Sergio Gonçalves apresenta “Outros Olhares”

06/ago

A Sergio Gonçalves Galeria, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a mostra de fotografias “Outros Olhares”, na qual serão expostas 23 obras de seis artistas com diferentes pontos de vista: Carlos Vergara, Carmo Dalla Vecchia, EneGoes, Fabio Cançado, Renan Cepeda e Valdir Cruz.

 

Carmo Dalla Vecchia vai apresentar fotos de suas andanças em que retrata tanto o lixo deixado pelos cariocas nas praias quanto o simpático e solitário sitiante na janela de sua casa no interior do país. Já Carlos Vergara vai expor três obras dos anos 1970 retratando o Cacique de Ramos em seu auge, em pleno Carnaval carioca, que fizeram parte da sala especial dedicada ao artista na Bienal de São Paulo em 2010. Renan Cepeda apresentará a inédita série feita pelo artista este ano em viagem pela Toscana, na Itália. O olhar particular da natureza de Valdir Cruz, radicado em Nova York, traz três trabalhos que retratam a exuberância de nossas paisagens. Já o fotógrafo paulista EneGóes, em sua primeira exposição no Rio de Janeiro, mostra sua visão do cotidiano em que cada momento se torna especial sob as lentes do artista, além do mineiro Fábio Cançado e seus elementos velados que estabelecem um diálogo misterioso com o espectador.

 

 

De 09 a 30 de agosto.

Lançamento no Centro de Arte Hélio Oiticica

Será lançado, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Centro, Rio de Janeiro, RJ, o livro “Nós, o outro, o distante na arte contemporânea brasileira”, da crítica de arte e pesquisadora Marisa Flórido Cesar, publicação selecionada no Edital Pro Artes Visuais 2012, da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro. O livro aborda questões de fundamental importância para a reflexão sobre a arte e o mundo contemporâneo, a partir do contexto brasileiro. Seu tema certamente preencherá uma lacuna existente nos estudos e reflexões sobre a história da arte contemporânea brasileira.  O texto atualiza a tese de doutorado da autora, realizada sob orientação da Prof. Dra. Glória Ferreira e defendida em 2006 na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro -EBA/UFRJ.

 

No livro, encontram-se reunidas e analisadas práticas artísticas que, desde o final dos anos 90, eclodiram de norte a sul do Brasil. Ao cruzar espaço urbano e ciberespaço, comunicando-se pelas redes eletrônicas, expandia-se uma produção que se fazia muitas vezes fora do espaço expositivo convencional: das ruas das cidades aos espaços gerenciados por artistas. Operando em rede, em projetos coletivos ou individuais, os artistas buscaram redesenhar a geografia das artes colocando as periferias em contato, descentralizando seu circuito, criando outros paralelos.

 

Na contaminação entre arte, política, pensamento e afeto, indagando o esgotamento de seus repertórios, ensaiando meios de rearticular os domínios da estética, da ética e da política, eles enfrentavam as fraturas do mundo, a fluidez e o conflito das fronteiras, as esquivas de seus horizontes – não sem equívocos e ambiguidades de fundo; não sem receberem críticas contundentes e aclamadas celebrações. Mas se sentiram urgência em ir às ruas foi antes para ir ao encontro desse outro a quem a arte se endereça, para rever os modos desse endereçamento e as projeções de sua alteridade. Para interrogar esse nós obscuro e indistinto, para entender a frágil trama que liga as diferenças, o complexo aprendizado das vizinhanças. Nós, o outro e a distância que os intermediava perdem desenhos precisos e encaram seus estranhamentos: do outro distante e próximo, de uma dimensão do comum problemática e difícil, talvez impossível, talvez impensada. Pois algo se passa nos limites do que conhecíamos como homem e mundo: é preciso reinventá-los. Como fazê-lo? Eis a difícil, exaustiva e incessante interrogação. A humanidade é também a incógnita destes tempos em que se debatem fundamentalismos e dúvidas, eleições e desastres.

