Diálogo e conexões formais.

25/abr

“Mirage”, exposição individual de Marina Rheingantz no Musée des Beaux-Arts, abrirá na próxima semana em Nîmes, França.

A mostra estabelece um diálogo entre os trabalhos de Marina Rheingantz e obras históricas da coleção permanente do museu, revelando conexões formais e simbólicas entre a abstração paisagística da artista e diversos períodos e gêneros da História da Arte.

Com curadoria de Barbara Gouget, “Mirage” integra a programação da Temporada Brasil-França 2025, realizada pelos Ministérios das Relações Exteriores e da Cultura do Brasil e da França.

Até 05 de outubro.

Diferentes fases de Elizabeth Jobim.

24/abr

A Casa Roberto Marinho, inaugura duas exposições dedicadas à obra de Elizabeth Jobim: “A inconstância da forma” e “Entre olhares – Encontros com a Coleção Roberto Marinho”. A ocupação dos dois andares do instituto cultural marca as quatro décadas de carreira da artista carioca, apresentando as diferentes fases de sua produção e traçando relações visuais entre suas obras.

“No térreo, Elizabeth Jobim estabelece um diálogo único com o nosso acervo. Assim, seguimos com a tradição das exposições individuais contemporâneas do Cosme Velho, que promovem não apenas a exibição de trabalhos, mas novas leituras e interações entre passado e presente”, diz Lauro Cavalcanti, o diretor da Casa Roberto Marinho.

No andar superior, a curadoria de Paulo Venancio Filho opta por uma mostra panorâmica com mais de 50 desenhos e pinturas, revelando como, ao longo dos anos, a pesquisa artística de Elizabeth Jobim evoluiu de forma pendular, em constante relação com sua própria trajetória.

A palavra da artista

“As exposições pontuam os principais momentos do meu percurso. Com o Paulo, decidimos incluir trabalhos do início da minha carreira que há tempos não eram expostos. Já na seleção para o térreo, em que faço a curadoria a partir do acervo da Casa Roberto Marinho, entram artistas cujas obras dialogam diretamente com a minha produção”.

Reconhecida como um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira, Elizabeth Jobim integrou a icônica exposição Como vai você, Geração 80?, realizada no Parque Lage em 1984. Agora, ao ocupar os espaços da Casa Roberto Marinho, revisita sua obra marcada pela interseção entre pintura, escultura e instalação.

O Instituto Casa Roberto Marinho fica na Rua Cosme Velho, nº 1105, Rio de Janeiro.

Um espaço de formação.

Completando 15 anos de história e compromisso com a arte contemporânea, desde sua fundação, em 2010, a Galeria Tato, São Paulo, SP, tem sido um espaço dedicado à arte contemporânea; consolidou-se como um ambiente de pesquisa, experimentação e construção de trajetórias no circuito da arte.  Hoje, com sede na Barra Funda e atuando na representação de artistas, também desenvolve programas de formação, como a Casa Tato, Clínica para Artistas e 6×6, fortalecendo as conexões entre os profissionais e artistas, já são mais de 200 impactados.

Um novo momento!

Em 2024, a Galeria passou a representar um time de sete artistas de diferentes regiões do Brasil. Suas obras refletem múltiplas poéticas, técnicas e pesquisas, fortalecendo ainda mais o acervo da TATO.

Artistas representados: Ana Michaelis, Anna Guerra, Desirée Hirtenkauf, Juniara Albuquerque, Lucas Quintas, Luiz 83 e Pedro Hórak.

Contradições da contemporaneidade.

A Galatea Salvador apresenta Ininteligibilidade, primeira exposição a itinerar de São Paulo para a capital baiana. Nessa exibição individual Isay Weinfeld apresenta obras elaboradas a partir de objetos garimpados em diferentes contextos, como em feirinhas e mercados ao redor do mundo. Em Salvador, a mostra traz seis obras diferentes daquelas que compõem a seleção original, incluindo três inéditas.

Pequenos objetos como bonecos de porcelana, flores e molduras, que à primeira vista transmitem delicadeza, conduzem o público em uma experiência estética em que o artista utiliza do humor e da ironia para evidenciar contradições da contemporaneidade, utilizando signos e símbolos até então tidos como rotineiros e convencionais. Ao exercitar sua faceta artística, Isay Weinfeld não busca criar discursos, mas desmontá-los com chiste.

