Milhazes encontra o público

19/set

Cabeça De Mulher

No próximo sábado, 22 de setembro, às 16h, Beatriz Milhazes, uma das mais importantes e valorizadas artistas brasileiras contemporâneas, participa, na CAIXA Cultural Rio de Janeiro, Centro, Rio de Janeiro, RJ, de um bate-papo com Carlos Martins, curador do departamento de gravuras da Pinacoteca do Estado de São Paulo, e com o público carioca, sobre sua produção, técnicas que utiliza e suas influências.

 

A palestra é uma oportunidade única de conhecer de perto um dos expoentes da arte contemporânea. O encontro terá entrada gratuita, com distribuição de senhas a partir das 13h.

 

Beatriz Milhazes está em cartaz na CAIXA Cultural com uma mostra de 17 gravuras de grandes dimensões pertencentes ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. .

 

A exposição “Beatriz Milhazes: Gravuras” fica em cartaz na Galeria 1 da CAIXA Cultural RJ, até 30 de setembro.

 

Sobre a artista

 

A pintora, gravadora, ilustradora e professora, Beatriz Ferreira Milhazes nasceu em 1960, no Rio de Janeiro, RJ. Formou-se em Comunicação Social, em 1981, pela Faculdade Hélio Alonso. Iniciou-se em artes plásticas ao ingressar na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, em 1980, onde mais tarde veio a lecionar e coordenar atividades culturais. Além da pintura, dedicou-se também à gravura e à ilustração. De 1995 a 1996, cursou gravura em metal e linóleo no Atelier 78, com Solange Oliveira e Valério Rodrigues.

 

Beatriz Milhazes participou das exposições que caracterizavam a Geração 80 – grupo de artistas que buscavam retomar a pintura em contraposição à vertente conceitual dos anos de 1970, e teve por característica a pesquisa de novas técnicas e materiais. Sua obra faz referências ao barroco, à obra de Tarsila do Amaral e Burle Marx, a padrões ornamentais e à art déco. Entre 1997 e 1998, foi artista visitante em universidades dos Estados Unidos. A partir dos anos 1990, destacou-se em mostras internacionais, nos Estados Unidos e Europa, e integra acervos de museus como o Museum of Modern Art – MoMa, Solomon R. Guggenheim Museum e The Metropolitan Musem of Art, em Nova Iorque.

O tempo na Tec-Tendler

Cinco artistas brasileiros e um belga, todos com reconhecimento e passagens internacionais, apresentam obras selecionadas na Galeria TeC – Tendler Contemporânea,  Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. Esta é a primeira promoção de mostra coletiva na galeria. A exposição “O que ultrapassa o tempo?” reúne seis obras dos seis artistas representados pela  representa: Luciano Pinheiro, Luk Vermeerbergen, Mariannita Luzzati, Mauricio Silva,  Monica Barki e Sidnei Tendler.

 

O conceito da exposição está baseado na quebra de paradigmas, modismos e movimentos que são usados para catalogar e classificar a arte sob uma perspectiva histórica.

 

Para a criação dessa mostra, foram visitados cada um dos ateliers dos artistas. Essas visitas individuais, resultaram na escolha de “… uma única obra para representá-los nessa exposição. Não nos preocupamos em mostrar trabalhos antigos ou recentes, escolhemos movidos pela paixão que nos une a Arte” –  como declara a galerista Carla Tendler.

 

Até 28 de setembro.

Canudos por Adir Botelho

Canudos

A Caixa Cultural-Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Barbárie e espanto em Canudos”, com xilogravuras de Adir Botelho. A mostra é composta por 142 peças criadas ao longo de duas décadas, entre os anos de 1978 a 1998, e aborda um dos episódios mais sangrentos da nossa história. Inspirado no livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha – que completa 110 anos de publicação em 2012 –, o conjunto de peças nunca foi apresentado completo antes para o público.

 

A obra consiste numa seqüência de impressionantes imagens sobre o drama ocorrido no sertão da Bahia que mobilizou o Brasil no final do século XIX. A exposição reúne duas séries, “Canudos”, concebida em xilogravura, e a série “Agonia e morte de Antônio Conselheiro”, em desenhos a carvão. Embora os trabalhos possuam caráter independente, as séries se interligam em conjunto harmonioso, com características e traços próprios.