 

Essa produção possui diversas faces e frentes: são intervenções na paisagem, ou nos circuitos condicionados das sinalizações urbanas e na publicidade, questionando a familiaridade do mundo. São inserções nas mídias (como jornal, televisão, internet), utilizando-se tanto de um link, uma esquina, um outdoor ou a página de um periódico. São interferências nas pequenas táticas do habitat , a instauração de situações rápidas e perturbadoras, pequenos ruídos na entropia urbana, que afetam, ainda que momentaneamente, as práticas e os hábitos culturais de grupos sociais distintos que dominam ou se deslocam por determinado território.

 

Por vezes, os artistas adotam como tarefa dar visibilidade àqueles condenados à inexistência estética e política, buscando ajudá-los a fazer sua aparição como nos fazer responder a essa aparição. Em outras, se torna um mediador social que ativa temporariamente o convívio, ou um etnógrafo de microestratégias de territorialização. Ou, então, é um agenciador de campos de experiências e saberes antes especializados. Como um vírus na web, eles invadem sistemas codificados, desregulam o funcionamento e o controle dos espaços e dos tempos, tentam reconfigurar os modos e as relações entre o sentir, o agir e o pensar. Sob os nomes de intervenção urbana, arte participativa, colaborativa, documentário expandido, coletivos de arte, artistas em residências, entre outros, tais práticas, que ocorrem hoje no mundo contemporâneo, estão no foco de um debate teórico iniciado em meados da década de 1990.

Além de atualizar e aprofundar o debate ainda em aberto, o livro traz ainda um repertório de imagens cedidas pelos artistas, constituindo importante fonte de consulta e referência da arte brasileira contemporânea deste milênio.

 

 

Quando: 06 de julho –  das 16h às 18h – Mesa redonda com a participação da autora e os curadores e críticos de arte Fernando Cocchiarale e Marcelo Campos e das 18 às 19h: Noite de autógrafos

Milton Machado no CCBB-Rio

05/ago

No ano em que comemora 25 anos de atividade, o Centro Cultural Banco do Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, homenageia o artista brasileiro Milton Machado com a realização da primeira retrospectiva de sua obra, marcando 45 anos de trabalho. A exposição “Cabeça” reunirá mais de 100 trabalhos – entre desenhos, pinturas, fotografias, vídeos e esculturas – produzidos entre 1969 e 2014, muitos deles inéditos.

 

Durante a exposição será lançado o livro-catálogo “Cabeça”, que contemplará parte significativa da obra de Milton Machado, com imagens de seus principais trabalhos, acompanhadas e comentadas por uma seleção de textos críticos e analíticos, históricos e inéditos. Serão realizadas, também, visitas guiadas pelo artista e três debates com convidados. O CCBB-Rio é um dos centros culturais mais visitados do mundo (em 2011 teve a exposição com mais público do mundo) e raramente oferece um destaque dessa proporção a um artista brasileiro.

 

Milton Machado pertence a uma geração de artistas atuantes a partir dos anos 1970, cujas produções são fortemente marcadas pela investigação conceitual e pela experimentação. Sua produção, iniciada naquela década e continuada ao longo dos anos em paralelo à exploração de outros gêneros e meios, acaba por constituir uma “teoria” do fazer artístico, conjugando a universalidade conceitual e a singularidade do discurso autoral, a dimensão política e a poética. Sua formação multidisciplinar – de arquiteto, com mestrado em planejamento urbano e doutorado em artes visuais, longos anos de dedicação ao estudo e à prática amadora da música, sua atividade de escritor, palestrante e pesquisador – resulta em um trabalho com múltiplas facetas e de grande complexidade.

 

Com um trabalho caracterizado pela organização de elementos em séries, fazendo com que os espaços de exposição tendam a ter o caráter de instalações, o artista exibe nesta mostra importantes obras, como a escultura “Módulo de Destruição”, em nova versão (1990-2010-2014), que será instalada na rotunda.

