Eva Soban em Joinville

09/nov

O Museu de Arte de Joinville, SC, inaugura a exposição “Por um Fio” da artista visual Eva Soban, onde diversas obras tentam retratar a realidade cruel a qual devemos nos atentar e buscar meios para alterá-la. Em um cenário global onde o mote principal são conflitos, guerras, terrorismo, refugiados, bombardeios, ataque e contra-ataque, ganância, e pouco ou quase nenhum comprometimento com o mundo ou com o próximo, a artista opta por dar ao seu público uma possibilidade de reconstruí-lo ludicamente, através de sua instalação.

Essa obra, em construção, busca evidenciar a importância da participação de cada um nesse momento. “Estamos acostumados a apontar dedos, ao passo que não fazemos nada para contribuir com a construção de um mundo melhor”, diz Eva. Quando finalizada, “Por um Fio” será um registro da urgência da sociedade enxergar seu poder em um momento de transformação.

 

Suspenso por um cabo de aço, no centro do espaço expositivo, um globo em estrutura de ferro,com os continentes delineados com fios em uma tela plástica, representa a peça central da exposição. Diversos materiais têxteis serão disponibilizados, permitindo ao público uma interação completa e participação ativa na “construção de um novo mundo”. “O convite é que o público possa interagir com a obra, costurando, bordando ou tecendo um novo mundo, um mundo sem fronteiras”, explica Eva Soban. Complementando o cenário, fios, fibras diversas, tecidos e demais materiais, serão posicionados de forma a ficarem pendentes do teto ao chão, como uma cortina de possibilidades.

 

O momento atual é de grandes acontecimentos, mas também de reflexão, superação e reconstrução. É possível notar uma sensação de despertar coletivo, com mais pessoas indo para as ruas protestar, defender seus direitos, seu espaço na sociedade, pessoas que entendem e aceitam as diferenças. “Estamos ligados por um fio; um fio frágil e quebradiço, mas esse fio ainda traz esperança. Pois é através de momentos como esses que as mudanças ocorrem”, declara Eva Soban. “POR UM FIO” é um convite ao espectador, para que ele pare, reflita e ajude a reconstruir o mundo.

 

 

Sobre a artista

 

Graduada em sociologia e política, com cursos livres em fotografia e artes plásticas, Eva Soban tem 40 anos de experiência e vivência com arte, utilizando em seu trabalho fios, fibras, plásticos e tecidos, que ela transforma em obra com formas e texturas exclusivas. Entre as principais exposições internacionais, estão a Bienal Internacional de Arte Têxtil – 2011 – Museo Diego Rivera – México; o “Projeto Empezar”- 2010 -Barcelona – Espanha; “A View of Today’s Brazilian Textile Art”. Museu Rudentarn, 1995 – Copenhagen – Dinamarca. No Brasil, participou da SP-Arte 21016, Mostra Internacional de Arte Contemporânea – 2011- Paraty; “100 Designers do Brasil“- 1999 e “500 Anos de Design no Brasil” – 2001, ambas na Pinacoteca do Estado – SP; Exposição de Arte Lúdica MASP – 1979 – SP; 1ª, 2ª e 3ª Trienal de Tapeçaria no Museu de Arte Moderna MAM –1976, 1979, 1982 – SP. Em junho de 2015 expôs “Floresta Negra”, no Museu de Arte de Joiville. Em 2016, exibiu “Floresta Negra II” no Museu Afro Brasil, SP e da coletiva “Artistas da Tapeçaria Moderna II”, Galeria Passado Composto, SP. O manuseio com as fibras lhe garante um grande conhecimento da linguagem.

 

 

De 10 de novembro a 29 de janeiro de 2017.

 

Tudo Joia

08/nov

A exposição “Tudo Joia” tem por conceito apresentar um recorte da produção de artistas do século XX que, por intenções diversas, conceberam e concebem suas criações tendo o corpo como suporte do pensamento artístico. Sob a curadoria da Bergamin & Gomide, com a colaboração do antiquário Rafael Moraes, a exposição poderá ser vista até 26 de novembro, na Galeria Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP. A expografia da mostra traz a assinatura da arquiteta Marieta Ferber.

