Livro de Verena Smit

10/abr

A fotógrafa Verena Smit lança seu livro “Lovely”, na Livraria Freebook, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, com 22 imagens em preto e branco. Após residir em Nova York, Estados Unidos, durante dois anos e meio, a artista ocupou seu último ano na cidade com este projeto, cuja proposta nos leva a um imaginário poético onde o sentimento de despedida é o fio condutor. A despedida não da cidade ou simplesmente das pessoas com quem se relacionou, mas de um sonho concretizado. Ao se mudar para Nova York para uma graduação em fotografia, Verena Smit se deparou com momentos difíceis mas, ao mesmo tempo, com os melhores e mais intensos de sua vida. Se envolveu de forma mais experimental e artística, reafirmando sua paixão pela fotografia.

 

Um ano antes de retornar a São Paulo, a artista viu a necessidade de reunir imagens para a criação de seu primeiro livro – algo autoral, livre, pessoal, como uma dedicatória ao tempo que morou naquela cidade. Adquiriu, então, uma pequena câmera, e passou a levá-la para todos os lugares. “Queria guardar as memórias de uma outra forma e, ao mesmo tempo, incentivar meu instinto de fotografar constantemente cada detalhe que eu via ao longo dos dias.”, comenta. Surge, então, o projeto “Lovely”, não como um diário fotográfico, mas como uma narrativa poética que expõe a relação entre uma experiência vivida e o ideal sonhado. Carregadas de espontaneidade e despretensão, as fotografias revelam uma atmosfera de sonho, de fantasia, transportadas de seu inconsciente para os negativos.

 

De volta ao Brasil, Verena Smit chegou a deixar este projeto de lado, talvez por tamanha nostalgia que o trabalho lhe causava. Agora, com o lançamento de “Lovely”, a fotógrafa considera este como o fim de um ciclo, deixando claro que Nova York não ficou apenas na lembrança e no coração. Nas palavras da artista: “Queria fazer algo maior, além de apenas ter sentido e vivido tudo aquilo. Com o lançamento deste meu primeiro livro, declaro minha conciliação e meu retorno à fotografia.”.

 

 

Data: 16 de abril de 2015, quinta-feira, das 18 às 22h.

Inhotim no Itaú Cultural/SP

08/abr

O Inhotim, em parceria com o Banco Itaú e o Itaú Cultural, realiza pela primeira vez a itinerância de parte do acervo do instituto. “Do Objeto para o Mundo – Coleção Inhotim”, exposição que estreou em Belo Horizonte no ano passado, está em cartaz e pode ser visitada gratuitamente no Itaú Cultural, Paulista, São Paulo, SP. A mostra celebra cinco anos de apoio mútuo entre as instituições.

 
A mostra itinerante “Do Objeto para o Mundo – Coleção Inhotim”- deixou sua sede, em MG – e chegou a SP para ocupar três andares do Itaú Cultural. A obra “Seção Diagonal”, de Marcius Galan, instalada em Inhotim desde 2010, foi readequada para o espaço da exposição. Dividida em seis núcleos temáticos, a coletiva possibilita ao público conhecer como a arte neoconcreta influenciou decisivamente as técnicas contemporâneas.

 
Localizado em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, o instituto oferece a seus visitantes uma experiência única, na medida em que propõe uma relação espacial entre a arte e a natureza, caracterizando-se como o maior complexo museológico do país.

 
Parte desse acervo, em “Do Objeto para o Mundo” investiga quatro momentos de formação da arte contemporânea – o neoconcretismo brasileiro, a produção dos anos 1960, o grupo de vanguarda japonesa Gutai e as práticas de acionismo e de performance dos anos 1970 – e exibe obras produzidas entre 1950 e as primeiras décadas dos anos 2000. O título da exposição faz menção ao movimento de aproximação do objeto de arte à experiência cotidiana do espectador.

 
Com curadoria de Rodrigo Moura e Inês Grosso, o percurso da mostra contempla várias mídias e suportes, apresentando obras de artistas como Lygia Clark, Lygia Pape, Rivane Neuenschwander, Channa Horwitz, Décio Noviello, Hélio Oiticica, Cildo Meireles e Melanie Smith. No dia 02 de maio aconteceu um bate-papo com os artistas David Lamelas e Michael Smith, com mediação dos curadores.

 

 
Até 31 de maio.