 

Outro destaque da mostra é a série de desenhos “Conspiração Arquitetura”, com temas relacionados à arquitetura e ao urbanismo, exposta pela primeira vez na Galeria Sergio Milliet, Funarte, Rio de Janeiro, em 1981. A maior parte dos trabalhos da série pertence à Coleção Gilberto Chateaubriand/MAM-RJ e raramente é mostrada ao público.

 

 

A exposição

 

A mostra “Cabeça” dará a oportunidade ao público de conhecer – pelos olhos do próprio artista, que assina a curadoria e o projeto expográfico – uma seleção de obras pertencentes a diferentes coleções, agora reunidas.

 

A exposição ocupará as quatro salas do segundo andar do CCBB e a rotunda, onde serão instaladas as esculturas “Módulo de Destruição” (um cubo em perfis metálicos, com 380 cm de lado, em nova versão) e Nômade (2010), ambos elementos do trabalho-em-progresso “História do Futuro”, iniciado em 1978. Inédito no Rio de Janeiro, foi mostrado pela primeira em Gibellina, na Itália, em 1990, e, no Brasil, na 29ª Bienal de São Paulo, em 2010. Também na rotunda, será instalada uma nova versão das esculturas “Heavy Metal”, de 1986, e “HI-FI”, de 1987 (19ª Bienal de São Paulo), um empilhamento de seis mapotecas de aço sobre estruturas tubulares.

 

A primeira sala incluirá desenhos dos anos 1970 e 1980, desenhos da série “Conspiração Arquitetura” – tais como “Cidade Fictícia Invadida Por um Mar de Ignorância Real”, “Cidade Real em Chamas” e “Hotel Tropical na Baía de Guanabara” – além de desenhos recentes, produzidos nos últimos 3 anos, e a instalação “21 Formas de Amnésia”, de 1989, um dos trabalhos mais relevantes da produção do artista.

 

A segunda sala reunirá esculturas, pinturas, objetos e desenhos de diferentes épocas. Dentre os destaques, a escultura “Semáforo”, exposta na 19ª Bienal de São Paulo, em 1987.

 

Na terceira sala serão mostrados fotografias e vídeos, de diversas épocas. Entre as mais recentes, as inéditas “Michelangelo com Faróis” (Nova York, 2010) e “Two Weddings” (San Francisco, 2012), produzidas especialmente para a exposição no CCBB.

 

A quarta sala receberá “História do Futuro”, com desenhos,  fotografias, estudos preliminares, o livro de mesmo título e o vídeo produzido para a 29ª Bienal de São Paulo.

 

 

Sobre o artista

 

Carioca, 67 anos, é arquiteto pela FAU / UFRJ, 970), mestre em Planejamento Urbano pelo IPPUR / UFRJ (1985) e doutor em Artes Visuais pelo Goldsmiths College University of London (2000). Realizou 26 exposições individuais, participou de coletivas relevantes, no Brasil e no exterior, tais como o Panorama, no MAM São Paulo (em que recebeu o prêmio de desenho em 1991); as 10ª, 19ª e 29ª edições da Bienal de São Paulo; a 7ª Bienal do Mercosul; Europalia, em Bruxelas; Imagine Brazil, em Oslo e Lyon, entre dezenas de outras. Tem trabalhos em coleções emblemáticas de arte brasileira e latino-americana, tais como Gilberto Chateaubriand/MAM-RJ, João Sattamini/MAC-Niterói, MALI/Lima-Peru, ESCALA/Colchester-UK e Daros Latinamerica/Zurique-Suíça. Tem textos publicados em livros, revistas, jornais e na internet. É professor associado do Departamento de História e Teoria da Arte e do PPGAV-Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, Escola de Belas Artes EBA / UFRJ. Dedica-se ao estudo e à prática amadora da música, é escritor, poeta, palestrante e pesquisador. Milton Machado é representado pela Galeria Nara Roesler.

