Luz de Pedra no MAM-Rio

12/nov

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Maria-Carmen Perlingeiro – Luz de Pedra”, com trabalhos da artista carioca que vive em Genebra, Suíça. A mostra reúne oito obras diferentes: “Dois irmãos”, “Corações”, “Solados”, “Hot Ice”, “A bela e a fera”, “Micas”, “As Horas” e “Os Cones”, cada uma delas composta por vários elementos, totalizando 79 peças. A artista retorna ao MAM 30 anos depois de sua exposição “Bicho de 7 cabeças”, realizada em 1982.

 

A exposição reúne obras produzidas nos últimos anos, várias inéditas. A curadoria é de Cristina Burlamaqui, que salienta o “caráter artesanal” das esculturas, “seu envolvimento espacial instigante, alcançado por meio da transparência das pedras esculpidas e perfuradas, numa diluição provocada pela luz”.

 

Para a historiadora e crítica de arte Lionnel Gras, que assina o texto de apresentação da exposição, o público verá um “…panorama ao mesmo tempo denso e preciso do trabalho prolífico desenvolvido há vários anos pela artista na área da escultura…Com uma coerência constante e um rigor absoluto, a artista pratica intuitiva e metodicamente seu ofício em Genebra há mais de vinte anos”.

 

Grande parte das obras é produzida em alabastro – pedra que a artista vem utilizando há bastante tempo em seu trabalho – e folha de ouro. Algumas obras têm, além desses elementos, pele de cabra. Também será apresentada uma série de trabalhos intitulada “Hot Ice”, com obras produzidas entre 2010 e 2011, em selenita e ouro. Na série “Hot Ice”, a artista fura e grava em ouro em uma alquimia de sintonia intuitiva. As peças materializam o vazio, e a luz perpassa a solidez da selenita como um Menir, monólito pré-histórico, que incorpora a escala monumental não pelo tamanho, mas pela sua translucidez, quando a peça se agiganta em uma efêmera experiência de tempo-espaço.

 

A instalação inédita “Cones”, de 2012, composta por 18 peças em alabastro, com medidas variadas, também fará parte da mostra. A exposição terá, ainda, trabalhos da série “As horas”, com esculturas feitas em alabastro e folhas de ouro que formam uma espécie de ponteiro que marca as horas.

 

A série de obras “Solado”, “estruturas que lembram pés descalços subindo os paredões crus de cimento do museu, tentando galgar o impossível”, como define Cristina Burlamaqui, estarão na entrada da exposição. Serão apresentados onze trabalhos dessa série, produzidos entre 2002 e 2012.

 

Também estarão na exposição sete painéis de acrílico, de 100cm x 70cm, com pedras Mica agrupadas. “

 

Sobre a artista

 

Nascida no Rio de Janeiro, 1952, vive e trabalha em Genebra, Suíça. Estudou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e graduou-se na École Supérieure d’Art Visuel, onde mais tarde veio a lecionar. Na década de 1980 mudou-se para Nova York, onde estudou na Art Student’s League. Ao visitar o ateliê de Sergio Camargo em Carrara, Itália, apaixonou-se pela densidade, resistência e peso do mármore. Na década de 1990 descobriu o alabastro, em Volterra, na Toscana, cuja transparência e camadas onduladas dão origem a obras de séries como “Lunáticas”, “Montanhas” e “Piercings”.

 

Em 1996 conquistou o primeiro prêmio em concurso internacional para intervenção artística no prédio do UNI Dufour, em Genebra. Em 2000 recebeu o 1º Prêmio no concurso “Lausanne Jardins 2000”, com o projeto paisagístico “As Lanças de Uccello”. Em 2007, a editora suíça InFolio lançou um livro com textos de Ronaldo Brito e Michael Jakob, registrando a produção de Maria-Carmen desde a década de 1980.

 

Dentre as principais exposições individuais estão as mostras no Scantinatti della Pinacoteca Civica di Volterra e Artrium, em Genebra; Espace Topographie de l’art, Paris, e no Museu da Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, ambas em 2007; no Paço Imperial, Rio de Janeiro, em 2006; Centro Cultural Banco do Brasil, em 1999; Château de Villa, Sierre, em 1991, entre outras.