Na ocasião da abertura, Isay Weinfeld lançará os catálogos Isay Weinfeld Works – Rizzoli New York e ISAY W – WEINFELD, ISAY, anteriormente lançados em São Paulo, e que apresentam de forma aprofundada a sua produção na Arquitetura e na Fotografia.

Até 31 de maio.

Playground aberto.

23/abr

Pela primeira vez no Brasil, “O Outro, Eu e os Outros” propõe uma reflexão sobre o papel do indivíduo no coletivo e no espaço público. A instalação interativa Iván Argote: O Outro, Eu e os Outros ocupa o vão livre do MASP-Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, Avenida Paulista, até 10 de agosto. Esta é a primeira exposição realizada pelo museu no vão livre após a concessão do espaço para o MASP.

O vão livre de 74 metros de extensão foi projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi como uma praça cívica, um local de encontro e convivência destinado a manifestações culturais diversas, como dança, teatro, música e circo, além de exposições interativas e didáticas. O trabalho de Iván Argote (Bogotá, Colômbia, 1983) reforça a vocação do espaço ao propor uma instalação interativa composta por duas plataformas móveis dispostas nas extremidades do vão, transformando-o em um campo de experimentação sensorial e social.

A obra funciona como uma grande gangorra que se inclina conforme o deslocamento dos visitantes, refletindo as dinâmicas de equilíbrio e movimento coletivo. Quando uma única pessoa se move, o equilíbrio se mantém quase inalterado; no entanto, a ação coletiva pode redefinir completamente a inclinação da plataforma, que pende para um lado ou para o outro. A situação mais complexa ocorre quando os participantes distribuem seu peso de maneira equilibrada, alcançando um estado de estabilidade.

Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, e assistência de Matheus de Andrade, assistente curatorial, a instalação propõe novas leituras sobre espaços públicos, intervenções urbanas e estruturas de poder. As gangorras de Iván Argote desafiam monumentos – símbolos da memória coletiva e da História – ao transformar o espaço público em um playground aberto: um local de encontro que incentiva a convivência, o diálogo e a interação dentro da comunidade.

“É um momento histórico do museu. O projeto de Lina Bo Bardi prevê como uma de suas características centrais a confluência entre o espaço museológico e o vão livre. O trabalho de Argote dialoga com o pensamento de Lina e sugere uma metáfora para a relação entre indivíduo e sociedade, evidenciando o poder da colaboração para provocar mudanças. Ao aliar ludicidade e reflexão, o artista convida o público a repensar suas interações no espaço urbano e na vida em comunidade. Uma obra muito adequada para essa nova fase do MASP”, afirma Matheus de Andrade.

O trabalho agora encontra-se no Brasil, após ser exposto na Bienal de Lyon, na França, em 2024; em Riade, na Arábia Saudita, em 2023; e no Centquatre de Paris, em 2017. Reformuladas para se adequar ao vão livre do MASP, as gangorras têm 15 metros de comprimento, cinco metros de largura e dois de altura. A obra poderá ser vista por quem passar pela Avenida Paulista a qualquer momento, e acessada pelos visitantes todos os dias, das 10h às 22h.

Sobre o artista.

Iván Argote nasceu em 1983, em Bogotá, Colômbia, e está radicado em Paris. Artista e cineasta, realiza filmes, fotografias, esculturas e performances, além de instalações de grandes dimensões, muitas vezes construídas para espaços públicos. Seus trabalhos problematizam as relações do homem contemporâneo com as estruturas de poder, os sistemas de crenças e os espaços urbanos. Em 2024, participou da 60ª Bienal de Veneza e instalou uma escultura no High Line de Nova York, além de ter realizado exposições individuais em Copenhague, Dallas, Berlim e Ardez, na Suíça.

Renato Dib na Galeria Contempo.

