Retrospectiva de Niobe Xandó

14/mai

No dia 20 de fevereiro de 2010, o Brasil perdia uma das maiores representantes de sua pintura: Niobe Xandó. Nascida em 1915, a múltipla artista atravessou um século de incertezas e intensas transformações, claramente prefiguradas em suas telas e desenhos por contornos que comunicam o choque de culturas e civilizações de nosso tempo:  entre o arcaico e o moderno, o primitivo e o futurista.

 

Para comemorar o centenário da artista, a Galeria Marcelo Guanieri, Jardins, São Paulo, inaugura, no dia 23 de maio, a exposição retrospectiva “A surpresa das coisas sempre novas”. Destaque para o lançamento, na ocasião, do livro de colecionador com organização assinada pelo curador Antonio Carlos Suster Abdalla e texto crítico inédito do jornalista Antonio Gonçalves Filho, além de cronologia ilustrada da artista, currículo selecionado e fortuna crítica com apreciações sobre sua obra por alguns dentre os principais críticos brasileiros no século XX, como Vilém Flüsser, Mário Schenberg, Theon Spanudis, Radhá Abramo, Ivo Zanini, Aracy Amaral e Laymert Garcia dos Santos.

 

Intitulada “A surpresa das coisas sempre novas”, a exposição traça um panorama da artista desde a sua fase figurativa nos anos 50, passando pelo amadurecimento nos anos 60, quando elabora composições em torno de mitos, antecipando os processos metamórficos de suas máscaras sugestivas de culturas ancestrais. Nos anos 60/70, com a arte sob influência do concretismo, Niobe mergulha na arte abstrata, sob uma profusão de signos híbridos. No final da vida, nos anos 90, retorna aos desenhos de autorretrato da década de 50, repintando-os. Desta vez, com traços de uma irônica desfiguração. Uma das características que mais individualizaram a artista foi a antecipação – por meio do chamado “letrismo” – de uma das expressões visuais que marcam as atuais metrópoles, as pichações extremas de muros e edifícios. Caminhando em distintos universos como a cerâmica, totens de madeira, colagens, xerografias, pinturas, desenhos e guaches, a exposição contempla toda a trajetória da artista, desde o início impregnada pelo figurativo, com pinturas de cenas e brinquedos infantis e botequins populares.

A virada em sua biografia acontece no início dos anos 1960. Niobe deixa de olhar para a realidade e passa a elaborar composições em torno de mitos. No transculturalismo que resulta destaca-se um “passeio” pela arte surrealista,com as flores e jardins fantásticos que antecipam os processos metamórficos de suas máscaras sugestivas de culturas ancestrais, mais adiante. “Articulação inconsciente entre a perplexidade do homem atual perante o mundo”, nas palavras do filósofo Vilém Flüsser, na qual uma espécie de realismo fantástico afirma-se com formas autenticamente brasileiras.

 

Se nos anos 1960/70, o mundo da artes visuais encontrava-se sob influência da arte concreta e, logo em seguida, conceitual, com características predominantemente intelectuais, frias, Niobe mergulhou, com olhar projetivo e visionário, em uma profusão de signos humanos híbridos. “Em certa medida, ela já suspeitava que a modernidade estava diante de uma mutação antropológica”, afirma o crítico Antonio Gonçalves Filho.

 

Atenta aos movimentos de contestação daquelas décadas, encontramos nessa fase a busca de uma “outra escrita”, como, por exemplo, na colagem com um rosto que nos remete ao cartaz do musical “Hair”, de Rado e Ragni. Nesse mesmo período, quando viveu e pintou entre Londres e Paris, a artista recebe proposta do astro Mick Jagger para assinar capa de disco da banda Rolling Stones.

 

Nos anos 1980, Niobe se investe como uma espécie de “arqueóloga do inconsciente”, recuperando o Construtivismo – até então não avaliado pela história da arte – presente na figuração de culturas ameríndias–, bem como sua possível relação com expressões contemporâneas, para pensar uma nova sintaxe visual. Em 1984/85, o diálogo entre o arcaico e o moderno revela-se numa radical mudança de rota, na qual as obras assumem caráter abstrato lírico e prenunciam novos alfabetos contemporâneos, a exemplo das pichações que hoje recobrem as metrópoles americanas.