 

As principais exposições coletivas são: “Réflexion forme lumière”, na Galeria Denise René Paris, este ano; a mostra no Espace Topographie de l’art, em Paris, em 2011; na Fonte de San Felice, em Volterra, em 2005; no Museo Cantonale d’Arte, Lugano Art for the World, em 2002; no MAM São Paulo, em 2001; no Musée de la Croix Rouge, em Genebra, em 2000; no Musée Rath e no Musée d’art et d’histoire, ambos em Genebra, em 1999; no Palais de l’Athénée, em Genebra, em 1991; na Escola de artes visuais, Parque Lage, e 1978; XIV Bienal  International de São Paulo, em 1977, e XIII Bienal  International de São Paulo, em 1975, entre outras.

 

De 10 de novembro de 2012 a 13 de janeiro de 2013.

Nuno Ramos na Anita Schwartz

Nuno Ramos inaugura na Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, a exposição “O globo da morte de tudo”. A mostra recebeu o mesmo nome de um trabalho de Nuno Ramos e Eduardo Climachauska, dois dos mais inventivos e múltiplos artistas da cena contemporânea, amigos e parceiros de filmes e de canções. Este trabalho ocupará todo o grande espaço térreo da galeria, com 200 metros quadrados de chão e pé direito de mais de sete metros. No segundo andar expositivo, Nuno Ramos mostrará cinco desenhos inéditos da série “Schreber”, em tinta a óleo, folhas de ouro e prata, carvão e tecido sobre papel.

 

“O globo da morte de tudo” é um projeto que vem sendo pensado há dois anos, a partir do ritual da dádiva, da oferenda, existente em sociedades primitivas. O grande salão térreo da galeria abrigará dois globos da morte, em aço, comprados de um circo, e colocados de tal forma que haverá uma interseção de cerca de 60cm entre eles, “formando um oito tombado, o símbolo do infinito”, como explica Nuno Ramos. Estes globos estarão conectados a quatro paredes de prateleiras de aço, com seis metros de altura, onde serão depositados mais de 1.500 objetos, comprados e coletados nos últimos seis meses. Esses objetos serão agrupados em quatro categorias: “Cerveja”, que conterá objetos da vida mais imediata e cotidiana; “Nanquim”, objetos associados à morte; “Porcelana”, objetos ligados ao luxo; e “Cerâmica”, ligado a coisas arcaicas e ancestrais. Cada um desses grupos será perpassado – “atravessado”, como explica Nuno –, por um líquido próprio de cada categoria: cerveja (vida imediata), tinta nanquim preta (morte), uma mistura de talco branco e água (luxo), e barro diluído (vida arcaica).

 

Algumas semanas depois da abertura da exposição, em um evento fechado ao público, dois profissionais de circo acionarão as motocicletas dentro dos globos da morte. Com o ruído provocado pelos motores e a trepidação, os objetos despencarão parcialmente das prateleiras e se espatifarão no chão. A exposição terá então dois momentos: o antes e o depois da performance das motos.

 

De 13 de novembro de 2012 a fevereiro de 2013.

Na Galeria Laura Marsiaj

10/nov

O pintor Alan Fontes exibe suas versões de casa e cidades ideais na Galeria Laura Marsiaj, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. O artista apresenta duas pesquisas em pintura: uma sobre a paisagem urbana (a série “A Cidade”) e outra sobre ambientes privados, interiores de ambientes domésticos (a série “A Casa”). Natural de Ponte Nova, MG, as duas séries foram iniciadas entre 2004 e 2005, essas pesquisas partem do universo pessoal do artista. A série “A Cidade”, é composta de paisagens urbanas cujo início ocorreu através da experiência de Alan fontes andar pela cidade e coletar imagens para a produção de pinturas que estética e simbolicamente falam dessa experiência de ver e viver na cidade.

 

As pinturas desta série apresentam uma cidade afetiva, uma visão mais poética do que documental.  A gama de cores frias e uma pintura que caminhava para uma desconstrução da forma refletiam de algum modo a maneira como ele se encaixava no mundo. Uma cidade concreta, vazia, onde a expectativa de vida observada secretamente nas casas era seu objeto de interesse.  Experiência análoga a um exercício de voyeurismo.

 

No espaço anexo da galeria, o artista mineiro expõe a obra “La Foule”, um projeto de uma instalação pictórica-sonora. O trabalho parte de uma relação poética com a música “La Foule”, de Edith Piaf, na qual uma metáfora entre o conceito de multidão e a narrativa de uma relação amorosa iniciada, vivida e findada num baile de carnaval é construída. A letra cria uma analogia entre uma história acontecida em um efêmero baile de carnaval para tratar da vida, do tempo, da impotência do homem em lidar com a imprevisibilidade dos acontecimentos.