 

 

De 05 de agosto a 29 de setembro.

Primeira individual de Camila Alvite

A Galeria Vilanova, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, abre a exposição “Recorte”, da artista plástica Camila Alvite, curadoria de Bianca Boeckel, com 14 pinturas que traçam um panorama de sua produção. A individual é composta pelas séries “Piscinas”, “Clarabóias” e “Bichos”, e apresenta imagens elaboradas por meio de recortes de ângulos, pontos de vista nos quais explora a luz, ou a falta dela, recriando imagens de elementos, da natureza e de ambientes.

 

Em “Piscinas”, a artista recria na tela a perspectiva através de um item reconhecido, no espaço aberto ao infinito. Em “Clarabóias”, o processo de criação do espaço se dá inversamente às “Piscinas” – a perspectiva é marcada pela luz, dentro de um ambiente fechado. Já na série “Bichos”, tudo se torna deslumbramento estético. O enquadramento feito pela artista nesta primeira fase de sua obra dava destaque e protagonismo a formas e objetos – os recortes confundem, as formas se misturam e cabe ao olhar a definição das formas originais.

 

Nesta mostra, o objeto retratado se torna ideia, sentimento, presença. Uma lembrança trazida de seu conceito original, mas que não se encaixa naturalmente ao novo universo da pintura. Em geral, o fundo das telas possui um tom acinzentado, buscando uma relação com aquele lugar da memória que não é exatamente vívido, com aquilo que procuramos dentro de nós, para só depois ser transmitido. “Os objetos pintados trazem consigo recordações e sentimentos: uma cadeira vazia, solidão; um telefone, esperança. comenta Camila Alvite.

 

Com inspiração extraída tanto de sua imaginação como de sua fundamentada observação das formas, Camila Alvite se utiliza de luz e cor, elementos que ora sobressaem, ora se fundem a um plano secundário cinza, o qual nos remete à inexatidão da memória. Nas palavras de Bianca Boeckel: “Lembranças e versões são trazidas aos olhos e, ao buscar nossas próprias definições, não mais nos limitamos.”.

 

 

De 12 de agosto a 09 de setembro.

Ascânio MMM na Marcia Barrozo do Amaral

Após a mostra de “Flexos e Qualas”, no MAM em 2008, o escultor Ascânio MMM exibe na Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, espaço que o representa no Rio de Janeiro desde 2006. Esta nova série de trabalhos intitula-se “Quasos” e estes trabalhos são resultado dos estudos que Ascânio tem desenvolvido com o alumínio, material que é a base da sua pesquisa há cerca de vinte anos.

 

Nesta mostra, a torção permanece como movimento original do seu trabalho, porém as torções rígidas dos trabalhos de madeira brancos dão vez às torções flexíveis de tramas de alumínio. Um dos trabalhos evoca a fita de Moebius, com sua torção contínua. As formas exibidas são resultado de uma longa experimentação com alumínio e parafusos, estes agora de vários comprimentos e com diferentes níveis de aperto, para unir as peças de alumínio. O artista conta que deixou de apertar totalmente os parafusos, o que possibilitou que o alumínio se movimente e se expanda, promovendo a alternância entre a solidez e a leveza do material, através de um espaçamento controlado. “São folgas variáveis que apresentam novas formas e novas questões na minha pesquisa”, afirma. O nome desta série tem origem na combinação das palavras “quadrados” e “parafusos”.

 

Outra questão presente nos trabalhos da mostra é a exploração da cor e do brilho do próprio material. O uso da cor também tem sido objeto de estudo do artista e agora aparece de forma sutil, de acordo com a movimentação do espectador e da incidência de luz, gerando resultados surpreendentes.

