Em Salvador urgências do mundo contemporâneo

10/jul

Por meio de uma parceria entre a Fundação Bienal de São Paulo e a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia por meio do IPAC – Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) exibe uma seleção especial da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível. Com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, a exposição, bem-sucedida em 2023 em termos de público e crítica, estará em exibição na capital soteropolitana até 28 de julho.

Salvador sedia uma das maiores exposições realizadas fora do Pavilhão da Bienal de São Paulo no Ibirapuera, com dezoito participantes: Citra Sasmita, Davi Pontes e Wallace Ferreira, Edgar Calel, Emanoel Araujo, Inaicyra Falcão, Julien Creuzet, Leilah Weinraub, Luiz de Abreu, M’Barek Bouhchichi, MAHKU, Malinche, Marilyn Boror Bor, Maya Deren, Quilombo Cafundó, Rosana Paulino, Simone Leigh e Madeleine Hunt-Ehrlich, Torkwase Dyson e Xica Manicongo.

A 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível explora as complexidades e urgências do mundo contemporâneo ao abordar obras que tratam de transformações sociais, políticas e culturais. A curadoria busca tensionar os espaços entre o possível e o impossível, o visível e o invisível, o real e o imaginário, ao ressaltar diversas questões e perspectivas de maneira  Para os curadores, é crucial que a exposição alcance mais cidades, transcendendo os limites do Pavilhão da Bienal. Segundo eles, “os debates propostos pela 35ª Bienal atravessam inúmeros territórios de todo o mundo; assim, não restringir as coreografias do impossível ao Pavilhão da Bienal é de extrema importância para o trabalho realizado”.

Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, enfatiza a importância não apenas de levar as coreografias do impossível para um público mais amplo, mas também de fortalecer os laços entre as instituições. Bruno Monteiro, secretário de Cultura do Estado da Bahia, fala sobre a importância de receber um evento como a Bienal de São Paulo: “É uma responsabilidade muito grande para nós, do Governo do Estado da Bahia, recebermos a maior coleção da Bienal fora do pavilhão oficial. Isso é fruto de muita articulação e do compromisso que nós temos de valorização e difusão das expressões artísticas e culturais em nosso estado”, afirma.

Evento itinerante em Brasília

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (SECEC-DF) e a Fundação Bienal de São Paulo levam para o Museu Nacional da República uma seleção especial da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível. Com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, a exposição estará em exibição em Brasília até 25 de agosto, com entrada gratuita. A capital nacional irá sediar a oitava exposição realizada fora do Pavilhão da Bienal de São Paulo no Ibirapuera, contando com treze participações artísticas: Deborah Anzinger, Denilson Baniwa, Katherine Dunham, MAHKU, Manuel Chavajay, Maya Deren, Melchor María Mercado, Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed, Nikau Hindin, Rosa Gauditano, Simone Leigh e Madeleine Hunt-Ehrlich, Torkwase Dyson e Zumví Arquivo Afro Fotográfico.

Para os curadores, sempre foi crucial que a exposição alcançasse outras cidades além de São Paulo. Segundo eles, “os debates propostos pela 35ª Bienal atravessam inúmeros territórios de todo o mundo; assim, não restringir as coreografias do impossível ao Pavilhão da Bienal é de extrema importância para o trabalho realizado”.

Para o Secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Claudio Abrantes, receber a 35ª Bienal de São Paulo no Museu Nacional da República representa um marco e um legado na ascensão da cultura do DF: “A Bienal de São Paulo é a maior exposição de artes visuais do hemisfério sul. E para nós é uma grande conquista trazer uma itinerância deste evento tão importante para o Museu Nacional da República, para a nossa cidade, que se firma cada vez mais como referência de arte contemporânea no Brasil. Na nossa gestão, todas as formas de cultura são valorizadas, sejam as artes cênicas com a reforma do Teatro Nacional, sejam as artes visuais com a parceria com a Fundação Bienal de São Paulo. A nossa missão é tornar o DF um polo cultural e um importante vetor na difusão da nossa cultura nacional”.

Celebrando quatro décadas

08/jul

A galeria Simões de Assis completou 40 anos! Uma história iniciada em Curitiba, em 03 de julho de 1984, por Waldir Simões de Assis Filho. Desde a sua abertura, artistas como Volpi, Tomie Ohtake, Barsotti, Ianelli, Juarez Machado, Rubens Gerchman, Manabu Mabe, Jorge Guinle, Cícero Dias, entre outros, estiveram presentes em mostras na galeria.

