acentue sua grandeza estética”, escreve o crítico.

 

Assim como muitos de seus conterrâneos, o escultor recebeu seu nome em homenagem a Padre Cícero. Já o apelido surgiu porque ele gostava muito de escutar as conversas das pessoas mais velhas. Autodidata, Véio admirava a cultura popular desde criança, quando começou a executar suas primeiras peças em cera de abelha. A relação intensa com seu meio fez o artista criar, ao lado de seu ateliê, localizado no interior sergipano, um “Museu do Sertão”. Muitos dos objetos recolhidos no museu testemunham o embate do homem do campo com a natureza. São chapéus de couro, utensílios domésticos, maquinas rústicas, roupas e acessórios que fazem parte da vida do sertanejo.

 

 

Até 20 de dezembro.

O livro de Celeida Tostes

24/set

Foi lançado no Rio de Janeiro e encontra-se em circulação o livro “Celeida Tostes”. Trata-se de obra de referência, organizada pelo curador e crítico de arte Marcus de Lontra Costa e pela jornalista Raquel Silva com a consultoria do artista Luiz Aquila, profissionais das artes visuais que em suas trajetórias realizaram trabalhos relevantes sobre a artista. É a primeira publicação sobre a artista, uma das mais produtivas dos anos 80, professora da EAV Parque Lage e da Escola de Belas Artes da UFRJ, marcou profundamente seus alunos e colegas e inspirou a geração de artistas que veio a público em meados da década de 1980, a chamada Geração 80. Textos inéditos, biografia, fotografias, críticas e inventário de obras fazem parte dos documentos visuais e textuais reunidos no livro dedicado a obra de Celeida Tostes. A obra tem o selo da editora Aeroplano, de Heloisa Buarque de Holanda e foi executada pela produtora Memória Visual.

Livro de Julieta de França

04/ago

A Coletiva Projetos Culturais e a FUNARTE realizam na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Jardim  Botânico, Rio de Janeiro, RJ, o lançamento do livro “Julieta de França – Lembrança de minha carreira atística”. O livro torna pública as reproduções imagéticas do álbum “Souvenir de ma carrière artistique”, da artista Julieta de França, arquivos gentilmente cedidos pelo Museu Paulista.

 

Julieta de França, nascida em 1872 e falecida em 1951, foi uma escultora paraense que construiu sua carreira entre Belém, Rio de Janeiro e Paris. Seu nome não figurou entre aqueles referenciados pela história da arte brasileira. Felizmente, sua trajetória vem se tornando conhecida e revelada às novas gerações.

 

Em 2007, José Roberto Arruda França, sobrinho-bisneto da artista, doou ao Museu Paulista um álbum que até então estava de posse de seus familiares. Trata-se de um objeto muito especial, em que Julieta de França reconstrói, – por meio da compilação de fotografias, cartas, recortes de jornais e certificados -, seu caminho percorrido na tentativa de reconhecimento como artista, em uma época e contexto marcados pelo protagonismo eminentemente masculino.

 

No intuito de enriquecer a disponibilização do conteúdo do álbum, a publicação, organizada por Amanda Bonan com Lia Baron e Nara Reis, conta com duas contribuições autorais inéditas. Com agudo rigor historiográfico, Ana Paula Cavalcanti Simioni pontua dados biográficos sobre a artista, costurados com um trabalho de reconstituição do contexto cultural de seu tempo. Por sua vez, Leila Danziger,  nos abre o ambiente estético a ser explorado na apreciação do objeto e atualiza nossa sensibilidade diante do material
Com a difusão de imagens do álbum, acompanhadas de reflexões contemporâneas sobre a sua composição, as organizadoras do livro esperam “..que a publicação colabore para o aprofundamento da pesquisa sobre a vida e a obra desta artista, instigando também a investigação sobre a trajetória de tantas outras.”  A distribuição do livro será gratuita.  Este projeto foi contemplado pelo Edital “Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais”, 2013/2014.