 

 

A palavra do artista

 

“Observar a cidade do alto trazia de início uma experiência de deslocamento da paisagem, um afastamento reflexivo de onde o espectador consegue ver privilegiadamente a cidade. Ver a cidade por fora das casas e o que se encontra por dentro dos muros das casas. A ação de observar a cidade por cima permitia perceber a paisagem urbana, coletiva, pública e ao mesmo tempo micro paisagens onde cada indivíduo modifica e adapta o espaço às suas necessidades pessoais”.

 

“A casa nesse sentido representaria um auto-retrato em campo ampliado onde minhas questões pessoais e artísticas poderiam ser tratadas intrinsecamente. Falando inicialmente das imagens, comecei criando individualmente cada ambiente da casa. Cada cômodo possuía uma pintura principal em formato maior e os respectivos objetos e móveis reais pintados em cinza. Todo cômodo tinha uma referência principal que dava título à tela. Um artista, um filme ou uma personalidade dominante dentro do ambiente com coisas que eu tinha ou gostaria de ter. Também inclui imagens de trabalhos de artistas e obras que tenho como inspiração e por fim, me apropriava de tudo colocando em cada ambiente criado um auto-retrato”.

 

De 13 de novembro a 22 de dezembro

Terranova, poesia em livro

29/out

Franco Terranova lança “Sombras”, novo livro com exposição no MAM, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Poeta de mão cheia, com 13 livros publicados, Franco Terranova não desenha e nem pinta. Mas foi justamente dentro deste universo que ficou conhecido. Fundador da memorável Petite Galerie, a primeira galeria de arte moderna no Brasil, que funcionou de 1954 a 1988 no Rio de Janeiro, o eterno marchand está à frente de um projeto grandioso: a publicação de um livro de poesia ilustrado com obras de arte especialmente criadas por 73 artistas plásticos.

 

Artistas participantes: Abraham Palatnik, Adriano de Aquino, Alexandre da Costa, Amélia Toledo, Angelo de Aquino, Angelo Venosa, Ana Bella Geiger, Anna Letycia, Anna Maria Maiolino, Antonio Dias, Antonio Henrique Amaral, Antonio Manuel, Artur Barrio, Ascânio MMM, Avatar Moraes, Barrão, Benevento, Carlos Fajardo, Carlos Vergara, Chica Granchi, Cildo Meireles, Cristina Salgado, Daniel Senise, Dileny Campos, Eduardo Sued, Enéas Valle, Ernesto Neto, Florian Raiss, Franco Terranova, Frans Krajcberg, Frida Baranek, Gastão Manoel Henrique, Gianguido Bonfanti, Hildebrando de Castro, Iole de Freitas, Ivald Granato, Jac Leirner, José Resende, José Roberto Aguilar, Leda Catunda, Lena Bergstein, Lu Rodrigues, Luiz Alphonsus, Luiz Aquila, Luiz Paulo Baravelli, Luiz Pizarro, Luiz Zerbini, Malu Fatorelli, Marcia Barrozo do Amaral, Marco Terranova, Maria Bonomi, Maria do Carmo Secco, Millôr Fernandes, Mo Toledo, Monica Barki, Myra Landau, Nelson Leirner, Paola Terranova, Roberto Magalhães, Rubem Grilo, Samico, Sergio Romagnolo, Serpa Coutinho, Sérvulo Esmeraldo, Siron Franco, Tino Stefanoni, Tomoshige Kusuno, Tunga, Urian, Victor Arruda, Waltercio Caldas, Wanda Pimentel, Wesley Duke Lee.

 

O time de artistas que participa de “Sombras” é forte, artistas que aceitaram sem pestanejar o convite feito por Franco Terranova há quase 10 anos. O texto de abertura é do poeta e amigo de longa data, Ferreira Gullar.

 

A  obra será lançada junto com uma exposição dos trabalhos originais. Com curadoria de Denise Mattar, a mostra apresenta as obras inéditas que estão no livro e cerca de 80 fotografias dos artistas e dos vernissages que aconteceram na Petite Galerie. “Este livro é dos artistas que, com sua generosidade, interviram em meu texto acreditando cegamente (ou quase) na qualidade dele. Muito devo aos que participaram deste projeto comigo e aos ausentes sempre presentes”, diz Franco.