 

Considerado um dos maiores gravadores modernos brasileiros, discípulo de Raimundo Cela e Oswaldo Goeldi, com quem manteve estreito convívio profissional e afetivo, Adir Botelho “…possui uma sensibilidade rara e uma linguagem extremamente pessoal”, como afirma Monica Xexéo, diretora do Museu nacional de Belas Artes e curadora da exposição.

 

“Na visão xilográfica de Canudos, há um mundo de imagens, mas o que há de concreto é a guerra, transfigurada em corpos despedaçados, homens e mulheres de mãos erguidas, os olhos luzindo, exaustos, exaltados pela dor e desespero, trazendo dentro de si uma surpreendente e obstinada coragem”, descreve Adir Botelho.

 

Até 11 de novembro.

Esculturas de Isaque

18/set

Isaque Pinheiro, artista português, realiza sua segunda exposição individual na galeria Laura Marsiaj, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. Desta vez o artista ocupará os dois espaços expositivos, a galeria e o anexo, em uma mostra que contará com 7 esculturas realizadas com diferentes materiais: mármore, couro, aço inox e madeira.

 

O trabalho de Isaque Pinheiro floresce nos limites dos procedimentos hegemônicos da arte contemporânea.  Em sua obra coexistem rasgos de noção greco-romana, renascentista, iluminista e, com certeza, de uma narrativa contemporânea. De fato, o trabalho de Isaque Pinheiro rebela-se contra a própria historia recente da escultura, atendendo tanto ao seu passado como a seu presente, assumindo seus últimos logros sem abandonar a condição formal, o oficio de escultor.

 

Resulta evidente que a evolução escultórica desde o classicismo das estátuas até hoje tem sido um universo de desencontros, inclusive poderíamos falar que a escultura assume uma repetida traição a si mesma em cada novo passo que dá.

 

Tradicional em sua forma de “fazer”, Isaque Pinheiro resolve conceitualmente, desde a tensão própria da poesia, buscando a incongruência do objeto, sua condição abstrata ainda quando se trata de uma proposta figurativa.

 

De 29 de setembro a 27 de outubro.

ArtRio 2012

14/set

Em sua primeira edição, em 2011, a ArtRio superou todas as expectativas, com instalações de alta qualidade, 83 galerias participantes, sendo 33 estrangeiras, exibindo obras de 700 artistas, atraindo mais de 46 mil visitantes e bom resultado de vendas.

 

Agora, o ápice dessas ações acontece novamente entre os dias 13 e 16 de setembro, com a segunda edição da feira internacional de arte contemporânea. A ArtRio 2012, Pier Mauá, Rio de Janeiro, RJ, vai reunir em quatro armazéns e um anexo do Píer Mauá, o acervo de quase uma centena de galerias nacionais e estrangeiras com trabalhos que abrangem desde a arte moderna até novíssimas obras de arte contemporânea – muitas delas inéditas. São aproximadamente 13.000m2 de área de feira, com 6.900 m2 voltados para a arte internacional. O “Programa Panorama” engloba as galerias já consagradas, com mais de cinco anos de existência, que tenham um papel atuante no mercado de arte. Já o “Programa Box”, apresenta a ousadia e inovação de galerias mais novas, que desenvolveram projetos artísticos inéditos, especialmente para a atual edição da ArtRio 2012.

 

A mostra “Solo Projects”, que traz obras de renomados artistas internacionais, conta mais uma vez com a curadoria de Julieta González (que já atuou na Tate Modern, Museu Alejandro Otero, Caracas e Whitney Museum, Nova York) e Pablo León de La Barra (consultor de arte, galerista e curador atuante no mercado londrino). Também em seu segundo ano, a mostra “ArtRio Videos” traz destaques das produções audiovisuais.

 

A feira ainda conta com “Espaço Kids”, oficina de artes para crianças, com coordenação de Daniel Azulay; com a “Livraria Blooks”, onde são realizados lançamentos de livros de arte e palestras gratuitas; pólo de alimentação e pockets shows com vista para o mar.

 

A ArtRio foi um divisor de águas no cenário brasileiro de artes visuais e no exterior, hoje é vista como uma das grandes feiras internacionais entre as que se realizam em diversos países.