 

Em exibição cerca de 60 peças entre criações modernistas como as de Di Cavalvanti e Burle Marx, as contemporâneas de Antonio Dias e Roy Lichtenstein com sua exuberante Pop Art, até aqueles que estão criando pela primeira vez, exclusivamente para a mostra. Ao todo, cerca de 40 artistas participam com trabalhos em prata, ouro e outros materiais nobres. Contudo, a diversidade do elenco também trouxe peças diversas e, acima de tudo, atemporais.

 

Para Antonia Bergamin, à frente da galeria e uma das curadoras da mostra, essa exposição é um momento especial. “Eu queria mostrar também um lado da produção dos artistas que poucos conhecem. De uma maneira forte “Tudo Joia” é uma exposição para os curiosos. Muitos artistas que conhecemos e admiramos em algum momento se aventuraram nos desenhos de objetos usáveis e poucos ficam sabendo, pois é algo pontual e experimental. A exposição é uma oportunidade de ver essas peças reunidas e entender como elas se relacionam com o resto da produção do artista”, conclui Antonia.

 

Cildo Meireles, em sua pesquisa da série “Arte Física”, criou um anel em prata, terra, ônix, ametista e safira. Sônia Gomes apresenta suas joias em tecido bordado, inquietando-nos com seu barroco contemporâneo. As joias de Di Cavalcanti foram executadas em parceria com o joalheiro Lucien Finkelstein no Rio de Janeiro: um anel e um pingente feitos em ouro e esmalte.

 

Roberto Burle Marx introduziu seu pensamento paisagístico no desenho de joias, revolucionando a joalheria brasileira com colares, pulseiras, broches e anéis em ouro e prata, adornados com pedras em lapidação livre. Tais peças foram desenvolvidas na joalheria que pertencia aos irmãos Roberto e Haroldo Burle Marx. Nessa época, geralmente as joias eram feitas com ouro e pedras brasileiras. As que serão apresentadas na mostra, foram lapidadas seguindo as fibras naturais da própria pedra e em formatos orgânicos, presente no trabalho de paisagismo do artista. Um broche em ouro, um anel em ouro e turmalina e um conjunto de colar e brincos em ouro e turmalina, trazem à cena o joalheiro Burle Marx.

 

Além dos já citados, outros importantes nomes como Ron Arad, Arman, Miquel Barcelo, Anna Bella Geiger, Alighiero Boetti, Paloma Bosquê, Celio Braga, Pedro Cabrita Reis, Waltércio Caldas, Alexander Calder, Sergio Camargo, Enrico Castellani, Carlos Cruz-Diez, Alexandre da Cunha, José Damasceno, Amilcar de Castro, Michael Dean, Wesley Duke Lee, Servulo Esmeraldo, Fernanda Gomes, Jenny Holzer, Rebecca Horn, Ilya and Emilia, Kabakov, Anish Kapoor, Jannis Kounellis, Nelson Leirner, Tonico Lemos Auad, Atelier Van Lieshout, Renata Lucas, Marepe, Beatriz Milhazes, Tatsuo Miyajima, François Morellet, Mariko Mori, Ernesto Neto, Nazareth Pacheco, Artur Luiz Piza, José Resende, David Shrigley, Regina Silveira, Edgard de Souza, Tiago Tebet, Amelia Toledo, Tunga, Giorgio Vigna, Ai Weiwei, Sonia Gomes e Rubens Gerchman, entre outros, compõem a exposição.

Belezas naturais 

A Verve Galeria, Jardim Paulista, São Paulo, SP, recebe a partir do dia 10 de novembro a mostra individual de fotografias “Lembranças de um tempo que não acaba”. O tempo parece parar nas paisagens da terra natal do piauiense Valdeci Ribeiro, com os 20 trabalhos de temas diversificados, registrados ao longo dos últimos 8 anos, com curadoria de Ian Duarte Lucas.

 

Nascido na cidade interiorana de Campo Maior, Valdeci Ribeiro cultivou desde cedo o contato com suas raízes, resultando em particular visão sobre as paisagens de sua infância e de seu estado natal, o Piaui. Já participou de cursos, workshops, seminários nacionais, conquistou o primeiro e o segundo lugar no “Fotografe Teresina” e ainda expôs na capital do Piauí; mas essa é sua primeira individual no circuito cultural de São Paulo.