 

Na ocasião da exposição será lançado o livro em homenagem ao centenário da artista, intitulado “A surpresa das coisas novas”, que abrange pesquisa minuciosa de Antonio Carlos Suster Abdalla e texto inédito do crítico do jornal “O Estado de São Paulo” Antonio Gonçalves Filho. São 264 páginas, com 194 reproduções de obras de todas as fases da artista, além de outras trinta ilustrações, e trechos dos principais textos críticos escritos a seu respeito.

 

“Este livro foi idealizado para comemorar o centenário de nascimento de Niobe. É um desafio às novas gerações. Mostra o trabalho de uma grande artista, com obras instigantes, repletas da mais variada e rica simbologia – obra analisada por quase cento e cinquenta textos críticos, mas, ainda assim, um pouco distante de todo o merecido reconhecimento”, sintetiza Antonio Carlos Suster Abdalla. Contempla-se, ainda, na esteira das homenagens à artista, a exibição de filme sobre as obras de Niobe dirigido por André Azevedo.

 

 

De 23 de maio a 27 de junho.

Darcílio Lima em retrospectiva

04/mai

A exposição “DARCÍLIO LIMA – “Um Universo Fantástico”, cartaz da Caixa Cultural – RJ / Galeria 2; inaugura no próximo sábado, dia 9 de maio às 16:00h. A curadoria é do psicanalista Guilherme Gutman.

 

Esta retrospectiva, resgata a pequena e ainda pouco conhecida obra deste artista tão importante e singular, um dos expoentes da arte surrealista no Brasil. Além dos muitos trabalhos, serão exibidos filmes, fotos, livros e inclusive a bandeira do município de Cascavel, no Ceará, terra natal do artista, idealizada por Darcílio Lima.

 

Seus trabalhos, sobretudo em papel, são obsessivamente trabalhados, em sua grande maioria em bico de pena, com forte ênfase em temas místicos, sexuais e religiosos. Um trabalho virtuoso, vigoroso, impressionante e notável.

 

Esstá programada para o decorrer da exposição, uma visita guiada com o colecionador Afonso Costa e o curador Guilherme Gutman, quando será lançado o catálogo, com todos os trabalhos expostos reproduzidos, além de textos, depoimentos, e farta memorabilia.

 

 

Até 28 de junho.

Andréa Facchini lança catálogo

17/abr

No próximo sábado, dia 18 de abril, às 16h30, a artista plástica , Andréa Facchini, vai lançar seu catálogo no Centro de Artes UFF, em Icaraí, Niterói. Haverá um bate papo com a curadora Marisa Flórido Cesar. O lançamento será às vésperas do encerramento da exposição “Alguma coisa atravessa pelos poros”. A mostra apresenta trabalhos inéditos, telas figurativas em acrílica de grandes a pequenas dimensões, desenhos e uma escultura. Os interessados poderão conferir a exposição individual até domingo, dia 19 de abril, também no Centro de Artes UFF, na Rua Miguel de Frias, 9, em Icaraí. A artista é representada pela Sergio Gonçalves Galeria, do Rio de Janeiro.

Fotos de Guilherme Licurgo

10/abr

A Luste Editores lança no dia 14 de abril na galeria LUME, Jardim Europa, São Paulo, SP, “Guilherme Licurgo – Desert Flower – Martha Graham”, um registro feito pelo fotógrafo brasileiro Guilherme Licurgo, durante o período de quatro anos (2010 – 2014), ao acompanhar a Martha Graham Dance Company em turnês ao redor do mundo. A publicação chega às livrarias em uma caixa composta pelo livro principal “Desert Flower”, bilíngue, com imagens e textos sobre a coreógrafa e sua Companhia, um segundo livro intitulado “Body Seeds”, com fotografias (em lâminas) soltas, além de um pôster e um flip book.