Ao longo dos anos o time de artistas foi expandindo com importantes nomes como: Abraham Palatnik, Antônio Dias, Gonçalo Ivo, Ascânio MMM, José Bechara, Elizabeth Jobim, Angelo Venosa entre outros.

A Simões de Assis dirige o seu olhar para a arte moderna e contemporânea, especialmente, para a produção latino-americana, trazendo expoentes da arte cinética e concreta internacional como Cruz-Diez, Sotto e Antonio Asis.

A Simões de Assis, administrada pelas duas gerações da família desde 2011, propõe uma revisão constante da produção artística do passado a partir de reflexões da arte contemporânea, e promove o diálogo transgeracional entre os artistas.

A galeria se especializou na preservação e difusão do espólio de importantes artistas como Carmelo Arden Quin, Cícero Dias, Emanoel Araujo, Ione Saldanha, Miguel Bakun e Niobe Xandó, contando com a parceria de famílias e fundações responsáveis.

Sobre Mares rios e CORES

28/jun

Exposição itinerante sobre arte ambiental inaugura em Fortaleza, CE, com curadoria de Angela de Oliveira e Francisco Ivo na ARTIVO Galeria em exibição até 23 de julho.

Nunca foi tão urgente e necessário falar sobre a preservação do meio ambiente e os impactos cada vez mais evidentes da devastação no planeta. “Mares rios e CORES”, mostra sobre arte ambiental que inaugura na ARTIVO Galeria, apresenta justamente, como principais objetivos, conscientizar acerca destas questões e promover sua conservação, reforçar a comunicação e a participação cidadã na defesa da natureza, incentivando o compromisso político e pessoal contra o aquecimento global e seus efeitos. A exposição abre para visitação no dia 28 de junho, sob curadoria de Angela de Oliveira e Francisco Ivo, e depois de Fortaleza segue para Olinda e Búzios, além de outras cidades pelo Brasil e exterior. Trata-se de um manifesto artístico coletivo em prol da preservação dos rios, mares e florestas em um circuito muito especial: “Através da arte, podemos nos questionar o impacto humano no meio que nos cerca, a forma com que obtemos recursos energéticos para a manutenção da vida material e, por fim, refletir para onde estamos caminhando. Pretendemos passar isso instigando olhares sobre nossas composições artísticas”, diz a curadora Angela de Oliveira, que também idealizou a mostra.

Os artistas irão expor obras produzidas a partir de materiais diversificados, cada qual com sua identidade, e todos focados na temática proposta; a natureza também servirá como pano de fundo para as exibições. Nessa pluralidade de abordagens e expressões, será estabelecido um diálogo com públicos diversos, em diferentes cidades do mundo. Representantes de vários estados brasileiros, entre os nomes selecionados estão: Albina Santos, Andréa Noronha, Colenese, Cybele Fortes Odoni, Francisco Ivo, Flávio Henrique Silveira, Gisele Faganello, Graça Prado, Heloisa Zorzi, Itala Macedo, Lisiane Trindade, Luiz Carlos Lima, Maria Libonati, Mariângela Rettore, Marlene Kirchesch. Marly Ramos, Mauro Kersul, Rosângela Sampaio, Rose Maiorana, Tania Castro, Tuka Carrilho e Tarso Sarraf.

A Art 100 Gallery, que assina a produção do evento e está localizada em Porto Alegre, RS, testemunhou o impacto da recente tragédia ambiental ocorrida no estado do Rio Grande do Sul, o que só reforçou seu compromisso com o projeto que tem como madrinha Rose Maiorana – executiva do Grupo Liberal, empresária e artista plástica de Belém do Pará -, uma fomentadora da arte no norte do país. Rose Maiorana é responsável, com o premiado fotógrafo Tarso Sarraf, pelo projeto “Amazônia Líquida”.