 

Com combinação apurada de luz, técnica e profundidade, o fotógrafo lança um olhar afetivo sobre intocado patrimônio natural ao resgatar memórias e desvendar paisagens. Nesses registros, das inúmeras incursões pelo seu estado de origem, é possível conhecer de perto uma vida transcorrida em meio à natureza. A Serra da Capivara, o Delta do Parnaíba e as fazendas de Campo Maior, instigados pela beleza que transborda a cada clique. O título da exposição, é inspirado em trecho do poema “A Rua”, do conterrâneo piauiense Torquato Neto, que traça um paralelo entre suas vivências e questões universais que afloram de suas observações.

 

Para além de sua história, fortemente ligada à terra e aos elementos naturais, as fotografias de Valdeci Ribeiro também trazem à tona questões ligadas ao passar do tempo e como ele molda sua relação com o mundo. Destas reflexões, advindas do exercício contemplativo que só o convívio com a natureza em estado bruto pode permitir, emergem os grandes temas do conjunto de suas imagens.

 

O artista inicia sua aproximação pelo registro panorâmico, caminha na direção da abstração, ao observar e interpretar detalhes e o mundo ao seu redor. Define o curador Ian Duarte Lucas: “os temas das fotografias, aproximam-se do conceito agostiniano de tempo, que existe tão somente na mente do homem, porque é na mente do homem que convergem presente, passado e futuro. O tempo fica, desta forma, “em suspenso”: uma visita ao passado, através da memória; o presente, por sua intuição; e o futuro, pela espera do que está por vir”. A coordenação é de Allann Seabra.

 

 

Sobre o artista

 

Valdeci Ribeiro é médico. Seu convívio com imagens no dia-a-dia de consultório instigou sua curiosidade, e há 8 anos iniciou seus estudos no campo da fotografia. Muito ligado a pessoas e lugares, cultivou o hábito o hábito de viajar desde cedo, sem nunca esquecer suas origens. Os diversos cursos, workshops e viagens dedicados ao tema lhe renderam inúmeras premiações, tais como 1º e 2º prêmios do Concurso Municipal de Fotografia Paisagística de Teresina de 2014, 1º lugar Concurso fotográfico UniCred, em 2014 e 2015.

 

 

Sobre a Verve Galeria

 

A Verve é uma galeria de arte contemporânea fundada em São Paulo, em 2013. Em seus espaços, tendo à frente Allann Seabra e Ian Duarte Lucas, transita por diversos meios e linguagens. Nascida do entusiasmo e inspiração que animam o espírito da criação artística, a Verve Galeria é abrigo para diferentes plataformas de experimentação contemporânea. A eloquência e sutileza que caracterizam o nome do espaço também estão presentes na cuidadosa seleção de artistas e projetos expositivos. Por entender que as linguagens artísticas são processos contínuos e complementares, representa novos talentos e profissionais consagrados que transitam livremente entre a pintura, fotografia, escultura, vídeo, site in situsite-specif, gravura e o street art.​ A galeria ocupa uma casa centenária, e na diversidade de seus espaços expositivos emergem possibilidades de curadoria que vão além do tradicional formato do “cubo branco”. Ao abrir-se para a rua, estabelece franco diálogo com o patrimônio construído de São Paulo, cumprindo a função integradora entre a arte, o público e a cidade. Busca ir além da venda direta de arte, promovendo mostras regulares, palestras e workshops, assim como o intercâmbio e parcerias com artistas e galerias no Brasil e no exterior.

 

 

Até 10 de dezembro.

Mosaicografia 2016

Começa nesta quarta, 09 de novembro, em curtíssima temporada, a exposição “Mosaicografia 2016″, somente até dia 20 de novembro no Largo Glênio Peres, no Centro Histórico de Porto Alegre, RS, um evento internacional. Como a exposição é ao ar livre ela estará aberta 24 horas.
É a oportunidade de ver uma exposição de 400 fotografias, distribuídas em 20 painéis de dez metros cada um, com imagens que tiveram como proposta temática a Preservação. Ao todo são 166 fotógrafos selecionados e outros 24 convidados, do Brasil e do exterior. Profissionais reconhecidos em todo o mundo e artistas iniciantes juntos num grande mosaico exposto num local onde mais de 200 mil pessoas transitam diariamente.
Organização, produção executiva e curadoria de Gilberto Perin e Marcos Monteiro. A Mosaicografia tem patrocínio da TimacAgro e apoio institucional da Aliança Francesa de Porto Alegre e Prefeitura de Porto Alegre. Apoio da Virada Sustentável. Realização do Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura, e Governo Federal.