 

 

Sobre o artista

 

Ascânio MMM nasceu em Fão, Portugal, mas vive e trabalha no Rio de Janeiro desde os 17 anos de idade. Sua formação inclui passagem pela Escola Nacional de Belas Artes entre 1963 e 1964, e pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, FAU/UFRJ, entre 1965 e 1969, onde se formou. Atuou como arquiteto até 1976, mas já a partir de 1966 começou a desenvolver seu trabalho artístico a partir do uso da madeira pintada de branco e, logo em seguida, da organização de ripas de madeira em progressões verticais e horizontais, e criando as caixas lúdicas, espécie de bases de madeira, sobre as quais o espectador pode deslocar quadrados vazados, de tamanhos decrescentes. Neste mesmo ano exibiu pela primeira vez seus trabalhos ao público, incluído na seleção de artistas do I Salão de Abril no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

 

Desde 1966 e durante os anos 1970, explorou a relação entre escultura e arquitetura em seus trabalhos pelo uso da madeira pintada de branco e, logo em seguida, da organização de ripas de madeira em progressões verticais e horizontais. São deste período as caixas lúdicas, cubos de madeira, sobre os quais o espectador pode deslocar quadrados vazados, de tamanhos decrescentes, formando diferentes composições. Na década de 1980 realizou os “Fitangulares” – relevos e esculturas, quando deixou de usar o branco, e a questão da luz e sombra foi abandonada, para explorar a madeira crua de diferentes espécies (cedro, mogno, pau marfim, ipê, freijó, etc.) e tonalidades. Já no final dos anos 80 surgiram as primeiras Piramidais de madeira.

 

Nos anos 1990, a questão das grandes dimensões tornou-se uma preocupação central para Ascânio e os estudos com alumínio se intensificaram. O alumínio tornou-se então a base para a pesquisa de novos trabalhos. As esculturas desta fase caracterizam-se pelos tubos retangulares de alumínio cortados, que geram esculturas de grandes dimensões com vazios internos e sucessões de transparências e sólidos, tornando-as quase imateriais conforme a posição do espectador. Nos anos 2000, desenvolve os Flexos – quando os parafusos que eram usados nas Piramidais foram substituídos por arames de aço inoxidável amarrando os tubos quadrados cortados com 1cm, e gerando tramas tensionadas. Posteriormente, surgiram as Qualas – onde a amarração de arame foi substituída por argolas, conferindo ainda mais plasticidade à trama, permitindo ao artista uma nova relação com o espaço e a luz ambiente.

 

Com exposições individuais no Brasil e no exterior, além de participações em Bienais, Ascânio possui obras instaladas em espaços públicos no Rio de Janeiro, São Paulo, Japão e Portugal. Apenas cidade do Rio são oito esculturas de grandes dimensões, como a do Centro Administrativo São Sebastião, na Cidade Nova e a do Centro Empresarial Rio, em Botafogo, esta última escolhida por “vinte nomes ligados às artes plásticas” como um dos dez trabalhos que não podem deixar de ser vistos na cidade (Revista Rio Show, O Globo, 20/04/2007). A produção artística de Ascânio foi objeto de estudo e análise crítica por Paulo Herkenhoff no livro Ascânio MMM: Poética da Razão (BEĨ Editora, 2012). Em 2005 foi publicado o livro Ascânio MMM (Editora Andrea Jakobsson, 2005), com textos de Paulo Sergio Duarte, Lauro Cavalcanti, Fernando Cocchiarale e Marcio Doctors.

 

 

De 21 de agosto a 19  de setembro.

Livro de Julieta de França

04/ago

A Coletiva Projetos Culturais e a FUNARTE realizam na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Jardim  Botânico, Rio de Janeiro, RJ, o lançamento do livro “Julieta de França – Lembrança de minha carreira atística”. O livro torna pública as reproduções imagéticas do álbum “Souvenir de ma carrière artistique”, da artista Julieta de França, arquivos gentilmente cedidos pelo Museu Paulista.