 

QUANDO – 12 de agosto de 2014, às 19h 

Mesa-redonda e Lançamento

21/jul

A Galeria Mamute, novo espaço de arte contemporânea, situado no centro histórico de Porto Alegre, RS, convida para mesa-redonda com os artistas residentes Andreia Vigo, Nelton Pellenz, Walter Karwatzki e a curadora Niura Borges.  Serão abordados o processo criativo e as produções desenvolvidas durante o projeto de residência artística  em vídeo da Galeria Mamute, a “Videoresidência Território Expandido”.

 

Neste mesmo dia ocorrerá o lançamento do catálogo do projeto e DVD com as obras dos artistas.  “Videoresidência Território Expandido” foi contemplado  com o Prêmio Rede Nacional Funarte Artes Visuais 10ª Edição.

 

 

Local: Galeria Mamute, Rua Caldas Júnior, 375, dia 23 de julho, às 18h.

 

Livro: As Donas da Bola

13/jun

A editora Sýn Criativa lança o livro “As Donas da Bola”, com curadoria e edição de Diógenes Moura, reunindo 11 dos mais representativos nomes da fotografia brasileira: Ana Araújo, Ana Carolina Fernandes, Bel Pedrosa, Eliária Andrade, Evelyn Ruman, Luciana Whitaker, Luludi Melo, Marcia Zoet, Marlene Bergamo, Mônica Zarattini e Nair Benedicto. O livro acompanha a exposição homônima inaugurada em maio deste ano, no Centro Cultural São Paulo, e traz um conjunto de 110 imagens, cor/ preto e branco, as quais retratam a presença da mulher e suas relações com a cultura do futebol, esporte tão característico do universo masculino.

 

Especialmente neste momento em que tudo parece girar em torno da bola, é preciso desconcentrar o futebol do mundo masculino e intensificar a participação da mulher neste espaço, exibindo a diversidade das suas experiências e realidades. Superados os preconceitos e desigualdades de gêneros, a atenção se volta ao olhar feminino, aos detalhes que sua sensibilidade aguçada lhe permite captar. Para este projeto, as imagens foram feitas em diversos locais do país – como São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Amapá e Bahia, entre outros -, mostrando, além das peculiaridades de cada região, que o fanatismo e o amor pelo time também pertencem ao universo feminino.

 

As Donas da Bola reúne fotógrafas profissionais com grande experiência no fotojornalismo, seja em trabalhos autorais ou em ensaios, e mostra o lado delas acerca desta tradição, por meio de um modo de ver especial, sensível, de um ponto de vista interior – sem a pretensão de considerá-lo material de consumo. “Essa iniciativa pretende preencher uma lacuna importante ao aplicar a percepção e a consciência social sobre a importância da mulher no futebol enquanto esporte, dentro de uma cultura nacional ainda em formação.”, comenta Diógenes Moura.

 

Evento: Lançamento do livro As Donas da Bola

Data: 14 de junho de 2014, sábado, às 16h

Local: Centro Cultural São Paulo

Endereço: Rua Vergueiro, 1.000 – São Paulo, SP

 

* Na ocasião, haverá uma conversa aberta com o curador e as fotógrafas do projeto.

 

 

LIVRO: As Donas da Bola

 

Fotógrafas: Ana Araújo, Ana Carolina Fernandes, Bel Pedrosa, Eliária Andrade, Evelyn Ruman, Luciana Whitaker, Luludi Melo, Marcia Zoet, Marlene Bergamo, Mônica Zarattini e Nair Benedicto

Curadoria e edição: Diógenes Moura

Editora: Sýn Criativa

Patrocínio: Petrobrás e Caixa Econômica Federal

Número de páginas: 192

Dimensão: 28 x 28 cm

Preço de venda: R$ 60,00

Indicadores de gênero

29/mai

Encontra-se em circulação e chama-se “Mulheres Gaúchas – Indicadores de Gênero”, a mais recente publicação da Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser, Porto Alegre, RS. A abordagem da publicação anterior constava com reproduções de pinturas de Iberê Camargo. Na edição atual, foi selecionado expressivo grupo de mulheres/artistas como Clara Pechansky, Magliani, Maria Tomaselli e Zorávia Bettiol, trazendo como homenageada especial a pioneira Tarsila do Amaral.