 
Até 20 de novembro.

 

Curadoria de Efrain Almeida

A artista carioca Maria Fernanda Lucena, que foi selecionada e premiada pelo “Novíssimos 2016″, da Galeria de Arte IBEU, se interessa por lugares, personagens, objetos e principalmente histórias. Seu trabalho gira em torno da pintura e sua pesquisa tangencia questões da memória e da passagem do tempo. Através de um vínculo com objetos pessoais e afetivos, a artista compõe caixas de lembranças e relicários onde temporalidades distintas se associam para dar origem a uma possível narrativa.

 

Em sua primeira individual no Rio de Janeiro na C. galeria, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, Maria Fernanda apresenta 21 trabalhos compostos por telas, caixas e objetos que se misturam com imagens de épocas distintas, envolvendo diferentes técnicas de produção como a pintura à óleo sobre tela de linho, além de caixas de madeira e acrílico que formam as instalações. As obras reúnem objetos garimpados pela artista, que são da década de 70 até a atualidade, incluindo slides selecionados na Praca XV, com os quais ela cria narrativas enfatizando o conceito da transtemporalidade.

 

Através da pintura, Maria Fernanda cria narrativas que seguem o fio da história de um objeto, o qual passa a fazer parte de uma nova historia. Essa narrativa não tem fim. São histórias dentro de histórias, episódios singulares, retratos da vida cotidiana ou de momentos especiais de familiares, vizinhos, pessoas conhecidas e outras esquecidas. Na exposição intitulada “Paisagens Emocionais”, com curadoria assinada por Efrain Almeida, a página do Instagram criada por Maria Fernanda, que leva o nome da mostra, poderá ser visitada, ela disponibilizou as fotografias referências para os trabalhos, sem suas intervenções, dando margem ao espectador para entender suas criações.

 

 

A palavra do curador

 
“Durante o processo de pesquisa, vieram algumas mudanças significativas em sua produção. A primeira, substituir a tinta acrílica por óleo; em seguida, a troca de suporte, ela passa, então, a usar, em vez de telas comuns, quadros antigos já pintados e objetos cotidianos, interferindo sobre esses com pinturas, onde o retrato e a paisagem são temas recorrentes. Seus retratados são constituídos, na grande maioria, de entes próximos ou pessoas que ela simplesmente considera biograficamente interessantes. Fernanda mergulha no universo cotidiano destas pessoas, através de seus pertences, de fotos de viagens, de memórias ou objetos casualmente encontrados.”

 

 

Sobre a artista

 
Maria Fernanda Lucena tem formação em Indumentária e Desing de moda. Em 2013, ingressou na turma do Curso Teoria e Portfólio na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. O curso era, então, ministrado por Efrain Almeida, Marcelo Campos e Brígida Baltar. Entre as exposições coletivas que participou no Rio de Janeiro estão ” Novíssimos 2016”, Galeria de Arte IBEU; “X4”, no Solar Grandjean de Montigny – PUC; “29 de setembro”, no Largos das Artes; “Visão de Emergência”, na Galeria Colecionador; e À Primeira Vista”, na Galeria Artur Fidalgo. Maria Fernanda também expôs seus trabalhos em coletivas em São Paulo, Rio Grande do Sul, além das obras apresentadas na SP Arte 2016, no stand da C Galeria. Para 2017, a artista já tem duas exposições agendadas, no Museu da República e na Galeria IBEU.

 

 

Sobre a C. galeria

 
A C. galeria é uma galeria de arte contemporânea que, através de ideias e formatos inovadores, quer contribuir para uma nova forma de fazer e pensar arte e para um novo colecionismo, estimulando seus artistas a explorarem seu potencial criativo e artístico. Dirigida por Camila Tomé – uma das fundadoras da extinta MUV Gallery, que encerrou suas atividades em 2016 – a C. galeria surge ocupando o mesmo espaço da antiga MUV, em Ipanema, no Rio de Janeiro, e passa a representar os artistas Andréa Brown, Bob N, Bruno Belo, Eloá Carvalho, Felipe Fernandes, Maria Fernanda Lucena, Marcos Duarte, Pedro Cappeletti, Piti Tomé e Ruan D’ornellas.