O universo têxtil – costuras, bordados, tramas e camadas de tecidos – é o aspecto mais recorrente da exposição individual que Renato Dib apresenta até 17 de maio na Galeria Contempo, Jardim América, São Paulo, SP. Em “Labirinto interior” o artista se lança a uma investigação profunda sobre a interioridade e o corpo, tanto em suas dimensões visuais quanto simbólicas. Com organização do próprio artista e texto crítico de Agnaldo Farias, a mostra marca o início da parceria de Renato Dib com a galeria que, assim pode oferecer um recorte abrangente de mais de duas décadas de sua produção, pretendendo funcionar como um panorama generoso de sua poética.

Reunindo obras emblemáticas e outras inéditas, a exposição propõe um mergulho no universo de Renato Dib. “Labirinto Interior” percorre as transformações e permanências que acompanharam a trajetória do artista, destacando como a matéria utilizada se converte em linguagem e, sobretudo, como o corpo – tanto físico quanto o social e psíquico – é o ponto de partida para uma longa especulação. Vibrando entre o íntimo e o coletivo, seu trabalho convoca que se repense ao mesmo tempo a matéria que mobiliza, em especial o campo têxtil, e as analogias possíveis que junto dela se pode experimentar. Gênero, sexualidade, desejo e repulsa são termos correntes de seu extenso léxico. Tornando assim os tecidos, outrora utilizados para proteger e cobrir, suportes de um desvelamento do interior – enquanto aquilo que se oculta – e da interioridade.

Baralhando também os papéis de gênero consagrados, Renato Dib se aventura no universo da delicadeza: recolhe, coleciona e dá nova vida a tecidos finos e raros. Entre o plano e o escultórico, o artista busca compreender como aquilo que outrora servia para vestir e identificar pode ser reutilizado para recriar o dentro – tanto o biológico (feito de vísceras e entranhas), quanto aquele psicológico e sentimental.

O artista lançará um livro que explora seu longo trabalho de colagens-pinturas. “Labirinto de gabinetes”, título da publicação com o selo da Editora Afluente, desenvolvido a partir de um catálogo intitulado “Interior Design Motifs of the 19th Century”, no qual Renato Dib traz a público uma outra investida em direção ao dentro: o universo dos interiores arquitetônicos se desdobra em entranhas e interioridades.

 A palavra do artista.

Há bastante tempo eu quero mostrar meu trabalho de uma maneira mais ampla, apresentando várias técnicas e algumas pesquisas paralelas entre os materiais (o material para mim é sempre muito presente). Então a exposição vai contar com vários tipos de materialidade desde o tecido até o papel, metal e madeira. Fui explorando aí combinações. Como em meu trabalho cada peça já tem dentro dela um pensamento de colagem de aglutinar universos, texturas, cores, formas para criar uma terceira imagem. Dentre todas as técnicas eu me considero uma pessoa que faz colagem, independente do material. Nesta exposição eu pretendo mostrar essa diversidade de exploração de materiais cotidianos, com carga afetiva; manipulando todos esses materiais transformo em objetos, esculturas, painéis, tapeçarias. A ideia de reunir peças antigas com outras inéditas foi levar um pouco do que se vê no meu ateliê – essa mistura essa diversidade”.

Sobre o artista.

Renato Dib é formado em Artes Plásticas pela Faculdade Santa Marcelina (1995). O artista constrói sua obra a partir de um repertório que atravessa a pintura, a colagem e as técnicas manuais associadas ao têxtil. Seu trabalho evoca, de modo literal e metafórico, a noção biológica de tecido: suas obras remetem a entranhas, órgãos e sistemas orgânicos, revelando uma anatomia sensível. Ao longo de sua trajetória, Renato Dib apresentou seu trabalho em espaços como a Galeria Mola (Portugal), Phosphorus (São Paulo), o Museu A Casa (SP) e a Rijswijk Textile Biennial (Holanda), entre outros.

Obra em contínua reinvenção.

17/abr

Uma trajetória artística marcada por transformações, em que se misturam ironia, política, crítica de arte e memória, é tema de uma exposição no Itaú Cultural (IC), em São Paulo. A mostra Carlos Zilio: uma retrospectiva de 60 anos de criação – A querela do Brasil oferece uma visão panorâmica do artista visual e professor Carlos Zilio. A exposição segue até 06 de julho.