Ocupação Galo

A “Ocupação Galo” será inaugurada na Galeria Pretos Novos, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, no dia 08 de Abril, às 18 horas, quando será realizada, pela primeira vez, uma residência artística de uma semana, na qual o artista Galvani Galo expandirá suas pinturas murais em todas as paredes da galeria. Munido de tinta e pincéis em mãos, Galo realizará um trabalho site specific com seus personagens, híbridos de animais e máquinas, que possuem articulações mecânicas detalhadas e descritas em um sofisticado complexo que reporta aos manuais técnicos de engenharia mecânica. De acordo com o curador da mostra, Marco Antonio Teobaldo, sua pintura é carregada de ironia e reflete a inquietação do artista que tem exibidos seus trabalhos nas paredes  das construções das periferias dos grandes centros, sobretudo da grande São Paulo, cidade onde trabalha e reside.

 
A exposição terá ainda alguns objetos escultóricos (Toy Art), trabalhos em acrílica sobre tela e gravuras produzidas recentemente. Na mesma ocasião será lançado o programa Amigos do IPN, com o objetivo de sensibilizar um número maior de pessoas sobre a importância da preservação do sítio arqueológico, por meio de um sistema de doações voluntárias. A coordenação geral é de Ana Maria de la Merced Guimarães dos Anjos e a produção traz a assinatura da Quimera Empreendimentos Culturais.

 
A Galeria Pretos Novos tem acolhido dentro de sua programação diversas temáticas de exposições de artes visuais, realizadas por artistas contemporâneos do Rio de Janeiro e de outras localidades. A partir de pesquisa realizada pelo curador do espaço, os artistas convidados apresentam livremente suas propostas, tendo como ponto de partida suas percepções sobre o ambiente expositivo e a importante história que ele abriga. Esta experiência tem superado expectativas e trazido excelentes resultados, que se refletem na crescente visitação que a Galeria Pretos Novos vem recebendo, desde a sua inauguração.

 

 
De 08 de abril a 23 de maio.

RIEN exibe “Origem”

A mulher é a origem da vida e do amor. Este é o principal mote da nova série de RIEN, artista multidisciplinar que tem mostra aberta na Galeria Crivo, Vila Madalena, São Paulo, SP. A exposição, intitulada “ORIGEM”, reúne dez peças inéditas que buscam discutir questões muito mais fundamentais do que simplesmente a sensualidade e o sexy.

 

De acordo com o curador, Douglas Negrisolli, na série produzida por RIEN é possível identificar aspectos que vão além do trivial. “Há tópicos importantes, como a violência à mulher, como elas são subjugadas, maltratadas, mutiladas e humilhadas. Por isso, ele as retrata também para contemplá-las, como se, com isso, pudesse livrá-las da dor”.

 

O artista, de apenas 24 anos, revela que se baseia muito no controverso artista francês Gustave Courbet (1819 – 1877), autor de “A origem do mundo” (1866), obra que causa ainda hoje sentimentos diversos mundo afora. “Todos nós viemos de um ventre. É algo natural e deveria ser encarado como tal”, completa.

 

“ORIGEM” traz, além das imagens- pinturas e gravuras digitais – com certo grau explícito, uma outra curiosidade: a captação de sons. Durante toda a mostra, os visitantes são convidados a uma imersão no assunto, já que terão a percepção e interpretação visual e serão acompanhados de áudios provocantes e inspiradores, como a música que o artista ouviu durante dias a fio para pintar alguns quadros da exposição.

 

Devido à composição dos trabalhos, o curador Douglas Negrisolli sugere classificação etária de 12 anos para a visitação, disponível até o próximo dia 22 de maio.

 

 

Parceria

 

RIEN é representado de forma exclusiva pela OMA | Galeria, que cede seus trabalhos para a Galeria Crivo, em forma de parceria, com intuito de ampliar a visibilidade e criar novas oportunidades para que seguidores de outras regiões possam acompanhar o artista.

 

 

De 07 de abril a 22 de maio.

Schoeler Editions na SP-ARTE

07/abr

A Schoeler Editions participa da edição 2015 da SP-Arte, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, e apresenta uma novidade em seu stand: a aplicação do conceito de edição limitada (editions) para prints individuais das publicações “24×36″, de Bob Wolfenson; “Croix du Sud”, de Cristiano Mascaro; “Urban Landscapes”, de Michael Grecco;” Falling Beauty”, de Christian Maldonado; “Internal Affair”, de Marcelo Greco; e “Diário da Viagem”, de Peter Scheier.