 

Edição de luxo, o livro presta uma homenagem a um dos mais importantes marchands brasileiros. Os artistas utilizaram técnicas variadas sobre papel fabriano 300g. Dois filhos de Franco participam do projeto: a artista plástica Paola Terranova, responsável pela diagramação e arte final; e o fotógrafo Marco Terranova, que assina a imagem de capa da publicação. As poesias contidas em “Sombras”, segundo Franco, funcionam como uma “autobiografia inventada”, organizadas de acordo com suas lembranças afetivas. Entram flashes de sua vivência na Itália, do mundo das artes e das perdas de amigos como Millôr Fernandes, Mário Faustino, Iberê Camargo, Angelo de Aquino, Volpi, Pancetti, Avatar Moraes, Moriconi, Bruno Giorgi, Guignard, Maria Leontina e tantos outros.

 

Vindo da Itália em 1947, depois de lutar na Segunda Guerra Mundial, Terranova criou a Petite Galerie em um diminuto estabelecimento na Avenida Atlântica, em Copacabana. Seu último endereço, na Barão da Torre, fechou ao longo de três dias de 1988, num evento que Terranova batizou de “O eterno é efêmero”, com artistas criando obras nas paredes, em seguida pintadas de branco. A galeria foi berço para muitos dos principais artistas plásticos do Brasil contemporâneo. O marchand também é reconhecido por introduzir no mercado brasileiro técnicas atualizadas de marketing cultural, realizar os primeiros leilões de arte moderna e fomentar a produção cultural no país. Desde 1988, quando sua galeria fechou as portas por contingências do mercado, Terranova tem se dedicado de forma mais exclusiva a escrever poesias.

 

Até 11 de novembro.

Raul Mourão no MAM-Rio

25/out

O MAM-Rio, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Tração Animal”, com obras recentes e inéditas de Raul Mourão, artista com projeção no cenário contemporâneo nacional. A curadoria é de Luiz Camillo Osório.

 

Primeira exposição individual de Raul Mourão no MAM Rio, “Tração Animal” apresenta em três espaços distintos um conjunto de dez esculturas cinéticas em grandes dimensões, o vídeo “Plano/Acaso” (3’52), de 2009, e uma instalação, feita especialmente para a mostra, composta por um conjunto de obras em pequenas dimensões em aço, e uma iluminação especial, que resulta em um jogo de luz e sombra. O título da mostra, “Tração Animal”, remete à ideia de conflito, de homem x máquina, arte x movimento.

 

Artista que incorpora em seu trabalho referências à arquitetura e à urbanidade, Raul Mourão vem, desde 2010, desenvolvendo uma série de obras cinéticas, que recentemente ganharam o espaço público. “Tração Animal” será dividida em três salas. Na primeira, “É proibido trepar”, estão dez esculturas cinéticas inéditas de grande porte feitas com tubos galvanizados e braçadeiras, da mesma série das obras expostas recentemente na Praça Tiradentes, no centro da cidade. Na “Sala sombra”, um conjunto de esculturas cinéticas de pequenas dimensões, iluminadas por minirrefletores, criam projeções em movimento nas paredes. Na terceira sala está o vídeo digital “Plano/Acaso” (HD1080, sem áudio, 3’38”), um plano-sequência em que um elevador desce lentamente cortando as lajes de um velho edifício garagem na Rua das Marrecas, no centro do Rio. O filme foi feito no amanhecer do dia 31 de outubro de 2009, com fotografia de David Pacheco, e foi exibido pela primeira vez na paralela da Bienal de 2010, com curadoria de Paulo Reis.

 

“Tração Animal apresenta um conjunto de obras recentes de Raul Mourão. A escultura sempre foi o seu ofício, mas as imagens e a rua empurravam o fazer escultórico e sua preocupação com o volume e a gravidade para a fluência da vida. Ela entra em sua obra não como tema, mas como energia que se infiltra no processo criativo, desdobrando o olhar curioso em estruturas cinéticas, em planos rítmicos, em sombras dançantes. O movimento dos balanços se desloca para os planos verticais do elevador e deste para o desenho misterioso de luz e sombra. É uma exposição em looping, tudo vai e volta em balanço: do físico ao virtual, do corpo à luz,da luz à sombra”, diz o curador Luiz Camillo Osorio.