Nelson Leirner 80

06/set

Artista múltiplo, Nelson Leirner inaugura exposição individual com o nome de “Quadro a quadro: Cem monas”, na Galeria Silvia Cintra + Box 4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ. Esta exposição comemora os 80 anos de Nelson Leirner, completados em janeiro. O artista mantém, antes da abertura, tudo sob muito sigilo, resguardando esta instalação única que ocupará todo o espaço físico da galeria. Serão cem imagens estilizadas da clássica “Mona Lisa”, exibidas em caixas de acrílico. Séries de “Mona Lisa” usando brincos, outra de batom vermelhão, outra com bigode, etc…em suma, uma instalação temática.

 

A ironia, marca registrada em sua carreira, é evidente. Trata-se de uma crítica ao abuso da tecnologia, que banalizou a figura da “Mona Lisa” em tantas piadas recebidas pelo artista por e-mail e encontradas na internet nos últimos anos. Para “banalizar o banalizado”, segundo suas próprias palavras, Leirner retomou o espírito artesão, com intervenções manuais em imagens da criação de Leonardo da Vinci. O próprio tecido que estampa as imagens foi cortado manualmente em um trabalho que se estendeu por 10 meses até a colocação final das peças. Uma síntese de uma carreira contada através de uma espécie de filme feito à mão, visualizado por meio de 100 trabalhos.

 

A “Mona Lisa” já havia sido abordada pelo artista em sua presença na Bienal Internacional de Veneza, em 1999. O artista assina a própria apresentação do trabalho em exposição. Nelson também estará na ArtRio, com outra obra inédita e lançará um livro no final do ano.

 

Até 20 de outubro.

 

Cinco séries fotográficas

03/set

A Portas Vilaseca Galeria, Leblon, Rio de Janeiro, RJ, exibe a exposição “Desvios na paisagem”, individual de fotografias de Pedro Victor Brandão. A mostra traz ao público 23 trabalhos produzidos entre 2008 e 2012 abordando a fotografia para além do domínio do visível. São cinco séries que elaboram processualmente a criação de imagens através de transformações químicas, físicas, biológicas e numéricas.

 

Em “Vista para o nada”, o artista utiliza filmes instantâneos vencidos para registrar reações químicas traduzidas como paisagens calcadas no acaso. A latência das imagens é trabalhada na série “Dupla Paisagem”, em que colônias de mofo foram cultivadas em filmes preto e branco que esperaram dez anos pela revelação. Em “WYBINWYS – O que você compra não é o que você vê”, imagens da ação da gravidade são sobrepostas por uma película refratora. Para serem acessadas, tais imagens exigem a busca de um ângulo específico por parte do leitor.

 

A série “Não Civilizada” traz nove impressões de paisagens do Rio de Janeiro completamente retocadas digitalmente para um estado “original” inexistente. Construções, aterros e monumentos são substituídos por elementos ressintetizados, remetendo tanto a um passado inabitado como a um futuro cataclísmico, colocando em dúvida o caráter objetivo da fotografia contemporânea e questionando o padrão de urbanização da cidade. A série “Curta”, retrata o processo de revitalização da zona portuária, alvo de uma complexa operação especulativa com a construção de grandiosos totens urbanos. O texto crítico da exposição foi escrito pelo próprio artista, intuindo reflexões sobre impermanência e o estado da paisagem urbana a partir dessas distorções no espaço e tempo fotográficos.

 

Ativa desde 2010, a Portas Vilaseca Galeria se estabeleceu no panorama da arte contemporânea reunindo artistas de diferentes gerações e firmando parcerias entre colecionadores, instituições e curadores.

 

Sobre o artista

 

Nascido em 1985, Pedro Victor Brandão é artista visual e fotógrafo. Formado na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, em cursos livres de 2005 a 2009 e no programa “Aprofundamento”, em 2010. Em 2009, graduou-se em Fotografia pela Universidade Estácio de Sá. Desde 2005 desenvolve trabalhos autorais que versam sobre ressignificações da imagem fotográfica hoje. Em 2011 faz sua primeira exposição individual dentro do projeto “Ocupação Cofre”, na Casa França-Brasil, com a série “Pintura Antifurto”. Entre as exposições coletivas que participou destacam-se “Novíssimos”, Galeria IBEU, 2012, Rio de Janeiro; “Novas Aquisições”, 2010/ 2012, MAM – Rio, 2012 e “Sem Título #1 – Experiências de Pós-Morte”, Galeria Oscar Cruz, 2011, São Paulo. Em 2008, ganhou o 3º Prêmio do 1º Salão de Artes Visuais de Petrópolis e em 2010, foi premiado no XI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, com o projeto “O Transitório Fóssil”. Seus trabalhos integram coleções públicas e particulares. Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

 

De 05 de setembro a 06 de outubro.