Com curadoria de Paulo Miyada, são apresentadas cerca de cem obras, entre pinturas, objetos e instalações, criadas entre 1966 e 2023, abrangendo todas as fases do trabalho do artista: sua militância contra a ditadura civil-militar de 1964, que o levaria à prisão; sua tese de doutorado, intitulada A querela do Brasil – a questão da identidade da arte brasileira, feita no exílio; seu retorno ao Brasil, quando passa a se dedicar ao ensino; e sua experimentação com a forma e a geometria, a abstração e a subjetividade.

Como disse Pualo Miyada ao Itaú Cultural, é “uma trajetória de muitas vidas”. Carlos Zilio estudou pintura com Iberê Camargo, no começo da década de 1960, período em que integrou mostras importantes como Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira. Em 1975, após produzir obras com o objetivo de promover agitação política e conscientização social e ter se envolvido com a luta armada, é preso. No cárcere, com recursos limitados, cria desenhos. Pouco depois de ser solto, exila-se. De volta ao Brasil, também se dedica ao ensino.

Diálogos e confrontos entre dois artistas.

16/abr

A Pinakotheke São Paulo exibe a exposição “Encontro/Confronto – Hélio Oiticica e Waldemar Cordeiro”, que acontece até o dia 10 de maio. A mostra reúne obras de dois dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, que participaram ativamente dos movimentos Neoconcreto e Concreto, defendendo caminhos distintos para a arte nos anos 1950 e 1960.

A pesquisa e os interesses que moveram Hélio Oiticica (1937-1980) e Waldemar Cordeiro (1925-1973) apresentam um paralelismo que, ao longo do tempo, ficou diluído. No Rio de Janeiro, Hélio Oiticica foi um dos principais articuladores do Neoconcretismo, enquanto Waldemar Cordeiro, em São Paulo, se tornou o grande porta-voz dos concretistas. Os embates intelectuais entre os dois grupos marcaram a História da Arte Brasileira.

Na grande sala da Pinakotheke São Paulo, 18 obras de Hélio Oiticica e 19 de Waldemar Cordeiro – provenientes de coleções públicas e privadas – apresentadas frente a frente, proporcionam um encontro que busca revisitar, já com o distanciamento do tempo, os diálogos e confrontos entre os dois artistas. Idealizada por Max Perlingeiro, a curadoria da exposição é compartilhada com o artista Luciano Figueiredo, um dos maiores especialistas na obra de Hélio Oiticica, e Paulo Venancio Filho, pesquisador dos dois movimentos. Além de promover essa reflexão histórica, a mostra celebra o centenário de nascimento de Waldemar Cordeiro.

A valorização de narrativas plurais.

15/abr

O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, inaugurou três novas exposições que reforçam seu compromisso com a valorização de narrativas plurais e a articulação entre arte, memória, cultura e presença afro-diaspóricas. As mostras – que ocupam diferentes espaços do museu – dão continuidade ao trabalho de reestruturação curatorial iniciado sob a gestão de Hélio Menezes, atual diretor da instituição, e se inscrevem em um projeto museológico voltado à escuta, à experimentação e ao tensionamento de fronteiras.

Entre os destaques está a exposição “Proteção”, da artista visual e fotógrafa Rafaela Kennedy. A partir de uma série de retratos íntimos e simbólicos, o projeto apresenta um olhar sensível e potente sobre as relações de cuidado, afeto e acolhimento dentro da comunidade trans e da espiritualidade afro-brasileira. Através da fotografia, a série ressignifica a presença de corpos travestis em espaços de benção e proteção, destacando as diferentes formas pelas quais mães – biológicas, de criação ou espirituais – ancoram e legitimam a existência de suas filhas. A exposição, que acontece na Marquise do Museu Afro Brasil, um espaço aberto e acessível mesmo após o horário de funcionamento do museu, amplia esse diálogo ao levar a temática para um público diverso, fomentando o reconhecimento das múltiplas formas de maternidade e proteção dentro das comunidades afro-indígenas e LGBTQIA+. A série reforça a potência das relações que sustentam a existência trans no Brasil, promovendo um espaço de reflexão e visibilidade.