Texto curatorial de Andrea Cardoni

“Assim como o sangue corre em nossas veias, os rios são as veias da Terra. Assim como os rios seguem para o mar, nosso sangue segue em direção a todos os cantos e células de nosso corpo. A natureza é generosa e soberana, estamos acabando com a fluência de suas águas. Na natureza, a vida flui para nos abrigar, como podemos experimentar e cuidar desse harmonioso abrigo? Muito mais que um pedido, é uma súplica: olhem os Mares, dêem passagem aos Rios, se encantem com todas as suas Cores. Nada disso é nosso, a relação é outra, nós somos parte da natureza, ao mesmo tempo que ela é parte de nós. No apelo da Terra, sentindo seus rios sangrarem, seus mares bradarem, nasceu o projeto Mares, Rios e Cores. Ouvindo o chamado de sua alma para despertar o coração dos homens, Angela de Oliveira concebeu esse projeto que fundamenta um movimento para que, através das cores da arte, na fluência caudalosa de rios emocionais, os artistas pudessem desaguar em mares de esperança, cuidado e fé. Rose Maiorana vem como madrinha desse movimento para expandir ainda mais o seu alcance. Estão sendo tocados por esse chamado vários artistas de diversos países, que criarão suas obras para alcançar seu coração, despertar sua mente e mover seus corpos junto conosco no sentido de cuidarmos na nossa natureza. No contato sensível com as obras, queremos chamar a natureza humana que nos difere dos outros animais no ato de sentir. Promovendo uma conexão maravilhosa da sua natureza com a natureza que fazemos todos parte”.

Oficina de aquarela no Instituto Ling

27/jun

A artista e designer Mariana Prestes ensina os segredos da técnica da aquarela, compartilhando no Instituto Ling, Bairro Três Figueiras, Porto Alegre, RS, seu conhecimento de forma leve e acessível, além de estimular cada aluno a encontrar o seu estilo e a sua personalidade. Seja ela impressionista, de tons suaves, ou expressionista, de personalidade forte. Monocromática ou resultando em uma composição de cores e tons. Trata-se de uma atividade aberta ao público: para participar não é preciso conhecimento prévio. Os materiais básicos estarão disponíveis para uso durante a atividade, inclusos no valor de matrícula. Últimas vagas.

Sobre este evento

Data e hora: sábado, 20 de julho – 14:00 até 18:00

O evento dura 4 horas

Impressionista, de tons suaves, ou expressionista, de personalidade forte. Monocromática ou resultando em uma composição de cores e tons. A experimentação com aquarela estimula o olhar e a percepção, a partir de elementos como água, manchas e, sim, a presença do acaso (!). Essa é uma técnica acessível mesmo para quem nunca se aventurou a pintar, que pode funcionar como hobby, terapia ou, ainda, despertar a aplicação para o lado profissional. Neste workshop introdutório, vamos conhecer seus efeitos e texturas e descobrir os materiais adequados para o desenvolvimento da prática. A artista e designer Mariana Prestes ensina os segredos por trás desta técnica tão versátil, compartilhando seu conhecimento de forma leve, acessível e sempre estimulando cada aluno a encontrar o seu estilo e sua personalidade. Uma bela oportunidade para experimentar o lado criativo, exercitando também a concentração e ajudando a desacelerar o corpo e a mente.

Sobre a Ministrante

Mariana Prestes é artista, designer de superfície, de produto e de mobiliário. Mariana Prestes mantém na sua essência criativa o traço autoral. Há sete anos ministra workshops de técnicas artísticas, a partir da Aquarela, Ilustração e Estamparia. Publicitária de formação, especializou-se em design na Europa, onde concluiu diferentes cursos, entre eles o Master in Product and Furniture Design, no Instituto Marangoni, em Milão. Trabalhou para marcas como Moroso, Alias e Alessi, sob direção criativa de Elena Salmistraro, Philippe Nigro e Moreno Vanini, do Studio Nendo. Faz parte do grupo Prisma Project, na Itália. Participou da Milan Design Week com três projetos, um deles para a empresa italiana Cappellini, outro com Snapchat, utilizando realidade aumentada, e com a empresa Mille997, de mármores. Em 2022 participou como jurada do 9º Prêmio Bornancini de Design da APDESIGN – Associação dos Profissionais de Design do RS, uma das principais premiações do design brasileiro. Em 2023 também participou da Milan Design Week e da Dubai Design Week, com a sua mesa Origins, criada para a empresa italiana Mirage.

Exposição no Instituto Ling

26/jun

 

A inauguração da exposição “Livro Verde” exibição individual de Michel Zózimo no Instituto Ling, Bairro Três Figueiras, Porto Alegre, RS, será no dia 02 de julho, terça-feira, às 19h, com bate-papo entre o artista, a curadora e o público. A mostra permanecerá em cartaz até 11 de outubro.

Livro Verde – Michel Zózimo

O que separa a cobra do tronco? O focinho da trufa? O cheiro da chuva? O pelo do gato? O canto do pássaro? A pedra do frio? O gosto da uva? A raiz da terra? O bico da fruta? A maçã do pavão? A língua da formiga? A semente do abacate? A jaca do céu? O mel da abelha? O rato dos restos? A orelha da rã? A gralha do galho? O verme do vivo? O rio do silêncio? O caju da lágrima nordestina?