 
Guilherme Licurgo teve o contato inicial com os característicos movimentos angulosos da dança de Martha Graham em 2010, quando conheceu Tadej Brdnik, primeiro bailarino e gerente de projetos especiais da Companhia. Juntos, realizaram alguns ensaios fotográficos em um cenário desértico, com figurinos de obras de Martha Graham – os quais já foram assinados por grandes nomes da moda, como Oscar de la Renta, Halston, Donna Karan e Calvin Klein. O resultado dos primeiros registros surpreendeu a todos pela qualidade das imagens e abriu as portas da Martha Graham Dance Company para o fotógrafo, que se deixou seduzir pelas inúmeras formas de registrar os bailarinos em ação. “Fiquei impactado, descobri uma dança extremamente visual, com infinitas possibilidades para um fotógrafo.”, relembra.

 
No ano seguinte, Guilherme Licurgo começa a acompanhar o grupo em turnês, interagindo com os bailarinos após assistir às apresentações e descobrir nuances de movimentos. Quando a Companhia passa pela Itália e pela Espanha, Licurgo tem o insight de sair por locais ao ar livre, com uma mala cheia de figurinos e com bailarinos dispostos a posar para suas lentes, capturando detalhes da técnica de Martha Graham e transformando-os com seu olhar. Nascia, assim, a série de fotografias batizada de “Desert Flower”, um olhar inusitado sobre a obra de Martha Graham, unindo o uso de sua técnica ao desejo de criar imagens novas, livres, que celebrassem sua dança. Em seguida, para mais uma imersão, Guilherme Licurgo viaja a Nova York, de onde segue em outra turnê com a Companhia, passando por outras cidades da Itália e pela Grécia, a fim de incrementar o projeto. Viajando sozinho, mergulhado no mundo de Martha Graham, o processo criativo já se desenvolvia naturalmente, de forma até visceral.

 
Agora, através da Luste Editores, chega o momento de dar mais um importante passo nessa trajetória, com o lançamento de “Guilherme Licurgo – Desert Flower – Martha Graham”. Direcionada não apenas a admiradores da dança e da fotografia, a publicação transita entre livro e item de colecionador; um registro de arte, cultura e beleza. Nas palavras de Janet Eilber, diretora artística da Companhia: “Com estas imagens notáveis, Guilherme Licurgo conseguiu captar as convicções essenciais de Martha Graham e elevá-las ao futuro. Sei que Martha ficaria intrigada e fascinada por estas imagens, e sentiria uma profunda conexão com suas próprias descobertas criativas.”.

 

 
* Entre os dias 15 e 21 de abril, algumas fotografias que compõem o livro estarão em exposição na Galeria Lume.

Livro de Verena Smit

A fotógrafa Verena Smit lança seu livro “Lovely”, na Livraria Freebook, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, com 22 imagens em preto e branco. Após residir em Nova York, Estados Unidos, durante dois anos e meio, a artista ocupou seu último ano na cidade com este projeto, cuja proposta nos leva a um imaginário poético onde o sentimento de despedida é o fio condutor. A despedida não da cidade ou simplesmente das pessoas com quem se relacionou, mas de um sonho concretizado. Ao se mudar para Nova York para uma graduação em fotografia, Verena Smit se deparou com momentos difíceis mas, ao mesmo tempo, com os melhores e mais intensos de sua vida. Se envolveu de forma mais experimental e artística, reafirmando sua paixão pela fotografia.

 

Um ano antes de retornar a São Paulo, a artista viu a necessidade de reunir imagens para a criação de seu primeiro livro – algo autoral, livre, pessoal, como uma dedicatória ao tempo que morou naquela cidade. Adquiriu, então, uma pequena câmera, e passou a levá-la para todos os lugares. “Queria guardar as memórias de uma outra forma e, ao mesmo tempo, incentivar meu instinto de fotografar constantemente cada detalhe que eu via ao longo dos dias.”, comenta. Surge, então, o projeto “Lovely”, não como um diário fotográfico, mas como uma narrativa poética que expõe a relação entre uma experiência vivida e o ideal sonhado. Carregadas de espontaneidade e despretensão, as fotografias revelam uma atmosfera de sonho, de fantasia, transportadas de seu inconsciente para os negativos.