 

 

De 23 de novembro a 20 de janeiro de 2017.

Mostra no IBEU

03/nov

Uma revoada de obras da artista Anna Paola Protasio ocupa as paredes da Galeria de Arte IBEU, Copacabana, Rio de janeiro, RJ, a partir de 10 de novembro, quando acontece a vernissage de sua nova exposição. A individual “Revoada” será composta por uma escultura-móbile com 140 peças de cerâmica pendendo do teto e 75 painéis que ocuparão todas as paredes da galeria, além de uma instalação feita com arames dourados e madeira.

 

A mostra tem curadoria do crítico de arte Cesar Kiraly e explicita o diálogo que a artista estabelece com a aspereza do material (lixas de pintura) e a poética de asas de pássaros (desenhos gráficos), indo ao encontro de “uma esperança quase que inatingível”, segundo a artista. A exposição é a 13ª individual de Anna Paolla, que trabalhou 20 anos com arquitetura e design de móveis. Com especializações em Desenho e História da Arte, desde 2006 se dedica às Artes Visuais.

 

“As paredes são tomadas. A imaginação aqui persevera e somos revestidos pela matéria áspera. Se há oposição? Ora, não é o liso ou o estriado, mas relevos muito pequenos organizados na pequena ofensa à ponta dos dedos cuidadosos. Para se mover nessa realidade é preciso desprezar a dor”, diz o curador da mostra, Cesar Kiraly.

 

“Protasio precipita a superfície negra por todas as paredes, mesmo a coluna estrutural é envolvida. Há algo bem ameaçador nesse ambiente de lixas apontadas contra o mundo. Se viradas noutra direção, se friccionadas com alguma vontade, reduziriam todas as imperfeições a pó”, completa.

 

Segundo a crítica de arte Marisa Florido Cesar, Anna Paola transparece em sua obra a herança construtiva da arte. Para ela, a artista introduz na abstração e rigor da geometria, elementos sensíveis que perturbam a rigidez das estruturas e a vontade de ordem e de universalidade da tradição construtiva.

 

“Muitos de seus trabalhos são erigidos com objetos saqueados do cotidiano e esvaziados de sua função utilitária, neste caso, ela utiliza lixas que são usadas para pintura de parede. Deslocados para o universo da arte, tais objetos repetidos e reestruturados, ou unitários, agigantados ou diminutos, pesados ou frágeis, compõem um repertório poético visual de sonhos e dores, ficções e memórias, solidão e temores. Revelam, enfim, entre o cálculo estrutural e o inesperado dos afetos, a insustentável leveza dos dias e dos seres”, diz Marisa.

 

 

 

Sobre a artista

 

 

Anna Paola Protasio já fez exposições individuais em museus e centros culturais do Rio de Janeiro, como Museu Nacional de Belas Artes, Casa França Brasil e Centro Cultural dos Correios. Em São Paulo, expôs no Museu Brasileiro da Escultura (Mube) em 2012, e nos Sescs das cidades de Bauru, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Ribeirão Preto. A artista também já teve suas obras expostas em galerias no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Nova Iorque,Cartagena (Colômbia) e em Genebra, na Suiça. Há, ainda, coletivas como 27º Salão de Artes Anuário Embu das Artes, em 2010, e a exposição “A Nova Escultura Brasileira”, que aconteceu no Rio de Janeiro, em 2012. Anna Paola Protasio é ganhadora de prêmio do Itamaraty e de um primeiro prêmio de escultura em Shangai, ambos em 2011, além do prêmio em Embu das Artes, em 2010.

Na Pinacoteca do Estado

A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, exibe “Arte no Brasil: Uma história na Pinacoteca de São Paulo. Vanguarda brasileira dos anos 1960 – Coleção Roger Wright”, um recorte de 80 obras realizadas entre as décadas de 1960 e 1970 no Brasil pelos artistas mais representativos da nova figuração, do teor político e da explosão colorida do pop, como Wesley Duke Lee, Claudio Tozzi, Antonio Dias, Cildo Meireles, Nelson Leirner, Raymundo Colares, Rubens Gerchman, Carlos Zilio, entre outros.