 

 Sobre o artista

 

Raul Mourão nasceu no Rio de Janeiro, em 1967. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e expõe seus trabalhos desde 1991. Sua obra abrange a produção de desenhos, gravuras, pinturas, esculturas, vídeos, fotografias, textos, instalações e performances. Suas peças, construídas com diversos materiais, desenvolvem um vocabulário plástico com elementos da visualidade urbana deslocados de seu contexto usual. Entre eles há referências ao esporte, à arquitetura, aos botequins e à sinalização de obras públicas. A partir de 2010 sua série de esculturas cinéticas foi exibida nas exposições individuais: “Toque devagar”, Praça Tiradentes; “Processo”, Studio-X; “Homenagem ao cubo”, Lurixs Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro; “Balanço Geral”, no Atelier Subterrânea, Porto Alegre, RS; “Cuidado Quente”, na Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP; e “Chão, Parede e Gente”, na Galeria Lurixs, Rio de Janeiro. E também nas coletivas “Projetos (in)Provados”, na Caixa Cultural, Rio de Janeiro; “Ponto de Equilíbrio”, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP; “Mostra Paralela 2010”, no Liceu de Artes e Ofícios, São Paulo, SP; e “Travessias”, no Centro de Arte Bela Maré, Rio de Janeiro. Participou ainda, em 2012, das exposições coletivas “Gil 70”, Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro; “Mostra Carioca”, MAM, Rio de Janeiro; “From the Margin to The Edge”, SomersetHouse, Londres; “This is Brazil! 1990-2012”, Palexco, La Coruña, Espanha e “Genealogias do Contemporâneo – Coleção Gilberto Chateaubriand”, no MAM-Rio.

 

Até 02 de dezembro.

Cabelo total no MAM-Rio

O MAM-Rio, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Humúsica”, com obras de diversas fases da trajetória do artista plástico Cabelo. Radicado há décadas no Rio de Janeiro, Cabelo ocupa um lugar de destaque no panorama contemporâneo. A curadoria é de Luiz Camillo Osório.

 

Cabelo conta que a mostra “será instaurada como uma composição”, com obras em suportes variados, como esculturas, objetos, desenhos, pinturas e projeções. Ele diz ter a intenção de propiciar um pouco da experiência de seu processo de criação, onde palavras, imagens e sons convivem simultaneamente.

 

Em exposição as esculturas móveis “K-roças”, sobre eixos e rodas de skate, tendo representações de Buda como cocheiros, além de “Kosmicars” – feitos com espelhos e fotos do telescópio Hubble – , a “K-roça canteiro de minhocas” e os “Jardins ambulantes”. No dia da inauguração, Cabelo incorporou seu heterônimo MC Minhoca, fazendo improvisos ao som de DJ Esterco.

 

“Humúsica é uma exposição sobre tudo: desenho, performance, poesia, escultura, música; é uma exposição-instalação de Cabelo. E também do MC Minhoca e do DJ Esterco. Não há que se ater aos detalhes. Tudo é húmus (e música). Uma coisa se transforma e se fertiliza na outra. Metamorfose e ruído. Contaminações que fazem um elemento residual se tornar possibilidade plástica. A palavra vira carne e as letras garatujas e desenhos. Lixo e luxo. O ateliê do Cabelo está em Copacabana, entre o morro e a praia, entre a confusão e a lentidão. São muitas temporalidades e um só espaço. Um presente grávido de direções e de caos como todo este universo poético que se põe em cena agora no MAM”, diz o curador Luiz Camillo Osorio.

 

 Sobre o artista

 

Cabelo nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, em 1967, e veio para o Rio ainda menino. Abandonou a faculdade de engenharia para dedicar-se à criação de minhocas. Abatido por uma infestação de vermes e protozoários retorna à cidade para tratar-se. Durante a convalescença tem contato com a poesia de Ferreira Gullar, Paulo Leminski, entre outros, e é inoculado pelo vírus da poesia. A partir daí passa a dedicar-se simultaneamente às artes plásticas e à música, considerando-as manifestações da poesia.
Participou da X Documenta de Kassel com uma performance polêmica, ateando fogo em um aquário com peixes vivos.
Realizou ano passado a exposição “Cabelo apresenta Mc Fininho e DJ Barbante no Baile Funk”, na galeria A Gentil Carioca, incorporando o personagem Mc Fininho. Para esta mostra convocou produtores como Kassin, Berna Ceppas, Sany Pitbull, Lucas Santtana, entre outros para produzir os funks que compôs, fazendo um show na abertura.
Como Mc Fininho se apresentou em junho no festival Back to Black em Londres, com Sany Pitbull e dançarinos do passinho.