 

Após se estabelecer no mercado com portfólios e projetos editoriais de luxo, confeccionados com materiais de primeira qualidade, a Schoeler Editions inova e lança prints selecionados de suas séries exclusivas, sob o mesmo conceito de edição limitada, o qual determina rígidos padrões de produção, por exemplo: todos os prints da edição são idênticos, limitados e assinados, com comprovação de origem. Os prints são produzidos em uma tiragem de 11 por imagem, impressos em papel de algodão, com chancela Shoeler Editions e assinatura do artista.

 

A Schoeler Editions promove também o pré-lançamento do livro “Sombras Secas”, de Marcelo Greco, que virá acompanhado de um print assinado e numerado, em caixa exclusiva. Somente 15 exemplares serão comercializados. Neste trabalho, o fotógrafo busca construir, através de paisagens escuras e pouco definidas, uma experiência sensorial e emocional com o ambiente onde vive. Propõe ao leitor/espectador um mergulho na geografia interna da vida. Apresenta uma visão avassaladora das relações humanas. Nas palavras do fotógrafo: “São imagens que tratam da dissolução, do desaparecimento do homem em seu ambiente construído: às vezes a partir de uma abstração, outras vezes São Paulo sendo desvendada aos poucos, (…).”

 

Por sua vez, Verena Smit lança o livro “Lovely”, que nos coloca diante de um imaginário poético onde o sentimento de despedida é o fio condutor. Não a despedida da cidade ou simplesmente das pessoas com quem nos relacionamos, mas a despedida de um sonho concretizado. “Lovely” relata uma narrativa poética que expõe a intersecção entre a experiência vivida e o ideal sonhado.

 

Após ser convidada a fazer parte do catálogo da Library of Congress (Estados Unidos) com três de seus títulos, a Schoeler Editions, com sua primeira participação na SP-Arte, dá continuidade a seu cronograma de importantes lançamentos, seguindo a proposta de elaborar projetos editoriais em tiragens limitadas, com materiais da mais alta qualidade. Todas estas edições poderão ser adquiridas durante a feira e, posteriormente, pelo site da Schoeler Editions.

 

 

 De 09 a 12 de abril.

Graziela Pinto mostra Bios Vida

Na mostra “BIOS VIDA”, individual de Graziela Pinto na Galeria Movimento, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, a artista apresenta 12 trabalhos (entre telas e instalações e um vídeo), utilizando técnica mista (grafite, tinta à óleo e estêncil), fruto de sua pesquisa e dedicação à produção desta série. A artista busca uma síntese formal de elementos recorrentes em sua poética, cheia de feminilidade, e elementos que compõem a natureza. As aves, por vezes tão fielmente retratadas, são insinuadas por meticulosas penas pintadas sobre telas ou bolas de madeira, estas protegidas por estruturas emaranhadas em cobre oportunamente chamadas de “ninhos”, grande novidade da mostra, inéditos em suas exposições.

 

Esferas brancas simuladas na pintura ganham diferentes cargas simbólicas conforme o desejo da artista: parecem ora leves, frívolas e efêmeras como bolhas de sabão, ora densas e firmes como feitas de pedra ou madeira maciça. No meio termo dessas permanências, elas são a vida presente, sugerida como tatu ou como ovo que secreta nova existência. A arte é, muitas vezes, entendida como espelho que reflete o espírito do artista e seu estado de ânimo. Se é verdadeira, essa colocação esclarece a representação de abrigos como os ninhos, os ovos, a carapaça do tatu ou as cascas que protegem as sementes dos frutos no momento em que Graziela, grávida, aguarda a chegada de seu segundo filho.

 

 

De 16 de abril a 20 de maio.

Sergio Gonçalves na SP- Arte

A Sergio Gonçalves Galeria, Rio de Janeiro, RJ, participa pelo quarto ano consecutivo da SP-Arte, Feira Internacional de Arte de São Paulo, no Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP. A galeria de arte carioca ocupará o stand A 02 e levará um projeto inédito: a “Nonada!”, uma instalação feita com obras de Jorge Fonseca e Raimundo Rodriguez, artistas cujas obras e trajetórias dialogam, uma vez que ambos viveram, conhecem e traduzem como poucos o rico universo da cultura popular. Jorge inicia o trajeto a partir de um amontoado de livros esculpidos em madeira de várias espécies. São centenas de livros que aparecem “desassossegados” em estantes e mesas caindo pelo chão. Em certo momento começam a formar um turbilhão, cujo interior começa a brotar seres, objetos e fragmentos.