 

A mostra de longa duração celebra o comodato de 178 obras estabelecido em março de 2015 entre a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, a Pinacoteca e a Associação Cultural Goivos, responsável pela Coleção Roger Wright. Além disso, também dá continuidade à narrativa iniciada com a exposição “Arte no Brasil”, em cartaz no segundo andar e que apresenta os desdobramentos da história da arte no Brasil do período colonial aos primeiros anos do modernismo em 1920.

 

“Com esse conjunto, o museu oferece aos visitantes a possibilidade de ver e compreender processos recentes que contribuíram para formação da visualidade brasileira. Sem contar, que a Pinacoteca se consolida como um museu nacional da história da arte no Brasil, constituído por núcleos articulados em uma narrativa extensa e representativa”, explica José Augusto Ribeiro, curador da exposição.

 

A exposição tem patrocínio, via leis de incentivo, de Pirelli, Klabin e Credit Suisse. Sua realização foi possível também graças ao apoio direto de amigos pessoais do colecionador Roger Wright, como Paulo S.C. Galvão Filho e José Olympio da Veiga Pereira.

 

 

Comodato

 

A Coleção representa a produção brasileira dos anos 1960 e possui importantes instalações produzidas a partir de 2000. Foi montada por Roger Wright e seus dois filhos desde 1996 e, após o acidente que vitimou a família em 2011, Christopher e Ellen Mouravieff-Apostol, irmão e mãe de Roger Wright, decidiram manter as obras em solo brasileiro. Para isso, consultaram vários museus nacionais, buscando encontrar algum que apresentasse condições seguras e plenas de pesquisa, comunicação, salvaguarda e projeção pública.

 

“Estou muito feliz com a perspectiva de ver em breve a coleção aberta ao público na Pinacoteca. Acima de tudo, tenho certeza que tanto o Roger como os filhos estariam orgulhosos com esse novo rumo na história da coleção que eles montaram com tanta dedicação”, disse Christopher.

 

A Pinacoteca tem experiência em acomodar obras de grande relevância por meio de comodatos, como a Coleção Brasiliana – Fundação Estudar, que após o período de empréstimo foram doadas ao museu e hoje compõem o seu acervo, e o comodato assinado em 2004 com a Fundação Nemirovsky com trabalhos importantes do período modernista.

 

A mostra permanece em cartaz até 26 de agosto de 2019 no 1º andar da Pinacoteca – Praça da Luz, 2.

Performance no MAM SP

01/nov

No dia 06 de novembro, domingo, a partir das 13hs, o artista russo Fyodor Pavlov-Andreevich dirige a performance inédita “Domingo Adentro” no Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, SP, em que coloca dez educadores do museu à disposição do público visitante do Parque Ibirapuera para conversar sobre temas diversos da atualidade. Com cinco horas de duração, a ação acontece na marquise no MAM, em frente à parede de vidro da Grande Sala, onde serão colocadas dez mesas, dez banquetas e vinte cadeiras para que os participantes debatam, mediados por um júri formado pelo próprio público. A cada trinta minutos, o bate-papo deve ser finalizado e iniciada uma nova discussão.

 

Idealizador da performance, Fyodor propõe que durante todo o período de duração os dez educadores do museu permaneçam sentados, cada um em uma mesa, dando espaço para que o público também possa se sentar tanto como o debatedor, ocupando uma cadeira livre, ou como júri do debate, sentando-se na banqueta para mediar as conversas. Haverá, inclusive, um educador surdo para que também tenham debates em Libras.

 

O objetivo é produzir discussões que reflitam sobre as relações entre sujeitos e instituições, espaços públicos e cidadania e o papel do privado no ambiente público. Assuntos como amor, vida, arte, casa, rua, família, noite, festa, drogas, violência, medo, raça, corpo, sexo, morte e futuro, a serem escolhidos pelo participante, serão dialogados em sessões de 30 minutos, tomando diferentes rumos de acordo com conhecimentos e experiências pessoais de cada um.

 

O júri, que supervisiona o debate, dispõe de uma sineta que deve ser acionada quando o bate-papo não estiver atingindo o objetivo ou se ocorrerem casos de ofensas ou manifestações preconceituosas, e, até mesmo, se a conversa estiver tediosa. Nesse embate, público e museu se juntam para desenvolver conversas pertinentes às ocupações que fazem do mesmo espaço no Parque Ibirapuera.