Mostras simultâneas

31/ago

A Galeria de Arte IBEU, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, exibe duas individuais simultâneas das artistas Bianca Bernardo e Daniela Seixas, com curadoria de Ivair Reinaldim. Bianca Bernardo e Daniela Seixas foram premiadas pela Comissão Cultural do Ibeu pelos melhores trabalhos do Salão de Artes Visuais Novíssimos, realizado em 2011.

 

Bianca Bernardo apresenta a individual “Terra Fabricada” composta por desenhos, objetos e o filme “Terra Fabricada”, realizado em 2012 entre Brasil e Portugal durante o período de residência artística no LARGO, em Lisboa. Ivair Reinaldim, crítico de arte e membro da Comissão Cultural do Ibeu, diz no texto de apresentação da exposição de Bianca Bernardo: “A dimensão que envolve o projeto “Terra Fabricada” de Bianca Bernardo é aquela do confronto com as próprias origens. Mas toda origem é escolha deliberada – por necessidade, eleição afetiva ou desejo –, disposição que visa identificar um lugar, um estar no mundo. Por isso, há nesta exposição algo que extrapola a referência a um local específico, demarcando muito mais uma propensão, um estado de espírito, um querer. Trata-se de um processo com forte apelo ficcional: o filme documental homônimo, que a artista concebe entre Brasil e Portugal, é representação tanto quanto o conjunto de subjetivações que lhe serviu de suporte, uma colagem/montagem de fragmentos diversos, que reúne lembrança familiar, memória induzida e imaginação pessoal”.

 

Daniela Seixas apresenta, nesta que é sua segunda exposição individual intitulada “E toda umidade que há no meio”, desenhos, objetos, vídeos e palavras. Nos trabalhos realizados em 2010-2011 e 2012, a artista parte do enfrentamento da experiência com o desenho, com as palavras e suas atmosferas. Seja no gesto incessante que expõe a proximidade entre o risco e o mar ou nas surpresas das trocas invisíveis e desenhos no mundo. A artista reúne os trabalhos sob aquilo que chama de uma “discreta vigília e tentativa”. No texto de apresentação da exposição de Daniela Seixas, Ivair Reinaldim diz: “A paisagem não está fora; ela nos atravessa e se constitui a partir de nossa experiência: eis como podemos apreender a exposição de Daniela Seixas. É por meio da linguagem, no sentido estendido e corporificado das palavras, que a artista reúne um conjunto de proposições, capaz de fornecer um panorama insólito e fragmentado do mundo: uma atmosfera rarefeita; contudo, na eminência de sua condensação. São projetos que se realizam enquanto possibilidades de encontro poético entre aquilo que a artista materializa por meio de objetos, desenhos, vídeos e ações e a disposição subjetiva do espectador para atribuir significados a sua experiência imediata. Encontro que reforça o momento em que nossas vivências dão sentido à existência”.

 

Até 14 de setembro.

A nudez por Luiz Garrido

A Galeria Tempo, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Nudes”, exposição individual de fotografias de Luiz Garrido. O artista ganhou notoriedade fotografando moda e publicidade, atividade a que se dedicou assiduamente a partir dos anos 70.

 

Realizou, nos últimos anos, um ensaio de nus femininos, clicando modelos em seu estúdio. O resultado dessa série é o que ele apresenta nesta mostra: 10 obras – exibidas pela primeira vez em uma galeria – imagens individuais, dípticos e trípticos, sempre em preto e branco, marca registrada do fotógrafo. Garrido é um profissional de expressão na cidade do Rio devido a tudo que vivenciou e construiu em sua carreira.

 

Ao longo do tempo, reuniu uma galeria de retratos de personalidades, que ele intitula “Heróis”, exibida em diversas ocasiões na cidade do Rio de Janeiro e no livro “Retratos – técnica, composição e direção“ , lançado pela editora iPhoto em 2011, com personalidades nacionais como Tom Jobim, Oscar Niemeyer, Cauby Peixoto, Maitê Proença, Rogéria e Betinho, são alguns dos “heróis” retratados por ele de forma criativa e inusitada.