 

Também será apresentada a instalação “Pode entrar, fique à vontade, a casa é sua”, onde tudo que fará parte da obra será assinado por algum artista plástico e estará à venda, desde as cadeiras e a mesa de atendimento até estante, banco, tapete, livros, etc. Jorge Fonseca e Raimundo Rodriguez, – artistas unidos pelos sertões brasileiros e cada um deles com uma linguagem bem peculiar -,  desenvolveram a instalação especialmente para a SP-Arte 2015.

 

Além disso, também serão apresentadas obras de Rosana Ricalde, Felipe Barbosa (que assina alguns móveis), Carlos Vergara (e seu famoso banco feijão), Eduardo Ventura, Ana Durães, Bernard Pras, Carlos Aires, Andrea Facchini, Nelson Leiner, Cildo Meirelles, Iole de Freitas, Regina Silveira, Daniel Senise, Rubens Gerchman, entre outros.

 

Este é o mais importante evento do mercado de artes do hemisfério sul e contará com um texto da crítica de arte Renata Gesomino sobre as instalações.

 

 

Sobre a SP-Arte

 

A mostra reúne mais de 100 galerias de arte de nove estados do Brasil e 16 outros países e apresenta uma oportunidade única para se travar contato com obras, artistas, curadores e outros profissionais do sistema das artes. A feira é enriquecida, ainda, por atividades culturais, como o Programa Educativo de palestras e encontros e o Núcleo Editorial, com a presença de revistas, editoras de livros de artista, lançamentos de livros e uma exposição especial dedicada ao tema. O reflexo da realização desse evento pode ser visto em toda a cidade, com a programação dos museus, centros culturais, galerias e visitas especiais a essas instituições, coleções privadas e ateliês de artistas.

Ascânio MMM na SP Arte

A galeria Marcia Barrozo do Amaral, Rio de Janeiro, RJ, apresenta trabalhos Ascânio MMM para SP Arte, Pavilhão da Bienal, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP. A marchande Marcia investe no trabalho deste grande artista que criou peças exclusivas para a feira. O escultor Ascânio MMM, conhecido também por seus trabalhos em madeira, participará com 12 obras em alumínio, material que o encanta e vem trabalhando nos últimos anos. Os trabalhos carregam um movimento inédito, por conta de um estudo feito pelo artista com os parafusos que prendem as peças de alumínio, que, desta vez, também recebem o espelho. Ascânio Maria Martins Monteiro, nasceu em Fão, Portugal, em 1941, mas é naturalizado brasileiro.

 

 

Entre 09 e 12 de abril.

Poemas Visuais

A Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, São Paulo, SP, apresenta a mostra “Poemas Multimídia” de Paulo Aquarone. A exposição composta de poemas multimídia criados entre os anos de 1997 e 2014, através de objetos, vídeos e instalações, nos quais se destaca o lado lúdico de cada poesia, instigando o espectador a interagir com as obras.

 

Paulo Aquarone é poeta multimídia brasileiro, produz desde a década de 1990, trabalhos poéticos com apelo visual, buscando diversas mídias para concluí-los, entre elas o computador e internet que utiliza para divulgação e produção. Nesse período realizou exposições em diversos espaços como: Centro Cultural São Paulo, Casa das Rosas-Espaço Haroldo de Campos, FILE (Festival Internacional de Linguagem Eletrônica) no prédio da FIESP, Biblioteca Nacional de Lisboa (comemoração aos 500 anos do Brasil), Caixa Econômica Federal, Biblioteca Central do Rio de Janeiro e São Paulo, Conexões Tecnológicas – Prêmio Sérgio Motta de Arte e Tecnologia, Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho – Castelinho do Flamengo, Rio de Janeiro, e VídeoBardo na Argentina. Também publicou seu trabalho em diversas revistas como em Boek 861 (Espanha), Celuzlose (Brasil), Expoesia visual experimental (México), L’eiffel terrible (Espanha), Texto Digital (Brasil), Literatas (Moçambique), ffooom (Brasil), entre outras.

 

 

A partir de 07 de abril.

Marino Marini no Brasil

02/abr

A exposição “Marino Marini: do arcaísmo ao fim da forma” abre a programação 2015 da Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS. Com curadoria de Alberto Salvadori, a entidade gaúcha inaugura a primeira exposição do consagrado artista no Brasil, um nome de projeção internacional.