 

De volta ao Brasil, Verena Smit chegou a deixar este projeto de lado, talvez por tamanha nostalgia que o trabalho lhe causava. Agora, com o lançamento de “Lovely”, a fotógrafa considera este como o fim de um ciclo, deixando claro que Nova York não ficou apenas na lembrança e no coração. Nas palavras da artista: “Queria fazer algo maior, além de apenas ter sentido e vivido tudo aquilo. Com o lançamento deste meu primeiro livro, declaro minha conciliação e meu retorno à fotografia.”.

 

 

Data: 16 de abril de 2015, quinta-feira, das 18 às 22h.

Catálogo de Sidney Amaral

18/mar

Em cartaz no Museu Afro Brasil, Instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, o artista plástico Sidney Amaral lança catálogo da exposição “O Banzo, o Amor, e a Cozinha de Casa” e participa do projeto “Encontro com Artista”, no próximo dia 21 de março, a partir das 14h.

 

Ao longo do encontro com o público, Sidney Amaral falará sobre sua trajetória, concepção de arte, obra e processo de trabalho, o diálogo ocorrerá no Teatro Ruth de Souza. “Quero falar um pouco sobre minha presença no mundo, como homem negro e cidadão brasileiro, mas também como busco no meu trabalho, através dos afetos, falar de amor, de frustrações e de reencontros possíveis”, afirma o artista plástico.

 

“O projeto Encontro com Artista promove uma interlocução entre os visitantes e o convidado, com o objetivo de ampliar as possibilidades de apreciação estética do participante, a partir do contato com a obra e com a história do artista”, explica Neide de Almeida, coordenadora do Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil.

 

Logo após, Sidney Amaral lança o livro-catálogo da exposição “O Banzo, o Amor, e a Cozinha de Casa”., em cartaz no Museu Afro Brasil, da qual fazem parte cinquenta pinturas, desenhos e esculturas. O livro tem prefácio do diretor curatorial Emanoel Araújo e texto crítico do professor e artista plástico Claudinei Roberto.

 

“A grande exposição de Sidney Amaral no Museu Afro Brasil traz surpreendentes apelos “no bom sentido da palavra”, por conta dos muitos caminhos propostos por ele”, afirma Emanoel Araujo.

 

“O livro é resultado de 15 anos de meu trabalho em escultura, pintura e desenho e foi realizado com patrocínio do Prêmio Funarte de Arte Negra 2012, do qual eu fui vencedor”, explica Sidney Amaral.

 

 

A exposição permanecerá em cartaz até 26 de abril.

Guilherme Maranhão: Livro e exposição

02/mar

O fotógrafo Guilherme Maranhão inaugura a exposição “Travessia” e lança seu livro homônimo, na Casa da Imagem/Museu da Cidade de São Paulo, Centro, São Paulo, SP. Para a mostra, o curador Fausto Chermont selecionou 31 imagens, as quais foram feitas com filmes preto e branco, fora da data de validade há 20 anos – expostos, neste período, à ação de fungos e outros agentes deteriorantes. O trabalho fala sobre um percurso, um aprender, que acontecem tanto ao viajar como também com o passar do tempo em nossa vida e em nosso trabalho diário. O projeto “Travessia” foi vencedor do Prêmio Marc Ferrez Funarte 2014, o que possibilitou a realização do livro e da exposição.