A exposição “Livro verde”, de Michel Zózimo, reúne um conjunto de 15 desenhos e uma grande colagem feita a partir de recortes de toda sorte de animais, retirados de antigas enciclopédias naturalistas. Estes trabalhos encontram-se expostos no ambiente, e os desenhos, reproduzidos em um livro de artista de mesmo nome, também disponível na exposição. Há tempos intrigado pelas imagens que os livros de ciências naturais criam para as coisas, Zózimo vem desenvolvendo um conjunto de trabalhos que se relacionam intimamente com o universo das enciclopédias. A verve classificadora que animou intelectuais desde a antiguidade, tanto na tradição ocidental quanto na oriental, buscava circunscrever as fronteiras dos fenômenos e dos seres, isolando o máximo possível suas singularidades. Em direção oposta, a literatura, a arte, as narrativas míticas descortinam a porção arbitrária das divisões e a permeabilidade dos contrários.

O desenho abismal de Michel Zózimo engendra um espaço antes do tempo, onde um animal habita o outro, um olho de cavalo sai de uma folha, um sorriso surge no escuro da mata.  Feitos em lápis aquarela e nanquim sobre papel algodão, construídos mediante um processo de densidades de pontilhados, nuances cromáticas, padronagens diversas de acordo com a pele das coisas, esses trabalhos parecem vindos do avesso de um livro raro, onde o desenho não se separa da mão que o fez, e o olho que vê é o corpo inteiro.

Gabriela Motta – Curadora

Sobre a curadora

Gabriela Kremer Motta nasceu em Pelotas (1975). É pesquisadora, crítica, curadora em artes visuais e professora adjunta no Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – DAV-UFRGS. Desenvolveu sua pesquisa de pós-doutorado junto ao PPGAV – UFPEL, na qual propunha a criação de vinhetas radiofônicas sobre arte contemporânea aproximando as noções de performance e curadoria. Como curadora, realizou projetos em diversas instituições, tais como Instituto Ling, Fundação Iberê Camargo, MACRS, MAC Niterói, Itaú Cultural e SESC Santa Catarina, entre outras. Também teve artigos publicados em livros, catálogos e anais. Atualmente, desenvolve o projeto de pesquisa Documentação como preservação – a arte contemporânea no museu.

Sobre o artista

Michel Zózimo nasceu em Santa Maria (1977) e vive e trabalha em Porto Alegre. É doutor em Artes Visuais pelo IA da UFRGS e professor do Colégio de Aplicação da UFRGS. Ele tem dois livros publicados através de Prêmios de Incentivo à Produção Crítica da FUNARTE e, em 2011, recebeu o Prêmio Residência Artística do PECCSP no Hangar, em Barcelona. Entre suas principais mostras estão o Programa de Exposições do Centro Cultural de São Paulo (2010); Rumos Artes Visuais (Itaú Cultural, SP, 2011); Temporada de Projetos Paço das Artes (SP, 2012); 9ª Bienal do Mercosul (Memorial do Rio Grande do Sul, 2013); Festival Vídeo Brasil (SESC São Paulo, 2014); Soft Cover Revolution (Fundación Arte Vivo Otero Herrera, Madri, 2015); RS XXI (Santander Cultural, Porto Alegre, 2017); e 36º Panorama da Arte Brasileira (MAM-SP, 2019). Em 2021, realizou a individual O nome vem depois, com curadoria de Lilia Schwarcz, na Sé Galeria, e, em 2023, participou do Artist-in-residence Programm des Salzburger Kunstvereins, produzindo a publicação de artista BERG.

Dois artistas na Galatea Salvador

18/jun

A Galatea Salvador anuncia sua segunda exposição, intitulada “Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho”. A mostra se estrutura em dois núcleos distintos: no primeiro, fotografias de Bauer Sá (1950, Salvador, BA), produzidas entre os anos 1990 e 2000, exploram a potência da ancestralidade afro-brasileira através de figurações do corpo negro representado como protagonista da cena; no segundo, esculturas em madeira que retratam cidades utópicas e modernas imaginadas por Gilberto Filho (1953, Cachoeira, BA) se reúnem pela primeira vez de forma tão ampla em uma exposição, com obras produzidas desde 1992 até o momento atual.