 

 
Sobre a obra e o artista

 
Do arcaismo ao fim da forma Marino Marini nasce em uma pequena cidade, Pistoia, onde não permanece indiferente às grandes lições giottescas, às de Masaccio e de Pisano e, particularmente, às importantes coleções etrusca e egípcia do museu arqueológico da vizinha Florença. A ligação do artista toscano com a antiguidade faz parte de uma dimensão que pertence ao tempo de seu estudo e de sua formação. As suas esculturas, assim como as egípcias, apresentam-se por assemblage lógica, sem nenhum interesse ilusionístico, introduzindo, assim, outro dado essencial para ler a sua obra: o valor absoluto que ele confere à relação entre arte e arquitetura. Quatro temáticas tiveram particular importância para Marini, três das quais antigas: o retrato, a Pomona e os cavaleiros. A essas deve se somar o tema do circo, com os malabaristas, as bailarinas e os acrobatas. Marino era extremamente fascinado pelo mundo do circo, e a natureza do ofício do malabarista, do palhaço, dos acrobatas intrigava-o. Entreter o público, ser capaz de pertencer a uma tipologia de máscara eterna, tinha tornado esses sujeitos importantes para o seu imaginário. As Pomonas, ao contrário, são a encarnação, segundo Marini, do eterno feminino. A antiga divindade da fertilidade nos é posta como metáfora do nascimento, da plenitude sensual da vida. O cavaleiro e o cavalo estão, desde os anos 30, dentre os temas que mais interessaram a pesquisa de Marino Marini. “As minhas estátuas equestres exprimem o tormento causado pelos eventos deste século. A inquietude do meu cavalo aumenta a cada nova obra. Eu aspiro tornar visível o último estágio da dissolução de um mito, do mito do individualismo heróico e vitorioso do homem de virtudes, dos humanistas”. Convivem história e mito, realidade e fé, testemunhas de que as obras do artista devem ser lidas como passagens que marcam o devir da história. As coisas mudam com o proceder do confronto bélico na Europa, as esculturas se tornam formas seccionadas arquitetonicamente pela grande tragédia. O próprio Marino define as obras do período como arquiteturas de uma enorme tragédia que se liberará, em seguida, no famoso Anjo da cidade, de 1950, que até hoje domina o Canal Grande. A partir dos anos 50 Marini volta a praticar a pintura com maior intensidade. Com cores brilhantes e encorpadas, fechadas em um campo geometrizante que se destaca sobre o fundo plano e com formas sempre mais desagregadas, as obras pictóricas definem, assim como a escultura, uma evidente mudança de chave expressiva. Desenho, gráfica, pintura e escultura vivem em Marini uma simbiose dinâmica, um enredo dificilmente desatável, carregado de tensões e de páthos. O retrato se insere no percurso de Marini como representação dos valores humanos, no qual ele ensaiou o limite mais alto de um criador de formas. A capacidade plástica e a pura invenção são subjugadas à verdade fisionômica do modelo, e os quatro retratos aqui expostos nos colocam diante de tamanha força da representação. O ano de 1950 é decisivo porque o artista decidiu aceitar o convite para ir a Nova York. Em 14 de fevereiro, foi aberta a primeira individual de Marini na cidade americana e iniciou-se um percurso de reconhecimentos internacionais que não mais se encerrou. Estamos na série dos Milagres, eventos ao mesmo tempo terrenos e sobrenaturais, que aludem à morte do homem, ao seu declínio. Dentre as obras presentes nas mostras de 1951 e de 1952, são representadas a dissidência, a ruptura da harmonia entre cavalo e cavaleiro, a ingovernabilidade dos eventos. Tal condição fora de controle constitui o ato final de uma tragédia que encontra no Grito, de 1962, também presente na mostra, sua conclusão. Uma palavra-chave para compreender a escultura de Marino é “tensão”. O artista, mais que sobre o próprio movimento, incide sobre o instante de imobilidade que aparece forçado pela forma na composição e, através do qual, surge o movimento ou a escultura morre. Dentre os oito pequenos bronzes presentes nesta mostra, em Figuras abstratas e Composições, dos anos 60, não é mais perceptível a presença de cavalos e cavaleiros que vivem escondidos nos planos e nos cortes da matéria. Abstração e geometrização não são outra coisa que a ampliação da gama expressiva, da figuração de Marino Marini. Em Uma forma em uma ideia, de 1964, o artista atinge a desagregação e constitui o ato final de uma tragédia interior. Eis então que a série sobre papel Composição, de 1960, e as três grandes têmperas sobre papel – Intensidade (1967), Energias e Vivacidade, ambas de 1968 – colocam-nos de frente a uma pintura íntima e que se esquiva de qualquer construção formal, própria de um artista que não ficou fora de seu tempo. A obra Dois elementos (1971) fecha a narrativa escultural de Marini.

 

 
De 10 de março a 20 de junho.