 

Imerso em um processo criativo inspirado nos ciclos da vida, nos caminhos e aprendizados, no percorrer do espaço e no movimento ininterrupto, Guilherme Maranhão encontrou diversos rolos de filmes preto e branco, cuja validade datava de 20 anos atrás. Depois de realizar testes, descobriu que os fungos ali presentes causavam modificações nas imagens, ao revelar os negativos. Sobre este passar do tempo, o fotógrafo diz: “Por trás dessas imagens, há uma relação entre os 20 anos que o filme vencido levou para ficar mofado desse jeito com os mesmos 20 anos em que eu descobri, vivi e aprendi a fotografia.”. A série “Travessia” surge quando o fotógrafo leva esses filmes para registrar uma viagem aos Estados Unidos (Nova York, São Francisco e Napa Valley), em 2011, dando origem a fotografias que misturam a cena real com figuras desformes e aleatórias, resultados da reação dos fungos. Neste contexto, foram escolhidas cenas que incluíam vegetação, edificações, ondas do mar e outras texturas que pudessem dialogar com os “defeitos” presentes no filme vencido. “As imagens que Guilherme Maranhão capta tem sua força própria, mas funcionam também como ferramentas de escavação: são elas que trazem à superfície as marcas que a película acumulou em sua espessura.”, comenta o fotógrafo e professor Ronaldo Entler.

 

Ao dar este passo em sua carreira, em mais uma mostra individual, Guilherme Maranhão se emociona com o lançamento de seu primeiro livro, que traz 63 fotografias desta série. De tudo que já fez, considera “Travessia”,  “o trabalho mais apaixonante”, pois reúne tudo que gosta no ato de fotografar: tema, técnica e a linguagem do registro analógico. Sobre este trabalho, o curador da mostra comenta: “É uma aparição, uma queda controlada no abismo. Mas longe do acaso. É uma imersão na ceva dos anos, indo buscar novos seres para povoar o nosso universo”.

 

 

 

Sobre o artista

 

Nascido em 1975, no Rio de Janeiro. Reside e atua em São Paulo. É bacharel em Fotografia pela Faculdade do Senac. Cria imagens sobre ciclos de vida, imperfeitos por natureza, cheios de ruídos, interferências e sujeitos ao acaso. Sua pesquisa imagética busca alterações no processo de formação das imagens técnicas e subversões das ferramentas produzidas pela indústria. Participou de diversas mostras coletivas e individuais. Possui fotografias em importantes coleções como MAM-SP (Museu de Arte Moderna de São Paulo) e Coleção Itaú. Vencedor do Prêmio Porto Seguro de Fotografia 2007, na categoria Pesquisas Contemporâneas, e do Prêmio Marc Ferrez Funarte 2014, com o trabalho Travessia.

 

 

De 07 de março a 21 de junho.

Paulo von Poser lança livro

21/jan

O artista plástico Paulo von Poser lança “Um Viaduto Chamado Minhocão”, livro de desenhos incompletos e abertos para cada leitor colorir e interferir. A ideia é que, a partir do mesmo contorno, cada um terá sua própria e única versão final da mesma imagem, um convite à participação popular nesta causa urbana. Com textos e poesias de Gil Veloso, o projeto surgiu do desejo do artista plástico de levar o público a “colorir como uma ação afirmativa de interferência direta”, um desejo de conversa através de um desenho coletivo, a partir de seus próprios sonhos para uma cidade mais sustentável e humanizada.

 

 
Envolvido no projeto do Parque Minhocão desde sua criação, Paulo von Poser busca conquistar os habitantes da urbe que tanto preza, fazendo-lhes um convite para imaginarem, principalmente através do olhar e das cores dos mais jovens – crianças e adolescentes -, qual a cidade que gostariam de encontrar no futuro. Se não em sua totalidade, ao menos em um local específico.

 

Os leitores são convidados a participar de uma galeria virtual no site do artista, enviando e compartilhando seus desenhos coloridos. “Faça sua parte. Descubra e compartilhe com seus amigos e crianças, seus filhos, vizinhos e parentes. Desenhe junto com eles… Divirta-se! Nossa cidade precisa e merece seu afeto colorido.”

Com uma trajetória de mais de 30 ano nos circuitos culturais nacional e internacional, Paulo Von Poser inicia o ano de 2015 com um projeto que fala diretamente a seu coração e a seus temas mais caros: vida e urbanismo, com toques de civilidade e sensibilidade.