A exibição de “Acervo em Perspectiva: M’barek Bouhchichi, Nen Cardim, Washington Silvera”, é uma proposta que busca estabelecer conexões entre obras e artistas do acervo do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo. O programa expositivo propõe novos arranjos a partir das peças já presentes na coleção, incorporando também aquisições e doações recentes. Nesta edição, entram em diálogo os trabalhos de Washington Silvera, Nen e M’barek Bouhchichi – dois artistas brasileiros e um marroquino -, que exploram materiais como madeira, vidro e terra, estabelecendo conexões entre matéria, território e experiência. Embora utilizem elementos semelhantes, cada artista imprime sua própria linguagem, atravessando as fronteiras entre escultura e instalação. “Os três artistas em diálogo nesta primeira edição do Acervo em Perspectiva deixam transparecer ao público a riqueza de nosso acervo, colocando em diálogo instalações substancialmente diferentes, que partem de materiais semelhantes, ressaltando as múltiplas formas de se interpretar, narrar e exibir as artes africanas e afro-brasileiras”, conforme destaca Hélio Menezes.

E, ainda houve a inauguração da Sala de Projeção, novo espaço do museu voltado à exibição de videoinstalações, filmes e obras em movimento. Para abrir a programação, entra em exibição “Thinya”, da diretora Lia Letícia, que propõe um instigante jogo de narrativas e deslocamentos: a partir de álbuns de família encontrados num mercado de pulgas em Berlim, imagens de uma mulher chamada Inge passam a ilustrar relatos de viajantes europeus no Brasil entre os séculos XVI e XVIII – todos narrados em yathee, a língua do povo Fulni-ô. O resultado é uma obra que desmonta os regimes coloniais de representação, construindo novas camadas de leitura para o passado.

As três estreias se somam aos esforços do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, em promover exposições que desafiem os limites formais e ativem múltiplas vozes no campo da arte contemporânea e da cultura afro-brasileira.

 

Dialogando com o Barroco.

O Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC_BAHIA), unidade do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), vinculado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult), recebe até o dia 13 de julho, a exposição “Sonia Gomes – Barroco, mesmo”, primeira mostra institucional da artista em solo baiano. Realizada pelo Instituto Tomie Ohtake, em parceria com o Ipac e patrocínio do Bradesco e Grupo CCR, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Rouanet) do Ministério da Cultura, a exposição propõe um diálogo entre a poética contemporânea da artista mineira e o legado do barroco brasileiro.

A mostra reúne cerca de 60 obras de diferentes fases da trajetória de Sonia Gomes, além de fotografias inéditas da artista em seu ateliê, registradas pela fotógrafa baiana Lita Cerqueira. A exposição ocorre em duas etapas, em Salvador e Ouro Preto (MG) que, posteriormente, convergem em uma única mostra no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, de novembro de 2025 a março de 2026.

Em Salvador, o público poderá desfrutar de uma programação diversificada, com encontros, oficinas e vivências realizadas no museu. A abertura aconteceu com a oficina educativa Palavra-semente, voltada para famílias e conduzida por Mariana Per, gerente de Educação do Instituto Tomie Ohtake. Foi realizada a mesa de debate Barroco ressignificado: memória e arte colonial em Salvador, com a participação da arquiteta Alejandra Muñoz, da historiadora Wlamyra Albuquerque e do urbanista Nivaldo Andrade, o público pode acompanhar uma roda de conversa com a artista Sonia Gomes, o curador Paulo Miyada, o diretor do MAC_Bahia, Daniel Rangel, e a artista Goya Lopes.

Para o Ipac, a chegada da mostra reforça a missão do Instituto de promover e valorizar expressões artísticas conectadas à memória, à identidade e à diversidade cultural brasileira. “Receber Sonia Gomes no MAC_Bahia é uma oportunidade de celebrar uma artista que transforma tecidos e memórias em obras que dialogam com a história, o território e as ancestralidades brasileiras – sobretudo negras e femininas”, como destacou Daniel Rangel, diretor do museu.

Livro e lançamento

A exposição é acompanhada pelo lançamento do livro Sonia Gomes – Assombrar o mundo com beleza, publicado pela editora Cobogó e organizado por Paulo Miyada. A publicação reúne imagens de obras recentes da artista, além de cadernos de anotações e cartas, revelando detalhes de seu processo criativo. O livro estará à venda no MAC_Bahia durante todo o período expositivo, com lançamento oficial previsto para o dia 25 de abril, em São Paulo.