 

Até 02 de dezembro.

Loredano no Rio

24/out

A galeria Paulo Fernandes, Centro, Rio de Janeiro, RJ, tornou-se a “sede” da história do século passado em desenhos. O espaço apresenta a exposição “Cássio Loredano – Desenhos”, mostra composta por 40 obras de Cássio Loredano ou Loredano, como é conhecido. Esta é a primeira mostra de desenhos realizada pela Galeria Paulo Fernandes que completou 30 anos e já realizou diversas exposições, entre elas as individuais de Antonio Dias, Tunga, Gerchman, Nelson Félix, Nuno Ramos, Waltércio Caldas, Anish Kapoor,  Barrio, José Resende e Cabelo. Além do Rio de Janeiro, a galeria Paulo Fernandes conta com um espaço em São Paulo, na Vila Nova Conceição.

 

A curadoria é assinada pelo crítico de arte Ronaldo Brito e a exposição abriga desenhos retratando personalidades do meio político, intelectual, esportivo, musical e literário,  criados por Loredano desde o ano de 1970 até os dias atuais, ou seja, em exibição uma verdadeira passagem de século. Após a temporada carioca, em dezembro, a mostra desloca-se para Caraíva, Bahia, e no início de 2014 ganhará exibição em São Paulo, na galeria Raquel Arnaud.

 

Com reconhecimento nacional e internacional, Loredano tem como peculiaridade o fato de não ter voltado os seus desenhos para a crônica social e política, características comuns da charge. O desenhista focou suas habilidades no retrato puro e simples de personalidades, às vezes com distorções quando a intenção é crítica, com exageros ou detalhes que servem como homenagem à personalidade retratada.

 

Entre os retratos expostos na mostra destacam-se os dos políticos Magalhães Pinto, Tancredo Neves, Lula e Dilma Rousseff, do educador Paulo Freire, dos escritores Machado de Assis, Júlio Cortázar e Mário de Andrade, dos filósofos Jean-Paul Sartre e Simone Beauvoir, do cineasta Alfred Hicthcock, além de imagens emblemáticas de Guevara, Chaplin e Kafka. Os visitantes vão poder conferir estas e outras obras nas versões originais reproduzidas em publicações como Jornal do Brasil, Opinião, Pasquim, Estadão, El País, entre outras.

 

O curador Ronaldo Brito destaca as características que fazem do artista uma figura única no meio: “O que diferencia o Loredano de outros artistas é o traço soberano, a linha muito bem pensada, cuidada e a imaginação que ele tem. E a obra dele fica melhor ainda na página de um jornal. O Loredano tirou a moldura do desenho e é aí que se encontra a modernidade da obra: ele desenhar com a página. Como desenhista de imprensa não existe igual”.

 

Segundo Paulo Fernandes, é injusto limitar a obra de Loredano à simples caricatura: “A obra do Cássio vai além. Ele é um dos maiores artistas brasileiros que conseguiu, através dos seus desenhos, ‘escrever’ muito da história do século passado. É, sem dúvida, um dos maiores desenhistas do mundo e por esta sua grandiosidade é que trazemos a mostra com um traço intelectual”, ressalta.

 

Sobre o artista

 

Cássio Loredano nasceu no Rio de Janeiro, em 1948. Iniciou sua carreira em 1965, em São Paulo. Trabalhou no jornal Diário do Grande ABC onde exerceu diversas funções. Em 1972 retorna ao Rio de Janeiro e assume o posto de ilustrador no jornal Opinião e, em 1975, colabora com o Jornal do Brasil e O Pasquim.

 

Em Lisboa publicou trabalhos no periódico O Jornal. De 1977 a 1981 ilustrou jornais alemães em Bonn, Munique e Frankfurt. Com reconhecimento internacional e entre idas e vindas ao Brasil, seus desenhos apareceram ainda em jornais da Itália, França, Suíça e Espanha.