 

O projeto gráfico é de Nara Fogaça. A equipe técnica contou com as pesquisadoras Clitia Helena Backx Martins (coord.), Gabriele dos Anjos, Irene Galeazzi, Marilene Bandeira e Paula Caputo.

 

Na apresentação, a Secretária de Políticas Para as Mulheres do RS, Ariane Leitão, além de destacar as artistas convidadas, sintetiza  o trabalho da seguinte forma: “…Além de abordar a diversidade de temas referentes à situação da mulher no Rio Grande do Sul e no Brasil, que perpassam questões como sua inserção no mundo do trabalho e do conhecimento, este é mais um material enriquecedor, dando-nos subsídios para trabalharmos com a promoção da igualdade, através da garantia dos direitos humanos das meninas e das mulheres gaúchas.”

Livro de Cristina Schleder na Cultura/SP

28/mai

A Luste Editores lança “Os Tapetes Voadores da Mata Atlântica”, da artista plástica Cristina Schleder, com fotografias autorais que registram texturas, tramas e detalhes de sua inspiração maior – a Natureza. As imagens e espelhamentos de alguns fragmentos possibilitam novos significados à importância e beleza deste ecossistema.

 

Para a criação da série, Cristina Schleder adentrou a área da Mata Atlântica munida de olhos treinados em busca do inusitado, do oculto, e não de uma mera imagem. Em seus momentos preferidos, os pós chuva ou os dias nublados de luz prateada, quando a vegetação atinge seu pico de beleza, a artista vislumbrava detalhes de cores que surgiam em troncos e musgos, criando uma inédita fábula visual formada por fotografias marcantes. Sua imersão era tamanha que encontrava novos personagens, os quais a acolhiam e descortinavam um novo cenário, levando-a a lembrar das estórias em que os seres viajavam em tapetes voadores. Desenhos, formatos, cores e padronagens surgiam diante da artista, leves e harmônicos, que possibilitavam a imaginação de Cristina Schleder alçar vôo.

 

Os Tapetes Voadores da Mata Atlântica não versa apenas sobre o lúdico: também nos permite acesso à precisão da técnica e a conquista da verdade, visto que as formas e tons são exibidos em sua verdade máxima sem interferência ou alteração; o titulo de cada fotografia é o código da própria maquina quando apertado o disparador – sendo que cada imagem é realizada por um único clique, enfatizando a o momento único de cada cena.

 

Nas palavras da própria artista, travestida em uma personagem de contos “…a verdade deste pensamento mágico conseguia levá-la para todos os lugares imaginados, sentada em seu próprio tapete voador que a mata, com seus fios, tramas e bordados, teceu especialmente para ela.” A apresentação é de Tereza de Arruda.

 

Onde e quando: 05 de Junho de 2014, quinta-feira, das 18h às 22h na Livraria Cultura – Shopping Iguatemi, Jardim Paulistano.

Mario Carneiro em livro

31/mar

A belíssima edição do livro que apresenta a obra completa de Mario Carneiro contribui com valor inestimável para a memória das artes visuais do país e será lançado na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, dia 10 de abril. Os autores realizam bate papo com o público antes dos autógrafos. O livro será distribuído gratuitamente ao público presente.  Seu “olhar educado nas artes visuais” – como o próprio Mario Carneiro gostava de dizer – foi o diferencial na sua fotografia de cinema, imprimindo nas suas imagens uma sensibilidade e uma temporalidade características.