 

Julieta de França, nascida em 1872 e falecida em 1951, foi uma escultora paraense que construiu sua carreira entre Belém, Rio de Janeiro e Paris. Seu nome não figurou entre aqueles referenciados pela história da arte brasileira. Felizmente, sua trajetória vem se tornando conhecida e revelada às novas gerações.

 

Em 2007, José Roberto Arruda França, sobrinho-bisneto da artista, doou ao Museu Paulista um álbum que até então estava de posse de seus familiares. Trata-se de um objeto muito especial, em que Julieta de França reconstrói, – por meio da compilação de fotografias, cartas, recortes de jornais e certificados -, seu caminho percorrido na tentativa de reconhecimento como artista, em uma época e contexto marcados pelo protagonismo eminentemente masculino.

 

No intuito de enriquecer a disponibilização do conteúdo do álbum, a publicação, organizada por Amanda Bonan com Lia Baron e Nara Reis, conta com duas contribuições autorais inéditas. Com agudo rigor historiográfico, Ana Paula Cavalcanti Simioni pontua dados biográficos sobre a artista, costurados com um trabalho de reconstituição do contexto cultural de seu tempo. Por sua vez, Leila Danziger,  nos abre o ambiente estético a ser explorado na apreciação do objeto e atualiza nossa sensibilidade diante do material
Com a difusão de imagens do álbum, acompanhadas de reflexões contemporâneas sobre a sua composição, as organizadoras do livro esperam “..que a publicação colabore para o aprofundamento da pesquisa sobre a vida e a obra desta artista, instigando também a investigação sobre a trajetória de tantas outras.”  A distribuição do livro será gratuita.  Este projeto foi contemplado pelo Edital “Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais”, 2013/2014.

 

QUANDO – 12 de agosto de 2014, às 19h 

Leilão na Bolsa de Arte

31/jul

Obras de grandes artistas brasileiros serão leiloadas no dia 31 de julho, às 20h30, na sede da Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, em Ipanema, à rua Prudente de Morais, 326.

 

A renda será revertida para a divulgação e lançamento nacional do filme “Hélio Oiticica”, do diretor César Oiticica Filho, sobrinho do artista e curador de seu acervo.

 

Já estão confirmadas obras assinadas por Anna Bella Geiger, Alexandre Vogler, Antonio Manoel, Beth Jobim, Brígida Baltar, Bob N, Carlos Vergara, Caroline Valansi, Claudia Tavares, Cildo Meireles, Eloá Carvalho, Ernesto Neto, Gabriela Maciel, Guga Ferraz, Ivald Granato, Iole de Freitas, Lee Jaffe, Lourival Cuquinha, Maria Lynch, Maria Nepomuceno, Marco Veloso, Marcos Bonisson, Monica Mansur, Nelson Leirner, Nuno Ramos, Opavivará Coletivo, Patricia Gouvêa, Piti Tomé, Raul Mourão, Renan Cepeda, Renato Bezerra de Mello, Ronald Duarte, Thomas Valentin, além de trabalhos do próprio Hélio Oiticica.

 

Exposição das obras: 28, 29 e 30 de julho, das 11h às 19h.

Leilão: 31/07 às 20h30

Leiloeiro: Walter Rezende

 

Link do evento no Facebook, na página da Bolsa de Arte

https://www.facebook.com/events/695358223852132/?fref=ts

 

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Sobre o filme

 

“Hélio Oiticica foi um dos artistas que melhor uniu a reflexão com a criação artística. Suas ideias e proposições, expressas não apenas em textos, mas também em depoimentos e entrevistas, revolucionaram a arte e a cultura, tornando-o um dos mais importantes artistas da segunda metade do século XX. O documentário de César Oiticica Filho, ao utilizar a própria voz do artista como fio narrativo, permite um mergulho único no pensamento, na trajetória e na intimidade de Hélio Oiticica.