 

Loredano colaborou ainda nos jornais O Globo, O Estado de S. Paulo e Gazeta Mercantil. Lançou o livro “Loredano Caricaturas” em 1994, prêmio de melhor livro de caricaturas pela Associação de Cartunistas do Brasil. Nos anos 2000 e 2002, Loredano recebeu o prêmio de melhor caricaturista do ano pela ACB. Ainda em 2002 publicou outro livro, “Loredano Alfabeto Literário”, prêmio de melhor livro de caricaturas concedido mais uma vez pela ACB. Colabora a revista Veja.

 

Até 13 de novembro.

Zerbini no MAM-Rio

23/out

Chama-se “Amor” a exposição individual de Luiz Zerbini, atual cartaz do MAM-RIO, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Composta de pinturas, desenhos, colagens e uma instalação, esta é a maior mostra já realizada, em número de trabalhos, na carreira do artista pois reúne mais de sessenta obras. Zerbini é um dos nomes pontuais da “Geração 80″.

 

O artista conta que o nome da exposição nasceu após ter recebido a visita de uma amiga em seu atelier e que a mesma teria feito a seguinte observação: “Nossa, é muito amor”.

 

As obras ocupão o segundo andar do museu e uma grande parede, com 8 metros de altura e 32 de comprimento, é quase integralmente preenchida por pinturas, com detalhes minuciosos e cores vibrantes. Além disso, o acervo conta com uma série de trabalhos em tinta acrílica sobre papel e outra feita de slides do próprio Zerbini e de seus amigos,nos quais ele evoca questões ligadas à memória. No centro do espaço, uma mesa de madeira vai reunir elementos de referência utilizados pelo artista, como projetos, recortes de jornal, plantas e até insetos.

 

Até 09 de dezembro.

Impressionistas no CCBB-Rio

20/out

Manet

A mostra “Impressionismo: Paris e a Modernidade” chega ao Centro Cultural Banco do Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, após uma temporada de sucesso de exibição em São Paulo. Pela primeira vez, 85 obras do acervo do Museu d’Orsay de Paris cruzam o Atlântico para aportar no Brasil. A exposição apresenta um panorama detalhado da pintura impressionista e pós-impressionista no período que compreende a segunda metade do século XIX e início do século XX.

 

Foi muito grande a visitação da mostra em São Paulo. Filas gigantes se formaram e o CCBB passou a abrir aos finais de semana, e de madrugada, com a “virada impressionista”. Dividida em seis módulos, a mostra reflete a história da pintura ocidental e reúne alguns dos trabalhos de Van Gogh, Monet, Degas, Cézanne, Pissaro, Lefebvre, Manet, Gauguin, Renoir, Toulouse- Lautrec, entre outros. Atraídos ou repelidos pelo magnetismo de Paris, a cidade motivou a expressão artística desses artistas, que pintaram suas paisagens, seus lugares e sua vida sob diferentes perspectivas.

 

Detentor da mais importante coleção de obras impressionistas, o Museu d’Orsay é um dos mais visitados museus do mundo. A exposição foi co-organizada pelo Museu d’Orsay e pela Fundación Mapfre para o Centro Cultural Banco do Brasil. A curadoria é de Guy Cogeval, presidente do Museu D´Orsay, Caroline Mathieu, conservadora-chefe do Museu D´Orsay e Pablo Jimenez Burillo, diretor-geral da Fundación Mapfre.

 

De 23 de outubro de 2012 até 13 de janeiro de 2013.

Fotos exóticas

16/out

A fotógrafa Christiana Carvalho abre sua primeira exposição na Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, na qual exibe 22 fotografias que contam a história de sua experiência em alto mar. Christiana Carvalho começou a fotografar espetáculos de dança e teatro em São Paulo na década de 70. Em 1976 começou a se interessar também pela natureza e povos de lugares distintos, foi quando resolveu passar 10 anos de sua vida a bordo do navio sueco “Lindblad Explorer” onde produziu um fascinante acervo mostrando fotos submarinas, a vegetação exótica e diversos povos de lugares como Antártica, África, Ásia e Austrália.

 

Sobre a artista

 

Christiana Carvalho colaborou com assiduidade em várias publicações, no Brasil e no exterior, como National Geographic e People Magazine na Austrália. No início de 2000, voltou a fotografar teatro e foto still para cinema e começou a expor todo o seu material em galerias. Participou de coletivas na França, África, Bolívia, Peru, além do MASP, São Paulo e do MAM-Rio. Também realizou individuais no Museu da Imagem e do Som, Rio de Janeiro, RJ, e em diversos espaços profisionais no eixo Rio-São Paulo.

 

 

Até 26 de novembro.