 

Sua concepção de iluminação foi identificada e celebrada por companheiros de trabalho e estudada por teóricos do cinema.   No entanto, sua extensa e rica obra visual, composta por desenho, pintura, gravura e fotografia ainda não haviam sido reunidas e estudadas. A publicação do livro “Mario Carneiro  Trânsitos”,  vem preencher esta lacuna, evidencia a dimensão da obra do artista e colabora para acrescentar informação à história da arte brasileira recente.

 

Os textos do curador, poeta e crítico de arte Adolfo Montejo Navas, do jornalista, escritor, pesquisador e crítico de cinema, Carlos Alberto Mattos e de Fabiana Éboli, artista plástica, professora e pesquisadora de artes visuais, respondem eficientemente ao conceito central do livro que é a ideia do trânsito do artista pelas diferentes linguagens. Dividido em sete capítulos com cerca de 300 imagens, a edição descortina a vasta produção visual do artista multimídia reconhecido como o grande fotógrafo do Cinema Novo. Sua atividade profissional nos meios cinematográficos dispensa apresentação. Contemplado com o Prêmio Procultura de Estímulo às Artes Visuais – 2010, o livro será distribuído gratuitamente às principais instituições culturais de todo o país.

 

 

Sobre Mario Carneiro

 

Mario Carneiro fez desenho, gravura, pintura, fotografia, cinema e se assumia como pintor. Sua formação universitária foi em arquitetura. Formou-se em 1955 na Faculdade Nacional de Arquitetura, no Rio de Janeiro, paralelamente ao estudo da pintura. O desenho foi uma constante, feito em casa ou no ateliê, nos sets de filmagem ou na prancheta. No período passado na França, fins da década de 1940 e início da de 1950, onde Mario Carneiro conhece Iberê Camargo e com ele estabelece uma amizade e há uma grande produção de gravura, ao lado do estudo da pintura. Nesta mesma época, junto com o pintor Jorge Mori, faz cópias dos grandes mestres no Louvre, exercita a fotografia e logo surge o cinema através de uma câmera presenteada pelo pai por sugestão da irmã. A fotografia em preto e branco atesta, já nos fotogramas da década de 40, um olhar agudo nos contrastes. Em 1953, Mario faz seus primeiros filmes amadores, alguns de caráter experimental e influência dadaísta, entre eles “A Boneca”, com colaboração de Mori. A obra de Mario Carneiro, a maior parte produzida na segunda metade do século XX, é marcada pela passagem da modernidade para a contemporaneidade. Mario fez parte de uma geração de artistas que criou pontes nessa transição, explorando várias linguagens artísticas e deixando uma obra diversa e coerente com seu momento histórico.

 

 

Sobre os autores

 

Adolfo Montejo Navas é poeta, critico e curador independente. Correspondente da revista internacional Lápiz, de Madri, desde 1998, e colaborador de diversas revistas culturais. Ganhou Premio Mario Pedrosa de Ensaio Arte e Cultura Contemporânea (2009, Fundação Joaquim Nabuco). Sua última produção bibliográfica inclui “Anúncios” (Katarina Kartonera, 2012), “O outro lado da imagem – A poética de Regina Silveira” (Edusp, 2012), “Poiesis Bruscky” (Cosac Naify, 2013).

 

Carlos Alberto Mattos é jornalista, crítico de cinema e escritor. Autor de livros sobre os cineastas Walter Lima Jr., Eduardo Coutinho, Carla Camuratti, Jorge Bodanzky, Maurice Capovilla e Vladimir Carvalho. Foi coordenador de cinema do CCBB-Rio e presidente da Associação de Críticos  de Cinema-RJ. Criou o DocBlog (extinto) em O Globo. É editor da revista Filme Cultura.

 

Fabiana Éboli Santos é Mestre em Linguagens Visuais – EBA- UFRJ, artista plástica, professora na Escola de Belas Artes UFRJ. Socióloga, curadora e pesquisadora em artes visuais, com diversos prêmios em seu currículo, exposições e textos publicados.