 

A extensa pesquisa de imagens faz com que o espectador acompanhe a evolução do artista, o seu início junto ao Grupo Frente, o surgimento do Neoconcretismo, a criação dos Bólides, Penetráveis, Núcleos e Parangolés, o envolvimento com a Tropicália, o período em Nova York, até a volta ao Brasil. É um documento não apenas de um dos maiores artistas que o Brasil já produziu, mas também de um dos períodos de maior efervescência de nossa cultura, o que torna este filme crucial para todos aqueles que querem compreender não apenas a nossa história, mas quem somos agora.

 

Hélio Oiticica é um documentário de 94 minutos, dirigido por César Oiticica Filho e produzido pela Guerrilha Filmes.” (por Sérgio Cohn, da Azougue Editorial)

 

Direção e roteiro: César Oiticica Filho;

Pesquisa de imagem: Antonio Venancio;

Produção executiva: João Villela, Juliana Carapeba, Felipe Reinheimer e César Oiticica Filho;

Direção de Produção e coordenação de finalização: Juliana Carapeba;

Direção de fotografia: Felipe Reinheimer;

Montagem: Vinicius Nascimento;

Consultoria de montagem: Ricardo Miranda;

Consultoria biográfica: Roberta Camila Salgado;

Edição de som e mixagem: Ricardo Cutz;

Produtor musical: Vinicius França;

Trilha sonora: Daniel Ayres e Bruno Buarque;

Participação especial na trilha: Macalé, Celso Sim e Pepê Machado;

Figurino: Julia Ayres;

Coordenadora de lançamento: Milla Talarico.

Peixes na Choque Cultural

Famoso por suas intervenções urbanas, como as pinturas nas ladeiras de Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo, o artista argentino Tec inaugurou mostra individual. A exposição denominada “Swimming Pool”, é o atual cartaz da galeria Choque Cultural, Vila Madalena, São Paulo, SP.

 

Para esta exibição , o artista resgatou as figuras de diversos peixes – tema recorrente em seus trabalhos – numa profusão de cores e dimensões distintas. Ao todo, Tec mostra 20 esculturas realizadas em cerâmica colorida, dispostas em um grande aquário. Nessa mesma instalação poderá ser apreciado um conjunto de pinturas recentes do artista.

 

 

Até 06 de setembro.

Marcelo Tinoco: Dioramas Fotográficos

30/jul

A Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, na Galeria 1, a exposição “Histórias Naturais”, individual do fotógrafo paulistano Marcelo Tinoco, vencedor do Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, em 2013. Sob curadoria de Mario Gioia, a mostra reunirá doze obras, construídas em grandes formatos a partir de um sofisticado processo de fotomontagem.

 

Por meio de dioramas fotográficos tridimensionais e hiperrealistas, Marcelo Tinoco apresenta, em “Histórias Naturais”, um universo impressionante de sonhos e utopias, que tem no espírito da colagem um de seus principais motores. Detalhista e refinado colorista, o fotógrafo confere grande beleza, e uma certa dose de humor, às cenas contemporâneas retratadas, criando histórias dentro de uma fotografia de arte.

 

“Para montar “Historias Naturais”, procurei recriar situações utópicas, em que o homem se relaciona com animais e a natureza, mesmo que de forma absurda e saudosa, construindo uma relação afetiva entre as partes”, explica Marcelo Tinoco, que se inspirou na pintura flamenga e renascentista para compor suas obras.

 

As telas misturam moinhos a rodas-gigantes e paredões de prédios. Crianças jogando bola no cemitério, ciprestes, árvores com galhos quebradiços e sem folhagem também aparecem. Assim como perdigueiros, gansos, araras, seriemas, porcos, leões, zebras, girafas são inseridos no ambiente urbano com naturalidade. Desta forma, um mundo hiperreal e utópico é montado.