 

“O trabalho de Garrido reflete o seu temperamento irreverente. A série de nus alia simplicidade e sofisticação, sensualidade e delicadeza; tudo feito com inquestionável domínio técnico. A precisão dos gestos e do enquadramento resulta em imagens de corpos ora esculpidos ora desenhados pela luz, feitas pelo  olhar experiente de um artista que transita com naturalidade no estúdio fotográfico” , comenta Marcia Mello, que assina a curadoria da exposição.

 

Até 27 de outubro.

Panorâmica de Ubi Bava

24/ago

A Ronie Mesquita Galeria, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, mostra exposição panorâmica der Ubi Bava, um dos mais significativos representantes de múltiplas correntes do pensamento artístico no Brasil como o abstracionismo, concretismo, construtivismo, arte cinética, abstração informal, abstração geométrica e op arte.

 

A mostra da Ronie Mesquita Galeria apresenta 22 obras realizadas no período compreendido entre as décadas de 1940 até 1970, que serão reproduzidas também em um catálogo elaborado pela galeria com tiragem de mil exemplares. São obras de técnicas diversas que em conjunto constroem uma síntese da poética e rica trajetória do artista.

 

Os trabalhos de Ubi Bava apresentam características resultantes de pesquisas na linha geométrica, da cor pura versus forma e pinturas com uma nítida vibração de superfícies abstratas. Sua obra pictórica exibe extremo rigor, sintetizando as leis da geometria como instrumento de ordenação das emoções através de linhas e cores íntegras e de espaços com sentido preciso de infinitude. Sobressaem a importância da educação visual e o poder das imagens, que não são estáticas e incitam a vibração ótica que as modificam e as deslocam do ponto de apoio num ritmo preciso e constante.

 

Os trabalhos com espelhos, os objetos óticos e cinéticos, os de multivisão e tubos sensibilizados são considerados os mais importantes legados de Ubi Bava. Alguns em caixas de acrílico perfuradas em pequenos círculos onde foram inseridos espelhos côncavos coloridos concretizam sua proposta fenomenológica. Não obstante a busca  incansável e sistemática de espaços, estruturas, equilíbrio e forma, o trabalho do artista procura também um constante diálogo com o espectador/fruidor.

 

Sobre o artista

 

Ubi Bava nasceu em Santos, SP, em 1915. Estudou na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro com Lucílio de Albuquerque e Henrique Cavalleiro na década de 1930. Entre os anos 1940/50 desenvolveu um abstracionismo geométrico a partir do qual foi caminhando a passos largos para a arte cinética e a arte ótica. No inicio da década de 1950, realizou  pesquisas sobre espaços pluridimensionais. Os efeitos ópticos e cinéticos trabalhados, acabam por caracterizar o foco sobre o ritmo dessas estruturas, domando-se aos múltiplos direcionamentos perceptivos no contato com a obra, a que o artista chamou de “multivisão”.

 

Em 1961, recebeu o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro do Salão de Arte Moderna e fixou-se na Europa por dois anos, principalmente, na Itália. Já nos anos 70, trabalhando com espelhos recortados e modulados, calotas de alumínio e canos plásticos, chamava o espectador a participar da obra. Construtivista, ele próprio chegou a se considerar uma espécie de concretista lírico.

 

Além de diversas exposições individuais e coletivas também participou de diversas Bienais de São Paulo nas quais  obteve quatro prêmios de aquisição. Suas obras fazem parte dos acervos  do Museu Nacional de Belas Artes do Rio, MAM-Rio, MAM-SP, Palácio do Itamaraty, MAC-Niterói, e de  grandes coleções particulares do Brasil e exterior como as de  Gilberto Chateaubriand, Roberto Marinho, Hecilda e Sérgio Fadel, Adolpho Leirner e Queiroz Galvão entre outras. No Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, existe a sala UBI BAVA, em homenagem ao artista. Durante toda a sua vida também dedicou-se ao ensino da arte e arquitetura. Faleceu em 1988 na cidade de São Paulo, SP.

 

 

Abertura: 27 de Agosto

 

Até 06 de outubro.