 

 

Educação como matéria-prima

 

Em abril deste ano, na exposição “Educação como matéria-prima”mostra do MAM que discutiu processos pedagógicos na arte, o artista Fyodor Pavlov-Andreevich realizou pela primeira vez a performance “Um retrato com o artista e o vazio”, onde posou como modelo vivo nu para o público desenhá-lo e também se juntar a ele como modelo. O objetivo era repensar o papel de modelos vivos no ambiente acadêmico das escolas de arte e a distância estabelecida entre o desenhista e o modelo, além do tabu da nudez em espaços públicos.

 

Sobre o artista

 

Fyodor Pavlov-Andreevich é russo e vive entre Moscou, Londres e São Paulo. É artista, curador, escritor, diretor de teatro e cineasta. Recentes trabalhos incluem Hygiene (2009), performance nos Deitch Projects (NY); My Mouth is a Temple (2009), instalação no Marina Abramovic Presents, no Festival Internacional de Manchester; Whose Smell is This (2010) instalação  especial para feiras Armory/Volta, em NY; EGOBOX (2010) instalação/performance no Festival Internacional de Performance de Moscou; My Water Is Your Water (2010), instalação/performance curada por Maria Montero (Galeria Luciana Brito, Bienal de SP 2010); The Great Vodka River, escultura/performance Art Basel Miami Beach;  Laughterlife (2013) um show solo e performance comissionados pelo Centro Cultural São Paulo; Fyodor’s Performance Carousel, instalação site specific em colaboração com nove artistas no Faena Arts Center (BA); O Batatódromo (2015) escultura performática no CCBB Brasília; e Um retrato com o artista e o vazio (2016), performance na exposição Educação como matéria prima, no MAM de São Paulo.

 

Na CAIXA Cultural Rio 

A CAIXA Cultural, Galeria 4, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas”, que reúne trabalhos de jovens talentos das artes visuais de todo o Brasil. A exposição apresenta 36 obras em diversos formatos: fotografia, escultura, pintura, gravura, desenho, objeto, instalação, videoinstalação, intervenção e novas tecnologias. A seleção das obras traz a assinatura da curadora Rosemeire Odahara Graça.

 

Resultado de projeto de apoio à cultura promovido pela CAIXA, a exposição recebeu 1.977 obras inscritas por 860 artistas iniciantes de todo o Brasil e selecionou trabalhos de 24 participantes. Os critérios de escolha foram originalidade, experimentação, inovação, conceito, qualidade artística e contemporaneidade. “Escolhemos as obras que tivessem um valor em si mesmas e que conversassem com as propostas contemporâneas de arte”, explica Rosemeire. Seguindo o regulamento da Seleção, foram escolhidos artistas que ainda não haviam exibido trabalhos em exposição individual.

 

A curadora avalia que a “Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas” foi bem sucedida em sua proposta de divulgar artistas ainda iniciantes ou recém-saídos da universidade, numa época de esvaziamento de espaços físicos de exibição nas artes visuais, com o fim dos grandes salões de arte e a chegada da internet. “Nesse novo momento de reformulação das artes visuais no Brasil, a Mostra Bienal CAIXA trouxe uma solução interessante para dar visibilidade a esses artistas”.

 

A Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas encerra esta edição no Rio de Janeiro depois de passar por todas as unidades da CAIXA Cultural: Curitiba, São Paulo, Brasília, Fortaleza, Recife e Salvador.

 

 

De 01 de novembro a 31 de dezembro.

 

Lucia Laguna no MAR

31/out

O MAR, Museu de Arte do Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta exposição individual de pinturas de Lucia Laguna. As obras de Lucia Laguna atravessam interesses diversos, como o cotidiano urbano: a inteligência estética das favelas, o subúrbio, o trânsito, a arquitetura do espaço coletivo. Lucia não pinta sozinha, experimenta – como também ocorre com o signo linguístico – a aguda consciência de um processo coletivo, e social, de constituição e reinvenção da pintura. A curadoria traz as assinaturas de Clarissa Diniz e Cadu.

 

 

A partir de 29 de novembro.