 

O trabalho de criação de Marcelo Tinoco pode ser dividido em três partes.  A partir do ato fotográfico em si, ele documenta a natureza, animais, pessoas e cidades. Em seguida, ele separa e arquiva as fotografias de acordo com as condições em que foram tiradas. Por último, mediante um processo de montagem digital, ele constrói a natureza ficcional de suas telas fotográficas que se assemelham a quadros. Para a composição de cada obra, Tinoco usa aproximadamente 250 fotografias, e leva até três semanas para montá-la e finalizá-la no computador.

 

Com rigor fotográfico, aliado à alta definição e a um trabalho manual de calibragem da luz, Tinoco cria efeitos de tridimensionalidade e hiperrealismo, próprios dos dioramas, em suas obras. “Consciente das contradições dos nossos dias, Marcelo Tinoco constrói pouco a pouco uma obra que realça os paradoxos e a instabilidade do fotográfico (mais que a fotografia) e traça ligações com a história da pintura”, afirma o curador Mario Gioia.

 

 

Sobre o artista

 

Marcelo Tinoco nasceu em 1967, em São Paulo, onde reside. Formado em Artes Plásticas, possui estúdio fotográfico desde 1995, e atuou nas áreas editorial, publicitária e de livros de arte. A partir de 2009, passou a se dedicar exclusivamente à fotografia autoral e pesquisa para aprimoramento de seu trabalho artístico. Começou a expor em 2010. Entre exposições de que participou estão: individual Fotorama, no Consulado Brasileiro de Frankfurt, Alemanha (2011), individual do projeto Nova Fotografia, no Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo (2012), individual Timeless, II Mostra do Programa de Fotografia do CCSP, São Paulo (2012/2013), participação na I Foto Bienal MASP / Pirelli, MASP, São Paulo (2013) e MON, de Curitiba (2013/2014), e a individual  Era uma vez… na Zipper Galeria, com curadoria de Ricardo Resende, São Paulo (2014).

 

No dia 13 de setembro, às 16h, haverá um encontro com Tinoco, que falará sobre seu processo de criação e concepção artística.

 

 

 

De 04 de a 19 de outubro.

Jan Siebert no Rio

O Centro Cultural Correios, Centro Histórico, Rio de Janeiro, RJ, inaugura a exposição “Jan Siebert – “Natureza Urbana”, que reúne cerca de 25 pinturas do artista alemão nascido em Hamburgo, em 1971, e radicado no Rio desde 2009. Os trabalhos têm tamanhos variados e foram produzidos entre 2001 e 2013 em diferentes cidades, como Vera Cruz, no México, Hamburgo, na Alemanha, e Santos, São Paulo e Rio, no Brasil.

 

A exposição se divide que em dois espaços: no primeiro se concentra a produção do artista dedicada à paisagem urbana, e, no outro, estão retratos e ambientes interiores. O trabalho de Jan Siebert é feito durante a noite, no próprio local retratado, em um período que pode durar até uma semana. Ele busca locais como a zona portuária ou o centro da cidade, interessado nesta paisagem urbana e também em determinada luz, e no seu contraste com as sombras que provocam. Durante o dia, esses locais estão plenos de gente, e à noite, desertos, ganham um protagonismo na obra de Jan Siebert.

 

“Às vezes, um local movimentado durante o dia não chama a atenção, é quase invisível, pois as pessoas estão em trânsito, ninguém os vê. São lugares de passagem. Entretanto, à noite, ganham vida, embora desertos”, diz o artista.  Na obra de Jan Siebert, esta paisagem arquitetônica e urbana fica em primeiro plano. Dentre as fotos, estão várias feitas sob a antiga perimetral, meses antes de sua derrubada. Apenas seis pinturas foram feitas durante o dia em ambientes fechado, e mostram retratos feitos em ambientes interiores. Nesses trabalhos, o público pode observar que as pessoas, embora destacadas, se relacionam profundamente com seu entorno, tanto o espaço como os objetos.

 

 

 Até 28 de setembro.