 

 

Evento: Lançamento do livro “Um Viaduto Chamado Minhocão”.

Autores: Paulo von Poser e Gil Veloso

 

 

Data: 25 de janeiro de 2015, domingo, das 11 às 15h

Local: Viaduto do Minhocão (acesso pela estação Marechal Deodoro do metrô)

Livro: “Atletas 1988 – 2014″ de Jac Leirner

02/dez

O livro de artista “Atletas 1988-2014″, de autoria de Jac Leirner para a série “Ponto e vírgula”, da Ikrek Edições, é desdobramento do trabalho realizado a partir da coleção de imagens de atletas, e suas respectivas legendas reproduzidas nas páginas de jornais brasileiros e estrangeiros que Jac compila desde 1988. O conjunto desses recortes de jornais já deu origem a desenhos e colagens nos anos 1980 e 1990, assim como trabalhos em aço exibidos pela primeira vez na exposição Hardware Seda – Hardware Silk, na Yale School of Art, em 2012.

 
A utilização de objetos cotidianos é uma constante em seu trabalho. Esse fato é relevante para a leitura da obra que se apresenta, já que as manchetes selecionadas registram os acontecimentos esportivos que ganharam destaque diante da leitura diária dos periódicos, como também mapeiam os locais por onde passou Jac Leirner.

 
O livro revela uma narrativa não linear e não contextualizada, porém extremamente dramática. Isso se dá por meio de três eixos concebidos pela artista: a ausência das figuras humanas retratadas nas fotos, mas presentes nos contornos que as sugerem; a proeminência dada às legendas; e, por fim, a cor atribuída ao conteúdo: vermelho sangue.

 
Informações como data e nome do periódico são reservadas ao índice no final do livro, o que não interrompe a leitura e apreciação dos contornos. Uma vez que traz textos em diversas línguas, o livro não fica restrito a um público lusófono.

 
O processo de produção do livro é curioso: sobre as centenas de recortes de jornais, a artista fez os contornos a lápis. Foram pré-selecionados jornais e desenhos tomando-se como parâmetro a ausência da silhueta humana em perfeito estado de reconhecimento, ou seja, quanto mais amorfo o contorno, melhor. Posteriormente, foram escaneados. Os contornos foram vetorizados; as legendas foram tratadas de modo a preservar as famílias tipográficas dos jornais e o formato em que foram publicadas. Por fim, fez-se a escolha dos que estariam presentes na publicação.

 

 

Especificações técnicas

 
300 unidades; formato 155 mm x 230 mm (fechado); 128 páginas; impresso em Pantone 2035u sobre papel Pólen. “Atletas 1988 – 2014” faz parte da série “Ponto e vírgula”, da Ikrek Edições. A série é composta, em 2014, por quarto títulos: Não, de Fabio Morais; Vinte e cinco, de Rafael RG; O que une – separa, de Lenora de Barros. O projeto teve patrocínio do Banco Itaú, via Lei Rouanet.

 

 

Lançamento: 10 de dezembro, 2014, das 19h às 21h

 
Local: Galeria Fortes Vilaça, Rua Fradique Coutinho, 1500, São Paulo.

Lançamento de Catálogos

O próximo sábado, 06 de Dezembro, é o último dia para visitar a exposição “Um Salto no Espaço” na Sala dos Pomares, na Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS. A data conta ainda com o lançamento dos catálogos “Um Salto no Espaço”  e “Limites do Imaginário”. O catálogo de “Um Salto no Espaço” conta com texto de Neiva Bohns, diretora cultural da FVCB, e traz ainda um DVD, produzido pela Flow Filmes, com uma visita comentada pela exposição.

 

Já “Limites do Imaginário”, publicação gerada a partir da exposição realizada em 2013 na Fundação e que teve curadoria de Vera Chaves Barcellos e Neiva Bohns, conta com texto sobre a mostra e é ricamente ilustrada com imagens das obras que foram expostas.