Este diálogo entre os trabalhos dos artistas baianos cria uma rica narrativa visual, conectando ancestralidade e fabulação em torno de futuros possíveis. A exposição conta também com texto crítico do artista e curador Ayrson Heráclito, reconhecido por abordar símbolos e tradições vinculados à cultura afro-brasileira em sua obra, e Beto Heráclito, escritor e historiador.

Com abertura em 04 de Julho e duração até 28 de Setembro.

Waltercio Caldas em BH

14/jun

A individual “Mero Espaço”, de Waltercio Caldas, acaba de chegar à Albuquerque Contemporânea, em Belo Horizonte.

“Não há melancolia, há desconcerto” diz Luiz Camillo Osorio, referindo-se às obras recentes de Waltercio Caldas. Nos trabalhos do artista, as noções de tempo e espaço são exploradas com linguagem e rigor formal próprios. Diversas obras, diante da perspectiva tridimensional, exaltam a temporalidade, sugerindo movimentos e deslocamentos no espaço e provocando tensões, outra marca de seu percurso artístico.

Nesta mostra, Waltercio Caldas descarta as noções de desenho, pintura, escultura e objeto. Para ele, todos os trabalhos têm caráter tridimensional e convidam o espectador a estabelecer as relações entre os objetos: “A exposição só acontece se você estiver fisicamente, ela não se reproduz, ela não se transforma em imagem de vídeo ou celular. Ela propõe uma relação física das pessoas com os objetos que elas vão ver”, explica.

“Mero Espaço” descarta a ideia de “produção mais recente do artista” e apresenta mais de cinco décadas de trabalho de Waltercio Caldas. De acordo com o artista, a mostra não é o fim do trabalho, mas característica fundamental da própria obra.

Uma exibição em conjunto para Iberê Camargo

Após quase 30 dias de portas fechadas, a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS,  reabre suas portas no dia 20 de junho, com entrada gratuita até o final de julho.

“Iberê e o MARGS” – uma exposição conjunta durante a maior catástrofe ambiental do RS

Em uma parceria inédita, a Fundação Iberê Camargo e o Museu de Arte do Rio Grande do Sul inauguram, na FIC, no dia 27 de julho, a exposição “Iberê e o MARGS: trajetórias e encontros”. Com curadoria de Francisco Dalcol e Gustavo Possamai, a mostra apresentará mais de oitenta obras do artista pertencentes aos acervos das duas instituições. O título foi inspirado em um dos mais importantes eventos no MARGS relacionados ao artista: a mostra “Iberê Camargo: trajetória e encontros”, realizada em 1985. Ela se deu no lastro das comemorações de seus 70 anos, que incluíram uma retrospectiva apresentada pelo próprio MARGS em 1984 e o lançamento do livro Iberê Camargo em 1985, considerado ainda hoje uma das mais completas publicações de referência sobre o artista.

No MARGS, Iberê ganhou mostras individuais, participou de inúmeras exposições coletivas e ministrou cursos. Teve também o ingresso de outras obras suas no acervo por meio de compra, transferências e doações, além de um espaço de guarda de parte de seu arquivo pessoal, o qual destinou à instituição em 1984. Foi também no MARGS que ocorreu sua despedida, com o velório público que teve lugar nas Pinacotecas, o espaço mais nobre e solene do Museu.

Além de trazer novos sentidos a esta exposição, o trágico contexto do Rio Grande do Sul ressoa no posicionamento público de Iberê Camargo, um crítico ferrenho dos governantes pelo descuido irresponsável com a natureza. “Entendemos que a exposição não poderia ocorrer em uma espécie de vácuo factual e histórico, sem situá-la no momento e na realidade em que nos encontramos. Assim, a mostra nos permite refletir sobre esses temas através da perspectiva de Iberê, que sempre criticou veementemente a negligência com a natureza, diante dos processos de dominação e destruição ambiental. É pelo olhar dele que podemos renovar o apelo, em nome das instituições de memória e enquanto sociedade, a um compromisso definitivo com a preservação da arte e do meio ambiente”, comentam os curadores.

Burle Marx e Amílcar um diálogo de gigantes

04/jun

O dia 04 de junho é a data do  30º  aniversário  da morte de Roberto Burle Marx e, trinta esculturas de grandes dimensões de Amilcar de Castro irão compor o Jardim Burle Marx no Eixo Monumental de Brasília, onde permanecerão por dois anos. Esse diálogo de gigantes faz parte do Projeto Amilcar de Castro No Jardim Burle Marx e representa um marco na capital do país. O evento é uma realização do IPAC em parceria com o  Banco de Brasília.